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MANAUS – AM
2023
FACULDADE BOAS NOVAS
Disciplina: Psicologia da
Personalidade
MANAUS - AM
2023
INTRODUÇÃO
São objetivos deste texto, informar de uma forma clara e simples sobre este estudo
de caso. Sendo assim, como foi realizado os atendimentos, o histórico do paciente,
a queixa ou até mesmo, informar como é realizado o tratamento, com oindivíduo que
esteja sofrendo com este incomodo, que será citado neste artigo.
Este conteúdo está organizado em sete etapas, na primeira parte será abordado
sobre a fundamentação teórica do caso clinico, na segunda parte citou-se
aintrodução ao caso, a terceira parte referiu-se as queixas apresentadas pelo
paciente, na quarta parte descreveu-se o histórico, a quinta parte explanou-se sobre
a avaliação do terapeuta, a sexta parte mencionou-se o progresso do caso clinico e
a sétima parte e última, relatou-se a conclusão do artigo.
DESENVOLVIMENTO
DESCRIÇÃO DO CASO
O início do atendimento do jovem Pedro se deu de modo não muito usual para a
clínica psicanalítica: a demanda foi por tratamento no seu domicílio, já que o pânico
o impossibilitava, há dez anos, de sair de casa. Diante da dificuldade de ele não
poder subir em prédios, nem adentrar elevador, iniciei as sessões, duas vezes por
semana, em sua residência, onde procurava, juntamente com ele, organizar um
setting terapêutico para a realização de tais sessões. Estas aconteciam na sala de
visitas, com duração de quarenta e cinco minutos, não havendo a interrupção de
familiares. Isso lhe possibilitou colocar-se livremente e tecer suas considerações
subjetivas sobre o pânico. Ouvi-lo no próprio li- mite de sua angústia foi fundamental
não só para compreender a manifestação dos sintomas, como também para o
estabelecimento da transferência, ou seja, primeiro me dispor a me deslocar do meu
lugar físico para, em contrapartida, favorecer o deslocamento dele. O atendimento
em um lugar diferente do setting analítico requereu manejo diferente e paradoxal:
ser acolhida como visitante (ele me recebia numa sala de visitas) e, ao mesmo
tempo, acolhê-lo em uma escuta diferenciada. Creio que essa troca física de lugares
pode ter favorecido o deslocamento do seu discurso de descrições dos sintomas
físicos para elaborações subjetivas: abandonou as manifestações corporais e deu
início a uma nova possibilidade de expressão.
Eu não me lembro do meu nascimento pelo lado material, mas alguma coisa deve
ter ficado na minha memória, sendo que eu não consigo ter essa recordação, não
consigo colocar na linguagem de hoje, porque naquela época eu estava em uma
outra linguagem, então é, isso que agora eu não estou conseguindo dizer. O que eu
sei é que ficaram só lembranças primitivas do lado do sentimento mesmo (relato de
Pedro).
O medo que eu tenho do parto não tem nada a ver com o medo que eu tenho da
vida, mas sim daqueles primeiros instantes do nascimento. A mesma coisa é com
relação à morte. Eu não tenho medo do que eu vou encontrar depois [pausa], mas
como vão ser aqueles primeiros instantes, quando estiver morrendo. (relato de
Pedro).
Depois da primeira crise, ele passou por alguns profissionais da área médica.
Contudo, os sintomas persistiram. Em seguida, seus pais foram transferidos para
uma cidade da Paraíba, próximo à João Pessoa, quando, então, iniciou o trabalho
analítico em paralelo com o acompanhamento médico. Lembro-me de que, nas
primeiras sessões, Pedro já fazia associações significativas a respeito de seus
sintomas e, como ele disse mais adiante: "saídas mais construtivas", associações
sobre o surgimento do pânico. Dessa forma, chegou a revelar que a doença havia
começado muito antes, desde o seu nascimento:
Eu acho que o meu problema aconteceu muito antes de eu nascer, está lá atrás, no
físico mesmo. Eu digo que é uma doença, porque muita gente tem o mesmo que eu
sinto, por isso que eu acho que é uma doença, não é algo individual, como eu
estava achando [pausa], mas sim co- letivo. (relato de Pedro).
RESUMO
Lembremos que, em princípio, a criança tem um tipo de relação com a mãe diante
da qual o pai, como pai real, é um estranho. Nenhuma instância exterior é capaz de
poder mediatizar os móbeis do desejo. Essa indistinção resulta do fato de que o filho
constitui o único objeto que pode satisfazer o desejo da mãe. De fora desse circuito,
o pai real não pode assumir sua função simbólica. Enquanto o filho fica nesse lugar
de objeto suscetível de satisfazer o desejo da mãe, ele está identificado com o seu
falo. Mas, no momento em que percebe o pai como um intruso, ele começa a se
questionar acerca da sua identificação imaginária com o objeto do desejo da mãe,
surgindo uma incerteza quanto ao seu lugar no desejo dela, e isso o leva a
confrontar-se com o registro da castração simbólica pela instância paterna. Devido a
esse confronto com a castração, cada vez mais o pai real surge diante da criança
como aquele que tem direitos sobre a mãe. Entra em jogo a rivalidade fálica, e a
figura paterna será investida como um pai privador, interditor e frustrador (Dor,
1991).
Entretanto, de rival junto ao desejo da mãe, o pai passa a ser visto como aquele que
ela deseja, como um falo rival. Nesse jogo, esboça-se a atribuição fálica paterna,
pois ele agora é visto como aquele que supostamente tem o falo. A partir daí, a
criança é conduzida ao encontro com a lei do pai. Pela via do pai imaginário, o pai
real assume a representação de pai simbólico, investido como aquele que tem o
falo.
Não podemos esquecer que a instância do pai simbólico é, antes de mais nada, a
referência à lei da proibição do incesto, que prevalece sobre todas as regras
concretas que legalizam as relações e as trocas entre os sujeitos de uma mesma
comunidade. Como agente da castração, ele interdita, institui a lei e põe limite ao
gozo, propiciando a renúncia pulsional e abrindo espaço para a emergência do
sujeito desejante. É a lei simbólica que permite ao sujeito renunciar à plena
realização das pulsões, ganhando, em troca, segurança. Esse pacto o capacita a
estabelecer relações de troca e a lidar com o desamparo, pois, ao mesmo tempo em
que limita o gozo, oferece benefícios compensatórios ao sujeito. Estar referido à lei,
dentre outras coisas, implica obter ganhos secundários importantes. Se a lei
humaniza o homem e lhe dá o amparo de que tanto necessita, o que ocorre quando
ela falha? Várias consequências são possíveis, mas uma delas a que destacamos
aqui é que o sujeito fica desamparado, e, então, o pânico encontra espaço
suficiente para se instalar, pois a paisagem atual não parece oferecer benefícios ao
sujeito que compense a renúncia pulsional e, assim, ele parece viver a encruzilhada
de ficar à mercê das exigências pulsionais vivendo o excesso, ou renunciar a tais
exigências enfrentando o desamparo sem recompensas, sem segurança.
O ataque de pânico está descrito no DSM-IV como um período distinto, no qual há
o início súbito de intensa apreensão, temor ou terror, frequentemente associados
com sentimentos de catástrofe iminente (Organização Mundial de Saúde, DSM-IV,
1995, p. 375). Seus sintomas se desenvolvem abruptamente, podendo alcançar um
pico em dez minutos. Os ataques têm duração variável e podem ir de alguns
minutos a várias horas, mas, geralmente, duram entre cinco e trinta minutos,
desaparecendo gradualmente, sem uso de medicação. Nesse momento, o sujeito
vive o perigo como uma realidade presente e sem fim.
Pereira (1997, p.76) nos lembra que a descrição freudiana dos acessos de angústia
observados na Angstneurose está muito próxima da que foi operacionalmente
estabelecida hoje em dia para o transtorno de pânico. Todavia, se na neurose de
angústia a ansiedade guarda semelhanças com a insatisfação sexual, no pânico, ela
se relaciona com um contexto não acolhedor, no qual o desamparo se faz muito
presente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
3- Giovanni abrahão salum. Transtorno do pânico. Rev. Psiquiatric PS. 2009; 31(2):
p. 86-94.
2003; 20(3).
6- Zuardi AW. medicina (Ribeirão Preto- Online). [Online].; 2017 [cited 2019 junho.
Available from:
http://revista.fmrp.usp.br/2017/vol50-Supl-1/Simp6-Caracteristicas-basicas-do-transto
rno-do-panico.pdf.