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mundo.”
- Instalação\Peça De Teatro -
Por
LEOPOLDO PONTES
“Quem quiser nascer, tem que destruir um
mundo.”
- Instalação\Peça De Teatro -
Por
LEOPOLDO PONTES
eDNA DA OBRA:
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À Fafí
Sumário
QUEM QUISER NASCER TEM QUE DESTRUIR UM MUNDO...............................................................................6
INSTALAÇÃO-PEÇA DE TEATRO. [Folha 1.].................................................................................................6
Folha 2: “trechos de O LOBO A ESTEPE, de Hermann Hesse.”....................................................7
Folha 3: “trechos de contos de Machado de Assis”......................................................................8
Folha 4: trechos de “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.....................................................9
Folha 5: “poema de Ferreira Gullar”..................................................................................................10
Folha 6: “poemas de Carlos Drummond de Andrade”......................................................................11
Folha 7: “trechos de Lygia Fagundes Telles”.................................................................................12
Folha 8: “trechos de Luiz Carlos Maciel”.......................................................................................13
Folha 9: “trechos de O JOGO DOS LIMITES, de Elvira Vigna”...............................................14
Folha 10: “poemas de VISÕES DO MEDO, de Beth Brait Alvim..................................................15
Folha 11: “trechos de PARQUE INDUSTRIAL, de Patrícia Galvão [Pagu] como Mara
Lobo”.........................................................................................................................................................................16
Folha 12: “trechos de O SÉCULO, de Betty Milan”......................................................................17
Folha 14: últimas palavras do autor..................................................................................................18
FOLHA 15: Relação das Músicas a serem tocadas durante a execução da instalação\
peça de teatro....................................................................................................................................................19
FOLHAS 16 E 17: Sobre O Autor.................................................................................................................20
Foto do autor, por Fafí Pontes................................................................................................................21
FOLHAS 18 E 19: Livros e e-Books de Leopoldo Pontes:............................................................22
QUEM QUISER NASCER TEM QUE DESTRUIR UM MUNDO.
“[...}
Quando não encontro nem um nem outro e respiro a morna mediocridade
dos dias chamados bons, sinto-me tão dolorido e miserável em minha alma
infantil, que atiro a enferrujada lira do agradecimento à cara
satisfeita do sonolento deus, preferindo sentir em mim uma verdadeira
dor infernal do que essa saudável temperatura de um quarto aquecido.
Arde então em mim um selvagem anseio de sensações fortes, um ardor pela
vida desregrada, baixa, normal e estéril, bem como um desejo louco de
destruir algo, seja um armazém ou uma catedral, ou a mim mesmo, de
cometer loucuras temerárias, de arrancar a cabeleira a alguns ídolos
venerandos, de entregar a um casal de estudantes rebeldes os ansiados
bilhetes de passagem para Hamburgo, de violar uma jovem ou de torcer o
pescoço a algum defensor da ordem e da lei. Pois o que eu odiava mais
profundamente e maldizia mais, era aquela satisfação, aquela saúde,
aquela comodidade, esse otimismo bem cuidado dos cidadãos, essa educação
adiposa e saudável do medíocre, do normal, do acomodado. [...]”
Era uma vez um certo Harry, chamado o Lobo da Estepe. Andava sobre
duas pernas, usava roupas e era um homem, mas não obstante era também um
lobo das estepes. Havia aprendido uma boa parte de tudo quanto as
pessoas de bom entendimento podem aprender, e era bastante ponderado. O
que não havia aprendido, entretanto, era o seguinte: estar contente
consigo e com sua própria vida. [...]”
“[...]
A melancolia do gesto do oficial foi grande, e por muito tempo ele
não conseguiu falar. Os olhos chegaram a perder um tanto a luz intensa
que traziam, e ficaram pregados ao longe, em algum ponto que se não
podia ver nem adivinhar. Depois voltou B... a si, sorriu, como quando
dera a segunda resposta. Enfim, arrancou do peito a história que queria
guardar, e foi ouvida pelos dois, repetida a mim por um deles e agora
impressa, como anunciei a princípio.
[...]”
“Capítulo XIV
A INSCRIÇÃO
BENTO
CAPITOLINA
[...]
“E bem, qualquer que seja a solução, uma cousa fica, e é a suma das
sumas, ou o resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o
meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o
destino que acabassem juntando-se e enganando-me... A terra lhes seja
leve! Vamos à História dos Subúrbios.”
Folha 5: “poema de Ferreira Gullar”.
“O Açúcar
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. As este açúcar
não foi feito por mim.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
[1963]
Folha 6: “poemas de Carlos Drummond de Andrade”.
“ARTE POÉTICA
“OS DIFERENTES
“UNIDADE
A pedra é sofrimento
paralítico, eterno.
“BIRUTA
Alonso foi para o quintal carregando uma bacia cheia de louça suja.
Andava com dificuldade, tentando equilibrar a bacia que era demasiado
pesada para seus bracinhos finos.
_ Biruta, êh Biruta! – chamou sem se voltar.
O cachorro saiu de dentro da garagem. Era pequenino e branco, uma
orelha em pé e a outra completamente caída.
[...]”
[...]
E apoiando-se ao corrimão, colada a ele, desceu precipitadamente.
Quando bateu a porta atrás de si, rolaram a escada algumas lantejoulas
verdes na mesma direção, como se quisessem alcançá-la.”
“AS CEREJAS
“Bibliografia
“Insônia
um corte no tempo
quase me alegra”
“Outono
bastava o pôr-do-sol
e os dias não
eram iguais
assim a dor
afunda meus pés no chão
amarra o nariz ao queixo
e a boca cerrada
rumina
terra”
Folha 11: “trechos de PARQUE INDUSTRIAL, de Patrícia Galvão [Pagu] como
Mara Lobo”.
“_ Você está digno dos seus amigos sujos! Peço só que não jante
comigo assim. No hotel, reparam...
Alfredo aproxima-se:
_ Escute, Eleonora. Tirei você de uma casa onde ao menos se
trabalhava para viver. Você acreditou na comédia da alta roda.
Contaminou-se. Andou na lama desta burguesia safardana! Talvez fosse eu
o culpado, talvez não. Você entraria por qualquer porta. Ou por debaixo
do pano! Você nunca se conformaria em trabalhar. E a burguesia hoje mal
se defende. Pois fique nela. Eu saio!”
Folha 12: “trechos de O SÉCULO, de Betty Milan”.
Contato: leopoldopontes21@gmail.com
Fim.