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“O espírito faz a mão, a mão faz o espírito. O gesto que não cria, o gesto
sem amanhã provoca e define o estado de consciência. O gesto que cria
exerce uma ação contínua sobre a vida interior. A mão arranca o tato de sua
passividade receptiva, ela o organiza para a experiência e para a ação. Ela
ensina o homem a se apropriar da extensão, do peso, da densidade, do corpo.
Criando um universo original, deixa em todo ele a sua marca. Mede forças com
a matéria, que transforma, e com a forma, que transfigura. Educadora do
homem, ela o multiplica no espaço e no tempo”(Focillon, 1983, p.156).
Todo o corpo está nas mãos e através delas entramos em contato com o
material inconsciente da psique transformando em produções e expressões.
As mãos conseguem dar forma às imagens. Imagens muitas vezes
fortes que são dificéis de serem verbalizadas.
O encontro mãos com o barro – emoção solidez - forma - energia que
flui.
A sensibilidade que um objeto feito à mão nos transmite poderá ser
aprofundada indo muito além da questão estética e funcional. Ele tem alma. Da
natureza secreta do barro percebe-se também um revelar e esconder. A
concretude do barro desperta a psique de quem o manuseia e algo do próprio
existencial do indivíduo acaba por revelar-se sem que agrida o seu silêncio,
sem expor sua alma, seus medos. A revelação se dá no processo, o brilho
cresce ao aproximar-se do centro da alma e só verão “aqueles que tiverem
olhos para ver.” (Gouvêa, 1990)
A sensibilidade que um objeto feito à mão nos transmite poderá ser
aprofundada indo muito além da questão estética e funcional. Ele tem alma. Da
natureza secreta do barro percebe-se também um revelar e esconder. A
concretude do barro desperta a psique de quem o manuseia e algo do próprio
existencial do indivíduo acaba por revelar-se sem que agrida o seu silêncio,
sem expor sua alma, seus medos. A revelação se dá no processo, o brilho
cresce ao aproximar-se do centro da alma e só verão “aqueles que tiverem
olhos para ver.” (Gouvêa, 1990)
A sensibilidade que um objeto feito à mão nos transmite poderá ser
aprofundada indo muito além da questão estética e funcional. Ele tem alma. Da
natureza secreta do barro percebe-se também um revelar e esconder. A
concretude do barro desperta a psique de quem o manuseia e algo do próprio
existencial do indivíduo acaba por revelar-se sem que agrida o seu silêncio,
sem expor sua alma, seus medos. A revelação se dá no processo, o brilho
cresce ao aproximar-se do centro da alma e só verão “aqueles que tiverem
olhos para ver.” (Gouvêa, 1990)
Tocar, sentir, amassar, bater, beliscar, apertar o barro, é o momento que
nos permite entrar em contato com ele, dialogando e ordenando as idéias.
Costuma ser uma oportunidade para novas descobertas, além de ser uma
atividade prazerosa que amplia possibilidades criativas.
Você pode se relacionar, entregar-se, redescobrir-se, sentir e
transformar, modelando as sensações, os sentimentos, os pensamentos e as
esperanças.
Trabalhar o barro de forma criativa pode ser um caminho para a
revelação das potencialidades, onde cada indivíduo tem a oportunidade de se
apropriar dos seus conhecimentos. “Quando essa porta se abre, o colorido do
mundo se modifica e, ao entrarmos em contato com esta realidade,
descobrimos o caminho da cura de nós mesmos e do mundo” (Ferretti, 1994,
p.13).
Zaluar (1997, p.8) compartilha a explicação de um ceramista do Vale do
Jequitinhonha, Minas Gerais, Ulisses Pereira Chaves que diz: “O lugar onde
trabalho é um santuário, aqui acontece um milagre, um mistério, as peças vão
nascendo, tem aqui coisas invisíveis, uma espécie de respiração que existe”. A
autora completa que, nas peças de Ulisses, há um misto de homem racional
com o instinto animal e que, ele diz que tira a energia das estrelas e da terra.
Para ele criar é puxar oxigênio, é andar com os pés na terra tirando energia
para fazer as peças enquanto conversa com as aves, com as plantas, com a
natureza, com as montanhas e com a lua cheia. Ele diz ainda que só faz aquilo
que vê, ou seja, “[...] as peças estão invisíveis na sua frente, só faz passar para
o barro” (p.12).
O trabalho com o barro (argila) convida para um diálogo interno que
quando realmente toca, traz o que há de mais precioso: a verdade do ser.
O Contato
A metamorfose
O processo
O mundo
Parte e todo
Conclusão