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Grazielli Prates Lettieri

Ana Paula da Trindade Gross


Ana Neri Strelau de Oliveira
Silvana da Silva Szabo Costa
Jorge Antônio da Trindade Gross

Infecções Sexualmente Transmissíveis IST´s

Porto Alegre
2023
1. INTRODUÇÃO
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) estão entre os problemas
de saúde pública mais comuns em todo o mundo, com uma estimativa de 376
milhões de casos novos por ano . As ISTs são transmitidas, principalmente, por
contato sexual sem o uso de camisinha com uma pessoa que esteja infectada.
Algumas IST podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. E
isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde para
consultas com um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças, quando
não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves,
como infertilidades, câncer e até a morte. O tratamento das ISTs melhora a
qualidade de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas
doenças. O presente trabalho traz um conjunto de informações sobre as ISTs mais
comuns na sociedade, abordando aspectos clínicos, patogênese, diagnóstico,
tratamento e prevenção.
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são infecções causadas,
principalmente, através das relações sexuais sem o uso de preservativo com uma
pessoa que esteja infectada, e geralmente se manifestam por meio de feridas,
corrimentos, bolhas ou verrugas.
A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) passou a ser
adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissível (DST),
porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção,
mesmo sem sinais e sintomas.
As ISTs são provocadas por microrganismos, tais como bactérias, vírus,
fungos e protozoários. Estes agentes infecciosos encontram-se nos fluidos
corporais, tais como sangue, esperma e secreções vaginais.
2. INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

2.1. Tricomoníase
A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível (ISTs) causada
pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Abaixo, fornecemos informações
detalhadas sobre essa patologia:

Sinais e Sintomas:
● Corrimento Vaginal: A tricomoníase em mulheres é frequentemente
caracterizada por um corrimento vaginal anormal, que pode ser amarelo,
verde ou cinza-esverdeado. Esse corrimento geralmente é espumoso,
malcheiroso e pode ser acompanhado de excitação e ardor.
● Sintomas uretrais: Nos homens, a tricomoníase pode causar inflamação na
uretra, resultando em dor, sensação de queimação ao urinar e, ocasional,
corrimento do pênis.
● Desconforto Durante o Sexo: Tanto em homens quanto em mulheres, a
tricomoníase pode causar desconforto durante a relação sexual.
● Assintomático: Algumas pessoas com tricomoníase podem não apresentar
sintomas, mas ainda podem transmitir a infecção para outros.

Forma de contágio:
A tricomoníase é transmitida principalmente através do contato sexual
desprotegido com uma pessoa infectada. É importante observar que a infecção
pode ser transmitida mesmo na ausência de sintomas visíveis.

Prevenção:
A prevenção da tricomoníase envolve práticas de sexo seguro, como o uso
consistente de preservativos em todas as relações sexuais. Além disso, a
monogamia mútua com um parceiro não infectado e a educação sobre ISTs são
importantes para a redução do risco de infecção.

Tratamento:
O tratamento da tricomoníase envolve a administração de medicamentos
antimicrobianos, como o metronidazol ou o tinidazol, prescritos por um profissional
de saúde. É importante que o paciente e seus parceiros sexuais também sejam
tratados, mesmo que não apresentem sintomas, para evitar a reinfecção e a
propagação da doença.

Cuidados de Enfermagem:

● Educação do Paciente: Fornecer informações sobre a tricomoníase, seu


tratamento e a importância de adesão ao tratamento até o fim.
● Administração de Medicamentos: Administrar os medicamentos prescritos
pelo médico e orientar o paciente sobre os efeitos colaterais possíveis.
● Aconselhamento Sexual: fornecer aconselhamento sobre práticas sexuais
seguras, uso de preservativos e a importância de informar os parceiros
sexuais para que possam ser testados e tratados, se necessário.
● Acompanhamento: Agendar consultas de acompanhamento para verificar a
eficácia do tratamento e garantir que a infecção tenha sido erradicada.

É importante notar que a tricomoníase é uma infecção comum, mas tratável.


O tratamento adequado é fundamental para aliviar os sintomas, prevenir
complicações e interromper a transmissão da doença. A prevenção por meio de
práticas de sexo seguro e a detecção precoce e tratamento são as melhores
estratégias para lidar com a tricomoníase.

2.2) Herpes Genital


O herpes genital é uma infecção viral crônica e recorrente causada pelo vírus
herpes simplex tipo 1 (HSV-1) ou tipo 2 (HSV-2). É uma doença sexualmente
transmissível (DST) comum e pode causar desconforto significativo, embora nem
sempre apresente sintomas.

Sinais e Sintomas:
● Lesões: Pequenas bolhas dolorosas ou úlceras podem aparecer nos órgãos
genitais, ânus ou boca.
● Dor e Coceira: As lesões geralmente são acompanhadas de dor, queimação
e ocorrências periódicas.
● Semelhante à gripe: Em alguns casos, sintomas semelhantes aos da gripe,
como febre, dores musculares e fadiga, podem ocorrer durante a primeira
infecção.
● Recorrência: O herpes genital é caracterizado por surtos recorrentes de
lesões, que podem ocorrer com várias frequências.

Forma de contágio:
O herpes genital é altamente contagioso e é transmitido principalmente
através do contato direto com as lesões ativas. O contágio pode ocorrer mesmo
quando não há lesões visíveis, durante o período de “derramamento viral” quando o
vírus está presente na pele ou nas membranas mucosas.

Prevenção:
● Abstinência ou Monogamia: A abstinência sexual é a única maneira garantida
de evitar a transmissão do herpes. A monogamia mútua com um parceiro não
infectado também reduz o risco.
● Preservativos: Embora não forneçam uma proteção total, o uso consistente e
correto de preservativos durante todas as atividades sexuais pode aumentar
significativamente o risco de transmissão.

Tratamento:
● Antivirais: Medicamentos antivirais, como o aciclovir, valaciclovir ou
famciclovir, podem reduzir a gravidade dos sintomas, diminuir a frequência
dos surtos e ajudar a prevenir a transmissão para parceiros sexuais.

Cuidados de Enfermagem:
● Educação do Paciente: Fornecer informações atualizadas sobre o herpes
genital, incluindo tratamento, gestão de surtos e prevenção da transmissão.
● Administração de Medicamentos: Administrar os medicamentos antivirais
conforme prescrito pelo médico e orientar sobre os efeitos colaterais.
● Apoio Emocional: Muitas pessoas com herpes genital podem sentir angústia
emocional. Oferecer apoio emocional e encaminhamento para grupos de
apoio pode ser benéfico.
● Aconselhamento Sexual: fornecer aconselhamento sobre práticas sexuais
seguras, uso de preservativos e a importância de informar os parceiros
sexuais sobre a condição.
● Gestão dos Surtos: Durante os surtos, recomenda banhos de assento
matinais para aliviar o desconforto e evitar roupas apertadas que possam
irritar ou causar lesões.
● Evitar Autocontaminação: Instrua o paciente a evitar tocar as lesões e depois
tocar os olhos ou outras partes do corpo para evitar a autocontaminação.

O herpes genital é uma condição crônica para a qual não há cura definitiva,
mas é gerenciável com tratamento adequado. A educação, o apoio emocional e a
prática de sexo seguro são componentes essenciais no cuidado de indivíduos com
herpes genital.

2.3) Clamídia:
A clamídia é uma das doenças sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns,
causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Pode infectar tanto homens quanto
mulheres e, muitas vezes, não apresenta sintomas, o que pode levar a
complicações se não for tratado.

Sinais e Sintomas:
Mulheres: Corrimento vaginal anormal. Dor durante a relação sexual. Dor abdominal
baixa. Sangramento entre períodos menstruais.
Homens: Secreção peniana. Dor ou sensação de queimadura ao urinar. Inchaço ou
dor nos testículos.
Ambos: A clamídia também pode infectar a garganta ou o reto, causando sintomas
semelhantes nestas áreas.
Forma de contágio:
A clamídia é transmitida através do contato sexual desprotegido com uma pessoa
infectada. Pode ser transmitido durante o sexo vaginal, anal ou oral.
Prevenção:
Preservativos: O uso correto e consistente de preservativos em todas as atividades
sexuais pode ajudar a prevenir a transmissão da clamídia.

Testagem e Parceiros Notificados: Fazer testes regularmente, especialmente se


houver mudança de parceiro, e notificar os parceiros sexuais para que eles também
possam ser testados e tratados, se necessário.

Tratamento:
A clamídia é tratada com antibióticos, geralmente com uma dose única ou um curso
de antibióticos por vários dias. É crucial completar todo o curso do tratamento,
mesmo que os sintomas desapareçam antes, para garantir a erradicação da
infecção.

Cuidados de Enfermagem:

● Educação do Paciente: Fornecer informações detalhadas sobre a clamídia, a


importância do tratamento completo e a necessidade de abster-se de
atividade sexual até que o tratamento seja concluído.
● Administração de Medicamentos: Administrar os antibióticos conforme
prescrito pelo médico e orientar sobre os efeitos colaterais e a importância de
evitar o álcool durante o tratamento.

● Aconselhamento Sexual: Oferecer aconselhamento sobre práticas sexuais


seguras, uso consistente de preservativos e a importância de informar os
parceiros sexuais para que possam ser testados e tratados, se necessário.

● Acompanhamento: Agendar consultas de acompanhamento para garantir que


o tratamento tenha sido eficaz e que não haja recorrência de infecção.

● Prevenção de Complicações: Monitore sinais de complicações,


especialmente em mulheres, como a doença inflamatória pélvica (DIP), que
pode levar a problemas de fertilidade se não for tratada.
A clamídia é uma infecção tratável, mas pode levar a complicações graves se não
for consumida e tratada a tempo. A educação, o diagnóstico precoce, o tratamento
adequado e a prevenção da infecção são essenciais no cuidado de pacientes com
clamídia.

2.4) Sífilis:
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria
Treponema pallidum. A infecção pode ser transmitida de várias maneiras, inclusive
através de relações sexuais desprotegidas e de mãe para filho durante a gravidez.

Sinais e Sintomas:
A sífilis progride em estágios, cada um com sintomas diferentes. Os estágios podem
ser sobrepor e variar em gravidade:

Sífilis Primária:
Úlcera indolor chamada de cancro que aparece no local de entrada de bactérias,
geralmente nos órgãos genitais, ânus ou boca.
O cancro desaparece espontaneamente, mas a infecção permanece no corpo.

Sífilis Secundária:
Erupções cutâneas na pele e membranas mucosas. Febre, dor na garganta, fadiga
e inchaço dos gânglios linfáticos. Os sintomas podem desaparecer, mas a infecção
persiste.
Sífilis Latente:
Ausência de sintomas visíveis, mas a bactéria permanece no corpo. Pode durar
anos.

Sífilis Terciária (Avançada):


Complicações graves, como danos ao coração, cérebro, nervos, olhos, ossos e
ossos. Estágio potencialmente fatal.
Forma de contágio:
A sífilis é transmitida principalmente através do contato sexual desprotegido com
uma pessoa infectada.

Prevenção:
Preservativos: O uso consistente e correto de preservativos em todas as atividades
sexuais pode ajudar a prevenir a transmissão da sífilis.

Testagem: Fazer testes regulares para ISTs, especialmente em caso de mudança


de parceiro sexual, é importante para o diagnóstico precoce e o tratamento
adequado.

Tratamento:
A sífilis é tratada com antibióticos, geralmente penicilina. A escolha do medicamento
e a duração do tratamento independente do estágio da doença. O tratamento
adequado é essencial para curar infecções e prevenir complicações.

Cuidados de Enfermagem:
● Educação do Paciente: Fornecer informações detalhadas sobre a sífilis,
incluindo o tratamento, a importância de participação no tratamento até o fim
e as complicações potenciais.
● Administração de Medicamentos: Administrar um medicamento antibiótico
conforme prescrito pelo médico e monitorar os efeitos colaterais.

● Aconselhamento Sexual: Oferecer aconselhamento sobre práticas sexuais


seguras, uso de preservativos e a importância de informar os parceiros
sexuais para que eles possam ser testados e tratados, se necessário.

● Acompanhamento: Agendar consultas de acompanhamento para verificar a


eficácia do tratamento e garantir que a infecção tenha sido erradicada.
● Monitoramento de Complicações: Monitorar sinais de complicações,
especialmente em avanços avançados, como doenças cardiovasculares ou
neurossífilis.

sífilis congênita é uma infecção transmitida pela mãe para o filho durante a gravidez
ou o parto, quando a mãe está infectada com o Treponema pallidum, uma bactéria
que causa a sífilis. A prevenção e os cuidados adequados são essenciais para
reduzir o risco de sífilis congênita. Aqui estão algumas medidas importantes a serem
tomadas:

• Prevenção:

Triagem Pré-natal: Todas as mulheres grávidas devem ser submetidas a


exames de triagem para sífilis durante o pré-natal. Isso permite que infecções
sejam detectadas precocemente e tratadas.

Tratamento da Mãe: Se uma mulher grávida é portadora de sífilis, é


fundamental que ela seja tratada com antibióticos adequados, como a
penicilina, de acordo com as diretrizes médicas. O tratamento eficaz da mãe
é a principal maneira de prevenir a sífilis congênita.

Testagem Regular: É importante que as gestantes sejam testadas novamente


para sífilis durante o terceiro trimestre e no momento do parto, mesmo que o
tratamento tenha sido administrado anteriormente. Isso garante que a
infecção esteja sob controle no momento do parto.

Cuidados:

Acompanhamento Médico: As gestantes que foram qualificadas com sífilis


recebem acompanhamento médico regular durante a gravidez e o parto para
garantir que a infecção seja controlada e que não haja riscos para o bebê.

Testagem do Bebê: Todos os bebês nascidos de mães com sífilis devem ser
testados para a doença no momento do nascimento e em intervalos
posteriores, conforme recomendado pelo médico.

Tratamento do Bebê: Se um bebê testar positivo para a sífilis, o tratamento


adequado deve ser administrado imediatamente para prevenir complicações
e danos à saúde.

Aconselhamento: Além dos cuidados médicos, é importante fornecer


aconselhamento adequado às gestantes sobre a importância do tratamento,
os riscos da sífilis congênita e como preveni-la.

A sífilis congênita é uma condição séria, mas pode ser prevenida e tratada
com eficácia através do acompanhamento médico adequado e do tratamento
oportuno da mãe e do bebê. A colaboração entre a equipe de saúde, a
gestante e a família é fundamental para garantir o bem-estar do bebê e da
mãe.

2.5) HPV (Papilomavírus Humano):


O Papilomavírus Humano (HPV) é um grupo de vírus que pode infectar a pele e as
mucosas, incluindo os órgãos genitais, a boca e a garganta. Existem mais de 100
tipos diferentes de HPV, alguns dos quais podem causar verrugas genitais e
aumentar o risco de câncer cervical, entre outros cânceres. Abaixo, fornecemos
informações detalhadas sobre essa patologia:

Sinais e Sintomas:

A maioria das infecções por HPV é assintomática e desaparece por conta


própria. No entanto, em algumas pessoas, especialmente aquelas com tipos
de HPV de alto risco, podem ocorrer os seguintes sintomas:
● Verrugas genitais: Pequenas protuberâncias ou crescimentos na área genital
ou anal.
● Câncer: Em casos mais graves, o HPV de alto risco pode levar ao
desenvolvimento de câncer, especialmente o câncer cervical em mulheres.
Forma de contágio:
O HPV é transmitido principalmente através do contato direto com a pele ou
mucosas infectadas, geralmente durante relações sexuais. A infecção pode ocorrer
mesmo se uma pessoa infectada não apresentar sintomas visíveis.

Prevenção:
Vacinação: A vacina contra o HPV está disponível e é recomendada para crianças e
jovens antes de iniciarem a atividade sexual.

Uso de conservantes: O uso consistente e correto de preservativos pode ajudar a


reduzir o risco de transmissão do HPV, embora não seja 100% eficaz, pois o vírus
pode infectar áreas não cobertas pelo preservativo.

Tratamento:
Não há cura para o HPV, mas os sintomas, como verrugas genitais, podem ser
tratados. O tratamento pode envolver aplicação tópica de medicamentos, crioterapia
(congelamento de verrugas) ou procedimentos cirúrgicos para remoção de verrugas.
O tratamento não elimina o vírus do corpo, apenas alivia os sintomas visíveis.

Cuidados de Enfermagem:

● Educação do Paciente: Fornecer informações modernas sobre o HPV,


incluindo a importância da vacinação, prevenção e rastreamento do câncer
cervical (em mulheres).
● Administração de Tratamento: Se o paciente tiver verrugas genitais,
administrar ou auxiliar na administração dos tratamentos prescritos e orientar
sobre cuidados pós-tratamento.

● Aconselhamento: Oferecer aconselhamento sobre práticas sexuais seguras,


uso de preservativos e a importância de informar os parceiros sexuais sobre
a infecção.

● Rastreamento: Para mulheres, promover exames de Papanicolau regulares


para detecção precoce de câncer cervical.

● Vacinação: Incentivar a vacinação em jovens e crianças, em conformidade


com as diretrizes de saúde pública.

É importante lembrar que a maioria das infecções por HPV não causa problemas de
saúde graves e desaparece por conta própria. No entanto, a prevenção por meio da
vacinação e da prática de sexo seguro é fundamental para reduzir o risco de
complicações, como verrugas genitais e câncer cervical. O rastreamento e o
tratamento adequado são essenciais para o manejo das complicações.

2.6) Gonorreia:
A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria
Neisseria gonorrhoeae. Essa infecção pode afetar várias partes do corpo, incluindo
os órgãos genitais, a garganta e os olhos.

Sinais e Sintomas:

Os sintomas da gonorreia podem variar, e algumas pessoas podem ser


assintomáticas. Os sintomas podem se manifestar de forma diferente em homens e
mulheres.
● Em Homens:
Dor e ardor ao urinar: Uma sensação de queimação ao urinar é um sintoma comum.
Corrimento Uretral: Descarga purulenta ou amarelada do pênis.
Inchaço e Dor nos Testículos: Em casos graves, a gonorreia pode se espalhar para
os testículos, causando dor e inchaço.

● Em Mulheres:
Dor e ardor ao urinar: Assim como nos homens, pode haver uma sensação de
queimação ao urinar.
● Corrimento Vaginal: Descarga vaginal anormal, que pode ficar amarelada ou
esverdeada.

● Dor Abdominal: Dor na parte inferior do abdômen, que pode ser confundida
com uma infecção urinária.

Outros sintomas:
A gonorreia também pode afetar a garganta e os olhos, causando sintomas como
dor na garganta ou conjuntivite, transmitida por sexo oral ou contato com os olhos.

Forma de contágio:
A gonorreia é transmitida principalmente através do contato sexual desprotegido
com uma pessoa infectada. Pode ser transmitido através do sexo vaginal, anal ou
oral.

Prevenção:

Uso de preservativos: O uso consistente e correto de preservativos em todas as


atividades sexuais pode ajudar a reduzir o risco de transmissão da gonorreia.

Testagem e Parceiros Notificados: Fazer testes regulares para ISTs, especialmente


em caso de mudança de parceiro sexual, é importante para o diagnóstico precoce e
o tratamento adequado.

Tratamento:

A gonorreia é tratada com antibióticos, geralmente uma dose única ou um curso


curto de medicamentos prescritos por um profissional de saúde. É fundamental
seguir o tratamento conforme prescrito, mesmo que os sintomas desapareçam
antes do término do medicamento.
Cuidados de Enfermagem:

● Educação do Paciente: Fornecer informações planejadas sobre a gonorreia,


o tratamento, a importância de adesão ao tratamento até o fim e a prevenção
de recorrências.

● Administração de Medicamentos: Administrar os antibióticos conforme


prescrito pelo médico e orientar sobre os efeitos colaterais possíveis.

● Aconselhamento Sexual: Oferecer aconselhamento sobre práticas sexuais


seguras, uso de preservativos e a importância de informar os parceiros
sexuais para que eles possam ser testados e tratados, se necessário.

● Acompanhamento: Agendar consultas de acompanhamento para verificar a


eficácia do tratamento e garantir que a infecção tenha sido erradicada.

A gonorreia é uma doença tratável, mas pode causar complicações graves, como
doença inflamatória pélvica (DIP) em mulheres e epididimite em homens, se não for
prejudicial e tratada a tempo. A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento
adequado são cruciais no cuidado de pacientes com gonorreia.

2.7) VIH/SIDA (Vírus da Imunodeficiência Humana / Síndrome da


Imunodeficiência Adquirida): O HIV/AIDS é uma doença crônica causada pelo
vírus da imunodeficiência humana (HIV). O HIV ataca o sistema imunológico,
enfraquecendo a capacidade do corpo de combater infecções e doenças. Quando a
infecção pelo HIV progride para um estágio avançado, é chamada de AIDS.

Sinais e Sintomas:

Os sintomas iniciais da infecção pelo HIV podem ser leves ou inexistentes, mas, à
medida que a doença progride, os seguintes sintomas podem ocorrer:
● Fase Aguda (Infecção Aguda por HIV):
Febre, Fadiga,Garganta inflamada,Linfonodos inchados,Erupção romântica,Dor
musculoso,Úlceras na boca,Perda de peso.

● Fase Latente (Infecção Crônica por HIV):

Pode não haver sintomas visíveis durante anos.

O HIV continua a se multiplicar no corpo e a prejudicar o sistema imunológico.

● AIDS (Estágio Avançado):

Sepulturas de infecções oportunistas,Perda de peso extremo,Diarreia crônica,Febre


persistente,Sudorese noturna,Feridas na boca, ânus ou órgãos genitais,Dificuldade
respiratória,Tosse seca e prolongada.

Forma de contágio:

O HIV é transmitido principalmente através do contato direto com certos fluidos


corporais de uma pessoa infectada, incluindo sangue, sêmen, secreções vaginais e
leite materno. As principais formas de transmissão incluem:
Relações sexuais desprotegidas com uma pessoa infectada. Compartilhamento de
agulhas ou seringas contaminadas.
De mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação. Contato direto com
sangue infectado.

Prevenção:

Uso de preservativos: O uso consistente e correto de preservativos em todas as


atividades sexuais pode ajudar a reduzir o risco de transmissão do HIV.
Redução de Danos: Evitar o compartilhamento de agulhas e seringas, e utilizar
equipamento esterilizado, pode reduzir o risco de infecção entre usuários de drogas
injetáveis.
Testagem: Fazer testes regulares para o HIV e, em caso de resultado positivo,
iniciar o tratamento antirretroviral imediatamente.

Tratamento:
O tratamento do HIV/AIDS envolve uma terapia antirretroviral (TAR), que é uma
combinação de medicamentos que suprimem a replicação do HIV no corpo. O
tratamento não cura o HIV, mas permite que as pessoas vivam com a doença,
mantendo uma carga viral indetectável e a função imunológica adequada.

Cuidados de Enfermagem:

● Educação do Paciente: Fornecer informações detalhadas sobre o HIV/AIDS,


a importância do tratamento e aderência à terapia antirretroviral, bem como a
prevenção de complicações.

● Administração de Medicamentos: Ensine o paciente sobre a importância de


tomar os medicamentos antirretrovirais conforme prescrito e oriente sobre os
efeitos colaterais possíveis.
● Aconselhamento e Apoio Psicossocial: Oferecer aconselhamento emocional,
apoio e encaminhamento para grupos de apoio, se necessário.

● Prevenção de Infecções Oportunistas: Orientar sobre a prevenção de


infecções oportunistas por meio de vacinação e medidas de higiene.

● Acompanhamento e Monitoramento: Agendar consultas de acompanhamento


para verificar a eficácia do tratamento, a função imunológica e a carga viral.

O HIV/AIDS é uma doença grave, mas com o tratamento adequado, pois pessoas
com HIV podem levar vidas mais longas e saudáveis. A educação, o diagnóstico
precoce, o tratamento antirretroviral e o acompanhamento são essenciais no
cuidado de pacientes com HIV/AIDS. Além disso, a prevenção da transmissão é
fundamental para conter a propagação do vírus.

2.8) Hepatite B:
A hepatite B é uma infecção viral que afeta o fígado e é causada pelo vírus da
hepatite B (HBV). É uma doença grave que pode levar a complicações crônicas,
como cirrose hepática e câncer de fígado.

Sinais e Sintomas:
Os sintomas da hepatite B podem variar de nível a grave e incluem:

Fadiga: Uma sensação persistente de cansaço.


Icterícia: Amarelamento da pele e dos olhos.
Dor Abdominal: Desconforto ou dor no quadrante superior direito do abdômen.
Náuseas e Vômitos: Pode ocorrer perda de apetite, náuseas e vômitos.
Febre: Febre baixa.
Urina escura: Urina de cor escura.
Fezes Claras: Fezes de cor clara ou acinzentada.
Dor Articular: Algumas pessoas podem sentir dor nas articulações.

Forma de contágio:
A hepatite B é transmitida através do contato com sangue, saliva, sêmen, fluidos
vaginais e outros fluidos corporais de uma pessoa infectada. As principais formas de
transmissão incluem:

1. Relações sexuais desprotegidas com uma pessoa infectada.


2. Compartilhamento de agulhas ou seringas contaminadas.
3. De mãe para filho durante o parto, se a mãe estiver infectada.
4. Contato com sangue ou fluidos corporais infectados através de feridas
abertas ou mucosas.
Prevenção:

Vacinação: A vacina contra a hepatite B é altamente eficaz na prevenção da


infecção. A imunização é recomendada para crianças e adultos em risco.

Práticas de Sexo Seguro: Usar preservativos durante relações sexuais para reduzir
o risco de transmissão sexual.

Evitar Compartilhamento de Agulhas: Evitar o compartilhamento de agulhas e


seringas para prevenir a transmissão entre usuários de drogas injetáveis.

Tratamento:

Cuidados de Apoio: Em casos leves, o tratamento envolve cuidados de suporte,


como segurança e uma dieta saudável.

Medicamentos Antivirais: Para casos específicos, os medicamentos antivirais são


prescritos para suprimir a replicação do vírus e reduzir o dano hepático.
Imunoglobulina Hepática: Em situações de exposição aguda, a administração de
imunoglobulina hepática dentro de um curto período após a exposição pode prevenir
a infecção.

Cuidados de Enfermagem:

● Educação do Paciente: Fornecer informações modernas sobre a hepatite B,


incluindo a importância da vacinação, práticas de sexo seguro e prevenção
da transmissão para outras pessoas.

● Administração de Medicamentos: Administrar os medicamentos antivirais


conforme prescrito pelo médico e orientar sobre os efeitos colaterais
possíveis.
● Aconselhamento: Oferece aconselhamento emocional e apoio ao paciente,
especialmente em casos de hepatite crônica.
● Monitoramento: Realizar testes de função hepática para avaliar a progressão
da doença e a eficácia do tratamento.
● Educação sobre Estilo de Vida: Instrua o paciente sobre práticas de vida
saudáveis, incluindo uma dieta balanceada, abstinência de álcool e
prevenção de substâncias tóxicas para o fígado.

O manejo da hepatite B envolve a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento


adequado. O objetivo é prevenir a progressão da doença, aliviar os sintomas, evitar
complicações graves e melhorar a qualidade de vida do paciente. A educação e o
apoio emocional também são cruciais no cuidado de pacientes com hepatite B.

Cancro Mole ( Venéreo):


Cancro mole é uma doença causada por uma bactéria gram-negativa da família
Brucellaceae, da espécie Haemophilus ducreyi. Essa doença apresenta maior
incidência na África, Oriente Médio e regiões tropicais e subtropicais da América do
Sul. Ela afeta a pele e mucosas da região genital, anal ou anogenital.

Sinais e Sintomas:

O cancro mole apresenta um período de incubação que varia de quatro a sete dias.
Após a infecção e antes de aparecerem as feridas, podem ser notados sintomas
comuns a outros tipos de infecções: Febre; Fraqueza; Dor de cabeça.

O principal sintoma dessa doença é a presença de lesões múltiplas, ulceradas,


irregulares, purulentas e dolorosas, localizadas em região genital, anal ou
anogenital. Em alguns casos, a doença pode ser assintomática, principalmente em
mulheres.

Forma de contágio:

O cancro mole é transmitido principalmente através do contato sexual desprotegido


com uma pessoa infectada.

Prevenção:

Uso de preservativos: O uso consistente e correto de preservativos em todas as


atividades sexuais pode ajudar a reduzir o risco de transmissão do cancro mole.

Procure reduzir o número de parceiros.

Testagem e Parceiros Notificados: Fazer testes regulares para ISTs, especialmente


em caso de mudança de parceiro sexual, é importante para o diagnóstico precoce e
o tratamento adequado. Notificar parceiros sexuais para que eles possam ser
testados e tratados, se necessário.

Tratamento:
O cancro mole é tratado com antibióticos, geralmente doxiciclina ou azitromicina. A
escolha do medicamento e a duração do tratamento dependem do estágio da
doença e da gravidade dos sintomas.

Cuidados de Enfermagem:

● Educação do Paciente: Fornecer informações planejadas sobre a ists o


tratamento, a importância de adesão ao tratamento até o fim e a prevenção
de recorrências.
● Administração de Medicamentos: Administrar um medicamento antibiótico
conforme prescrito pelo médico e monitorar os efeitos colaterais.
● Aconselhamento Sexual: Oferecer aconselhamento sobre práticas sexuais
seguras, uso de preservativos e a importância de informar os parceiros
sexuais para que eles possam ser testados e tratados, se necessário.
● Acompanhamento: Agendar consultas de acompanhamento para verificar a
eficácia do tratamento e garantir que a infecção tenha sido erradicada.

O cancro mole é uma doença tratável, mas pode ser grave se não for divulgado e
tratado a tempo. A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são
fundamentais no cuidado de pacientes com cancro mole.

3. Como prevenir as IST´s

O método mais eficaz para evitar a transmissão das ISTs é uso da camisinha
(masculina ou feminina) durante relações sexuais. Ela pode ser retirada
gratuitamente nas unidades de saúde. Valer-se da prevenção combinada aumenta a
eficácia preventiva, porque abrange o uso da camisinha masculina ou feminina,
ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das ISTs, testagem para HIV, sífilis e
hepatites virais B e C, profilaxia pósexposição ao HIV, imunização para HPV e
hepatite B, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento
antirretroviral para todas as PVHIV, redução de danos, entre outros.

Referências:

https://biblioteca-virtual-cms-serverless-prd.s3.us-east-1.amazonaws.com/ebook/
260-doencas-infecciosas-e-parasitarias-guia-de-bolso.pdf

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/i/ist

Atuação do enfermeiro na atenção primária à saúde - Sandra Rejane Soares


Ferreira, Lisiane Andreia Devinar Périco, Vilma Regina Freitas Gonçalves Dias .
Editora Atheneu

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