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Português
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Ministério da Educação
2010
ÍNDICE
Página
1. Introdução 2
5. Avaliação 45
5.1. Instrumentos de avaliação 46
6. Glossário 51
7. Bibliografia 55
8. Textos de Apoio 56
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1. Introdução
O Guia pretende ainda ajudar o professor a planificar a sua prática pedagógica. Nesse
sentido, depois de algumas indicações sobre a importância da planificação da
actividade pedagógica, apresenta exemplos de planificação de aulas, em cada um dos
domínios fundamentais – escutar, falar, ler, escrever -, não esquecendo que o mais
comum nas aulas é que estes domínios sejam trabalhados em simultâneo. Atenção
particular é prestada ao tema da avaliação, um assunto que é particularmente delicado
quando se trata de competências linguísticas.
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vez mais adequada, de modo a facilitar o seu desenvolvimento pessoal e ajudar ao
desenvolvimento dos grupos e da sociedade em que vivem.
A disciplina de Português, em conjunto com as restantes disciplinas da área de
desenvolvimento linguístico, ajudará a que, no final do Ensino Básico, os alunos sejam
capazes de compreender e usar discursos de diversa natureza; valorizar as diferentes
culturas e tradições nacionais, adoptando atitudes favoráveis à diversidade linguística
e cultural; participar na construção de uma sociedade multilinguística e multicultural,
com base nos valores da paz, da liberdade, da igualdade e da tolerância; utilizar os
saberes escolares para compreender a realidade e participar na resolução dos
problemas do dia-a-dia; dar importância à escola como lugar de aprendizagens úteis;
valorizar a capacidade de aprender durante toda a vida; participar na vida das
comunidades de forma democrática, livre, consciente e crítica; colaborar com a
comunidade para ajudar a resolver diferentes tipos de problemas.
A disciplina de Português tem como objecto competências relativas às diferentes
modalidades verbais, do escrito e do oral, visando assegurar que no final do Ensino
Básico os alunos sejam capazes de:
• Compreender e produzir textos orais, de diferentes géneros, com distintos
graus de formalização e diferentes intenções comunicativas;
• Compreender e produzir textos escritos, de diferentes géneros, com distintos
graus de formalização e diferentes intenções comunicativas;
• Compreender aspectos da estrutura e do funcionamento do português, nos
seus diferentes registos, bem como as suas inter-relações com outras línguas;
• Relacionar o português com o tétum e as outras línguas nacionais;
• Reconhecer e valorizar a diversidade linguística, compreendendo as razões e
características dessa diversidade.
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pelo professor, que desenvolverá actividades relativas aos vários domínios, para que
os alunos desenvolvam as suas competências de escuta, de fala, de leitura e de escrita.
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se escuta para reproduzir e recontar, comentar e avaliar, seguir indicações,
recolher e arquivar informações.
Para que os alunos saibam ler, e possam vir a ser leitores, é necessário que a escola
promova muitos momentos e modos de leitura. Ao contactar com textos de diferentes
origens e de diferentes tipos, progressivamente mais complexos, chegando mesmo a
obras integrais de dimensão reduzida, o aluno poderá desenvolver o gosto pela leitura,
valorizar as produções da sua cultura, desenvolver estratégias para aprofundar a
compreensão do que lê. É também através da leitura que o aluno pode conhecer
outros mundos, outras vivências e realidades, retratadas nos textos, podendo viajar
por tempos e lugares distantes, alargar o conhecimento e a possibilidade de sonho e
de recreação.
É importante que a escrita esteja associada a momentos e a actos com significado para
o aluno, para que ele a possa compreender a sua utilidade. Através da escrita o aluno
poderá brincar e jogar, bem como realizar tarefas concretas da sua vida (deixar um
recado, fazer um aviso, escrever um bilhete, fazer uma lista, escrever a sua
identificação e a de pessoas próximas).
O apoio e o encorajamento do professor são essenciais para que o aluno seja capaz de
produzir textos escritos com diferentes intenções, para que ele aprenda a organizar os
textos que produz. Com o reforço do professor, o aluno sentir-se-á mais confiante,
capaz de ir mais longe com segurança e com progressiva autonomia. Por isso, é
fundamental praticar a escrita, planear, escrever, corrigir e escrever de novo para
aperfeiçoar os textos produzidos. Com estas práticas de escrita frequentes, os alunos
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aprendem que tudo aquilo que se escreve pode ser reformulado, transformado,
melhorado.
Reflectir sobre a língua, sobre o seu uso, sobre a sua variação significa explorar, na
escola, a dimensão da curiosidade humana sobre aspectos constitutivos da vida dos
homens e das mulheres, como é o caso linguagem.
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O trabalho desenvolvido pelos professores nas aulas deve ter em conta que as
actividades das aulas, para lá do desenvolvimento da competência comunicativa dos
alunos, devem servir para assegurar o desenvolvimento pessoal e social dos alunos,
para o que se torna importa que tenham em consideração os aspectos seguintes:
- a interacção dos professores com os alunos deve pautar-se pelo respeito
mútuo, pelo sentido de justiça, dignificando as pessoas e valorizando as suas
características próprias;
- os professores devem apoiar muito de perto o trabalho dos alunos, ajudando-
os a aprender por si próprios, construindo um bom ambiente de trabalho nas
aulas, ensinando-os a conhecer e a utilizar os recursos de apoio à
aprendizagem, definindo regras claras e justas para o trabalho, comunicando
com clareza os critérios de avaliação;
- os professores devem promover a participação dos alunos nas aulas,
diversificando os materiais, utilizando diferentes formas de trabalho na turma
(em grupos, em pares, trabalho individual), atendendo aos pontos de vista
expressos pelos estudantes, fazendo com que os alunos não tenham apenas o
papel de responder, mas possam também fazer perguntas ou expor pontos de
vista, informando os alunos sobre as razões por que as suas respostas são ou
não correctas ou adequadas.
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específicas, os conteúdos e as actividades que lhes são associados, que são
progressivamente mais complexos.
Neste sentido, pode dizer-se que a aprendizagem do português é um processo que não
está nunca terminado.
Os alunos que aprendem uma língua devem ser entendidos como participantes de
actos sociais, como pessoas que usam a língua para realizar determinados objectivos
em interacção com outras pessoas, em determinadas circunstâncias de espaço e de
tempo e num determinado contexto de relações sociais, que podem ser de maior
igualdade ou de maior desigualdade. As pessoas não usam a língua da mesma maneira
quando, num ambiente informal, falam com um amigo ou quando, num ambiente mais
formal, falam com um seu superior hierárquico.
Importa notar que os alunos de Português, porque têm quase sempre outra língua
materna, transportam consigo saberes linguísticos e comunicativos que devem ser
aproveitados para se assegurar o desenvolvimento de competências multilingues e
multiculturais. A utilização dos saberes que os alunos já têm permitirá consolidar
melhor as novas aprendizagens, através de actividades de comparação e de reflexão
sobre as línguas.
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Ensinar português deve significar também o desenvolvimento da consciência dos
alunos acerca do modo como a língua funciona. O professor deve ser capaz de
encontrar momentos em que os alunos possam reflectir sobre a estrutura e o
funcionamento da língua portuguesa, comparando-o com o tétum ou com outras
línguas nacionais ou estrangeiras, ao nível do léxico e da gramática, das regras de uso,
em função das circunstâncias em que se encontram aqueles que as falam.
Por outro lado, o ensino da língua deve contribuir para promover a reflexão acerca do
modo como se aprende uma língua, através da identificação das dificuldades com que
os alunos se confrontam e das estratégias que podem ser usadas para a sua resolução,
incluindo a comparação com as suas línguas maternas, o recurso a outras pessoas, ao
professor e também aos outros alunos, ou ainda o recurso a materiais de apoio como
gramáticas, dicionários ou manuais escolares.
A aula de Português é antes de tudo uma aula de língua, uma aula em que as práticas
de comunicação oral e escrita têm um lugar central. Isto significa que na aula de
Português as actividades devem sempre partir de um texto ou resultar num texto.
Estes textos devem exprimir diferentes objectivos de comunicação (convencer, avisar,
ordenar, explicar), diferentes redes de circulação (de um escritor para o público, do
director de uma escola para os alunos, do governo para os cidadãos, de uma pessoa
para um amigo, do jornalista para o cidadão, etc.), diferentes papéis (escritor, leitor,
falante, ouvinte) e suportes variados (jornal, manual, livro de ficção, etc.).
Os textos em volta dos quais se organiza a aula de Português devem servir menos para
que os alunos aprendam a gramática do português e mais para que eles desenvolvam
as suas competências de uso escrito e oral da língua e para que alarguem o seu
conhecimento de aspectos sócio-culturais. Os textos devem ser seleccionados de
acordo com o seu género, conteúdo e destinatário, para diversificar e aumentar as
possibilidades de trabalho. É essencial a criação de condições de diálogo efectivo entre
os alunos, entre os alunos e professores, a partir dos textos, para aumentar as
possibilidades de compreensão e permitir a comparação e discussão de pontos de vista
diferentes.
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No domínio da leitura, é necessário que os professores envolvam os alunos na
formulação de perguntas aos textos, que os alunos confrontem as suas opiniões e
experiências com aquelas que aparecem nos textos, que apresentem o seu ponto de
vista sobre o que é dito nos textos, podendo fazê-lo individualmente ou em grupo. Os
professores não devem adoptar um método que se baseie essencialmente na leitura
dos textos em voz alta, seguida de perguntas e respostas que são escritas no quadro e,
depois, copiadas pelos alunos para os seus cadernos.
No domínio da comunicação oral, os textos que são falados ou ouvidos devem também
ser entendidos como elemento central do desenvolvimento das competências
comunicativas dos alunos. No domínio da fala, os alunos devem ser ensinados a
planificar os seus textos, em função das circunstâncias em que são realizados,
sobretudo quando se trata de textos dos géneros públicos e formais do oral. No
domínio da escuta, os alunos devem ser ensinados a escutar em função de objectivos
próprios, tendo em conta o conteúdo e o modo como os textos se encontram
organizados.
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Nas actividades de ensino da língua, é importante ter presente que todas as pessoas,
mais velhas ou mais jovens, transportam consigo um conjunto de experiências e de
conhecimentos que podem e devem ser usados pelos professores para consolidar
novas aprendizagens.
No ensino da língua, deve ter-se presente também que uma língua não é nunca uma
realidade estática, mas que ela está sujeita a variações em função de quem a usa, de
com quem a usa e dos lugares em que a usa.
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devem incluir problemas que são comuns a outros povos, alargando o conhecimento e
desenvolvendo o pensamento crítico dos alunos.
Nas actividades de ensino, com o objectivo de assegurar uma participação mais activa
dos alunos e uma aprendizagem mais efectiva, os professores devem usar formas
diversificadas de organização do trabalho, incluindo, entre outras técnicas, a
participação dos alunos em:
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Nas actividades desenvolvidas nos vários domínios não é necessário que todos os
alunos estejam a fazer a mesma coisa ao mesmo tempo. Os alunos, em grupo ou em
pares, podem estar a realizar tarefas diferentes, cujos resultados partilharão depois
com os outros.
O ensino de uma língua, porque visa preparar os alunos para a sua utilização com
objectivos muito diversificados e em contextos variados, deve socorrer-se de uma
grande diversidade de materiais: textos escritos e textos orais; textos relativos a
situações de comunicação formal e a situações de comunicação informal; textos
breves e textos longos; textos verbais e textos que associam palavras e imagens; textos
literários e textos não literários, etc.
Estes materiais devem ser escolhidos em função das possibilidades que oferecem para
facilitar a concretização dos objectivos do ensino e o envolvimento dos alunos. Os
textos a trabalhar serão, por isso, textos de livros, de jornais e de revistas, textos da
tradição oral de Timor-Leste, textos da rádio, anúncios, etc. Pode e deve recorrer-se à
tradução de textos orais ou escritos em tétum e nas outras línguas nacionais.
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O professor analisa o programa, selecciona os conteúdos, objectivos e competências a
trabalhar durante o ano lectivo. Divide essas dimensões que seleccionou pelos
diferentes momentos do ano: semanas, meses e períodos lectivos. Estabelece por
onde vai começar e como vai ligar os diferentes momentos, para garantir que os
alunos progridam e aprendam, com base nos princípios do Programa da disciplina.
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4.1.1 Exemplos de instrumentos de planificação
Sequência didáctica 1
Conteúdos:
Actividades:
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3. Nova audição/ leitura da fábula.
4. Diálogo com os alunos para registar no quadro as ideias principais: quem são as
personagens? Onde estavam? O que fizeram? O que lhes aconteceu?
6. Diálogo entre os alunos e o professor para comparar a história que leram e a que
recontaram: se se afastaram da história original; se acrescentaram alguma coisa; se
faltou alguma coisa importante.
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Sequência didáctica 2
Actividade: Debate
Conteúdos: Géneros formais do oral; características e regras do debate (moderador;
tomada de palavra)
10m
1- O professor pergunta quem sabe o que é um debate.
4- Em diálogo com os alunos, o professor explica como se Quadro; canetas; giz 10m
organiza um debate
8- Organização do debate
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9- Divisão da classe em dois grupos: um grupo a favor, outro
grupo contra.
moderador toma nota de quem quer falar para lhe dar a 15m
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Sequência didáctica 3
(matriz)
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Sequência didáctica 4
(matriz)
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4.1.2. Propostas de actividades
a) Exposição Oral
6. Selecção de quem vai apresentar o assunto (pode ser apenas um aluno mas
também se poderá optar por seleccionar mais do que um para que eles possam
confrontar diferentes formas de apresentar o mesmo assunto).
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1. Depois de ler e estudar o assunto, registar as ideias principais, anotar as
características de personalidade estudada, organizar as informações recolhidas.
8. Realização da entrevista.
Hipótese 1
1. Mostrar uma imagem que seja bem visível para todos (evitar imagens
pequenas).
3. Cada aluno diz / escreve uma palavra (UMA SÓ PALAVRA) que a imagem lhe
lembra.
4. Pedir aos alunos que digam onde gostariam de ter a imagem, onde a
guardariam, que nome lhe dariam.
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Hipótese 2
2. Diálogo com os alunos sobre o que vêem nas imagens, se a ordem lhes parece
adequada, que imagem mudariam ou retirariam do conjunto, de que forma
começariam uma história com aquelas imagens (”Era uma vez”; “Era o dia / a tarde
/ a noite”; “Havia...”; “Naquele dia de...”).
4. Cada aluno conta uma história, de acordo com a sequência das imagens.
NOTA: Chamar a atenção para o facto de todos deverem estar atentos a ouvir, mas sem fazer qualquer
comentário relativamente ao que os colegas estão a contar. O professor também não fará qualquer
comentário enquanto o aluno está no uso da palavra, excepto se o próprio aluno pedir ajuda. Se for
necessário algum comentário por parte do professor, este fá-lo-á no fim, de uma forma genérica, sem
apontar falhas individuais que possam criar inibições nos alunos, não os deixando à vontade em
actividades futuras.
d) Ouvir e Dizer
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4. Os alunos individualmente dizem ou cantam o texto memorizado.
Também poderá ser dito/ cantado em partes: uma parte da turma começa, a outra
continua, como se estivessem a responder ao que foi dito ou cantado.
a) Fábula
Uma raposa passou por um souto e ouviu piar um mocho. Disse então para si:
– Ceia já eu tenho.
Muito sorrateira, foi trepando pelo castanheiro em que o mocho estava a piar, e
filou-o.
O mocho conheceu a sorte que o esperava, e viu que não podia livrar-se da
raposa sem ser por ardil. Disse-lhe então:
– Ó raposa, não me comas assim como qualquer frango desses que furtas pelos
galinheiros; tu também sabes andar à caça de altanaria, e é preciso que todos o
saibam. Antes de me comeres, grita bem alto:
– Mocho comi!
– Mocho comi!
– A outro sim, que não a mim! – replicou o mocho caindo-lhe de entre os dentes
e voando pelo ar fora, livre do perigo.
Percurso de leitura
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Quem são as personagens?
b) Conto
O Coelho e o Leão
Um dia disse o coelho: «Sabes amigo, arranjei uma maneira de caçar animais sem
precisares de ter de caminhar».
No dia combinado, lá foram. O coelho colocou o leão num lugar por ele escolhido e
foi lá acima onde deslocou uma grande pedra. Esta começou a rolar com estrondo.
Quando o pedregulho se aproximou do lugar onde estava o leão, o coelho gritou:
«Fecha os olhos para os animais não verem o seu brilho. Apanha-os todos». O leão
assim fez e apanhou com o pedregulho na cabeça, tendo ficado esmagado. O coelho
foi-se embora.
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Percurso de leitura
1. Apresentação do conto aos alunos (dizer que é da tradição oral; explicar que não
tem um autor específico, o seu autor é colectivo – é o povo, e vai sendo transmitido de
geração em geração).
2. Dizer qual o título do conto e pedir aos alunos que apontem hipóteses quanto ao
seu conteúdo: Que relação existiria entre o coelho e o leão? Onde se passará a
história? Um deles pregou uma partida ao outro. Qual deles terá pregado a partida?
Como terá acabado a história? Os dois terão ficado amigos? Porquê?
NOTA: Dar oportunidade para que todos os alunos vão falando, cada um na sua vez, aproveitando
também para colocar em confronto opiniões divergentes e levar os alunos a justificar os seus pontos de
vista. O professor não avançará com qualquer confirmação, nem tomará partido por esta ou por aquela
opinião para não condicionar a expressão dos alunos e deixá-los desenvolver o seu raciocínio e a sua
capacidade de argumentação.
6. Nova leitura em silêncio para os alunos sublinharem as duas frases que mostram
como o coelho e o leão passaram de amigos a inimigos (a 1ª e a última frase).
8. O professor vai colocando perguntas sobre o texto, de modo a que os alunos fiquem
com uma visão global do mesmo.
NOTA: À medida que os alunos respondem, o professor pede para lerem a parte do texto que confirma a
resposta que apresentam. O professor insistirá para que os alunos tentem responder por palavras suas,
usando as palavras do texto sobretudo para justificar as respostas às perguntas que o professor
apresenta. O momento de leitura/ compreensão do texto é também uma oportunidade para o professor
fazer perguntas que conduzam o aluno à reflexão sobre a linguagem e sobre o modo como a língua é
utilizada. Através da observação e da análise, os alunos poderão verificar como são conseguidos efeitos
expressivos, como a organização das frases, a utilização das palavras e a relação entre elas influenciam o
sentido do texto e a compreensão do leitor. Deste modo, o professor estará também a fazer a integração
de conteúdos gramaticais.
b) Qual o verbo que mostra a actividade que os dois animais praticavam? Qual a frase
em que aparece?
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c) Como tentou o coelho convencer o leão? Por que motivo o leão se sentiu atraído
pela proposta.
d) O leão foi atraiçoado porque confiou cegamente no coelho e não pensou bem no
significado de uma expressão que o divertiu. Que expressão foi essa?
9. Leitura em voz alta pelos alunos. Um aluno é o narrador; outro será o coelho e outro
será o leão.
NOTA: Antes desta leitura, o professor, em diálogo com os alunos, leva-os a distinguir as diferentes falas.
Os alunos sublinham /marcam as várias falas. Lêem uma vez mais individualmente o início e o fim da
respectiva fala e só depois é que passam à leitura dialogada. Por se tratar de um texto curto, este tipo de
leitura poderá ser realizada mais do que uma vez, dando oportunidade a que vários alunos leiam na aula.
c) Conto
O macaco e o cágado
Tendo o cágado feito amizade com o macaco, disse este certo dia:
No dia seguinte, o cágado dirigiu-se a casa do amigo. Quando lá chegou, viu que
o macaco e a macaca tinham matado um galo e cozinhado echima *. O macaco pousou
a comida na mesa e disse:
Ao ver isto, o cágado pensou para consigo: «Então… o meu amigo põe a comida
na mesa, sabendo que eu não arranjo maneira de lá chegar?». Ainda tentou subir, mas
nada conseguiu: as pernas pequenas e a pesada carapaça não lho permitiam. E, sem se
importarem com o amigo, o macaco e a companheira banquetearam-se com o galo e a
echima.
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Ofendido e com fome, o cágado decidiu regressar casa, não sem antes convidar o
macaco:
– Não há água, mas podem lavar as mãos no poço. Tenham cuidado para não as
porem no chão quando voltarem.
Ficha de leitura
Personagens: _________________________________________________________
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Relação entre as personagens: __________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
I – Antes da leitura
1. Mostrar o livro “O Anjo de Timor”, com texto de Sophia de Mello Breyner Andresen
e ilustrações da pintora Graça Morais (Cenateca, Associação Teatro e Cultura, 2003).
Folhear o livro para os alunos observarem a capa, a contracapa, a ilustração da capa e
as ilustrações do interior, a disposição gráfica do texto.
NOTA: O professor organizará com os alunos cartazes com imagens e informações sobre os autores, à
medida que estes forem trabalhando. Estes cartazes poderão ser colocados na sala.
3. Observação da capa
Os alunos levantarão hipóteses sobre o conteúdo do livro, a história que vai ser
contada, as personagens que poderão aparecer.
NOTA: Valoriza-se a expressão livre dos alunos, levando-os a anteciparem hipóteses, e criar espaço para
várias possibilidades de interpretação. O professor não avançará com qualquer confirmação, nem tomará
partido por esta ou por aquela opinião para não condicionar a expressão. É importante dar oportunidade
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a todos os alunos para falarem, cada um na sua vez, aproveitando também para colocar em confronto
opiniões divergentes e levá-los a justificarem os seus pontos de vista.)
4. Mostrar algumas das imagens, sem o texto, para explorar em diálogo com os alunos:
a) Imagens e significados:
O que representa cada imagem? O que lhes lembra? Tem relação com
algo que já tenham visto ou de que já tenham ouvido falar? Que
significado atribuem às cores (procurar encontrar uma razão para a
utilização das cores, de acordo com a situação em que aparecem)?
c) Imagens e histórias
5. Leitura da “nota explicativa” que está antes da primeira página - situar no tempo e
contextualizar esta história. (Por que motivo Sophia a escreveu e a quem escreveu; a
relação com o momento em que a escreveu e os acontecimentos em Timor-Leste).
II – Compreensão do texto
NOTA: À medida que os alunos respondem, o professor pede para lerem a parte do texto que confirma a
resposta que apresentam. O professor insistirá para que os alunos tentem responder por palavras suas. As
palavras retiradas do texto servirão, sobretudo, para justificar as respostas às perguntas que o professor
apresenta. O momento de leitura/ compreensão de um texto é também uma oportunidade para o
professor fazer perguntas que conduzam o aluno a reflectir sobre a linguagem e sobre o modo como a
língua é utilizada, para que do texto se possa retirar determinadas informações que fazem compreender o
que se lê.
1. O professor coloca numa folha apenas as entradas de cada página da história, cuja
letra surge em tamanho maior. Distribui aos alunos. Lê essas partes em voz alta.
Leitura pelos alunos: cada aluno lê uma “entrada” (um começa e outro continua.
Previamente, o professor e os alunos estabeleceram quem leria cada uma das partes,
para não interromper, depois, a leitura dos alunos.).
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2. Leitura silenciosa para localizarem no livro as “entradas” que leram.
3. Exploração do texto:
a) Personagens
• Quem são?
• Como se conhecem?
• O que procuravam?
b) Lugares
NOTA: O professor poderá fazer com os alunos uma rota de viagem que mostre os diferentes lugares de
passagem das personagens, ilustrada com frases e expressões retiradas do texto.
c) Acontecimentos
NOTA: Construir um quadro-síntese dos momentos mais significativos para o desenrolar da acção, para
facilitar a compreensão e para os alunos ficarem com uma visão organizada das diferentes sequências
narrativas.
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d) Desfecho
5. Escolher uma parte da história e fazer uma outra ilustração, diferente da que
aparece no livro.
NOTA: Escrever um texto curto, que poderá ser uma frase. Definir os critérios previamente: frases curtas,
claras e com linguagem sugestiva. É importante alimentar nos alunos o gosto pelas palavras, o trabalho
sobre a língua para explorar a sua riqueza e diversidade.
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Ficha de leitura
e) Poesia
Poema pial
Pia número UM
Para quem mexe as orelhas em jejum.
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Pia número QUATRO,
Para quem manda as ventas ao teatro.
Fernando Pessoa
Percurso de leitura
Exemplo:
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AL- “Para quem mexe as orelhas em jejum”
b) Divisão dos alunos em dois grupos. Um grupo diz “Pia número…” e o outro responde
com o verso seguinte.
Exemplo:
Pia número Um
Para quem………..
Para quem……
f) Poesia
6. Pedir aos alunos sinónimos dessas palavras que se possam aplicar ao texto.
9. Leitura individual - cada aluno treina palavras que lhe pareçam difíceis de ler, lendo-
as isoladamente.
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10. Leitura em voz alta, individual, em pares e coral, pelos alunos.
NOTA:
Leitura individual – Um aluno lê todo o poema.
Leitura em pares – dois alunos lêem em simultâneo o texto, respeitando o ritmo e a velocidade
de leitura do outro, tendo que estar em sintonia.
Leitura coral – Dividir a classe em grupos (de acordo com o número de alunos). Distribuir um
verso a cada grupo. Cada grupo lê em coro o verso que lhe foi atribuído.
Adivinhas
h) Provérbios
6. Registo da parte em falta na folha inicial, para que cada um dos provérbios fique
completo.
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i) Trava-línguas
4.1.2.2. Escrita
2. Pedir aos alunos que digam quem seria a personagem principal, onde viveria e o que
estaria a fazer naquele momento.
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2. Diálogo com os alunos sobre o que vêem na imagem, o que alterariam, que nome
lhe dariam.
Quem era? De onde veio? Como vinha? O que queria? Com quem se encontrou?
O que lhe aconteceu? Quem contribuiu para isso? Que rumo tomou?
Mistérios da escrita
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4. O professor regista no quadro duas ou três palavras de cada vez.
Ar; cresceu; pétala; sobre; girassol; perfumou; sol; sacudiu; Voltou; Endireitou; papel;
Mistérios da escrita
Um girassol nasceu
no deserto de papel.
Era um girassol
como é um girassol.
Endireitou o caule,
sacudiu as pétalas
e perfumou o ar.
Voltou a cabeça
À procura do sol
sobre a mesa.
fora da Natureza.
Álvaro Magalhães (2003). O Limpa Palavras e outros poemas. Porto: Edições ASA
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A Máscara
Parei
Espreitei
Comprei
Saí
Subi
Abri
Sorri
Peguei
Coloquei
Atei
Ajeitei
Desci
Apareci
Rugi
E ri
Um leão!
Que aflição!
Mas não
É o João.
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a. Neste poema, aparecem quinze formas verbais seguidas. Quais são?
b. Substituir cada umas das formas por outra com a mesma terminação.
e. Substituir por outras que se possam utilizar numa situação idêntica, e que
rimem.
d) Textos misturados
1. Escolher dois textos curtos (poema, trava-línguas, adivinha…) e misturá-los num só.
Exemplo:
Texto 1 Texto 2
Meio limão
2. Leitura pelo professor dos textos que foram misturados (os alunos só ouvem):
Dois limões
Meio limão
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4. Em pares, os alunos lêem o texto e marcam as partes de um e de outro texto.
NOTA: O professor fornece algumas pistas: quantos versos tem cada um, se os versos estão por
ordem ou não.
5. Reconstituição de cada um dos textos pelos alunos.
6. Diálogo sobre a forma como os alunos descobriram os textos (como fizeram, o que
lhes deu pistas, como confirmaram…)
e) Rimas
Coluna 1 Coluna 2
42
4. O professor escreve outro texto, na coluna dois, mas com espaços para os alunos
completarem.
5. Diálogo com os alunos para eles dizerem palavras que rimam com sapato, rainha,
mar, sardinha.
1. Assunto
acrescentar informação
ordenar a informação
retirar informação
distinguir o essencial do acessório
2. Organização do texto
Separar os parágrafos
Mostrar a ideia principal de cada parágrafo
Completar os parágrafos
Refoçar as ideias e palavras-chave
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3. Redacção do texto
4. Apresentação
44
5. Avaliação
as suas dificuldades e dúvidas para poder atingir resultados positivos e avançar nos
seus estudos.
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5.1. Instrumentos de avaliação
a) Oralidade
Exposição oral
b) Leitura
46
Leitura silenciosa
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Compreensão da leitura de narrativas
Sempre Às Nunca
vezes
Identifica pormenores?
Organiza informação?
Estabelece comparações?
Posiciona-se criticamente?
c) Escrita
1. Apresentação (limpo, com margens, com espaços entre palavras e entre linhas, letra
legível).
2. Ortografia (sem erros de ortografia e de acentuação) e pontuação (uso adequado
dos sinais de pontuação).
3. Vocabulário: riqueza (palavras menos comuns) e precisão (utilização adequada das
palavras escolhidas).
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4. Aspectos gramaticais: concordância (género, número e pessoa) e construção das
orações, conectores, pronomes, preposições....
5. Ideias: quantidade (abundância e diversidade), clareza (organização do texto com
princípio, meio e fim), concisão e precisão na exposição das ideias.
6. Originalidade (pensamento divergente, ideias peculiares, expressão das ideias,
capacidade de ficcionar a realidade) .
SIM NÃO
Indicou o título?
Delimitou os parágrafos?
Ordenou as acções?
Caracterizou as personagens?
Descreveu os lugares?
49
Avaliar a produção escrita de regras para um jogo
SIM NÃO
(Baseado em JOLIBERT, J. Alem dos muros da escola. A escrita como ponte entre alunos e a comunidade,
Artmed,)
50
6. Glossário
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Expressão oral / falar (domínio da…) – a expressão oral refere-se à produção de
cadeias fónicas dotadas de significado, de acordo com a gramática da língua e o
objectivo comunicativo (refere-se a saber dizer palavras, frases e textos portadores de
significado coerente, de acordo com a norma linguística aprovada e adequados à
situação). Para poder falar correcta e adequadamente, os falantes devem planear o
que querem dizer, usar a gramática da língua e articular bem as palavras e frases, de
forma apropriada ao interlocutor, à situação em que se encontram e aos objectivos da
comunicação.
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progressiva mestria do domínio das outras, de acordo com as necessidades
comunicativas.
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a utilização estética, retórica e não raro lúdica dos recursos da linguagem verbal, e com
uma pragmática específica.» (Tipologia textual, in Dicionário Terminológico para
consulta em linha, disponível em http://dt.dgidc.min-edu.pt/)
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7. Bibliografia
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8. Textos de Apoio
Sobre a oralidade
Para ensinar os alunos a falar é preciso experimentar várias situações em que eles
sejam orientados para se expressarem de acordo com diferentes intenções, tratando
de diversos assuntos, variando o público a que se dirigem. Assim, é necessário que,
entre outras actividades, os alunos sejam levados a expor um assunto/tema, a
argumentar, a dialogar, a fazer e a responder a perguntas.
- Jogos de palavras;
- Diálogos;
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- Narração de histórias.
Sobre a leitura
Leitor Texto
• competência • suporte
comunicativa
• conhecimentos • codificação
do mundo linguística
• género a que
pertence
• organização
dos temas
Leitura
[processo estratégico, linguístico
e cognitivo, de produção de
significados]
Contexto
O texto refere-se ao material verbal que é objecto de leitura. Texto esse que foi
concebido por uma outra entidade, o autor, com uma determinada intenção e em
determinadas circunstâncias, que apresenta uma estrutura particular e que manifesta
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um conteúdo, traduzido nos conceitos ou nos factos que apresenta e no modo como
os organiza.
O contexto é relativo aos elementos que, embora não pertencendo ao texto, vão
interferir/intervir na sua compreensão. São vários os elementos do contexto que
podem ser considerados, desde logo de natureza social, seja de ordem espacial e
temporal. De facto, podemos considerar que interferem na leitura que fazemos de um
texto aspectos tão diversos como as finalidades socialmente atribuídas ao acto de ler,
que muitas vezes não dependem só da vontade do leitor (é o que acontece quando se
lê um texto numa cerimónia religiosa), ou o lugar em que ocorre a leitura e o tempo
que a ela pode ser destinado (não se lê um texto da mesma maneira quando se dispõe
de muito ou pouco tempo para o fazer, ou quando se está em casa ou na escola).
A variável leitor assume uma importância elevada, pois cada leitor é um ser com
características específicas, com conhecimentos diferentes, e diferentes expectativas,
com uma visão própria do mundo, da realidade à sua volta.
Ser leitor é, então, ser capaz de mobilizar simultaneamente diferentes estratégias para
aceder aos significados possíveis do texto, de acordo com as suas vivências, com os
seus conhecimentos, com as informações que o texto fornece e, ainda, de acordo com
o contexto em que ocorre a leitura e com as regras que o caracterizam.
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Os processos de compreensão devem ser explicitamente trabalhados pelo professor
que, nas actividades que prepara, deve ser capaz de desenvolver, nos alunos, as
competências que lhes estão associadas, por exemplo, identificar as ideias principais,
identificar um problema de compreensão e ser capaz de encontrar formas de o
resolver, construir imagens mentais.
Por isso, quando se trabalha textos com os alunos, estes devem ser levados a mobilizar
os conhecimentos de que dispõem para poder alargá-los. Conhecimentos como os que
abaixo são indicados:
Conhecimentos
Sobre a escrita
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significa aprender a planificação, a redacção e a revisão? Vejamos alguns exemplos de
actividades:
a) Aprendizagem da planificação:
- dado um mesmo facto (por exemplo, incidente de rua), definir para o seu relato
escrito objectivos comunicativos distintos: informar, criticar algo/alguém,
defender a perspectiva ou os interesses de um dos intervenientes, etc.;
b) Aprendizagem da textualização:
c) Aprendizagem da revisão:
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A escrita na escola tem de valorizar o treino, o esforço, a força de vontade. Escrever na
escola exige preparação para a escrita, a criação de ambientes que favoreçam práticas
de escrita diversificadas, estimulantes, úteis, divertidas e com sentido para quem
aprende, para quem vai à escola para ficar equipado com ferramentas úteis para a
vida.
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