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MD.

UnidadDidácticaGrupo(01)Pt

MÓDULO

CALDAS E CREMES

UNIDADE

CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE


PASTELARIA
UD008895_V(02)
CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

ÍNDICE

OBJETIVOS ................................................................................................ 3
INTRODUÇÃO............................................................................................. 4
1. HISTÓRIA DAS CALDAS DE AÇÚCAR ..................................................... 5
2. PONTOS DE CALDA ............................................................................... 6
2.1. CALDA DE PONTO FRACO.............................................................................. 6
2.2. CALDA DE PONTO DE NATA .......................................................................... 7
2.3. CALDA DE PONTO DE FIO FRACO ................................................................. 8
2.4. CALDA DE PONTO DE FIO FORTE .................................................................. 8
2.5. CALDA DE PONTO DE VOAR FRACO ............................................................. 9
2.6. CALDA DE PONTO DE VOAR FORTE ............................................................ 10
2.7. CALDA DE PONTO DE BOLA MOLE ............................................................. 11
2.8. CALDA DE PONTO DE BOLA RIJA................................................................ 12
2.9. CALDA DE PONTO DE INÍCIO DE CARAMELO ............................................ 13
2.10. CALDA DE PONTO DE CARAMELO............................................................ 14
2.11. CALDA DE PONTO DE CARAMELO FORTE ............................................... 15
3. TÉCNICAS NA PASTELARIA ................................................................ 16
3.1. TÉCNICAS ...................................................................................................... 16
3.2. TERMINOLOGIA ............................................................................................ 27
CONCLUSÃO ............................................................................................ 33

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

AUTOAVALIAÇÃO .................................................................................... 35
SOLUÇÕES ............................................................................................... 39
PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ................................. 40
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 41

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

OBJETIVOS

Com esta unidade didática, pretendemos que desenvolva os seguintes objetivos


de aprendizagem:

 Identificar os diferentes tipos de calda.

 Saber os nomes técnicos de cada uma delas.

 Conhecer as suas características.

 Indicar alguns exemplos de utilização de cada uma delas.

 Reconhecer técnicas usadas na pastelaria.

 Conhecer alguma terminologia da pastelaria.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

INTRODUÇÃO

As caldas de açúcar são uma técnica muito antiga, inicialmente empregue por
freiras na confeção de sobremesas, para as refeições do convento. Com a intro-
dução do açúcar no mercado, as freiras e os abades descobriram novas técni-
cas e receitas para aproveitar desperdícios de gemas, visto que as claras eram
utilizadas nas batinas.

Assim, com a passagem de conhecimentos ao resto da população, as suas téc-


nicas ficaram para a História e são, ainda hoje, utilizadas não só na pastelaria
conventual, como também na adaptação para a pastelaria mais moderna.

Estes conhecimentos permitiram-nos criar novos conceitos, novas receitas e


novas técnicas. Técnicas essas que nos permitem a confeção correta de várias
receitas. É importante conhecê-las, para que se consiga confecionar de modo
correto, mantendo a qualidade do produto final.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

1. HISTÓRIA DAS CALDAS DE AÇÚCAR


As caldas de açúcar vieram revolucionar a área da pastelaria. Através do simples
ato de se ferver água e açúcar, com diferentes tempos de fervura, conseguimos
obter diferentes pontos de calda de açúcar.

Foi graças aos conventos e mosteiros que tivemos o conhecimento destas cal-
das. Antigamente, as vestes religiosas eram engomadas com as claras de ovo,
logo, o desperdício das gemas era muito elevado. Com o intuito de não terem
este desperdício, as freiras e os abades foram fazendo experiências. Ao adicio-
narem a água e o açúcar, fervendo e ligando com as gemas, foram-se aperce-
bendo de que podiam, de facto, confecionar sobremesas doces, aproveitando
assim, as gemas.

As técnicas utilizadas eram ancestrais, uma vez que ainda não existiam os uten-
sílios que existem nos dias de hoje. Mas isso não era motivo para não consegui-
rem fazer o que desejavam. Com colheres, escumadeiras e água fria, as freiras
foram-se apercebendo dos diferentes pontos de açúcar. Com a evolução, hoje
em dia existem termómetros alimentares e densímetros, utensílios apropriados
para a medição da temperatura em graus Celsius (°C) – o termómetro – e da
densidade de uma calda em graus Baumé (°Be) – densímetro.

Devido a uma situação financeira complicada, que atingiu os mosteiros e con-


ventos, as freiras viram nas suas confeções uma forma de angariar fundos. Foi
deste modo que a população teve conhecimento das receitas e modos de
confeção da pastelaria conventual.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

2. PONTOS DE CALDA

2.1. CALDA DE PONTO FRACO

A calda de ponto fraco necessita de ferver durante um minuto, após o início da


ebulição. Após esse minuto, quando começa a fervilhar à volta do tacho, a calda
de ponto fraco está pronta, atingindo assim os 102 °C/25 ºBe. Habitualmente,
no fabrico diário, adiciona-se a esta calda casca de limão e pau de canela para
acrescentar algum sabor.

Esta calda é utilizada para:

 Bolos embebidos, como babás/savarins;

 Ensopar bolos, como as trouxas de ovos;

 Regar a massa de bolos de aniversário.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

2.2. CALDA DE PONTO DE NATA

A calda de ponto nata necessita de ferver por cerca de 2 minutos após o início
da ebulição. Após esses minutos, mergulhe uma colher na calda. Ao retirá-la,
pode verificar que por ela correm fios finos. É sinal de que a calda atingiu o
ponto certo, os 107 °C/32 °Be.

Esta calda é utilizada para:

 Creme de pastel de nata;

 Confeção de bombons de licor;

 Queijadas de laranja;

 Conservas de frutas.

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2.3. CALDA DE PONTO DE FIO FRACO

Passado o tempo da calda de ponto de nata, deixe ferver por mais alguns mi-
nutos. Mergulhe uma colher na calda, passe os dedos por água fria e toque na
colher. Una os dedos e afaste-os; se vir uma linha fina entre os dedos a ser
formada, significa que a calda está no ponto certo. Este ponto é atingido aos
110 °C/36 °Be.

Esta calda é utilizada para:

 Geleias;

 Frutos confeitados;

 Creme de manteiga.

Sempre que queira adicionar algum ingrediente a


uma calda de açúcar enquanto esta ainda ferve, faça
a calda num tacho alto e tenha cuidado, pois, ao co-
locar o ingrediente na calda fervente, ela vai levantar
quase o dobro do seu tamanho.

2.4. CALDA DE PONTO DE FIO FORTE

As características desta calda são muito idênticas às da calda de fio fraco, sendo
apenas um pouco mais consistente. Consegue obter o ponto certo se deixar
ferver a calda em ponto de fio fraco, por mais uns 2 minutos. Apesar de aumen-
tar 3 °C, a sua densidade aumenta apenas em 1 °Be.

Esta calda é utilizada para os mesmos produtos que a calda anterior, mas de
uma forma mais consistente e com uma densidade um pouco mais elevada.
Pode ser utilizada para dar brilho em tartes. O ponto de fio forte é atingido aos
115 °C/37 °Be.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

2.5. CALDA DE PONTO DE VOAR FRACO

Esta calda consegue-se obter quando mergulhamos uma escumadeira na calda


e, ao soprarmos contra ela, pequenas bolhas saem pelo lado contrário. Neste
ponto, ao soprarmos com um pouco mais de força, vemos que a bolha rebenta
facilmente. Este ponto é atingido aos 117 °C/38 °Be.

Esta calda é utilizada para:

 Merengues;

 Fondant.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

2.6. CALDA DE PONTO DE VOAR FORTE

Esta calda é muito idêntica à calda anterior. A diferença é que, ao soprarmos


com mais força, esta calda vai demorar mais a rebentar, enquanto a outra re-
bentava rapidamente. A calda de ponto de voar forte, apesar das mesmas ca-
racterísticas da de ponto de voar fraco, tem uma densidade mais alta e é atingi-
da aos 120 °C/40 °Be (temperatura máxima de um densímetro).

Esta calda é utilizada para:

 Merengues;

 Massa de amêndoa.

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2.7. CALDA DE PONTO DE BOLA MOLE

A calda de ponto de bola mole consegue-se identificar quando se coloca um


pouco de água fria numa taça e, com uma colher, se mergulha a calda, deixan-
do-se pingar na água fria. Irá formar-se uma pequenina bola muito maleável.
Esta calda é atingida aos 122 °C.

Esta calda é utilizada para:

 Bombons de caramelo;

 Nougat.

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2.8. CALDA DE PONTO DE BOLA RIJA

Esta calda, mais uma vez, idêntica à anterior, consegue-se identificar ao pingar
com uma colher mergulhada na calda, em água fria. Irá formar uma bolinha,
desta vez mais rija do que a do ponto de bola mole, e atinge-se aos 129 °C.

Esta calda serve para:

 Ovos-moles;

 Pastéis de feijão.

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2.9. CALDA DE PONTO DE INÍCIO DE CARAMELO

Esta calda identifica-se quando as paredes do tacho começam a secar e as bo-


lhas começam a parecer-se com grãos de areia. A sua cor parece começar a
escurecer de maneira suave. A calda de ponto de início de caramelo atinge-se
aos 129 °C.

Esta calda é utilizada para:

 Açúcar escorrido;

 Juntar a nozes secas para compotas.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

2.10. CALDA DE PONTO DE CARAMELO

Esta calda apresenta uma cor ligeiramente mais escura e começa a sentir-se o
suave cheiro a caramelo. Atinge-se aos 155 °C.

Esta calda utiliza-se para:

 Nougat seco;

 Forrar formas de pudins;

 Servir de topping em gelados ou crepes.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

2.11. CALDA DE PONTO DE CARAMELO FORTE

Esta calda apresenta uma cor escura e o cheiro a caramelo intensifica-se. Co-
meça a ser mais idêntica a um creme espesso. Neste ponto, a passagem de
ponto de caramelo forte é muito rápida e, por isso, pode queimar. Atinge-se o
ponto aos 165 °C.

Esta calda utiliza-se para açúcar puxado/soprado.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

3. TÉCNICAS NA PASTELARIA
Na pastelaria, tal como na cozinha, existem diferentes técnicas para cada utiliza-
ção e fabrico. No dia a dia de uma pastelaria de fabrico diário, fazem-se vários
tipos de confeção, cada um com a sua técnica. Temos de tender, envolver, flam-
bear, etc. Vamos dar-lhe a conhecer as técnicas mais importantes e as mais uti-
lizadas; algumas definições-chave que são muito importantes nesta área, assim
como termos técnicos utilizados nas pastelarias, importantes na comunicação
de uma equipa de pasteleiros.

3.1. TÉCNICAS

Infusão

Maceração de uma substância aromática num líquido escaldante ou frio, de


modo a utilizar esta infusão para conferir um sabor/aroma ao aparelho.

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Untar

Cobrir o utensílio (geralmente uma forma ou tabuleiro) com gordura (por norma
é utilizada margarina), e polvilhar com farinha ou açúcar (conforme a massa que
for confecionada). Esta técnica permite-nos cozer uma massa de bolo (margari-
na e farinha) ou um molotoff (margarina e açúcar), sem que fiquem colados às
paredes da forma.

Peneirar

Passar os ingredientes secos por uma peneira para permitir a separação das
partículas maiores das menores, ficando as maiores retidas na peneira, resul-
tando num pó fino. Esta técnica é muito utilizada na confeção de pão de ló e
massas areadas.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Regar

Esta técnica, na pastelaria, é utilizada nos bolos de fatia (aniversário, brigadei-


ros, angel cake, etc.). Permite dar uma humidade extra à massa do bolo, de
forma a evitar que se torne seco. Por norma, é regado com um regador de
bolo ou, então, mergulhando um pincel na calda, demolhando, assim, o bolo.

Socar

É o termo utilizado em massas lêvedas e consiste em dar socos na massa, para


que esta ganhe elasticidade e consistência. Sabemos que uma massa foi bem
socada quando, ao fazermos uma bola, espetamos o dedo e a massa, muito
lentamente, volta ao normal.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Raspar

Esta técnica é utilizada quando a receita nos pede a raspa/casca de limão ou


laranja. Consiste em tirar casca, sem que se apanhe a parte branca, pois esta
irá dar um toque amargo e não é isso que se pretende. É preciso ter cautela e
raspar apenas a parte de cor.

Macerar

Técnica utilizada para amaciar a textura e dar sabor a alguns alimentos. No caso
da pastelaria, é utilizada em frutos. Consiste em deixar os frutos num líquido,
geralmente, uma bebida alcoólica. Esta técnica permite que o fruto perca algu-
ma dureza ao ensopar o sabor do líquido utilizado.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Decorar

Técnica para embelezar bolos de um modo geral. Usualmente, a decoração


passa por dar forma aos cremes utilizados na cobertura, e embelezá-los utili-
zando frutas, bonecos com pasta de açúcar, etc.

Ensopar ou embeber

Técnica utilizada quando queremos que um bolo ganhe humidade e o sabor do


líquido a utilizar. Por exemplo, os babás são ensopados em calda de açúcar.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Bater

Incorporar ar nos ingredientes a serem unidos, utilizando vara de arames. Esta


técnica é, muitas vezes, utilizada na pastelaria para bater ovos, claras em caste-
lo, etc.

Caramelizar

Passar o ingrediente numa frigideira bem quente com açúcar. Esta técnica é
utilizada, por exemplo, em nozes e maçãs, etc.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Banho-maria

Esta técnica consiste em derreter ou cozer o ingrediente numa taça de vidro ou


inox, colocando-a por cima de um tacho ou panela com água fervente. Isto permi-
te que o ingrediente não seque, queime (como o chocolate), e que não se cole às
paredes do tacho (como as claras em castelo cozidas). É também utilizada para
cozer algumas massas no forno, como, por exemplo, as tortas de laranja e as
queijadas. Coloca-se água num tabuleiro e a forma no centro do tabuleiro.

Cozedura/cozer

Transformar um alimento através do calor, de forma a lhe conferir uma textura


e uma imagem apetecível; é possível cozer numa panela ou no forno.

Ligar

Ação de envolver bem os ingredientes para obter um molho liso e homogéneo.


Deste modo, a probabilidade de talhar será mais reduzida. Usa-se este termo
para tudo, ou seja, desde a massa ao creme inglês.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Amassar

Técnica de apertar com as mãos, empurrando a massa para a frente contra a


bancada de trabalho, repetindo várias vezes este processo. Esta técnica ativa o
glúten presente na massa, dando-lhe firmeza e elasticidade.

Flambear

Consiste em regar uma sobremesa com uma bebida de alto teor alcoólico, co-
mo aguardente, e deitar-lhe fogo. O fogo faz o álcool evaporar, ao mesmo tem-
po que cozinha a sobremesa, deixando um sabor incrível. Esta técnica requer
um bom conhecimento e autocontrolo por parte do profissional.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Rechear

Técnica para colocar creme dentro de bolos, seja através do uso de uma espá-
tula (um bolo de fatia), ou da utilização de um saco de pasteleiro (rechear profi-
teroles).

Coar

Técnica através da qual, através de um coador, se consegue obter a parte líqui-


da de uma mistura com sólidos. Por exemplo, se uma calda tiver cascas de li-
mão e pau de baunilha, e pretender ficar apenas com a calda, deve passá-la
num coador para separar os sólidos.

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Aparar

Técnica de cortar as extremidades da massa, para se obter o formato desejado;


é muito utilizada na massa folhada, quando se estica a massa.

Tender

Técnica utilizada para dar a forma desejada à massa, esticando-a com um rolo
de massa.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Envolver

Esta técnica consiste em unir dois ou mais ingredientes, criando ar na massa.


Por ser necessário o ar, esta técnica tem de ser feita com uma colher, vara de
arames ou mesmo com a mão aberta; entrando na mistura de cima, indo até ao
fundo, tornando a subir, de forma lenta para que não quebre. Utiliza-se esta
técnica nas massas de pastas e entremeios, quando é necessário envolver a
farinha sem perder o volume.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

3.2. TERMINOLOGIA

Mise-en-place

Expressão francesa que significa “tudo em ordem” ou “tudo no seu lugar”, ou


seja, é a expressão que se dá à preparação prévia de qualquer confeção. O pri-
meiro passo, depois da limpeza e desinfeção da área de trabalho, é a separação
e pesagem de todos os ingredientes.

Aparelho

É o nome dado à confeção de vários ingredientes, que terá como utilização a


finalização de um produto, como, por exemplo, os rissóis de camarão que são
recheados com um aparelho de camarão, e os folhados salgados, recheados
com um aparelho de carne ou enchidos. O aparelho pode ter qualquer ingredi-
ente que queira. Há de camarão, legumes, carne, etc.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Incorporar

Adicionar algum ingrediente a uma mistura já feita.

Polvilhar

Significa espalhar com a mão açúcar em pó ou farinha, pelo ar, sobre alguma
massa ou bolo.

Acamar

Significa colocar por camadas, como por exemplo, a serradura.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Engrossar

Significar tornar algo mais grosso, como, por exemplo, os cremes.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Esfarelar

Significa reduzir a migalhas, por exemplo, para fazer crumble de maçã, ou esfa-
relar massa de bolos para popcakes.

Compota

Mistura de frutos com açúcar, que vai a ferver até reduzir.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

Cuia

Raspa maleável para tirar cremes de taças com o melhor proveito, uma vez que
este utensílio se molda ao formato da taça.

Desclarar

Separar a gema da clara do ovo. Sempre que se fala em “ovos desclarados” é o


mesmo que dizer “só gemas”.

Dar a volta

Esta expressão é mais utilizada para a massa folhada e a massa brioche. São as
voltas que se dá, dando o aspeto de folhado, ou seja, de camadas de massa.
Existem os seguintes tipos de volta:

 Volta simples: num retângulo horizontal de massa, fecha-se a ponta da


esquerda para a direita, ocupando um terço da massa, e a ponta da di-
reita vai para a esquerda, ficando por cima da outra, formando um re-
tângulo na vertical.

 Volta em livro: quando temos um retângulo horizontal, puxamos a ponta


esquerda até ao centro da massa e a ponta da direita novamente ao
centro, unindo as duas pontas no centro, fechando, de seguida, ao meio.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

CONCLUSÃO

A variedade de caldas existentes na confeção da pastelaria permite trabalhar


várias técnicas, consoante o objetivo final, sendo importante respeitar o tempo
de cada calda, de modo a obter o ponto desejado. Com elas conseguimos obter
diversos resultados em pastelarias distintas.

Com a diversidade existente no mundo da pastelaria foi possível conhecer a vari-


edade de técnicas existentes, assim como os termos específicos utilizados, po-
dendo alguns ser aplicados na cozinha. Saber os termos utilizados e respetivas
definições e utilidades é importante para uma boa comunicação em contexto de
trabalho.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

AUTOAVALIAÇÃO

1. O que é uma calda de açúcar?

a) É uma mistura de água e farinha, levada ao lume para levantar fervura.

b) É uma mistura de leite e açúcar, levada ao lume para levantar fervura.

c) É uma mistura de água e açúcar, levada ao lume para levantar fervura.

d) É uma mistura de água e amido de milho.

2. O que são “ovos desclarados”?

a) É quando se faz a separação da gema e da clara.

b) É quando se preparam ovos para uma receita.

c) São ovos com duas gemas.

d) São ovos que não foram fecundados.

3. Quando esfarelamos um bolo, o que podemos fazer?

a) Pão de ló.

b) Folhados.

c) Savarins.

d) Popcakes.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

4. Quando fazemos serradura, que método utilizamos?

a) Acamar.

b) Socar.

c) Esfarelar.

d) Engrossar.

5. Como é feita a cozedura de uma torta de laranja?

a) Num fogão industrial.

b) No forno em banho-maria.

c) No forno, de modo normal.

d) No forno a baixa temperatura.

6. Que outro nome é dado aos savarins?

a) Rins.

b) Duchesse.

c) Delícia.

d) Babás.

7. Qual o ponto de calda necessário atingir para se colocar numa forma


para fazer pudins?

a) Ponto de caramelo forte.

b) Ponto de voar forte.

c) Ponto de caramelo.

d) Ponto de bola rija.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

8. Em que graus mede um densímetro?

a) Em graus Celsius.

b) Em graus Baumé.

c) Em graus Fahrenheit.

d) O densímetro não mede em graus.

9. Qual a sua temperatura máxima?

a) 40 °Be.

b) 30 °Be.

c) 38 °Be.

d) 50 °Be.

10. Onde se desenvolveu, inicialmente, a calda de açúcar?

a) Na pastelaria salgada.

b) Na pastelaria fina.

c) Na pastelaria conventual.

d) Na pastelaria moderna.

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

SOLUÇÕES

1. c 2. a 3. d 4. a 5. b

6. d 7. c 8. b 9. a 10. c

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CALDAS DE AÇÚCAR E TÉCNICAS DE PASTELARIA

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

Nesta unidade didática, propomos-lhe que faça diferentes pontos de calda. Vai
ver que gostará da experiência de perceber as diferentes características de ca-
da calda. Pode sempre aproveitar essa calda e fazer um doce ao seu gosto.

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BIBLIOGRAFIA

 Imagens provenientes de iStock, by Getty Images, Shutterstock e Envato.

 Cozinha Técnica, página consultada em 21/06/2019:

 <https://cozinhatecnica.com/2018/07/glossario-tecnicas-de-pastelaria/>

 Maincent-Morel, Michel (2007). Manual de Cozinha 2 – Fichas técnicas.


Porto: Porto Editora.

 Wright, Jeni e Treuille, Eric (1997), Le Cordon Bleu – Todas as técnicas culi-
nárias. São Paulo: Editora Marco Zero.

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