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Índice

1. Introdução............................................................................................................................ 2
1.1. Problemática................................................................................................................. 3
1.2. Justificativa................................................................................................................... 5
1.3. Objectivos..................................................................................................................... 6
1.3.1. Objectivo Geral.....................................................................................................6
1.3.2. Objectivo específicos............................................................................................ 6
1.4. Metodologia.................................................................................................................. 7
2. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO.............................................................................. 8
3. Organização e estrutura do sistema nacional de saúde angolano - hierarquia de prestação
dos cuidados de saúde.................................................................................................................9
3.1. Organização do Sistema de saúde em Angola........................................................10
3.1.1. Sector público.............................................................................................. 10
3.1.2. Sector privado..............................................................................................10
3.1.3. Sector da medicina tradicional.................................................................... 10
3.2. Medicamentos................................................................................................. 11
3.2.1. Equipamentos médico, não médico e transportes........................................11
3.3.1. Pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças.........................................12
3.3.2. Oportunidades..............................................................................................13
3.3.3. Ameaças.......................................................................................................13
1. Introdução
A evolução da medicina ao longo dos séculos redundou em grandes avanços e benefícios para
os seres humanos. A neurologia, como é constituída hoje é resultante de grandes descobertas e
estudos científicos sobre um aspecto totalmente diferente. De uma especialidade simplista,
essencialmente anátomo clínica que eraa Neurologia de nossa aprendizagem de duas décadas
passadas, chegando hoje à mais complexa das especialidades atuais. (FURTADO, 1952).

A neurologia é um campo de pesquisa de extrema complexidade e está em constante evolução,


por se tratar de uma especialidade médica que se dedica ao estudo e tratamento das doenças
que atingem o sistema nervoso central e periférico.

O presente pré projecto tem como foco a projeção de um centro neurológico para o tratamento
e acompanhamento de indivíduos , estando conectados a neuro-ciência e arquitectura
(Neuroarquitectura) e como ela possui a capacidade de ajudar no acompanhamento do
comportamento dos futuros usuário em questão.

Existem três grandes divisões da Neurologia, a saber Neurologia Geral, Neurologia Infantil e
Neurocirurgia. A neurologia, especialidade abordada no anteprojecto, abrange o estudo dos
métodos diagnósticos auxiliares que lhe são diretamente relacionados. Sem anular as
especialidades paramédicas associadas ao atendimento neurológico, tais como fisioterapia,
psiquiatria, psicologia, pedagogia, fonoaudiologia, envolvidas com o tratamento paliativo de
reabilitação, cujos princípios o neurologista deve conhecer para poder recomendar (REED,
2013).
Esta monografia tem por objetivo formar diretrizes e identificar de que forma a
Neuroarquitectura pode contribuir para as experiências dos usuários, explorando as
necessidades dos integrantes para o desenvolvimento de um projeto arquitectónico, espaços
destinados ao tratamento dos pacientes e lazer para os pacientes e seus familiares, que será
implantado na cidade de Luanda. Portanto, é fundamental conhecer os usuários que irão
usufruir dos espaços com atividades realizadas no mesmo, visando os pacientes, visitantes,
equipes de manutenção, funcionários, colaboradores, entre outros, possibilitando a elaboração
de um programa de necessidades adequado, com as características ideais de iluminação,
acústica, cores, texturas entre outros aspectos.

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1.1. Problemática

Estudos feitos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) 2007, relatou que doenças
neurológicas de enxaqueca à demência afetam mais de 1 bilião de pessoas pelo mundo todo e
que tem vindo se alastrando mais ainda com o envelhecimento da população, junto com a
evolução mundial( poluição do meio ambiente e falta de cuidado com a saúde mental).

As doenças neurológicas também incluem doenças como derrames, o mal de Parkinson e


lesões cerebrais, que têm matado cerca de 6,8 biliões de pessoas por ano, o que equivale a
12 % das mortes globais segundo a (ONU 2017), valores que vêm subindo ainda mais.

Sendo que em Luanda poucos hospitais possuem uma área qualificada para tratamento e
doenças neurológicas, e as que possuem sendo as do estado têm uma vasta lista de espera,
falta de material e equipamentos ou a falta de pessoal qualificado, já no sector privado contém
algumas que possuem estes serviços, mas encontramos alguns défices no que se trata no
pagamento para o tratamento, que tem valores meio elevados para a população maioritária do
pais que pertence a classe baixa.

E para o tratamento destas doenças neurológicas no sector publico são poucos hospitais que
têm essas área de especialidade, hospitais como: Josina Machel, Hospital militar, Hospital
geral de Luanda, isto no sector publico já no privado temos: Clínica girassol, Multiperfil,
Sagrada esperança, entre outras.

Por meio da temática presente acompanhada com os seus dados de ante projecto propõe se as
seguintes questões:

a) Quais soluções um anteprojeto de um Centro Neurológico e especialidades em Luanda


poderá agregar para o melhoramento do sistema de saúde em Luanda.

b) Como deve ser planeado um equipamento para atender às necessidades de crianças que
necessitam de tratamentos de saúde? Para estas questões foram levantadas as seguintes
hipóteses:

i) Um equipamento destinado à preservação da saúde infantil deve ter características lúdicas.

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ii) Os estabelecimentos de saúde são edifícios que precisam estar sempre prontos a acomodar
novas funções e a crescer ou diminuir. Em outras palavras, devem ser flexíveis permitindo
mudanças e expansões garantindo a organização original.

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1.2. Justificativa

A proposta deste anteprojecto é oferecer um espaço de atendimento a pacientes, com


deficiências físicas, mentais, sensoriais ou múltiplas, prestando serviço na área médico-
ambulatório, em estimulação precoce e reabilitação. Este Centro de Neurológico contará com
instalações para atendimento na área de neurologia, psicologia, fisioterapia. Terá, também,
área recreativa, auditório e biblioteca. Optou-se pela província de Luanda por entender que ela
merece um equipamento desta natureza, pois os hospitais existentes não possuem atendimento
diferenciado para as necessidades das crianças. O trabalho a ser desenvolvido consiste em
uma pesquisa sobre arquitectura de estabelecimentos na área da saúde, de forma que se criem
subsídios para elaboração de projeto de um Centro Neurológico.

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1.3. Objectivos
1.3.1. Objectivo Geral

Desenvolver uma proposta de um anteprojeto do Neurocentro Neurologia e Especialidades,


com ênfase no diagnóstico e reabilitação da área visando atender a pacientes de todas as
idades.

1.3.2. Objectivo específicos

Pesquisar referencial teórico e analisar estudos de caso para fundamentar conceitualmente o


tema para concepção do projecto arquitectônico;
Levantar e investigar referências bibliográficas, normas e leis sobre ambientes com
parâmetros arquitetônicos da neurologia, suas características, prevalência, diagnósticos e
tratamentos;
Explorar materiais construtivos que proporcionam humanização, inovação e materiais
tecnológicos sustentáveis;
Contribuir com um espaço adequado as tecnologias e aos serviços prestados.

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1.4. Metodologia

As abordagens metodológicas assentam fundamentalmente em pesquisas de documentos,


artigos, dissertações de mestrado e doutoramento, pesquisas em “web-site” e livros publicados
sobre a centros de neurológico, neuroarquitectura.

A metodologia desenvolvida foi dividida em 3 etapas. A 1.ª etapa consistiu em fazer a coleta
de dados, onde se a analisou todos conteúdos obtidos, na 2.ª etapa fez-se um pesquisa de
campo para auxiliar as informações obtidas nos documentos levantados e na 3.ª e última etapa
fez-se a consolidação e análise dos resultados obtidos.

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2. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO

O MUNICÍPIO DE VIANA
Viana é uma cidade e um município da província de Luanda, situado a 18 km da capital
do país, tem aproximadamente 612 km2. O município foi fundado em 13 de Dezembro de
1963, sendo então constituído pelas comunas de Viana, Calumbo e Barra do Kuanza.
Quanto ao município de Viana, conforme consta da figura 1, presentemente é constituído
por 5 comunas: Mulenvos, Bala, Viana, Zango e Calumbo, aguardando-se a publicação
oficial dos limites. No entanto, para a elaboração do presente Plano Director Municipal
adotam-se os limites administrativos agora apresentados, uma vez que a gestão
administractiva presentemente faz-se com base nestes limites.
A alteração verificada, no caso dos Limites do Município de Viana, reporta-se à
diminuição de território natural/rural, uma vez que a complexidade do território urbano e a
sua vocação marcadamente urbana e industrial, conduziram à esta restructuração.
Figura 1- Mapa do município de viana

Fonte- Plano director municipal de viana

Sendo que propriamente o local onde será aplicado o projecto ainda não foi escolhido por
motivos de uma busca minuciosa do melhor lugar para poder sem implantado por causa
das suas restrições especiais como afastamento dos pacientes de zonas muito
movimentadas, para poder proporcionar paz e tranquilidade.

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3. Organização e estrutura do sistema nacional de saúde
angolano - hierarquia de prestação dos cuidados de saúde

O sistema de prestação de cuidados de saúde subdivide-se em três níveis hierárquicos de


prestação de cuidados da saúde, baseados na estratégia dos cuidados primários.

O primeiro nível - Cuidados Primários de Saúde (CPS) – representado pelos Postos/ Centros
de Saúde, Hospitais Municipais, postos de enfermagem e consultórios médicos, constituem o
primeiro ponto de contacto da população com o Sistema de Saúde;

O nível secundário ou intermédio, representado pelos Hospitais gerais, é o nível de


referência para as unidades de primeiro nível;

O nível terciário, é representado pelos Hospitais de referência mono ou polivalentes


diferenciados e especializados, é o nível de referência para as unidades sanitárias do nível
secundário.

Apesar da hierarquia estabelecida, o sistema de referência e de contra referência não tem sido
operacional por vários factores, principalmente, por causa da desestruturação do sistema de
saúde e da redução da cobertura sanitária decorrente do longo conflito armado que o país
viveu.
3.1. Organização do Sistema de saúde em Angola

3.1.1. Sector público

O sector público inclui o Serviço Nacional de Saúde13 (SNS), os serviços de saúde das
Forças Armadas Angolanas (FAA) e do Ministério do Interior, bem como de empresas
públicas, tais como a SONANGOL, ENDIAMA e, etc.

3.1.2. Sector privado

O sector privado lucrativo está ainda confinado aos principais centros urbanos do país. Os
preços dos cuidados de saúde limitam a acessibilidade da população ao sector privado
lucrativo. Os preços praticados não são objecto de nenhuma regulação. À semelhança do que
acontece no sector público, a qualidade dos serviços prestados está aquém do desejado. Na
sua maioria, o pessoal do sector privado é o mesmo que trabalha no sector público, com
evidentes prejuízos para-ambos os sectores.

3.1.3. Sector da medicina tradicional

A medicina tradicional encontra-se num estado de organização ainda incipiente. Embora sem
número conhecido de pacientes, que recorrem a este sector, há evidências que revelam que
muitos utentes 15 recorrem à medicina tradicional e por vezes simultaneamente à medicina
ocidental assim como à medicina chinesa ou asiática.

Por ausência de um quadro legal, a falta de integração no sistema nacional de saúde e de


articulação com os outros prestadores de saúde, leva a que os valores positivos da medicina
tradicional não sejam devidamente aproveitados em benefício da saúde da população.

Os medicamentos tradicionais encontravam-se à venda nos mercados informais e nas


ervanárias, sem qualquer controlo de qualidade e em inadequadas condições de conservação.
Não existe nenhuma regulamentação sobre os medicamentos tradicionais, bem como os
homeopáticos que são importados. Há falta de uma Farmacopeia Nacional para os
medicamentos tradicionais. Os produtos fornecidos pelos ervanários e pelos terapeutas
tradicionais resultam muitas das vezes de conhecimentos que se transmitem através de
gerações e que se mantêm como segredo familiar, o que constitui um entrave para a
investigação e o desenvolvimento dessa área.
3.2. Medicamentos

A falta de uma Política Nacional Farmacêutica (PNF) dificulta a regulamentação eficiente da


área dos medicamentos no país. Para além deste instrumento normativo principal, uma Lista
Nacional de Medicamentos (LNM) é elemento chave para a selecção de medicamentos, bem
como o formulário nacional de medicamentos e os guias terapêuticos são ferramentas
importantes de apoio ao uso racional de medicamentos. A inexistência de normas técnicas
destinadas a assegurar a racionalidade e a transparência dos procedimentos de aquisição de
fármacos, contribuem para que os mesmos sejam importados por instituições não
vocacionadas para o efeito, obtendo-os de qualquer fonte, a preços e prazos de validade não
controlados e sem mecanismos que salvaguarde a sua qualidade.

3.2.1. Equipamentos médico, não médico e transportes

Não são raras as vezes em que são feitas aquisições de equipamento médico e não médico por
pessoal não qualificado, há compras de meios em quantidade e qualidade inadequadas, muitos
dos equipamentos vêm com especificações técnicas impróprias e sem qualquer garantia e há
escassez de técnicos qualificados e de meios de manutenção. Estes são os constrangimentos
com que se debate o sector dos meios médicos do sector da saúde. Além disso, à ausência de
padronização constitui outro constrangimento, porque permite a aquisição de uma grande
diversidade de marcas e modelos a qualquer preço, o que dificulta a manutenção dos meios
adquiridos.

3.2.2. Acesso aos cuidados de saúde e sua utilização

A baixa cobertura sanitária, o desigual e reduzido acesso assim como a inoperacionalidade de


um sistema de referência e contra referência, afectam o desempenho do SNS.

No nível dos cuidados primários de saúde, desenvolvem-se actividades preventivas e


curativas de doenças e lesões correntes, tais como educação para a saúde, consultas pré e pós-
natal, planeamento familiar, assistência ao parto e cuidados obstétricos básicos e completos,
vacinação, controlo do desenvolvimento e crescimento da criança.

Nos níveis secundários e terciários, que correspondem aos hospitais provinciais, centrais e de
especialidade, realizam mais de 50% das consultas de carácter de urgência. Na província de
Luanda, estão concentrados os maiores centros hospitalares de especialidades, mas a
capacidade de resposta e de resolução não satisfaz as necessidades da população.
3.3. Principais problemas do sistema nacional de saúde

Os principais problemas do SNS residem na limitada acessibilidade aos cuidados de saúde de


qualidade decorrente de vários factores que concorrem para o fraco desempenho do SNS
como descrito na análise de situação. Dentre os factores, é importante salientar os seguintes:

Reduzida cobertura sanitária, abrangendo menos de 40% da população; Reduzida força de


trabalho especializada; Débil gestão dos recursos disponibilizados; Fraca promoção da saúde
num contexto socioeconómico e meio ambiente favoráveis às endemias e epidemias.

3.3.1. Pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças

O diagnóstico da situação da saúde em Angola, numa análise SWOT, pode ser resumido e
estruturado de forma à evidenciar as suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.

Pontos fortes do sistema nacional da saúde angolano

Os pontos fortes do SNS angolano, decorrem da:

Gratuitidade tendencial dos cuidados; Existência de uma massa crítica de recursos


humanos;

Maior investimento na saúde; Aumento progressivo do orçamento do sector da saúde;

Maior disponibilidade de ferramentas e mecanismos de gestão.

Pontos fracos do sistema nacional de saúde angolano

Entre outros, assume especial relevância: A dificuldade de articulação e coordenação


estratégicas das intervenções de saúde e sobre os determinantes de saúde; Fraca liderança do
sector da saúde; Fraca capacidade de planificação a todos os níveis; Descentralização sem
autonomia financeira para as estruturas locais de saúde; Gestão deficiente dos recursos
disponibilizados a todos os níveis; Investimentos pouco coerentes com as necessidades e
prioridades da saúde; Pouca transparência nos actos de gestão; Reduzida cobertura sanitária;
Desigual distribuição dos recursos humanos; Salários pouco atractivos e fraco desempenho do
pessoal; Sistema de informação, comunicação, supervisão e avaliação incipientes.
3.3.2. Oportunidades

A paz que o país vive; As taxas de crescimento da economia; A estabilidade macro económica
favorável ao investimento; O apoio da alta autoridade à luta contra as Infecções de
Transmissão Sexual (ITS), VIH/SIDA e grandes endemias em particular e a saúde em geral;
O progressivo aumento do orçamento do sector da saúde; A progressiva estruturação da
sociedade civil; A existência de programas de combate à pobreza e para os objectivos do
desenvolvimento do milénio e a disponibilidade de parceiros da comunidade internacional
para apoiar, são as oportunidades que se apresentam de momento ao sistema nacional de
saúde.

3.3.3. Ameaças

As ameaças consistem: Na manutenção dos actuais níveis de funcionamento da saúde; As


altas taxas de analfabetismo; As desigualdades de género; As condições de alimentação, de
saneamento básico e de água potável, bem como a perspectiva de industrialização do país e a
consequente introdução de tecnologias sem os mecanismos que acautelem a preservação do
meio ambiente.

No entanto, há um conjunto de prioridades que devem enquadrar as grandes linhas


estratégicas de desenvolvimento do sector da saúde em Angola.

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