Você está na página 1de 40

INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ

VINICIUS LAURI DA CUNHA

TRABALHO NÃO PRESENCIAL NA PANDEMIA: UMA REVISÃO


SISTEMÁTICA DE LITERATURA

CAPANEMA
2022
VINICIUS LAURI DA CUNHA

TRABALHO NÃO PRESENCIAL NA PANDEMIA: UMA REVISÃO


SISTEMÁTICA DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


Técnico em Informática do Instituto Federal do Paraná,
como um dos requisitos parciais de avaliação.

Orientador(a): Dr. Anderson Ribeiro de Almeida

CAPANEMA
2022
FOLHA DE APROVAÇÃO

VINICIUS LAURI DA CUNHA

TRABALHO NÃO PRESENCIAL NA PANDEMIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE


LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como


requisito parcial para a obtenção do título de
Técnico em Informática do Instituto Federal do
Paraná, formada pela seguinte banca
examinadora:

Orientador: Prof. Dr. Anderson Ribeiro de Almeida


Curso Técnico em informática, IFPR.

Prof. Gilberto Laske


Curso Técnico em informática, IFPR.

Prof. Me. Luciano Edison da Silva


Curso Técnico em informática, IFPR.

Capanema, 30 de novembro de 2022


Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso a mim mesmo, a todos que me deram
suporte e a quem acredita no investimento da educação como o caminho necessário
para o futuro.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família pelo amor incondicional e principalmente por


apoiar e incentivar a educação, a união de mostrarem o valor e significado que
posso contruir.
À meus cachorros Xuxinha (in memoriam), Toddynho, Capitu e Woody por
me proporcionarem alegria, sentimento que me desliga do mundo para me
recarregar mentalmente.
À meu orientador Anderson por me ajudar nesta luta, compreender a
dimensão de um trabalho científico, a paciência é uma virtude importante, aguentar
minha desorganização e atrasos foi essencial.
À meus amigos e colegas pela troca de informações e ideais, por nos
divertimos com nossa ansiedade, que me fez rir dos próprios problemas, a vida é
uma grande comédia às vezes.
À todos os servidores e ao IFPR, por me ensinar a ver a importância da
educação pública de qualidade, no meio de tantas desigualdades, nosso país
precisa cada vez mais superar a ignorância e os achismos para crescer.
“Palavrão, mesmo que ninguém assuma, é a
miséria, a falta de respeito, é a sacanagem que
estão fazendo com o povo. Isso que é
palavrão.” (GONÇALVES, Dercy. 2008)
RESUMO
Identificado o SARS-CoV 2 trata-se de um vírus da família dos "coronaviridae" com
um alto poder de transmissão e devido a grave disseminação da covid-19, em 11 de
março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou a crise sanitária a
uma pandemia, na qual foram necessárias medidas de isolamento social, o que
acarretou na adaptação a modalidade de trabalho não presencial. Neste sentido,
esta pesquisa tem como objetivo geral compreender as estratégias do modelo do
trabalho remoto (Home Office) como alternativa adotada durante a pandemia. Como
objetivos específicos (i) levantar as produções científicas realizadas entre março de
2020 e agosto de 2022; (ii) analisar suas perspectivas no período pós-pandemia; (iii)
discutir as questões sobre precarização do ambiente de trabalho. Foi realizada uma
pesquisa sistemática de literatura. Os resultados apresentaram uma maior
exposição do trabalhador a problemas de saúde (mental e física), diferenças de
satisfação em como o trabalho remoto é bem executado e visões de continuidade do
modelo ligadas à melhor desempenho. A principal limitação da pesquisa foi o
período de publicações. Sugere-se pesquisas mais aprofundadas, com o intuito de
compreender as percepções e realidades dos trabalhadores.

Palavras-chave: Trabalho na pandemia, Trabalho não presencial, Trabalho remoto,


Teletrabalho, Precarização do trabalho.
ABSTRACT
Identified SARS-CoV 2 is a virus of the family of "coronaviridae" with a high
transmission power and due to the serious spread of covid-19, on March 11, 2020 the
World Health Organization (WHO) raised the health crisis to a pandemic, in which
social isolation measures were necessary, which resulted in adaptation to the
non-face-to-face mode of work. In this sense, this research aims to understand the
strategies of the remote work model (Home Office) as an alternative adopted during
the pandemic. As specific objectives (i) to raise the scientific productions carried out
between March 2020 and August 2022; (ii) to analyze their perspectives in the
post-pandemic period; (iii) to discuss the issues about precariousness of the work
environment. A systematic literature search was conducted. The results showed
greater worker exposure to health problems (mental and physical), differences in
satisfaction in how well remote work is performed and visions of continuity of the
model linked to better performance. The main limitation of the research was the
period of publications. Further research is suggested in order to understand the
perceptions and realities of workers.

Keywords: Work in the pandemic, Non-face-to-face work, Remote work, Telework,


Precariousness of work.
RESUMEN
Identificado el SARS-CoV 2 se trata de un virus de la familia de los "coronaviridae"
con un alto poder de transmisión y debido a la grave propagación de la covid-19, el
11 de marzo de 2020 la Organización Mundial de la Salud (OMS) elevó la crisis
sanitaria a una pandemia, en la que fueron necesarias medidas de aislamiento
social, lo que acarreó en la adaptación la modalidad de trabajo no presencial. En
este sentido, esta investigación tiene como objetivo general comprender las
estrategias del modelo del trabajo remoto (Home Office) como alternativa adoptada
durante la pandemia. Como objetivos específicos (i) levantar las producciones
científicas realizadas entre marzo de 2020 y agosto de 2022; (ii) analizar sus
perspectivas en el período post-pandemia; (iii) discutir las cuestiones sobre
precarización del ambiente de trabajo. Se realizó una investigación sistemática de
literatura. Los resultados presentaron una mayor exposición del trabajador a
problemas de salud (mental y física), diferencias de satisfacción en cómo el trabajo
remoto es bien ejecutado y visiones de continuidad del modelo ligadas a la mejor
desempeño. La principal limitación de la investigación fue el período de
publicaciones. Se sugieren investigaciones más profundas, con el fin de comprender
las percepciones y realidades de los trabajadores.

Palabras-clave: Trabajo en la pandemia, Trabajo no presencial, Trabajo remoto,


Teletrabajo, Precarización del trabajo.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 13
2.1 TELETRABALHO (TELEWORK) 13
2.2 PRECARIZAÇÃO E FLEXIBILIZAÇÃO 15

3 MATERIAL E MÉTODOS 18

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 19
4.1 PERSPECTIVAS FUTURAS DO TRABALHO EM CASA 22
4.2 SAÚDE, BEM-ESTAR E SATISFAÇÃO 24
4.2.1 SAÚDE FÍSICA 26
4.3 MULHERES E REFUGIADOS 27
4.4 IMPACTOS E DESAFIOS 29

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 31

REFERÊNCIAS 33
11

1 INTRODUÇÃO
Identificado na cidade de Wuhan (província de Hubei), na República Popular
da China, o SARS-CoV 2 trata-se de um vírus da família dos "coronaviridae" com um
alto poder de transmissão. Sua rápida dispersão e extensão global levaram a
Organização Mundial da Saúde (OMS) a caracterizar, no dia 11 de março de 2020, o
surto como uma pandemia. Com isto foi imposta à população medidas de segurança
de saúde, em que o distanciamento social foi de suma importância para não
sobrecarregar os sistemas de saúde do mundo todo (BRASIL, 2020). No Brasil,
ainda em 03 de fevereiro de 2020 o Ministério da Saúde instaurou estado de
emergência sanitária, assim encaminhando para o legislativo a regulamentação para
enfrentamento da crise (SENADO, 2020).
Com o agravamento da disseminação impostas pelo coronavírus (Covid-19),
os governos colocaram em prática restrição à circulação de pessoas em diversos
setores, o chamado “lockdown” (em português: “confinamento”), medidas de
isolamento social para contenção do vírus, visando a segurança da população
mundial, o que acarretou na necessidade repentina de adaptação a modalidade de
trabalho não presencial ou work from home (OMS, 2020). As empresas diante deste
cenário tiveram que adaptar-se rapidamente, a viabilidade encontrada foi o do
trabalho não presencial conhecido como “home office” ou “work from home”,
mudando toda a conexão entre a empresa e o trabalhador (NASCIMENTO, 2020).
Com a operação organizacional afetada, novos desafios apareceram: a
divisão entre ambiente profissional e pessoal; a demanda de tecnologia; a
capacidade sobre o controle do tempo de trabalho; a saúde mental do trabalhador; o
crescimento profissional; perca de comunicação coletiva; e a falta de direitos
trabalhistas estabelecidos sobre a modalidade (ROCHA, 2018). A legislação
brasileira apresenta pouca regulamentação sobre o teletrabalho, a mais recente é a
medida provisória 1108/2022, que altera a disposição da CLT sobre teletrabalho e o
pagamento do auxílio alimentação (BRASIL, 2022).
A consolidação deste modelo de trabalho transformará as relações sociais
do trabalho, a gestão do indivíduo sobre o trabalho em uma crescente tendência e
impactará diretamente da forma cultural em que o trabalho é visto. O home office
veio para ficar com seu desenvolvimento e diversificação interessando cada vez
mais diferentes setores empresariais (ROCHA, 2018).
12

Neste sentido, esta pesquisa busca identificar o impacto do trabalho não


presencial ou trabalho remoto na pandemia. Refletir sobre as percepções dos
próprios trabalhadores nas suas vivências na pandemia e compreender: a mudança
causou a precarização do trabalho?
No intuito de responder este questionamento, o objetivo geral da pesquisa
foi avaliar as estratégias do modelo do trabalho remoto (Home Office) como
alternativa durante a pandemia. Os objetivos específicos foram: (i) levantar as
produções científicas realizadas entre março de 2020 e agosto de 2022; (ii) analisar
suas perspectivas no período pós-pandemia; (iii) discutir as questões sobre
precarização do ambiente de trabalho.
13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 TELETRABALHO (TELEWORK)

A globalização e o aceleramento dos processos produtivos favorecem esta


"descentralização" do ambiente de trabalho, então o teletrabalho é uma alternativa
de flexibilização, em que as atividades vão até o trabalhador e são realizadas
remotamente através de recursos tecnológicos de comunicação (MELLO, 1999). O
modelo é uma maneira de adequação por parte da empresa no contexto em que
está inserida, como destaca Mello, (1999, p. 10):

Tendo em vista que o propósito do teletrabalho é, em primeiro lugar,


oferecer uma melhor resposta às empresas para enfrentar as pressões do
mercado e, em segundo, constituir um elemento-chave para o
desenvolvimento estratégico das organizações (MELLO, 1999, p. 10).

A internet é o grande agente de compartilhamento de informações,


transferência de arquivos e a utilização de videoconferências de maneira quase
instantânea (ROCHA, 2018). É fundamental que o trabalhador receba o suporte
necessário de equipamentos e ferramentas tecnológicas, e por parte da empresa a
adoção do home office (seja total ou parcialmente) não seja baseada apenas na
diminuição de custos (MELLO, 1999; PONTES et al., 2021) e transferindo estes
custos ao trabalhor, pois, o lar do trabalhador vem a se tornar um escritório
doméstico, virtualmente podendo acessar a qualquer momento as atividades que
deve realizar a comunicação com a equipe (MELLO, 1999).
Para a implementação do trabalho em casa, Mello (1999) apresenta pontos
fundamentais que precisam ser observados: (i) gerência de riscos; (ii) equipamentos,
tecnologias e recursos; (iii) assistência técnica; (iv) programação e agenda de
atividades; (v) adaptação familiar. Moreno (2021, p. 20) complementa dizendo que a
mudança abrupta da jornada de trabalho não for bem inserida, e ocorrer a
diminuição de direitos como férias e auxílios na justificativa da “autonomia”, a
precarização do trabalho se torna iminente, impactando diretamente na qualidade de
vida desses trabalhadores. O autor lembra ainda, que em áreas que o trabalho já é
considerado precarizado, seus principais efeitos no contexto pandêmico também
consistirão “na desvinculação de contratos, sob o discurso da flexibilização da
jornada de trabalho”.
14

No entanto, as organizações que realizarem orientação e planejamento de


mudança do novo modelo de trabalho, com segurança, os profissionais podem
usufruir de um aumento da satisfação, em que sua administração pessoal para
concluir as tarefas nos prazos estipulados (PONTES et al., 2021). Isto em ao
encontro do que Mello (1999) já dizia ao evidenciar os três pontos positivos do
teletrabalho: (i) manutenção da qualidade de vida; (ii) administração e otimização do
tempo; (iii) rendimento eficaz. Estes pilares do teletrabalho repensam a visão social
de separar um ambiente produtivo, criativo e confortável, quando o autor destaca
que “as novas possibilidades profissionais do “Home Office” [...] se apresenta como
uma alternativa criativa para transformar e incentivar o mercado de trabalho, ao se
buscar uma combinação confortável de estilo de vida e realidade econômica no país
(MELLO, 1999, p. 17).
Para conseguir, administrativamente, a certeza do trabalhador confiar na
equipe é essencial, deve-se visualizar que esta “confiança” é a mola propulsora da
produtividade (NOGUEIRA, 2020), um trabalhador cumprindo com suas obrigações
e objetivos acaba criando um vínculo seguro de relacionamento (MELLO, 1999). A
liderança é o motor que move todos, como a promoção de interações em grupo para
manter uma forte rede comunicativa garantindo a conservação das rotinas e
fomentando discussões de forma democrática proporcionando determinação e foco
(PERNA, 2021). De acordo com Pontes et al., (2021, p. 14) as lideranças são um
pilar no sucesso do modelo:

Identificou-se que a adaptação positiva ao modelo home office pelos


participantes da pesquisa se motivou pelo desempenho por metas adotadas
pelas empresas de TI e o uso de ferramentas digitais para a comunicação e
gestão do trabalho. Considera-se que os gestores se configuram como
papel fundamental na clareza de comunicação e devem priorizar o uso de
ferramentas apropriadas para compensar a ausência de contato presencial
(PONTES et al., 2021, p. 14).

A consolidação do trabalho não presencial fomenta as empresas a olhar o


impacto da produtividade e repensar o antigo modelo, ou na verdade, encontrar o
meio-termo. O trabalho híbrido desponta como um interessante modelo colaborativo,
flexível e ao mesmo tempo sólido, a conexão entre a equipe também é o principal
pilar para o sucesso e dependente de uma liderança interpessoal latente (PERNA,
2021). Para alcançar tal relação intrínseca é necessário o desenvolvimento de
dinâmicas que aliviam a tensão e pressão do trabalhador, que muitas vezes teve
15

problemas familiares prejudicando-o (MORENO, 2021; NOGUEIRA, 2020;


SCHNEIDER, 2021).
Por outro lado, o contexto emergencial impôs a flexibilização das rotinas,
que para o trabalhador pode tendenciar o estresse, sob os parâmetros de
interferência em suas vidas pessoais e submissão prolongada ao período de serviço
(NOGUEIRA, 2020). Por exemplo, no Brasil, sem uma legislação clara que
condiciona o trabalho à degradação e informalização, o quadro se agrava quando se
verifica que o isolamento social dificultou a fiscalização dos órgãos institucionais e
ocasionando a precarização do trabalho (SCHNEIDER, 2021).

2.2 PRECARIZAÇÃO E FLEXIBILIZAÇÃO

A precarização do trabalho se dá quando as condições de trabalho impostas


ao trabalhador são insalubres, desde horas extras não remuneradas até a falta de
equipamentos (SILVA, 2021). Com o crescimento da informalidade, é de suma
necessidade conhecer a complexidade das ramificações de modalidades, já que
muitas políticas públicas não conseguem agregar estes trabalhadores que acabam
sendo deixados de lados (ANTUNES, 2018, p. 91).

A classe trabalhadora, portanto, é composta - e isso é decisivo hoje - da


totalidade dos trabalhadores assalariados em todas as suas distintas
modalidades de inserção no mundo do trabalho, incluindo aqueles
subempregados na informalidade e desempregados (ANTUNES, 2018, p.
91).

A terceirização do trabalho ou outsourcing é outra prática bem comum em


empresas para diminuição de custos. Diante do cenário pandêmico muitos
trabalhadores por necessidades de sobrevivência foram forçados ou submetidos a
aderir à modalidade (ANTUNES, 2020; LOPES, 2021; LUCCA, 2020). A
informalidade, trabalho sem vínculo de carteira de trabalho ou prestação de serviço
sem vínculo empregatício , também demonstra como a desigualdade social impacta
na qualidade de vida, em que a exploração é escondida por um pensamento de que
se paga pelo o que se produz (ANTUNES, 2020; LOPES, 2021; LUCCA, 2020). Para
Antunes, (2018, p. 93), a intensificação da globalização contribuiu para o aumento
da terceirização e consequentemente a precarização:

Particularmente nos serviços, com a privatização das telecomunicações em


escala global, a busca pela maior rentabilidade dos ativos nessas empresas
acarretou um processo intensificado de terceirização do trabalho,
16

comportando múltiplas formas de precarização e de intensificação dos


tempos e movimentos no ato laborativo. Deu-se então, uma clara
confluência entre a terceirização do trabalho e sua precarização, dentro da
lógica da mercadorização dos serviços que foram privatizados (ANTUNES,
2018, p. 93).

O avanço da tecnologia e velocidade de circulação das informações é muito


benéfico socialmente, mas por outro lado no âmbito da empregabilidade é suscetível
a não necessidade de pessoas, tornando fácil a substituição de trabalhadores
(ANTUNES, 2020; LOPES, 2021; LUCCA, 2020). Esta operacionalização por parte
das empresas aponta em como o modelo capitalista apresenta um antagonismo
entre a tecnologia e o trabalho, que pela sua competitividade traz inovação em
tecnologias atendem às necessidades humanas e ao mesmo tempo possui a prática
de manutenção da lucratividade acima de tudo e todos, como reitera Antunes: “Vale
lembrar que o trabalho nas TICs é pautado por uma processualidade contraditória.
uma vez que articula tecnologias do século XXI com condições de trabalho herdeiras
do século XX” (ANTUNES, 2018, p. 93).
A pandemia da COVID-19 trouxe agravamento do setor de serviços, com a
mudança do cotidiano populacional e insegurança, o mercado financeiro e sua
retenção de capital aceleraram o processo de terceirização e de desemprego
(ANTUNES, 2020; LOPES, 2021; LUCCA, 2020). A substituição da mão de obra
humana por máquinas é a tendência no cenário mundial, e deve agravar a
desigualdade social em economias mais instáveis e dependentes de importação de
produtos primários (ANTUNES, 2020; LOPES, 2021; LUCCA, 2020).
A reivindicação de direitos por parte dos trabalhadores é suprimida pela
classe dominante que detém o poder, dona dos meios de produção, que sob
discursos de problemas coletivos e reais ganham mais relevância (ANTUNES, 2020;
LOPES, 2021; LUCCA, 2020; OLIVEIRA, 2020). Assim a falta de união dos
trabalhadores, com a individualidade e diferenças colocando em disputa direitos e
interesses, que acarretam na perda de força dos movimentos e enfraquecimento da
classe (ANTUNES, 2020; LOPES, 2021; LUCCA, 2020; OLIVEIRA, 2020).
O direito à liberdade e à igualdade pilares do liberalismo que se apresenta
majoritariamente nos dias atuais, mas isto não se apresenta a todos, para minorias a
precarização do trabalho é mais severa, a opressão a estes grupos se transparece
na disputa do mercado e na disparidade de salários de cargos similares ou iguais
(OLIVEIRA, 2020). Segundo Oliveira, (2020, p. 264):
17

Com a reestruturação produtiva das últimas décadas, a inserção


expressiva de mulheres intensifica a fusão dos espaços público e privado
jogando nas costas das mulheres o peso dessa unidade: a intensidade e
precariedade do trabalho alimentadas pela gratuidade. Sua função de
reproduzir a força de trabalho reduzindo seu custo, de aumentar a
exploração rebaixando os salários além de contribuir à assimilação da
ideologia patriarcal, não só permanece intocada como é
intensificada na Pandemia e no quadro da financeirização capitalista
(OLIVEIRA, 2020, p. 264).

No caso das mulheres, a precarização pela flexibilização do trabalho foi


intensificada, por motivos culturais elas desempenham o principal papel na criação
dos filhos e cuidados domésticos, com isso a sobrecarga no dia-a-dia é maior que a
dos homens. A desigualdade de gênero para elas intensifica ainda mais o processo
de precarização, como a diferença salarial (OLIVEIRA, 2020).
18

3 MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia adotada para o desenvolvimento da pesquisa foi a de revisão


sistemática de literatura que conforme Morandi e Camargo (2015) procura-se refletir
sobre a importância da realização de estudos de levantamento de produções
científicas sobre a temática. Segundo o autor, o método prevê a execução de etapas
sequenciais com cunho investigativo: consolidando o objetivo de pesquisa,
construção dos critérios de busca, coleta e análise dos trabalhos, para limitar o
material conforme a problemática da pesquisa (FRAGA, 2022).
Morandi e Camargo, (2015, p. 142), sintetizam as etapas de pesquisa da
revisão sistemática:

Mapear, encontrar, avaliar criticamente, consolidar e agregar os resultados


de estudos primários relevantes sobre uma questão ou tópico específico,
bem como identificar lacunas a serem preenchidas, resultando em um
relatório coerente ou em uma síntese (MORANDI e CAMARGO, 2015,
p.142)

Então, para tal metodologia foi definido o Web Of Science como base de
dados, onde foram pesquisados artigos científicos produzidos em língua inglesa com
as seguintes sequências de palavras-chaves: “Business Opportunity” AND “remote
work” OR “Work From Home” OR “Work From Office” AND “pandemic” AND
“covid-19”, do período de 01 de março de 2020 a 31 de agosto de 2022.
Gerando 60 artigos, a partir da leitura dos títulos e resumos foram
selecionados os trabalhos conforme os seguinte critérios: (i) relação com a temática
da pesquisa; (ii) respeito aos objetivos estabelecidos. Para consolidação e
demonstração das etapas sequenciais e dos resultados obtidos foram produzidos
diagramas, redes de palavras, gráficos e histogramas a partir do R Studios ® ,
MicroSoft Excel e Google Planilhas.
19

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos foram de 60 artigos para análise bibliométrica, sendo


possível separá-los em ano de publicação e citações, como pode ser visualizado no
gráfico 1.

Gráfico 1: Número de publicações (60) e número de citações por ano (2020-2022).

FONTE: Elaborado pelo autor utilizando o software R Studios®.

O gráfico 1 indica a partir de 2021 um aumento de publicações a partir da


metade do período pandêmico e subsequentemente um exponencial nos números
de citações. Se constata então, que por se tratar de uma temática muito recente o
recorte de tempo acaba limitando a investigação e toda a amplitude da discussão.
Considerando que, como foi dito anteriormente, a temática é recente e havia poucas
ou nenhuma produção, e os pesquisadores em casa, conseguiram publicar, e em
seguida outros autores citar estas publicações. No ano de 2022, consolidou-se tanto
na produção científica na área, quanto na publicação. O estudo aponta uma variação
de 39 produções no período para quase 400 citações de trabalhos produzidos.
A figura 1 apresenta um diagrama de nuvens de palavras que demonstram
as correlações dos assuntos abordados nos trabalhos produzidos no período
estudado.

Figura 1: Nuvens de palavras dos interesses das publicações e citações.


20

FONTE: Elaborado pelo autor utilizando o software R Studios®.

Na figura 1 temos o destaque dos principais termos dos trabalhos científicos


analisados: em verde os impactos na performance do trabalho; em vermelho
teletrabalho e sua relação com conflitos familiares. Com menor relevância, em roxo
atividades desenvolvidas e proporcionadas e em azul relações com a noção
individual da pandemia. Pode-se perceber que termos relacionados à pandemia não
estão em evidência, o que representa o foco dos mesmo com as consequências do
covid-19 nas mudanças sociais. O impacto no ambiente de trabalho e a vinda do
teletrabalho afetou diretamente a performance individual e impulsionou conflitos
familiares.
Para melhor esclarecimento, o gráfico 2 apresenta a área dos trabalhos em
questão.

Gráfico 2: Área de conhecimento dos artigos


21

FONTE: Elaborado pelo autor utilizando o software R Studios®.

Percebe-se no gráfico 2 direcionamento em sua maioria para a área de


ciências econômicas e que discutem o ambiente de trabalho, com objetivos de
entender a mudança tanto nas empresas quanto nas transformações do ambiente
de casa para os trabalhadores. Os estudos sobre saúde mental também são de
grande relevância como indicados no gráfico, partindo de pressupostos do
isolamento social e o impacto do horror que a covid-19 propiciou, a produtividade
está diretamente ligada a satisfação e motivação. Para o aprofundamento nos
estudos psicológicos foi necessário a noção sociológica familiar, o confinamento
aproximou a rotina e a convivência excessiva trás estresse e conflitos muitas vezes
banais.
A próxima observação se dá nos países destas publicações, o gráfico 3
apresenta visualmente o número de publicações por países,

Gráfico 3: Países de publicação dos artigos.


22

FONTE: Elaborado pelo autor utilizando o Google Planilhas.

Pode-se verificar no gráfico 3 que EUA é onde mais pesquisas sobre o


teletrabalho foram encontradas (11), seguido de Índia (9), Austrália (9) e Canadá (6),
os demais países apresentaram publicações iguais ou inferiores a 5. Esta
abrangência mundial é importante para a análise, tanto a visão de países
desenvolvidos economicamente como a matriz industrial dos norte-americanos e a
de países subdesenvolvidos ou emergentes como a Índia que enfrenta graves
problemas sociais.

4.1 PERSPECTIVAS FUTURAS DO TRABALHO EM CASA

O trabalho em casa trouxe novas perspectivas futuras e questionamentos


para trabalhadores e empresas, continuar? Ou voltar ao estilo antes da pandemia? A
principal vantagem para trabalhadores é a não necessidade de deslocamento, não
perdendo tempo e poder focar totalmente nos processos, mas por outro lado a falta
de contato presencial enfraquece a rede comunicativa da empresa, vindo a facilitar a
desorganização (KUCERA et al., 2021, p. 1).
Para o sucesso, a vontade tanto dos trabalhadores e das empresas
carecem em se empenhar e organizar os moldes das rotinas, comunicação e
23

equipamentos (KUMARA et al., 2022, p. 1). A pesquisa de Kong et al. (2022), que
por meio de clusters (agrupamentos) realizou uma investigação sobre o Work from
Home (WFH), os dados apresentados no C1 (Cluster 1) indicam uma tendência de
não gostar do modelo, para este grupo a falta de disciplina, falta de interação e a
ineficiência de reuniões online:

Este cluster demonstra que, para aqueles que não têm experiência em
trabalhar em casa antes da pandemia de COVID-19, indivíduos com
educação relativamente superior e que estão sendo forçados a WFH por
motivos externos (regras governamentais e políticas do empregador) são
frequentemente contra WFH após a pandemia, já que a adaptação ao novo
modo WFH durante a pandemia não foi muito bem-sucedida. Este grupo de
trabalhadores está ansioso para interagir com colegas de trabalho e confiar
no 'normal' ambiente de trabalho para manter a produtividade. Mesmo
durante a pandemia, esses indivíduos não estão totalmente comprometidos
com o modo WFH, e escolhem e têm a opção de trabalhar no ambiente de
trabalho 'normal' pelo menos um dia por semana. (KONG et al., 2022, p.
1125)

Já para o C4 e C5 (Cluster 4 e Cluster 5), o apoio ao WFH é essencial, no


C4 motivações pessoais beneficiam a aderência ao WFH: deslocamento longo até o
escritório, não interesse a interações sociais e idade mais avançada (KONG et al.,
2022, p. 1128). E o C5 são os trabalhadores já adaptados com o trabalho remoto
antes da crise sanitária, e não sentem nenhuma dificuldade em seu desempenho e
satisfação com o WFH (KONG et al., 2022, p. 1129).
Segundo Rachmawati et al. (2021, p. 14), que por meio um questionário
quantitativo e qualitativo sobre WFH de diversos setores na Indonésia, teve como
resposta de 73% dos entrevistados sobre no futuro querer fazer a aplicação do WFH
em conjunto com trabalho em escritório (Work from Office, abreviado para: WFO). Já
na Arabia Saudita, Choukir et al. (2022, p. 8) apresenta que 98% gostariam de
continuar com o trabalho remoto, sendo 96% trabalhadores do setor de TI, varejo,
bancário e de seguros. Nesta ideia Motamed e Shirvanimoghaddam (2021)
desenvolveram um design de fusão dos dois modelos, intitulada “ Local Co-Working
Hub”, que utiliza dos benefícios tanto do WFH e WFO, como destacam:

Com base nessa abordagem, os centros de trabalho locais ajudarão a


reduzir os tempos de deslocamento e o impacto ambiental e a melhorar a
saúde mental e o bem estar dos trabalhadores por meio de um melhor
equilíbrio entre vida profissional e pessoal por meio do desligamento
imediato do trabalho e mais interação social. Eles também fornecerão
instalações adequadas para os trabalhadores desempenharem suas
funções, aumentarão sua motivação e aumentarão seu senso de progresso
em direção a um destino para atingir a meta do dia. (MOTAMED e
SHIRVANIMOGHADDAM, 2021, p. 7).
24

No estudo indiano de Makwana (2020, p. 15) a vontade dos trabalhadores


que o WFH continue sendo implementado, o olhar de desconfiança anterior foi
substituído pelo desejo de trabalhadores do setor de serviços. As grandes cidades
indianas sofrem com problemas de trânsito e mobilidade urbana, o conforto de não
enfrentar este conturbado problema gera bem-estar (MAKWANA, 2020, p. 13). Os
trabalhadores também assumem que o RH deve assumir um papel de maior
presença para o futuro, no combate ao desgaste mental e físico que o wfh pode
trazer em alguns casos (MAKWANA, 2020, p. 13).
As cidades no futuro devem incluir o WFH no planejamento, como a
reimaginação do espaço profissional e suas implicações no setor tecnológico
(RACHMAWATI et al., 2021, p. 15). Diretamente ligado aos desafios com a
tecnologia na Indústria 4.0, os grandes aglomerados urbanos buscam pela
sustentabilidade para resolver problemas de tráfego, poluição e qualidade de vida
para a população (KONG et al., 2022, p. 1130).

4.2 SAÚDE, BEM-ESTAR E SATISFAÇÃO

O trabalho não presencial aliado a pandemia proporcionou cenários


complexos, o distanciamento social quebrou com o contato físico e restringiu ao
virtual, com isto a solidão tornou- se companheira de diversos trabalhadores e
impacta a saúde mental e física. O estresse e ansiedade são problemas mais
comuns quando as mínimas condições não são garantidas (LEE, 2020, p. 24), o
trabalho e a emoção na pandemia para Lee (2020), que por uma investigação
literária aponta:

Os resultados demonstraram o fenômeno da emoção de comparação social


e os recursos socioemocionais críticos que impulsionam a emoção durante
uma crise de saúde. A comparação social dos recursos emocionais
influencia a emoção dos funcionários e a segurança psicológica. Por
exemplo, a emoção de comparação social ascendente desencadeia raiva,
inferioridade, injustiça e vulnerabilidade, enquanto a emoção de
comparação social descendente exibe empatia, cuidado e apoio. Os
funcionários que experimentaram flexibilidade e apoio emocional obtêm alta
segurança psicológica, enquanto o controle por meio de
microgerenciamento, falta de confiança e conflitos de contrato de trabalho
levam a baixa segurança psicológica. (LEE, 2020, p. 25).

A pesquisa de Xiao et al. (2021, p. 5) logo no período inicial da pandemia


demonstravam já o impacto negativo do WFH na saúde dos trabalhadores, o
questionário quali-quantitativo para trabalhadores de diversos setores indicou que
64,8% tiveram problemas de saúde físicos e 73,6% problemas de saúde mental
25

ligadas desde a mudança para WFH. Nos dados apresentados, além de problemas
ligados diretamente ao trabalho (comunicação com a equipe e carga horária), a falta
de separação entre um ambiente propício para o trabalho e a relação familiar
também prejudicou o bem-estar, principalmente quando há a presença de crianças e
a falta de apoio profissional (XIAO et al., 2021, p. 5).

Após fortes interdependências entre os indicadores de saúde mental e a


relação entre neuroticismo e estresse, a relação mais forte foi encontrada
entre ruído e distração. Essas distrações reduziram a concentração e a
produtividade dos funcionários e aumentam o estresse e os sentimentos
negativos (ou seja, desânimo e tristeza). Surpreendentemente, os
funcionários estressados sentiam-se tristes e desanimados (tom hedônico),
o que poderia diminuir a qualidade do sono ou aumentar os sintomas
depressivos. Além disso, os funcionários que se sentiam calmos e relaxados
(excitação tensa) eram mais propensos a se sentirem felizes e satisfeitos
(tom hedônico) e, portanto, também classificaram seu bem-estar mais alto.
Isso indica que o ruído desconfortável do espaço de trabalho doméstico
pode distrair substancialmente os funcionários de seu trabalho.
(BERGEFURT, 2022, p. 12).

A relação entre ruídos e saúde mental é discutida por Bergerfurt (2022, p.


12), trabalhadores que possuem filhos normalmente não têm espaços exclusivos
para o WFH sendo mais suscetíveis ao incômodo por barulhos, gerando estresse e
cansaço. A tensão dada pelos sons que perturbavam refletia em desânimo, vindo a
desencadear problemas na qualidade do sono e na performance nas atividades e
serviços do trabalho remoto (BERGERFURT, 2022, p. 12).
O estudo de Bijulakshmi et al. (2021, p. 4) realizado na Índia também
demonstra a relação entre o adoecimento do trabalhador e a modalidade imposta
pela covid-19, cerca de 63,9% dos entrevistados apresentaram estresse. A
investigação também identificou doenças mais severas, como a depressão, que
afetou cerca de 31% dos trabalhadores e com 1,2% apresentando níveis mais
graves (BIJULAKSHMI et al., 2021, p. 5).
Em contrapartida aos autores de acordo com Eguchi et al. (2022, p. 8), o
trabalho em casa reduziu o sofrimento psicológico durante a pandemia, o receio com
a infecção de covid-19 no local de trabalho ocasionava ansiedade nos trabalhadores
(EGUCHI et al., 2022, p. 8; VERMA et al., 2021, p. 1). A felicidade associada com a
convivência familiar é prioridade para alcançar uma qualidade de vida e a projeção
disto como prioridade é preciso para o contentamento pessoal (PIRZADEH e
LINGARD, 2021, p. 1), assim como afirma Eguchi et al., (2022, p. 8):
26

Em um estudo, trabalhar em casa foi associado à redução do tempo e dos


custos de deslocamento, redução da poluição ambiental e a oportunidade
de apoiar os deveres familiares (por exemplo, buscar as crianças na
escola), o que pode ser desejável para muitos trabalhadores (EGUCHI et
al., 2022, p. 8).

Quando bem adaptados os funcionários podem desfrutar de uma autonomia


e qualidade do trabalho apesar da diminuição da comunicação com os colegas,
assim empresas precisam maximizar as políticas de bem-estar dos funcionários, as
lideranças são os motores que movimentam essas ações e sua atenção é primordial
para a satisfação plena dos trabalhadores (SCHADE et al., 2021, p. 12; RALPH et
al., 2020, p. 1; MANROOP e PETROVSK, 2022, p. 1). Por isso, uma rede de apoio
social entre os próprios colegas ajuda a romper a barreira virtual de comunicação
como algo frio e insosso, criar um clima encorajador e equilibrado gera mais
produtividade e melhor controle e divisão entre vida pessoal e trabalho, reuniões
virtuais já são um grande passo que a discussão da saúde psicológica podem ser
fomentadas (SCHADE et al., 2021, p. 13; STANDAERT et al., 2022, p. 1;
RODRIGUES et al., 2022, p. 1).
Todavia, Yu e Mu (2021, p. 13) trata que a longo prazo o excesso de
imposições aliado a todas as questões de segurança com a covid-19 deprimiu cada
vez mais o trabalhador. Zürcher et al. (2021, p. 8) salienta a importância de impor
limites no WFH, a degradação de uma vida saudável por sempre ter que estar
disposto ao trabalho consequentemente leva à degradação do mesmo. Neste
contexto, Toniolo-Barrios e Pitt (2021, p. 2) explicam o conceito de “atenção plena”,
que é a capacidade total de se focar em alguma coisa. A desconexão com a vida de
trabalho é de suma importância para recuperação mental, se desapegar das
atividades do trabalho fora do período do mesmo evita cansaço e diminui
drasticamente a ansiedade (TONIOLO-BARRIOS e PITT, 2021, p. 3).

4.2.1 SAÚDE FÍSICA

A produtividade de um trabalhador está diretamente ligada ao conforto e


felicidade com os serviços realizados, trabalhadores psicologicamente afetados pelo
isolamento social desempenharam pior no WFH (DEUTROM et al., 2021, p. 9). Esta
implicação ocasionalmente proporcionou desgastes físicos maiores, já que para
cumprimento de suas atividades ultrapassaram do seu tempo de trabalho, as
videoconferências se tornaram as salas de reunião e a exposição excessiva a telas
27

e luzes pode resultar em problemas cognitivos e qualidade do sono


(TONIOLO-BARRIOS e PITT, 2021, p. 6; DEUTROM et al., 2021, p. 9).
Em escritórios problemas relacionados a repetição de movimentos são muito
comuns, no trabalho remoto não foi diferente, permanecer intervalos de tempo
longos sentando em frente a uma tela tendência complicações musculoesqueléticas
(JAIN et al., 2021, p. 1). É de suma importância atividades laborais para prevenção
de certos sintomas, empresas devem incentivar e auxiliar seus trabalhadores a
precaver sua saúde (JAIN et al., 2021, p. 1).
Gomez et al. (2022, p. 2) externa que tarefas manuais com repetições,
postura estática e desajeitada confere desenvolvimento de distúrbios
musculoesqueléticos, como torcicolo. O WFH confina e limita muitas profissões a
mesas de escritório e em conjunto com as limitações do lockdown, ocorreu o
aumento de sintomas e dores, que interferem no descanso (torno) suscetível à
irritabilidade (GOMEZ et al., 2022, p. 2).
Para Aegerter et al. (2021, p. 7), trabalhadores de escritórios que foram para
o trabalho em casa não relataram aumento nas dores do pescoço, já que ergonomia
de postura não se alterou. A sua pesquisa expressa que atividades laborais são o
principal fator para redução, e no mínimo 3 pausas para relaxamento muscular e
diminuição da tensão no pescoço (AEGERTER et al., 2021, p. 7).
Outros riscos que a falta de exercícios e atividades físicas durante a
pandemia foi na saúde cardiovascular, o sedentarismo e o alcoolismo
(principalmente movido por instabilidade emocional) se destacam neste ponto
(FUSCO et al., 2021, p. 8). Empresas que implementaram rotinas e a cooperação
da relevância do bem-estar físico auxiliaram seus trabalhadores, que tiveram menos
problemas pautados em saúde (FUSCO et al., 2021, p. 9).

4.3 MULHERES E REFUGIADOS

Para as mulheres, a situação do WFH e da família foi mais complicada de se


ajustar, o papel cultural de cuidado com os filhos e serviços domésticos, Eguchi et al.
(2022, p. 9), reitera: “Além disso, as mulheres relataram maior interferência
percebida do trabalho nas necessidades familiares. As diferenças nos impactos
psicológicos podem refletir os papéis tradicionais de gênero”. Estas imposições
28

dificultaram ainda mais para mulheres o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal,
ampliando as desigualdades já latentes (EGUCHI et al., 2022, p. 9).
O lockdown também afetou as crianças, que devido ao isolamento social
migraram para aulas online, conforme Jasrotia e Menna (2021, p. 5), a função de
auxiliar nas atividades escolares decaiu principalmente para as mães. As mulheres
tradicionalmente lidam com o trabalho doméstico e durante a pandemia se acentua o
estereótipo feminino de cuidar do lar, psicologicamente ficam reféns ainda mais de
estresse e depressão (JASROTIA e MENNA, 2021, p. 9; PATHAK et al., 2021, p. 1).
Como comprova a pesquisa de Jasrotia e Menna (2021, p. 9):

As mulheres trabalhadoras podem buscar o envolvimento de seus parceiros


e familiares na redução dessa carga de trabalho, redefinindo os papéis
sociais que são cúmplices na divisão do trabalho por gênero. As
expectativas de papéis sociais que prevalecem nas mentes das pessoas
são responsáveis por produzir um consenso social que exige que as
mulheres sejam as principais responsáveis tanto pela criação dos filhos
quanto pelas tarefas domésticas (JASROTIA e MENNA, 2021, p. 9).

E para Frize et al. (2021, p. 14), que obteve respostas em 76 países sobre
análise do WFH e diferenças de gênero, os homens atualmente estão mais
envolvidos com a família e atividades domésticas. Entretanto, apesar do avanço das
mulheres no mercado de trabalho, o peso e preocupações entre gestão profissional
e a família durante a pandemia ainda as afetou mais, por serem o principal pilar
educador e de gerência dos filhos (FRIZE et al.,2021, p. 14).
A pesquisa realizada na Universidade de Ljubljana apresenta outro
resultado: educadoras femininas relataram melhor desempenho que colegas do
gênero masculino (BERTONCELJ et al., 2021. p. 11). Para Bertoncelj et al. (2021, p.
12), as mulheres tiveram melhor controle de tempo e prática física maior o que
proporcionou uma rotina saudável, é claro que as educadoras da Universidade
disponham de um digno serviço e tinham ao seu lado recursos e autonomia no seu
gerenciamento (BERTONCELJ et al., 2021. p. 6).
Um grupo que anterior ao covid-19 já se destacava muito por sua
vulnerabilidade social são os refugiados, por diversas questões sociais na última
década se intensificou uma crise migratória para países europeus (TZORAKI et al.,
2021, p.1). A amostra quantitativa e qualitativa do trabalho de Tzoraki et al. (2021,
p. 6) apresenta que mesmo com um alto grau de escolaridade, 40,2% mestrado e
18,8% doutorado, a falta de oportunidade no mercado de trabalho com WFH gerou
29

diminuição na renda em 46,9% do entrevistados, impulsionando o desemprego


motivado por barreiras culturais (como a língua) e falta de tecnologia (TZORAKI et
al., 2021, p. 11).

4.4 IMPACTOS E DESAFIOS

A covid-19 aprofundou as desigualdades, a descentralização do trabalho e a


associação popular do trabalho remoto à diminuição de produção é usado como
justificativa para a terceirização (KNIFFIN et al., 2021, p. 7). A má remuneração e o
desemprego motivado pela recessão econômica mundial, em países com alto grau
de pobreza e problemas sociais, o potencial para conflitos internos de disputa
políticas sob reivindicações de dignidade foram exacerbados (KNIFFIN et al., 2021,
p. 7). Em situação antagônica, a empresa irlandesa Ocuco Ltd até forneceu durante
a pandemia um auxílio financeiro emergencial, convertendo-se em crescimento da
alegria dos funcionários e volume de clientes (NICCANNA et al., 2021, p. 1).
O impacto do WHF também se diz respeito ao conhecimento pessoal
adquirido pelos trabalhadores, que pode agregar seu desempenho ou contrário
(TONNESSEN et al., 2021, p. 1). Os resultados que Tonnessen et al.(2021, p. 6)
apresenta na Noruega, é que 42% dos trabalhadores aumentaram seu
conhecimento digital, enquanto 29% constataram queda, já sobre a criatividade
relacionada a este conhecimento 41% melhoraram em contrapartida a 22% queda.
A eficácia do WFH está diretamente ligada a sua organização e recursos
disponíveis, trabalhadores mais experientes e familiarizados com a modalidade
desempenham melhor (BIZILJ et al., 2021, p. 12). O papel de delegar é
intrinsecamente ligado, os líderes que demonstraram maior conhecimento sobre
tecnologia e mecanismos de otimização das atividades sentiram menos problemas
ligados à mudança (BIZILJ et al., 2021, p. 12), a imposição desta liderança como a
definição de diretrizes em reuniões virtuais aconchega os trabalhadores e evita
rupturas comunicativas e ineficiência (KREHL e BUTTGEN, 2022, p. 16).
Os desafios em diferentes partes do mundo refletem a administração
governamental nos direitos de trabalho, para Da et al.(2022, p. 10) na Noruega
devido às leis de proteção do trabalho, a falta de satisfação e bem-estar é pouco
provável. O resultado apresentado demonstra a desigualdade mundial no respeito a
qualidade de vida, a demanda de recursos e o planejamento empresarial impede
30

desenvolvimento de problemas relacionados ao ambiente profissional, mas é claro a


vivência de uma crise sanitária representa sempre um fator de risco (DA et al., 2022,
p. 10).
31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O WFH tem suas vantagens e desvantagens, a tecnologia e o trabalho
andam lado a lado e as mudanças sociais com a Revolução Industrial 4.0 precisam
ficar expostas. Em grandes conglomerados urbanos o WFH se apresenta mais
satisfatório para a continuidade, quando bem implementado é gratificante para o
trabalhador que tende a querer o WFH como definitivo ou de maneira híbrida com o
escritório clássico.
A revisão apresentada demonstra que o isolamento social e a intensa
convivência no âmbito familiar é associado ao estresse e ansiedade, e a repetição
no dia-a-dia destes sentimentos traz adoecimento mental, pessoas afligidas sem
amparo psicológico tendem a desenvolver depressão. Problemas físicos também
são associados a WFH, permanecer nas mesma postura por muito tempo atrofia a
atividade muscular e intensifica o cansaço, por isso é essencial um espaço domiciliar
exclusivo para o escritório e o incentivo por parte da empresa para o tema de
cuidado com a saúde, desde exercícios laborais à atividades de comunicação
recreativas.
A pandemia aflorou desigualdades sociais, apesar de discordâncias,
mulheres e minorias sempre foram expostos a situações de risco, o mercado de
trabalho ainda possui uma tradição patriarcal e preconceituosa. A cultura machista e
histórica das mulheres serem responsáveis por cuidados domésticos e cuidados
com os filhos continuou, apesar de muitos companheiros se propuserem a ajudá-las
ou de assumirem um maior protagonismo nestas atividades. A xenofobia força a
informalidade, refugiados são estereotipados e inferiorizados independente de seu
nível educacional.
A crise sanitária deixou marcas e muitos desafios, o bem-estar dos
trabalhadores só podem ser alcançados quando políticas governamentais deem
atenção a precarização do trabalho. A crescente informalidade não pode ser
justificada ou ignorada, pensar na dignidade do trabalho é lutar por direitos
imprescindíveis, e parte primeiramente da própria classe trabalhadora em se colocar
como motor do sistema capitalista atual.
O campo de estudo desta pesquisa foi compreender como o trabalho não
presencial impactou os trabalhadores, as rotinas impostas por uma pandemia e
medo latente por infecção por covid-19 transformaram os espaços em que vivemos.
32

Apesar da limitação do curto período de 2 anos, os resultados apontaram que houve


precarização do trabalho de acordo com os próprios trabalhadores, sugere-se que
estudos mais aprofundados sejam realizados sobre trabalho em casa, WFH e entre
outras nomenclaturas associadas.
33

REFERÊNCIAS

AEGERTER, A. M. et al. No evidence for an effect of working from home on neck


pain and neck disability among Swiss office workers: Short-term impact of COVID-19.
European spine journal, Europa, 2021. DOI: 10.1007/s00586-021-06829-w. Acesso
em: 24 out. 2022.

ANTUNES, R. Coronavírus: o trabalho sob fogo cruzado. Boitempo Editorial, São


Paulo, 2020. Disponível em: <encurtador.com.br/fntu2>. Acesso em 24 out. 2022.

ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviço na era digital.


Boitempo Editorial, São Paulo, 2018. Disponível em:
<https://wp.ufpel.edu.br/franciscovargas/files/2019/10/O-privilégio-da-servidão_Ricar
do-Antunes-Cap.-4.pdf>. Acesso em 24 out. 2022.

BERGEFURT, L. et al. The influence of distractions of the home-work environment on


mental health during the COVID-19 pandemic. Ergonomics, Países Baixos, 2022.
DOI: 10.1080/00140139.2022.2053590. Acesso em: 24 out. 2022.

BIJULAKSHMI, P. et al. A Cross-Sectional Study on the Mental Health of


Professionals Working from Home in Tamilnadu, India, during the Covid-19
Pandemic. Journal of evolution of medical and dental sciences-jemds, Índia,
2021. DOI: 10.14260/jemds/2021/364. Acesso em: 24 out. 2022.

BIZILJ, S.; BOSTJANCIC, E.; SOCAN, G. Perceived Efficacy of Virtual Leadership in


the Crisis of the COVID-19 Pandemic. Changing societies & personalities,
Ljubljana, 2021. DOI: 10.15826/csp.2021.5.3.141. Acesso em: 24 out. 2022.

BRASIL, Agência. Medida Provisória n° 1108, de 2022. Agência Congresso,


Brasília, 2020. Disponível em:
<https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-/mpv/152406>.
Acesso em 18 ago. 2022.

BRASIL, Agência. Organização Mundial da Saúde declara pandemia de coronavírus.


Agência Brasil, Brasília, 2020. Disponível em:
<https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-03/organizacao-mundial-da-sau
de-declara-pandemia-de-coronavirus>. Acesso em 18 ago. 2022.

BRASIL, Agência. Regulamentação de emergência para combater coronavírus vai a


sanção. Agência Senado, Brasília, 2020. Disponível em:
<https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/02/05/regulamentacao-de-emer
gencia-para-combater-coronavirus-vai-a-sancao>. Acesso em 18 ago. 2022.
34

CHOUKIR, J. et al. Effects of Working from Home on Job Performance: Empirical


Evidence in the Saudi Context during the COVID-19 Pandemic. Sustainability,
Arábia Saudita, 2022. DOI: 10.3390/su14063216. Acesso em: 24 out. 2022.

DA, S. et al. To Change or Not to Change: A Study of Workplace Change during the
COVID-19 Pandemic. International journal of environmental research and public
health, China, 2022. DOI: 10.3390/ijerph19041982. Acesso em: 24 out. 2022.

DEUTROM, J.; KATOS, V.; ALI, R. Loneliness, life satisfaction, problematic internet
use and security behaviours: re-examining the relationships when working from
home during COVID-19. Behaviour & information technology, EUA, 2021. DOI:
10.1080/0144929X.2021.1973107. Acesso em: 24 out. 2022.

DI FUSCO, S. A. Impact of Working from Home on Cardiovascular Health: An


Emerging Issue with the COVID-19 Pandemic. International journal of
environmental research and public health, Itália, 2021. DOI:
10.3390/ijerph182211882. Acesso em: 24 out. 2022.

DRASLER, V. et al. Difference in the Attitude of Students and Employees of the


University of Ljubljana towards Work from Home and Online Education: Lessons from
COVID-19 Pandemic. Sustainability, Ljubljana, 2021. DOI: 10.3390/su13095118.
Acesso em: 24 out. 2022.

EGUCHI, H. et al. Effect of Working from Home on the Association between Job
Demands and Psychological Distress. International journal of environmental
research and public health, Japão, 2022. DOI: 10.3390/ijerph19106287. Acesso
em: 24 out. 2022.

FRAGA, A. M. et al. As diversidades da diversidade: revisão sistemática da


produção científica brasileira sobre diversidade na administração (2001-2019).
Cadernos EBAPE, Rio de Janeiro, 2022. Disponível em:
<https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/85305> .
Acesso em 24 out. 2022.

FRIZE, M. et al. The impact of COVID-19 pandemic on gender-related work from


home in STEM fields-Report of the WiMPBME Task Group. Gender work and
organization, EUA, 2021. DOI: 10.1111/gwao.12690. Acesso em: 24 out. 2022.

GOMEZ, I. N. et al. Work-from-home-related musculoskeletal pain during the


COVID-19 pandemic: A rapid review protocol. International journal of osteopathic
35

medicine, Filipinas, 2022. DOI: 10.1016/j.ijosm.2022.04.005. Acesso em: 24 out.


2022.

JAIN, R.; MEENA, M. L. ; RANA, K. B. Risk factors of musculoskeletal symptoms


among mobile device users during work from home. International journal of
occupational safety and ergonomics, Índia, 2021. DOI:
10.1080/10803548.2021.1979318. Acesso em: 24 out. 2022.

JASROTIA, A; MEENA, J. Women, work and pandemic: An impact study of


COVID-19 lockdown on working women in India. Asian social work and policy
review, Índia, 2021. DOI: 10.1111/aswp.12240. Acesso em: 24 out. 2022.

KNIFFIN, K. M. et al. COVID-19 and the Workplace: Implications, Issues, and


Insights for Future Research and Action. American Psychologist, EUA, 2021. DOI:
10.1037/amp0000716. Acesso em: 24 out. 2022.

KREHL, E. H. ; BUTTGEN, M. Uncovering the complexities of remote leadership and


the usage of digital tools during the COVID-19 pandemic: A qualitative diary study.
German journal of human resource management-zeitschrift fur
personalforschung, Alemanha, 2022. DOI: 10.1177/23970022221083697. Acesso
em: 24 out. 2022.

KONG, X. Q. et al. Work from home in the post-COVID world. Case studies on
transport policy, EUA, 2022. DOI: 10.1016/j.cstp.2022.04.002. Acesso em: 24 out.
2022.

KUCERA, J.; KRULICKY, T.; NAVRATILOVA, P. The trend of work from home and its
advantages and disadvantages during the covid-19 pandemic: a comparative study.
ad alta-journal of interdisciplinary research, Tchéquia, 2021. Disponível em: <
encurtador.com.br/auBP8 >. Acesso em: 24 out. 2022.

KUMARA, B. T. G. S et al. Work From Home After Covid-19: Machine


Learning-Based Approach to Predict Employee's Choice. In: 2022 INTERNATIONAL
CONFERENCE ON DECISION AID SCIENCES AND APPLICATIONS (DASA), Sri
Lanka, 2022. Anais […]. DOI: 10.1109/DASA54658.2022.9765249. Acesso em: 24
out. 2022.

LEE, H. Changes in workplace practices during the COVID-19 pandemic: the roles of
emotion, psychological safety and organisation support. Journal of organizational
36

effectiveness-people and performance, Austrália, 2021. DOI:


10.1108/JOEPP-06-2020-0104. Acesso em: 24 out. 2022.

LOPES, C. M. Coronavírus: o trabalho sob o fogo cruzado. Revista direitos,


trabalho e política social, [S. l.], v. 7, n. 12, p. 299-305, São Paulo, 2021.
Disponível em:
https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rdtps/article/view/11599. Acesso em
18 ago. 2022.

LUCCA, S. R. Coronavírus: o trabalho sob fogo cruzado. Scielo, Brasil, 2020.


Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/csp/a/KvKKHYs7K4xvNySdxgKx9FR/?lang=pt>. Acesso em
24 out. 2022.

MAKWANA, K.; DAVE, G. B. Work From Home: Experiences and Future Challenges
- Indian Perspectives from Pandemic Coronavirus and Consequent Lockdown.
Gurukul business review-gbr, Índia, 2020. Disponível em:
<https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3759474>. Acesso em: 24
out. 2022.

MANROOP, L.; PETROVSKI, D. Exploring layers of context-related work-from-home


demands during COVID-19. Personnel review, EUA, 2022. DOI:
10.1108/PR-06-2021-0459. Acesso em: 24 out. 2022.

MELLO, A. Teletrabalho (telework): o trabalho em qualquer lugar e a qualquer hora.


Qualitymark, Rio de Janeiro, 1999. Disponível em:
<https://crasp.gov.br/wp/wp-content/uploads/17_11_2004_TELETRABALHO_O_TRA
BALHO_EM_QUALQUER_LUGAR_E_A_QUALQUER_HORA.pdf>. Acesso em 24
out. 2022.

MORANDI, M. I. W. M.; CAMARGO, L. F. R. Revisão sistemática da literatura. In:


DRESCH, A.; LACERDA, D. P. Revista De Educação Do Vale Do Arinos - RELVA,
Brasil, 2017. Anais […]. Disponível em:
<https://periodicos.unemat.br/index.php/relva/article/view/1738> . Acesso em 24 out.
2022.

MORENO, A. Home office e a reestruturação do trabalho no contexto da pandemia


de Covid-19: uma análise sobre o setor de TI na cidade de São Paulo. Ciências
Sociais Unisinos, São Paulo, 2021. Disponível em:
<http://revistas.unisinos.br/index.php/ciencias_sociais/article/view/22819/60748989>.
Acesso em 24 out. 2022.
37

MOTAMED, B.; SHIRVANIMOGHADDAM, K. The Local Co-Working Hub: A Merging


Solution. Urban science, Austrália, 2021. DOI: 10.3390/urbansci5010015. Acesso
em: 24 out. 2022.

NASCIMENTO, A. P. P. M.; TORRES, L. G. R.; NERY, S. M. Home Office: prática de


trabalho promovida pela pandemia do COVID-19. In: Simpósio de excelência em
gestão e tecnologia. XVII SEGeT, Brasil, 2020. Anais [...]. Disponível em:
<https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos20/6930120.pdf>. Acesso em 24 out.
2022

NICCANNA, C. et al. Globally Distributed Development during COVID-19. In: 2021


IEEE/ACM 8TH INTERNATIONAL WORKSHOP ON SOFTWARE ENGINEERING
RESEARCH AND INDUSTRIAL PRACTICE (SER&IP 2021), Espanha, 2021. Anais
[…]. DOI: 10.1109/SER-IP52554.2021.00010. Acesso em: 24 out. 2022.

NOGUEIRA, L. M. B. Desafios da implantação do home office durante a pandemia:


estudo de caso em uma empresa de tecnologia. Repositório Unifametro, Ceará,
2020. Disponível em: <http://repositorio.unifametro.edu.br/handle/123456789/849>.
Acesso em 24 out. 2022.

OLIVEIRA, V. Dias. As mulheres no âmago da precariedade histórica do mundo do


trabalho. Geografia em Atos (Online), São Paulo, 2020. Disponível em:
<https://revista.fct.unesp.br/index.php/geografiaematos/article/view/7961>. Acesso
em 24 out. 2022.

PATHAK, D. ; BHARATHI, S. V. ; MALA, E. P. The Work-Life Balancing Act: A Study


on the Mandatory Work From Home Due to COVID-19 on the IT and Non-IT Industry
Sectors. International journal of human capital and information technology
professionals, Índia, 2021. DOI: 10.4018/IJHCITP.2021070101. Acesso em: 24 out.
2022.

PERNA, J. L S. O trabalho híbrido: remoto e presencial, em uma instituição pública


de ensino durante a pandemia da Covid-19-um estudo de caso Hybrid work: remote
and in-person, in a public educational institution during the Covid-19 pandemic-a
case study. Brazilian Journal of Development, Brasil, 2021. Disponível em:
<http://www.cp2.g12.br/blog/humaitaii/files/2021/08/Artigo-José-Luiz.pdf>. Acesso
em 24 out 2022.

PIRZADEH, P; LINGARD, H. Working from Home during the COVID-19 Pandemic:


Health and Well-Being of Project-Based Construction Workers. Journal of
construction engineering and management, Austrália, 2021. DOI:
10.1061/(ASCE)CO.1943-7862.0002102. Acesso em: 24 out. 2022.
38

PONTES, A. L.; HIRATA, L. C.; NEVES, D. L. F.. O Home Office na pandemia de


Covid-19: uma perspectiva da eficiência dos profissionais de Tecnologia da
Informação. Revista Fatec Zona Sul, Brasil, 2021. Disponível em:
<http://revistarefas.com.br/index.php/RevFATECZS/article/view/429>. Acesso em 24
out. 2022.

RACHMAWATI, R. et al. Work from Home and the Use of ICT during the COVID-19
Pandemic in Indonesia and Its Impact on Cities in the Future. Sustainability,
Indonésia, 2021. DOI: 10.3390/su13126760. Acesso em: 24 out. 2022.

RALPH, P. et al. Pandemic programming How COVID-19 affects software developers


and how their organizations can help. Empirical software engineering, Canadá,
2020. DOI: 10.1007/s10664-020-09875-y. Acesso em: 24 out. 2022.

ROCHA, C. T. M.; AMADOR, F. O teletrabalho: conceituação e questões para


análise. Cadernos Ebape, Rio de Janeiro, 2018. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/cebape/a/xdbDYsyFztnLT5CVwpxGm3g/abstract/?lang=pt>
Acesso em 24 out. 2022

RODRIGUES, E. A. et al. Difficulties experienced by managers in the coordination of


teams working from home: an exploratory study considering the COVID-19
pandemic. Information technology & people, Brasil, 2022. DOI:
10.1108/ITP-01-2021-0034. Acesso em: 24 out. 2022.

STANDAERT, W.; THUNUS, S.; SCHOENAERS, F. Virtual meetings and wellbeing:


insights from the COVID-19 pandemic. Information technology & people, Bélgica,
2022. DOI: 10.1108/ITP-01-2021-0022. Acesso em: 24 out. 2022.

SCHADE, H. M. et al. Having to Work from Home: Basic Needs, Well-Being, and
Motivation. International journal of environmental research and public health,
Alemanha, 2021. DOI: 10.3390/ijerph18105149. Acesso em: 24 out. 2022.

SCHNEIDER, P. V.; SUGAHARA, C. R.; DA SILVA, L. H. V.. Teletrabalho: o desafio


do trabalho no mundo pós-pandêmico. Congresso latino americano de
desenvolvimento sustentável, Campinas, 2021. Disponível em:
<https://www.eventoanap.org.br/data/inscricoes/8734/form2702251874.pdf>. Acesso
em 24 out. 2022.

SILVA, J. A. S. Uberização da educação? breves considerações sobre a


precarização do trabalho docente. In: Seminário Nacional e Seminário Internacional
Políticas Públicas, Gestão e Práxis Educacional, Brasil, 2021. Anais [...]. Disponível
39

em: <http://anais.uesb.br/index.php/semgepraxis/article/view/9549>. Acesso em 24


out. 2022.

TONNESSEN, O.; DHIR, A.; FLATEN, B. T. Digital knowledge sharing and creative
performance: Work from home during the COVID-19 pandemic. Technological
forecasting and social change, Noruega, 2021. DOI:
10.1016/j.techfore.2021.120866. Acesso em: 24 out. 2022.

TONIOLO-BARRIOS, M.; PITT, L. Mindfulness and the challenges of working from


home in times of crisis. Business horizons, Canadá, 2021. DOI:
10.1016/j.bushor.2020.09.004. Acesso em: 24 out. 2022.

TZORAKI, O. et al. The Impact of the COVID-19 Pandemic on the Working


Conditions, Employment, Career Development and Well-Being of Refugee
Researchers. Societies, Grécia, 2021. DOI: 10.3390/soc11030071. Acesso em: 24
out. 2022.

VERMA, S. K. et al. The Impact of COVID-19-Induced Factors on Work from Home


of Employees. Journal of pharmacy and bioallied sciences, India, 2021. DOI:
10.4103/jpbs.jpbs_247_21 . Acesso em: 24 out. 2022.

XIAO, Y. J. et al. Impacts of Working From Home During COVID-19 Pandemic on


Physical and Mental Well-Being of Office Workstation Users. Journal of
occupational and environmental medicine, EUA, 2021. DOI:
10.1097/JOM.0000000000002097. Acesso em: 24 out. 2022.

YU, J.; WU, Y. H. The Impact of Enforced Working from Home on Employee Job
Satisfaction during COVID-19: An Event System Perspective. International journal
of environmental research and public health, China, 2021. DOI:
10.3390/ijerph182413207. Acesso em: 24 out. 2022.

ZURCHER, A et al.. Increased Working From Home in Vocational Counseling


Psychologists During COVID-19: Associated Change in Productivity and Job
Satisfaction. Frontiers in psychology, Suíça, 2021. DOI:
10.3389/fpsyg.2021.750127. Acesso em: 24 out. 2022.
40

Você também pode gostar