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aproveitem ao máximo suas vidas, sendo que ter uma educação ajuda as pessoas a
obterem todos os seus outros direitos humanos.
A educação é uma pré-condição para o exercício dos direitos humanos, já que o prazer
de muitos direitos civis e políticos, como liberdade de informação, expressão, reunião
e associação, o direito de votar e de ser eleito ou o direito de igualdade de acesso aos
serviços públicos, depende de pelo menos um nível mínimo de educação, incluindo
alfabetização.
Da mesma forma, que muitos direitos económicos, sociais e culturais, como o direito
de escolher o trabalho, de receber salário igual por trabalho igual, o direito de formar
sindicatos, de participar na vida cultural, gozar dos benefícios do progresso científico e
receber educação com base na capacidade, só pode ser exercida de forma significativa
através da educação, que visa fortalecer os direitos humanos após um nível mínimo de
educação for alcançado.
Embora as metas e objetivos da educação possam variar de acordo com as respetivas
características históricas, políticas, culturais, contexto religioso ou nacional, há um
consenso crescente sob a tolerância e o respeito aos direitos humanos, devem ser
características principais de seres humanos educados, tendo o caso, por exemplo, que
os 143 Estados-Partes da Convenção Internacional Pacto de Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais (CESCR)2 concordaram que a educação deve ser direcionado para o
pleno desenvolvimento da personalidade humana e do senso de sua dignidade, que
fortalecerá o respeito aos direitos humanos e liberdades.
Com feito, o que se entende por ter direito à educação é o seguinte: o acesso de todas
as crianças a uma educação primária gratuita obrigatória ; a disponibilidade para
todos os jovens a uma escola secundária (incluindo ensino profissional) sendo esta
gratuita; o acesso ao ensino superior, sendo que os países deveria trabalhar para o
tornar gratuito. E outro aspeto que deveria ser considerado como direito ao acesso à
educação é o direito dos pais de escolher escolas para os seus filhos, sendo que as
organizações deveriam criar escolas que atendam aos padrões mínimos, podendo
proporcionar a todos uma educação favorável e digna.
Portanto, é através dos governos que se deve oferecer educação de boa qualidade e
garantir que todas as crianças possam ter acesso a esta, sem discriminação. Esta é
uma obrigação legal internacional e os governos podem ser responsabilizados por não
fornecer educação para todos os seus cidadãos.
Apesar disto, de ser um direito inerente ao ser humano e que supostamente deveria ser
adotado por todos os países, existe 61 milhões de crianças que deveriam estar na
escola primária, 60 milhões no ensino fundamental (de 12 a 14 anos) e 142 milhões
com idade entre 15 e 17 anos.
Por sua vez as raparigas estão a participar muito mais do que no passado. Em média,
tanto na África Subsaariana quanto no sul da Ásia, para cada 100 rapazes
matriculados nessa faixa etária, existem agora 95 raparigas. Mas alguns países estão
progredindo lentamente e há lugares onde os meninos na escola superam as meninas
em 20%, sendo que ter mais meninos do que meninas na escola está fortemente
associado a baixas taxas gerais de matrícula, altas taxas de reprovação e muitas
crianças acima da idade escolar, uma vez que maioria dos países com matrículas
médias e altas tem mais meninas do que meninos matriculados.
Logo, cabe agora aos governos garantirem que a educação em seu país ou estado seja:
disponível, devendo haver materiais adequados, salas de aula, professores treinados e
assim por diante – para que uma educação de qualidade esteja disponível para todas
as crianças; acessível, as escolas devem estar ao alcance, adequadas para crianças
com deficiência e adequadas ao seu propósito, não havendo discriminação por sexo,
raça, religião ou qualquer outro motivo; aceitável, a educação deve ser de alta
qualidade e incluir informações relevantes e apropriadas, sendo que as crianças com
deficiência têm direito à mesma qualidade de educação; e por fim adaptável, as
escolas e os sistemas escolares devem ser adequados às comunidades que atendem.
Assim, os governos devem garantir que todas as crianças recebam a educação a que
têm direito, fazendo o seguinte: remover qualquer coisa que impeça o acesso à
educação de qualidade, como revogar leis que causem discriminação; impedir que
indivíduos ou grupos impeçam as crianças de serem educadas; tomar medidas para
garantir que as crianças recebam uma educação de qualidade – isso pode incluir a
construção de escolas ou o treinamento de professores.
Não somente isso, não cabe só aos governos assegurar o direito à educação, mas
também outras organizações e indivíduos, sendo que isso inclui agências
intergovernamentais como a UNESCO, instituições financeiras internacionais,
empresas, sociedades civis e pais.
No entanto, essa conceituação de educação não orienta muitas estratégias de
educação internacionais ou domésticas, nem informa os processos de planejamento e
desenvolvimento curricular.
Este artigo, portanto, examina cuidadosamente a ligação entre o desenvolvimento
curricular e os direitos humanos. Ele explica (1) as principais características do direito
humano universal à educação (disponibilidade, acessibilidade, adaptabilidade e
aceitabilidade da educação), bem como (2) os direitos envolvidos no próprio processo
educacional e (3) a educação em direitos humanos como um princípio orientador para
os processos de desenvolvimento curricular.