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Atletismo:
Aspectos Pedagógicos e
Aprofundamentos
Autores: Prof. José Luis Fernandes
Prof. Gil Oliveira da Silva Junior
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago
Prof. Mario André Sigoli
Graduado em Educação Física, técnico esportivo, com especialização e mestrado pela Escola de Educação Física
da USP. Professor de atletismo e futebol na USP, UNIP e Unesp, além de diversas faculdades de Educação Física. Possui
vivência ampla como preparador físico e técnico de futebol profissional no Brasil e em vários outros países.
Como preparador físico e técnico, atuou em vários torneios internacionais com as seleções de base do Brasil e as
seleções profissionais do Japão, Qatar, Peru e também equipes profissionais do Brasil, Peru, Qatar e Emirados Árabes
Unidos. Disputou as seguintes competições: Campeonato Mundial Sub-20 da Fifa, Copa do Golfo e da Ásia de seleções
profissionais, Copa Libertadores da América, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e campeonatos estaduais com
equipes, tendo conquistado vários títulos nacionais e internacionais em todos os países onde trabalhou.
Graduado em Educação Física pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2007) e mestre em Treino Desportivo
para Crianças e Jovens pela Universidade de Coimbra (2011), em Portugal, tendo o título reconhecido pela Escola de
Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP). Trabalha no treinamento esportivo de pessoas com
deficiência e alto rendimento na modalidade remo. Desde 2012, é docente na Universidade Paulista – UNIP, na disciplina
de Corporeidade e Motricidade Humana, além de atuar com ensino do esporte, aprendizagem e desenvolvimento
motor, crescimento e desenvolvimento humano.
CDU 796.422
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Vitor Andrade
Fernanda Pereira
Sumário
Atletismo: Aspectos Pedagógicos e Aprofundamentos
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 CONHECENDO O ATLETISMO ...................................................................................................................... 11
1.1 Breve história do atletismo .............................................................................................................. 11
1.2 Divisão do atletismo............................................................................................................................ 12
1.2.1 Provas de pista ......................................................................................................................................... 13
1.2.2 Provas de campo ..................................................................................................................................... 14
1.2.3 Saltos horizontais ................................................................................................................................... 14
1.2.4 Saltos verticais ......................................................................................................................................... 15
1.2.5 Lançamento de dardo ........................................................................................................................... 16
1.2.6 Lançamento de disco ............................................................................................................................ 16
1.2.7 Lançamento de martelo ....................................................................................................................... 17
1.2.8 Arremesso de peso ................................................................................................................................. 18
1.2.9 Provas combinadas ................................................................................................................................ 19
2 ETAPAS DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E TREINAMENTO DO ATLETISMO ...................... 20
2.1 Metodologia para o ensino e desenvolvimento ...................................................................... 21
2.1.1 Método do jogo ....................................................................................................................................... 22
2.1.2 Método global .......................................................................................................................................... 22
2.1.3 Método analítico ..................................................................................................................................... 22
Unidade II
3 PROVAS DE PISTA: CORRIDAS.................................................................................................................... 25
3.1 Classificação das provas de corridas ............................................................................................ 26
3.1.1 Quanto à organização........................................................................................................................... 26
3.1.2 Quanto ao desenvolvimento .............................................................................................................. 26
3.1.3 Quanto ao ritmo...................................................................................................................................... 27
3.1.4 Quanto ao esforço fisiológico............................................................................................................ 27
3.1.5 Corridas em pista coberta (200 metros) ou de competições indoor ................................. 27
3.1.6 Quanto ao piso......................................................................................................................................... 28
3.2 Técnica das corridas rasas ................................................................................................................. 28
3.2.1 Ação total do corpo ............................................................................................................................... 29
3.2.2 Ângulo de inclinação do corpo ......................................................................................................... 29
3.2.3 Movimento dos braços ......................................................................................................................... 30
Unidade III
5 SALTOS HORIZONTAIS ................................................................................................................................... 78
5.1 Salto em distância ............................................................................................................................... 79
5.1.1 Corrida de impulso ................................................................................................................................. 79
5.1.2 Impulsão ..................................................................................................................................................... 80
5.1.3 Fase aérea................................................................................................................................................... 80
5.1.4 Queda ou aterrissagem ........................................................................................................................ 82
5.2 Metodologia para o ensino da técnica ........................................................................................ 82
5.3 Regras básicas de competição ........................................................................................................ 85
5.4 Salto triplo .............................................................................................................................................. 87
5.4.1 Técnica de salto ....................................................................................................................................... 87
5.4.2 Metodologia para o ensino da técnica do salto......................................................................... 89
5.4.3 Regras básicas de competição........................................................................................................... 90
6 SALTOS VERTICAIS........................................................................................................................................... 91
6.1 Salto em altura ...................................................................................................................................... 91
6.1.1 Técnica de salto ....................................................................................................................................... 93
Unidade IV
7 OS LANÇAMENTOS........................................................................................................................................116
7.1 Arremesso de peso .............................................................................................................................119
7.1.1 Visão histórica ........................................................................................................................................119
7.1.2 Técnica de arremesso ..........................................................................................................................121
7.2 Fases da técnica no estilo de costas ou Parry O’Brien ........................................................121
7.2.1 Empunhadura .........................................................................................................................................121
7.2.2 Posição inicial ........................................................................................................................................ 122
7.2.3 Deslocamento (a, b, c) ........................................................................................................................ 122
7.2.4 Posição final (d) .................................................................................................................................... 122
7.2.5 Arremesso (e, f) ..................................................................................................................................... 122
7.2.6 Troca de pés ou reversão (g) ............................................................................................................ 123
7.3 Fases da técnica no estilo com rotação ....................................................................................124
7.3.1 Metodologia para ensino e desenvolvimento da técnica de arremesso de peso ...... 126
7.3.2 Regras básicas de competição........................................................................................................ 127
7.4 Lançamento de dardo.......................................................................................................................128
7.4.1 Técnica de lançamento...................................................................................................................... 129
7.4.2 Metodologia para o ensino da técnica ....................................................................................... 133
7.4.3 Regras básicas de competição.........................................................................................................141
8 LANÇAMENTO COM ROTAÇÃO.................................................................................................................142
8.1 Lançamento de disco ........................................................................................................................142
8.1.1 Técnica de lançamento...................................................................................................................... 143
8.1.2 Metodologia para o ensino da técnica de lançamento ....................................................... 146
8.1.3 Regras básicas de competição........................................................................................................ 149
8.2 Lançamento de martelo ..................................................................................................................150
8.2.1 Técnica de lançamento.......................................................................................................................151
8.2.2 Metodologia para ensino da técnica de lançamento ........................................................... 153
8.2.3 Regras básicas de competição........................................................................................................ 158
APRESENTAÇÃO
Este livro-texto tem como objetivo estudar as técnicas e regras básicas de competição das provas
que compõem o atletismo, bem como a metodologia para o ensino dessa modalidade esportiva com
seus respectivos estilos.
Os alunos deverão ser capazes de atuar na área da educação física escolar (licenciatura), aprofundando
os conhecimentos básicos que são exigidos na formação do professor, tanto para atuar no esporte para
saúde e lazer, quando em outros seguimentos do esporte não escolar, e, finalmente, nas bases do esporte
em nível de rendimento (graduação).
Após estudar o conteúdo deste livro-texto, você deverá ser capaz de:
• valorizar o atletismo como esporte de base e reconhecer seu valor filosófico, educacional, social,
na saúde e também como esporte de rendimento;
• conhecer as diferentes provas que compõem essa modalidade esportiva e as regras básicas
de competição;
• entender os exercícios apresentados como exemplos para se ensinar as técnicas das provas desse
esporte e também o condicionamento físico específico para cada uma delas;
• entender as regras básicas que regem as competições nos níveis escolar, lazer e alto nível;
INTRODUÇÃO
Em cada unidade será abordado o conteúdo que faz parte do cotidiano do docente no desempenho da sua
missão tanto no aspecto técnico, teórico e prático, como no pedagógico para a aplicação dos seus conhecimentos
através de uma abordagem teórica sobre cada uma das provas, além da metodologia usada na aplicação prática.
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Para isso, serão estudadas as técnicas de cada uma das provas que compõem esse esporte; as
metodologias mais utilizadas para o ensino e promoção da mecânica de cada prova; as regras básicas
de competição no que se refere à interpretação dos aspectos práticos aplicáveis, principalmente em
competições escolares ou de iniciantes; e as citações mais importantes que constam no texto oficial das
regras vigentes para competições.
Inicialmente, serão abordados os aspectos históricos mais relevantes do atletismo, o que possibilitará
uma visão resumida, mas esclarecedora, sobre os fatos que marcaram essa modalidade como a mais
notável do esporte olímpico. Também veremos a composição e a divisão do atletismo, mostrando as
etapas do processo de ensino e evolução desse esporte.
Em seguida, serão estudadas as provas de pista, constituídas pelas corridas em todas as suas formas,
envolvendo os aspectos técnicos e físicos, as regras básicas de competição e a metodologia para o
ensino e propagação dessa especialidade. Por fim, veremos as provas de campo, formadas pelos saltos,
e as provas de lançamentos.
A ideia central do conteúdo está focada em esclarecer quando, como, onde e o porquê de tudo o
que envolve o processo pedagógico para ensino, desenvolvimento e domínio dos componentes físico,
técnico e tático nos diversos níveis de solicitação para a prática dessa atividade esportiva.
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Unidade I
1 CONHECENDO O ATLETISMO
A origem do atletismo remonta aos tempos de nossos ancestrais, que, para sobrevivência, usavam no
dia a dia algumas formas de atividades naturais: andar longas distâncias em busca de alimentos, correr
atrás de vários tipos de animais ou para fugir deles; saltar obstáculos da natureza selvagem e arremessar
ou lançar diferentes armas utilizadas para caçar. Essas ações rotineiras aos poucos foram transformadas em
atividades de competição em festas religiosas, nas quais os participantes demonstravam suas habilidades
naturais de marchar, andar, correr, saltar e lançar, que mais tarde se converteriam no atletismo.
As primeiras provas foram disputadas na Grécia Antiga em jogos religiosos praticados pelos gregos
em honra aos deuses mitológicos. Dentre esses jogos, o mais importante, em homenagem a Zeus, teve
início no ano de 776 a.C. na cidade grega de Olímpia. Os jogos eram disputados de quatro em quatro
anos e até hoje são realizados dessa maneira.
Inicialmente, as provas eram disputadas em quatro tipos de corridas com distâncias variadas:
• corrida das armas: atletas corriam 2 e 4 estádios, levando capacete, escudo e um tipo de arma,
que podia ser um gládio ou arco e flecha;
• pentatlo: composto de cinco provas disputadas por um atleta na seguinte ordem: lançamento de
disco, lançamento de dardo, salto em distância, corrida do estádio e luta. Esse modo de disputa
deu origem às provas combinadas do atletismo atual: o heptatlo e o decatlo.
Com a invasão e conquista da Grécia pelos romanos, os gregos perderam o interesse pelos jogos
olímpicos, extintos definitivamente em 394 d.C. pelo imperador romano Teodósio. Durante toda a Idade
Média, as atividades físicas e os esportes passaram por um período obscuro. Somente no início do século
XIX, na Inglaterra, os esportes voltaram a ser praticados e foram regulamentados, passando a ser usados
como modelo de socialização. Essa ideia foi aos poucos se espalhando por todo o mundo; os esportes
adquiriram um formato moderno e continuam em evolução até hoje.
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Unidade I
Com o atletismo não foi diferente: a modalidade passou por uma série de transformações. A princípio,
era praticada apenas por homens; mais tarde, gradativamente, as mulheres iniciaram a sua participação,
mas limitadas a competirem em apenas algumas das provas. Aos poucos, elas foram ganhando mais
espaço e, com a ajuda da ciência do esporte, alguns tabus foram quebrados. Atualmente, todas as provas
que compõem o atletismo são disputadas por homens e mulheres, sem distinção.
Saiba mais
No Brasil, a prática do atletismo foi consolidada nas três primeiras décadas do século XX. Em 1914, a
Confederação Brasileira de Desportos (CBD) filiou-se à International Association of Athletics Federations
(Associação Internacional de Federações do Atletismo – IAAF), com sede em Londres. Em 1924, enviou
a sua primeira equipe de atletismo aos Jogos Olímpicos da França; no ano seguinte, foi instituído o
Campeonato Brasileiro de Atletismo, e em 1931 começa a participar dos campeonatos sul-americanos.
Observação
Como já vimos, o atletismo é composto de grupos de provas, nos quais o praticante é desafiado a
demonstrar o melhor de suas capacidades e habilidades naturais para correr, saltar, lançar e marchar de
forma individual. Por ser uma atividade individual, pode ser praticado por todos, por prazer ou lazer ou
pelo desejo de autossuperação.
Quando se trata de competição, um mesmo atleta não é capaz de render o máximo de suas
potencialidades para se tornar um vencedor completo, já que isso exigiria condições específicas em
todas as capacidades físicas e motoras em cada prova. Assim, os praticantes se especializam apenas em
algumas modalidades.
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As opções são muito variadas. Em razão da complexidade e por uma questão de organização, todas
as provas são distribuídas em grupos conforme suas características técnicas e físicas. Dessa maneira, a
composição do atletismo é dada pelos seguintes grupos:
• provas de pista;
• provas de campo;
• provas combinadas;
• marcha atlética;
• corridas de rua.
Esse grupo é composto de corridas. Possui essa denominação por se tratar de provas disputadas em
pista de corridas com distâncias de 100 metros até 10.000 metros:
• corridas rasas: 100, 200, 400, 800, 1500, 5000 e 10.000 metros;
• corridas com barreiras: 100 metros (feminino), 110 metros (masculino), 400 metros (masculino
e feminino);
A pista oficial é oval e formada por duas retas opostas e duas curvas com raios iguais. Possui no
mínimo oito raias, com 1,22 metros de largura cada, marcadas por linhas brancas de 5 cm de largura. A
raia interna é denominada raia um (1), de onde se tira a medida do comprimento da pista, que deve ser
de 400 metros – tomados a 30 cm da borda interna dessa raia.
Para todas as provas, existe uma única linha de chegada, que está situada no fim da reta principal.
Nesta, são realizadas as corridas de 100 e 110 metros rasos e sobre barreiras.
As linhas de partida, para todas as provas, devem ser brancas, com 5 cm de largura e marcadas da
linha de chegada para trás (medindo-se a distância de cada prova).
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Unidade I
Pista de atletismo
1500 mt.
200 mt.
Fosso (3000)
400 mt.
800 mt.
110 mt. 100 mt. Chegada
Este grupo de provas corresponde àquelas disputadas na parte interna da pista, que são as provas de
saltos e arremesso ou lançamentos:
• arremesso de peso;
Cada uma dessas provas é disputada em uma área específica do campo e possui um nome de identificação.
Os saltos horizontais (distância e triplo) são realizados em uma zona localizada paralelamente à
reta principal da pista, que é formada por um corredor de 40 m de comprimento até o fim da tábua de
impulsão, com 1,25 m de largura. Esse corredor termina em uma caixa de areia, denominada área de
queda, de 2,75 a 3 metros de largura. O comprimento deve ser de, no mínimo, 10 metros da tábua de
impulsão até o fim da caixa de areia. A tábua de impulsão é feita de madeira ou outro material rígido,
com 1,22 m de comprimento por 20 cm de largura e 10 cm de altura abaixo do nível da pista.
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Tábua de
impulsão
40,0m
1,22m Caixa de areia
Corredor de saltos 3,0m x 20,0m
Os saltos verticais (altura e vara) são realizados em uma zona própria para cada um, na qual o
saltador deve correr para acumular forças e conseguir impulsionar para cima e ultrapassar, o mais alto
possível, uma barra (sarrafo) horizontal apoiada em dois postes.
A área para o salto em altura é composta de um corredor em forma de leque com 15, 20 ou 25
m de comprimento, que termina na região de queda, com 5 m de largura por 3 m de fundo, onde é
colocado o colchão ou outra coisa similar para amortecer a queda do saltador. Os postes para suporte
da barra transversal deverão estar situados logo no início da área de queda e ser separados por uma
distância de 4 m.
Pista para
corrida de impulso
Sarrafo ou barra
Colchão
de queda Suporte para
o sarrafo
No salto com vara, para realizar sua tentativa, o saltador, portando nas mãos uma vara própria,
utiliza um corredor marcado por linhas brancas de 5 cm de largura, com 40 a 45 m de comprimento por
1,22 metros de largura. No fim desse corredor, é colocado o encaixe para a vara enterrado no chão ao
nível da pista, que deve possuir 1 m de comprimento por 60 cm de largura na parte inicial e 40 cm na
parte final, em sua parte alta, e 15 cm na parte baixa. Ao fim do corredor, logo em seguida ao encaixe,
está situada a zona de queda, com 6 m2, onde se encontra um colchão com 80 cm de altura para queda.
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Unidade I
Lembrete
A prova de lançamento de dardo é disputada em uma área formada por um corredor de, no mínimo,
30 m de comprimento, marcado por duas linhas paralelas de 5 cm de largura e afastadas a 4 m uma da outra.
No fim desse corredor, existe um arco de círculo traçado com um raio de 8 m. Esse arco é pintado de
branco, tem 7 cm de largura e pode ser de madeira. Em cada extremidade do arco, há um prolongamento
de 75 cm das linhas em ângulo reto com o corredor. O setor de queda do dardo é demarcado com
duas linhas brancas de 5 cm de largura, que, teoricamente, se iniciam no centro do corredor a 8 m de
distância do fim do corredor de lançamentos. Ligando as duas linhas do setor de quedas, são traçados
arcos de 10 em 10 metros a partir dos seus 40 m iniciais.
Essa prova consiste em se lançar um disco de 2 kg, para os homens, e 1 kg, para as mulheres, do
interior do círculo de 2,5 m de diâmetro interno, contornado por um aro branco de 6 mm de espessura.
A partir do centro do círculo, iniciam-se duas linhas brancas com 5 mm de largura, que se estendem
para fora e se prolongam para determinar o setor de queda a uma distância de vários metros, de acordo
com o nível da competição.
O círculo é dividido em duas metades (denominadas anterior e posterior) que são marcadas por uma
linha divisória, estendendo-se em 75 cm pelos lados de fora e formando um ângulo reto com o eixo
central do setor de queda no centro do círculo.
Para agilizar a medição da distância do lançamento, são marcados arcos de 10 em 10 mm, unindo as
linhas demarcatórias do setor de queda.
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Envolvendo o círculo, como modo de proteção em caso de desvio da trajetória do implemento a ser
lançado, existe uma gaiola em forma de U, que evita a saída do disco para outra direção que não seja a
desejada pelo competidor.
O lançamento de martelo é, tecnicamente, a prova mais complexa dos lançamentos, uma vez que
envolve uma série de giros velozes executados pelo corpo do atleta e também do implemento (martelo)
de uma forma muito rápida e coordenada dentro de um espaço relativamente pequeno, que é o círculo
de lançamento.
A cabeça de metal é uma esfera de ferro maciço ou outro metal não menos macio, cheio de chumbo
ou outro material sólido. O cabo é feito de arame de aço inteiriço com 3 mm de diâmetro, que pode
ter alça em uma ou ambas as extremidades como meio de conexão com a cabeça e a empunhadura. A
cabeça deverá ser rígida e sem nenhum tipo de conexão articulada.
A) B)
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Unidade I
O círculo é dividido em duas metades, posterior e anterior, marcadas por uma linha branca de 5 cm,
que é marcada a partir do aro em sua parte lateral – com 75 cm de comprimento.
Teoricamente, partem do centro do círculo duas linhas brancas de 5 cm de largura que são marcadas
a partir da parte externa do aro e se prolongam por, no mínimo, 75 m em cada lado do círculo para
definir o setor de queda do martelo após seu lançamento.
Ao redor do círculo, deve haver uma gaiola de proteção em forma de U, tendo a parte aberta voltada
para frente na direção do lançamento.
Essa prova consiste em arremessar uma bola de ferro maciço de 7,26 kg e diâmetro de 110 a 130 mm
para os homens; para as mulheres, 4 kg e com 95 a 110 mm de diâmetro.
Na tabela a seguir, é mostrado um resumo geral dos pesos oficiais de cada implemento conforme as
regras da Iaaf e da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Tabela 1
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Lembrete
As provas combinadas no atletismo são representadas por desafios nos quais um mesmo atleta
participa de uma combinação de várias provas, como corridas, saltos e lançamentos. A disputa se
desenvolve em dois dias seguidos de competições.
O decatlo compreende dez provas, disputadas em dois dias consecutivos, na seguinte ordem:
• primeiro dia: 100 m rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e 400 m rasos;
• segundo dia: 110 m com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e
1500 m.
O heptatlo feminino compreende sete provas, disputadas em dois dias consecutivos entre as
mulheres, na seguinte ordem:
• primeiro dia: 100 m sobre barreiras, salto em altura, arremesso de peso e 200 m rasos;
Os competidores recebem uma pontuação em cada uma das provas. Essa pontuação é somada,
sendo declarado vencedor aquele que obtiver mais pontos.
Saiba mais
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Unidade I
Considerando essas necessidades, cada etapa que compõe esse processo tem uma denominação
própria conforme especialistas, e neste livro-texto vamos utilizar uma ideia bem adequada à visão.
Frometa e Takahashi (2004) dividem todo o processo de aprendizagem e evolução do atletismo em etapas:
• Etapa de “destreinamento”.
A etapa de iniciação multilateral compreende a fase em que a criança está em pleno desenvolvimento
de suas capacidades físicas e motoras, em especial a coordenação motora. Portanto, é favorável a
aquisição das mais variadas experiências de movimentos, que compõem a base para a aprendizagem da
técnica esportiva em geral.
• Executar os exercícios motores básicos que sustentam a técnica de iniciação nas corridas, nos
saltos horizontais e verticais, no lançamento da pelota e na marcha atlética.
• Fomentar hábitos para fazer da prática do atletismo uma atividade consciente e sistemática.
Na etapa de iniciação multilateral especial em uma área do atletismo, com a base adquirida no
período anterior, o trabalho começa a ser dirigido para uma especialidade ou grupo de provas, já
começando a explorar o potencial da criança para que naturalmente ela comece a gostar e a praticar
sistematicamente aquela modalidade.
A partir dos 14 anos, o adolescente, com uma base já solidificada e com identidade direcionada para
uma das áreas do atletismo, começa a praticar uma atividade mais específica, de preferência não apenas
em uma prova. Essa é a característica da etapa do desenvolvimento, que dura, em média, de cinco a
seis anos. No fim dessa etapa, o jovem já estará completamente identificado com uma ou mais provas
do atletismo; chega o momento de decidir em qual prova ele se especializará, em que nível seguirá
praticando o esporte e quais serão as suas pretensões.
A partir dos 19 anos, se a opção for pela continuidade, inicia-se uma nova etapa, que visa ao preparo
para competições de alto nível e alto rendimento, daí o nome etapa de alto rendimento. É o momento da
busca incansável pela perfeição, que depende das exigências predominantes no tipo de prova praticado.
A duração desse período áureo está condicionada às exigências da modalidade, por exemplo, em provas
predominantemente de velocidade, os melhores resultados da vida atlética chegam, no máximo, até os
28 anos de idade; para cada especialização existe um período variável de melhor performance.
Após esse período áureo, inicia-se um novo período denominado “destreinamento” (FROMETA;
TAKAHASHI, 2004), que poderia ser considerado como uma fase de manutenção para prolongar a vida
útil do atleta.
Independentemente do nome dado a cada etapa, fase ou estágio, o mais importante é entender o
que deve ser trabalhado ou treinado em cada momento ou espaço de tempo ao longo do processo. Essa
é a compreensão necessária para a aplicação correta de uma metodologia adequada a cada objetivo,
sem queimar etapas e dando uma continuidade natural a todos os critérios que envolvem o ensino e
desenvolvimento do atletismo.
Saiba mais
É essencial iniciarmos esse assunto perguntando: como o professor ensinará o atletismo? Saber
ensinar é, provavelmente, a maior virtude do professor; nela, está envolvida uma série de atributos
imprescindíveis, e um deles é conhecer e escolher as metodologias adequadas para a faixa etária, os
objetivos e as condições em que irá trabalhar.
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Unidade I
Os métodos aplicados podem ser muito variados, mas nas disciplinas esportivas alguns deles são
praticamente universais e simples de entender e aplicar.
Vamos então conhecer esses métodos, que são os mais utilizados e eficientes.
Exemplo de aplicação
O atletismo é considerado o esporte de base porque reproduz as atividades naturais dos humanos, que
são: andar (marcha), correr, saltar e arremessar. Reflita a respeito das provas que compõem o atletismo
moderno e de que forma sua prática poderá contribuir para o desenvolvimento das capacidades físicas
e motoras das pessoas, em especial na idade escolar.
Esse método é muito importante, especialmente na faixa etária entre 8 e 10 anos de idade, porque
tem um caráter lúdico que motiva a criança. É promovido através de jogos adaptados aos componentes
técnicos e físicos do atletismo. Como todos os métodos, possui vantagens e desvantagens para o
resultado final:
• vantagens: caráter lúdico, motivação, espírito de equipe, inclusão de todos e também favorece a
criatividade;
• desvantagens: não trabalha a coordenação bilateral (a menos que sejam incluídas regras obrigando
o uso de ambos os lados do corpo), imprecisão do aprendizado.
Como o próprio nome sugere, com este método a aprendizagem acontece através da prática da
modalidade como um todo, ou seja, a técnica é aprendida e promovida com a prática sistemática do
gesto técnico global. Por exemplo, aprende-se a saltar triplo, correr sobre barreiras, arremessar peso etc.,
executando a ação técnica dessas provas, ou seja, salta triplo, arremessa, corre com barreiras e assim por
diante. Aprende-se as corridas, correndo; os saltos, saltando e lançar, lançando.
O método analítico também é conhecido como método das partes. Ocorre passo a passo: a
aprendizagem se dá por meio da aplicação de uma sequência pedagógica (sequência de exercícios
educativos exercida em dificuldade progressiva).
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Baixado por Lais Sette Galinari (laissette@gmail.com)
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Mais adiante, quando for estudada cada uma das provas, serão apresentados exemplos de exercícios
e atividades correspondentes a cada um desses métodos.
Observação
Resumo
Unidade I
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