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Capítulo 1 – Introdução aos

princípios de máquinas

Prof.: Omar dos Santos Rosa

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Capítulo 1 – Introdução aos princípios de máquinas

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Aprender os fundamentos de mecânica rotacional: velocidade angular,


aceleração angular, conjugado e a lei de Newton para a rotação.
Aprender como produzir um campo magnético.
Compreender os circuitos magnéticos.
Compreender o comportamento dos materiais ferromagnéticos.
Compreender a histerese nos materiais ferromagnéticos.
Compreender a lei de Faraday.
Compreender como se produz uma força induzida em um fio condutor.
Compreender como se produz uma tensão induzida em um fio condutor.
Compreender o funcionamento de uma máquina linear simples.
Ser capaz de trabalhar com as potências ativa, reativa e aparente.
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1.1 – Máquinas Elétricas e Transformadores na Vida Diária

Uma máquina elétrica é um dispositivo que pode converter tanto


energia mecânica em energia elétrica como a energia elétrica em energia
mecânica.

Energia mecânica Energia elétrica Gerador

Energia elétrica Energia mecânica Motor

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O transformador é um dispositivo elétrico que apresenta uma relação próxima
com as máquinas elétricas. Ele converte energia elétrica CA de um nível de
tensão em energia elétrica CA de outro nível de tensão.

1.2 – Observação sobre unidades e notação

O sistema adotado é o Sistema Internacional (SI).

Notação
Vetores, fasores elétricos e outras grandezas complexas são mostrada em
negrito (por exemplo, F), ao passo que os escalares são mostrados em itálico
(por exemplo, R). E um tipo especial de letra é usado para representar grandezas
magnéticas, como a força magnetomotriz (por exemplo, ℑ).
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1.3 – Movimento de Rotação, Lei de Newton e Relações de Potência

Posição angular 𝜽

A posição angular 𝜽 de um objeto é o ângulo com o qual ele está


orientado, medido desde um ponto de referência arbitrário. A posição é
usualmente medida em radianos ou graus. Corresponde ao conceito linear de
distância ao longo de uma reta.
𝑆
𝑅
𝜃 𝑑𝑠 d
𝜃=
𝑑𝑟
=
dt

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Velocidade angular 𝝎

A velocidade angular é a taxa de variação da posição angular em relação


ao tempo. Assume-se que ela é positiva quando ocorre no sentido anti-horário. A
velocidade angular é o análogo rotacional do conceito de velocidade em uma
reta. A velocidade linear unidimensional ao longo de uma reta é definida como a
taxa de variação do deslocamento ao longo da reta ( r ) em relação ao tempo.

dr
v=
dt (1.1)

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De modo similar, a velocidade angular 𝜔 é definida como a taxa de variação


do deslocamento angular 𝜃 em relação ao tempo.

d
= [rad/s]
(1.2)
dt

𝜔𝑚 velocidade angular expressa em radianos por segundo (rad/s)

𝑓𝑚 velocidade angular expressa em rotações por segundo (rps)

𝑛𝑚 velocidade angular expressa em rotações por minuto (rpm)

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Estas medidas de velocidades do eixo estão relacionadas entre si pelas


seguinte equações:

nm = 60 f m (1.3)

m
fm =
2 (1.4)

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Aceleração angular 𝜶

A aceleração retilínea unidimensional é definida pela equação

dv
a= (1.4)
dt

A aceleração angular é definida por


d
= (1.5)
dt

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Conjugado 𝝉
O conjugado de um objeto é definido como o produto da força aplicada
ao objeto vezes a menor distância entre a reta de ação da força e o eixo de
rotação do objeto.

𝜏=0 F
F O conjugado é 𝜏
O conjugado é
zero.
Anti-horário

Figura 1.1 – (a) Força aplicada a um cilindro de modo que ele passa pelo eixo de rotação. 𝜏 = 0.
(b) Força aplicada a um cilindro de modo que a reta de ação não passa pelo eixo de rotação. Aqui o 𝜏 é anti-horário.
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𝑥
𝑠𝑒𝑛 1800 −𝜃 =
𝑟

𝑥 = 𝑟𝑠𝑒𝑛 1800 − 𝜃

𝑠𝑒𝑛 1800 − 𝜃 = 𝑠𝑒𝑛1800 𝑐𝑜𝑠𝜃 − 𝑐𝑜𝑠1800 𝑠𝑒𝑛𝜃

𝑠𝑒𝑛 1800 − 𝜃 = 𝑠𝑒𝑛𝜃

𝑥 = 𝑟𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝜏 = (𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎)(𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑝𝑒𝑛𝑑𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟)
Figura 1.2 – Dedução do conjugado em um
objeto.
 = ( F )( rsen ) (1.6)
[N.m] ou [lb-pé]
 = rFsen
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Lei de Newton da rotação


F
m

F = ma (1.7)

F = força líquida ou resultante aplicada a um objeto [N]ou [lb]


m = massa do objeto [kg]ou [slugs]
a = aceleração resultante [m/s²]ou [pés/s²]

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A lei de rotação de Newton é dada pela equação:
 = J (1.8)

𝜏 = é o conjugado líquido ou resultante aplicada [N.m]; [lb.pés]


J = momento de inércia do objeto [rad.s²]; [slugs,pes²]
𝛼 = aceleração angular resultante [rad/s²]

Trabalho W

𝑊 = න 𝐹𝑑𝑟 (1.9)

(1.10)
𝑊 = 𝐹𝑟 [J] ou [pé-libra]
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No movimento de rotação tem-se:

𝑊 = න 𝜏𝑑𝜃 (1.11)

𝑊 = 𝜏𝜃 (1.12)

Potência P

𝑑𝑊
P= [J/s=W]; [pé.lb/s] ou [HP] (1.13)
𝑑𝑡
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Assumindo que a força é constante e colinear com o sentido do movimento, a


potência é dada por

dW d ( Fr ) dr
P= = =F P = Fv (1.14)
dt dt dt
Assumindo um conjugado constante, a potência no movimento de rotação é
dada por
dW d ( ) d
P= = = P =  (1.15)
dt dt dt

A eq. 1.15 descreve a potência mecânica no eixo de um motor ou gerador


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 (libras − pés )n(rpm)


P ( watts ) = (1.16)
7, 04

 (libras − pés )n(rpm) (1.17)


P ( HP) =
5, 252

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1.4 O Campo Magnético


Quatro princípios básicos descrevem como os campos magnéticos são
usados nesses dispositivos:
1. Um fio condutor de corrente produz um campo magnético em sua
vizinhança.

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2. Um campo magnético variável no tempo induzirá uma tensão em uma


bobina se esse campo passar através dessa bobina. (Esse é o fundamento da
ação de transformador.)

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3. Um fio condutor de corrente, na presença de um campo magnético, tem uma


força induzida nele. (Esse é o fundamento da ação de motor).

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4. Um fio movendo-se na presença de um campo magnético tem uma tensão


induzida nele. (Esse é o fundamento da ação de gerador.)

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Produção de um campo magnético

A Lei fundamental que rege a produção de um campo magnético por uma


corrente é a lei de Ampère:

ර 𝑯 ∙ 𝑑𝒍 = 𝑰𝑙í𝑞 (1.18)

H é a intensidade do campo magnético que é produzido pela corrente líquida Ilíq


dl é um elemento diferencial de comprimento ao longo do caminho de
integração.

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i
ɸ

N espiras

Área da seção
𝑙𝑛
reta A

Comprimento do caminho
médio do núcleo 𝑙𝑛
Figura 1.3 Núcleo magnético simples.

ර 𝑯 ∙ 𝑑𝒍 = 𝐻𝑙𝑛
Hln = Ni (1.19)
I líq = Ni
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Logo a intensidade de campo magnético no núcleo é:


Ni
H= (1.20)
ln

A relação entre a intensidade de campo magnético H e a densidade de fluxo


magnético resultante B dentro de um material é dada por:
𝑩 = 𝜇𝑯 (1.21)

onde µ é a permeabilidade magnética do material. E a permeabilidade do vácuo


é denominada 𝜇0 = 4𝜋 × 10−7 𝐻/𝑚. Sendo a permeabilidade relativa:

r = (1.22)
0
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O valor da densidade de fluxo na Figura 1.3 é dado por:

 Ni
B = H B= (1.24)
ln
O fluxo total em uma dada área é dado por:

 =  B.dA (1.25a)
A
onde dA é a unidade diferencial de área. Se B ⊥ 𝐀 e B = CTE a
equação 1.25 se torna:
 = BA (1.25b)

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Assim, o fluxo total do núcleo da Figura 1.3 devido à corrente i no


enrolamento, é

 NiA  NiA
 = BA = = (1.26)
ln ln

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Obrigado!
Até a próxima!

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