Você está na página 1de 53

B3

logo RepublicaAngola1.pdf 1 16/08/14 17:26

CM

MY

CY

CMY

PROGRAMAS DE

LÍNGUA PORTUGUESA
10ª, 11ª e 12ª Classes

2.º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL

FORMAÇÃO GERAL
Ficha Técnica

Título
Programas de Língua Portuguesa - 10ª, 11ª e 12ª Classes
Editora
Editora Moderna, S.A.
Pré-impressão, Impressão e Acabamento
GestGráfica, S.A.
Ano / Edição / Tiragem
2013 / 2.ª Edição / 2.000 Ex.

E-mail: geral@editoramoderna.com

© 2013 EDITORA MODERNA


Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução desta obra por
qualquer meio (fotocópia, offset, fotografia, etc.) sem o consentimento
escrito da editora, abrangendo esta proibição o texto, as ilustrações e o
arranjo gráfico. A violação destas regras será passível de procedimento
judicial, de acordo com o estipulado no código dos direitos de autor.
ÍNDICE

Introdução Geral à Disciplina no 2º Ciclo do Ensino Secundário ----------- 4


Finalidades da Disciplina de Língua Portuguesa
no 2º Ciclo do Ensino Secundário --------------------------------------------- 6
Objectivos Gerais da Disciplina no 2º Ciclo do Ensino Secundário --------- 7
Tipologias Textuais e Géneros Literários programados para o
2º Ciclo do Ensino Secundário ------------------------------------------------- 9

10.ª Classe - Programa da Disciplina


Conteúdos Programáticos e Processos de Operacionalização -------------- 12
Autores e Obras para Leitura Obrigatória ------------------------------------ 21

11.ª Classe - Programa da Disciplina


Conteúdos Programáticos e Processos de Operacionalização -------------- 24
Autores e Obras para Leitura Obrigatória ------------------------------------ 31

12.ª Classe - Programa da Disciplina


Conteúdos Programáticos e Processos de Operacionalização -------------- 34
Autores e Obras para Leitura Obrigatória ------------------------------------ 42

Sugestões Metodológicas ------------------------------------------------------ 43


Desenvolvimento da Aprendizagem dos Diferentes Domínios da Língua -- 45
Avaliação ----------------------------------------------------------------------- 51
Bibliografia --------------------------------------------------------------------- 52

3
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

INTRODUÇÃO GERAL À DISCIPLINA


NO 2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO
Os programas de Língua Portuguesa no Currículo do 2º ciclo do Ensino
Secundário, 10.ª, 11.ª e 12.ª classes resultam da necessidade de responder às
indispensáveis inovações e alterações levadas a cabo no âmbito da Reforma
Educativa, a esse nível. As diferentes áreas de conhecimento ou opções
seleccionadas em que os programas estão subdivididos, perspectivam a formação
capaz das gerações vindouras, esperando-se que contemplem os interesses e as
necessidades de uma sociedade em transformação.

Para esta disciplina e a este nível, as finalidades e os objectivos estão definidos


de acordo com os princípios estabelecidos na Lei de Bases do Sistema Educativo
e com a natureza dos cursos a que dão acesso.

A maturidade psicológica do aluno, a evolução dos seus interesses afectivos e


intelectuais, as expectativas sócio-profissionais, as exigências e desafios da vida
activa comprometem, na aprendizagem e utilização da Língua Portuguesa, o seu
ser, que procura ir sabendo ser e fazer, individualmente ou em grupo, a sós ou na
comunidade, de modo responsável e criativo.

Sendo o aluno o sujeito e agente do processo de ensino-aprendizagem, impõe-


se que lhe sejam proporcionados os meios e instrumentos que a língua lhe faculta
para organizar o seu pensamento, construir a sua identidade e a sua relação com
o mundo, onde se deve afirmar como ser afectuoso e interveniente, autónomo e
solidário.

Esta perspectiva justifica a progressiva transferência da concepção e realização


de projectos para as mãos do aluno - homem e cidadão - cuja voz, iniciativa e
esforço esperam a cada passo e num clima de diálogo, o reconhecimento seguro
da emancipação no processo de organizar o conhecimento e conferir sentido à
realidade na linguagem em que se pensa, sente e comunica.

Através da língua à qual o homem está vinculado ele manifesta as suas diversas
formas de pensar, sentir, agir e comunicar, o que implica que ela seja entendida
como elemento mediador da compreensão/expressão oral e escrita, meio de
conhecimento, apropriação e intervenção na realidade exterior, sistema de
elementos e regras.

4
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Compete, portanto, à disciplina de Língua Portuguesa do 2º Ciclo do


Ensino Secundário, assegurar o desenvolvimento integrado das competências
comunicativa e linguística, tendo em vista o melhoramento, correcção e
desenvolvimento dessas mesmas competências. Mas, para além disso, a Língua
Portuguesa deve facultar momentos próprios de reflexão e treino explícito, tendo
em conta a sua estrutura e o seu funcionamento.

O domínio dos saberes que o conhecimento dos códigos e suas regras


proporciona não altera a qualidade e eficácia dos discursos produzidos pelo aluno
se não for sentido como necessidade, nem o conhecimento reflexivo da língua
reconhecido como capaz de proporcionar novos e mais adequados instrumentos
comunicativos. Com efeito, o desenvolvimento da competência comunicativa
ficará comprometido se ao aluno não for permitido tornar-se consciente de
que usa esse código com elementos e regras de funcionamento susceptíveis de
assegurarem a correcção, a adequação e a eficácia do seu próprio domínio.

Mediante as áreas de conhecimento ou opções seleccionadas para o 2º Ciclo do


Ensino Secundário as exigências são mais ou menos reforçadas na formação da
vertente humanística na preparação geral do aluno, onde o texto literário obtém
um tratamento privilegiado, entendido como acto comunicativo e enunciativo
que, numa atitude de constante e graduada problematização, o aluno compreende,
interpreta, contextualiza e analisa de modo a adquirir procedimentos de
progressiva autonomia na leitura e na escrita intencionada.

Tendo como referência de base os programas do 1º Ciclo do Ensino Secundário,


o Programa do 2º Ciclo deve configurar um todo progressivo e harmónico, cuja
linha de desenvolvimento surge em continuação. O Programa deve, no entanto,
privilegiar as seguintes tipologias: o Texto Expositivo, o Texto Informativo, o
Texto Argumentativo e o Texto Literário.

O Texto Literário deve, obviamente, centrar-se na Literatura Angolana, com


possíveis e menos alargadas expansões para outra literatura de Língua Portuguesa.

Os grandes domínios da língua devem ser feitos em permanente interacção,


permitindo o desenvolvimento natural da sua aprendizagem.

5
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

FINALIDADES DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA


NO 2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO
1. Proporcionar a aquisição de métodos e técnicas que reforcem ou permitam
o domínio das operações intelectuais inerentes à prática do discurso e à
reflexão linguística e estético-literária.

2. Promover, através do conhecimento progressivo das potencialidades da


língua, o desenvolvimento de formas de raciocínio e reflexão, com vista à
integração da experiência num saber sistematizado.

3. Incutir o respeito pela língua, como língua oficial, factor de unidade


nacional e de coesão internacional no espaço da comunidade dos Países de
Língua Portuguesa.

4. Contribuir para a identificação crítica do aluno com as manifestações e


as realizações da cultura regional, nacional e universal – facultando os
conhecimentos que possibilitem o diálogo intertextual com obras do
passado e do presente.

5. Promover uma cultura da participação e reflexão crítica da realidade


circundante que realce a responsabilidade de cada um nos processos de
mudança social.

6. Desenvolver atitudes de responsabilização pessoal e social dos alunos na


construção dos seus itinerários e projectos de vida, sob uma perspectiva
de formação para a cidadania participada e para a aprendizagem ao longo
da vida.

6
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINA


NO 2° CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO
1. Desenvolver o conhecimento da Língua Portuguesa assegurando o seu uso
correcto e adequado às diferentes situações de comunicação.
2. Compreender o princípio da contextualização dos discursos.
3. Realizar uma reflexão e consequente sistematização linguística,
privilegiando a língua enquanto actividade (saber operativo) e enquanto
saber reflexivo.
4. Compreender enunciados orais:

›› Reflectir sobre a informação captada, relacionando-a com outras


informações e com a sua própria experiência;

›› Deduzir sentidos implícitos;

›› Avaliar a intencionalidade e a eficácia comunicativa.


5. Utilizar uma expressão oral fluente, correcta e adequada a diversas situações
de comunicação:

›› Verbalizar com autonomia e criatividade as suas percepções sensoriais e


o seu universo interior;

›› Participar em distintas situações de comunicação oral, de acordo com as


normas e técnicas específicas;

›› Mobilizar de forma criativa os recursos expressivos linguísticos e não


linguísticos.
6. Diversificar as suas experiências de leitura:

›› Utilizar a leitura como fonte de informação para múltiplas finalidades;

›› Perceber a leitura enquanto objectivo de confronto e/ou conciliação


entre a visão do mundo do leitor;

›› Desenvolver processos de análise e crítica apoiados em metalinguagens


específicas;

7
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

›› Reconhecer na leitura do texto literário afinidades e contrastes entre


vários espaços e géneros textuais.

7. Desenvolver a competência de interpretação pela apropriação progressiva


de instrumentos linguísticos e literários.

8. Problematizar a natureza e o valor do texto literário como documento


histórico-cultural.

9. Integrar as realizações linguísticas e as produções literárias mais importantes


na história e na cultura nacional e lusófona.

10. Desenvolver práticas de escrita:

›› Regularizar a prática da escrita através de estratégias de planificação e


textualização;

›› Perceber a importância das tipologias textuais enquanto estruturadoras


do acto da escrita;

›› Desenvolver técnicas de escrita a partir do texto e com o texto.

11. Interpretar e avaliar relações entre a linguagem verbal e os códigos de


representação não verbais.

12. Realizar uma reflexão linguística e uma sistematização de conhecimentos


sobre o funcionamento da língua a partir de situações de uso, em ocasiões
próprias para essa reflexão e sistematização.

13. Adquirir métodos e técnicas de pesquisa, registo e tratamento de


informação.

14. Desenvolver métodos e técnicas de trabalho individual, de grupo e em


grupo que contribuam para a construção da própria aprendizagem, com
recurso eventual a novas tecnologias.

8
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

TIPOLOGIAS TEXTUAIS E GÉNEROS LITERÁRIOS


PROGRAMADOS PARA O
2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO
No 2º Ciclo do Ensino Secundário, as Tipologias Textuais e Géneros Literários
a contemplar são os seguintes:

10.ª Classe Texto Informativo


Texto Lírico
Texto Narrativo

11.ª Classe Texto Narrativo


Texto Lírico
Texto Argumentativo (introdução)

12.ª Classe Texto Lírico


Texto Argumentativo
Texto Dramático

9
10.ª Classe
Programa da Disciplina
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
E PROCESSOS DE OPERACIONALIZAÇÃO
As tipologias textuais e os géneros literários indicados para a 10.ª classe devem
incluir uma série de actividades relacionadas tanto à escrita como à leitura bem
como ao funcionamento da língua, de forma aprofundada, nomeadamente:

›› Construção e escrita de vários tipos de textos


• organização de ideias
• estruturação do discurso
• apresentação
›› Escrita expressiva e criativa das três tipologias textuais
• temas de interesse próprio
-- jornal de turma
-- exposição temática
-- concurso
• composição de escritos
-- tema livre
-- tema negociado
-- tema imposto
›› Escrita para aprofundamento de técnicas e modelos diversificados
• relação de textos: síntese, resumo, tomada de notas
• texto a partir do texto: análise, comentário, crítica
›› Relatórios de visitas de estudo, ocorrências várias ou realização de projectos
›› Elaboração de textos, reflexão sobre temas políticos, culturais, desportivos,
de investigação, ligados às três tipologias textuais

12
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Surgindo o texto como base estruturante do ensino-aprendizagem da produção


dos escritos, o mesmo deve desenvolver-se a partir de:

›› Escrita sobre o texto


• realizando-o ou desenvolvendo-o
• comentando-o
• resumindo-o
• comparando-o
›› Escrita a partir do texto
• discutindo a sua problemática
• integrando-o numa problemática
›› Escrita com texto
• interrogando-o, modificando-o
• continuando-o, descobrindo-o
›› O acto da leitura
• como fonte de informação
• como fonte de motivação e de aprendizagem das técnicas de comunicação
escrita
• como técnica de comunicação escrita
• como base de interpretação e crítica
• como acto formativo em termos pessoais e sociais
• como fonte de formação estética
›› Leitura de diferentes tipos de textos
›› Estudo do texto literário: suas variantes e componentes
›› Aprofundamento dos elementos e aspectos do texto informativo, lírico e
narrativo

13
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

Deve aprofundar-se, no texto informativo:

›› Consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º


Ciclo do Ensino Secundário sobre os princípios básicos do texto informativo
›› Marcas caraterísticas deste tipo de texto
›› Pontos de vista sobre a origem das informações
›› Criação e recriação de mini-textos informativos, tendo em conta as suas
características
›› Aspectos da informação actual
›› Procedimentos linguísticos a nível das regras lexicais e morfossintácticas
›› Organizações discursivas
›› Os registos de língua adequados a este tipo de texto

No texto lírico deve aprofundar-se:

›› Consolidação e aplicação das noções aprendidas no 1.º Ciclo do Ensino


Secundário e outros como:
• elementos estruturadores de sentido
• desenvolvimento temático
• recorrências
• adições
• oposições
• associações e paralelismo léxico-semânticos
›› Recursos estéticos
›› Ritmo:
• acentuação
• extensão de frases
• verso e estrofe (medidas)
14
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

• repetições
• pausas
›› Sonoridades:
• rima
• harmonia
• aliteração
• assonância
›› Espacialização do texto
›› Título ou sua ausência
›› Forma poética (livre ou fixa)

No texto narrativo proceder-se-á, de forma aprofundada a:

›› Consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º


Ciclo do Ensino Secundário sobre as categorias da narrativa-personagem,
acção e espaço
›› Aprofundamento da noção de tempo, narrador e modos de representação
›› A relação temporalidade/narratividade: tempo da história/tempo do
discurso (narrativa anterior, simultânea, intercalada):
• Tempo histórico (atmosfera epocal)
• Tempo psicológico
›› Funções: narrativa, ideológica, de comentário, de comunicação, de atestação
›› Consequências da participação (ou não) na acção: verosimilhança, adesão,
isenção…
›› Narração
›› Descrição: inserção no contínuo narrativo
›› Composição

15
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

›› Função
›› Diálogo
›› Monólogo
›› Monólogo interior
›› Discurso indirecto livre
›› Comunicação e linguagem:
• comunicação verbal
• comunicação não verbal (linguagem icónica, plástica, musical, gestual,
etc.)
›› Enunciação (a língua em discurso – o próprio acto de produzir um enunciado
e não o texto do enunciado):
• enunciador – situa-se em relação ao seu interlocutor (numa relação de
forma ou de pedido), ao mundo que o cerca (numa relação de comentários
ou de discurso relatado) e em relação ao que ele próprio diz, numa relação
de constatação de avaliação, de implicação, de decisão;
• modalização - testemunha a forma como o enunciador se apropria da
língua para a organizar em discurso.
›› Marcas linguísticas – organização de conjunto do enunciado em relação com
índices verbais (verbos, advérbios e locuções adverbais, adjectivos, nomes
em construções perifrásticas, frases) ou paraverbais (entoação, gestos,
olhares). As particularidades da situação de comunicação testemunham
uma modalidade enunciativa particular.
›› Relações em interacção comunicativa:
• actos de fala directos: modalidade declarativa, interrogativa, de ordem e
exclamativa;
• actos de fala indirectos: divergência entre a significação literal do
enunciado e a significação que lhe é atribuída.
›› Funções da linguagem:
• expressiva – relativa ao enunciador

16
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

• apelativa – referente ao enunciatário


• fática – relativa ao enunciador e ao enunciatário
• referente – relativa ao referente
›› Registo da língua – hierarquia dos usos linguísticos de acordo com as normas
sociais e estéticas:
• cuidado
• corrente
• familiar
• popular
›› Sistema da língua
• oposição de formas verbais (valores semânticos dos tempos verbais:
estado, acontecimento, processo)
• modalizadores de enunciação
• conectores
• discurso relatado (directo, indirecto, indirecto livre)
• marcadores textuais que traduzem as relações interfrásicos
• marcadores de coesão (pronomes pessoais, demonstrativos…)
• marcadores de paráfrase (isto é, pois, assim…)
• procedimentos tipográficos (parêntesis, dois pontos…)
›› Estudo do texto – organização do texto
• os períodos (fenómenos de coordenação de justaposição, de subordinação)
• as cadeias (segmentos de expressões correferenciais)
• as sequências (marcas de sequencialidade)
›› Coerência textual
• externa (situa a referência no tempo e no espaço).

17
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

• interna (co-referência – identidade de referentes ao longo do texto).


• processos de retoma (estabelecem uma continuidade dos elementos
temáticos do texto).
• recorrência nominal (repetição/variação/substituição do nome).
• recorrência prenominal (substituição do nome por pronomes).
• recorrência através dos artigos (anáfora, catáfora).
• recorrência através dos demonstrativos (situa a referência externa –
deícticos ou interna – anáforas).
• recorrência através dos possessivos (estabelece uma determinação entre
o ser e o objecto).
• recorrência através dos numerais (determina quantitativamente o nome).
• recorrência através dos tempos verbais (tempos do mundo narrado –
tempo da história – situamos os factos num tempo passado com a ajuda
de expressões temporais e advérbios de tempo do mundo comentado –
tempo do discurso – referem a actividade do enunciador no momento da
enunciação – tempo do presente, do pretérito perfeito e do futuro).
›› Conexão textual
• conectores como articuladores do discurso (conjunções, advérbios,
locuções adverbiais, orações inteiras).
• relação de conexão entre orações: condições/consequências possíveis,
prováveis e necessárias; causais, especiais e temporais; natureza semântica
– expressão do estado de coisas.
• relação de conexão entre actos de fala – natureza pragmática – expressão
de interacção comunicativa.
›› Tipologia textual
• princípios de organização (macroestrutura – estrutura semântica que
representa a coerência global do texto; superestrutura – estrutura formal
global; microestrutura – estrutura de orações e sequências de texto que
representam coerência local do texto.

18
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

›› Textos e contexto
• dependência recíproca entre texto e contexto
• relação entre estrutura textual e os elementos da situação comunicativa
• relação entre signos e quem os emprega (intencionalidade comunicativa)
›› Estudo da palavra
• formação de palavras: morfemas lexicais ou lexemas e morfemas
gramaticais
• base e afixos (prefixos e sufixos)
• flexão, derivação, composição
• campos semânticos, campos associativos e família de palavras
• léxico comum e léxicos especializados
• étimo: palavras cognatas, palavras divergentes e palavras convergentes
• enriquecimento do léxico: neologismos, empréstimos, estrangeirismos,
onomatopeias, nominalizações (a partir do verbo ou do grupo objectivo)
• relações lexicais: sinonímia, antonímia, hiperonímia, hiponímia,
homonímia, paronímia
›› Contiguidade semântica – relações lexicais
• relação de hierarquia entre os elementos lexicais (hiperonímia/hiponímia)
– relação todo/parte
• relação de identificação (sinónimo) – identidade referencial
• relação de oposição (antónimo) – disjunção referencial
›› Estudo dos sons
• sons da língua: vogais, semivogais, consoante
›› Classificação dos sons
• surdos e sonoros; orais e nasais
›› Articulação

19
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

• vocálica, consonântica
›› Prosódia
• entoação, pausa, ritmo, acento (da palavra e da frase)
›› Níveis de tratamento

20
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Autores e Obras para Leitura Obrigatória


Texto Narrativo

Autor Obra
1. Agostinho Neto Náusea
2. Luandino Vieira A vida verdadeira de Domingos Xavier
3. Óscar Ribas Ecos da Minha Terra
4. Arnaldo Santos Machimbombo
5. Roderick Nehone O Ano do Cão

Texto Lírico

Autor Obra
1. Agostinho Neto Renúncia Impossível
2. Manuel Rui Monteiro Quem me dera ser onda
Regresso adiado
3. Jofre Rocha Assim se fez madrugada
4. José Luís Mendonça Quero acordar a alva
5. João Maimona Idade das palavras

Texto Informativo

O Texto Informativo confunde-se com o Texto Narrativo–Descritivo,


assemelha-se ao Texto Publicitário e ao Texto Jornalístico. Sabe-se, aliás, que a
publicidade e a informação, assim como a entrevista, o resumo e o reconto – são
Textos Informativos. Podem, portanto, utilizar-se, nesta rubrica, todos estes tipos
de textos, dos mais variados autores.

21
11.ª Classe
Programa da Disciplina
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
E PROCESSOS DE OPERACIONALIZAÇÃO
Aprofundamento no estudo dos elementos e aspectos dos textos narrativos,
líricos e argumentativos, relativamente à leitura, produção oral e escrita e
funcionamento da língua

›› Criação e apresentação de vários tipos de textos, conforme as tipologias


textuais a estudar nesta classe, observando:
• organização de ideias
• estruturação do discurso
›› Escrita expressiva e criativa de temas de interesse próprio, bem como
composição de escritos, por exemplo:
• jornal de turma ou de escola
• exposições temáticas e concursos
›› Aprofundamento de técnicas e modelos diversificados de escrita como:
• redução de textos, síntese, resumo, tomada de notas
• texto a partir do texto, análise, comentário, crítica
• ampliação de textos, atribuindo-lhes os mais variados fins
›› Relatórios de visitas de estudo, ocorrências várias ou realização de projectos
›› Elaboração e criação de textos narrativos, líricos, informativos e
argumentativos, reflexão sobre temas políticos, culturais, desportivos ou de
investigação
›› Leitura de diferentes textos narrativos, líricos e argumentativos
›› Leitura de textos expositivos e literários

Leitura:
• como fonte de informação
• como fonte de motivação e de aprendizagem das técnicas de comunicação escrita

24
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

• como base de interpretação e crítica


• como acto formativo em termos pessoais e sociais
• como fonte de formação estética

No Texto Narrativo deve proceder-se à continuação da:


• consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no
1.º Ciclo do Ensino Secundário sobre todos os aspectos ligados ao texto
narrativo
• as categorias da narrativa e aplicação das noções de tempo, narrador,
modos de representação, modos de expressão, acções, momentos, etapas,
sentidos, sequência, recursos expressivos e outros
• as espécies mais comuns do género narrativo, o romance, a novela, o conto
• a relação temporalidade-narratividade; tempo da história/tempo do
discurso (narrativa anterior, simultânea, intercalada)
• tempo histórico (atmosfera epocal)
• tempo psicológico
• modo; voz
• narrativa ideológica, de comentário, de comunicação, de atestação
• consequências da participação (ou não) na acção; verosimilhança, adesão,
isenção
• narração/descrição; inserção no contínuo narrativo, composição, função
• diálogo, monólogo, monólogo interior, discurso indirecto livre

No Texto Lírico deve continuar-se a:


• dar atenção aos elementos estruturadores de sentido deste tipo de texto;
desenvolvimento temático, recorrências, adições, oposições, associações e
paralelismo léxico-semântico
• rever as formas poéticas líricas; hino, salmo, ode, canção, soneto, elegia
• aprofundar recursos estéticos; ritmo; acentuação; extensão de frases,
versificação; verso e estrofe (medidas); repetições; pausas
25
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

• rever sonoridades; rima: toante, consoante, pobre, rica; harmonia;


aliteração; assonância
• aprofundar espacialização do texto
• aprofundar título ou sua ausência

No texto ou sequência de tipo Argumentativo proceder-se à continuação de:


• consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º
Ciclo do Ensino Secundário e outras
• composição e estratégia argumentativa; reconhecimento da tese
(argumentos, provas, exemplos); progressão temática e discursiva; lógica
dos argumentos (adição, alternativa, oposição, negação, causa/efeito,
consequência); estratégias do sujeito; alusões e subentendidos; processos
de influência sobre o destinatário.

Para o estudo dos textos, incluir conteúdos e dar continuidade de forma


aprofundada a:

›› Comunicação e linguagem
• Comunicação verbal
• Comunicação não verbal (linguagem icónica, plástica, musical, gestual,
etc.)
›› Enunciação (a língua em discurso – o próprio acto de produzir um enunciado
e não o texto do enunciado)
• enunciador – situa-se em relação ao seu interlocutor (numa relação de
forma ou de pedido), ao mundo que o cerca (numa relação de comentários
ou de discurso relatado) e em relação ao que ele próprio diz, numa relação
de constatação de avaliação, de implicação de decisão.
• modalização – testemunha a forma como o enunciador se apropria da
língua para a organizar em discurso.
›› Marcas linguísticas – organização de conjunto do enunciado em relação com
índices verbais (verbos, advérbios e locuções adverbiais, adjectivos, nomes
em construções perifrásticas, frases) ou paraverbais (entoação, gestos,
olhares). As particularidades da situação da comunicação testemunham
uma modalidade enunciativa particular.
26
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

›› Relações em interacção comunicativa


• Actos de fala directos: modalidade declarativa, interrogativa, de ordem e
exclamativa
• Actos de fala indirectos: divergência entre a significação literal do
enunciado e a significação que lhe é atribuída
›› Funções da linguagem
• expressiva – relativa ao enunciador
• apelativa – referente ao enunciatário
• fática – relativa ao enunciador e ao enunciatário
• referente – relativa ao referente
›› Registo da língua – hierarquia dos usos linguísticos de acordo com as normas
sociais e estéticas
• cuidado
• corrente
• familiar
• popular
›› Sistema da língua
• oposição de formas verbais (valores semânticos dos tempos verbais:
estado, acontecimento, processo)
• modalizadores de enunciação
• conectores
• discurso relatado (directo, indirecto, indirecto livre)
• marcadores textuais que traduzem as relações interfrásicas
• marcadores de coesão (pronomes pessoais, demonstrativos…)
• marcadores de paráfrase (isto é, pois, assim…)
• procedimentos tipográficos (parêntesis, dois pontos…)

27
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

›› Estudo do texto – organização do texto


• os períodos (fenómenos de coordenação de justaposição, de subordinação)
• as cadeias (segmentos de expressões correferenciais)
• as sequências (marcas de sequencialidade)
›› Coerência textual
• externa (situa a referência no tempo e no espaço)
• interna (co-referência – identidade de referentes ao longo do texto)
• processos de retoma (estabelecem uma continuidade dos elementos
temáticos do texto)
• recorrência nominal (repetição/variação/substituição do nome)
• recorrência pronominal (substituição do nome por pronomes)
• recorrência através dos artigos (anáfora, catáfora)
• recorrência através dos demonstrativos (situa a referência externa –
deícticos ou interna – anáforas)
• recorrência através dos possessivos (estabelece uma determinação entre
o ser e o objecto)
• recorrência através dos numerais (determina quantitativamente o nome)
• recorrência através dos tempos verbais (tempos do mundo narrado –
tempo da história – situamos os factos num tempo passado com a ajuda
de expressões temporais e advérbios de tempo do mundo comentado –
tempo do discurso – referem a actividade do enunciador no momento da
enunciação – tempo do presente, do pretérito perfeito e do futuro)
›› Conexão textual
• conectores como articuladores do discurso (conjunções, advérbios,
locuções adverbiais, orações inteiras)
• relação de conexão entre orações: condições/consequências possíveis,
prováveis e necessárias; causais, espaciais e temporais; natureza semântica
– expressão do estado de coisas

28
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

• relação de conexão entre actos de fala – natureza pragmática – expressão


de interacção comunicativa
›› Tipologia textual
• princípios de organização (macroestrutura – estrutura semântica que
representa a coerência global do texto; superestrutura – estrutura formal
global; microestrutura – estrutura de orações e sequências de texto que
representam a coerência local do texto)
›› Textos e contexto
• dependência recíproca entre texto e contexto
• relação entre a estrutura textual e os elementos da situação comunicativa
• relação entre signos e quem os emprega (intencionalidade comunicativa)
›› Estudo da palavra
• formação de palavras: morfemas lexicais ou lexemas e morfemas
gramaticais
• base e afixos (prefixos e sufixos)
• flexão, derivação, composição
• campos semânticos, campos associativos e família de palavras
• léxico comum e léxicos especializados
• étimo: palavras cognatas, palavras divergentes e palavras convergentes
• enriquecimento do léxico: neologismos, empréstimos, estrangeirismos,
onomatopeias, nominalizações (a partir do verbo ou do grupo objetivo)
• relações lexicais: sinonímia, antonímia, hiperonímia, hiponímia,
homonímia, paronímia
›› Contiguidade semântica – relações lexicais
• relação de hierarquia entre os elementos lexicais (hiperonímia/hiponímia)
– relação todo/parte
• relação de identificação (sinónimo) – identidade referencial

29
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

• relação de oposição (antónimo) – disjunção referencial


›› Estudo dos sons
• sons da língua: vogais, semivogais, consoante
›› Classificação dos sons
• surdos e sonoros; orais e nasais
›› Articulação
• vocálica, consonântica
›› Prosódia
• entoação, pausa, ritmo, acento (da palavra e da frase)
›› Níveis de tratamento

30
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Autores e Obras para Leitura Obrigatória


Texto Narrativo

Autor Obra

1. Castro Soromenho Chagas


A Praga

2. António Jacinto Vovó Bartolomeu


Em Kiluange do Golungo
Prometeu
Fábulas de Sanji

3. Fragata de Morais Jindunguices


Inkuna, minha terra

4. Isaquiel Cori Sacudidas pelo vento

5. Costa Andrade Terras de Acácias Rubras


Tempo Angolano em Itália
Um conto igual a muitos

Texto Lírico

Autor Obra

1. António Jacinto Poemas

2. David Mestre Do canto à idade


O relógio de cafucôlo
Nas barbas do bando

3. João Tala A forma dos desejos

4. José Luís Mendonça Logarítmos da alma

31
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

Texto Argumentativo (Introdução)

Autor Obra

1. José Mena Abrantes Caminhos des-encantados

2. Manuel Rui Monteiro Cinco dias depois da Independência


Um morto e os vivos

32
12.ª Classe
Programa da Disciplina
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
E PROCESSOS DE OPERACIONALIZAÇÃO
ESCRITA

›› Construção de textos
• organização
• estruturação do discurso
• apresentação
›› Escrita expressiva e criativa
• temas de interesse próprio
-- jornal de turma
-- exposição temática
-- concurso
• composição de escritos
-- tema livre
-- tema negociado
-- tema imposto
›› Escrita para aprofundamento de técnicas e modelos diversificados:
• relação de textos: síntese, resumo, tomada de notas
• texto a partir do texto: análise, comentário, crítica
›› Relatório de visitas de estudo, de ocorrências várias ou de realização de
projectos;
›› Textos expositivos, argumentativos de reflexão sobre temas suscitados por
acontecimentos políticos, culturais, desportivos, de investigação realizada.
Surgindo o texto como base estruturante do ensino-aprendizagem da produção
dos escritos, deve desenvolver-se a partir de:

34
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

›› Escrita sobre o texto


• realizando-o ou desenvolvendo-o
• comentando-o
›› Escrita a partir do texto
• discutindo a sua problemática (dissertação)
• integrando-o numa problemática
›› Escrita com texto
• interrogando-o, modificando-o
• continuando-o, descobrindo-o

LEITURA

›› O acto da leitura
• Como fonte de informação
• Como fonte de motivação e de aprendizagem das técnicas de comunicação
escrita
• Como base de interpretação e crítica
• Como acto formativo em termos pessoais e sociais
• Como fonte de formação estética

›› Os diferentes tipos de textos


• Lírico
• Argumentativo
• Dramático

›› O texto lírico
›› Consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º
Ciclo do Ensino Secundário e outros como:

35
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

›› Elementos estruturadores de sentido


›› Desenvolvimento temático
›› Recorrências
›› Adições
›› Oposições
›› Associações e paralelismo léxico-semânticos
›› Recursos estilísticos
• acentuação
• extensão de frases
• verso e estrofe (medidas)
• repetições
• pausas
›› Sonoridades
• rima
• harmonia
• aliteração
• assonância
›› Espacialização do texto
›› Título ou sua ausência
›› Forma poética (livre ou fixa)
›› O texto argumentativo
• consolidação, aprofundamento e aplicação das noções aprendidas no 1.º
Ciclo do Ensino Secundário e outras
• composição e estratégia argumentativa:
-- reconhecimento da tese (argumentos, provas, exemplos)

36
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

-- progressão temática e discursiva


-- lógica dos argumentos (adição, alternativa, oposição, negação, causa/
efeito, consequência)
-- estratégias do sujeito
-- alusões e subentendidos
-- processos de influência sobre o destinatário.
›› O texto dramático
• distinção entre dramático e representação
• texto principal e texto secundário
• teatro/representação
›› Qualidade da declamação (voz, timbre, expressão, ritmo)
• a mímica e a expressão corporal
• a capacidade de assumir a personagem
›› Momentos determinantes da acção
• exposição, conflito, desenlace
›› Coordenação e correlação das acções
• acções simultâneas
• acções passadas
• acções futuras
• caracterização do espaço cénico
• personagens
›› Directa, indirecta
• discurso dramático e teatral
• linguagem e estilo
• narrativa dramática

37
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

• os géneros de teatro de forma dramática


• tragédia, drama, tragicomédia, comédia, farsa

Funcionamento da Língua para as tipologias desta classe

›› Comunicação, enunciação
• comunicação verbal
• comunicação não verbal (linguagem icónica, plástica, musical, gestual,
etc.)
›› Enunciação (a língua em discurso – o próprio acto de produzir um enunciado
e não o texto do enunciado)
• enunciador – situa-se em relação ao seu interlocutor (numa relação de
forma ou de pedido), ao mundo que o cerca (numa relação de comentário
ou de discurso relatado) e em relação ao que ele próprio diz, numa relação
de constatação de avaliação, de implicação de decisão
• modalização – testemunha a forma como o enunciador se apropria da
língua para a organizar em discurso
›› Funções da linguagem
• expressiva – relativa ao enunciador
• apelativa – referente ao enunciatário
• fática – relativa ao enunciador e ao enunciatário
• referente – relativa ao referente
›› Marcas linguísticas – organização de conjunto do enunciado em relação com
índices verbais (verbos, advérbios e locuções adverbiais, adjectivos, nomes
em construções perifrásticas, frases) ou paraverbais (entoação, gestos,
olhares). As particularidades da situação de comunicação testemunham
uma modalidade enunciativa particular.
›› Registos da língua – hierarquia dos usos linguísticos de acordo com as
normas sociais e estéticas
• cuidado

38
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

• corrente
• familiar
• popular
›› Relações em interacção comunicativa
• actos de fala directos: modalidade declarativa, interrogativa, de ordem e
exclamativa
• actos de fala indirectos: divergência entre a significação literal do
enunciado e a significação que lhe é atribuída
›› Níveis de tratamento
›› Estudo dos sons
›› Sons da língua: vogais, semivogais, consoante
›› Classificação dos sons
• surdos e sonoros; oral e nasal
›› Articulação
• vocálica, consonântica
›› Prosódia
• entoação, pausa, ritmo, acento (da palavra e da frase)
• Estudo da palavra
• formação de palavras: morfemas lexicais ou lexemas e morfemas
gramaticais
• base e afixos (prefixos e sufixos)
• flexão, derivação, composição
• campos semânticos, campos associativos e família de palavras
• léxico comum e léxicos especializados
• étimo: palavras cognatas, palavras divergentes e palavras convergentes

39
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

• enriquecimento do léxico: neologismos, empréstimos, estrangeirismos,


onomatopeias, nominalizações (a partir do verbo ou do grupo objectivo)
• relações lexicais: sinonímia, antonímia, hiperonímia, hiponímia,
homonímia, paronímia
›› Estudo do texto – organização do texto
• os períodos (fenómenos de coordenação de justaposição, de subordinação)
• as cadeias (segmentos de expressões correferenciais)
• as sequências (marcas de sequencialidade)
›› Sistema da língua
• oposição de formas verbais (valores semânticos dos tempos verbais:
estado, acontecimento, processo)
• modalizadores de enunciação
• conectores
• discurso relatado (directo, indirecto, indirecto livre)
• marcadores textuais que traduzem as relações interfrásicas
• marcadores de coesão (pronomes pessoais, demonstrativos…)
• marcadores de paráfrase (isto é, pois, assim…)
• procedimentos tipográficos (parêntesis, dois pontos…)
›› Coerência textual
• externa (situa a referência no tempo e no espaço)
• interna (co-referência – identidade de referentes ao longo do texto)
• processos de retoma (estabelecem uma continuidade dos elementos
temáticos do texto)
›› Recorrência nominal (repetição/variação/substituição do nome)
›› Recorrência pronominal (substituição do nome por pronomes)
›› Recorrência através dos artigos (anáfora, catáfora)
›› Recorrência através dos demonstrativos (situa a referência externa –
deícticos ou interna – anáforas)

40
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

›› Recorrência através dos possessivos (estabelece uma determinação entre o


ser e o objecto)
›› Recorrência através dos numerais (determina quantitativamente o nome)
›› Recorrência através dos tempos verbais (tempos do mundo narrado – tempo
da história – situam os factos num tempo passado com a ajuda de expressões
temporais e advérbios de tempo do mundo comentado – tempo do discurso
– referem a actividade do enunciador no momento da enunciação – tempos
do presente, do pretérito perfeito e do futuro)
›› Contiguidade semântica – relações lexicais
• relação de hierarquia entre os elementos lexicais (hiperonímia/hiponímia)
– relação todo/parte
• relação de identificação (sinónimo) – identidade referencial
• relação de oposição (antónimo) – disjunção referencial
›› Conexão textual
• conectores como articuladores do discurso (conjunções, advérbios,
locuções adverbiais, orações inteiras)
• relação de conexão entre orações: condições/consequências possíveis,
prováveis e necessárias; causais, especiais e temporais; natureza semântica
– expressão do estado de coisas
• relação de conexão entre actos de fala – natureza pragamática
• expressão de interacção comunicativa.
›› Tipologia textual
• princípios de organização (macroestrutura – estrutura semântica que
representa a coerência global do texto; superestrutura – estrutura formal
global; microestrutura – estruturas de orações e sequências de texto que
representam a coerência local do texto)
›› Textos e contexto
• dependência recíproca entre texto e contexto
• relação entre a estrutura textual e os elementos da situação comunicativa
• relação entre signos e quem os emprega (intencionalidade comunicativa).

41
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

Autores e Obras para Leitura Obrigatória


Texto Lírico

Autor Obra
1. Antero de Abreu Poemas
2. Cristóvão Neto Sinos d’alma
3. Roderick Nehone Génese
4. Luís Candjimbo A estrada da secura

Texto Argumentativo

Autor Obra

1. Manuel Rui Monteiro Poemas


Crónica de um Mujimbo
Rio seco

2. Luís Kandjimbo Apologia de Kalitangi

3. Ricardo Manuel Figuras e Mugimbisses

4. Roberto de Carvalho Da minha Banda

Texto Dramático

Autor Obra

1. José Mena Abrantes O pássaro e a morte


Ana, Zé e os escravos

2. Pepetela A corda

3. Manuel Rui Monteiro Quem me dera ser onda

42
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Sendo um lugar privilegiado de desenvolvimento de competências de
comunicação e expressão, a aula de Língua Portuguesa deve oferecer ao aluno
oportunidades de o fazer de uma forma cada vez mais correcta e autónoma.
Para isso, deverão ser promovidas estratégias e métodos de trabalho que
contribuam para o desenvolvimento intelectual do aluno e, simultaneamente,
para uma integração cada vez mais activa e responsável na sociedade, tornando
a competência linguística como suporte de relações fortes entre Educação,
Sociedade e Construção Democrática.

Os Objectivos Gerais da disciplina perspectivam um programa estratégico que


não só desenvolva um uso da Língua Portuguesa cada vez mais correcto e adequado
às diferentes situações de comunicação, como igualmente estimule a reflexão
metalinguística, no sentido de acompanhar o saber operativo (conhecimento que
se tem pela prática) com o saber reflexivo (entrar na abstracção da língua) cada
vez mais profundo.

A motivação para a produção textual e a diversificação de experiências de


leitura perspectivadas como grandes objectivos da disciplina, contribuem para
um melhor desempenho comunicativo e expressivo nas outras disciplinas
curriculares e fazem da aula de Língua Portuguesa um espaço intercultural por
excelência.

O desenvolvimento do método de pesquisa, de registo e de aplicação da


informação oferecem meios mais alargados de compreensão das várias matérias
curriculares, funcionando como processos de auto-aprendizagem e de extensão
do saber.

Igualmente, o interesse pelo Texto Argumentativo contribui para uma maior e


mais crítica actividade social, permitindo um olhar mais reflexivo sobre os meios
de comunicação social e a diversidade de discursos que integram.

O ensino do Texto Literário tem também um papel importante na formação


ética e estética, assim como permite estimular as potencialidades criativas do
aluno, motivando-o para a leitura e para a escrita.

43
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

A aula de Língua Portuguesa, sendo um espaço de interacção de discursos,


de convívio e de solidariedade, deve privilegiar o trabalho de grupo como
factor de cooperação, de interajuda e partilha de saberes, de competências e de
experiências.

Importante, portanto, neste nível etário, potenciar nos alunos a possibilidade


de iniciativas individuais ou de grupo, tais como o trabalho de projecto
que, privilegiando uma pedagogia diferenciada, rentabiliza o máximo de
potencialidades de cada aluno, considerado tanto em termos individuais como
em grupo. De facto, o trabalho de projecto, enquanto processo de construção
do saber, é um meio dinâmico de educação, favorecendo, simultaneamente,
as capacidades cognitivas, afectivas e sociais dos alunos e contribuindo para a
criatividade, o espírito de investigação, a racionalização de processos e o sentido
de responsabilidade.

Podendo ser aplicado a qualquer objecto de estudo, pode propiciar, neste nível
de ensino, trabalhos de natureza literária ou linguística que, expostos à turma,
contribuirão, certamente, para o desenvolvimento de um campo de saberes cada
vez mais alargado.

Porém, não deve ser igualmente descurado o trabalho individual como factor
importante de aquisição de hábitos de pesquisa, de recolha de informação, de
selecção criteriosa de referenciais teóricos e da sua análise crítica.

44
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM
DOS DIFERENTES DOMÍNIOS DA LÍNGUA
COMPREENSÃO/EXPRESSÃO ORAL

No 2.º Ciclo do Ensino Secundário, deve privilegiar-se a competência e o


domínio da compreensão/expressão oral, de forma a permitir ao aluno uma
progressiva autonomia. Esta autonomia e integração plena no meio social e
cultural, deve ser conseguida por um alargamento do saber e do conhecimento,
pelo desenvolvimento de formas de exposição e argumentação, pela possibilidade
de tomar medidas eficazes e adequadas às situações.

O processo de ensino-aprendizagem deve permitir a tomada de atitudes críticas


e criativas na construção do discurso oral, onde o aluno aparece na situação de
interlocutor, formulando o seu próprio discurso e dando espaço ao discurso do
outro. A aula deve tornar-se, deste modo, não um espaço condicionado a uma só
voz autoritária mas, sempre que oportuno, a um lugar de interacção e de diálogo
onde o aluno crie regras de respeito pelo tempo da fala do outro e de aprendizagem
de diferentes situações de interlocução (relações de autoridade, de igualdade, de
construção emotiva, mas também de crítica e de intersubjectividade).

As grandes áreas de ensino-aprendizagem do discurso oral devem, assim,


privilegiar os seguintes grandes campos:

1. Interacção através de: ouvir, responder, argumentar;


2. Comunicação pessoal e subjectiva, desbloqueando problemas;
3. Apropriação de conhecimentos sobre a oralidade, aprendendo técnicas
específicas de formulação do discurso, onde a retórica, nas suas componentes
de invenção e estruturação ou disposição pode ser um auxiliar pertinente
e eficaz;
4. Papel do gesto, da voz, da movimentação do corpo como aspectos
complementares da formulação do discurso.

Todos estes campos exigem, na aula de Língua Portuguesa, momentos de


reflexão em que se equacionem os objectivos da comunicação, a organização da
mensagem de acordo com os diferentes sectores, a avaliação da recepção (se foi
incorrecta e por causa de que factores), a contextualização da fala, de forma a
tornar a oralidade não um impulso, mas uma sistemática aprendizagem.

45
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

ESCRITA

A urgência de uma pedagogia da escrita que, desde há muito, tem preocupado


os professores e os especialistas, exige dos programas uma definição clara de
objectivos e estratégias a desenvolver no sentido de dar a esta problemática a
resposta adequada.

A escrita é uma actividade linguística e cognitiva que urge consciencializar,


para que a escola possa promover, com eficácia, um programa específico do seu
ensino-aprendizagem e crie mecanismos de motivação igualmente necessários.

A prática da escrita não pode abdicar de alguns aspectos que a caracterizam:

›› o facto de ser uma actividade diferida

›› o facto de ser passível de actividades prévias de planificação, de recolha de


informação e de utilização de suportes de enquadramento definidos, entre
os quais é de suprema importância o destinatário.

Sendo a escrita uma forma de comunicação, é também um meio de valorização


da vida escolar, social e cultural; importa, portanto, desenvolver técnicas
que estimulem o gosto pela produção de textos de diversos géneros e tipos,
desenvolvendo a capacidade criativa da expressão escrita.

Como leitor e escritor, o aluno deve reconhecer a utilidade e as funções da


escrita, o poder que o domínio da escrita dá, o prazer que a produção ou criação
de um texto proporciona. A escrita, como actividade expressiva e criativa,
constitui tarefa importante no desenvolvimento de temas de interesse dos alunos
como o jornal de turma, concursos, exposições temáticas, etc., dependendo dos
fins e formas que o escrito vai assumir, da situação comunicativa e dos objectivos
propostos.

No 2.º Ciclo do Ensino Secundário, aprofundam-se as capacidades iniciadas


nos ciclos anteriores, nomeadamente, saber sequencializar, saber explicar, saber
sintetizar, saber documentar-se, apreciar criticamente, obedecendo a planos de
organização específicos.

46
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Privilegia-se, também, para além da escrita criativa, a escrita de acordo com


modelos, nomeadamente o comentário, a explicação de textos, a análise textual,
a redução textual e a criação do texto a partir de outro texto ou a transformação
de uma tipologia textual noutra.

Ao elaborar um comentário a um texto, deve-se ter um domínio de leitura e


apreensão do sentido geral do mesmo; identificados os fundamentos em que se
apoia a construção do texto, eleboram-se os questionários dos quais sairão as
respostas adequadas. As exigências de uma composição estão ligadas à produção
do texto que, preparado pela explicação de leitura, exige um grau elevado de
domínio das várias competências de escrita; o aluno pode expor o seu ponto de
vista, exprimindo-se de uma forma pessoal, desenvolvendo progressivamente a
capacidade de argumentação e de exposição de um raciocínio por fases, com o
consequente domínio das relações lógicas essenciais.

No processo de aprendizagem da escrita cabe, portanto, ao professor,


estabelecer uma estratégia adequada para ajudar os alunos a abordar técnicas
e modelos específicos; é importante a organização das ideias, a estruturação do
discurso, a composição dos escritos.

A escrita deve ser praticada pelo aluno que, aos poucos, irá tendo o domínio
e a consciência das fases por que tem que passar a estruturação do texto,
nomeadamente, o contexto da sua produção com um pré-desenvolvimento,
planificação ou concepção, o desenvolvimento propriamente dito onde a
importância da memória é essencial, como base de estruturação de esquemas de
conhecimentos.

A relação entre a aprendizagem da leitura e a aprendizagem da escrita é uma


relação necessária. A escolha de destinatários para determinado escrito permitirá
ao aluno situar a sua escrita e entender a do outro no terreno da comunicação.

Ser simultaneamente leitor e escritor implicará ser capaz de conferir importância


ao facto de saber actualizar as aquisições linguísticas para produzir sentido, de
questionar a coerência da produção, a suficiência da informação dada, do uso
adequado do vocabulário.

47
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

LEITURA

O aluno utiliza a leitura para várias finalidades e recolhe do texto, não só


componentes emotivos e racionais, como elementos de reconhecimento de uma
identidade e de ligação com os outros; um desses aspectos, no Ensino Secundário,
é a leitura como fonte de informação, capaz de desenvolver capacidades gerais de
interpretação, de análise e de síntese, conferindo cada vez mais significação ao
que lê. Pela leitura, ele capta informação sobre o que utiliza e reflecte, apreende
modelos de comunicação; dialoga consigo próprio e com outras épocas e
culturas; confronta experiências, conhecimentos, argumentos e valores; descobre
motivos para agir sobre si e intervir na vida da comunidade. A leitura e o estudo
dos vários registos e tipologias textuais favorecem no aluno o conhecimento dos
recursos expressivos, normas e convenções que ele tem que relacionar com o todo,
recorrendo à informação sobre os estudos da língua e as leis dos géneros, para
além da descoberta da carga afectiva e ideológica do autor, seu meio e cultura.

É necessário que, numa aula, se abordem de forma aberta, os diferentes tipos


de textos, literários e não literários.

A leitura pode fazer-se de forma extensiva – quando se pretende o alargamento


de horizontes da informação, a confrontação entre diversos textos e outros
documentos, a exercitação de uma exposição oral ou escrita – ou de forma
metódica – quando é feita através de uma análise exaustiva, implicando o estudo
de todos os elementos constitutivos do universo textual e da relação que geram
entre si, nomeadamente a expressão do tempo e do espaço, o vocabulário, os
actos do discurso, os registos da língua, o estatuto das personagens, a construção
dos períodos e parágrafos, o predomínio da narração, do diálogo, etc.

Sabendo desde o 1.º Ciclo do Ensino Secundário que as categorias do


Texto Narrativo são conhecidas, nomeadamente a acção, as personagens, o
tempo, o espaço e o narrador, importa aprofundar, neste Ciclo, a relação entre
temporalidade – narratividade ou tempo da história – tempo do discurso, bem
como a distinção entre os subgéneros narrativos como o romance, o conto, a
novela, a epopeia, a crónica, a fábula, a parábola, etc.

Igualmente, neste Ciclo, deve revelar-se o Texto Lírico na medida em que


recria o processo figurativo, capta mundos imaginários expressos pela linguagem
metafórica, ajuda ao desenvolvimento da ética e da estética; devem-se referenciar

48
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

algumas particularidades de subgéneros, nomeadamente o soneto, a canção, a


balada, a cantiga, o epitáfio, o vilancete, etc.

No Texto Argumentativo, o aluno procura determinar a finalidade e a intenção


do autor, detectando os argumentos propriamente ditos; joga com os elementos
de conexão e coerência textuais, determinando os tipos de relações lógicas que
permitem o desenrolar do discurso, a adição, a oposição, a causa ou causas, a
consequência ou consequências; estabelece a forma de encadeamento de ideias
e de conceitos conforme a progressão do texto; avalia o sucesso ou o fracasso
da argumentação usada de acordo com a finalidade implícita ou explícita do
discurso; reconhece a importância da construção frásica e dos recursos estilísticos
utilizados.

O Texto Dramático, encarado como um jogo/espectáculo teatral, implica uma


multiplicidade de linguagens, cenário, iluminação, som, objectos, vestuário, gesto,
etc. O aluno dramatiza cenas ou constrói pequenas peças de teatro, tornando-
se mais atento quer como leitor quer como espectador. Deverão ser referidos
aspectos como acção dramática, personagens, espaço, tempo, não descurando a
referência aos principais subgéneros como o auto, a comédia, o drama, a farsa, o
monólogo, a moralidade, a tragédia, a tragicomédia, etc.

FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA

O ensino da Língua Portuguesa no 2.º Ciclo do Ensino Secundário surge como


desenvolvimento de competências comunicativas já trazidas do Ensino Primário
e do 1.º Ciclo do Ensino Secundário.

Naturalmente que, neste nível de Ensino, cabe ao professor de Língua


Portuguesa encontrar contextos de aprendizagem adequados onde possa surgir
o maior número de variáveis do acto comunicativo, encontradas tanto na análise
do discurso oral, como na leitura e na escrita. É no texto, portanto, entendido
como entidade linguística, que devem ser verificadas as potencialidades da
língua, enquanto actividade instrumental, lúdica ou estética.

Assim, tendo como base os conhecimentos adquiridos nas classes anteriores,


procede-se, neste ciclo, ao seu aprofundamento e sistematização relativamente:

›› ao alargamento do vocabulário, com principal incidência no processo de


formação de palavras e respectivo sentido conotativo e polissémico;

49
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

›› à reflexão sobre a combinação das palavras na frase, à formação e sentido


dos discursos, à utilização correcta das formas verbais e combinação e
concordância dos elementos sintácticos;

›› à coordenação das estruturas linguísticas e semânticas para a organização


e criação de um texto; à ligação lógica e a aproximação absoluta entre os
elementos articuladores do discurso;

›› à acentuação, à ortografia e à pontuação como regras, princípios e processos


a utilizar de forma coerente e consciente.

Deve-se ainda, no 2.º Ciclo do Ensino Secundário, proceder a uma reflexão mais
profunda relativamente aos vários aspectos ligados ao tratamento e apresentação
de um discurso, no campo da pragmática e da enunciação, nomeadamente na
descoberta das intenções do interlocutor, no tom utilizado na apresentação do
enunciado, na implicação ou não do destinatário na comunicação, nos registos
de língua a utilizar, na construção dos períodos e parágrafos, tendo sempre em
atenção a coesão e coerências textuais.

Neste Ciclo, os alunos devem adquirir competências a nível linguístico,


discursivo, comunicativo e textual, devendo ser capazes de descrever, narrar,
argumentar, explicar, informar, persuadir, de forma correcta e, simultaneamente,
de reconhecer os mecanismos linguísticos caraterísticos de cada tipologia ou
sequência textual utilizada.

50
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

AVALIAÇÃO
Tarefa e prática bastante complexa, pelo número de determinantes que suporta,
a avaliação em Língua Portuguesa é, como em todas as outras disciplinas do
currículo, uma das macro-funções cometidas ao professor.

Sendo a língua um sistema polifacetado, a Avaliação da sua aprendizagem


tem de conjugar aspectos que a evidenciam como objecto (fim em si mesmo),
mas também como meio de comunicação e de performance no contexto da sua
situação escolar e da sua situação social.

O aluno deve ser avaliado em termos de objectivos previamente traçados e das


competências que forem consideradas como determinantes do ensino a adquirir,
tanto a nível da assimilação dos conteúdos programáticos, como em termos de
competência linguística, comunicativa, literária, contemplando tanto a produção
como a recepção dos enunciados.

A avaliação deve prever, portanto, tanto a clássica divisão em formativa e


sumativa, como ter em conta não só a hetero-avaliação, como a auto-avaliação
do aluno, tornando-o consciente e responsável pela sua aprendizagem.

No âmbito do ensino aprendizagem da língua, todas as actividades empreendidas


implicam obrigatoriamente a intervenção do aluno (por vezes, escolha e selecção
de temas e autores, planificação, prática de métodos e técnicas de pesquisa,
escolha de recursos, avaliação sistemática e corrente da aprendizagem, elaboração
de critérios coerentes com as características do trabalho desenvolvido).

51
10ª, 11ª E 12ª CLASSES

BIBLIOGRAFIA
AA. VV. – Ensino-Aprendizagem da Língua Portuguesa, ESEL, IPL, 1993.
AA. VV. – Português – proposta para o futuro, 3 – Avaliação, ACP, 1999.
AA. VV. – Dicionário de Metalinguagens da Didáctica, Porto Editora, 2000.
AA. VV. – Dicionário de Ciências de Comunicação, Porto Editora, 2000.
ADAM, J. M. – Langue et Literature, Paris, Hachette, 1991.
ADAM, J. M. – Les Textes Types et Prototypes, Paris, Nathan, 1992.
AMOR, Emília – Didáctica do Português, Lisboa, Texto Editora, 1993.
BOSI, Alfredo – História Concisa da Literatura Brasileira, São Paulo, Cultrix,
1974.
CASTRO, Rui Vieira et al. – Aspectos da interacção verbal em contexto
pedagógico, Lisboa, Livros Horizonte, 1991.
CASTRO, Rui Vieira et al. – Entre Linhas Paralelas, Braga, Angelus Novus,
1998.
COELHO, Jacinto do Prado (Dir) – Dicionário de Literatura Portuguesa, Porto,
Liv. Figueirinhas, 1969.
DUARTE, B. – Literatura Tradicional Angolana, Benguela, Editora Didáctica
de Angola, 1975.
ERVEDOSA, Carlos – Roteiro da Literatura Angolana, Edição da Sociedade
Cultural de Angola, s/d.
FONSECA, Manuel et al. – Avaliação em Língua Materna, Setúbal, Escola
Superior de Educação, 1989.
LARANJEIRA, Pires – Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa, Ed. da
Universidade Aberta, 1995.
MACHADO, Álvaro Manuel (org) – Dicionário de Literatura Portuguesa,
Lisboa, Presença, 1996.

52
PROGRAMAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

PEREIRA, M. Luísa Álvares – Escrever em Português – Didácticas e Práticas,


Porto, ASA, 2000.
REIS, Carlos – Técnicas de Análise Textual, Coimbra, Almedina, 1978.
REIS, Carlos e ADRAGÃO, José Victor – Didáctica do Português, Ed. da
Universidade Aberta, s/d.
RIBEIRO, Maria Aparecida – Literatura Brasileira, Ed. Universidade Aberta,
1994.
ROCHETA, Maria Isabel e NEVES, Margarida Braga (org) – Ensino da
Literatura – Reflexões e Propostas a Contracorrente, Lisboa, Cosmos, 1999.
ROMERA, Castillo – Didáctica de la Lengua y la Literatura, Madrid, Playor,
1983.
SEQUEIRA, Fátima et al. – O Ensino Aprendizagem do Português, Universidade
do Minho, Centro de Estudos Educacionais e Desenvolvimento Comunitário,
1989.
TOCHON, François Victor – A Língua como Projecto Didáctico, Porto Editora,
1995.
TRIGO, Salvato – Ensaios de Literatura Comparada – Afro-Luso-Brasileira,
Lisboa, Veja Universidade, s/d.

53

Você também pode gostar