Você está na página 1de 28

Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC

Curso de Enfermagem
Trabalho de Conclusão de Curso II

SÍNDROME DE BURNOUT NA ENFERMAGEM


NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19: REVISÃO DA LITERATURA

Gama-DF
2021
LETÍCIA RODRIGUES PEREIRA
SABRINA MOREIRA DE SOUZA
STEFANNY DE ALMEIDA MORAES

SÍNDROME DE BURNOUT NA ENFERMAGEM


NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19: REVISÃO DA LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado


como requisito para conclusão do curso de
Bacharelado em Enfermagem pelo Centro
Universitário do Planalto Central Apparecido
dos Santos – UNICEPLAC.

Orientador: Professor João de Sousa Pinheiro


Barbosa

Gama-DF
2021
SÍNDROME DE BURNOUT NA ENFERMAGEM
NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19: REVISÃO DA LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


de Enfermagem do Centro Universitário do Planalto
Central Apparecido dos Santos – UNICEPLAC como
requisito parcial para obtenção de título de Bacharelado
em Enfermagem.

Brasília-DF, 27 de dezembro de 2021

BANCA EXAMINADORA

Professor Dr. Dra. João de Sousa Pinheiro Barbosa – Presidente da Banca


(ORIENTADOR)
Professor (a) Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos –
UNICEPLAC

Professora Dr. Dra. NOME COMPLETO – Avaliador (a)


Professor (a) Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos –
UNICEPLAC

Professora Dr. Dra. NOME COMPLETO – Avaliador (a)


Professor (a) Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos –
UNICEPLAC
DEDICATÓRIA

Dedicação da aluna Letícia Rodrigues Pereira:


Agradeço meus neurônios por não terem perecido
de Burnout, e a pessoas específicas que saberão
que falo delas quando lerem.

Dedicação da aluna Sabrina Moreira de Souza:


Agradeço primeiramente a Deus, depois a minha
mãe e ao meu pai que sempre acreditaram e me
apoiaram em vários momentos da minha vida.

Dedicação da aluna Stefanny de Almeida Moraes:


Agradeço a Deus, pois sem Ele me faltariam forças
para chegar até aqui. Aos meus pais e ao meu
irmão, que sempre me apoiaram e lutaram
arduamente para que eu concluísse minha
graduação. Aos meus professores que serviram de
espelho e inspiração. Aos meus amigos queridos
que tive a sorte de encontrar pelo caminho. Sem
vocês eu nada seria.
AGRADECIMENTO

Agradecemos ao Professor João de Sousa Pinheiro Barbosa pelas orientações e


sábias colocações que nos direcionaram a conclusão deste projeto. Obrigada pela
disposição para nos ajudar e sanar nossas dúvidas, pelos “puxões de orelha” e incentivos,
por compartilhar conosco seu vasto conhecimento científico e pela confiança no nosso
potencial de que entregaríamos um projeto satisfatório.
RESUMO

Introdução: A Síndrome de Burnout é classificada como uma doença do trabalho de


caráter psicossocial caracterizada por altos níveis de estresse. Após o inicio da pandemia,
o número de óbitos e novos casos de infecção pelo coronavírus se mantêm elevados na
enfermagem por estarem na vanguarda do combate ao Covid-19 acarretando no aumento
dos índices do surgimento da síndrome nesses profissionais. Objetivo: realizar uma
análise bibliográfica sobre o desenvolvimento e os impactos da síndrome de Burnout em
enfermeiros que estão na linha de frente do combate ao coronavírus. Metodologia:
Revisão bibliográfica em plataformas digitais de busca como (Scielo), (Lilacs), (NLM),
(PubMed), (BVS). A busca foi realizada empregando os descritores: “Enfermagem”,
“Esgotamento profissional”, “Infecções por coronavírus”, “Pessoal de saúde”, “Impacto
psicossocial”. Após analise os resultados foram agrupados em subcategorias. Resultados:
As obras foram catalogadas e observou-se que as repercussões psicossociais da
pandemia aos profissionais de enfermagem ainda são desconhecidas em longo prazo,
visto que a pandemia ainda está estabelecida. Contudo, estudos já relacionam o
surgimento e agravamento de sofrimentos mentais desses profissionais após o inicio da
pandemia. Conclusão: Constatou-se a importância de proporcionar melhores condições
do trabalho da enfermagem, proporcionando a diminuição dos níveis de estresse e
acolhimento empático a esses profissionais. Recomenda-se mais estudos sobre a temática
para difundir o tema e proporcionar melhor cuidado para os profissionais de saúde, em
especial a equipe de enfermagem que está na linha de frente na assistência à população.

Palavras-chave: enfermagem; esgotamento profissional; infecções por coronavírus;


pessoal de saúde; impacto psicossocial.
ABSTRACT

Introduction: Burnout Syndrome is classified as a work-related illness of a psychosocial


nature characterized by high levels of stress. After the onset of the pandemic, the number
of deaths and new cases of coronavirus infection remains high in nursing as they are at the
forefront of the fight against Covid-19, resulting in an increase in the rates of the emergence
of the syndrome in these professionals. Objective: to carry out a literature review on the
development and impacts of Burnout syndrome in nurses who are on the front lines of
combating the coronavirus. Methodology: Literature review in digital search platforms such
as (Scielo), (Lilacs), (NLM), (PubMed), (BVS). The search was performed using the
descriptors: "Nursing", "Professional burnout", "Coronavirus infections", "Health personnel",
"Psychosocial impact". After analyzing the results were grouped into subcategories.
Results: The works were cataloged and it was observed that the psychosocial
repercussions of the pandemic for nursing professionals are still unknown in the long term,
as the pandemic is still established. However, studies already relate the emergence and
worsening of these professionals' mental suffering after the onset of the pandemic.
Conclusion: The importance of providing better conditions for nursing work was found,
providing a reduction in stress levels and empathic welcoming to these professionals.
Further studies on the subject are recommended to disseminate the subject and provide
better care for health professionals, especially the nursing staff who are on the front line in
providing assistance to the population.

Keywords: nursing; professional Burnout; coronavirus infections; health personnel;


psychosocial impact.
LISTA DE ABREVIATURAS

BVS - Biblioteca Virtual em Saúde.


COFEN - Conselho Federal de Enfermagem.
COREN - Conselho Regional de Enfermagem.
Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz.
LiLacs - Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde.
MS - Ministério da Saúde.
NLM - National Library of Medicine.
OIT - Organização Internacional do Trabalho.
OMS - Organização Mundial de Saúde.
PubMed - Modo de busca de livre acesso à base de dados MEDLINE.
SB - Síndrome de Burnout.
Scielo - Scientific Eletronic Library Online.
UTI - Unidade de Terapia Intensiva.
LISTA DE FIGURAS

Gráfico 1: Divisão Dos Artigos Selecionados Pela Temática............................................. 17

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Análise Bibliográfica na relação da Síndrome de Burnout e equipe de


Enfermagem........................................................................................................................ 17
Sumário
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 11

QUESTÕES NORTEADORAS .................................................................................................... 12

OBJETIVOS ................................................................................................................................. 12

Geral ...................................................................................................................................... 12

Específicos............................................................................................................................ 12

REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................................... 12

A Síndrome de Burnout e a Enfermagem ........................................................................... 12

Coronavírus: um novo desafio ............................................................................................ 13

Repercussões Psicossociais dos Enfermeiros ..................................................................... 14

MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................... 15

Amostra ................................................................................................................................. 15

Coleta de dados ..................................................................................................................... 16

Procedimentos para coleta de dados.................................................................................... 16

Análise de dados ................................................................................................................... 16

RESULTADOS .............................................................................................................................. 16

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................................ 20

Burnout e a Enfermagem: uma relação de longa data............................................ 20

O novo coronavírus e o impacto na Enfermagem....................................................21

Saúde Mental dos profissionais de enfermagem e sua importância ....................... 23

CONSIDERANÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 24

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 25
1. INTRODUÇÃO
A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é
classificada como uma doença do trabalho de caráter psicossocial segundo a
Lei nº 3.048/99, legislação brasileira que regulamenta a Previdência Social. A
síndrome é caracterizada por altos níveis de estresse no ambiente de trabalho
gerando uma exaustão física e psicológica dos indivíduos com impactos que não
se limitam apenas ao desempenho profissional, como na relação interpessoal e
na qualidade de vida do indivíduo (FERRARI et al., 2012).
Quanto aos profissionais de saúde, suas condições de trabalho desde a
assistência na atenção primária ao nível mais especializado de saúde são
desafiadoras e suas ações impactam diretamente na vida das pessoas. Sendo
assim, observar os sinais de Burnout em profissionais da saúde requer atenção
redobrada, pois a queda da qualidade da assistência prestada é um dos
primeiros sinais de alerta (FREITAS et al., 2019).
Atualmente, a pandemia do Sars-Cov-2, deixou evidente a importância da
enfermagem para a saúde, mesmo em meio a um estado de calamidade no
país, a falta de estrutura da rede pública de saúde, a insegurança financeira e a
desvalorização da profissão, a enfermagem segue na linha de frente de combate
a Covid-19, porém como consequência a sobrecarga física e psicológica acaba
por gerar um esgotamento mental resultando no desenvolvimento de uma gama
de transtornos de ansiedade e depressão nesses profissionais (HUMEREZ;
OHL; SILVA, 2020).
O número de óbitos e novos casos de infecção pelo coronavírus se
mantêm elevados e a enfermagem continua na vanguarda do combate ao
Covid-19, dessa forma os profissionais devem procurar conhecer seus limites e
reconhecer que também possuem necessidades físicas e emocionais que
devem ser priorizadas. As organizações por sua vez devem criar formas de
auxiliar a enfermagem a identificar e lidar com os sinais da Síndrome de Burnout
assim como o excesso de estresse no cenário de pandemia oferecendo todo
suporte necessário para preservar a saúde, a qualidade de vida e da assistência
prestada por esses profissionais (ROSS, 2020).
2. QUESTÕES NORTEADORAS

1. Qual a relação da Síndrome de Burnout com a Enfermagem?


2. Como a pandemia potencializou o desenvolvimento de sofrimentos
psicológicos nos profissionais de Enfermagem?
3. Quais os impactos psicossociais a esses profissionais?

3. OBJETIVOS

3.1. Geral

Realizar uma análise sobre os impactos da síndrome de Burnout em


enfermeiros (as) que estão na linha de frente do combate ao coronavírus.

3.2. Específicos

 Analisar a relação da Síndrome de Burnout com a Enfermagem.


 Compreender como a pandemia afeta a saúde física e mental do
enfermeiro.
 Discutir os impactos da pandemia na qualidade de vida e da
assistência prestada pelo enfermeiro.

4. REFERENCIAL TEÓRICO OU FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1. A Síndrome de Burnout e a Enfermagem

A síndrome de Burnout é definida como uma doença crônica de caráter


ocupacional, sendo citada como Transtorno Mental e Comportamento Relacionado
com o trabalho no Regulamento da Previdência Social (SOUZA et al., 2021), e
atinge indivíduos que atuam constantemente com o público, lidam com fortes
emoções e possuindo frustrações acerca do ambiente e rotina de trabalho. Tem
como sinônimo a Síndrome de Esgotamento Profissional e observa-se a participação
de três variáveis multidimensional que caracterizam o processo de adoecimento e
desenvolvimento dessa síndrome, sendo elas: a exaustão emocional, a
despersonalização e a diminuição da realização pessoal (LEÃO; GOMEZ, 2014).
Segundo Aquino (2021) o profissional de Enfermagem desde a
regulamentação da profissão vem buscando por salários dignos para jornadas de
trabalho extensas e que por vezes são acompanhadas de longos plantões que
refletem diretamente na saúde desse profissional. As dificuldades diárias durante um
plantão, a organização da equipe de enfermagem, a montagem de escalas, entre
outras funções são de responsabilidades do profissional enfermeiro, que tem sempre
que lidar com conflitos internos da equipe e manter a atividade laboral em ordem,
mas essa carga diária de estresse tem um preço.
A relação entre o Burnout e a Enfermagem é bastante antiga e comum, a
síndrome surge através de pequenos problemas cotidianos, porém estressores no
ambiente de trabalho que de forma recorrente se tornam maçantes, geralmente
acarretados pela falta de recursos, má relação interpessoal, desvalorização do
trabalho entre outros fatores, que acabam levando a um sentimento de insatisfação
ou incompetência pelo profissional (AQUINO et al., 2021).

4.2. Coronavírus: Um novo desafio

O Sars-Cov-2 é um vírus que surgiu no final do ano de 2019 em Wuhan, na


China. O vírus se manifesta tanto de forma sintomática quanto de maneira
assintomática, podendo seu agravamento ser fatal. No Brasil, como em várias outras
partes do mundo, o COVID 19 chegou de forma repentina, sendo ainda pouco
conhecido pelos profissionais de saúde e pela comunidade científica que está
adquirindo conhecimentos a seu respeito de maneira simultânea aos
desdobramentos da pandemia (BARROS et al., 2020).
De acordo com o Ministério da Saúde, no dia 07 de outubro de 2021, os
números do novo coronavírus no Brasil atingiram 18.172 mil novos casos, 20.665
milhões de brasileiros recuperados e 600.425 milhões óbitos, totalizando 21.550
milhões de casos e 285.032 milhões em acompanhamento, esse aumento
considerável comprometeu e sobrecarregou os sistemas de saúde da rede particular
e de maneira mais impactante a rede pública (BRASIL, 2021).
A enfermagem já lidava antes da pandemia, com a falta de insumos,
autonomia e mão de obra, cargas horárias exaustivas, remuneração inadequada e a
desvalorização da categoria. No contexto atual associou-se, além dos estressores
citados, a preocupação acerca da escassez de Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs) que são uma medida indispensável de prevenção e controle de infecção,
juntamente ao isolamento social, que impossibilita a busca ao lazer em meios
externos, o medo por conta da rotina hospitalar e a exposição involuntária de
familiares e a instabilidade empregatícia que vem se dando por contaminação, morte
ou afastamento de colegas de profissão (SOUZA et al., 2021).
Diante deste cenário, Barros (2020) reafirma que o Enfermeiro se encontra
atualmente em um ambiente precário, trabalhando com poucas vagas de UTI, alto
risco de contaminação, pouco contato com familiares sendo forçado a permanecer
por longos períodos em ambiente de trabalho, e essa alta demanda leva o
profissional a um esgotamento não apenas físico como psíquico, trazendo danos
permanentes na saúde mental como depressão, ansiedade, estresse e a Síndrome
de Burnout.

4.3. Repercussões Psicossociais da Pandemia aos Enfermeiros

Os profissionais da saúde têm atribuições e responsabilidades que podem


influenciar diretamente na sua saúde física e mental. A exaustão emocional faz com
que o profissional se sinta frustrado, desmotivado, com falta de motivação para
exercer suas atividades laborais diárias. Essa despersonalização do profissional
começa a refletir na forma de tratamento aos pacientes e colegas de trabalho, além
das pessoas de seu convívio fora desse ambiente. É comum o profissional se auto
avaliar de forma negativa quando nesse chega nesse estado (VALERETTO; ALVES,
2014).
Estudos comprovam que a taxa de letalidade entre os profissionais da
enfermagem pela COVID 19 é predominante por decorrência da alta exposição do
contato direto com pacientes infectados. Quando o enfermeiro se vê envolto nessa
atmosfera de tensão permanente, mesmo mantendo todos os cuidados
preconizados de segurança, o mesmo está ciente que suas chances de
contaminação pelo vírus ainda são bastante altas, e quando somada a questões da
vida pessoal, acabam por não permitir nenhum momento de descanso e
despreocupação mental a esses indivíduos (CAMPOS; LEITÃO, 2021).
Um ambiente ininterruptamente envolto nos sentimentos de adoecimento, luto
e medo podem acarretar no decorrer do tempo em transtornos comportamentais e
de personalidade, alterações neuro-hormonais e distúrbios emocionais que
certamente também acarretarão em sintomatologia física. Recente estudo realizado
com profissionais da saúde que prestam assistência a pacientes com coronavírus
revelou que 50% dos profissionais apresentam sintomas depressivos, 45% revelam
sofrer de ansiedade, 34% apresentam alterações no sono e 72% revelam sentir
angústia no período da pandemia (ALMEIDA et al., 2021).
Os relatos acima citados são recorrentes e trazem a público um debate que
felizmente vem crescendo com o decorrer da pandemia sobre a importância de
mediar os impactos na saúde mental dos trabalhadores que estão na linha de frente
da pandemia e como isso afeta de forma permanente a vida desses profissionais,
sendo necessárias desde o início intervenções e cuidados para redução de danos,
preservação da qualidade de vida do profissional e da assistência prestada
reduzindo erros decorrentes da sobrecarga a eles imposta que podem gerar danos
irreparáveis aos pacientes (BUSELLI et al., 2020).

5. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a produção desse projeto foi efetuado revisão bibliográfica em


plataformas digitais de busca como Scientific Electronic Library
online (Scielo), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (Lilacs), Serviço da U.S. National Library of Medice (NLM)
(PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). A busca dos artigos foi
realizada empregando os descritores: “Enfermagem”, “Esgotamento profissional”,
“Infecções por coronavírus”, “Pessoal de saúde”, “Impacto psicossocial”. E o uso do
operador boleano. Então a pesquisa se deu por Esgotamento profissional AND
Enfermagem AND Infecção por coronavírus.

Amostra
Os critérios de inclusão foram artigos científicos completos relacionados ao
tema, publicados entre os anos de 2011 e 2021, em inglês e português, que
respondiam a questão norteadora.
Os critérios de exclusão foram capítulos de livro, dissertações de
mestrado e teses de doutorado, artigos que não estão completos e não
respondiam a questão norteadora ou que não foram publicados nos
últimos dez anos.

Coleta de dados
O período de coleta ocorreu no período de Maio a
agosto de 2021.
Foi utilizado para coleta de dados um documento do Excel onde se realizou
a organização dos artigos que foram encontrados na pesquisa.

Procedimentos para coleta de dados


A coleta de dados foi realizada através da leitura e extensiva de
títulos e resumo dos artigos e artigos completos.

Análise de dados
Foram utilizadas as palavras chaves descritas anteriormente, encontrando 74
artigos. Destes foram excluídos 36 por não contemplarem o tema proposto, por
terem sido publicados anteriormente ao ano de 2011 e por serem redundantes ou
repetitivos sobre o tema. 38 artigos foram utilizados na produção do projeto como um
todo, sendo que destes 34 artigos foram subdivididos em três temáticas principais:
Síndrome de Burnout e sua relação com a Enfermagem (13), Pandemia do
Coronavírus e seu impacto na Enfermagem (9) e As repercussões psicossociais da
pandemia aos profissionais de enfermagem (12). Para o fichamento foram elencados
25 artigos no total para realizar melhor embasamento e discussão da temática
escolhida, reiterando as subdivisões realizadas na teorização do projeto.

6. RESULTADOS

Após análise das obras disponíveis foi possível observar que as repercussões
psicossociais da pandemia nos profissionais de enfermagem ainda não estão
completamente definidas visto que, o período pandêmico ainda está estabelecido.
Contudo, atualmente estudos e levantamentos estatísticos sobre os impactos
psicológicas da pandemia, já relacionam diretamente o agravamento de sofrimentos
mentais desses profissionais após o inicio da pandemia, em especial, as crises de
ansiedade e a Síndrome de Burnout, e como esses transtornos implicam na queda
da qualidade da assistência em saúde prestada e da qualidade de vida desses
profissionais.
Os artigos encontrados foram divididos em três subcategorias, e estão
representados no gráfico a seguir:

Gráfico 1: Divisão dos artigos selecionados pela temática

Relação da síndrome de
Burnout com a Enfermagem
35% 38%
Impacto da Pandemia de
Covid-19 na Enfermagem

Repercussões Psicossociais
nos Enfermeiros
27%

Fonte: autoria própria

Os artigos selecionados para realizar a discussão dos achados e sua relação


com o tema escolhido estão dispostos na tabela a seguir.

Tabela 1: Análise Bibliográfica na relação da Síndrome de Burnout e equipe de


Enfermagem

ARTIGOS DELINEAMENTO RESULTADOS


ENCONTRADOS

Depressão e ansiedade em Analisar Número crescente de


profissionais de a prevalência de sintomas de transtornos
enfermagem durante a pressão, ansiedade e fatores psicológicos.
pandemia da covid-19. associados.

Investigação Conhecer as condições de Como as condições de


epidemiológica de Covid- trabalho, possibilidades trabalho influenciam na
19 relacionada ao trabalho, de contaminação e contaminação.
em profissionais da saúde: cronologia da doença, e
experiência do Cerest estabelecer sua relação com
Salvador. o trabalho.

Efeito da Inteligência Um fator de Relação entre o


Emocional e Riscos proteção essencial contra estresse extremo e
Psicossociais no Burnout. os riscos psicossociais é desenvolvimento do
Satisfação no Trabalho e a inteligência emocional. Burnout por
Saúde dos Enfermeiros enfermeiros.
durante a Pandemia do
COVID-19.

Fatores que contribuíram Compreender o risco de esgo Observar sinais de


para o esgotamento tamento dos profissionais de esgotamento
profissional de saúde saúde e manter a qualidade profissional para
durante a pandemia de dos cuidados. manter qualidade de
COVID-19: uma rápida vida.
reviravolta global.

Apoio psicossocial e saúde A exposição aos fatores de Verificar e diminuir os


mental dos profissionais de risco no trabalho e apoio estressores e
enfermagem no combate psicossocial na pandemia da preditores do
à covid-19. COVID-19. esgotamento
psicológico.

Conhecimento dos Conhecimento dos profission Capacidade de


profissionais de ais de enfermagem sobre autoanalise dos
enfermagem sobre a a Síndrome de Burnout. profissionais.
Síndrome de Burnout.

Escuta empática: Escuta empática como Com a empatia os


estratégia de acolhimento estratégia de acolhimento enfermeiros podem
para o profissional de para os profissionais compreender o alto
enfermagem no de enfermagem. nível de estresse.
enfrentamento da
pandemia do coronavírus.

Percepção do sofrimento Compreender os sofrimentos Impactos psíquicos da


mental dos profissionais de psicológicos na pandemia. pandemia na saúde
enfermagem em meio à mental dos enfermeiros
pandemia da Covid-19

Enfermagem brasileira na Discutir desafios da O protagonismo da


linha de frente contra o Enfermagem na linha de enfermagem na linha
novo Coronavírus: quem frente contra o novo de frente.
cuidará de quem cuida? Coronavírus.

Associação entre variáveis Precarização e o Condições de trabalho


relacionadas à afastamento do trabalho por e estressores.
precarização e motivo de saúde.
afastamento do trabalho no
campo da enfermagem.

Síndrome de Burnout nos Definição da síndrome de Contextualização do


profissionais de saúde: Burnout. Burnout.
atualização sobre
definições, fatores de risco
e estratégias de
prevenção.

Uma nova contribuição Principais fatores Estressores da equipe


para a classificação dos ocupacionais estressantes. de enfermagem.
fatores estressores que
afetam os profissionais de
enfermagem.
Presenteismo, fatores de Fatores que geram o Exaustão emocional,
risco e repercussões na adoecimento na ambiente de trabalho,
saúde do trabalhador de enfermagem. adoecimento da
enfermagem. enfermagem, redução
da qualidade de
cuidados.

Saúde mental de Implicações da pandemia na Crise em relação a


profissionais de saúde mental. saúde mental dos
enfermagem durante a profissionais de
pandemia de COVID-19: enfermagem.
recursos de apoio.

Jornadas de trabalho na Fatores associados à jornada Aumento da jornada de


enfermagem: entre de trabalho profissional e à trabalho, falta de tempo
necessidades individuais e jornada de trabalho total para lazer e vida
condições de trabalho. (profissional + doméstica). doméstica.

Identidade profissional do Identidade da enfermagem Definição da


enfermeiro: uma revisão de no âmbito gestão e ensino. enfermagem e suas
literatura. atribuições.

A saúde dos profissionais Principais problemas que Enfrentamento da


de saúde no enfrentamento estão afetando os Covid-19 e o sofrimento
da pandemia de Covid-19. profissionais envolvidos no psíquico com o risco de
enfrentamento da pandemia. contaminação.

Síndrome de Burnout e Insatisfação com condições Burnout e o


engajamento em de trabalho diminuindo o engajamento no
profissionais de saúde: um engajamento. trabalho.
estudo transversal.

O estresse e a saúde Investigar os efeitos da Fontes de estresse e


mental de profissionais da atuação na linha de frente. sobrecarrega.
linha de frente da COVID-
19 em hospital geral.

Burnout: O Impacto da Fatores de satisfação no Satisfação no trabalho


Satisfação no Trabalho em trabalho e dimensões da e dimensões da
Profissionais de Síndrome de Burnout em Síndrome de Burnout.
Enfermagem. profissionais de enfermagem
de um hospital público.

Síndrome de Burnout e Suporte social para evitar Fatores que contribuem


Suporte Social no doenças ocupacionais para o bem-estar,
Trabalho: A Percepção dos incluindo o Burnout. saúde física e mental
Profissionais de diminuindo a incidência
Enfermagem de Hospitais de Síndrome de
Públicos e Privados. Burnout.

O ‘NOVO’ da COVID-19: Os impactos na saúde mental Desconhecimento para


impactos na saúde mental de profissionais de lidar com o ‘novo’ e o
de profissionais de Enfermagem e as interações ‘imprevisível’ Covid-19.
enfermagem? com o ‘novo’ da pandemia da
Covid-19.

Enfermagem brasileira e a Desigualdades que afetam a Desigualdades,


pandemia de COVID-19: Enfermagem em sua hierarquização,
desigualdades em trajetória histórica e que se desvalorização da
evidência. acentuam durante a categoria, pandemia
pandemia da Covid-19. COVID 19.

Fatores de Risco para a Fatores de risco para o Sobrecarga de


Síndrome de Burnout em desenvolvimento da trabalho, estresse,
Profissionais da Saúde Síndrome de Burnout durante esgotamento físico,
durante a Pandemia de a pandemia. depressão e interação
COVID 19. social comprometida e
infeção pelo COVID 19.

Pandemia do Coronavírus: Sistematizar conhecimentos Coronavírus,


Estratégias Amenizadoras sobre as estratégias esgotamento
do Estresse Ocupacional amenizadoras do estresse profissional e estresse
em Trabalhadores da ocupacional. ocupacional.
Saúde.
Fonte: autoria própria.

7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

7.1. Burnout e a Enfermagem: uma relação de longa data

Ao se analisar os pontos desencadeantes da Síndrome de Burnout na


Enfermagem constata-se a relação entre os recursos materiais e pessoais, a
interação da equipe entre si, o espaço físico e a exposição a riscos ambientais e
mudanças abruptas de rotinas, assim como fatores individuais também são
relacionados ao surgimento da síndrome, como a baixa autoestima, alterações
negativas de humor, desilusão com a área escolhida, sentimento de insuficiência e
falta de vontade para se desenvolver na área escolhida. Em resumo, a Síndrome de
Burnout é uma associação de estados: Exaustão emocional, oriunda do próprio
indivíduo, despersonalização, como uma tentativa de enfrentar sentimentos
negativos, e a realização pessoal diminuída. (RIBEIRO, 2019; SÁ, 2014; SANTOS,
2020).
Estudos pregressos já trataram de que jornadas longas de trabalho significam
aumento de atribuições e a relação esforço-recompensa. Isso significa que, esforço
em demasia sem a valorização adequada, do ponto de vista do trabalhador, é um
dos fatores estressores mais citados dentre os artigos revistos (SILVA, 2011).
Por sua vez Oliveira (2018), Castro (2020) e Puerto (2017) defendem que o
exercício da enfermagem por si só, já facilita o surgimento de doenças relacionadas
ao trabalho, com a sobrecarga já enraizada em sua rotina, como a falta de tempo
para a realização de todas as tarefas necessárias para a qualidade da assistência,
apego emocional com os pacientes e carências específicas de pessoal, material,
tempo de repouso e lazer pessoal, gera um ciclo de estresse que reduz o
desempenho no âmbito emocional, profissional e físico.
A profissão da enfermagem sempre foi marcada pela imprecisão de suas
atribuições, tanto no âmbito da sua própria área quanto na atuação com outras
equipes da saúde, causando incompreensão de suas competências e do seu espaço
no cuidado, dificultando a criação de leis regulamentadoras da profissão e o senso
de pertencimento e da autovalorização dos seus conhecimentos técnico-científicos
(SILVA, 2019).
Foi observado por Andrade (2012) que profissionais de hospitais públicos
demonstram maior risco de desenvolver a síndrome pelo menor suporte social
recebido em relação aos trabalhadores de unidades particulares. E que, esse
suporte tem sua importância em proporcionar apoio e contribuição para um ambiente
de trabalho sadio e integrativo entre indivíduo e organização, já que a falta deste é
um dos fatores desencadeantes.
Têm-se como fatores protetores da síndrome, duas possíveis abordagens: a)
intervenções individuais como o melhor aproveitamento do tempo de lazer,
agregando atividade física e de controle e autoconhecimento emocional como a
meditação e atividades grupais; e b) Intervenções institucionais que se referem a
ações do local de trabalho, como proporcionar condições apropriadas de exercício
da profissão, escuta de fragilidades setoriais, melhoria dos meios de comunicação
entre equipes, plano de carreira e exercício da autonomia profissional
(PERNICIOTTI, 2020).

7.2. O novo coronavírus e seu impacto na Enfermagem

De acordo com Souza e Souza (2020), a Enfermagem representa a maioria


dos profissionais nos serviços privados e públicos. No contexto da pandemia do
COVID 19, a profissão passou a ser mais valorizada, contudo a luta por aumento de
salários, regulamentação da jornada de trabalho e condições de trabalho favoráveis
ocorre há muito tempo.
Gandra (2021, v. 25 n. spe) afirma que:

No Brasil, a enfermagem representa a primeira força de trabalho


no setor da saúde, correspondendo a 50% dos 3,5 milhões de
trabalhadores da área, além de compreender a segunda maior
força de trabalho de todos os setores no país (GANDRA, 2021,
v.25 n. spe).

Ainda segundo Souza e Souza (2020), o Conselho Regional de Enfermagem


(COREN) vem criando ferramentas para oferecer informações sobre a atual situação
relacionada ao COVID 19, e uma delas é o “Observatório”, formulário criado para
registrar novos casos de infecção e óbitos de profissionais enfermeiros.
Para Mendes (2021, p. 254-266):

Investigar os casos de Covid-19 relacionados ao trabalho e


notificar nos sistemas de informação em saúde, dá visibilidade
ao problema e favorece o entendimento de como as situações
de trabalho podem atuar na disseminação das doenças,
possibilitando o enfrentamento da pandemia nos ambientes de
trabalho (MENDES, 2021, p. 254-266).

Gandra (2021) por sua vez, reitera que desde o início da pandemia a taxa de
mortalidade é maior em profissionais do sexo feminino, com faixa etária de 41 a 50
anos, no contexto atual com a descoberta da vacinação, o número de óbitos em
profissionais d área caiu cerca de 71%.
Ambos os estudos abordados evidenciam a importância de uma ferramenta
para disseminar informações e mostra o número de infectados entre profissionais
enfermeiros para estabelecer mecanismos de intervenção e enfrentamento contra o
COVID-19. Portanto, a implementação de programas de prevenção, promoção e
reabilitação da saúde mental dos profissionais de saúde necessitam ser priorizadas
nesse momento, além do correto rastreamento e monitorização dos casos de
desenvolvimento de sofrimento psíquico nos profissionais de Enfermagem
(QUEIROZ, 2021).
Desta forma, Teixeira (2020) observou que a Saúde Mental é mais afetada,
quando os profissionais se sentem estressados ou cansados após longas jornadas
de trabalho realizando a assistência de forma inadequada e por descuido expõe-se a
infecção.
Borges (2021) relaciona diretamente as condições de trabalho dos
profissionais de saúde durante a Pandemia de COVID-19 e seus efeitos colaterais
como: a síndrome de Burnout, fato este que se tronou preocupante, pois os mais
afetados são exatamente os profissionais da linha de frente como: enfermeiros,
médicos, fisioterapeutas, psicólogos e muitos outros que ali estão diariamente se
doando em corpo e em mente.
Estudos realizados com profissionais de saúde revelam que a saúde mental
se fragilizou com o surgimento do COVID 19, em que passaram a atuar na linha de
frente, lidando com o “novo”, sem conhecimento técnico e cientifico. Vivenciando em
um ambiente com elevados números de morte, adoecimento de colegas, medo de
morrer e transmitir para entes familiares. Portanto, os profissionais da linha de frente
mostraram maior frequência de sinais de exaustão e Burnout em diferentes
momentos da evolução da pandemia. (HORTA et al., 2021)

7.3. Pandemia e a Saúde Mental dos Profissionais de Enfermagem

De acordo com Santos (2021), estudos anteriores à pandemia do novo


coronavírus, atestam que o surgimento abrupto de epidemias está diretamente
ligado ao sofrimento psicológico dos profissionais de saúde. A forma súbita com que
acontecem as epidemias acaba por expor as potenciais fragilidades do sistema de
saúde, como a falta de EPI’s, a capacitação dos profissionais e planos efetivos de
enfrentamento e minimização de impactos a população.
Análogo a isso Soto-Rubio (2020) e Morgantini (2020) afirmam que por
estarem expostos a altos níveis de estresse diário em meio à pandemia, os
profissionais de saúde, em especial os enfermeiros, possuem maior tendência a
desenvolverem transtornos psíquicos, sendo a Síndrome de Burnout o principal
deles, com as mais altas taxas de prevalência quando relacionada ao ambiente de
trabalho da enfermagem durante a pandemia.
Segundo sondagem realizada na cidade de São Paulo, 62% dos profissionais
de enfermagem afirmam ter sentido algum tipo de sofrimento mental desde o inicio
da pandemia com piora lenta e gradativa com o tempo (COREN-SP, 2021).
Desta forma, se reforça a importância de ofertar a correta divulgação do uso
dos EPI’s para melhora da sensação de segurança e minimização da contaminação
destes profissionais e consequentemente de seus familiares, realizar a atualização
das diretrizes, treinamentos e divulgação de informações seguras. Contudo, quando
já estabelecido algum desses transtornos psíquicos, é necessidade o manejo
adequado e empático a esses profissionais, fornecendo ajuda com estratégias que
envolva a instituição e toda a equipe, dispondo de escuta ativa com apoio
psicológico ao profissional e seus familiares, além da melhora das condições de
trabalho (MOREIRA; LUCCA, 2020; JUNIOR, 2020).
Partindo dessa necessidade durante a pandemia, algumas ações foram
criadas por diversas instituições particulares e federativas, dentre elas o Ministério
da Saúde (MS) e a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) que ofertaram canais de
comunicação e apoio, a fim de dar suporte a esses profissionais com vídeos
informativos, suporte emocional via internet e teleconsultas com atendimentos
psicológicos aos profissionais de saúde. O Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN) por sua vez, também dispôs de teleconsultas psicológicas porem
exclusivamente destinas a enfermagem em seu site oficial (TOBASE et al., 2021).
Ainda por ser um contexto novo, observam-se limitações e imprecisões
sobre o que se sabe atualmente das consequências psíquicas aos profissionais de
saúde pós-pandemia em longo prazo, todavia com a analise da literatura científica
disponível é possível afirmar que melhorar a satisfação profissional, preservar a
saúde mental fortalecendo a inteligência emocional dos profissionais e identificar
sinais de alerta são fatores protetivos, assim como minimizar o favorecimento de
situações de ápice do estresse emocional relacionado ao ambiente de trabalho
(RAMOS-TOESCHER et al., 2020).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A enfermagem é a coluna vertebral da assistência em saúde, sua definição


está pautada diretamente na essência do cuidado, portanto a prestação dos serviços
de saúde, sobretudo durante uma pandemia, parte da necessidade da equipe de
enfermagem estar bem estruturada e com todos os seus integrantes
biopsicossocialmente estáveis.
A pandemia acabou por evidenciar a importância e o impacto que a saúde
mental fragilizada pode acarretar na qualidade de vida e assistencial dos
profissionais de enfermagem. Contudo, ao vivenciar uma pandemia, esse quadro se
torna mais delicado aflorando assim o medo e a insegurança do profissional em
exercer suas funções, que por sua vez gera elevados níveis de estresse,
acarretando no provável desenvolvimento de transtornos psíquicos, constatando-se
assim uma sequência lógica para o desenvolvimento de sofrimentos psíquicos, que
podem ser minimizados quando recebem devida importância previamente.
Desta forma, ratifica-se a relevância de proporcionar a melhora das condições
e a qualidade do trabalho da enfermagem, bem como visualizar os profissionais de
forma mais humanizada, com suas limitações e vulnerabilidades, ofertando o correto
acolhimento e resolução não somente das demandas materiais e operacionais como
também dos aspectos psicossociais em que estão envolvidos. Recomenda-se mais
estudos sobre a temática para difundir o tema e proporcionar um cuidado para os
profissionais de saúde em especial a equipe de enfermagem que estão na linha de
frente na assistência à população.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, V. R. S. et al. Impacto psicossocial causado pela pandemia da covid-19


nos profissionais de saúde. Revista Baiana De Enfermagem, v. 35, 2021.
(https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/37900/23486)
ANDRADE, T. et al. Síndrome de Burnout e suporte social no trabalho: a percepção
dos profissionais de enfermagem de hospitais públicos e privados. Organizações &
Sociedade [online]. v. 19, n. 61, 2012.
(https://www.redalyc.org/pdf/4006/400638331004.pdf)
AQUINO, L. S; SANTOS, R. I; MARTINS, W. Síndrome De Burnout: Repercussões
Na Saúde Do Profissional De Enfermagem. 18 abr. 2021.
(https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/312)
BARROS, A. B. et al. Impacts of the covid-19 pandemic on the mental health of
nursing professionals. Brazilian Journal Of Development, v. 6, n. 10, p. 81175–
81184, 2020.
(https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/18700/15062)
BORGES, F. E. D. E; et al. Fatores de risco para a Síndrome de Burnout em
profissionais da saúde durante a pandemia de COVID-19. Revista Enfermagem Atual
In Derme, v. 95, n. 33, p. e-021006, 13 jan. 2021.
(https://revistaenfermagematual.com/index.php/revista/article/view/835/790)
BRASIL. Ministério Da Saúde. Dados Da Covid-19 No Brasil. Brasília, 2021.
(https://covid.saude.gov.br/)
BUSELLI, R. et al. Professional quality of life and mental health outcomes among
health care workers exposed to sars-cov-2 (Covid-19). International Journal Of
Environmental Research And Public Health, v. 17, n. 17, p. 6180, jan. 2020.
(https://www.mdpi.com/1660-4601/17/17/6180/htm)
CAMPOS, A. C. V.; LEITÃO, L. P. C. Lethality Of Covid-19 Among Healthcare
Professionals In Pará, Brazil. Journal Health Npeps, v. 6, n. 1, 3 fev. 2021.
(https://periodicos.unemat.br/index.php/jhnpeps/article/view/5190)
CASTRO, C. S. A. A. et al. Síndrome de Burnout e Engajamento em Profissionais de
saúde: um estudo transversal. Revista Brasileira de Terapia Intensiva [online]. v.32,
n. 3. 2020.
(https://www.scielo.br/j/rbti/a/cLvss9LsLt7CjRDfxTgBrbd/?lang=pt#:~:text=No%20pre
sente%20estudo%20demonstramos%20que,atuando%20em%20outro%20hospital%
20e)
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO (COREN-SP).
Percepção do sofrimento mental dos profissionais de enfermagem em meio à
pandemia da Covid-19. Jornada de Saúde Mental do COREN-SP. São Paulo, 2021.
(https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/09/Sondagem-Coren-SP-
saude-mental-pandemia-2021-1.pdf)
FERRARI, R; FRANÇA, F. M. DE; MAGALHÃES, J. Avaliação Da Síndrome De
Burnout Em Profissionais De Saúde. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, v. 3, n. 3,
p. 868, 22 maio 2012. (https://periodicos.unb.br/index.php/rgs/article/view/145)
FREITAS, T. L. L. et al. Síndrome de burnout: implicações conflituosas entre
relações profissionais e familiares. Barbarói, v. 1, n. 51, p. 212–226, 5 jan. 2019.
(https://online.unisc.br/seer/index.php/barbaroi/article/view/4033)
GANDRA, E. C. et al. Enfermagem brasileira e a pandemia de COVID-19:
desigualdades em evidência. Escola Anna Nery [online]. v. 25, n. especial, 2021.
(https://www.scielo.br/j/ean/a/ccWCPqt8ffm4fbDFvgb68gL/?lang=pt)
HORTA, R. L. et al. O estresse e a saúde mental de profissionais da linha de frente
da COVID-19 em hospital geral. Jornal Brasileiro de Psiquiatria [online]. v. 70, n. 1,
2021. (https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/3wN8kZGYJVd3B4tF6Wcctgs/)
HUMEREZ, D. C; OHL, R. I. B.; SILVA, M. C. N. DA. Saúde mental dos profissionais
de enfermagem do Brasil no contexto da pandemia covid-19: ação do conselho
federal de enfermagem. Cogitare enfermagem, v. 25, n. 0, 28 maio 2020.
(https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/74115/40808)
JÚNIOR, S. et al. Pandemia do coronavírus: estratégias amenizadoras do estresse
ocupacional em trabalhadores da saúde. Enfermagem em foco, p. 148–154, 2020.
(http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/3644/818)
LEÃO, L. H. DA C.; GOMEZ, C. M. The issue of mental health in occupational health
surveillance. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 12, p. 4649–4658, dez. 2014.
(https://www.scielo.br/j/csc/a/HxJzw7HphskR9bydNHxRYSb/?lang=en)
MENDES, T. T. M. et al. Investigação epidemiológica de Covid-19 relacionada ao
trabalho em trabalhadores de Saúde: experiência do Cerest Salvador. Rev. baiana
saúde pública, p. 254–266, 2021.
(https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/04/1178398/rbsp_451_16_3249.pdf)
MOREIRA, A. S.; LUCCA, S. R. DE. Apoio psicossocial e saúde mental dos
profissionais de enfermagem no combate ao covid-19. Enfermagem Em Foco, v. 11,
n. 1. esp, 3 ago. 2020.
(http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/3590/819)
MORGANTINI, L. A. et al. Factors contributing to healthcare professional burnout
during the COVID-19 pandemic: A rapid turnaround global survey. PLOS ONE, v. 15,
n. 9, p. e0238217, 3 set. 2020.
(https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0238217)
OLIVEIRA, A. L. C. B. et al . Presenteismo, fatores de risco e repercussões na saúde
do trabalhador de enfermagem. Av. enferm. Bogotá, v. 36, n. 1, p. 79-87, Abr. 2018.
(https://www.researchgate.net/publication/324713430_Presenteismo_fatores_de_risc
o_e_repercussoes_na_saude_do_trabalhador_de_enfermagem)
PERNICIOTTI, P. et al . Síndrome de Burnout nos profissionais de saúde:
atualização sobre definições, fatores de risco e estratégias de prevenção. Rev.
SBPH, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 35-52, jun. 2020.
(http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v23n1/05.pdf)
PUERTO J, C. et al. A new contribution to the classification of stressors affecting
nursing professional. Rev. Latino-Am. Enfermagem 25. 2017.
(https://www.scielo.br/j/rlae/a/vhgRdW77fbTW4ZbQyLk7HsJ/?lang=en)
QUEIROZ, A. M. et al. O ‘novo’ da COVID-19: impactos na saúde mental de
profissionais de enfermagem?. Acta Paulista de Enfermagem [online]. v. 34, 2021.
(https://www.scielo.br/j/ape/a/QGVBNDKMpTrkYf6RRJ6ZRDC/#:~:text=O%20discurs
o%20coletivo%20dos%20profissionais,%3A%20o%20'novo'%2C%20o)
RAMOS-TOESCHER, A. M. et al. Saúde mental de profissionais de enfermagem
durante a pandemia de COVID-19: recursos de apoio. Escola Anna Nery, v. 24, 19
out. 2020. (https://www.scielo.br/j/icse/a/rCWq43y7mydk8Hjq5fZLpXg/)
RIBEIRO, E. K. C; RIBEIRO, A. M. N; BALDOINO, L. S, et al. Conhecimento dos
profissionais de enfermagem sobre a síndrome de Burnout. Revista de Enfermagem
UFPE on line, v. 13, n. 2, p. 416–423, 9 fev. 2019.
(https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/237465/31348)
ROSS, J. The exacerbation of burnout during covid-19: a major concern for nurse
safety. Journal Of Perianesthesia Nursing, v. 35, n. 4, p. 439–440, 1 ago. 2020.
(https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7177141/)
SÁ, A. M. S, MARTINS-SILVA, P. O, FUNCHAL, B. Burnout: o impacto da satisfação
no trabalho em profissionais de enfermagem. Psicologia & Sociedade [online]. v. 26,
n. 3, 2014.
(https://www.scielo.br/j/psoc/a/CL8jLVJJrsFvYpgGXmPwcTs/abstract/?lang=pt#:~:tex
t=Os%20resultados%20apresentaram%20que%20o,tamb%C3%A9m%20aumenta%
20a%20realiza%C3%A7%C3%A3o%20profissional)
SANTOS, K. M. R. et al. Depressão e ansiedade em profissionais de enfermagem
durante a pandemia da covid-19. Escola Anna Nery, v. 25, 3 fev. 2021.
(https://www.scielo.br/j/ean/a/DfmDPNnHcwnVymcDsHDc6hp/?lang=pt)
SANTOS, T. A. et al. Associação entre as variáveis relacionadas à precarização e
afastamento do trabalho no campo de enfermagem. Ciência & Saúde Coletiva,
25(1):123-133. jan. 2020.
(https://www.scielo.br/j/csc/a/S89Xqvmcdg3rP7gGz7BKqfD/?lang=pt)
SILVA, A. A, ROTENBERG, L. FISCHER, F. M. Jornadas de trabalho na
enfermagem: entre necessidades individuais e condições de trabalho. Rev. Saúde
Pública 45(6):1117-26. 2011.
(https://www.scielo.br/j/rsp/a/zDTfDqPg9tKBcgXHbVrMLLk/?lang=pt)
SILVA T. A, FREITAS G. F, TAKASHI M. H, ALBUQUERQUE T. A. Identidade
profissional do enfermeiro: uma revisão de literatura. Enfermería Global Nº 54 Abril
2019. (https://scielo.isciii.es/pdf/eg/v18n54/pt_1695-6141-eg-18-54-563.pdf)
SOTO-RUBIO, A.; GIMÉNEZ-ESPERT, M. DEL C.; PRADO-GASCÓ, V. Effect of
Emotional Intelligence and Psychosocial Risks on Burnout, Job Satisfaction, and
Nurses’ Health during the COVID-19 Pandemic. International Journal of
Environmental Research and Public Health, v. 17, n. 21, p. 7998, jan. 2020.
(https://www.mdpi.com/1660-4601/17/21/7998/htm)
SOUZA, L. P. S, SOUZA A. G. Enfermagem brasileira na linha de frente contra o
novo Coronavírus: quem cuidará de quem cuida?. J. nurs. health.; v. 10. n. especial.
2020. (https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/05/1095606/1-enfermagem-brasileira-
na-linha-de-frente-contra-o-novo-coron_ygPksqt.pdf)
SOUZA, N. V. D. DE O. et al. Nursing work in the covid-19 pandemic and
repercussions for workers’ mental health. Revista gaúcha de enfermagem, v. 42, 3
fev. 2021. (https://www.scielo.br/j/rgenf/a/MHPHGNFPtgYJgQzwyFQnZZr/?lang=pt)
TEIXEIRA C. F. S, et al. A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da
pandemia de Covid-19. Ciênc. Saúde coletiva. Ago-Set 2020.
(https://www.scielo.br/j/csc/a/6J6vP5KJZyy7Nn45m3Vfypx/?lang=pt)
TOBASE, L. et al. Escuta empática: estratégia de acolhimento aos profissionais de
enfermagem no enfrentamento da pandemia por coronavírus. Revista Brasileira de
Enfermagem, v. 74, 5 fev. 2021.
(https://www.scielo.br/j/reben/a/8LYcVBpNCKfVNmkfLrmzqyp/?lang=pt)
VALERETTO, F. A.; ALVES, D. F. Fatores desencadeantes do estresse ocupacional
e da síndrome de Burnout em enfermeiros. Revista saúde física & mental- issn 2317-
1790, v. 3, n. 2, p. 1–11, 22 abr. 2014.
(https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/235894/31370)

Você também pode gostar