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1. Introdução...................................................................... 3
2. Fisiopatologia............................................................... 3
3. Dermatite de contato (DC)...................................... 4
4. Dermatite seborreica (DS).....................................16
5. Tratamento..................................................................21
6. Dermatite atópica (DA)...........................................24
7. Outras dermatites.....................................................33
8. Desidrótico..................................................................34
Referências bibliográficas .........................................36
DERMATITES ECZEMATOSAS 3
SAIBA MAIS:
A dermatite de fraldas é um tipo de dermatite de contato por irritante mais prevalente na
faixa etária pediátrica. As lesões atingem a área de contato da fralda, ou seja, períneo, náde-
gas, abdome inferior e coxas. Podem ocorrer pela troca infrequente da fralda (fezes e urina)
ou por uso de irritantes químicos como talco, óleos, desodorante. A pomada de hidrocortisona
1% duas vezes ao dia por 5 dias pode ser utilizada como tratamento para dermatite leve
Face
Pálpebras
Cosméticos, perfumes,
Esmalte de unhas, rímel,
medicamentos tópicos,
colírios, condicionador e
esmalte de unhas, tintura
tintura de cabelos
para cabelos, chapéus
Orelhas Bocas e lábios
Batons, pasta de dente,
Aparelhos auditivos,
antisséptico oral,
hastes para limpeza,
guardanapos, chicletes e
medicamento tópico
frutas
Colo
Perfumes, colares, Axilas
cosméticos Desodorantes e
antitranspirantes
Mãos e antebraços
Substâncias
Linhas axilares
ocupacionais, plantas,
pós, pulseiras, ant. e p.
medicamentos Roupas
tópicos, relógio
Região genital
Região anal
Preservativo, roupas,
Papel higiênico,
produtos sanitários,
supusitórios
medicamento tópico
Coxas e pernas
Roupas, medicamentos
tópicos, cadeiras
Pés
Sapatos, chinelos, botas
e meias
Figura 4. Eczemas, localizações e respectivos desencadeantes. Fonte: Azulay, RD., Azulay-Abulafia, L. Dermatologia.
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017
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SAIBA MAIS
A dermatite de estase é uma dermatose inflamatória comum dos membros inferiores resultan-
te de uma manifestação tardia de insuficiência venosa crônica. Frequentemente se manifesta
com manchas ou placas eritematosas descamativas e eczematosas nas pernas cronicamente
edematosas. O tornozelo medial geralmente está envolvido, apresentando hiperpigmentação.
Figura 12. Bateria de testes de contato do Grupo Brasileiro de Estudos em Dermatite de Contato. Fonte: Manual de
Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. 2014.
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Tratamento Tratamento
Profilaxia
Figura 18. Dermatite seborreica no adulto fronte, nas bochechas, sulcos nasolabiais, couro cabeludo e as regiões
retroauriculares. Fonte: Fitzpatrick, T. B. et al. Tratado de Dermatologia. 7 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2010.
SAIBA MAIS
No histopatológico não existem características patognomônicas de dermatite seborreica. Em
pacientes que são soronegativos para HIV, a histologia mostra paraqueratose focal na cama-
da córnea da epiderme; crostas de escamas “em ombro” com neutrófilos picnóticos nos lábios
dos óstios foliculares dilatados; espongiose leve a moderada; infiltrado inflamatório escasso
na derme. Pacientes HIV +, a paraqueratose é mais generalizada e a epiderme mostra quera-
tinócitos necróticos; espongiose menos proeminente; infiltrado inflamatório mais denso.
Figura 19. Microscopia à esquerda demonstrando espongiose discreta no infundíbulo, com escamocros-
ta “em ombro”, no óstio folicular e formação de rolha córnea. A derme exibe infiltração inflamatória mononu-
clear. Microscopia à direita demonstrando detalhe da espongiose no infundíbulo e da escamocrosta “em om-
bro” no óstio folicular. Derme exibindo infiltração inflamatória mononuclear. Fonte: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962011000600002
Autolimitada, caracterizada
por lesões maculopapulosas,
Laterais do nariz, dobras nasolabiais, eritematosas ou amareladas, sem
glabelas, dobras retroauriculares, brilho, delimitadas e recobertas
couro cabeludo, região pré-esternal e por escamas de aspecto
interescapular, flexuras axilares gorduroso
e anogenitais Dermatose crônica, de curso
recidivante, que varia desde um
eritema leve a moderado até
Placas eritematosas e escamativas, de lesões papulosas, exsudativas e/
graus variáveis de extensão e intensidade. DS infantil ou escamativas
As lesões são maculopapulosas, Clínica DS adulto
eritematosas ou amareladas, sem brilho,
delimitadas e recobertas por escamas Exacerbações relacionadas ao
estresse ou privação de sono
Locacometidosais mais
Casos de recidiva
A apresentação clínica varia com a têm papel importante até o final des-
idade: sa fase. Observa-se que ao final do
Bebês e crianças < 2 anos: lesão segundo ano de vida algumas crian-
pruriginosa, eritematosa, escamosa e ças tem resolução espontânea (me-
com crostas na superfície extensora nos da metade dos casos), enquanto
dos membros, no tronco, face e couro o restante evolui para lesões menos
cabeludo. Inicia-se em regiões mala- exsudativas, mais papulosas, que
res e dissemina-se para regiões como possuem tendência a liquenificação,
couro cabeludo, pescoço, fronte, pu- acometendo dobras antecubitais e
nhos, face de extensão de membros e poplíteas, punhos, pálpebras, face
área das fraldas. Dentição, infecções, e pescoço. Ocorre ainda o aumento
distúrbios emocionais, alterações a hipersensibilidade a inalantes (pelo
ambientais (temperatura e umidade), de animais, pólen, penas e poeira do-
imunizações e outros fatores podem miciliar – ácaros). Pode haver ainda
agravá-la ou desencadeá-la. incidência aumentada, nos atópicos,
Acredita-se que antígenos alimen- de hipersensibilidade a níquel, neo-
tares como ovo, castanha, leite, soja, micina, oleorresinas e lanolina.
peixe, galinha e aditivos alimentares
Figura 21. Dermatite atópica infantil severa, caracterizada por eritema generalizado e crostas. Fonte: https://
www.uptodate.com/contents/image?imageKey=DERM%2F116080~DERM%2F116269~ALLRG%2F77457~-
DERM%2F77386~ALLRG%2F56461~DERM%2F116268~DERM%2F116270&topicKey=DERM%2F1727&se-
arch=dermatite&rank=1~150&source=see_link
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Figura 23. Dermatite atópica infantil. Uma localização característica da dermatite atópica em crianças é a região ao re-
dor da boca. Nesta criança, há liquenificação, fissuras e crosta. Fonte: Fitzpatrick, T. B. et al. Tratado de Dermatologia.
7 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2010.
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SAIBA MAIS
Indivíduos com DA pode cursar ainda com ictiose vulgar, em 10% a 15%, que corresponde
a pele seca, escamosa ou espessa. A hiperlinearidade na palma das mãos e queratose pilar
também podem aparecer em paciente com DA e ictiose vulgar.
Figura 28. Ictiose vulgar. Fonte: https://www.sbd.org.br/ Figura 29. Hiperlinearidade palmar na ictiose vulgar.
dermatologia/pele/doencas-e-problemas/ictiose/42/ Fonte https://www.uptodate.com/contents/image?ima-
geKey=DERM%2F90481&topicKey=ENDO%2F7863&-
search=dermatite&source=see_link
Erupção na face e/ou superfície extensora em crian- Prega de Dennie-Morgan (linha acentuada na pálpebra
ças menores e lactentes inferior)
Queratose pilar
Ictiose vulgar
Clínica Etiologia
Adultos: lesão geralmente mais localizada, com
liquenificação predominante, mas também pode ser
vista em formas exsudativas, eczema crônico nas
mãos, dermatite facial e eczema palpebral também são Aumento de IgE
frequentemente observados
História familiar de atopia em 70% dos casos
DERMATITE
Ciclo vicioso de prurido escarificação erupção ATÓPICA História familiar de atopia em 70% dos casos
prurido escarificação
Aumento de IL-4, IL-13, IL-5, IL-12, IFN-gama e
outros fatores inflamatórios
Lesões com infecções secundárias, o uso de Evitar contato com grama, roupas sintéticas, lã
antibiótico efetivo contra S. aureus é fundamental
para melhora do quadro Corticosteroides tópicos
7. OUTRAS DERMATITES
Numular
Também chamado de eczema discoi-
de. É uma doença inflamatória crôni-
ca da pele, recorrente e recidivante,
caracterizada por múltiplas lesões
eczematosas pruriginosas, em forma
de moeda, envolvendo as extremida-
des e, menos comumente, o tronco.
Ocorre com maior frequência em ho-
mens acima de 50 anos.
Figura 32. Características histológicas do eczema numular. (A) Acantose irregular, espongiose e infiltrado inflamató-
rio perivascular superficial. (B) Espongiose acompanhada de exocitose de células inflamatórias. Fonte: https://www.
uptodate.com/contents/image?imageKey=DERM%2F97004&topicKey=DERM%2F13666&search=dermatite&sour-
ce=see_link
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8. DESIDRÓTICO
Também chamado de eczema pal-
moplantar agudo. É uma dermatite
vesicular intensamente pruriginosa,
crônica e recorrente, com etiologia
desconhecida e que envolve palma
das mãos, planta dos pés e regiões
laterais dos dedos.
As manifestações clínicas caracte- Figura 33. Eczema desidrótico severo, com grandes
bolhas coalescentes em palmas das mãos do pa-
rísticas são presença de múltiplas ciente. Fonte: https://www.uptodate.com/contents/
vesículas pequenas e profundas em image?imageKey=DERM%2F83007&topicKey=DER-
M%2F1727&search=dermatite&rank=1~150&sour-
região de mão e pé. Podem ocorrer ce=see_link
ainda formações bolhosas e podem
ficar superinfectadas. Duram por vá-
rias semanas, até que secam e des-
camam, desaparecendo.
O diagnóstico é clinico, raramente ne-
cessitando de biópsia ou teste de pa-
tch para diagnóstico diferencial (der-
matite de contato).
A conduta do eczema desidrótico é
identificar e prevenir fatores causais Figura 34. Eczema desidrótico severo com sinais de
infecção secundária associada. Fonte: https://www.
ou exacerbantes, tratar a inflamação uptodate.com/contents/image?imageKey=DERM%-
da pele (inibidores tópicos de calci- 2F83006&topicKey=DERM%2F1727&search=-
dermatite&rank=1~150&source=see_link
neurina, como primeira linha, ou corti-
costeroides tópicos) e adotar medidas
de cuidados com a pele para reduzir
irritação.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. Artes Médicas. São Paulo, 2014.
Wolff, K., Johnson, R.A., Saavedra, A. P. Dermatologia de Fitzpatrick. 7. ed. 2015.
Weston, W., Howe, W. Overview of dermatitis (eczema). Uptodate, 2019.
Sasseville, D. Seborrheic dermatitis in adolescents and adults. Uptodate, 2018.
Sampaio, A.L., et al. Dermatite seborreica. Anais Brasileiros de Dermatologia. Vol 82. Rio de
Janeiro, 2011.
Weston. W.L., Howe. W. Atopic dermatitis (eczema): Pathogenesis, clinical manifestations,
and diagnosis. Uptodate, 2019.
Zirwas, M.J. Nummular eczema. Uptodate, 2018.
Adams, D.R, Marks, J.G. Acute palmoplantar eczema (dyshidrotic eczema). Uptodate, 2019.
Azulay, RD., Azulay-Abulafia, L. Dermatologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2017.
Fitzpatrick, T. B. et al. Tratado de Dermatologia. 7 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2010.
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