Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2º Resumo de Direito
2º Resumo de Direito
C
A B
Fontes do direito
Sentidos da expressão “fonte do direito”
▪ Lei
▪ Costume
▪ Jurisprudência
▪ Doutrina
▪ Guerra / revoluções
▪ Tratados Internacionais
▪ Princípios Gerais do Direito
▪ Regulamentos administrativos
▪ Proxys administrativas
▪ Convenções coletivas de Trabalho (C.C.T.)
Lei
É a norma jurídica decidida e imposta por uma autoridade com poder para o
fazer na sociedade política, constituindo, desse modo, uma norma jurídica de
criação deliberada.
DIÁRIO DA REPÚBLICA – ISÉRIE-A
Jurisprudência
É o conjunto das orientações que, em matéria de determinação e aplicação da
lei, decorrem da atividade prática de aplicação do direito pelos órgãos da
sociedade com competência para o efeito.
Doutrina
É a atividade de estudo teórico ou dogmático do direito reveladora de normas
jurídicas.
NOTA: Quando pede para dizermos o que é uma lei? É para fazermos uma resposta
baseadas nas 3 doutrinas, de modo a formar a minha definição/doutrina.
(In) constitucionalidade
Orgânica (art.164o; 165o CRP)
Formal
Material
Leis e Decretos-Leis
Arts. 112o/2; 161o c); 198o/1 CRP
AR (art. 166o CRP): Leis constitucionais arts. 166o/1; 161o a) CRP
Leis orgânicas arts. 164o a) a f); 166o/2 CRP
Leis simples arts. 166o/3; 161o b) a h) CRP
Moções arts. 166o/4; 163o d) c) CRP
Resoluções arts. 166o/5; 179o/3 c) f) CRP
Reservas arts. 164o; 161o; 165o; 161o a) CRP
Decretos Regulamentares
Resolução Conselho de Ministros
Portarias
Despachos
A ordem de prioridade não se define pela entrada em vigor mas sim pela publicação
V. art. 7.º, nos 3 e 4, CC
Revogação expressa - um preceito da nova lei designa uma lei anterior e a declara
revogada (art. 7.º, n.º 2, 1.ª p., CC)
Revogação tácita - não há revogação expressa, mas as normas da lei posterior são
incompatíveis com as da anterior (art. 7.º, n.º 2, 2.ª p., CC)
Revogação de sistema - tem lugar quando o legislador pretende que um determinado
diploma legal seja o único diploma legal incidente sobre determinada matéria (art. 7.º,
n.º 2, 3.ª p., CC)
Revogação
Abrogação: Incide sobre todas as leis de uma determinada matéria.
Derrogação: Incide apenas em algumas leis.
Costume
Noção: é a observância geral, constante e uniforme de uma regra de conduta social,
acompanhada da convicção da sua obrigatoriedade por parte da opinião comum.
Requisitos do costume:
Classificações do costume
Jurisprudência tribunais
Noção: “conjunto das orientações que resultam da aplicação do direito a um caso
concreto pelos órgãos com competência para o efeito”
▪ Assentos
Os “acórdãos com força obrigatória geral” (art. 119º, n.º1, al. g), da CRP)
a) A cargo do Tribunal Constitucional:
Doutrina
Noção: “conjunto das noções, teorias e opiniões, formuladas por escrito pelos
teóricos da Ciência do Direito (“jusperitos”, que são os professores de Direito, que
ensinam, os escritores de Direito, que investigam e publicam os resultados do seu
estudo, e os jurisconsultos, que em pareceres técnicos se pronunciam sobre a
aplicação do Direito aos casos concretos da vida real), que dão a conhecer aos juristas
práticos (designadamente, os técnicos jurídicos da Administração Pública, os
profissionais do foro, os notários, conservadores, juristas de empresas, solicitadores,
etc.), aos estudantes e aos cidadãos comuns o conteúdo e significado de um certo
ordenamento jurídico (neste caso, a doutrina “transmite e informa” sobre o Direito
vigente), e influenciam os Poderes legislativo (doutrina é ouvida na maior parte das
reformas legislativas) e judicial (doutrina pronuncia-se sobre a melhor forma de aplicar
o Direito aos casos concretos) no exercício das respetivas funções”.
É fonte iuris cognoscendi. No entanto, Freitas do Amaral aponta três situações em que
a doutrina funciona como fonte iuris essendi:
a) A elaboração de “princípios gerais de Direito”
b) A decisão legislativa ou judicial-normativa tomada por uma mera remissão para um
texto doutrinal
c) A doutrina, ou Ciência do Direito, como fonte integradora de conceitos utilizados
pela lei, mas não definidos por ela (integração de conceitos jurídicos puros)
Naturalísticos
Jurídicos puros: Interessa para interpretação de conceitos jurídicos puros
Exemplo: contratos.
Jurídicos valorativos: Bonus Pater Familias Conforme um pai/ bom chefe de
família.
Não jurídicos
Relação jurídica
É toda a relação da vida social disciplinada pelo direito e que consiste na atribuição a
um sujeito de um direito subjetivo e na adstrição de outro sujeito a uma vinculação
jurídica.
2. Objeto
Objeto imediato é o que dá origem à relação jurídica, ou seja, é o nexo formado
pelo direito subjetivo, por um lado, e pela vinculação, por outro.
Objeto mediato corresponde à realidade sobre que recai o poder do sujeito ativo,
realidade essa que pode ser uma coisa, uma prestação, uma pessoa, ou um
direito.
Ramos do Direito
Direito Público
Direito Público É o sistema de normas jurídicas que, tendo em vista a
prossecução de um interesse coletivo, conferem para esse efeito a um dos sujeitos da
relação jurídica poderes de autoridade sobre o outro.
Direito Financeiro É o ramo do direito público que fixa as regras a observar por
todos os servidores da coisa pública na arrecadação, contabilidade e gasto do dinheiro
dos contribuintes.
Direito Privado
Direito Privado É o que corresponde à utilidade dos particulares enquanto tais,
ou seja, nas suas relações jurídicas uns com os outros, na sua vida privada – não como
cidadãos face a Estado mas como simples particulares em face uns dos outros, na
esfera dos assuntos de caráter meramente privado.
Critérios distintos
Mas qual o interesse prático da distinção entre Direito Público e Direito
Privado?
Interesse de ordem científica na sistematização e no lógico agrupamento de
normas jurídicas
Interesse no próprio plano da aplicação do direito; por exemplo:
Em determinadas situações, determina as vias judiciais a que o particular
lesado pelo Estado deve recorrer ou vice-versa, isto é, determina o tribunal
competente, em razão da matéria, para apreciar a lide (tribunais
judiciais/tribunais administrativos).
Por outro lado, a responsabilidade civil decorrente de uma atividade de órgãos,
agentes ou representantes do Estado está sujeita a um regime diverso,
consoante os danos sejam causados no exercício de uma atividade de gestão
pública ou de uma atividade de gestão privada. Se os danos resultam de uma
atividade de gestão pública, os pedidos de indemnização são apreciados por
um tribunal administrativo e o regime de responsabilidade está previsto em lei
especial. Se os danos resultarem de uma atividade de gestão privada, será o
pedido apresentado nos tribunais judiciais e o regime está previsto nos arts.
501.º e 500.º do CC.
Interpretação da lei
Noção: é a investigação intelectual para determinação ou fixação do exato sentido e
alcance da lei, com vista à sua aplicação (art. 9.º do CC).
Elementos da lei:
Literal / Gramatical Temos de analisar o que está na lei.
Racional / Volutivo Onde vamos perceber a lógica da lei / quem a criou e o
que está escrito.
Classificações da interpretação
Classificação quanto ao agente ou quanto à sua Fonte e Valor
1. Interpretação legal – feita pelo legislador, mediante a chamada “lei interpretativa”.
(V. art. 13.º CC)
a) Interpretação autêntica – realizada por uma lei interpretativa de valor
hierárquico igual ou superior à lei interpretada; tem força obrigatória geral.
b) Interpretação oficial – realizada por lei interpretativa de inferior valor
hierárquico; tem valor vinculativo restrito à cadeia hierárquica subordinada ao órgão
criador da lei interpretativa.
2. Interpretação judicial, prática ou jurisprudencial – realizada por entidade com
funções judiciais, que aplica a lei aos casos concretos para tal efeito submetidos à sua
apreciação; força vinculativa circunscreve-se ao caso concreto a que a lei se aplicou.
3. Interpretação doutrinal, teórica ou particular – aquela cujo agente não é legislador
nem atua no decurso de função judicial; tem mero valor persuasivo.
Classificação quanto aos elementos da interpretação
1. Interpretação literal, gramatical ou filológica – debruça-se sobre a letra da
lei para encontrar o espírito da lei.
2 Funções / como pode ser vista:
Função negativa Afasta uma interpretação que não tenha base de apoio na lei.
Função positiva Vai privilegiar sucessivamente um significado técnico – jurídico, um
significado especial, um significado fixado pelo uso da linguagem.
Regresso Ter o retorno daquilo que foi pago e deve voltar para o nosso bolso.
Exemplo de um direito de Regresso: O professor e o João vão comprar um carro a
meias, no entanto a Lesya que é a vendedora.
Cada um tinha que dar 50€, no entanto a Lesya pode pedir ao professor 100€, e, deste
modo, o João terá de dar 50€ ao professor (tem o direito de pedir o dinheiro).
Outras classificações
1. Interpretação subjetivista – visa perceber o sentido e alcance da lei que se
interpreta pela reconstituição do pensamento concreto do legislador; busca
descortinar a mens legislatoris.
2. Interpretação objetivista – visa fixar o sentido e alcance da lei desligando-a
do seu agente criador, ou seja, procura a mens legis.
3. Interpretação histórica – procura reconstituir o sentido e o alcance que a lei
coerentemente teria no momento histórico da sua elaboração e entrada em vigor, face
aos circunstancialismos então existentes.
4. Interpretação atualista – pretende captar o sentido e alcance que a lei tem
no momento da sua aplicação a cada caso concreto.
Aplicação da lei
I. Aplicação da lei no tempo
É possível suceder que duas ou mais leis concorram na sua aplicabilidade a um caso
concreto (uma lei encontrava-se em vigor no momento em que o caso acontece, no
tempo em que o fato foi praticado, e foi entretanto revogada ou caducou; outra lei
está em vigor no instante em que o julgador decide), pelo que se coloca a questão de
saber qual das leis deverá ser aplicada.
a) Por vezes, o legislador prescreve expressamente as regras que vão regular a
aplicação temporal da nova lei (direito ou disposições transitórias).
b) Podem igualmente aplicar-se regras gerais que constituem critérios próprios de
certos ramos do direito (v.g. direito processual e direito penal)
c) Art. 12.º, n.º1, CC – a “lei nova só dispõe para o futuro; ainda que lhe seja atribuída
eficácia retroativa, presume-se que ficam ressalvados os efeitos já produzidos pelos
factos que a lei se destine regular” - Princípio da não retroatividade da lei
d) Art. 12.º, n.º2, CC
i. A lei que se destina a regular as condições de validade substancial ou formal de
quaisquer fatos ou sobre os seus efeitos só se aplica aos novos fatos, ou seja,
aos fatos que venham a ocorrer após a sua entrada em vigor.
ii. A lei que se refere diretamente ao conteúdo de certas relações jurídicas, isto é,
reguladora de direitos e deveres de que são titulares os respetivos sujeitos
aplica-se não só às relações jurídicas que depois se constituam, mas também às
relações já constituídas.
e) Art. 13.º CCl
II. Aplicação da lei no espaço