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Deformidades da coluna vertebral

A coluna vertebral é o eixo central do esqueleto humano, ou seja, é a estrutura mais importante
para o equilíbrio e movimento do nosso corpo, e por sua versatilidade, ela pode estar exposta a
diversos problemas, podendo ou não ser congênita, e que podem causar certas deformidades na
coluna vertebral.
Existem diversos tipos de d
eformidades da coluna vertebral, mas dentre as principais e mais recorrentes podemos citar a
cifose, a lordose e a escoliose.
Continue a leitura e entenda mais sobre as principais deformidades da coluna, quais os
tratamentos, qual a gravidade, quais os sintomas e entre outras dúvidas.

O que é deformidade da coluna vertebral?

As deformidades da coluna vertebral são definidas como desvios do alinhamento normal da


coluna que excede mais de 10 graus quando é observado o paciente de frente ou perda das
curvaturas normais da coluna vista de lado. Pode haver também desvio lateral do tronco ou
postura, tipo corcunda, com flexão anterior do tronco.

As deformidades da coluna têm um grande impacto na qualidade de vida, e seus sintomas


podem variar entre dor na coluna e incapacidade funcional. Por isso, é fundamental buscar por
um médico especialista em coluna para se obter um diagnóstico assertivo e a prescrição dos
tratamentos mais adequados.
Principais deformidades da coluna vertebral

Escoliose

Escoliose é uma curvatura anormal da coluna para um dos lados que pode ser
notada quando olhamos as costas.

A coluna vertebral é alinhada, reta. Na escoliose, ela forma uma curvatura em


“C” ou “S”.

É importante entender que não é a postura corporal inadequada que causa


a escoliose idiopática, mas a curvatura da coluna causada pela escoliose que é
responsável pela má postura. e
A coluna vertebral normal tem curvas que fazem com que a zona
mais alta do tronco (região torácica) se projete um pouco para fora
(cifose) e a zona lombar ligeiramente para dentro (lordose).
Contudo, há pessoas que têm curvas para os lados. Estas curvas
não são naturais e chamam-se escolioses. Ao contrário das más
posturas, estas curvas não se corrigem apenas por endireitar os
ombros ou sentar-se direito.
A escoliose é uma doença complexa caracterizada pela existência
de uma deformidade grave, em vários planos, e que envolve vários
segmentos da coluna vertebral.
Este tipo de deformação da coluna vertebral afeta, globalmente,
cerca de duas em cada 100 pessoas. No entanto, existe uma forte
tendência familiar: se algum elemento da família tiver escoliose,
este número aumenta para cerca de 20%.

Sintomas
Se uma escoliose for progredindo ao longo do tempo, pode
resultar em:

 Dores severas
 Deformidade marcada
 Dificuldade respiratória

Alguns dos sinais que se podem observar são:

 Ombros assimétricos ou desnivelados


 Proeminência de uma das omoplatas
 Assimetria da cintura
 Ancas desniveladas
 Inclinação do tronco para o lado

Perante a existência de qualquer um destes sinais, é aconselhável


uma avaliação médica (pelo médico de família, pediatra ou
ortopedista infantil).

Causas
As causas da escoliose podem ser de diversa natureza,
nomeadamente postural. No entanto, na maior parte dos casos
não é possível identificar as causas ou razões da doença, tendo a
denominação de escoliose idiopática.
Normalmente, a escoliose desenvolve-se mais ou menos no início
da puberdade, em jovens saudáveis, e é mais frequente em
raparigas do que nos rapazes. No entanto, pode surgir em
qualquer idade.
Algumas causas conhecidas desta deformação passam, por
exemplo, por:

 Paralisia cerebral
 Malformações congénitas das vértebras
 Distrofia muscular
 Tumores

A escoliose tem tendência a piorar com o passar dos anos, devido


às más posturas que adotamos nas diversas vertentes da nossa
vida.

Diagnóstico
Embora não seja possível prevenir a escoliose, a sua deteção
precoce é a melhor forma de evitar que um problema que já existe
continue a agravar.
O raio-x de toda a coluna em diferentes incidências e inclinações
faz o diagnóstico e orienta o tratamento. Em determinadas
situações podem ser necessários estudos adicionais como
a Tomografia Axial Computorizada ou a Ressonância Magnética.

Tratamento
Por vezes, as escolioses só se detetam nos adultos, mas podem
resultar da progressão de uma curva que não foi tratada durante a
fase de crescimento e aquilo que começou por ser uma escoliose
discreta continuou a agravar na ausência de tratamento.
Embora a maioria das curvas se mantenham muito pequenas e
apenas necessitam de ser vigiadas pelo ortopedista infantil para
despiste de sinais de progressão, há casos em que é mesmo
necessário tratamento.
Há vários fatores que devem ser tidos em conta para traçar o plano
de tratamento da escoliose, como, por exemplo:

 História familiar
 Idade em que a curva apareceu
 Localização da curva
 Gravidade da curva
Perante a sua progressão poderão ser usados coletes para tentar
controlá-la. Este tipo de tratamento permite que qualquer criança
mantenha todo o tipo de atividade física e social habitual.
Se o tratamento com o colete não for eficaz, poderá ser necessário
recorrer à cirurgia, que, nos dias de hoje, é um método
extremamente eficaz e seguro de corrigir as curvas. Este
procedimento promove a fusão dos segmentos envolvidos –
instrumentação - e é realizado sob anestesia geral, implicando
internamento de cerca de quatro a sete dias.
Outros métodos, como a estimulação elétrica, exercícios físicos
específicos, métodos de terapia manual e manipulações, não têm
eficácia demonstrada.

Prevenção
A escoliose não se consegue prevenir, no entanto a sua deteção
precoce é a forma ideal de evitar que um problema que já existe
continue a agravar.

Cifose
Cifose é um termo termo médico usado para denominar um desvio na coluna "para fora", que faz com
que as costas fiquem em posição de "corcunda" e, em alguns casos, pode fazer com que a pessoa
apresente o pescoço, ombros e cabeça muito inclinados para frente.

Apesar de cifose e hipercifose serem usados para descrever a mesma condição, a verdade é que
"cifose" descreve a curvatura normal da coluna na região torácica, que dobra "para fora" e que é
normal em quase todas as pessoas. Já a "hipercifose" é que indica uma alteração, indicando que a
curvatura nessa região é mais acentuada que o normal, dando origem à "corcunda".

A hipercifose pode ser a única alteração grave da coluna, no entanto também pode acontecer como
forma de compensar outras alterações posturais, como a hiperlordose ou a escoliose. Por isso, é
importante que cada caso seja avaliado pelo ortopedista pelo fisioterapeuta para que o tratamento
seja feito de acordo com as características apresentadas pela pessoa.
Principais sintomas
Além da curvatura na coluna que causa o aparecimento de uma "corcunda" a hipercifose também pode
causar outros sintomas como:

 Dor nas costas, especialmente na parte superior da coluna;

 Dificuldade para manter corpo reto;

 Dificuldade para respirar;

 Fraqueza ou formigamento nos braços e pernas.

A hipercifose tende a piorar com a idade quando nenhum tratamento é realizado e, por isso, é comum
que a pessoa vá apresentando piora dos sintomas.

O ângulo normal da cifose torácica varia entre 20-40 graus, não havendo consenso do
valor absoluto, e há necessidade de tratamento quando existe mais de 50 graus de cifose.
Para essa medida deve-se considerar o ângulo entre as vértebras C7 a T12.

Possíveis causas

Alguma das causas que podem favorecer a ocorrência de hipercifose são:

 Maus hábitos posturais, como ficar sentado com corpo curvado à frente;
 Falta de condicionamento físico que provoca fraqueza dos músculos paravertebrais,
localizados ao lado da coluna e dos músculos abdominais;
 Traumatismo na coluna, devido a acidentes ou quedas;
 Fratura por compensação vertebral;
 Defeitos congênitos, que podem estar associados a síndromes neurológicas;
 Problemas psicológicos, como baixa auto-estima ou depressão;
A hipercifose é mais comum no adolescente que cresceu muito rápido e está mais alto
que seus colegas da mesma idade, e também nos idosos, devido a alterações ósseas,
como artrite ou osteoporose, por exemplo.

Como é feito o tratamento

O tratamento da hipercifose deve ser direcionado de acordo com a sua gravidade, sendo
necessário para isso realizar um exame de imagem para verificar o grau de alteração da
curvatura da coluna.

Dependendo da gravidade e da causa da hipercifose, o médico pode recomendar as


seguintes formas de tratamento:

1. Prática de exercício físico

O exercício físico é recomendados para os casos de cifose leve, quando a pessoa


apresenta dor ou desconforto no meio das costas, sendo observado que são ombros estão
caídos à frente.

Alguns exemplos destes exercícios são:

 Musculação: a pessoa pode usar máquinas, como o "voador" que ajudem a trabalha os
músculos do peito e, que ajudam a corrigir a postura.
 Exercícios localizados: para fortalecer os músculos abdominais;
 Natação, hidroginástica ou remo: são bons exercícios para cifose já que ajudam a
fortalecer os músculos das costas e melhora o condicionamento físico, ajudando a
colocar os ombros para trás.
Estes exercícios devem ser realizados 2-3 vezes por semana e alcançam ótimos
resultados, mas também é importante a manutenção da boa postura no dia-a-dia.
Exercícios de alongamento são indicados no final do treino para promover
a flexibilidade da coluna vertebral e aliviar dores nas costas devido à má postura.

2. Fisioterapia para cifose

Para tratar a cifose moderada são recomendadas sessões de fisioterapia com


acompanhamento de um profissional, pelo menos 1 vez por semana durante 1 hora.
Devem ser realizados exercícios cinesioterápicos, utilizando métodos de treino
direcionado, como reeducação postural global, pilates e isostretching, por exemplo.
Melhores resultados são observados quando são realizadas 2 a 3 sessões por semana.

O fisioterapeuta também deve orientar a pessoa a manter a postura adequada no dia-a-


dia, que deve manter em todas as posições: sentado, deitado e caminhando. Técnicas de
manipulação vertebral também podem ser indicados para liberar o movimento da
coluna, mas devem ser realizados com cautela em pessoas idosas devido o risco de
fratura por causa da fraqueza óssea.

Conheça alguns exemplos de exercícios para corrigir a cifose que o fisioterapeuta pode
indicar.

3. Uso de colete ortopédico

Os coletes para hipercifose só devem ser usados quando indicados pelo médico
ortopedistas. Não são recomendados os coletes de tecido elástico que se compram em
lojas de roupa íntima, por exemplo. Estes podem até mesmo prejudicar a postura porque
a pressão exercida pelo colete pode aparentemente melhorar a postura instantaneamente,
mas essa postura é inadequada e não corrige a posição da cabeça e da curvatura lombar,
e com o passar do tempo, pode haver piora da dor nas costas.

4. Cirurgia para cifose

Quando a cifose é severa, o médico ortopedista pode indicar cirurgia à coluna para fazer
a correção do desvio. A cirurgia normalmente é feita em caso de cifose congênita, ainda
durante a infância ou adolescência. Também é recomendada em caso de Doença de
Scheuerman com mais de 70 graus no ângulo de Cobb. A cirurgia pode ser feita com a
técnica como artrodese, onde fundem-se as 2 vértebras acima e abaixo da hipercifose.

Lordose
A coluna vertebral possui curvaturas por toda sua extensão, desde a região cervical até a
sacrococcígea. Nas regiões cervical e lombar, essa curvatura é chamada de lordose.
A lordose na região cervical pode variar de 20º a 40º graus, já na região lombar pode variar
entre 40º e 60º graus, sendo esses valores considerados normais. A lordose passa a ser
considerada uma deformidade quando atinge um ângulo superior a 40° na coluna cervical ou
está acima de 60° na coluna lombar, passando a chamar-se hiperlordose, que pode estar
associada a uma anteversão pélvica, no caso da lombar, ou uma projeção da cabeça, na cervical.

Na grande maioria dos casos, a condição é associada ainda à cifose e escoliose, dificilmente se
manifestando sozinha. Sua principal causa é a má postura.

Causas da Lordose
A hiperlordose também é frequente e as principais causas são: contraturas
musculares, condições genéticas, obesidade, espondilolistese, anteversão da
pelve, gravidez e saltos altos (reversível), etc.
Sintomas da Lordose
Alguns sintomas podem denunciar a existência de hiperlordose. Indicando que
é preciso fazer uma consulta com um médico especialista em coluna para
identificar se existe realmente o problema. Os principais sintomas são:
 Dores nas costas constantemente;
 Dificuldades para se abaixar;
 Dificuldade para carregar pesos;
 Formigamentos nas extremidades do corpo;
 Dores no pescoço sem motivo aparente;
 Flacidez e sensação de fraqueza nos músculos do abdôme.
Percebe que apresenta algum desses sintomas? O melhor a fazer é procurar
um médico que possa avaliar sua coluna. De forma que, o correto tratamento
seja iniciado para que os sintomas desapareçam e sua qualidade de vida seja
recuperada
Diagnóstico e tratamento da Lordose
Como se dá o diagnóstico da lordose?
Durante sua consulta médica, o especialista em coluna realizará um exame
físico ortopédico e neurológico, além de observar sua coluna de frente e de
costas, fazendo algumas medições.

Baseado nos achados, o


especialista pode solicitar um exame de raio-X para confirmar hiperlordose.
Em geral, o exame de imagem permite medir o grau das curvaturas,
identificando lesões que possam afetar os discos entre as vértebras da coluna e
visualizar até mesmo sinais de fraturas.
Na maioria dos casos a radiografia panorâmica de coluna é suficiente.

Os exames de imagem são necessários para guiar o tratamento, auxiliando a


estabelecer um diagnóstico preciso sobre a saúde da sua coluna.
A lordose pode estar associada à hérnia de disco em alguns casos. Quando há
alguma má formação ou problemas que atrapalham a distribuição do peso,
isso afeta a coluna diretamente.

Podendo haver algum outro problema em sua coluna que afeta diretamente a
qualidade de vida e o bem-estar, associado à lordose.

Nesses casos, o tratamento é mais complexo. Requerendo um plano


personalizado de tratamento que deve ser seguido à risca pelo paciente.

Tratamento da lordose
O tratamento da hiperlordose depende diretamente do diagnóstico da doença.
Em alguns casos, é indicado ao paciente o uso de medicamentos para dor.
Eles são utilizados apenas na fase aguda inicial do tratamento.

Enquanto em outras situações a


lordose existe, mas é totalmente indolor para o paciente. Portanto, não requer
o uso de medicação.

Em geral, o tratamento inclui fisioterapia, exercícios de alongamento e


fortalecimento da musculatura.
O RPG (Reeducação da Postura Globalizada) é importante para corrigir e
evitar a progressão da deformidade.
Para identificar o tratamento mais adequado, o médico considera vários
fatores, como a progressão da lordose, idade do paciente e demais condições
de saúde.

Raramente existe indicação cirúrgica para casos de hiperlordose, porém os


casos sempre devem ser avaliados por um médico especialista.
Lombalgia
A lombalgia, ou dor lombar crônica, acomete cerca de 2 milhões de brasileiros ao ano, isto é,
mais de 90% das pessoas sofrem com esse tipo de problema durante a vida, sendo uma das
mais importantes causas de afastamento do trabalho.
A principal causa da dor lombar crônica é de origem muscular. As dores podem ser provocadas
por esforços físicos realizados de maneira incorreta ou exagerada, como carregar peso em
excesso, estar com sobrepeso ou permanecer em postura incorreta ao sentar, deitar ou andar.

No entanto, a lombalgia também pode ser originada por falta de exercício físico, inflamação,
infecção, hérnia de disco, escorregamento de vértebra, degeneração de alguma articulação e até
por problemas emocionais.

Tais alterações anatômicas que mencionamos nos tipos de deformidades anteriormente são
consideradas patológicas quando há redução ou aumento acentuado de uma ou mais
curvaturas, o que compromete o alinhamento da coluna e prejudica o bom desempenho de
suas múltiplas funções.

E é importante ressaltar que, qualquer desvio numa região da coluna vertebral pode provocar
modificações nos outros segmentos para compensar a alteração e garantir o equilíbrio.

Causas das deformidades da coluna vertebral


A causa da maior parte das deformidades, quando nos referimos aos desvios patológicos da
coluna vertebral, é idiopática, ou seja, sua origem é desconhecida.

Nos casos em que é possível determinar a causa, os desvios anormais da coluna podem ter
explicação genética ou, então, serem provocados por anomalias congênitas ou adquiridas ao
longo da vida. Podem, ainda, estar associados a alterações ósseas, musculares ou neurológicas
do organismo. Entre elas, vale destacar hábitos de postura inadequada,
traumatismos, tumores, obesidade, atividade física imprópria, vida sedentária, tabagismo e entre
outros.

diagnóstico dos desvios da coluna


O diagnóstico é feito por um médico especialista em coluna que se baseia em um exame clínico
minucioso, com o paciente de frente, de costas e de perfil, assim como nos achados dos exames
de raios X da coluna.
Além de registrar a ocorrência de desvios no alinhamento da coluna vertebral, a radiografia
permite medir o grau das curvaturas e identificar lesões que afetam os discos e as articulações,
assim como visualizar sinais de fraturas, luxações ou tumores nessa região do corpo.

Quando há casos sugestivos de deformidades, torna-se necessário recorrer à tomografia


computadorizada e à ressonância magnética para definir o diagnóstico e seguir com o
tratamento adequado.
Especificamente no que se refere à escoliose, o teste de Adams (a flexão do tronco para frente e
para baixo deixa visível a curvatura e a giba) tem-se mostrado bastante útil para o diagnóstico
precoce da escoliose idiopática do adolescente (EIA), doença que se manifesta na infância e
adolescência. Realizado em poucos minutos, esse exame permite identificar desvios anormais
no alinhamento da coluna e assimetrias no tronco (um lado das costas é mais alto do que o
outro) ligados à rotação vertebral e à presença da gibosidade.

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