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O Ciclo de Inteligência de
Mercado
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O Ciclo de Inteligência de Mercado

Embora não exista uma tomada de decisão totalmente isenta de riscos, a


geração e o uso de inteligência diminuem o grau de risco associado à tomada
de decisão executiva e tornam o processo decisório da organização mais
assertivo. Com isso, o papel da inteligência é embasar e direcionar a tomada
de decisão por meio da transformação de informações em opções e
recomendações.

Cada vez mais, empresas entendem que a prática de inteligência é um dos


principais ativos para apoiar a sua tomada de decisões e atingir metas. Devido
ao conturbado cenário atual, à hiperconcorrência e ao excesso de informação, a
mera análise estratégica anual de seu ambiente não é mais suficiente para a
tomada de decisões no contexto empresarial atual. É necessário produzir
inteligência a fim de preparar a organização para qualquer eventualidade.

Embora os benefícios proporcionados pelas práticas de inteligência sejam


particularmente salientes em momento de recessão, a crise não deve ser o único
motivo para a implantação dessas atividades. A prática rotineira de inteligência
permite à empresa se dotar de uma maior margem de manobra para garantir o
alcance de suas metas e para evitar surpresas.

A empresa ganha em eficiência e eficácia ao organizar suas atividades de


inteligência com base nas fases do ciclo de inteligência. Por meio do
entendimento claro desse ciclo e do conteúdo de cada uma das suas fases, o
profissional envolvido nas práticas de inteligência da organização poderá
contribuir de maneira mais hábil e, assim, gerar orientações para os tomadores
de decisão.
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O ciclo de inteligência é também conhecido como processo de inteligência ou


como sistema de inteligência1. As fases atreladas a esse ciclo são descritas a

seguir.

Figura 1: Camada teórica: o ciclo de inteligência.

Necessidades de inteligência

O ponto de partida da lógica de inteligência é uma fase em que as necessidades


de inteligência da empresa devem ser identificadas. Essa identificação se trata
de uma das primeiras responsabilidades do profissional de inteligência.

Para poder elaborar recomendações estratégicas e/ou táticas para os tomadores


de decisão, o profissional de inteligência precisa primeiro entender como gerar
o ponto de partida para seu trabalho: os tópicos-chave de inteligência, traduções
das metas e das áreas de monitoramento da empresa em necessidades de
inteligência. Esses tópicos são norteadores das ações de coleta, análise,
armazenamento, disseminação e mensuração dos resultados alcançados com a
produção de inteligência.

Podem-se constatar três motivos por trás da produção de uma inteligência para
a organização. São eles:

1. Planejamento

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sistema não no sentido da adoção de uma tecnologia, mas no de uma lógica mais inteligente
para trabalhar
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Inteligência de planejamento prevê a geração de inteligência para ajudar a


organização no alcance de suas metas estratégicas (e eventualmente táticas)
conforme definidas no seu exercício de planejamento estratégico.

2. Vigilância

Inteligência de vigilância tem por objetivo ajudar a organização a evitar


surpresas, a entender tendências, a maximizar oportunidades e a gerenciar
possíveis riscos e ameaças oriundos do microambiente (stakeholders externos,
incluindo segmentos de parceiros, concorrentes, clientes, formadores de opinião,
entre outros) e do macroambiente (político, econômico, social, cultural,
tecnológico, ecológico, legislativo/regulatório – PESTEL).

3. Suporte

Inteligência de suporte visa a retroalimentar o exercício do planejamento


estratégico auxiliando a organização a definir suas diretrizes e metas para um
próximo período estratégico.

Uma prática completa de inteligência inclui a produção de inteligência de


planejamento e de vigilância. A inteligência de suporte é decorrência da
produção dos dois primeiros tipos de inteligência.

Coleta

A metodologia do Modelo Dinâmico® irá nortear a coleta de informações,


aumentar a assertividade da coleta de informações, tornar mais útil a base de
informações já disponível e evitar desperdício de tempo e esforço na coleta de
informações desnecessárias, ou seja, desinformações.

As informações podem vir de fontes estruturadas internas ou externas (fontes


primárias/pesquisas ad hoc ou fontes secundárias/fontes impressas ou on-line
existentes) ou desestruturadas internas ou externas (contribuições pontuais
e espontâneas da rede). O processo que deve ser implementado para captar
essas informações dependerá de fatores intrínsecos à organização, como
cultura de transmissão do conhecimento, pontos focais, canais, tecnologias, tipo
de redes, entre outros.

Análise
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A essência de um trabalho de inteligência é a análise, que permite a


transformação das informações em direcionamentos para a tomada de decisão
executiva. Ênfase deve ser dada ao fato de que processos de informações são
insuficientes para apoiar a tomada de decisão, e que é necessária a
transformação dessas informações em instrumentos de tomada de decisão por
meio de processos altamente analíticos.

Uma seleção das técnicas analíticas mais pertinentes deve ser feita a fim de
endereçar as problemáticas de inteligência.

Alguns exemplos: análise de cenários/hipóteses alternativas, situacional,


SWOT adaptada, valor percebido com extensão vetorial, VRIO, atratividade &
poder, entre outros modelos.

Disseminação

A disseminação da inteligência gerada deve garantir o uso dessa inteligência no


processo decisório e tem o objetivo de transmitir opções e recomendações
eficientemente para os tomadores de decisão.

Mensuração

Os resultados obtidos pela organização a partir da inteligência produzida são


mensurados no final do período estratégico a fim de avaliar a efetividade do
trabalho de inteligência e registrar esses resultados na memória da organização.
Essa fase faz a ligação com a prática de gestão do conhecimento da
organização. Trata-se da fase menos documentada na literatura sobre
inteligência, apesar de ser de grande importância no entendimento do valor de
uma prática de inteligência.

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