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CURSO DE PSICOLOGIA
RELATÓRIO SNIFFY
PSICOLOGIA EXPERIMENTAL
2 OBJETIVOS
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No artigo 14, parágrafos terceiro e oitavo da supracitada lei está disposto: § 3o Sempre que
possível, as práticas de ensino deverão ser fotografadas, filmadas ou gravadas, de forma a
permitir sua reprodução para ilustração de práticas futuras, evitando-se a repetição
desnecessária de procedimentos didáticos com animais; [...] § 8o É vedada a reutilização do
mesmo animal depois de alcançado o objetivo principal do projeto de pesquisa. (BRASIL,
Lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008).
Um ponto importante a se ressaltar é que quando se trata de atividades práticas com animais
vivos, todo exercício é único, uma vez que cada animal vivo responde de uma determinada
maneira quando exposto a certa contingência em laboratório, mesmo que seja em uma
situação com o máximo de variáveis controladas.
Em outras palavras, não existe repetição das práticas para o ensino no laboratório porque não
há animais iguais e em conseguinte, não há práticas iguais, visto que tanto o sujeito
experimental quanto o experimentador são diferentes e particulares, inviabilizando o ensino
através da reprodução filmada de práticas já realizadas, como preconiza o artigo 14 da Lei nº
11.794/2008.
Com a sugestão do Governo Federal de substituição do uso de animais vivos no ensino nos
cursos de Psicologia, os profissionais da área empenham-se em buscar outros meios para
ensinar os princípios comportamentais. Para ilustrar nossa prática, falaremos a respeito do
uso dos animais vivos e da inserção do software Sniffy Pro: A criatura animada (2014).
O programa Sniffy foi criado inicialmente como método auxiliar de ensino para os cursos de
Psicologia da Aprendizagem, utilizando a Análise do Comportamento como aporte teórico.
Além disso, ainda de acordo com o manual do software, “os cursos que discutem esses
tópicos usualmente se desenvolvem por meio de preleções que não proporcionam aos alunos
a possibilidade de obter prática de laboratório” (ALLOWAY et al 2014, p.1). O programa
fora criado a partir da gravação de um rato real se comportando, apesar disso, a filmagem
limita os movimentos e as ações do rato especialmente na heterogeneidade dos padrões
comportamentais de um organismo vivo.
Esses comportamentos irreais dão mais respaldo para discutir a efetividade do software
enquanto suporte à formação de psicólogos, visto que tais comportamentos não são passíveis
de generalização para comportamentos humanos, principalmente pela discrepância com a
realidade. Apesar disso, em nossa experiência, o software Sniffy Pro é amplamente utilizado
nas aulas práticas de AEC, como suporte para o ensino de alguns princípios
comportamentais.
Texto teórico (com citações de acordo com as normas ABNT) a respeito dos conceitos
estudados para o experimento: modelagem, extinção, reforço, entre outros. básicos, no
laboratório didático. Ou seja, mesmo sendo uma metáfora do rato vivo, é esse programa que
substitui os animais nas práticas de AEC na maioria das IES que substituíram os animais
vivos.
4 MÉTODO
4.1 Participante
Sniffy é um rato virtual usado para simular experimentos de análise do comportamento,
com características comuns à dos seres humanos, inclusive proximidade na escala de
evolução das espécies
4.2 Ambiente
Caixa de Skinner virtual, que continha um bebedouro, um comedouro, uma caixa de som,
uma barra e uma luz. Para o experimento foram utilizadas a barra, o comedouro e a caixa de
som.
4.3 Procedimentos
Iniciamos o experimento obtendo a linha de base, ou seja, a observação e registro do
comportamento de Sniffy, que estava privado de comida e água, antes do inicio
experimental. A observação teve a duração de 15 minutos, os quais passamos anotando a
cada movimento realizado por Sniffy, sendo, levantar, farejar, pressionar a barra, onde não
havia a entrega de comida, coçar, beber água, virar-se, enfim, andar pela caixa e as vezes
parar.
O interessante mesmo sendo um ratinho virtual, é que este parecia curioso em saber o que era
ambiente onde estava, pois os comportamentos mais repetidos foram os de farejar, virar e
levantar pela caixa. Por outro lado, comportamentos como parar eram menos frequentes. O
ratinho Sniffy, sempre em movimento pela caixa.
No segundo momento da experiência, foi condicionar o experimento ao som da
barra/alavanca de pressão com o fornecimento de comida a cada vez que havia o som. Sendo
que este procedimento levou em média 30 minutos onde tinha que ser feito com atenção para
não se confundir, pois em vários momentos do experimento mesmo coçando ou farejando,
eram fornecido a comida e o condicionamento poderia confundir em relação entre o som e
comida.
Mas, foi dado continuidade ao experimento do ratinho. Em síntese, os procedimentos
realizados foram: (1) observação do nível operante, (2) treino ao comedouro, (3) modelagem
com pressão à barra e (4) extinção e punição. Sendo que no nível operante, foi feita a
observação dos comportamentos da Sniffy e feito os devidos registros dos mesmos a cada
minuto. Sendo que os registros observados foram os de farejar, limpar-se, levantar, tocar na
barra e pressionar a barra.
Na sequencia, realizou o treino ao comedouro, sendo este na sequencia do comportamento
em seu nível operante. Sendo o procedimento realizado no primeiro minuto com a
observação do comportamento do Sniffy. No segundo minuto, era liberada a comida toda as
vezes que o Sniffy estivesse em frente ao comedouro e a cada vez que o alimento era
disponibilizado, um som tocava para sinalizar a liberação do alimento e assim, o Sniffy
pudesse associar ao som a liberação do alimento. Sendo que o registro do número de vezes
que era disponibilizado o alimento a cada minuto.
Assim, uma modelagem por meio de reforçamento e extinções, sempre com aproximações
repetitivas. Durante todo o procedimento foram observados e registrados todos os
comportamentos referentes as aproximações sucessivas a cada minuto. Sendo que era
inicialmente reforçado todo o comportamento de se levantar do Sniffy, procedimento mais
frequente.
Na sequência, este comportamento foi extinto, sendo reforçado apenas quando o Sniffy se
levantava. No aumento da frequência do comportamento em se levantar, também eram
reforçados o de se levantar próximo a barra e todos os outros comportamentos de se levantar
foram extintos.
Ao final realizou-se um reforço de apenas pressionar a barra e os demais foram extintos. Em
seguida, com o Sniffy modelado pressionou a barra para ganhar alimento. Após retirar o
reforço do comportamento de pressionar a barra e o Sniffy já não ganhava mais alimento ao
pressionar a barra. Foram registrados todos os comportamentos de pressão a barra a cada
minuto. O procedimento de punição foi realizado, após o Sniffy já modelado a pressionar a
barra para ganhar alimento.
5.3 Modelagem
Procedimento feito no dia 29 de março de 2022 tendo início às 19:21h e término às 19:48h.
A modelagem foi feita através de reforços e extinções, sempre com aproximações sucessivas.
Durante todo o procedimento foram observados e registrados todos os comportamentos
referentes as aproximações sucessivas a cada minuto.
Primeiro era reforçado todo o comportamento de se levantar do rato até este comportamento
ter uma alta considerável na frequência. Em seguida este comportamento foi extinto, sendo
reforçado apenas quando o rato se levantava nas laterais da caixa e atrás.
Quando se teve um aumento na frequência do comportamento de se levantar nas laterais e
atrás, o comportamento de se levantar nas laterais foi posto em extinção e somente o de
levantar atrás era reforçado.
Após o aumento da frequência do comportamento de se levantar atrás, eram reforçados
apenas o de se levantar próximo a barra e todos os outros comportamentos de se levantar
foram extintos. Por fim, foi reforçado apenas o comportamento de pressionar a barra e todos
os outros foram postos em extinção.
5.4 Extinção
Procedimento feito no dia 29 de março, tendo início às 19:27h e término às 19:48h, com o
rato já modelado a pressionar a barra para ganhar a pelota de alimento. Nesta etapa do
experimento retirou-se o reforço do comportamento de pressionar a barra e o rato não
ganhava mais a pelota de alimento toda vez que pressionava a barra. Foram registrados todos
os comportamentos de pressão a barra a cada minuto.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aplicação do método de forma experimental mostrou que os resultados foram os esperados
e estão sustentados com a literatura identificada, ou seja, o condicionamento operante. Esses
comportamentos verificados e registrados, mesmo tratando-se de um ratinho virtual em
resposta a pressão a barra demonstrou relação direta com as teorias.
A partir das análises dos resultados, observou-se um comportamento do Sniffy mediante a
liberação ou não do reforço e com as consequências da manipulação, demonstradas na
respostas apresentadas e observadas nos processos de instalação, extinção, manutenção e
variação dos comportamentos.
Dessa forma, os experimentos de Skinner, onde as consequências de um comportamento
podem produzir efeitos diversos e possibilitando alterações na sua reação e frequência.
Autores como Skinner e Ferster, observaram que em cada momento de reforçamento, obtém-
se um tipo de resposta e mesmo um padrão específico. Pode-se evidenciar na análise dos
dados e registros obtidos nos exercícios de reforçamento contínuo e do reforçamento
intermitente. Assim, enquanto o objetivo deste experimento proposto foi alcançado tendo
como premissa um estudo de análise experimental de um comportamento, modulado dessa
forma a teoria em relação à prática.
REFERÊNCIAS
-CATANIA, A. Charles. Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. 4ª ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1999.
-HÜBNER, Maria Marcia Costa; MOREIRA, Marcio Borges. (Orgs.). Temas clássicos da
psicologia sob a ótica da análise do comportamento. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
- MOREIRA, Marcio Borges; MEDEIROS, Carlos Augusto. Princípios Básicos de Análise
do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
-SKINNER, Burhus Frederic. Ciência e comportamento Humano. 11ª ed. São Paulo: Martins
Fontes,2003.
- MATOS, M. Behaviorismo metodológico e behaviorismo radical. Bernard Rangé
(org)Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e
problemas.Campinas: Editorial Psy, 1995.