Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA

Disciplina: Saúde, Trabalho e Organizações III

Aluna: Victória de Albuquerque
Psicologia 2022/2 20/12/2022

Resenha Roda de Conversa: Cultura Organizacional

A partir da palestra de Letiele, psicóloga especializada em Gestão de

Pessoas, a qual ela apresenta a trajetória de um profissional em uma empresa
elencando os principais pontos para a Psicologia atuar dentro da organização
em prol da satisfação do sujeito e da organização, buscando construir um
ambiente de valorização e de promoção de bem estar, evitando o adoecimento.
Nesse sentido, ao longo do exposto se torna evidente o papel da cultura
organizacional, a qual permeia toda a jornada do colaborador, desde a atração
até a saída do trabalhador da instituição.
A cultura organizacional poder ser entendida como uma forma de
orientar o comportamento dos membros de uma organização. Com isso, ela
consiste no compartilhamento de formas de sentir, pensar e agir que são
entendidas como as corretas e fomentam os ideais e a missão daquele grupo
organizacional (Paz, et al, 2020). Nesse processo se objetifica a identificação e
o engajamento do profissional, visando tanto o bem-estar pessoal quanto a
manutenção e o funcionamento da empresa.
Ressalta-se que as organizações são construídas humanas, portanto,
são mantidas e transformadas pelas pessoas que lhe constitui. Nesse sentido,
as relações ali construídas e suas diferentes interações baseadas nas
vivências proporcionadas pelo ambiente a partir de objetivo e ideais em comum
permitem a criação de um sentindo, conferindo significados para que seja
mantido aquela realidade chamada de organização. Ainda, é importante
reconhecer que assim como as pessoas constituem a mantém uma empresa,
elas também podem ser as responsáveis por terminar com ela (Silva, Zanelli &
Tolfo, 2013). Para tanto, a cultura deve fazer sentindo para os membros que
nela se inserem, sendo, portanto, uma via de mão dupla. Ou seja, o profissional
deve se comprometer com as metas, as reponsabilidades e com o crescimento
da organização, enquanto a organização deve se atentar a implementar
políticas e ações em prol da saúde e do amadurecimento do trabalhador,
proporcionando que o mesmo tenha condições para atingir as expectativas da
empresa.
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Ainda, a cultura organizacional é uma forma identitária única de cada

instituição. Sendo ela representada pela interação grupal, implicando na
adequação dos membros na missão, nas políticas e nos processos. Entretanto,
vale abordar que para o processo de identificação do colaborador com a
empresa é permeado pelos valores individuais repassados e fortalecidos do
indivíduo em sua construção como sujeito, por meio das intersubjetividades
(Paz, et al, 2020). Nesse sentido, alcançar a identificação com as ideias da
empresa demonstra ter um papel importante na satisfação e comprometimento
dos trabalhadores por alcançar uma relevância pessoal acordada com os
preceitos do sujeito.
Com isso, estudos vem indicando a relevância da cultura organizacional
na satisfação, no comprometimento e no bem-estar do trabalhador. De acordo
com o estudo de Silva et. al (2018), a cultura atua mediando a influência
positiva no aumento do comprometimento no trabalho em diferentes
dimensões, como na afetiva, instrumental e normativa. Entretanto, não é uma
tarefa fácil estruturar e manter a gestão cultural de uma organização
constituídas de diferentes sujeitos, apesar do reconhecimento dela para a
qualidade de vida do trabalhador e para o bom funcionamento da empresa.
Promover alinhamentos entre ambiente físico e psicossocial, incentivar os
valores e a missão organizacional e conscientizar cada membro de seu papel
são desafios para a Psicologia no ambiente organizacional e a todos os
colaboradores que lhe constituem (Silva, Zanelli & Tolfo, 2013). Para tanto, se
faz indispensável estudos e pesquisas nesta área que proporcionem
embasamento para replicação ou adaptação em diferentes contextos mantendo
uma base teórica que dê sentido a prática em prol da fomentação de cultura e
saúde nas empresas.

Referências:

Paz, M. G., Fernandes, S. R., Carneiro, L. L., & Melo, E. A. (2020). Bem-estar pessoal
nas organizações e qualidade de vida organizacional: o papel mediador da
cultura organizacional. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 21.
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Aluna: Victória de Albuquerque
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Silva, L. P. D., Castro, M. A. R., Dos-Santos, M. G., & Lima Neto, P. J. D. (2018).
Comprometimento no trabalho e sua relação com a cultura organizacional
mediada pela satisfação. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 20, 401-
420.
Silva, N., Zanelli, J. C.& Tolfo, S. R. (2013). Diagnóstico e Gestão da Cultura nas
Organizações. In: L. O. Borges & L. Mourão. O Trabalho e as Organizações:
Atuações a partir da Psicologia (pp. 225-249). Porto Alegre: Artmed.