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FACULDADE DE LETRAS
DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
LETRAS ESPANHOL
Goiânia
2023
AFONSO HENRIQUE STOKO
Goiânia
2023
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................... 03
RESUMEN.....................................................................................................................04
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................05
2 JUSTIFICATIVA........................................................................................................06
3 HISTÓRIA DA CRIAÇÃO DA ESCOLA................................................................07
4 FINALIDADE DA CRIAÇÃO..................................................................................10
5 FILOSOFIA EDUCATIVA DA ESCOLA................................................................10
6 CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA........................................................................11
7 SÉRIES OFERTADAS NA ESCOLA.......................................................................21
7.1 A educação infantil................................................................................................21
7.2 O ensino fundamental...........................................................................................22
7.3 O ensino médio.....................................................................................................23
8 TRABALHOS INTERDISCIPLINARES................................................................24
9 A AULA DE ESPANHOL...........................................................................................27
9.1 A professora de espanhol ......................................................................................27
9.2 Os alunos ..............................................................................................................27
9.3 O material de espanhol .........................................................................................28
10 A OBSERVAÇÃO DA AULA ..................................................................................29
10.1 Aula do 8º-A, data 17 de julho de 2023..............................................................29
10.2 Aula do 2º-A, data 31 de julho de 2023..............................................................30
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................32
REFERÊNCIAS............................................................................................................34
ANEXO I........................................................................................................................35
ANEXO II.......................................................................................................................36
ANEXO III.....................................................................................................................37
ANEXO IV......................................................................................................................42
ANEXO V.......................................................................................................................46
RESUMO
Este relatório de estágio supervisionado para o curso de graduação de Letras Espanhol da
Universidade Federal de Goiás tem como objetivo apresentar, de forma detalhada, a trajetória
percorrida durante o estágio. Bem como as reflexões acerca dessa prática, evidenciando a
importância desse espaço dentro da Academia e a necessidade do contato, ainda mediado pela
professora-orientadora, com a realidade escolar. Também detalha os processos vivenciados
durante o Estágio Obrigatório I, mostrando as ideias norteadoras, as bases teóricas que
sustentaram o projeto e o resultado do caminho percorrido, realçando as boas surpresas e
apontando as dificuldades no percurso.
1. INTRODUÇÃO
O estágio supervisionado faz parte de um processo extremamente importante na
formação profissional. Caracteriza-se por uma ambientação por meio de um aperfeiçoamento
que possibilita ao estagiário vivenciar o que foi aprendido na sala de aula da faculdade, tendo
como função integrar essa disciplina de muitas outras que corresponde à matriz curricular do
curso escolhido. Através dele, o estagiário passa da formação teórica para uma experiência
prática. Dessa forma, não só conseguirá adquirir as habilidades para realizar uma função que
irá ocupar no futuro, mas, simultaneamente, aprenderá muitas habilidades “extra
profissionais”.
Realizar um estágio supervisionado durante a graduação pode abrir muitas portas para
o futuro profissional. Obviamente, a vivência acadêmica também é um componente
importante da sua formação. Contudo, a realidade do mercado de trabalho pode ser muito
diferente do que a teoria estudada em aula e outros projetos teóricos. Assim, uma das
vantagens do estágio supervisionado é justamente o aprendizado prático em diferentes áreas
do mundo do trabalho. Nesta formação, o aluno é iniciado nos princípios profissionais
individuais e coletivos, tais como respeito às normas trabalhistas, disciplina e
confidencialidade. Além disso, ao lidar com problemas reais, o aluno também melhora a
aptidão intelectual. Assim, o estágio é uma etapa essencial do seu desenvolvimento
profissional.
Nessa perspectiva, Pimenta e Lima (2011) afirmam que o estágio supervisionado nos
dá a oportunidade de perceber a unidade entre teoria e prática. Essa dissociação entre teoria e
prática, nos é apresentada por Pimenta e Lima que nos afirmam que,
2. JUSTIFICATIVA
qual é possível qualificar o ensino de forma que o conteúdo seja absorvido pelo aluno através
da metodologia correta.
O CEPAE foi escolhido para realizar esse estágio por ser uma escola pública e, acima
de tudo, por ser referência na região em ser uma escola que se importa em receber estagiários
para realizar estágios e trabalhos acadêmicos com os alunos. Embora seja público, o CEPAE
se torna diferencial em relação a outras escolas públicas por ser um centro de ensino
subordinado a União e não ao Estado de Goiás. Ademais, por ser uma instituição que depende
de sorteio para o ingresso, faz com que seja possível que se tenha uma mesclagem social e
cultural entre os alunos, favorecendo a excelente avaliação feita à escola. Fatores estes que
foram decisivos para que eu escolhesse o CEPAE para realizar o estágio.
O Colégio de Aplicação foi criado, de acordo com livro “CEPAE: 50 anos de história”,
pelo Decreto-lei n.º 9.053, de 12 de março de 1.966, e suas atividades tiveram início em
março de 1968, no prédio da Faculdade de Educação/UFG. Seguindo a proposta da Reforma
Universitária ocorrida em 1968, o Colégio de Aplicação foi agregado à Faculdade de
Educação constituindo-se em órgão suplementar.
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Conforme o mesmo livro que homenageia a escola pelos 50 anos de existência, a partir
de 1980, fruto de uma reivindicação de greve, os professores de 1.º e 2.º grau foram
reclassificados para a carreira do magistério superior, ou seja, passaram à condição de
professores de 3º Grau, condição única em relação aos demais Colégios de Aplicação do país.
Imagem 2: Fotos sobre a história do início do CEPAE, (Publicadas no Livro Colégio de Aplicação: 40 anos de
educação em Goiânia).
Imagem 3: Primeiras turmas do CEPAE. (Foto: Livro Colégio de Aplicação: 40 anos de educação em
Goiânia).
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4. FINALIDADE DA CRIAÇÃO
6. CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA
Imagem 5: Entrada do CEPAE / UFG através do estacionamento de carros (Foto: Afonso Henrique Stoko, 2023)
Nos dias atuais, o CEPAE possui cerca de 764 alunos oriundos de diversas partes de
Goiânia e regiões metropolitanas, assim como diversas realidades socioeconômicas, de acordo
com estudos levantados pela escola em trabalhos de planejamento e estudos estatísticos. Fator
que enriquece o ensino, pois quando se tem uma escola tão democrática quanto o CEPAE, os
alunos acabam valorizando uns aos outros pelo o que eles são e não pelo o que eles têm.
Em entrevista com a diretora do CEPAE, Neisi Maria da Guia Silva¹ afirma que,
o que acontece de mais ruim em uma escola são as separações de classes e níveis
socioeconômicos presente na família. Nas escolas privadas, o aluno só tem contato
com quem está lá em cima; enquanto nas escolas públicas, o aluno só tem contato
com quem está lá embaixo. Essa separação diminui o senso de humanização do
aluno, além de não ter uma equidade em relação ao credo, crenças, culturas, classes
sociais, cor, orientação sexual, entre outros. (Entrevista realizado com a diretora
NEISI MARIA DA GUIA SILVA, no dia 03/07/2023).
As salas de aulas do CEPAE são preparadas para receber os alunos para uma aula
totalmente temática (imagem de número 6) e voltada para a disciplina em ação. Há no local,
salas de ciências, artes, física, idiomas, música, entre outros, por exemplo, que possuem
decorações e objetos próprios para um melhor aprendizado e absorção do conteúdo. A escola
incentiva os alunos a praticar arte em suas salas de aulas, decorando-as de forma
personalizada com utilização de tintas, cartazes, marcadores de tintas, entre outros. Claro que
fazendo a diferenciação entre arte e pichação. Além do mais, há no interior da escola vários
desenhos artísticos nos muros que foram feitos pelos próprios alunos em dias de aulas de artes
ou mesmo durante o intervalo das aulas. Isso foi uma estratégia em que a escola teve para
incentivar o interesse dos alunos pela escola e principalmente pelo ensino, proporcionando
ações que seria de gosto para a maioria dos alunos; evitando assim, uma falta de interesse por
parte dos discentes em querer fazer parte das atividades escolares.
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Imagem 7: Muro da escola com arte feita por alunos (Foto pública)
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Imagem 8: Quadra poliesportiva do CEPAE / UFG (Foto: Afonso Henrique Stoko, 2023)
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Imagem 10: Parquinho do CEPAE / UFG (Foto: Afonso Henrique Stoko, 2023)
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Imagem 11: Biblioteca do CEPAE / UFG (Foto: Afonso Henrique Stoko, 2023)
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Imagem 12: Conto de histórias na biblioteca do CEPAE / UFG (foto pública, site do CEPAE)
outros aparelhos caros para a escola. Isso aumenta a possibilidade dessas coisas serem
perdidas ou roubadas.
A instalação de armários fornece aos alunos um local seguro para guardar seus objetos
de valor. Além do mais, investir em armários não só parece bom para alunos e pais atuais,
mas também para alunos em potencial. Eles demonstram grande preocupação com os alunos e
refletem positivamente na escola.
Imagem 13: Armários que são oferecidos aos alunos do CEPAE / UFG (Foto: Afonso Henrique Stoko, 2023)
Por fim, a escola conta com um estacionamento amplo com capacidade para 80 carros,
que pode ser usado por professores, técnicos-administrativos e estagiários. O estacionamento é
um componente fundamental de qualquer política de mobilidade devido à sua relação direta
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Imagem 14: Uma das duas áreas do estacionamento do CEPAE / UFG (Foto: Afonso Henrique Stoko, 2023)
O CEPAE atende cerca de 350 alunos no ensino fundamental, que são divididos em
séries iniciais e finais do 1º ao 9º ano. Tendo como responsável em cada fase, um coordenador
para propor ações que visem contribuir com o trabalho docente.
As séries iniciais são compostas do 1º ao 5º ano, com aulas das 07h30 às 11h45 que
ocorrem, desde 2006, em um prédio novo construído totalmente adaptado para as crianças
menores desta etapa de ensino.
Já as séries finais estão constituídas do 6º ao 9º ano, também com aulas no turno
matutino. As aulas das séries finais também ocorrem nos mesmos horários das séries iniciais.
No período da tarde, ocorrem atendimentos organizados por disciplina destinado aos
alunos que contenham algum tipo de dificuldade no processo de aprendizagem. Esses
atendimentos acontecem através do projeto “ponto de apoio” que a escola disponibiliza. São
aulas de reforços em que os professores de cada matéria dão suporte ao aluno que necessita de
ajuda em determinada matéria.
O papel do CEPAE frente aos alunos do ensino fundamental é de constantemente
motivá-los a aprender, pois, ainda na infância a criança não tem a real noção sobre
a importância da aprendizagem, precisando o aluno ser estimulado, impulsionado a participar
do processo de aprendizagem, a fim de que o mesmo alcance sucesso.
Ademais, o atual ensino fundamental (anos iniciais e finais), assim como em qualquer
escola, tem uma base nacional comum, que é complementada pelas instituições de ensino de
acordo com a sua proposta pedagógica e as características regionais e sociais de onde ela se
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localiza. Nesta etapa da educação são apresentados, de forma mais aprofundada, aos alunos os
valores sociais, os direitos e os deveres dos cidadãos, bem como a noção de respeito ao bem
comum e à ordem democrática. É no ensino fundamental também que os estudantes são
incentivados a ter iniciativa, a desenvolver sua autonomia e várias outras coisas. Na imagem
de número 15, é possível observar uma turma do ensino fundamental (imagem ofuscada por
questões de consentimento).
Imagem 15: Alunos do ensino fundamental, turma 8º-A (Foto: Afonso Henrique Stoko, 2023)
Este trabalho de Conclusão de curso tem como objetivo dar a oportunidade aos alunos
um contato direto com a iniciação científica, aprender a desenvolver projetos de pesquisas e
ter a familiaridade com a produção acadêmica. Contudo, a disciplina de Trabalho Conclusão
de Curso é de cunho obrigatória e é ofertada aos alunos desde a 1ª série do ensino médio.
Em termos gerais, o ensino médio é, além das outras fases de ensino, considerado pelo
CEPAE um momento de muitas descobertas, vai muito além da vida acadêmica e também
abrange a vida pessoal do estudante, é quando o aluno entende suas melhores habilidades e
precisa de apoio familiar e escolar para desenvolvê-las ainda mais e prepará-lo para a vida
acadêmica e mercado de trabalho.
Imagem 16: alunos do ensino médio, turma 1ª-B (Foto: Afonso Henrique Stoko, 2023)
8. TRABALHOS INTERDISCIPLINARES
Imagem 17: Momentos de atividades interdisciplinares (Foto: Livro Colégio de Aplicação: 40 anos de educação
em Goiânia)
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Imagem 18: Apresentação de canto em um momento do projeto musical (Foto: Livro Colégio de Aplicação: 40
anos de educação em Goiânia)
Imagem 19: Foto do local onde ocorre a criação de abelhas (Foto: Afonso Henrique Stoko, 2023)
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9. A AULA DE ESPANHOL
9.2 Os alunos
predominantemente por meninas, 22 meninas e apenas 8 meninos e a faixa etária varia entre
15 a 17 anos.
Em ambas as turmas, é possível encontrar alunos com diferenças no aprendizado, no
comportamento, nas atitudes, na organização, no interesse, entre outras qualificações. Em um
contexto geral, os alunos possuem disposição durante as aulas, são participativos e possuem
vontade de aprender. Entretanto, a turma do ensino fundamental consegue entregar mais de si
e realizar uma participação melhor do que os alunos do ensino médio.
Nota-se que os alunos do ensino fundamental acolhem bem e não se incomodam com
a presença dos estagiários, não possuem timidez e fazem perguntas quando têm dúvidas,
aproveitando ao máximo para saberem, por exemplo, como é estudar espanhol. São alunos
que anotam tudo que a professora escreve no quadro; alguns têm aparelhos telefônicos, mas
ainda não possuem o hábito de tirarem fotos do quadro para “copiar depois”. Na sala de aula
dessa turma, há um aluno com dificuldades de aprendizagem e, embora tenha um auxiliar
exclusivo, todos da turma se solidariza em ajudá-lo quando preciso.
Os alunos do ensino médio apesar de, também, serem participativos, têm certa
dificuldade de se expressarem durante as aulas. Embora participem, observa-se que a
participação é como se fosse forçada e não pelo próprio interesse. Todos da turma possuem
celulares, o que acaba tirando o foco da aula ao usarem para outros fins. Grande parte da
turma tira fotos das anotações do quadro e deixam de copiar no caderno naquele momento. A
organização do local de assentos da turma é feita através de grupinhos, sentam-se juntos de
amigos que se sente à vontade, o que acaba criando conversas paralelas durante a aula.
Durante as aulas de Espanhol, a professora não utiliza livros como material didático. O
motivo é que as turmas possuem poucas aulas semanais, com carga horaria reduzida. Fato que
não se conseguia utilizar todo o livro e os pais dos alunos reclamavam por comprar os livros
caros e “atoa”.
Nos dias atuais, a professora preza para que não se tenha um ensino totalmente
tradicional, onde o professor é visto como detentor do saber, enquanto os alunos são
considerados sujeitos passivos no processo de ensino e aprendizagem. Nessa lógica, sabe-se
que com o passar do tempo o aluno perde o interesse pelas aulas de espanhol e de outras
disciplinas caso não tenha algo novo durante o processo de ensino.
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uma imagem de uma fruta ou legumes e, após isso, escolhia um grupo para responder qual o
nome desse alimento em espanhol. E assim, marcavam a pontuação e o grupo vencedor
recebia um prêmio (bombom), como forma de reforço positivo. Esse Reforço positivo ocorre
quando o comportamento é intensificado pela apresentação de um estímulo seguido pelo
comportamento dele dependente.
Deese e Hulse (1967/1975) conceitua o reforço positivo e o reforço negativo. Em
termos comuns,
Nesse segundo dia de observação de aula, fui para a turma do 2º ano do ensino médio,
onde o tema da aula era sobre perífrases e verbos no gerúndio. Foi relembrado rapidamente os
verbos do gerúndio estudados no encontro anterior; em seguida, foi explicado para a turma
que naquele dia, iria ser estudado as perífrases em espanhol.
A professora apresentou para a turma algumas perífrases como, por exemplo: “¿Vamos
a salir de copas sábado por la noche?”. Empregando o verbo Ir + a + verbo no infinitivo.
Seguindo a aula, os alunos exercitaram o conteúdo apreendido neste dia, primeiramente, por
meio do perguntas orais feitas pela professora e depois, já quase no final da aula, por meio de
uma dinâmica que a professora criou que consistia em colocar dois verbos no quadro e o
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aluno teria que criar uma frase usando perífrase e outra frase usando gerúndio. A ideia era
passar para o aluno uma competência de criação através do conhecimento acerca do tema.
Todos participaram, acertando quase todas as frases que deveriam criar. Como incentivo,
presenteamos a todos com um bombom apenas por terem tentado. Acredito que foi uma aula
bem produtiva, pois sei que essa foi uma demonstração de que os discentes gostaram do que
aprenderam.
Os alunos do ensino médio são mais cismados, ficam mais na deles e evitam
entretenimento, diferentemente dos alunos do ensino fundamental. Especificamente na turma
do 2º-A do CEPAE, os alunos gostam de se sentar em grupos de suas preferencias, geralmente
menino com menino e menina com menina para se sentirem mais à vontade. Gostam de
conversar assuntos fora do contexto da aula, possuem o hábito de dar exemplos pessoais
durante os discursões na sala de aula. Esses alunos estão em uma fase da vida em que os
hormônios estão à flor da pele, logo, estão em um momento de mudanças físicas corporais,
psicológicas e sociais. Essa etapa marca exatamente a transição da infância para a idade adulta
e é o que pode alterar a maneira de ensino-aprendizagem na escola.
Checchia (2010), em entrevista realizada no Brasil com alunos e professores, relata
que muitos adolescentes se queixam de uma diferença que atribuem ao tratamento dispensado
por professores de crianças e professores de adolescentes. Segundo eles, os professores tratam
as crianças com carinho e atenção e tratam os adolescentes com mais seriedade, brutalidade e,
às vezes, com desrespeito.
Os jovens alegam que a experiência escolar na infância é prazerosa e lúdica e que a
relação entre professores e alunos se estabelece de forma mais harmoniosa que na
adolescência, já que os professores tratam as crianças com respeito, carinho e
atenção (ao invés de xingar ou maltratar, como fazem com os adolescentes, tal como
afirmam), ao passo que as crianças também os respeitam (CHECCHIA, 2010, p. 71).
Após a observação da aula, eu (Afonso) realizei uma entrevista com o André, aluno do
2º-A, no qual foi perguntado, além de outras perguntas, como ele se sente em relação ao
tratamento que os professores, em geral, dão aos alunos de sua turma. Ele respondeu,
fazemos o que pedem e é isso. Não adianta bater de frente, pois os professores não
têm ouvidos para nós. Temos uma pilha de matérias e vários professores cobrando
tarefas que mal dão tempo para fazer. Nós nos sentimos mais menosprezados que as
turmas menores que aparentemente têm mais chances que nós.
Essa mudança repentina de assunto foi necessária para explicar o porquê de vários
alunos dessa turma se sentirem inseguros na sala de aula. Nota-se que há uma preocupação
por parte deles em serem notados, essa insegurança acarreta o que foi observado no
comportamento de alguns deles durante a aula. Desânimo em participar das aulas, seja
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respondendo uma simples pergunta, seja participando de uma dinâmica. O que faz a nota
diminuir, já que o CEPAE é uma escola em que os professores atribuem nota através da
participação, e se não tem participação, não tem nota.
através da leitura de diversos autores, percebi que é necessário inúmeras coisas para obter
sucesso na prática educativa. O estágio curricular é uma passagem, quando as perguntas e
dificuldades básicas começam a ser superadas após algumas discussões, registros e relatórios,
a carga horária prevista para o estágio chega ao seu fim, antes mesmo que encontremos todas
as respostas para as perguntas iniciais, ingressamos em outros desafios acadêmicos e novas
perguntas e reflexões vão surgindo.
De certa forma estabeleci uma relação de amizade com os alunos, e isso favoreceu
muito minha relação com eles. Penso que conquistei a confiança dos alunos por respeitar suas
diferenças individuais e valorizar suas potencialidades. Mesmo eu estando ali na sala para
observar, fui procurado algumas vezes para me mostrarem suas tarefas e a cada vez que
elogiava suas atividades ou seu bom comportamento, eu ganhava um sorriso deles.
Por fim, finalizo o estágio reafirmando a importância do educador na vida de seus
alunos, pois ele direciona os conhecimentos, propicia experiências e aprendizagens, dessa
forma tem o dever de analisar e reavaliar constantemente sua pratica pedagógica, buscando
sempre alternativas para lidar com os desafios educativos que aparecem ao decorrer do tempo.
Além disso, respeitar as emoções das crianças, respeitando-os como seres completos cria um
vínculo, o que melhora a relação professor-aluno e consequentemente a aprendizagem.
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REFERÊNCIAS
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
DEESE, J. & HULSE, S. H. Reforço e aprendizagem – princípios básicos. 1ª ed. São Paulo: Livraria
Pioneira Editora, 1975., cap. 2