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O Papel Pedagógico do Jogo
Alessandra Machado

Os jogos, além do caráter lúdico e divertido que proporciona ao jogador,


também desenvolve funções que vão além do entretenimento, envolvendo
também aspectos sociais, cognitivos e afetivos do participante.
O jogo é social quando estimula os alunos a se relacionarem entre si
durante as partidas, bem como os incentiva á obedecerem às regras e limites
do adversário. A área afetiva ocorre no respeito á vez do colega, durante a
partida, bem como no “saber ganhar e no saber perder”, compreendendo que
esta prática é inerente ao jogo, e que aquele que ganha, não é melhor do que
aquele que perde. O lado cognitivo diz respeito ás competências acadêmicas
desenvolvidas pelo estudante com as jogadas, como por exemplo: habilidades
de raciocínio, estratégia, comunicação, administração, inteligência emocional,
liderança, concentração, negociação, entre outras.
Para trabalhar efetivamente com o desenvolvimento de competências,
habilidades e atitudes, é necessário ter critérios bem definidos na hora de
escolher e selecionar os jogos para se trabalhar em sala de aula. Eles devem
ser escolhidos de acordo com os objetivos didáticos, e precisam ficar
disponíveis em sala, de maneira á incentivar os alunos á ter autonomia e
liberdade para escolher o jogo de sua preferência. Um meio de despertar o
interesse dos alunos nesta prática é incentivá-los à buscar histórias e
curiosidades sobre os jogos trabalhados em sala.
Os jogos e as brincadeiras vêm ganhando espaço e importância em
todas as abordagens referentes à infância, sobretudo como recurso para o
desenvolvimento e a aprendizagem de habilidades cognitivas, sociais, afetivas
e motoras. São considerados entre pedagogos, professores e psicólogos como
importantes instrumentos de motivação para o desenvolvimento da linguagem
oral, escrita, raciocínio lógico-matemático, entre outras capacidades.
As brincadeiras e jogos têm sido alvo de investigações científicas em
áreas como a filosofia, a educação, a psicologia, a sociologia e mais
recentemente, as engenharias. Obras como as de Piaget, Bruner, Vygotsky,
Wallon e Elkonin apresentam discussões sobre os diversos elementos no jogo
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e na brincadeira que influenciam o desenvolvimento humano de maneira ampla
e, em especial, o infantil.
As proposições sobre a importância do lúdico têm início na Grécia, com
filósofos como Platão, que falava da formação moral do cidadão a partir da
infância por meio de brincadeiras (CAMBI, 2001). Desde então, filósofos,
psicólogos e educadores como Santo Agostinho, Pestallozi, Froebel, Piaget e
Vygotsky empreenderam esforços teóricos e práticos para valorizar o papel dos
jogos e brincadeiras no desenvolvimento humano, sobretudo na infância.
Na atualidade, observamos que uma diversidade de atividades lúdicas
permeia a vida de nossas crianças, em casa e na escola. Diferente de décadas
atrás, as crianças hoje possuem acesso aos mais diferentes tipos de
brincadeiras e jogos, desde os tradicionais até os mais sofisticados
tecnologicamente.
Na educação básica entendemos que é essencial "fazer com os alunos",
não por eles, mas com eles. As crianças até os seis anos, independentemente
de suas condições físicas, psíquicas, sensoriais e cognitivas, estão fazendo
suas primeiras aproximações com o mundo, com o conhecimento, com a
cultura, aprendendo sobre si, sobre os outros e sobre o mundo. É tarefa do
professor auxiliar a criança a experimentar o mundo, a traduzi-lo de uma forma
compreensível, oportunizando a elas a ampliação de conhecimentos e
experiências, bem como disponibilizando e potencializando espaço-tempo para
elas usarem a inventividade, para criarem e transformarem, com suas
produções e desejos, suas experiências e existências.
Na área da educação, inicialmente, os jogos pedagógicos eram
considerados uma atividade essencialmente inútil. Mas com o avanço das
pesquisas, sobretudo, na área da neurociência, os jogos pedagógicos são
reconhecidos como forma de observar a criança em toda sua autenticidade. A
tendência, portanto, é que ele seja cada vez mais inserido nos métodos de
ensino, desde o fundamental até a graduação. pedagógicos tornam a
aprendizagem significativa e dinâmica. Neste aspecto, entra a importância do
mediador preparado para contemplar o estágio de desenvolvimento, do
interesse e do prazer do aluno em realizar determinadas atividades e encarar
desafios, os jogos geram conflitos que desenvolvem o raciocínio para a busca

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de soluções criativas e inovadoras.
O trabalho que envolve atividades lúdicas e com jogos, principalmente
na infância e adolescência potencializa o desenvolvimento das Funções
executivas e o amadurecimento cerebral de qualidade.

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Referências Bibliográficas

BRENELLI, R. P. Espaço lúdico e diagnóstico em dificuldades de


aprendizagem: contribuição do jogo de regras. In.: SISTO, F. F.;
BORUCHOVITCH, E.; FINI, L.

D. T.; BRENELLI, R. P.; MARTINELLI, S. de C. (orgs.) Dificuldades de


aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis, Vozes,pp. 167-189.
2001

BROUGÈRE. G. Jogo e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

MACEDO, L.; PETTY, A. L. S.; PASSOS, N. C. Quatro cores, senha e dominó:


oficinas de jogos em uma perspectiva construtiva e psicopedagógica. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2010.

MACEDO, L. Ensaios Pedagógicos: como construir uma escola para todos?


Porto Alegre, Artmed, 2007.

MACEDO, L.; PETTY, A. L. S.; PASSOS, N. C. Os jogos e o lúdico na


aprendizagem escolar. Porto Alegre, Artmed, 2005.

SALTINI, C. J. P.; CAVENAGHI, D.B. Relação entre a Afetividade e a


Inteligência no Desenvolvimento Mental da Criança. Rio de Janeiro: Wak
Editora, 2014.

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