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Relatório de Experimental: Modelagem de Comportamento

de Pressão a Barra no Sniffy

Annah Lyssa Almeida Araujo Barros

Larissa de Souza Oliveira

Relatório apresentado à Professora Daniela


Mattos, da disciplina de Fundamentos de
Análise Experimental do Comportamento
do Colegiado de Psicologia da
UNIFASB/UNINASSAU, como parte dos
requisitos avaliativos da disciplina.

Barreiras-BA, maio de 2022


Resumo

O presente trabalho teve como objetivo realizar experimentos de análise comportamental

através do programa de rato virtual SniffyPro, na tentativa de observar e analisar se as respostas

emitidas pelo animal virtual estão de acordo com as teorias utilizadas presentes no livro “

Princípios básicos de análise do comportamento” de Moreira de Medeiros. Os experimentos

foram de comportamento operante, modelagem, reforçamento contínuo e extinção operante.

Cada experimento teve duração de 15 a 20 minutos, com intervalos de 1 minuto, sendo

registrados em tabelas de respostas e comportamentos observados. Todos os experimentos

foram bem sucedidos, trazendo a comprovação da teoria.

Palavras-chave: analise comportamental, comportamento operante, modelagem, sniffypro


INTRODUÇÃO

Ao falarmos de Behaviorismo, estamos discutindo pautas filosóficas, ou seja,

questões que dirigem a forma como percebemos e entendemos o mundo ou uma parte

especifica dele. A psicologia estuda interações de organismos, vistos como um todo,

com seu meio ambiente (Harzern, Miles, 1978).

As teorias que baseiam o presente relatório, foram ensinadas através de aulas

teóricas e, implicam na utilização de animais para estudos de comportamento humanos.

Segundo Todorov, a Psicologia obviamente não está interessada em todos os tipos

possíveis de interações nem em quaisquer espécies de organismo. A psicologia se ocupa

fundamentalmente do homem, ainda que para entendê-lo muitas vezes tenha que

recorrer ao estudo do com portamento de outras espécies animais. Nesse caso,

utilizamos da modelagem, para o ensino do comportamento de pressionar a barra rato

virtual Sniffy Pro.

O Comportamento Operante é definido por Moreira e Medeiros (2007, p. 47)

como “aquele comportamento que produz consequências (modificações no ambiente) e

é afetado por elas”. Um exemplo disso, é quando apertamos o interruptor para

acendermos a luz, o comportamento (resposta) é o ato de mexer no interruptor, e a

consequência é ter o ambiente iluminado. Além disso, as consequências determinam a

frequência e as possibilidades se determinado comportamento voltar a acontecer para se

entender como ocorre a aquisição de um comportamento operante, é necessário

conhecer o conceito de Reforço, que podemos definir como “um tipo de consequência

do comportamento que aumenta a probabilidade de um determinado comportamento

voltar a ocorrer.” (Moreira e Medeiros, 2007, p. 51). Algumas de suas funções são:
aumentar a frequência de um comportamento reforçado, diminuir a frequência de outros

comportamentos indesejados e diminuir a variabilidade das respostas reforçadas.

Para chegar em um determinado comportamento, utiliza-se da teoria da

Modelagem que consiste no “reforço diferencial de aproximações sucessivas do

comportamento-alvo” (Moreira & Medeiros, 2007, p. 61), como exemplo, podemos

descrever uma mãe tentando fazer com que sua criança aprenda uma palavra, a

modelagem ocorre no reforçamento do processo, até que se atinja a palavra desejada.

Mais especificamente, quando criança fala “mama”, depois “mamã”, até que conclua o

processo de modelagem falando “mamãe”.

Outro conceito relevante no processo de aquisição de um comportamento

operante, é o de Esquema de Reforçamento Contínuo (CRF) toda resposta é reforçada,

fazendo com que a aquisição de comportamento seja mais rápida. (Moreira e Medeiros,

2007). Um exemplo disso é quando os pais entregam um brinquedo para a criança toda

vez que ela age com birra. No caso, os pais estão reforçando o comportamento de birra,

o que terá como resultado a criança aprender a fazer birra toda vez que quiser o

brinquedo.

A Extinção operante, um processo que ocorre quando o reforço de um

comportamento é suspenso e a probabilidade deste comportamento voltar a ocorrer

diminui, volta ao seu nível operante. (Moreira e Medeiros, 2007). Ao iniciar o

procedimento de Extinção o comportamento que tem o reforçador suspenso tem sua

frequência aumentada, depois a variabilidade nas formas de realizar o comportamento

aumenta também.

Foi Utilizado no experimento descrito no presente relatório, o software Sniffy Pro

- O Rato Virtual é um “programa de computador, acompanhado de um manual de

laboratório, que tem como proposta servir de recurso didático aplicado ao ensino
introdutório de Análise Experimental do Comportamento, em especial às atividades

práticas normalmente desenvolvidas em laboratório de condicionamento operante que

empregam ratos como sujeitos e caixas de Skinner como equipamento experimental”

(Eckerman; Tomanari, 2003, P. 1569). Nesse ambiente, foram realizados os

experimentos de comportamento operante, modelagem, reforçamento contínuo e

extinção operante.

Com o objetivo de observar o comportamento do rato virtual, de analisar como ele

reage quando é condicionado e reforçado e, de verificar se os resultados estão de acordo

com as teorias estudadas, é importante definir os conceitos utilizados no embasamento

das sessões dos experimentos.


Método

Sujeitos

Executou-se o experimento a partir do uso do rato albino de aproximadamente

190g, do simulador operacional Sniffy Pro 2.0, que simula as ações de um rato dentro

de uma estrutura que imita a configuração da caixa de Skinner (câmara de

condicionamento operante fundamentada nos procedimentos de reforço, punição e

extinção), é interessante ressaltar que o participante não teve contato com comida por

pelo menos 23h antecedentes a experiência.

Equipamento

O procedimento foi realizado no laboratório de informática do Centro


Universitário São Francisco de Barreiras (UNIFASB), um computador com sistema
operacional Windows 10 por dupla, permitindo melhor controle e facilitação da
observação dos comportamentos. Utilizou-se também uma tabela impressa para anotar
os resultados observados, uma caneta, além de um pen drive para salvar os avanços e
um cronômetro para a contagem de todos as ações por minuto. Havia uma caixa
operante virtual, composta por uma barra, um bebedouro, um comedouro e uma saída de
som para sinalizar ao rato acerca do reforçador e estabelecer a relação de contingência.

Procedimento

Sessão 1 – Nivel operante:

No dia 25/04/2022 iniciamos o experimento realizando o registro do nível operante,

contendo os possíveis comportamentos do rato virtual, como coçar, farejar, andar,

levantar, parar, virar, pressionar a barra e beber, o qual foi feito com 15 minutos de

observação constante, com intervalos de 1 minuto. (conforme tabela anexo A).

Sessão 2 – Modelagem:
Posteriormente, no dia 25/04/2022 foi cronometrado 20 minutos, para o registro

comportamental do rato, já utilizando a modelagem, com a disponibilização do

reforçador (comida), por meio de aproximações sucessivas, ou seja, disponibilizando o

reforçador sempre que o rato levantava próximo a barra, até finalmente pressioná-la.

Sessão 3 – Reforçamento continuo (CRF):

No dia 18/05/2022, foi registrado durante 15 minutos, com intervalos de 1 minuto, todas

as ações do rato que foram analisadas no início do experimento, sendo essas: coçar,

farejar, andar, levantar, parar, virar, pressionar a barra e beber. Além disso, o reforço

(comida) estava presente nessa sessão.

Sessão 4 – Extinção:

No dia 18/05/2022, com o condicionamento, ou seja, quando o rato virtual começou a

pressionar a barra a todo momento buscando seu reforçador, iniciou-se o processo de

extinção operante. Durante esta fase do experimento, que durou 15 minutos, a

contingência foi sessada, e o comportamento de pressionar a barra deixou de ser

reforçado, visando a diminuição da deste comportamento.

Resultados

Descrever como foi realizado a analise dos comportamentos operantes jjá

demonstrados pelo rato

Na primeira sessão laboratorial, os comportamentos registrados eram de nível


operante, este foi o primeiro contato do sujeito com a caixa de Skinner e com os
experimentadores antes de qualquer intervenção/manipulação. A Figura 1 mostra o
registro feito das ações indiscriminadas do rato.

Figura 1
Taxa de Resposta dos Comportamentos Emitidos pelo Sniffy – SESSÃO??
7

0
Farejar Andar Coçar Levantar Parar Virar PB Beber

Nota. PB = pressionar barra

Conforme mostrado na Figura 1, os comportamentos predominantes eram os de


farejar, andar e coçar, essas ações foram observadas minuto a minuto.
Posteriormente a essa primeira pesquisa, iniciou-se o processo que tinha como
objetivo a modelagem do sujeito, em primeira instância foi escolhido o comportamento
que mais se assemelhava a pressionar a barra, o de levantar próximo a barra, a partir
dessa ação foi liberado o reforçador até o período em que o rato aprendeu a resposta de
pressão a barra, a partir desse momento, ele pressionava de forma contínua. (conforme
ANEXO A.).
No anexo A, nota-se o aumento no comportamento de pressão a barra, para que
essa ação se tornasse contínua foram liberados 21 reforçadores por aproximações
sucessivas enquanto o rato levantava próximo a barra.
A Figura 2 apresenta o desenvolvimento do experimento a partir do esquema de
reforçamento contínuo executado, em que cada resposta é fortalecida em um processo
de contingência, todos os comportamentos foram anotados e percebeu-se a quantidade
mínima das demais ações em relação ao pressionar da barra.

Figura 2
Taxa de Respostas dos Comportamentos Emitidos pelo Sniffy – sessão???
12

10

0
Farejar Andar Coçar Levantar Parar Virar PB Beber

Nota. PB = pressionar barra

A figura 2 mostra que a predominância dos comportamentos coçar, farejar e


andar diminuíram e alguns outros comportamentos quase se extinguiram, e em paralelo
a esse fato, a pressão a barra já estava condicionada.
Por fim, após o condicionamento, iniciou-se a execução da extinção, e nesse
período foi retirado o reforço e o comportamento de pressionar a barra foi diminuindo
assim que o sujeito, após uma sequência insistente de tentativas, constatou que não
haveria comida embora existisse emissão de respostas.

Figura 4
Taxa de Respostas dos Comportamentos Emitidos pelo Sniffy – sessão???
8

0
Farejar Andar Coçar Levantar Parar Virar PB Beber

Nota. PB = pressionar barra

No princípio, a pressão a barra aumentou a frequência por minuto, logo em


seguida verificou-se uma queda progressiva e constante, desse comportamento e
finalmente a ação se extinguiu e os demais comportamentos aumentaram a ocorrência.

Discussão

Os primeiros dados foram colhidos dos comportamentos emitidos no nível

operante (Figura 1), antes do início da modelagem (Anexo A). Essa técnica consiste na

aquisição de um novo comportamento por meio de reforçadores presentes no ambiente.

A modelagem é um procedimento de reforçamento por aproximações sucessivas, ou

seja, sempre que o sujeito se aproxima da resposta esperada do condicionamento ele é

reforçado para que continue a executá-la até realizar a resposta alvo, finalizando com

um novo comportamento aprendido (Moreira & Medeiros, 2007).

Na experiência em questão, a modelagem foi realizada, trazendo um resultado esperado

em um processo rápido de condicionamento, obtivendo-se 108 respostas como resultado

em uma sessão de 20 minutos (Figura 2). Quando condicionado, o rato virtual

pressionava a barra, deixando de realizar o comportamento de levantar na mesma


intensidade que antes (Figura 3), que realizada antes do condicionamento, por ter

associado a pressão à barra à liberação de alimento, este comportamento foi facilitado,

por ser a situação mais recompensadora para o rato naquele momento.

Após feito o condicionamento, iniciamos o processo de extinção operante, onde

se é quebrada a relação de contingência, isto é, é feita a retirada do reforçador e o

comportamento de pressionar a barra é deixado de ser reforçado, e assim o rato retornou

a nível operante, emitindo comportamento semelhantes ao do início do experimento

(Figura 4). Esse processo tem como resultado a diminuição gradual da execução do

comportamento até a sua extinção de fato (Moreira & Medeiros, 2007).

Ainda na extinção, ocorre o processo de resistência, que dependerá de três

fatores: o número de reforços anteriores, ou seja, o número de vezes que o

comportamento foi reforçado até haver a quebra da relação de contingência; o custo da

resposta, geralmente quando é exigido mais reforçadores para condicionar o

comportamento, sua resistência à extinção é menor; e os esquemas de reforçamento, que

dizem respeito ao esquema de reforçamento intermitente, citado acima, e o

reforçamento contínuo, usado no experimento (Moreira & Medeiros, 2007).

Alguns autores já enfatizaram o Sniffy Pro não substitui o rato real, é apenas

uma alternativa para demonstração de como se executa um esquema de

condicionamento, não tendo validade para pesquisas científicas (Tomanari & Eckerman,

2003). O rato virtual Sniffy Pro mostrou-se uma alternativa acessível para aqueles que

não têm a viabilidade de aplicar o condicionamento operante em ratos reais, pois vale

como um modelo de como se relacionam os comportamentos, e como os dados são

coletados e analisados.
Referências

Moreira, M. B., & Medeiros, C. A. (2007). Princípios básicos de análise do

comportamento. Artmed: Porto Alegre.

Tomanari, G. Y., & Eckerman, D. A. (2003). O rato sniffy vai à escola. Psicologia:

Teoria e Pesquisa, 19.


Anexos

Anexo A – Tabela do processo de Modelagem

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