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COLÉGIO ESTADUAL VEREADOR ANGELO GEQUELIN – EFM

ATIVIDADE 1

1° TRIMESTRE – PROF Jeziel valor: 3,0


DATA: 11/ 03 / 2021 nota________
ALUNO:__________________________ SÉRIE: 3º A/B__________
CONTEÚDO: Coronelismo

Análise de textos:

Nesse contexto, em meados do século passado surgiu em nossa ficção regionalista contemporânea um
romance que ilustra de forma eficiente a situação da literatura na representação da realidade histórica
brasileira. Trata-se de Vila dos Confins (1956), de Mário Palmério (1916-1996), escritor mineiro que
ocupou a vaga deixada por Guimarães Rosa na Academia Brasileira de Letras. O enredo do livro gira em
torno de uma eleição num pequeno lugarejo perdido no sertão de Minas, o município da Vila dos Confins,
mostrando os bastidores daquele processo eleitoral. Isto o caracteriza como obra de denúncia e romance
político, pois revela as lutas político-partidárias e os interesses particulares em jogo, registrando um
momento significativo da nossa evolução histórica, social e política.

1) [...] Perfeito. É uma reportagem sobre a minha experiência eleitoral, sintetizada numa pequena
cidade, que eu chamei de Vila dos Confins, e onde se passam acontecimentos reais de umas dez
cidadezinhas. Os personagens são os mesmos: sempre há um Dr. Paulo, sempre há um mascate, o
Xixi Piriá. O cabo eleitoral é sempre um Pé-de-Meia, o turco da venda é sempre um Jorge Turco, e o
coronel é sempre um Chico Belo (PALMÉRIO, 1974, p. xiv).
2) [...] Nelson chegou com dois caminhões apinhados. Entregou os títulos: cinqüenta e sete. Entrou na
venda a correr, e levou Paulo para o quarto: compraram o meu pessoal deputado! Mais de trinta!
Quis acudir, mas foi tarde. Graças a Deus, eu tinha recolhido a maioria dos títulos. Se não ia tudo de
embrulho... Deram dez contos para o Armando da Várzea Limpa. Dez contos por oito eleitores!
Soltaram o dinheiro mesmo. Mas o pior foi que tive que prometer também; caso contrário, nem a
metade embarcava nos caminhões (PALMÉRIO, 2003, p.242). Por intermédio do cabo eleitoral, Pé
de Meia.
3) Cabo de enxada engrossa as mãos [...] caneta e lápis são ferramentas muito delicadas. A lida é outra
coisa: labuta pesada, de sol a sol, nos campos e currais. É marcar bezerro, é curar bicheira [...]. E
quem perdeu tempo com leitura e escrita em menino, acaba logo se esquecendo do pouco que
aprendeu. Ler o quê? Escrever o quê? Mas agora é preciso: a eleição vem aí, e o título rende a
estima do patrão, a gente vira pessoa [...] O novato sua, desiste: Vai não Pé-de-Meia. Mas o cabo é
jeitoso, não força, não insiste – espera. Tempo só de passar a gastura que a caneta sempre deslisa
sobre o papel.‘Me dá licença, seu João’ E pega no mãozão cascudo, pesado tal um caminhão de
tora. Vai choferando a bicha, para cima e para baixo, caminhando com ela sobre o papel. [...] Não é
fácil, não senhor, leva tempo. Mas aos poucos João Francisco aprende a relaxar a mão, descobre
que não carece de fazer tanta força, já não molha de suor o papel [...]. A pena ringe alto, mas risca
bem grosso, bonito...Pelo meio do caminho, já dono de si, João Francisco acha até de conversar
para mostrar desembaraço: ‘Este é o tal de gê? Gostei dele, uma simpatia de letra!’ (PALMÉRIO,
2003, p. 74-75
1) Sobre o enunciado responda: (1,0)
a) Quem é o autor?
b) Que período escreve e que período retrata?
c) Trata-se de um relato histórico ou ficção?
d) Qual o assunto tratado?
2) O texto 1 faz parte do sumário aonde o autor explica os motivos pelo qual escreveu o texto:
a) O que o autor quer dizer quando fala que a vila dos Confins se parece com 10 cidadezinhas que
conhece?
b) As pessoas que o autor descreve nesta cidade são comuns no período da república das
oligarquias? Justifique:
c) Sobre o texto 1 o que o autor quer dizer com seu relato?
d) Qual a relação deste relato com o período que estamos estudando o coronelismo?
No texto que cena ele descreve?

3) Sobre o texto 2 responda:


a) O que o narrador esta fazendo?
b) Em relação a democracia o deputado age conforme a lei? Justifique:
e) Qual a preocupação do narrador em relação aos eleitores? Que medida este toma para evitar
perde-los?
f) Qual a relação deste relato com a república das Oligarquias?

4) O relato do texto 3 é sobre o pedido de título de eleitor que era feito através de uma carta ao presidente da
república provando que o individuo era letrado, porém os cabos eleitorais passavam a lápis primeiro para o
roceiro só contornar com caneta tinteiro:
a) Como o roceiro se descreve no inicio do texto? No segundo trecho o cabo eleitoral também faz um
comentário sobre o tipo físico do roceiro, cite:
b) Qual a importância que ele dá aos estudos?
c) Que tipos de serviço o roceiro cita no início do texto?
d) Qual o único motivo dele pegar em uma caneta?
e) O que o roceiro quer dizer quando fala que com o título a gente vira pessoa e rende a estima do patrão?

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