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Atividade Discursiva - Direito de Recuperação e Falência de Empresas

A sociedade em nome coletivo XY suprimentos teve a sua falência


decretada e 15.05.2015. De acordo com a r. sentença, nos termos do art.
99, da Lei 11.101/05, a r. sentença nomeou administrador judicial,
determinou o termo legal de falência para 90 dias anteriores ao primeiro
protesto, bem como determinou o registro junto à Junta Comercial e da
condição de inabilitação. Dois meses após a decretação da falência,
Evandro, que era um dos sócios da referida sociedade, compareceu à
Junta Comercial para protocolar a criação de nova sociedade empresária.

Observando o cenário do enunciado, vale ressaltar o artigo 81 da Lei nº.


11.101/2005 que caracteriza como falido a empresa, sociedade e também os
seus sócios ilimitadamente responsáveis. Logo, os sócios ficam submetidos
aos mesmos efeitos jurídicos que a empresa falida:
Art. 81 – A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios
ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes que ficam
sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade
falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim
o desejarem.
§ 1º. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se
retirado voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade, há menos
de 2 (dois) anos, quanto às dívidas existentes na data do
arquivamento da alteração do contrato, no caso de não terem sido solvidas
até a data da decretação da falência.
(...)
Art. 190 – Todas as vezes que e sta Lei se referir a devedor ou falido,
compreender-se-á que a disposição também se aplica aos sócios
ilimitadamente responsáveis.

A Lei nº. 11.101/2005 trata da inabilitação empresarial, dos direitos e deveres


do falido:
Art. 102 – O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial
a partir da decretação da falência e até
a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1º do
art. 181 desta Lei. [...]
Art. 103 – Desde a decretação da falência ou do seqüestro, o devedor perde
o direito de ad ministrar os bens ou deles dispor.

O Código Civil, em seu art. 1.039 também trata sobre as responsabilidades do


sócio na Sociedade Coletiva:
Art. 1039: Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em
nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas
obrigações sociais.
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem
os sócios,
no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a
responsabilidade de cada um.

No artigo 1.040 do Código Civil prevê que a cessão de quotas depende da


anuência dos demais sócios, já o art. 1042 prevê que somente os sócios
podem ser nomeados administradores da sociedade. O Ingresso de sucessor
de sócio morto não é admitido na sociedade de pessoas (CC, art. 1040 c/c art.
1028), salvo se houver previsão contratual (CC, art. 1028, I).

Pergunta-se: Evandro poderá ser sócio da nova sociedade empresária?


Responda de forma fundamentada, citando os dispositivos legais
pertinentes.

Em virtude do que foi mencionado, de maneira alguma Evandro um dos sócios


ilimitados da “XY Suprimentos” que teve a sua falência decretada na data de
15.05.2015, poderá ser sócio de uma nova empresa mesmo que fosse sócio de
maneira ilimitada, pois a lei é aplicada aos dois tipos de sócios, estando assim
inabilitado para tal exercício.

Referências:

Código Civil. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm

Livro Didático: Direito de falência e recuperação de empresa. Marcelo Moraes


Tavares

A Responsabilidade dos sócios na falência. Disponível em:


https://administradores.com.br/artigos/a-responsabilidade-dos-socios-na-
falencia

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