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process, interpret how employees perceived the socialization process when they joined the
organization and, finally, understand the impact on the mental health of employees. This is a
qualitative research, in which data were collected through semi-structured interviews, carried
out individually. It was found that new employees, when socialized, felt more relaxed,
motivated and welcomed, reducing the feelings of exclusion, fear, insecurity and anxiety that
emerged before socialization. In this way, the present research will enable psychology
professionals and researchers, especially in the organizational and work areas, to better
understand this topic, optimize socialization programs and produce future research.
Keywords: Socialization of culture. Organizational psychology. Mental health.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 CULTURA
e contextos são diferentes, os elementos são: crenças, valores, normas, sanções, símbolos,
idioma e tecnologia (DIAS, 2013).
O tema cultura organizacional corresponde à um conjunto de conceitos que permeiam
o espaço interno e externo das organizações. Por vezes homogênea e em outros momentos
heterogênea a cultura se revela no ambiente podendo ser concomitantemente contraditórias e
complementares (CAVEDON, 2010).
Uma organização mantém-se unida através da cultura organizacional, visto que
expressam valores e crenças compartilhadas. Inclui também regras mantidas ao longo do
tempo, que influenciam a conduta dos colaboradores, transmitem sentido de identidade,
comprometimento e fortalecimento da estabilidade do sistema social dos membros (DIAS,
2013).
2.2 SOCIALIZAÇÃO
mesma fase, o medo surge como uma causa considerável da inadaptação profissional, este é
de vivência subjetiva e considera-se sofrimento psicológico (DEJOURS, 2015).
3 MÉTODO
autorização para gravação de voz, garantindo ética e sigilo para com os participantes e a
empresa envolvida na presente pesquisa. Os termos foram assinados em duas vias, uma via
ficou com o participante e uma com a pesquisadora. As entrevistas foram gravadas e
posteriormente transcritas, integralmente para análise.
Para a análise de dados foi utilizado o método de análise de conteúdo de Laurence
Bardin. Este instrumento busca analisar as comunicações, no caso do presente estudo
entrevistas de domínio oral dialogadas. O método de análise de Bardin através de
procedimentos, descrições e indicadores que oportunizam a dedução de conhecimentos
relacionados à formação das mensagens. O objetivo é conhecer novas significações, novos
diálogos que se apresentarão durante o estudo. Conforme Bardin, configura-se como um
arranjo de instrumentos metodológicos, que evoluem constantemente com sutilidade e
aplicação a conteúdos bastante diversos (BARDIN, 2016).
A análise foi realizada a partir da transcrição integral das falas, preservando a
linguagem utilizada pelos participantes. A identificação se dá de maneira a garantir o
anonimato, sendo assim são apresentados como entrevistados A, B, C, D, E e F. A partir daí,
para melhor diálogo entre as falas dos entrevistados, decidiu-se criar categorias para organizar
as contribuições. A análise contou com 4 categorias, que dizem respeito a assuntos que
emergiram nas entrevistas e que estão nos objetivos da pesquisa. As 4 categorias são: 1- a
importância da socialização; 2- sentimentos a partir da socialização; 3- saúde mental a partir
da socialização; e 4- Movimentos do colaborador no processo de socialização. Ao categorizar,
a análise dos relatos ganhou sustentação teórica.
4 ANÁLISE DE DADOS
Eu acho que sim, porque você fica motivado né, você se sente motivado nessa parte,
eles não te deixam sozinho e isso ajuda né. (ENTREVISTADO D, agosto 2022)
A ele é importante porque, pra gente se senti um pouco melhor dentro da empresa
né, porque se você não socializa, você vai fica um pouco excluído, então você tem
que socializa, tem que ter alguém que te tipo faça você socializa não você chega,
como eles que tão aqui eles que tem que pegar e trazer você pra socializar, então
aqui foi assim sabe, foi bem, cheguei já socializei, eles me chamam tudo
conversamo, a gente não fica excluído. (ENTREVISTADO E, agosto 2022).
Sim, muito importante porque se tu não tem um convívio ali, uma integração, tu não
consegue às vezes chegar direito na outra pessoa pra pedir, isso também acredito que
acaba sendo particularidades né existe pessoas que tem uma dificuldade maior outras
uma facilidade maior, mas a empresa fornece essa facilidade basta a pessoa ter a
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Em contraponto ao Entrevistado E que coloca que: “como eles que tão aqui eles que
tem que pegar e trazer você pra socializa”, o Entrevistado A coloca que é muito importante
socializar/integrar para sentir-se à vontade no espaço, ao mesmo tempo que considera as
particularidades dos novos colaboradores um determinante para a socialização ser positiva ou
não. Considerando a importância do processo de socialização o Entrevistado B aponta:
Muito, muito né, não tem como você começar e iniciar um trabalho sem saber o que
seus colegas é… fazem né é… o quanto isso impacta no teu trabalho, por exemplo o
meu trabalho eu sei que eu preciso de outras...pessoas né de outros setores diferentes
e elas a mim então é uma troca né, então eu acho que é muito importante
(ENTREVISTADO B, agosto 2022).
Com certeza, eu acho que no começo tem muitos funcionários que entram no
começo e já saem fora da empresa por que talvez a empresa não trate bem o
funcionário novo né, mas ele é novo no momento né, talvez ele pode ficar quantos
anos depois na empresa, tem várias empresas que não fazem isso o funcionário novo
não é bem tratado (ENTREVISTADO F, setembro 2022).
À vista dos relatos, confere-se a importância desse método introdutório da cultura, que
carrega consigo aspectos importantes ao conhecimento da pessoa que chega. Verifica-se a
relação da importância com os sentimentos envolvidos e as prováveis consequências da falta
de atenção ao colaborador.
Eu acho que o primeiro de tudo é medo né a gente fica muito ansioso porque você
é… vê uma coisa nova que você ainda não fez, que você ainda não conhece, pessoas
novas né é, setores novos, então tipo, te dá uma ansiedade né, tu cria uma
expectativa em cima disso então eu acho e depois acaba acabando né, começa a
conhecer, começa vê que não é um bicho de sete cabeças né, começa a ficar mais
calmo, mas isso tudo também é um processo, mas no início acho que é ansiedade e
medo assim (ENTREVISTADO B, agosto 2022).
O relato acima cita a ansiedade e o medo como sentimentos que surgem na fase
inicial, decorrentes do ambiente novo, pessoas novas e expectativas criadas, porém, à medida
que é socializado percebe que tem domínio das atividades que está designado a fazer. A
chegada no novo ambiente a partir da admissão, pode ser um momento de crise em que os
colaboradores experienciam a ansiedade, com sentimentos de solidão e isolamento. O
processo de socialização ampara esses sentimentos, os indivíduos acolhem e são acolhidos.
As pessoas que de algum modo estão vinculadas devem auxiliar, visto que o processo não
ocorre de forma isolada. (ZANELLI et al., 2004). Nesse sentido o Entrevistado C contribui:
A, a gente fica meio inseguro, fica naquela será que vai dá certo será que não, até
passa a experiência, aí depois que passo a experiência dos três meses, já estava mais
seguro (ENTREVISTADO C, agosto 2022).
No começo o nervosismo né, a gente fica um pouco nervoso mas depois com
o tempo a gente vai se acalmando e vai vendo que não é tudo isso a gente vai
ficando mais tranquilo (ENTREVISTADO E, agosto 2022).
Sim, com certeza, acho que deveria ser tipo por etapas né, não também tudo em uma
vez só porque a gente não consegue absorver todas as informações, a gente fica
muito mais preocupado…então eu acho que é por etapas...(ENTREVISTADO B,
agosto 2022).
Verifica-se que o relato supracitado sinaliza uma visão que contrapõe a dos outros
entrevistados, o entrevistado considera importante o processo ocorrer em etapas, mostrando
detalhadamente cada uma, para uma melhor absorção de informações que são novas, de uma
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cultura sempre única em cada organização, propõe que o processo está ocorrendo
rapidamente, ou seja, sem aprofundamento e assim deixando o novo colaborador mais
preocupado. Em alguns momentos a necessidade de que a mão de obra comece a produzir
imediatamente, compromete o processo de ambientação indispensável.
Tendo em vista os sentimentos evidenciados no processo de socialização, verificamos
diversos sentimentos que promovem seus efeitos na saúde mental do novo colaborador. Não
só a vida profissional está em fase adaptativa, a vida pessoal também é afetada à medida que
os sentimentos permanecem com o sujeito fora da corporação.
Louco (risos), que nem eu falei eu fiquei tipo eu fiquei com muito medo né, fiquei
muito ansioso porque foi feito muito rápido... deveria ser um processo mais extenso
assim né, um dia de cada vez.... e vem ansiedade, vem o medo, vem a tristeza, tipo a
angústia porque você acha que você não vai da conta e você dá (ENTREVISTADO
B, agosto 2022).
Mais tranquilo né, mais tranquilo, mais alegre, mais feliz, mais de boa e o
nervosismo acabou né, creio que é mais ou menos isso (ENTREVISTADO E, agosto
2022).
A socialização como processo não possui padrão, ainda que, possui métodos e
conteúdos que fornecem sentido a esse procedimento, pode variar de acordo com a cultura,
estrutura e pessoas inseridas na organização. A socialização é um recurso em que o
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa buscou verificar como a socialização impacta na saúde mental dos
recém admitidos, bem como foi possível ouvir deles porque é importante esse processo inicial
no ambiente corporativo. Desse modo, a partir da pesquisa foi possível observar que a
chegada e a socialização mobilizam sentimentos dos novos colaboradores significativamente,
refletindo na saúde mental.
Ao se referir a importância do processo, os participantes consideram ser importante,
tendo em vista os aspectos ligados ao que se espera da atuação e dos comportamentos do
indivíduo. Liga-se ainda a importância aos sentimentos de acolhimento, visando diminuir
sentimentos que possam prejudicar a relação entre empresa e colaborador, a exemplo,
sentimentos de desamparo e exclusão.
Analisando os impactos na saúde mental dos novos colaboradores, entendeu-se que é
um período em que os sentimentos estão aflorados, antes de ser socializado a ansiedade e
insegurança surgem associadas e após o processo há diminuição desses sentimentos, bem
como os indivíduos passam a se sentir pertencentes ao espaço. Percebeu-se ainda que o
processo precisa respeitar também o tempo do colaborador, para que possa absorver as
informações adequadamente, caso contrário pode comprometer o processo socializador,
fragilizando o vínculo recém iniciado.
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Pode-se dizer também, que a saúde mental dos novos colaboradores é influenciada
positivamente ao ocorrer uma socialização adequada e influenciada negativamente em casos
onde não ocorre a socialização ou em que ocorre de maneira superficial. As pessoas se sentem
acolhidas no processo, se sentem fundamentais para a empresa e assim iniciam o trabalho
engajadas, possibilitando boas relações e rendimento nas atividades corporativas.
Considera-se ainda, a elaboração da ressignificação a partir do processo de
socialização. Os colaboradores, chegam com a sensação de não ter conhecimento ou
habilidade para desempenhar a função recém ocupada e tomam-se pela preocupação, a
medida que são socializados percebem que são capazes de gerenciar a função e demandas
relacionadas, ressignificando assim o trabalho e as próprias habilidades.
Diante das várias reflexões suscitadas a partir da socialização da cultura
organizacional, percebeu-se a influência da socialização na saúde mental, sendo em sua
maioria positiva. Pensando em pesquisas complementares, compreende-se a importância de
seguir com a temática em pauta e possibilidade de ampliar as pesquisas para várias empresas
de um município ou região para reflexões e melhoria ainda maior dos processos
socializadores.
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 1. ed. Paris, França: Almedina Brasil, 2016. 279
p. ISBN 978-85-69238-04-7.
Cavedon, Neusa Rolita. "De frente pro crime": cultura organizacional e socialização dos
peritos ingressantes no departamento de criminalística do instituto-geral de perícias do
Rio Grande do Sul. RAM. Revista de Administração Mackenzie [online]. 2010, v. 11, n. 4
[Acessado 8 Novembro 2022] , pp. 38-65. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S1678-69712010000400003>.
DEJOURS, Christophe. O Fator Humano. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2005.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas,1999.
Vasconcelos, Amanda de; Faria, José Henrique de. Saúde mental no trabalho: contradições e
limites. Psicologia & Sociedade online. 2008, v. 20, n. 3, pp. 453-464. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0102-71822008000300016>.Acesso em10 novembro 2022.
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