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ENGENHARIA DA QUALIDADE II

Boa noite

Prof. Alexandre José de Oliveira


ENGENHARIA DA QUALIDADE II
Ferramentas da Qualidade
As sete ferramentas para o controle da qualidade
De acordo com Kaouru Ishikawa, essas técnicas podem
solucionar cerca de 95% dos problemas existentes em uma
organização.

As sete principais ferramentas de resolução de problemas de


Controle Estatístico de Processo (CEP) deveriam ser amplamente
ensinadas por toda a organização e usadas rotineiramente para
identificar oportunidades de melhoria e para ajudar na redução da
variabilidade e na eliminação de perdas.

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Ferramentas da Qualidade
As sete ferramentas da qualidade
De acordo com Ishikawa, as sete ferramentas da qualidade são:
1. Folha de verificação;
2. Estratificação;
3. Diagrama de Pareto;
4. Histograma;
5. Diagrama de causa e efeito
6. Gráficos de controle; e
7. Diagrama de dispersão

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Ferramentas da Qualidade

Folha de Verificação

O que é Folha de Verificação? É uma planilha para o registro de


dados. O uso da folha de verificação torna a coleta de dados
rápida e automática. A tarefa de coletar dados fica mais fácil
quando se resume ao simples preenchimento de uma planilha.

A Folha de Verificação é utilizada nos seguintes casos:

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Ferramentas da Qualidade
Folha de Verificação

a) Para levantar a preparação de itens não-conformes

Se o objetivo em determinada fase de um processo de produção


for classificar cada item inspecionado em “conforme” ou “não-
conforme”. A folha de verificação deverá ter, então, o espaço para
anotar o número (n) de itens inspecionados, o número (d) de itens
não-conformes e a proporção (p) de itens não-conformes, que
pode ser calculada pelo próprio anotador. Ver figura a seguir:

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Folha de Verificação
a) Para levantar a preparação de itens não-conformes

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Folha de Verificação

b) Para inspecionar atributos

A folha de verificação é extremamente útil para registrar dados


que indicam problemas de qualidade (com defeitos, reclamações,
necessidade de reparos) e problemas de segurança (como
acidentes de trabalho, quebra de equipamento). Tendo essa folha,
o inspetor só precisa fazer um traço na linha que descreve um tipo
de defeito. É preciso, porém, decidir como devem ser registrados
os produtos que apresentam dois ou mais tipos de defeitos, antes
de iniciar a coleta dos dados. Ver figura a seguir:

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Folha de Verificação
b) Para inspecionar atributos

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Folha de Verificação

c) Para estabelecer a localização de defeitos no produto final

Nesse caso usa-se uma folha de verificação representada por um


croqui dos possíveis locais onde o defeito ocorre, onde se marca
sobre os mesmos um código preestabelecido. Ver figura a seguir:

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Folha de Verificação
c) Para estabelecer a localização de defeitos no produto final

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Folha de Verificação

d) Para levantar as causas dos defeitos

Os defeitos podem ser explicados por algum fator pontual. Nesse


caso, é preciso primeiro organizar uma lista com as causas
prováveis e depois escrever essas causas na folha de verificação.
O monitoramento e a identificação da maior frequência levará à
busca de solução mais efetiva. Ver figura a seguir:

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Folha de Verificação
d) Para levantar as causas dos defeitos

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Folha de Verificação

e) Para estudar a distribuição de uma variável

Nesse caso, primeiro se elabora a planilha. Para coletar os dados


basta realizar uma marca na linha correspondente à dimensão
verificada – é dado apenas o extremo inferior do intervalo. Ver
figura a seguir:

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Folha de Verificação
e) Para estudar a distribuição de uma variável

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Folha de Verificação

f) Para monitorar um processo de fabricação

Se você quer monitorar a variação do diâmetro/tempo de


determinada peça/atividade que sua empresa fabrica/presta
serviço, você pode, por exemplo, coletar todo dia amostra de
quatro unidades. Os dados devem ser organizados em uma folha
de verificação como a da figura a seguir:

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Folha de Verificação
f) Para monitorar um processo de fabricação

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Folha de Verificação

Cuidados essenciais na coleta de dados

Antes de iniciar a coleta de dados, estabeleça o período em que


os dados serão coletados, em horas ou semanas. Verifique se o
tempo disponível é suficiente e se é possível registrar os dados no
espaço deixado em branco, nas folhas de verificação. Verifique
também se as colunas têm nome e se existe espaço para
identificar tanto quem vai coletar os dados como o local e a data
do registro.

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Folha de Verificação
Cuidados essenciais na coleta de dados

Ao planejar a folha de verificação é importante especificar claramente


o tipo de dados a serem coletados, o número da parte ou operação, a
data, o analista, e quaisquer outras informações úteis ao diagnóstico
da causa de um fraco desempenho. Se a folha de controle é a base
para se realizar mais cálculos ou se é usada como uma folha de
trabalho para entrada de dados em um computador, então é
importante ter certeza de que a folha de controle esteja adequada a
esse propósito, antes que se gaste muito esforço na coleta efetiva
dos dados. Em alguns casos, uma “rodada de teste” pode ser útil
para validar o formato e o planejamento da folha de controle.

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Estratificação

Máquinas, métodos de processamento, operadores e matéria-


prima, dentre outros, são fontes de variação. Por esta razão, só
podem ser estabelecidos característicos de qualidade para
produtos de mesma origem, fabricados pela mesma máquina e
mesmo operador, com o mesmo método.

O processo de dividir o todo heterogêneo em subgrupos


homogêneos denomina-se estratificação. A figura a seguir ilustra
esse procedimento.

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Estratificação

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Estratificação

Estratificação como ferramenta

Imagine que você pretende estudar a variação de determinado


característico de qualidade em função de seus “elementos
produtores”. Se você tomar uma amostra sem especificar esse
elemento, não poderá verificar se existe variação desse
característico de qualidade em função desse elemento produtor.

A estratificação é uma ferramenta importante, mas precisa ser


usada antes do início da coleta dos dados. Nesse caso, a folha de
verificação deve contemplar a estratificação no processo de coleta
de dados. Ex. máquina, operador, turno, material utilizado,...
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Ferramentas da Qualidade
Diagrama de Pareto
O princípio de Pareto, identificado e aplicado à área da qualidade
por Juran, afirma que em todo grupo de elementos ou fatores que
contribuem para um mesmo efeito, uns poucos são responsáveis
pela maior parte de dito efeito. Ver figura abaixo:

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Ferramentas da Qualidade
Diagrama de Pareto
Para a construção de um Diagrama de Pareto são necessários:

a) Um efeito quantificável e medível sobre o que se quer priorizar


(custos, número de erros, defeitos,...)

b) Uma lista completa dos elementos ou fatores que contribuem


para dito efeito (tipos de falhas e erros, passos de um
processo, produtos, serviços,... quanto mais completa, melhor)

É importante identificar todos os possíveis elementos de


contribuição ao efeito antes de começar a coleta de dados, para
evitar que ao final da análise a categoria “outros” seja uma das
incluídas em “poucos mais vitais”.

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Diagrama de Pareto

Algumas recomendações

O diagrama de Pareto estabelece prioridades, mostra em que


ordem os problemas devem ser resolvidos. Usualmente se obtém
os melhores resultados trabalhando as barras mais altas, e não
as mais baixas. Entretanto algumas recomendações são úteis:

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Diagrama de Pareto
Algumas recomendações

a) Verifique e teste diversas classificações, antes de fazer o


diagrama definitivo. Nem sempre o problema é abordado de
maneira correta, logo no início. Ver figura abaixo:

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Diagrama de Pareto
Algumas recomendações

b) Estude o problema medindo-o em várias escalas. Muitas vezes


não interessa sanar os problemas que ocorrem com maior
frequência, mas aqueles que têm custo mais elevado. Nesse caso
é um problema da gerência decidir que problema resolver primeiro
– se o mais caro ou o mais frequente – mas os diagramas de
Pareto exibem essas duas opções. Ver figura a seguir:

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Diagrama de Pareto
Algumas recomendações
b) Estude o problema medindo-o em várias escalas.

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Diagrama de Pareto
Algumas recomendações
c) Quebre grandes problemas ou grandes causas em problemas
ou causas específicas. Depois de identificar um problema ou uma
causa como mais importante, verifique se esse problema ou essa
causa não pode ser subdividida em aspectos mais específicos.
A idéia é somar as poucas causas que determinam muitas perdas.
As demais causas devem ser relevadas. No entanto, se a causa
de alguns poucos defeitos tem solução simples, elimine-a de
imediato: é uma experiência, e ajuda a manter o moral da equipe.

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Histograma

Como se faz um Histograma?

Primeiro, é preciso organizar os dados em uma tabela de


distribuição de frequências. Depois, siga os passos:

a) trace um eixo horizontal;

b) marque os intervalos de classe nesse eixo (use entre 4 e 20


classes – ou aproximadamente igual à raiz quadrada do número
de observações), mas adote uma escala conveniente – uma
mesma escala.

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Histograma
Como se faz um Histograma?

Siga os passos:

c) trace um eixo vertical para apresentar as frequências, mas deixe –


entre o eixo e o extremo da primeira classe – uma distância igual a
pelo menos um intervalo de classe.

d) desenhe os retângulos com bases iguais aos intervalos de classe e


alturas iguais às respectivas frequências;

e) se quiser feche a figura.

f) coloque título e legenda.

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Histograma

Como exemplo, veja o histograma a seguir com os dados da


tabela abaixo:

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Histograma

Como exemplo, veja o histograma a seguir com os dados da


tabela anterior

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Histograma

Como se interpreta um histograma?

Um histograma sob efeito de uma distribuição normal a média dos


dados está no centro do desenho, bem como a frequência mais
alta. Nos processos industriais, essa forma é a desejável. Ver
figura abaixo:

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Histograma
Como se interpreta um histograma?

Um histograma com assimetria positiva. A média dos dados está


localizada à esquerda do centro da figura e a cauda à direita é
alongada. Esta forma ocorre quando o limite inferior é controlado
ou quando não podem ocorrer valores abaixo de determinado
limite. Ver figura abaixo:

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Histograma
Como se interpreta um histograma?

Um histograma com assimetria negativa. A média dos dados está


localizada à direita do centro da figura e a cauda à esquerda é
alongada. Esta forma ocorre quando o limite superior é controlado
ou quando não podem ocorrer valores acima de determinado
limite. Ver figura abaixo:

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Histograma
Como se interpreta um histograma?

Os histogramas também mostram o grau de dispersão da variável.


Ver figura abaixo:

O histograma a esquerda mostra pouca dispersão, mas o à direita


mostra grande dispersão. Prof. Alexandre José de Oliveira
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Histograma

Os limites de especificação

Os limites de especificação devem ser traçados no histograma.


Na figura abaixo, existe folga os limites LIE e LSE. Então, a
probabilidade de ocorrer um valor fora dos limites é baixa. Se
possível, mantenha essa configuração.

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Histograma
Os limites de especificação

Na figura a seguir, o começo e o fim do histograma estão sobre


os limites de especificação. Então, convém diminuir a
variabilidade. Quando não existe folga, isto é, uma margem de
segurança, qualquer ação que aumente a variabilidade determina
a ocorrência de valores fora dos limites de especificação.

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Histograma
Os limites de especificação

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Diagrama de causa e efeito

Para investigar as causas prováveis de um problema de qualidade


existe uma ferramenta: é o diagrama de causa e efeito. O sucesso
no controle de qualidade depende, em grande parte, do sucesso
que se tem no uso dessa ferramenta. Veja a figura a seguir:

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Diagrama de causa e efeito

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Diagrama de causa e efeito

Para construir um diagrama de causa e efeito, siga os passos:

a) Identifique o problema que você quer investigar;

b) Escreva o problema dentro de um retângulo, ao lado direito da


folha de papel e no final de um eixo, como mostrado abaixo:

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Diagrama de causa e efeito
Para construir um diagrama de causa e efeito, siga os passos:

c) Escreva as “causas primárias” do problema sob investigação


em retângulos e os disponha em torno do eixo. Ligue esses
retângulos ao eixo por segmentos de reta, como mostra o
esquema abaixo:

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Diagrama de causa e efeito
Para construir um diagrama de causa e efeito, siga os passos:

d) Identifique as “causas secundárias” dentro de cada causa


primária. Escreva essas causas ao redor da respectiva causa
primária, como mostrado no próximo slide:

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Diagrama de causa e efeito

As “causas primárias” dos problemas que ocorrem na indústria


são material (matéria prima), métodos, máquinas, mão-de-obra,
meio ambiente e medidas (medição). Em serviços, as “causas
primárias” de problemas em geral são descritas como
equipamentos, políticas, procedimento e pessoal.

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Diagrama de causa e efeito

Algumas regras básicas

Nem sempre é fácil identificar as causas de um problema de


qualidade. Mas lembre-se de que os problemas aparecem devido
à variação no processo (excesso de variação, defeito, não
conformidade). Por que o processo variou? Procure identificar as
causas de variação. Mas tome ainda os seguintes cuidados:

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Diagrama de causa e efeito
Algumas regras básicas
a) Defina o problema que você pretende investigar de forma
precisa, isto é, evite termos abstratos e idéias muito
genéricas. Use vocabulário simples e direto;

b) Identifique as causas do problema sob investigação em


reuniões ou em sessão de brainstorm. Convide para a reunião
todas as pessoas envolvidas no processo. Com essa atitude,
você aumenta a probabilidade de identificar todas as causas
do problema;

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Diagrama de causa e efeito
Algumas regras básicas

c) Concentre-se nas causas possíveis de serem sanadas. Afinal,


se as causas de um problema não podem ser removidas, o
diagrama de causa e efeito será simples exercício intelectual,
sem qualquer aplicação prática.

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Diagrama de dispersão

Para estudar a relação entre duas variáveis numéricas (quantificáveis),


existe uma ferramenta: é o diagrama de dispersão. Em geral, por meio do
diagrama de dispersão, estuda-se a relação entre:

a) um característico de qualidade e um fator que possa ter efeito sobre


esse característico – ex. pressão do ar comprimido e o % de
despeliculamento de amêndoas; tempo de espera numa fila e o
numero de pessoas na fila ou o numero de atendentes.

b) dois característico de qualidade – ex. quebra e despeliculamento;


espera para atendimento e tempo de atendimento;

c) dois fatores que possam ter efeito sobre o mesmo característico de


qualidade – despeliculamento (umidade e pressão do ar comprimido);
atendimentos semanais (pontualidade e assiduidade).

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Diagrama de dispersão

Como se faz um diagrama de dispersão?

a) colete pelo menos 30 pares de dados das variáveis X e Y


que você pretende estudar;

b) trace um sistema de eixos cartesianos e represente uma


variável em cada eixo;

c) estabeleça as escalas de maneira a dar ao diagrama o


aspecto de um quadrado. Para isso, primeiro calcule as
diferenças entre o maior e o menor valor de X e o maior e o
menor valor de Y. Depois, escolha as escalas, dando a
essas diferenças comprimentos praticamente iguais;
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Diagrama de dispersão

Como se faz um diagrama de dispersão?

d) escreva os nomes das variáveis nos respectivos eixos. Depois,


faça as graduações. Indique apenas alguns valores dessas
graduações, mas marque de 3 a 10 graduações em cada eixo;

e) faça um ponto para representar cada par de valores x e y. Se


dois ou mais pontos coincidirem, desenhe tantos círculos em
torno desse ponto quantas são as vezes que ele se repete, ou
desenhe esses pontos bem juntos;

f) escreva o título e complemente com uma legenda, deixando


claro a data em que os dados foram obtidos, o número de pares
de dados e o responsável pela coleta dos dados.

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Diagrama de dispersão

Como se interpreta um diagrama de dispersão?

Para interpretar um diagrama de dispersão, basta observar a


direção e a dispersão dos pontos. Se X e Y crescem no mesmo
sentido, existe uma correlação positiva entre as variáveis. Esta
correlação é tanto maior quanto menor é a dispersão dos
pontos. Veja os diagramas abaixo:

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Diagrama de dispersão
Como se interpreta um diagrama de dispersão?

Exemplos de diagramas de dispersão negativos e nulo:

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Diagrama de dispersão

O Coeficiente de Correlação

O coeficiente de correlação é uma medida do grau de


correlação entre duas variáveis (X e Y). Esse coeficiente, que
se representa por r, é dado pela fórmula:

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Diagrama de dispersão
O Coeficiente de Correlação
Um exemplo ajuda a entender o procedimento do cálculo. Dado
duas variáveis X e Y com os seus valores apresentados na
tabela abaixo: Qual a correlação entre essas duas variáveis?
x y
0 780
15 777
30 774
45 772
60 769
75 765
90 762
105 759
120 759
135 757
150 756
165 755
990 9185
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Diagrama de dispersão
O Coeficiente de Correlação
Um exemplo ajuda a entender o procedimento do cálculo. Dado
duas variáveis X e Y com os seus valores apresentados na
tabela abaixo: qual a correlação entre essas duas variáveis?
x y xy x² y²
0 780 0 0 608400
15 777 11655 225 603729
30 774 23220 900 599076
45 772 34740 2025 595984
60 769 46140 3600 591361
75 765 57375 5625 585225
90 762 68580 8100 580644
105 759 79695 11025 576081
120 759 91080 14400 576081
135 757 102195 18225 573049
150 756 113400 22500 571536
165 755 124575 27225 570025
990 9185 752655 113850 7031191
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Diagrama de dispersão

O Coeficiente de correlação
O valor de r varia entre – 1 e + 1, inclusive. Se houver valor
fora desse intervalo os cálculos estão errados. Valores de r
iguais a – 1 ou + 1 indicam que os pontos estão sobre uma
reta, isto é, a correlação é perfeita. Valores de r próximos de –
1 ou + 1 indicam correlação forte e valores de r próximos de
zero indicam correlação fraca ou nula. O sinal de r indicam se a
correlação é positiva ou negativa.

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Diagrama de dispersão
Interpretação da correlação
Correlação espúria

A correlação entre duas variáveis nem sempre significa uma


relação de causa e efeito. Muitas vezes existe uma terceira
variável, não estudada, que determina tanto aumentos de X
como aumentos (ou diminuições) em Y.

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Diagrama de dispersão
Interpretação da correlação
Extrapolação
Nem sempre se pode estimar com base no que se observou em
determinado período, o que acontecerá em outro período. Ex. relação de
peso/altura (por idade, pelo intervalo dos primeiros anos de vida).
O intervalo adequado
Quando se observam valores de Y para um intervalo pequeno de X, a
correlação entre as variáveis pode não se tornar evidente. Neste caso,
um intervalo maior será capaz de demonstrar se há, ou não, correlação.
A estratificação
Amostras provenientes de diferentes estratos devem ser analisadas
separadamente.
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Diagrama de dispersão
Interpretação da correlação
A dimensão dos eixos

Um diagrama de dispersão deve ter o aspecto de um quadrado.


Esse cuidado em geral garante melhor evidência da correlação
entre duas variáveis. Também é preciso cuidado com as
escalas. Observe a figura abaixo. É clara a correlação no
primeiro diagrama, o que não acontece no seguinte, embora os
dois diagramas exibam o mesmo conjunto de dados. Só
mudam as escalas. Portanto se os eixos não estão bem
dimensionados, a correlação pode ser interpretada de maneira
errada.

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Diagrama de dispersão
Interpretação da correlação
Os valores discrepantes

Feito o diagrama de dispersão, convém verificar se existe um ou mais


pontos longe do conjunto principal. A ocorrência desses pontos
discrepantes (outliers) é, em geral, explicada por erros de medida ou
por mudanças nas condições de operação. Tais pontos devem ser
descartados da análise, mas também devem merecer atenção.

A identificação de “outliers” e a análise das causas que levaram ao seu


aparecimento podem resultar em melhorias no processo ou em um
novo conhecimento sobre a forma de atuação de fatores cujos efeitos
na variável resposta y ainda eram desconhecidos. Por este motivo, os
“outliers” devem ser eliminados do conjunto de dados somente quando
existir uma forte evidência de que eles resultam de um erro de
registro, de medição ou de cálculo, do funcionamento inadequado de
algum equipamento ou de outras circunstâncias similares.
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Diagrama de dispersão
Exercícios
1. Mesmo sem dispor dos dados, indique e justifique o tipo de
correlação (positiva, negativa ou nula) e o grau (perfeita,
forte ou fraca) entre as variáveis:
a) Idade e experiência:
b) Salário e consumo de carne bovina;
c) Raio e comprimento de uma circunferência;

d) Reclamações de clientes e qualidade de produto.

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Diagrama de dispersão
Exercícios
2. É dado o número de itens descartados em duas linhas de
produção, durante oito dias do mesmo mês. Calcule o coeficiente
de correlação. Como você explica o resultado?
Números de itens descartados em duas linhas de produção
Dia X Y
1/3 2 2
2/3 3 2
3/3 4 3
4/3 4 4
5/3 2 3
8/3 3 2
9/3 1 1
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10/3 2 3
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Diagrama de dispersão
Exercícios
3. O alongamento de uma mola é função da carga aplicada. Com os
dados apresentados em seguida, faça um diagrama de dispersão.
Calcule o valor de r e discuta o problema. Depois, ajuste uma reta
de regressão que mostre o alongamento em função da carga.

Relação entre a carga e o alongamento de uma mola

Carga (kg) Alongamento Carga (kg) Alongamento


(cm) (cm)
1,0 0,5 4,0 2,0
1,5 0,7 4,5 2,3
2,0 1,1 5,0 2,5
2,5 1,3 5,5 2,8
3,0 1,5 6,0 3,0
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3,5 1,8
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Ferramentas da Qualidade

Exercícios

1. Faça uma, ou mais, folha(s) de verificação para acompanhar a


qualidade das aulas de uma disciplina do Curso de Eng. de
Produção (Eng. da Qualidade II, por ex.).

2. Defina um processo/produto e faça uma (ou mais) folha(s) de


verificação para acompanhar o desempenho do mesmo.

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O dia mais importante da vida é o dia presente, sempre!

Por hoje é só

FIM

O material dessas aulas baseia-se nos Capítulos 1, 2, 3, 4 e 5 do


Livro Estatística para a Qualidade: como avaliar com precisão a
qualidade em produtos e serviços. 11ª reimp. Sonia Vieira.
Publicado pela ed. Campus, 1999. Esse material só poderá ser
utilizado citando-se expressamente a fonte e para fins
acadêmicos.

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