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EDUCAÇÃO FÍSICA
Jogo: Entre o Regional e o Universal
As crianças, quando brincam, levam suas ações para onde querem, normalmente para o lado em que se
obtém prazer, controlando a brincadeira ou jogo de acordo com seu gosto e suas vontades.
Acredita-se que os jogos e as brincadeiras surgiram desde os tempos primitivos, através das
necessidades do homem, como caçar, lançar objetos, saltar, etc. Dessa forma, o lúdico sempre esteve
presente na vida humana.
Algumas dessas atividades se tornaram brincadeiras infantis mais evoluídas, tendo os movimentos
corporais aprimorados às técnicas que favorecem melhores resultados. Nesse conjunto podemos citar
futebol (brincadeiras com bola), natação (nadar num lago ou rio), ginástica (acrobacias que as crianças
fazem), saltos, corridas e outros.
Dependendo da brincadeira, podemos comparar ou não com as atividades esportivas, pois no produto
final têm-se as regras a serem seguidas, que seriam os combinados para a brincadeira acontecer; o
aspecto competitivo próprio das relações humanas; e a idealização de um resultado, o melhor, de quem
irá vencer, ou quais metas o grupo pretende atingir.
Pesquisas revelam que existem cinco aspectos para favorecer as relações humanas durante o ato de
brincar, jogar ou disputar.
Habilidades Motoras: através das brincadeiras as crianças desenvolvem as destrezas corporais, o
equilíbrio, a força muscular, o movimento, além da concentração, do ritmo e do aperfeiçoamento
corporal, buscando o outro como ponto de apoio para isso.
Estímulo ao Intelecto: ao praticar as atividades físicas, tanto com brincadeiras e esportes, a criança terá
oportunidade para experimentar o desenvolvimento intelectual. Isso acontece quando pensa, faz
estimativas, calcula distâncias, contabiliza resultados, planeja suas ações, compara seus resultados e dos
outros integrantes, julga e faz conclusões sobre as metas atingidas.
Interação Social: durante as práticas esportivas e as brincadeiras, as crianças conversam, desenvolvem a
linguagem, aprendem a conviver, pois o trabalho em grupo proporciona esses momentos. Seus amigos
tornam-se de grande importância, pois imitam suas atitudes, servem de exemplos, passam por
experiências coletivas, e encontram prazer nesses momentos.
Equilíbrio Emocional: ganhar, perder, compartilhar, atingir e conquistar novos resultados, se doar para o
benefício do outro, se empenhar, trabalhar em grupo, trabalhar individualmente, etc., auxiliam no
controle das emoções, pois proporcionam um prazer natural que estimula essas ações a se repetirem.
Demonstração de Criatividade: estimulante e prazerosa, a criatividade é capaz de buscar novos
caminhos, auxilia a conquistar a superioridade, superação dos limites já atingidos. O sujeito tem que
apresentar agilidade de pensamento, além de traçar rapidamente os caminhos a serem seguidos.
Dentro dos esportes e das brincadeiras é possível descobrir que além da prática da atividade, o principal
não é vencer o outro, mas superar seus próprios limites enquanto pessoa, tornando-se mais engajado
nas relações humanas.
MÓDULO DE ESTUDOS DIRIGIDOS
QUESTÃO 01
QUESTÃO 07
“O jogo é de fato mais antigo que a cultura. Ele deve ser analisado mais que pelos
fenômenos fisiológicos ou reflexo psicológico. Ultrapassa os limites da atividade
puramente física ou biológica. É uma função significante, isto é, encerra um determinado
sentido. No jogo existe alguma coisa ‘em jogo’ que transcende as necessidades imediatas
da vida e confere sentido à ação. Todo jogo significa alguma coisa. O simples fato desta
atividade encerrar um sentido implica a presença de um elemento não material em sua
própria essência.” (Huizinga, 2010.)
Em Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura, Huizinga discute que o “jogar” é um
elemento nuclear de formação da cultura humana e observa como os elementos lúdicos
estão presentes na política, na guerra, no amor, na poesia e em tantas outras facetas do
humano. Este livro, inclusive, tornou-se bibliografia obrigatória no campo de estudos
sobre games da atualidade, bem como o jogo como estratégia e ferramenta pedagógica
nas escolas, em especial nas aulas de educação física. O autor propõe que a ideia de jogo
pressupõe algumas características essenciais; sem elas a atividade não poderá ser
compreendida como tal ação.
NÃO se configura como uma característica essencial do jogo,
segundo Huizinga (2010):
a)( ) O jogo deve ser uma atividade livre e nunca imposta, ou seja, o jogo presume
uma participação voluntária daqueles que estão imersos no ato de jogar. O “aceitar
fazer parte do jogo” é crucial para uma boa experiência lúdica.
b)( ) Um jogo, por excelência, cria tensão, incerteza e acaso. Estes elementos
chegam ao extremo em jogos esportivos e jogos de azar. Todo jogo possui regras e
são elas que determinam o que “vale” dentro do mundo temporário circunscrito pelo
jogo.
c)( ) O jogo deve possuir limites de tempo e de espaço e possuir, acima de tudo, um
caminho e sentido próprios. Afinal de contas, por mais caótico que seja o jogo deve
criar ordem através de regras mesmo que de maneira temporária e limitada. Essa ideia
nos apresenta a importância de definir regras e o “espaço” em que a ação do jogo
acontece, seja porque estamos falando de um campo de futebol, uma tela
de videogame ou um tabuleiro de xadrez.
d)(X) O jogo deve ser vida “real” e não deve ter como premissa ser um intervalo em
nossa vida cotidiana. No ambiente do jogo, as leis e os costumes da vida cotidiana não
perdem validade, pois, no universo lúdico, somos exatamente iguais e fazemos coisas
semelhantes ao cotidiano.
QUESTÃO 08
Os jogos são atividades em que nos exercitamos brincando de maneira alegre e
divertida. Em alguns jogos é importante que todos os participantes se ajudem. São
exemplos desses jogos:
a)( ) Amarelinha, cabo de guerra
b)( ) Pega- pega, corrente e amarelinha
c)(X) Pega- pega, corrente e cabo de guerra
d)( ) Cabo de guerra e cabra-cega.
e)( ) Amarelinha, jogo da velha
QUESTÃO 09
Analise as assertivas a luz dos jogos e técnicas de jogos infantis organizados.
I. Os jogos e brincadeiras devem fazer parte do cotidiano das crianças.
II. Através deles, a criança pode estimular o desenvolvimento do seu raciocínio lógico, da
cooperação, criatividade, coordenação, imaginação e socialização.
III. Os jogos podem oportunizar aos alunos aprenderem a respeitar regras, discutir,
inventar, criar e transformar o mundo onde estão inseridos.
IV. O jogo não pode constitui-se em uma atividade organizada por um sistema de regras.
QUESTÃO 10
Sabemos que a brincadeira é cada vez mais encarada como uma atividade que
promove o desenvolvimento global da criança, pois incentiva a interação entre pares
e adultos, promove a resolução de conflitos e ajuda as crianças a serem cidadãs
críticas e reflexivas. Neste contexto, de acordo com a convenção dos Direitos da
Criança (Unicef, 2004), o brincar é definido como:
a)(X)Princípio fundamental e particular da criança se exprimir, pensar, interagir e
comunicar com outras crianças.
b)( )Única oportunidade de a criança aprender e se desenvolver por completo
c)( )Possibilidade de a criança interagir com seus pares para aprender coisas corriqueiras
apenas
d)( )Maneira eficiente de a criança aprender, mas pouco eficiente para aprendizagens
cognitivas
e)( )Despertar na criança o sentido de rivalidade, ensinando-a a competição com
outras o sentimento de ser superior ao outro.