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ESTADO DE GOIÁS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


COORDENAÇÃO REGIONAL DA EDUCAÇÃO DE GOIÁS

PROJETO DE VIDA

Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Plano nacional de


educação (PNE), o projeto de vida passou a ser um componente curricular
obrigatório no Novo Ensino Médio. Seja no ensino fundamental, seja no médio, a
abordagem dessa competência é uma das formas para efetivar a escola enquanto um
espaço de construção integral do cidadão do século XXI.

Sendo assim, pensar na elaboração do projeto de vida dos estudantes como


eixo do contexto escolar e da trajetória de cada aluno é valorizar individualidades,
necessidades e expectativas. Para tanto, deve-se promover o desenvolvimento desse
projeto desde o ensino fundamental e o seu acompanhamento até o final do ensino
básico.

A elaboração de um projeto de vida é um auxílio importante na busca pela


satisfação pessoal e elaborar planos para o futuro profissional com embasamento. Além
de promover o autoconhecimento, trabalhar o projeto de vida nas escolas contribui para
a tomada de decisões sobre cada etapa da vida e para a avaliação do que já foi
percorrido, tornando o jovem protagonista de sua própria jornada.
Trabalhar o projeto de vida nas escolas leva ao aluno uma base para o
vestibular e o ajuda a sustentar o currículo profissional. Sendo assim, não é somente
planejar e sim saber como realizar as ações futuras.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece a promoção de 10


competências gerais, que deverão ser trabalhadas da educação infantil ao ensino
médio, as quais foram propostas como essenciais para, além de motivar os alunos, a
resolução das “demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania
e do mundo do trabalho”.

Nesse sentido, o pleno desenvolvimento dessas competências é um


direito de aprendizagem que deve ser garantido pelas instituições de ensino em todos
os níveis da educação básica.

Assim, cada competência aborda um aspecto da vida pessoal, cidadã e


profissional do estudante, por meio de um conjunto de conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores que o prepararão para a realidade.

Dentre as competências apresentadas na BNCC, uma delas trata sobre o


mundo do trabalho e o desenvolvimento do projeto de vida, colocando essa questão em
perspectiva na educação:
“6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e
ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade”.

Dessa maneira, é compreendido que as práticas pedagógicas devem


considerar o projeto de vida do estudante como essencial. Isso significa que a
aprendizagem deve estar voltada para a promoção do autoconhecimento,
valorizando os interesses e as potencialidades dos estudantes.

Além disso, pensar em um ensino que esteja alinhado com uma perspectiva
de educação do futuro e com a competência em questão é, ainda, promover ações que
desenvolvam habilidades socioemocionais. Essas habilidades são essenciais para que
os estudantes aprendam a lidar com desafios, escolhas e frustrações que encontrarão
durante a execução de seus projetos de vida.

Construir uma perspectiva sobre o que a criança ou o adolescente pode


esperar do futuro é um dos meios para tornar o estudo algo mais atrativo e
significativo. Por isso, o papel da escola enquanto agente de apoio no desenvolvimento
do projeto de vida dos estudantes é tão relevante.

Quando o estudante passa a estabelecer metas para a sua vida, pensando em


qual carreira quer ingressar, qual vida pretende ter, que pessoa quer se tornar, ele passa
a dar sentido para as suas ações. Desse modo, o projeto de vida cumpre um papel
essencial na trajetória escolar dos alunos e na elaboração das práticas pedagógicas das
instituições de ensino. Sendo assim, o projeto de vida vai muito além de somente
planejar e também apoia o aluno na realização dos planos para o futuro pessoal e
profissional.

Além disso, projetar o futuro requer o desenvolvimento de habilidades que


são essenciais para a vida em sociedade. Como já dissemos antes, mas vale
reiterar, trabalhar o projeto de vida ajuda o estudante a desenvolver
o autoconhecimento e inteligência emocional, o que reflete em momentos de
desapontamento e de decisões difíceis, por exemplo.

Portanto, é nítido que o trabalho com o projeto de vida no contexto


escolar, além de favorecer o estudante em diversos aspectos práticos da sua vida, é
uma estratégia para tornar a aprendizagem ainda mais atrativa.
Desse modo, são esses os três pilares que devem ser considerados ao se
trabalhar qualquer uma das 10 competências gerais da BNCC, inclusive o projeto de
vida: o pessoal, o social e o profissional.
Desenvolver o aspecto pessoal é também se identificar enquanto
componente simbólico e ideológico de uma unidade familiar, independentemente da
configuração que ela tenha.
Desenvolver o âmbito social, então, é provocar os estudantes
a compreenderem que a realidade do seu entorno imediato, bem como da sociedade
em geral, é resultado de ações individuais. Assim, deve-se gerar a noção de
responsabilidade sobre as ações que impactam positiva ou negativamente o bem
comum.

É o âmbito profissional que geralmente possui maior atenção quando se pensa em


projeto de vida. Isso ocorre porque a definição do futuro profissional deverá orientar
a trajetória do estudante, especialmente a partir da consolidação do novo ensino
médio.

Dessa maneira, a escola deve orientar o estudante, a partir de suas


expectativas e do conjunto de reflexões já discutidas na dimensão pessoal, sobre
carreiras profissionais. Em seguida, as propostas de aprendizagem devem estar voltadas
para as escolhas de cada estudante, valorizando as suas potencialidades e desenvolvendo
as habilidades e competências que merecem atenção.

Além disso, os conteúdos formais elencados na BNCC também fazem parte


da dimensão profissional. Esses saberes são os responsáveis por
consolidar conhecimentos científicos e técnicos básicos para o ingresso e a
permanência do estudante no contexto do trabalho.

O Ensino Médio é a última etapa da educação básica e a última antes do


ingresso ao mundo do trabalho para a maioria dos estudantes. Sendo assim, a
dimensão profissional é a que ganha maior destaque nesse nível de ensino, e o projeto
de vida passa a ter maior significado.

É no ensino médio que a escola deve transmitir segurança aos estudantes, pois
eles esperam obter suporte para a realização de seus projetos. Assim, entender as
necessidades de cada estudante e articulá-las aos objetivos projetados é muito
importante para garantir um ambiente de desenvolvimento real.

Além disso, em um espaço em que há uma aprendizagem integral, os


estudantes passam a relacionar os seus progressos escolares com os seus projetos de
vida. Dessa maneira, sentem-se mais motivados e estimulados a persistirem naquilo que
planejaram.

Portanto, é no ensino médio que as possibilidades de carreiras profissionais


devem ser delimitadas e o projeto de vida passa a ser mais concreto. Além de ser a base
para o sucesso no mercado de trabalho e sustentar o currículo do jovem, o projeto de
vida também é a base para o bom resultado no vestibular. Além disso, as demais
habilidades, como o autoconhecimento e as socioemocionais, também são
consideradas.

Além da diferenciação posta em relação aos níveis de ensino, é importante


ressaltar que ainda há alguns desafios enfrentados para a implementação do projeto de
vida. Dentre eles, pode-se destacar dois principais que possuem naturezas
complementares.

Apesar de existir a ideia de que o projeto de vida tenha de ser trabalhado de


forma isolada, a realidade é que ele deve ser pensado como um elemento central. Dessa
maneira, não há uma prática pedagógica fragmentada, na qual se trabalha apenas o
projeto sozinho.
Pelo contrário, ele deve passar a estar presente em todas as demais práticas
já existentes, sem existir uma orientação específica de como trabalhá-lo em cada
contexto escolar.

Por essa razão, há o desafio de absorver essa proposta e incluí-la em sua


proposta de trabalho, reorganizando a estrutura curricular de acordo com a sua
realidade.

O trabalho com o projeto de vida exige a superação dos modelos


tradicionais de trabalhar a aprendizagem. Por isso, o uso, de metodologias ativas que
colocam os estudantes como protagonistas do processo são eficientes nessa situação.
Dessa maneira, construir espaços educativos que promovam o desenvolvimento de
competências de modo ativo por meio do refletir, do fazer, do discutir etc. são
essenciais.

Fonte de Pesquisa:
https://blog.conexia.com.br/projeto-vida/
https://sae.digital/projeto-de-vida-na-escola/
https://blog.mylifesocioemocional.com.br/projeto-de-vida-nas-escolas/

Alessandra do Couto Ferreira


Supervisora do Ensino Médio
CRE-Goiás

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