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Módulo 09 – Eixo Dianteiro e Eixo Traseiro.

Eixo Dianteiro

Fundamental de Serviço 198 Mercedes-Benz Global Training


Função.

• Conjunto de órgãos mecânicos que unem as rodas à estrutura.


• Estabelece uma ligação flexível entre o chassis/carroceria com o eixo e rodas.
• Suportar o peso do veículo.

• Contribui para assegurar:


• Conforto.
• Dirigibilidade. F2009x0334.jpg
• Estabilidade direcional do veículo.

Fundamental de Serviço 199 Mercedes-Benz Global Training


Câmber.

A direção deve ser estável, precisa e segura. O que lhe confere essas qualidades e, +B +B
além disso, mantém normal o desgastes de pneus é o perfeito entrosamento entre
cáster e a inclinação do pino mestre, câmber e a convergência das rodas.

Câmber é a inclinação da parte superior das rodas dianteiras no sentido transversal


do veículo em relação a linha vertical.

Dependendo da construção do veiculo o ângulo de câmber pode ser “positivo”,


“negativo”ou “nulo”.

Função: F2009x0335.jpg
Câmber positivo
• Compensar a flexibilidade do eixo dianteiro quando o veículo estiver carregado.
• Transferir o peso do veículo e da carga para o rolamento interno do cubo de
rodas.
-B -B
O câmber dos veículos Mercedes-Benz é dado pela construção da ponta de eixo.

O câmber inadequado provoca desgaste prematuro dos pneus e dos rolamentos da


ponta de eixo, além de dificultar a dirigibilidade do veículo

Câmber negativo
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Fundamental de Serviço 200 Mercedes-Benz Global Training


Cáster.

É a inclinação do pino mestre para trás (positivo) ou para a frente (negativo) no sentido
longitudinal do veículo e também poderá ser nulo.

Função:

•Manter o veículo sempre em linha reta proporcionando estabilidade, segurança e fácil


dirigibilidade.
•Retorno fácil do volante para linha reta.
Cáster Positivo F2009x0337.jpg
A inclinação da parte superior do pino mestre para trás, obriga a ponta de eixo a descrever
uma trajetória inclinada em relação ao solo, ocasionando uma torção em toda a estrutura do
veículo. Esta torção aliada ao peso do veículo é a carga que ele transporta e pressionando
contra o solo faz com que as rodas retornem para a posição de linha reta.

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Cáster Negativo
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Inclinação do pino-mestre. Ângulo de
inclinação do
pino mestre
É a inclinação da parte superior do pino-mestre do veículo, no sentido transversal. Linha
vertical A Linha de
centro do pino
A inclinação do pino mestre combinado com o ângulo de câmber faz com que a
linha que passa pelo plano médio da roda quase coincida com a linha de centro do
pino-mestre, no ponto de apoio da roda no solo. A menor distância entre os dois
pontos, faz com que diminua o braço de alavanca formado entre ambos, o que
resulta numa menor resistência ao esterçamento das rodas e sensível diminuição
dos esforços mecânicos nos pinos e buchas das mangas do eixo.

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Linha de
Linha do plano centro do pino
médio da roda

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Fundamental de Serviço 202 Mercedes-Benz Global Training


Convergência.

É a abertura da parte posterior das rodas dianteiras do veículo. Menor

Função:
Compensar a elasticidade do mecanismo de direção.

A convergência fora das especificações do fabricante do veiculo, provoca instabilidade


na direção e desgastes anormais dos pneus.

Maior convergência
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Fundamental de Serviço 203 Mercedes-Benz Global Training


Quadrilátero de Ackermann (Divergência nas curvas).

É a abertura da parte anterior das rodas dianteiras quando o veículo efetua uma
curva. Quando mais acentuada for a curva maior será a divergência.

Quando o veículo efetuar uma curva, a roda interna à curva percorrerá uma Roda
externa
trajetória menor que a roda externa. Sendo assim, a roda interna devera esterçar
mais para que não haja arraste de uma delas.

No mecanismo de direção, com os braços das pontas de eixo inclinados, obtêm-se


a diferença na esterção das rodas.

Como as inclinações dos braços são idênticas, o efeito de divergência ocorre tanto F2009x0343.jpg

para a esquerda como para a direita.

Maior esterção

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Desequilíbrio das rodas.

Em geral, uma roda sempre possui um certo desequilíbrio, seja estático ou dinâmico, que Maior concentração de peso
tende a manifestar-se de forma mais evidente à medida que o pneu vai se desgastando.

Desequilíbrio estático.
Provoca repetidos choques verticais, que por sua vez causam violentas oscilações verticais
(hopping) que dificultam a dirigibilidade e comprometem a estabilidade do veículo.

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Desequilibro dinâmico. Desequilíbrio estático
Provoca nas rodas dianteiras oscilações transversal que resultam em vibrações na direção,
normalmente conhecida como “shimmy”e seus efeitos criam dificuldades em manter a
estabilidade do veículo.

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Desequilíbrio dinâmico

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Eixo Traseiro

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Função do eixo traseiro.

O eixo traseiro tem como função:

• Suportar o peso do veículo.


• Aumentar o torque para as rodas.
• Transferir o movimento em ângulo, da árvore de transmissão para as semi-árvores.
• Diferenciar a velocidade entre as rodas de tração sob certas circunstâncias.

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Função e tipos de coroa e pinhão.

A coroa e pinhão tem a função de mudar a direção do movimento transmitido pela


árvore de transmissão num ângulo de 90º. Esse movimento se divide no diferencial
e é transmitido às rodas através das semi-árvores. O tipo de coroa e pinhão mais
empregado atualmente é o de engrenagens cônicas. As engrenagens cônicas
compreendem uma coroa dentada solidária ao diferencial que é acionada por um
pinhão ligado à árvore de transmissão.
F2009x0348.jpg F2009x0349.jpg
As engrenagens cônicas podem ter os dentes retos, mas atualmente prefere-se os
dentes helicoidais que apresentam as vantagens de um funcionamento silencioso, Palóide de dentes retos Palóide de dentes helicoidais
um bom rendimento mecânico e uma maior resistência ao desgaste. Quando o
pinhão for montado com a linha de centro deslocada em relação a linha de centro
da coroa, é denominado sistema hipóide. Esse tipo possui algumas vantagens em
relação aos outros. Uma delas é permitir uma colocação mais baixa da árvore de
transmissão devido ao crescente emprego de linhas aerodinâmicas e redução da
altura dos veículos. Outra vantagem é a possibilidade de se obter maior superfície
de contato entre dentes. Uma outra vantagem e a mais importante é uma maior
distribuição das forças que se produzem no rolamento da ponta do pinhão, evitando
com isso as constantes quebras do alojamento do mesmo; o que era crítico no
sistema palóide (linha de centro do pinhão coincidindo com a linha de centro da F2009x0350.jpg

coroa, pois toda força transmitida à coroa) pelo pinhão ficava concentrada no
alojamento dos rolamentos da mesma. Hipóide de dentes helicoidais

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Diferencial.

O diferencial é um dispositivo mecânico que permite diferença de velocidade entre as


rodas de tração sob certas circunstâncias. Ele permite que uma roda gire a uma certa
velocidade, e a outra com velocidade maior ou menor. Essa diferença de velocidade é Satélites
necessária, quando por exemplo o veículo descreve uma curva; A velocidade de
rotação das rodas do lado de dentro da curva é menor que a velocidade de rotação das
rodas do lado de fora, já que o tempo é o mesmo e as trajetórias descritas são
diferentes. Se o eixo das rodas traseiras fosse rígido, evidentemente, nas curvas, a
roda de tração do lado de dentro iria arrastar-se no solo.
Planetárias
Como já vimos, o pinhão se engrena à coroa, de modo que quando ela gira, move F2009x0351.jpg
consigo a caixa de satélites rigidamente ligada a ela, fazendo com que as engrenagens
satélites sejam arrastadas. Como elas engrenam em forma de cunha com as
planetárias, estas e as respectivas semi-árvores terão as rotações iguais e no mesmo
sentido da coroa, enquanto o veículo estiver andando em linha reta. No entanto, se
uma roda oferece resistência maior que a outra, o conjunto diferencial entra em ação
da seguinte maneira: desde que haja diferença de tração ou de resistência, as
planetárias giram as velocidades diferentes, de modo que as engrenagens satélites são
obrigadas a se moverem em seu próprio eixo, compensando a diferença. Assim, os
dentes das satélites se deslocam sobre os dentes das planetárias e o conjunto já não
funciona como se fosse rígido.

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Fundamental de Serviço 209 Mercedes-Benz Global Training


Eixo traseiro de duas velocidades.

Este eixo traseiro tem duas reduções, portanto, duas velocidades. Aplicando-se segunda redução, teremos praticamente uma marcha
intermediária entre as marchas normais da caixa de mudanças, o que resultará em perfeita adaptação do veículo às diferentes condições de
serviço e melhor aproveitamento da potência do motor. Para serviços fora de estrada à baixa velocidade, esse diferencial poderá além de dupla
redução, dispor de bloqueio de diferencial, que propicia ao veículo vencer com facilidade terrenos acidentados com arranques mais firmes.

Corôa

Luva de Planetárias
Luva de
engate engate

Simples
Caixa de Caixa de
satélites Corôa satélites
Planetária
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Fundamental de Serviço 210 Mercedes-Benz Global Training


Cálculo de relação de redução.

Cálculo da relação de redução.


A relação de redução é o fator que determina o torque e a rotação de saída em uma
transmissão por engrenagens. O cálculo da redução é feito da seguinte forma:
nº de dentes da engrenagem movida
Relação de redução =
nº de dentes da engrenagem motora
Para uma coroa de 40 dentes e um pinhão de 10 dentes, temos:
Relação de redução = 40/10
Relação de redução = 4
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Na aplicação deste par de coroa e pinhão, o torque vai ser multiplicado e a rotação
é reduzida 4 vezes.
1 Pinhão - Motora
2 Coroa - Movida
Cálculo da redução da reduzida do eixo de duas velocidades:
n°dentes da engrenagem solar + n°dentes da engrenagem anular.
R=
n°de dentes da engrenagem anular.

Cálculo da redução do planetário do cubo redutor.


n°dentes da engrenagem solar + n°dentes da engrenagem anular.
R=
n°de dentes da engrenagem solar

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Eixo com bloqueio longitudinal.

Este tipo de eixo traseiro tem aplicação específica em certos veículos que possuem
dois eixos motrizes na traseira. A força é transmitida da caixa de mudanças ao 1º
eixo traseiro e, daí diretamente ao eixo posterior, por uma árvore de transmissão Normal Bloqueado
passante. Ao sistema está Iigado um divisor de torque (compensador) . A função do
divisor é compensar a diferença de rotações entre os dois eixos, provocadas pelos
acidentes do terreno e etc., diminuindo com isso maiores tensões nos elementos de
transmissão (coroa, pinhão, caixa de satélites, semi-árvores) devido ao
aperfeiçoamento das técnicas de construção de todo o conjunto do eixo. O bloqueio
do divisor de torque ao ser acionado, impede o efeito diferencial do compensador
mantendo unidos fixamente o 1º e 2º eixo. O bloqueio do divisor de torque deve ser
aplicado sempre que o veículo trafegar em terrenos inconsistentes (alagados) e
desfeito tão logo cessem as condições adversas.

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Eixo com bloqueio longitudinal.

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Fundamental de Serviço 213 Mercedes-Benz Global Training


Bloqueio transversal.

O bloqueio transversal é um dispositivo que, quando acionado, trava uma semi-árvore na


caixa satélite, eliminando assim o efeito compensador do diferencial.

O bloqueio transversal deve ser aplicado sempre que o veículo trafegar em terrenos
inconsistentes (alagados) e desfeito tão logo cessem as condições adversas.

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O bloqueio da luva (transversal) anula o efeito das planetárias, ou seja, o eixo trabalha
como se fosse rígido.
Luva de
engate

Fundamental de Serviço 214 Mercedes-Benz Global Training


Bloqueio transversal.

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Fundamental de Serviço 215 Mercedes-Benz Global Training


Cubo com conjunto planetário.

Nos eixos de cubos redutores, a redução principal é efetuada nos cubos das rodas.
Desta forma, pode se reduzir o tamanho da carcaça do diferencial, aumentando-se,
assim, a altura livre sobre o piso (muito importante para veículos utilizados em
canteiros de obras).

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1 - Engrenagem solar F2009x0365.jpg

2 - Engrenagem planetária
3 - Engrenagem anular
4 - Porta planetário
5 - Rolete de agulha

Fundamental de Serviço 216 Mercedes-Benz Global Training


Cubo com conjunto planetário.

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Fundamental de Serviço 217 Mercedes-Benz Global Training

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