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Partindo do pressuposto de que, embora seja muito complexo, o comportamento

possa ser objeto de estudo de uma ciência, onde há uma regularidade e é possível a
sua observação, previsão e controle, os Psicólogos Behavioristas das primeiras
décadas do século XX, como J. B. Watson, E. L. Thronicke e B. F. Skinner,
encontraram no Método Experimental, uma das formas de estudar os princípios que
o caracterizam [...].
Animais, e seres humanos são marcados e suas ações são distinguidas por meio do
comportamento, determinado pelo processo de estímulo-resposta. Essa relação é
dada por suas consequências, o estimo seria uma consequência no indivíduo que
causa uma alteração no organismo, uma resposta no mesmo.
O estudo do comportamento segundo viés científico precisa haver uma justificativa,
algo que comprove a ocorrência do fato. Então dentro da psicologia temos o
comportamento como objeto de estudo, sendo por meio dele que conseguimos
observar, analisar e intervir nos acolhimentos. Desde a concepção não havia um
olhar para o indivíduo sobre “quem somos ou do que somos compostos”. Tudo a sua
volta, como astronomia, engenharia, medicina estava avançado, mas a questão da
subjetividade humana, algo que estava além do somático era desconhecido.
Dentro dos estudos o método experimental está presente desde os laboratórios de
psicologia experimental de Wundt, investigando sensações e sentimentos, onde por
meio de experimentos conseguiam determinar variantes, influências. Na maioria dos
casos utilizavam animais, primeiros animais e sucessivamente serem humanos, para
que pudessem observar seu comportamento e submetê-los a situações que
pudessem trazer respostas aos comportamentos do ser humano, como pombos,
cachorros, ratos, sendo possível colocar influências no ambiente, e molda-los de
acordo com o comportamento escolhido.

A análise experimental do comportamento é um método investigativo usado no


campo da análise do comportamento, tendo sua filosofia embasada no behaviorismo
radical e estuda o ambiente e sua relação com comportamento. Diríamos que AEC é
responsável por produzir dados, mediante uma observação sistemática do
comportamento de organismos e a forma com que o meio em que ele está inserido
interfere em seus comportamentos através de condições controladas de laboratório.

Como relata Todorov (2007, p.61):

A análise experimental do comportamento utiliza-se de contingências e de


relações funcionais como instrumentos para o estudo de interações
organismo-ambiente. O experimentador manipula contingências em busca
de relações funcionais e das condições (variáveis de contexto) nas quais
podem ser observadas. Um sistema de relações funcionais constituirá uma
teoria útil se vier acompanhado de especificações de onde e quando, no
ambiente externo, as variáveis de contexto devem ser encontradas.

A análise experimental do comportamento, é área prática da análise do


comportamento, onde aplica-se o condicionamento operante por meio da
modelagem, sendo necessário explorar um comportamento por um todo e interferir
em partes desse para obter um comportamento final.
Utiliza-se também essa metodologia do processo ensino-aprendizagem, redução de
respostas traumáticas, processo da dor do luto.

O laboratório de AEC oferece uma experiência fora dos quadrantes da sala de aula,
conceitos como reforço negativo, reforço positivo, extinção, reforçadores, estímulos,
respostas, entre vários outros, agora serão vistos na prática, através do software
Sniff Pro – O rato virtual, que foi criado com a finalidade de proporcionar aos alunos
de Psicologia a vivência de como funciona um laboratório experimental.

Sniffy Pro - O Rato Virtual é um programa de computador, acompanhado de


um manual de laboratório, que tem como proposta servir de recurso didático
aplicado ao ensino introdutório de Análise Experimental do Comportamento,
em especial às atividades práticas normalmente desenvolvidas em
laboratórios de condicionamento operante que empregam ratos como
sujeitos e caixas de Skinner como equipamento experimental. (TOMANARI;
ECKERMAN, 2003, p159).

O software traz uma inovação em tecnologia e didática em que os experimentos


podem ser desenvolvidos em larga escala, pois quando os laboratórios experimentais
utilizam ratos reais, são limitados no sentido de que as interações entre o organismo e
o ambiente dependam de vários fatores e quando tratamos de um software de um
rato virtual temos a possibilidade de um ambiente mais controlado e de uma
possibilidade de construir uma series de experimentos muito maior do que se
conseguiria fazer em um laboratório real.

A primeira prática experimental será do nível operante, que é a forma como o


organismo age no ambiente antes de alguma intervenção experimental, nela vai se
criar uma base de informações de comportamento do sujeito antes (nível operante)
para que depois de ser realizado qualquer modificação no seu ambiente saber se
houve alguma mudança em seu comportamento. Esse procedimento será realizado
através da observação e registro das vezes com que ocorre o comportamento, que
são pressionar a barra, farejar, limpar-se, levantar-se, com uma duração de 20
minutos, utilizando uma folha de registro e intercalando por intervalos de 1 minuto.

Treino ao comedouro será a segunda prática e tem como finalidade parear o som do
comedouro com a comida, cada vez que o rato aproximar do comedouro será
ofertado alimento, dessa forma utilizando a comida como consequência para o seu
comportamento, até que ele comesse a se aproximar do comedouro quando ouvir o
barulho de seu acionamento. Quando ele tiver associado ao som da barra com a
oferta de comida irá iniciar a etapa de Modelagem.

O reforço contínuo nesse caso o “CRF1” consiste em reforçar um comportamento


através de algo prazeroso ao organismo, no caso do sniff foi a comida. Quando o rato
chegava o mais próximo da barra a qual liberaria comida a ele, era recompensado
com intuito dele chegar cada vez mais próximo aquela área.

Quando o sniff conseguisse chegar perto da barra com maior frequência era o
momento de mudar o comportamento por meio da extinção. Parando de reforçá-lo
apenas por chegar perto da barra, mas sim, reforçando quando ele subisse na parede
de trás da caixa onde está localizado a barra. Até que ele consiga adquirir um novo
comportamento por meio de um reforço contínuo, dessa vez o “CRF2”.
REFERÊNCIAS

MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do


comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
TODOROV, João Cláudio. A Psicologia como o estudo de interações. Psicologia:
Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 23, n. especial, p. 57-61, 2007. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S0102-37722007000500011. Acesso em: 2 abr. 2023.
ECKERMAN, David Alan; TOMANARI, Gerson Yukio. O rato sniffy vai à escola.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 19, n. 2, p. 159-164, mai-ago. 2003.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-37722003000200008. Acesso em: 4
abr. 2023.

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