Você está na página 1de 467

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E


JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material de Eduardo B. S. Teixeira.

Última atualização legislativa: EC nº 100, public. 27/6/19 (alteração dos arts. 165 e 166, CF); EC nº 101, public.
4/7/19 (acrescenta o §3º ao art. 42, CF); EC nº 102, public. 26/9/19 (dá nova redação ao §1º, art. 20; altera o art.
165, CF e o art. 107, ADCT); EC nº 103, public. 13/11/19 (dá nova redação a inúmeros dispositivos da CF); EC
nº 104, public. 05/12/19 (alteração da redação dos seguintes dispositivos: art. 21, XIV; art. 32, §4º e art. 144,
VI e §§5º-A e 6º). EC nº 105, public. 13/12/19 (acrescenta o art. 166-A); EC nº 106, public. 8/5/20 (obs.: não
alterou em nada o texto principal da CF, tendo instituído regime extraordinário fiscal, financeiro e de
contratações para enfrentamento de calamidade pública nacional decorrente de pandemia); EC nº 107,
public. 3/7/20 (obs.: não alterou em nada o texto principal da CF/88, tendo adiado, em razão da pandemia da
Covid-19, as eleições municipais de outubro de 2020 e os prazos eleitorais respectivos); EC nº 108, public.
27/8/20 (alterou e introduziu alguns dispositivos ao texto principal da CF/88 e ao ADCT).

Última atualização Jurisprudencial: 05/12/20 –julgados: Sem Info (art. 5º, XII); Info 958 (art. 21, XIV); Info
958 (art. 5º, LVII); Info 940 e Info 959 (art. 5º, XXXVI); Info 960 (art. 109, §2º); Info 961 (art. 102, I, “r”); Info
962 (art. 40, §7º); Info 962 (art. 69); Info 962 (art. 145, II); Info 657 (art. 134); Info 813 e Info 657 (art. 153, §3º,
II); Info 964 (art. 39, §4º); Info 964 (art. 144, §1º); Info 964 (art. 195, §7º); Info 659 (art. 173, §1º, II); Info 659
(art. 5º, XXXIX); Info 659 (art. 109, IV); Info 676 (art. 37, XIX); Info 992 (art. 18); Info 992 (art. 145, II)

Última atualização questões de concurso: 03/01/21.

Observações quanto à compreensão do material:


1) Cores utilizadas:
➢ EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
➢ EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
➢ EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação,
especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe na
CF/88).
➢ EM AMARELO ou EM LARANJA: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas:
➢ MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc).

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir
um ESTADO DEMOCRÁTICO, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na
ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de
Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

(MPMG-2017): O preâmbulo da CR/88 não pode, por si só, servir de parâmetro de controle da
constitucionalidade de uma norma.

(MPMG-2017): O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais
e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional.

(MPMA-2014): Em termos estritamente formais, o Preâmbulo constitui-se em uma espécie de introdução


ao texto constitucional, um resumo dos direitos que permearão a textualização a seguir, apresentando o
processo que resultou na elaboração da Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação.

(MPMA-2014): O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 constitui-se no marco da ruptura


com o regime anterior e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em seguida e
até então não dotados de força normativa constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o

1
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça.

(MPMA-2014): Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâmbulo se configura como um elemento
que serve de manifesto à continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conectar os valores do passado
- a situação de início que motivou a colocação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a
exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se aspira a chegar.

(MPMA-2014): O voto emanado pelo então Min. Ayres Brito, à época presidente do STF, que acompanhou
o proferido pelo relator Min. Ricardo Lewandowski, considerou improcedente a ADPF 186, reafirmou a
validade das chamadas ações afirmativas sustentando que as políticas públicas de justiça compensatória,
restaurativas, afirmativas ou reparadoras de desvantagens históricas são um instituto jurídico
constitucional, e enfatizou ainda a distinção entre cotas sociais e raciais como uma construção dogmática
feita a partir do Preâmbulo da Constituição da República que fala em assegurar o bem estar e na promoção
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.

(AGU-2013-CESPE): A jurisprudência do STF considera que o preâmbulo da CF não tem valor normativo.
Desprovido de força cogente, ele não é considerado parâmetro para declarar a constitucionalidade ou a
inconstitucionalidade normativa.

(MPCE-2011-FCC): A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República


vigente, não tem força normativa.

##Atenção: ##STF: ##MPF-2012: Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da
proteção de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo
força normativa. III. - Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. STF. Plenário. ADI 2076,
Rel. Min. Carlos Velloso, j. 15/08/02.

(MPGO-2010): Para o STF o preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição
ideológica do constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero
vetor interpretativo das normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de
constitucionalidade.

(TJMG-2007): Em razão das tendências atuais do Direito Administrativo brasileiro, muito se tem discutido
quanto à influência do teor do Preâmbulo da Constituição no controle dos atos da Administração.
Considerando o teor do Preâmbulo da Constituição, é CORRETO afirmar: o Preâmbulo da Constituição
de l988 influi no controle de legalidade do ato da Administração.

##Atenção: ##TJMG-2006: ##AGU-2007: ##TCE-2011: ##Anal. Judic./STF-2013: ##CESPE: É certo que a


jurisprudência do STF inclina-se à teoria da irrelevância jurídica do preâmbulo. Porém, isso pode ser
verificado em um acórdão em que entendeu que as normas do preâmbulo da CF não são de reprodução
obrigatória pelos Estados-membros em suas Constituições estaduais, por não se tratarem de NORMAS
CENTRAIS da Constituição. Eis o entendimento (ADI 2076/AC). No entanto, em que pese o preâmbulo
não se tratar de norma central da Constituição, ele não é totalmente destituído de valor (caso contrário,
nem precisaria existir). Ele serve de elemento de interpretação e integração. Nas palavras de Alexandre de
Moraes ("Direito Constitucional", 26º ed., pág. 20): "Apesar de não fazer parte do texto constitucional
propriamente dito e, consequentemente, não conter normas constitucionais e valor jurídico autônomo,
o preâmbulo não é juridicamente irrelevante, uma vez que deve ser observado como elemento de
interpretação e integração dos diversos artigos que lhe seguem." Portanto, é correto afirmar que o
preâmbulo pode influir no controle de legalidade do ato administrativo.

TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, FORMADA pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, CONSTITUI-SE em ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO e TEM
como FUNDAMENTOS: [DICA MNEMÔNICA: “SO-CI-DI-VA-PLU”] (TJDFT-2007) (TJAP-2009) (MPCE-
2009) (MPDFT-2009) (MPRN-2009) (TJSC-2010) (MPSP-2005/2006/2011) (TJSC-2013) (MPMT-2014)
(Cartórios/TJRS-2015)

2
(TRF4-2010): Assinale a alternativa correta: Como República, o Brasil conta com o exercício do poder
político em caráter eletivo, transitório e com responsabilidade. BL: art. 1º, caput, CF.

##Atenção: Marcelo Novelino explica que “a república se caracteriza pelo caráter representativo dos
governantes, inclusive do Chefe de Estado (representatividade), pela necessidade de alternância no poder
(temporariedade) e pela responsabilização política, civil e penal de seus detentores (responsabilidade). A
forma republicana de governo possibilita a participação dos cidadãos, direta ou indiretamente, no governo e
na administração pública, sendo irrelevante a ascendência do indivíduo para fins de titularidade e exercício
de funções públicas.” (Fonte: Manual de Direito Constitucional, 14ª Ed. 2019, p. 285).

(TJMS-2008-FGV): Como corolário do princípio federativo (art. 1º, caput, da CF), a União, os Estados-
membros, o Distrito Federal e os Municípios, no Brasil, são autônomos e possuidores da tríplice capacidade
de auto-organização e normatização própria, autogoverno e autoadministração. BL: art. 1º, caput, CF.

I - a SOberania; (MPDFT-2004/2009) (TJMS-2010) (TJAP-2014) (MPMG-2010/2019)

(TCM/BA-2018-CESPE): O princípio fundamental da Constituição que consiste em fundamento da


República Federativa do Brasil, de eficácia plena, e que não alcança seus entes internos é a soberania. BL:
art. 1º, I, CF/88.

##Atenção: ##MPDFT-2009: A soberania, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil (CF,


Art. 1°, I), constitui um dos atributos do Estado, na medida que este não existe sem a soberania. Vale dizer
que não existe Estado que não seja soberano. Todos os entes federados (entes internos) são dotados,
apenas, de autonomia. Não há que se falar em soberania de um ente federado sobre outro, tampouco de
subordinação entre eles. Todos são autônomos nos termos estabelecidos na Constituição Federal. Só se
pode falar em soberania do todo, da República Federativa do Brasil, frente a outros Estados soberanos.
Assim, os Estados-membros, dentro das competências próprias fixadas pela Constituição Federal, são tão
autônomos quanto à União (MAIA, 2007, p. 72). A soberania diz respeito ao caráter supremo de um poder,
que não admite qualquer outro acima ou em concorrência com ele. A autonomia, por sua vez, pressupõe
a tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração. Tendo em o que foi
exposto, a soberania é um fundamento que não alcança os entes internos. Ela constitui um dos atributos
do Estado e não se confunde com autonomia.

(MPAM-2007-CESPE): A soberania do Estado, no plano interno, traduz-se no monopólio da edição do


direito positivo pelo Estado e no monopólio da coação física legítima, para impor a efetividade das suas
regulações e dos seus comandos. BL: art. 1º, I, CF.

##Atenção: O conceito trazido é de Canotilho.

II - a CIdadania; (MPCE-2009) (TJMS-2010) (MPMT-2014) (MPMG-2010/2019)

III - a DIgnidade da pessoa humana; (TRF4-2009) (TJMS-2010) (PGEPA-2012) (PCRS-2018) (TJSP-


2018) (TJRO-2019)

(MPSP-2011): O princípio da dignidade da pessoa humana está previsto constitucionalmente como um


dos fundamentos da República e constitui um núcleo essencial de irradiação dos direitos humanos,
devendo ser levado em conta em todas as áreas na atuação do Ministério Público. BL: art. 1º, III, CF.

IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (TJMS-2010) (MPMG-2010) (PGEPA-2012)


(MPMS-2018) (MPSC-2019)

V - o PLUralismo político. (TJMS-2010) (PGEPA-2012) (MPMT-2014) (Cartórios/TJAM-2018)


(MPMG-2010/2019)

(MPMS-2018): A República Federativa do Brasil constitui Estado Democrático de Direito e tem como
fundamento, entre outros, o pluralismo político. BL: art. 1º, V, CF.

Parágrafo único. Todo o poder EMANA do povo, que O EXERCE por meio de REPRESENTANTES
ELEITOS ou DIRETAMENTE, nos termos desta Constituição. (TJAP-2008) (TJMS-2008/2010) (TJRS-2018)
3
(TJMG-2018-Consulplan): O princípio democrático é postulado do regime político e o princípio
republicano é postulado da forma de governo. BL: art. 1º e § único, CF.

##Atenção: O princípio democrático é definidor do regime político adotado pelo Estado brasileiro (art. 1º,
caput e parágrafo único), ao passo que o princípio republicano é definidor da forma de governo (art. 1º,
caput).

(TJGO-2012-FCC): Antiga linha de pensadores políticos, que inclui, por exemplo Aristóteles e
Montesquieu, converge para uma determinada forma de governo, concebida como apta a impedir a sua
própria degeneração, e que pode ser descrita como politeia ou governo misto, em que elementos de
diferentes formas de governo se combinam. Sustenta-se que esse modelo foi adotado na Grécia antiga.

(MPRO-2008-CESPE): Julgue o item subsequente, relativo aos princípios fundamentais e à relação entre
indivíduo, sociedade e Estado: O princípio republicano traduz uma forma de governo na qual, em
igualdade de condições ou sem distinções de qualquer natureza, a investidura no poder e o acesso aos
cargos públicos em geral - do chefe de Estado ao mais humilde dos servidores - são franqueados a todos
os indivíduos que preencham tão-somente as condições de capacidade estabelecidas na própria CF ou em
conformidade com ela. BL: art. 1º e § único c/c art. 14 c/c art. 37, II, CF.

(TJMS-2008-FGV): O princípio da indissolubilidade do vínculo federativo no Estado Federal Brasileiro


(art. 60, §4º, I, CF) tem como finalidades básicas a unidade nacional e a necessidade descentralizadora.

Art. 2º SÃO PODERES DA UNIÃO, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário. (TRF1-2009) (TJBA-2012) (TJMT-2014)

##Atenção: ##STF: ##Anal. Legisl.Câm. Deputados-2014: ##CESPE: O STF já firmou a orientação de que é
possível a imposição de multa diária contra o poder público quando esse descumprir obrigação a ele
imposta por força de decisão judicial. Não há falar em ofensa ao princípio da separação dos Poderes
quando o Poder Judiciário desempenha regularmente a função jurisdicional. STF. 1ª T., AI 732.188-AgR,
Rel. Min. Dias Toffoli, j. 12-6-12. No mesmo sentido: STF. 2ª T., ARE 639.337-AgR, rel. min. Celso de Mello,
j. 23-8-11.

##Atenção: A Administração pública adota medidas assecuratórias de direitos constitucionalmente


reconhecidos como essenciais, sem que isso configure violação do princípio da separação dos poderes,
inserto no art. 2º da Constituição Federal.

##Atenção: ##STF: ##TRF1-2009: ##CESPE: (...) A iniciativa legislativa, no que respeita à criação de
conta única de depósitos judiciais e extrajudiciais, cabe ao Poder Judiciário. A deflagração do processo
legislativo pelo Chefe do Poder Executivo consubstancia afronta ao texto da CF/1988 [art. 61, § 1º].
Cumpre ao Poder Judiciário a administração e os rendimentos referentes à conta única de depósitos
judiciais e extrajudiciais. Atribuir ao Poder Executivo essas funções viola o disposto no art. 2º da
CF/1988, que afirma a interdependência --- independência e harmonia --- entre o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário. (...). STF. Plenário. ADI 3458, Rel. Min. Eros Grau, j. 21/02/08.

##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: Norma que subordina convênios, acordos, contratos e atos de
Secretários de Estado à aprovação da Assembleia Legislativa: inconstitucionalidade, porque ofensiva
ao princípio da independência e harmonia dos poderes. C.F., art. 2º. Inconstitucionalidade dos incisos
XX e XXXI do art. 99 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. ADI julgada procedente. STF. Plenário.
ADI 676, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 01/07/1996.

##Atenção: ##STF: ##Anal. Legisl.Câm. Deputados-2014: ##CESPE: O STF já firmou a orientação de que é
possível a imposição de multa diária contra o poder público quando esse descumprir obrigação a ele
imposta por força de decisão judicial. Não há falar em ofensa ao princípio da separação dos Poderes
quando o Poder Judiciário desempenha regularmente a função jurisdicional. STF. 1ª T., AI 732.188-AgR,
Rel. Min. Dias Toffoli, j. 12-6-12. No mesmo sentido: STF. 2ª T., ARE 639.337-AgR, rel. min. Celso de Mello,
j. 23-8-11.

##Atenção: A Administração pública adota medidas assecuratórias de direitos constitucionalmente


reconhecidos como essenciais, sem que isso configure violação do princípio da separação dos poderes,
inserto no art. 2º da Constituição Federal.

4
##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: Norma que subordina convênios, acordos, contratos e atos de
Secretários de Estado à aprovação da Assembleia Legislativa: inconstitucionalidade, porque ofensiva
ao princípio da independência e harmonia dos poderes. C.F., art. 2º. Inconstitucionalidade dos incisos
XX e XXXI do art. 99 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. ADI julgada procedente. STF. Plenário.
ADI 676, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 01/07/1996.

(TRF1-2009-CESPE): Considerando o controle administrativo, assinale a opção correta: Os casos de


controle legislativo sobre o Poder Executivo devem constar expressamente da CF, pois consagram exceções
ao princípio da separação de poderes, não se admitindo, assim, a sua ampliação por meio da legislação
infraconstitucional. BL: art. 2º, CF.

##Atenção: Em se tratando de controle externo, isto é, aquele que é exercido por um Poder da República
sobre atos de outro Poder, é preciso que haja expressa previsão constitucional. Isto porque, se a regra geral
consiste na independência e separação de poderes (art. 2º, CF), as exceções - que correspondem às hipóteses
de controle externo - também devem estar contempladas no texto da Lei Maior. Violaria a hierarquia das
normas, em suma, admitir que legislação infraconstitucional pudesse criar exceções não previstas na
Constituição. Nesse sentido, é a lição de Maria Sylvia Z. Di Pietro: “Os casos de controle parlamentar sobre o
Poder Executivo devem constar expressamente da Constituição Federal, pois consagram verdadeiras exceções ao
princípio constitucional da separação de poderes (art. 2.º da CRFB), não se admitindo, destarte, a sua ampliação por
meio da legislação infraconstitucional” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 22. ed. São
Paulo: Atlas, 2009. p. 739).

(TJSP-2008-VUNESP): Como decorrência do princípio da independência e harmonia dos Poderes, cada


um dos Poderes pode organizar livremente seus serviços, observando apenas os preceitos constitucionais
e legais. BL: art. 2°, CF.
(DPESP-2006-FCC): A teoria dos checks and balances prevê que a cada função foi dado o poder para exercer
um grau de controle direto sobre as outras, mediante a autorização para o exercício de uma parte, embora
limitada, das outras funções. BL: art. 2°, CF.
##Atenção: A CF/88 adotou o modelo de separação de poderes com base no sistema de freios e contrapeso.
Portanto, ao mesmo tempo que são independentes, os poderes também relacionam-se e fiscalizam um ao
outro, havendo esferas de interferência.

Art. 3º CONSTITUEM OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da República Federativa do Brasil: [Dica


Mnemônica: “CO-GA-ERRA-PRO”] (TJSC-2010) (TJMS-2010) (MPSP-2005/2011) (TJBA-2012) (TJSC-2013)
(TJMG-2014) (Cartórios/TJRS-2015) (PCRS-2018)

I - COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária; (DPECE-2008) (MPSC-2019)

II - GArantir o desenvolvimento nacional; (MPMT-2014) (MPSC-2019) (Cartórios/TJPR-2019)

III - ERRAdicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; (TJAL-


2008) (MPF-2017) (Cartórios/TJMG-2017)

IV - PROmover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação. (DPESP-2006)

Art. 4º A República Federativa do Brasil REGE-SE nas suas relações internacionais pelos
SEGUINTES PRINCÍPIOS: (TJMS-2010) (MPSP-2011) (TJBA-2012) (TJSC-2010/2013) (Cartórios/TJRS-
2015) (Cartórios/TJPR-2019)

I - independência nacional; (TRF5-2009) (MPMT-2012)

II - prevalência dos direitos humanos; (MPF-2005) (MPMT-2012) (PCRS-2018)

(MPRO-2010-CESPE): Assinale a opção correta acerca do surgimento e da consolidação dos direitos


humanos nos planos internacional e interno: Devido a comando expresso da CF, o Brasil rege-se, em suas
relações internacionais, entre outros, pelo princípio da prevalência dos direitos humanos. BL: art. 4º, II,
CF.

III - autodeterminação dos povos; (DPEMS-2008) (TRF5-2009) (MPSC-2013)

5
IV - não-intervenção; (DPEMS-2008) (TRF5-2009) (MPSC-2013) (MPF-2017)

V - igualdade entre os Estados; (DPEMS-2008)

(TRF5-2009-CESPE): A CF deu especial destaque ao direito internacional público, ao dispor a respeito dos
princípios que devem nortear as relações internacionais brasileiras. Supondo que um país vizinho da
América do Sul decretasse a prisão de um ex-presidente ditador, após o devido processo legal, e os EUA
diplomaticamente condenassem essa decisão por simpatizarem com o ex-dirigente, o Brasil deveria
respeitar a decisão do país sul-americano, tendo em vista o princípio da independência nacional e da
igualdade entre os Estados. BL: art. 4º, I, IV e V, CF.

VI - defesa da paz; (DPEMS-2008) (MPSC-2013)

VII - solução pacífica dos conflitos; (DPEMS-2008)

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; (DPEMS-2008) (MPSC-2013)

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político. (DPEMS-2008) (TRF5-2009) (MPRO-2010) (MPSC-2013) (MPMT-2014)

(MPSC-2014): A concessão de asilo político é um dos princípios que regem a República Federativa do
Brasil nas suas relações internacionais. BL: art. 4º, X, CF.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil BUSCARÁ a INTEGRAÇÃO econômica, política,


social e cultural dos povos da América Latina, VISANDO à formação de uma comunidade latino-
americana de nações. (DPU-2007) (DPEMS-2008) (TJMS-2010) (TJBA-2012) (TJSC-2013) (Cartórios/TJPR-
2019)

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

(Anal. Judic./STJ-2008-CESPE): Os direitos e garantias fundamentais são considerados elementos


limitativos das constituições.

##Atenção: Elementos limitativos manifestam-se nas normas que compõem o elenco dos direitos e
garantias fundamentais (direitos individuais e suas garantias, direitos e nacionalidade e direitos
políticos democráticos) limitando os poderes do Estado, como forma de evitar abuso de poder.

(TJPR-2008): Os direitos fundamentais não são absolutos. Isso posto, a manifestação do pensamento, a
criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo poderão sofrer restrições em
face das disposições da CF/1988. BL: art. 5º, IV e XXIX da CF.

##Atenção: ##TJPR-2008: ##MPDFT-2009: ##TJDFT-2016: ##CESPE: A Relatividade ou Limitabilidade,


como uma das características dos Direitos Fundamentais, entende-se que não existem direitos absolutos,
pois, por mais importante que eles sejam, todos encontram limites em outros direitos ou interesses
coletivos, também consagrados na Constituição. Logo, a tese da existência de direitos absolutos,
portanto, é incompatível com a ideia de que todos os direitos são passíveis de restrições impostas por
interesses coletivos ou por outros também consagrados na CF/88. A relatividade é uma característica
que todo direito fundamental possui para permitir a convivência das liberdades públicas. A colisão de
direitos pressupõe a cedência recíproca entre eles.

6
##Atenção: ##MPDFT-2009: Por terem fundamento na dignidade da pessoa humana e serem desprovidas,
em sua maioria, de conteúdo econômico-patrimonial, parte da doutrina considera os direitos fundamentais
imprescritíveis, inegociáveis, indisponíveis e irrenunciáveis.

(TJDFT-2007): A respeito dos direitos fundamentais, assinale a alternativa correta: os direitos


fundamentais, enumerados no Título II da Constituição, compõem um sistema aberto.

Art. 5º Todos SÃO IGUAIS PERANTE A LEI, sem distinção de qualquer natureza, GARANTINDO-
SE aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a INVIOLABILIDADE DO DIREITO à Vida, à
Liberdade, à Igualdade, à Segurança e à Propriedade, nos termos seguintes: (DICA MNEMÔNICA:
“VILPS”) (TJBA-2012) (TJSC-2013) (TJDFT-2007/2015) (TJSP-2015) (TJRO-2019) (MPPR-2019) (PGM-
Curitiba/PR-2019)

(TJDFT-2016-CESPE): Em atenção aos direitos e garantias fundamentais da Constituição brasileira,


assinale a opção correta: Há direitos fundamentais cuja titularidade é reservada aos estrangeiros. BL: art.
5º, caput, CF.

##Atenção: De fato, há direitos fundamentais reservados aos estrangeiros. É o caso, por exemplo, do art.
5º, LII da CF, que proíbe a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião, vejamos: “LII - não
será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião”. Outro direito fundamental titularizado
exclusivamente por estrangeiros apontado pela doutrina é o direito de asilo político (art. 4º, X, CF).

##Atenção: ##TJDFT-2015: ##CESPE: ##TJRO-2019: ##VUNESP: Apesar do caput do art. 5º enunciar


direitos apenas a brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, a doutrina e o STF os estendem também
para estrangeiros em trânsito e pessoas jurídicas (HC 94.016/2008).

(TJPA-2014-VUNESP): O texto constitucional, em seu art. 5.º, caput, prevê expressamente valores ou
direitos fundamentais ao ditar literalmente que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. BL: art. 5º, caput, CF.

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

(TJMG-2012-VUNESP): De acordo com o STF, não ofende o princípio da igualdade a limitação de idade
para a inscrição em concurso público, desde que se leve em conta a natureza das atribuições do cargo a
ser preenchido. BL: Súmula 683, STF.

(TJMG-2012-VUNESP): O princípio da isonomia reveste-se de autoaplicabilidade e não é suscetível de


regulamentação ou complementação normativa, pois se traduz em norma de eficácia plena. BL: art. 5º, I
e §1º, CF.

II - ninguém SERÁ OBRIGADO a fazer ou deixar de fazer alguma coisa SENÃO em virtude de lei;
(TJDFT-2008) (MPRO-2008) (AGU-2009) (MPSC-2012) (MPRS-2014) (TJSP-2018) (TJRO-2019)

(TJSP-2018-VUNESP): O princípio da legalidade, já incorporado ao direito pátrio pelas Cartas anteriores,


foi mantido pelo artigo 5° , II, da atual Constituição. Sobre o tema, é possível afirmar que o conceito de
legalidade não corresponde exclusivamente à lei em sentido formal, mas abrange também os preceitos
normativos da própria Constituição e aqueles editados com base nela, como as emendas constitucionais,
as leis complementares, as leis delegadas e as medidas provisórias. BL: art. 5º, II e art. 59 da CF.

##Atenção: ##TJDFT-2008: ##MPDFT-2009: ##AGU-2009: ##CESPE: ##MPRS-2014: O princípio da


legalidade possui uma abrangência mais ampla que o princípio da reserva legal. Enquanto o princípio
da legalidade consiste na submissão a todas as espécies normativas elaboradas em conformidade com o
processo legislativo constitucional (leis em sentido amplo), o princípio da reserva legal incide apenas
sobre campos materiais específicos, submetidos exclusivamente ao tratamento do Poder Legislativo
(leis em sentido estrito). Quando a exige a regulamentação integral de sua norma por lei em sentido
formal (ato emanado do Poder Legislativo e elaborado de acordo com o devido processo legislativo),
trata-se de reserva legal absoluta; se, apesar de exigir a edição desta espécie de lei, permite que ela
apenas fixe os parâmetros de atuação a serem complementados por ato infralegal (por óbvio, respeitados

7
os limites estabelecidos pela legislação), trata-se de reserva legal relativa. Portanto, conclui-se a reserva
legal possui abrangência menor que o princípio da legalidade. Isso porque a reserva legal apenas exige
que haja lei exigindo determinados comportamentos, enquanto a legalidade orienta a criação de
princípios e regras que irão embasar todo o ordenamento jurídico.

(Assist. Téc./UFPB-2017-CPCON): O princípio da legalidade, em síntese, afirma que só é permitido ao


Estado fazer determinações aos indivíduos se houver alguma norma jurídica anterior ao fato que possa
espelhar essa ordem estatal. Assim, caso um agente do Estado queira impor mandamentos ao indivíduo
sem esse amparo normativo, o ato será considerado ilegal, já que a regra é a plena liberdade individual
(livre iniciativa), só limitada ou retirada se houver norma prescrevendo um fazer ou deixar de fazer algo
pelo Estado.

##Atenção: Para Hely Lopes Meirelles, “na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal.
Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só
é permitido fazer o que a lei autoriza”.

(MPDFT-2009): Sobre direitos fundamentais, julgue o seguinte item: O princípio da legalidade significa
dizer que ninguém será obrigado a fazer, ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei. BL: art. 5º, II,
CF.

III - ninguém SERÁ SUBMETIDO a tortura NEM a tratamento desumano ou degradante; (MPSP-
2008) (TJBA-2019) (TJRO-2019)

(TJPR-2012-UFPR): A norma do art. 5º, III da CF/88 segundo a qual “ninguém será submetido a tortura
nem a tratamento desumano ou degradante”, é dotada de eficácia plena. BL: art. 5º, III, CF.

##Atenção: Além disso, é dotada de aplicabilidade direta, imediata e integral, pois não necessita de lei
infraconstitucional para torná-la aplicável e nem admite lei infraconstitucional que lhe restrinja o
conteúdo.

##Atenção: ##TJBA-2019: ##CESPE: No caso brasileiro, de acordo com o que dispõe o art. 5º, III, da
CF/1988, a tortura, assim como todo e qualquer tratamento desumano e degradante, encontra-se vedada
por norma de direito fundamental específica, com estrutura de regra, pois se trata de norma proibitiva de
determinada conduta.1

IV - É LIVRE a manifestação do pensamento, SENDO VEDADO o anonimato; (MPSP-2010) (MPF-


2011/2012) (DPEDF-2019)

(Téc./MPU-2018-CESPE): A liberdade de pensamento é exercida com ônus para o manifestante, que


deverá se identificar e assumir a autoria daquilo que ele expressar. BL: art. 5º, IV, CF.

V - É ASSEGURADO o DIREITO DE RESPOSTA, proporcional ao agravo, além da INDENIZAÇÃO


por dano material, moral ou à imagem; (MPPR-2008) (MPSP-2010) (DPEDF-2019)

(MPF-2011): O direito de resposta, além de tutelar os direitos da personalidade, também configura


instrumento para a promoção do pluralismo interno dos meios de comunicação social, na medida em que
confere ao público a possibilidade de acesso a posições divergentes sobre tema de interesse social. BL: art.
5º, V, CF.

VI - É INVIOLÁVEL a LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA e DE CRENÇA, SENDO ASSEGURADO


o livre exercício DOS CULTOS RELIGIOSOS e GARANTIDA, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias; (MPPB-2010) (MPF-2011/2013)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPGO-2019: É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de
resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz
africana. STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, j.
28/3/19 (Info 935).

1
Fonte: https://www.conjur.com.br/2015-ago-21/direitos-fundamentais-veto-tortura-ilustra-funcao-dignidade-clausula-barreira
8
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: O princípio da laicidade significa dizer que o Estado
brasileiro é laico (secular ou não-confessional), ou seja, não existe nele uma religião oficial (art. 19, I, da
CF/88). Assim, por força deste princípio, o Estado não pode estar associado a nenhuma religião, nem sob a
forma de proteção, nem de perseguição. Há, portanto, uma separação formal entre Igreja e Estado. O STF
entendeu que, ao contrário do que alegou o MP/RS, a referida lei não viola o princípio da laicidade. A
proteção legal às religiões de matriz africana não representa um privilégio, mas sim um mecanismo de
assegurar a liberdade religiosa, mantida a laicidade do Estado. Desse modo, a lei estadual, na verdade, está
de acordo com o princípio da laicidade. Isso porque a laicidade do Estado proíbe que haja o menosprezo
ou a supressão de rituais, especialmente no caso de religiões minoritárias que poderiam ser subjugadas
pelo Estado.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Além disso, não há violação ao princípio da igualdade: A
CF promete uma sociedade livre de preconceitos, entre os quais, o religioso. A proibição do sacrifício de
animais em seus cultos negaria a própria essência da pluralidade cultural, com a consequente imposição de
determinada visão de mundo. Ao se conferir uma proteção aos cultos de religiões historicamente
estigmatizadas, o legislador não ofende o princípio da igualdade. Ao contrário, materializa esse princípio
diante do preconceito histórico sofrido.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Por fim, não há violação ao art. 225 da CF: O legislador, ao
admitir a prática de imolação (sacrifício), não violou o dever constitucional de amparo aos animais,
estampado no art. 225, § 1º, VII, da CF. Isso porque se deve evitar que a tutela de um valor constitucional
relevante (meio ambiente) aniquile o exercício de um direito fundamental (liberdade de culto), revelando-
se desproporcional impedir todo e qualquer sacrifício religioso quando diariamente a população consome
carnes de várias espécies. Além disso, deve-se reforçar o argumento de que os animais sacrificados nestes
cultos são abatidos de forma rápida, mediante degola, de sorte que a realização dos rituais religiosos com
estes animais não se amolda ao art. 225, § 1º, VII, que proíbe práticas cruéis com animais.

(MPGO-2019): É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite
o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana, conforme entendimento recente do
STF. BL: Info 935, STF.

(MPRS-2014): Considere a seguinte afirmação sobre Direitos Fundamentais: A liberdade de crença


apresenta-se na Constituição Federal como direito individual sem reserva legal expressa, ao passo que a
proteção aos locais de culto e as suas liturgias submete-se ao regime da reserva legal simples. BL: art. 5º,
II e VI, CF.

##Atenção: Inicialmente, sobre o princípio da legalidade, ver comentário no inciso II do art. 5º da CF.
Agora, vejamos o teor do inciso VI do art. 5º: “Art. 5º. (...) VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença
[não há reserva legal expressa], sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da
lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias [há reserva legal expressa]; (...)”

(Agente Penitenc./ES-2009-CESPE): Acerca dos direitos fundamentais, julgue o item a seguir. O Brasil, por
ser um país laico, não tem religião oficial, sendo assegurada constitucionalmente a inviolabilidade da
liberdade de consciência e de crença, bem como o livre exercício dos cultos religiosos. BL: art. 5º, VII, c/c
art. 19, I, CF.

VII - É ASSEGURADA, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva; (TJPA-2012)

VIII - ninguém SERÁ PRIVADO de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
ou política, SALVO SE as invocar para EXIMIR-SE de obrigação legal a todos imposta e RECUSAR-SE a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei; (TJDFT-2008) (MPPB-2010) (TJSC-2013) (MPSC-2019)

##Atenção: O direito de escusa de consciência não se restringe ao serviço militar obrigatório, quando se
trata de crença religiosa, convicção filosófica ou religiosa, pois ele pode atingir, por exemplo, indivíduos
que não aceitam trabalhar ou realizar prova aos sábados.

(MPBA-2018): O brasileiro que se recusa a cumprir prestação alternativa legalmente estabelecida, após ter
invocado convicção política para eximir-se de obrigação legal a todos imposta, poderá, em razão dessa
conduta, ser privado de direitos. BL: art. 5º, VIII, CF.

9
##Atenção: A pessoa tem direito a não cumprir a obrigação imposta por motivos de consciência sem que
isso a prive de direitos. Entretanto, ela há de cumprir a obrigação alternativa, caso contrário, poderá sim
ser privada de direitos.

IX - É LIVRE a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


INDEPENDENTEMENTE de CENSURA ou LICENÇA; (MPSP-2006) (MPF-2011) (TJSC-2013) (TJPE-2015)
(TJDFT-2015) (TJBA-2019)

X - SÃO INVIOLÁVEIS a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


ASSEGURADO o DIREITO A INDENIZAÇÃO pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
(MPRO-2008) (MPGO-2010) (MPF-2005/2011) (MPRS-2014)

XI - a casa É ASILO INVIOLÁVEL DO INDIVÍDUO, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, SALVO em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial; (MPF-2005) (TJAL-2008) (MPPR-2008) (TRF1-2009) (TRF5-2009)
(MPRO-2008/2010) (TJPA-2012) (TJMG-2012) (MPRS-2012) (MPSC-2013) (TJDFT-2015) (TJPR-2017) (TJRS-
2018) (TJCE-2018) (TJAC-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJPA-2019: ##TJPR-2019: ##TJSC-2019: ##CESPE: A entrada forçada em


domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas
razões, devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de
flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e
de nulidade dos atos praticados. STF. Plenário. RE 603616/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 4 e 5/11/15
(repercussão geral) (Info 806).

##Atenção: Em outras palavras:

- por determinação judicial: apenas durante o dia;

- em caso de flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro: durante o dia ou à noite, não
necessitando de determinação judicial.

- com o consentimento do morador: em qualquer horário.

##Atenção: Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro, não se faz necessário que haja
autorização judicial, ou que seja durante o dia.

##Atenção: ##MPDFT-2009: ##TJDFT-2016: ##CESPE: O art. 5º, XII da CF/88 consagra uma reserva legal
ou restrição legal QUALIFICADA quando a CF não se limita a exigir que eventual restrição ao âmbito
de proteção de determinado direito seja prevista em lei, estabelecendo, também, as condições especiais,
os fins a serem perseguidos ou os meios a serem utilizados (Lei 9.296/96 – regulamenta a interceptação
telefônica).

(Anal. Jurídic./DPEAM-2018-FCC): Em certa pequena propriedade rural reside família que cultiva
produtos agrícolas no mesmo local, tendo o imóvel sido dado em garantia de empréstimo contraído para
custear o combate a pragas existentes na plantação. Não sendo liquidado o pagamento da dívida no prazo
convencionado, o credor promoveu a respectiva cobrança judicial, motivo pelo qual foi expedido mandado
judicial de penhora do referido imóvel. Ao cumprir o mandado de penhora, o oficial de justiça foi
impedido pela família, tanto durante o dia, quanto durante a noite, de ingressar no imóvel. De acordo com
a Constituição Federal, ao determinar a penhora da referida propriedade rural na situação narrada, o juiz
agiu incorretamente, não podendo o oficial de justiça, ademais, ingressar no imóvel durante a noite, sem
o consentimento do morador, para cumprimento de determinação judicial. BL: art. 5º, XI da CF/88.

(Anal. Judic./TRF5-2017-FCC): Fernando passou mal de manhã em sua residência e, como estava sozinho,
tentou sair para buscar ajuda, mas não conseguiu nem abrir o portão de casa. Fernando teve tempo apenas
de pedir auxílio ao seu vizinho, Paulo, desmaiando logo em seguida, ali mesmo no jardim. Paulo,
desesperado, rapidamente telefonou ao Corpo de Bombeiros. Nessa situação, à luz da Constituição
Federal, os bombeiros estarão autorizados a adentrar no imóvel de Fernando, assim que chegarem, já que

10
para a prestação de socorro pode-se penetrar na casa do morador, sem o seu consentimento, a qualquer
hora. BL: art. 5º, XI da CF/88.

(TJDFT-2008): Em caso de desastre, ou para prestar socorro, autoriza-se a entrada na casa, seja de dia ou
de noite, tenha-se ou não anuência do morador ou autorização judicial. BL: art. 5º, XI da CF/88.

(TJDFT-2008): Em caso de flagrante delito, igualmente, autoriza-se o ingresso na casa, de dia ou de noite,
independentemente de quem quer que seja. BL: art. 5º, XI da CF/88.

(TJDFT-2008): No período diurno, por determinação judicial, excepciona-se também a inviolabilidade


domiciliar. Nesta hipótese, estamos diante da denominada reserva de jurisdição, ou seja, situações em que
se faz indispensável a atuação do Poder Judiciário, autorizando determinada conduta, sem a qual seria a
mesma considerada ilícita. BL: art. 5º, XI da CF/88.

(TJDFT-2007): Em tema de direitos fundamentais, é correto afirmar que o direito à inviolabilidade de


domicílio repele a ação estatal e de particulares e tem como titulares pessoas físicas e jurídicas. BL: art. 5º,
XI, CF/88.

XII - É INVIOLÁVEL o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, SALVO, no último caso, POR ORDEM JUDICIAL, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer PARA FINS de investigação criminal ou instrução processual penal; (MPF-2005)
(DPU-2007) (MPRO-2008) (DPEMS-2008) (MPMG-2010) (MPGO-2010) (MPPB-2010) (TJPE-2011) (TJMS-
2012) (TJPA-2012) (TJRJ-2011/2013) (TJDFT-2014) (TJPR-2017) (TJAC-2012/2019) (TJSC-2019)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPPI-2019: ##TJBA-2019: O sigilo a que se refere o art. 5º, XII, da CF/88
é em relação à interceptação telefônica ou telemática propriamente dita, ou seja, é da comunicação de
dados, e não dos dados em si mesmos. Desta forma, a obtenção do conteúdo de conversas e mensagens
armazenadas em aparelho de telefone celular ou smartphones não se subordina aos ditames da Lei n.
9.296/96. Contudo, os dados armazenados nos aparelhos celulares decorrentes de envio ou recebimento de
dados via mensagens SMS, programas ou aplicativos de troca de mensagens (dentre eles o "WhatsApp"),
ou mesmo por correio eletrônico, dizem respeito à intimidade e à vida privada do indivíduo, sendo,
portanto, invioláveis, no termos do art. 5°, X, da CF/88. Assim, somente podem ser acessados e utilizados
mediante prévia autorização judicial, nos termos do art. 3° da Lei n. 9.472/97 e do art. 7° da Lei n.
12.965/14. A jurisprudência das duas Turmas da Terceira Seção STJ firmou-se no sentido de ser ilícita a
prova obtida diretamente dos dados constantes de aparelho celular, decorrentes de mensagens de textos
SMS, conversas por meio de programa ou aplicativos ("WhatsApp"), mensagens enviadas ou recebidas por
meio de correio eletrônico, obtidos diretamente pela polícia no momento do flagrante, sem prévia
autorização judicial para análise dos dados armazenados no telefone móvel. No caso, se o telefone celular
foi apreendido em busca e apreensão determinada por decisão judicial, não há óbice para que a
autoridade policial acesse o conteúdo armazenado no aparelho, inclusive as conversas do Whatsapp. Para
a análise e a utilização desses dados armazenados no celular não é necessária nova autorização judicial. A
ordem de busca e apreensão determinada já é suficiente para permitir o acesso aos dados dos aparelhos
celulares apreendidos. STJ. 5ª T. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix Fischer, j. 03/10/2017.
(MPPI-2019-CESPE): Com relação à licitude do procedimento de busca e apreensão de celular por autoridade
policial, assinale a opção correta: É lícito o acesso aos dados armazenados em celular apreendido após
determinação judicial de busca e apreensão, mesmo que a decisão não tenha expressamente previsto tal
medida. BL: RHC 77.232/SC, STJ.

(Téc. Judic./TRT2-2018-FCC): Está em conformidade com os direitos e garantias fundamentais previstos


na Constituição Federal a decisão judicial que autoriza a quebra do sigilo telefônico para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal, sendo incabível decisão judicial para determinar a
mesma providência para fins de instrução processual civil. BL: art. 5º, XII, CF.

(PCMA-2018-CESPE): De acordo com o entendimento do STF, a polícia judiciária não pode, por afrontar
direitos assegurados pela CF, invadir domicílio alheio com o objetivo de apreender, durante o período
diurno e sem ordem judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao poder público. Essa determinação
consagra o princípio da reserva de jurisdição. BL: art. 5º, inciso XI e XII da CF/88.

11
(Anal. Judic./TRT6-2018-FCC): A CF/88 autoriza o pedido de interceptação de comunicações telefônicas,
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de: investigação criminal ou
instrução processual penal. BL: art. 5º, inciso XII, CF.

##Atenção:
➢ Investigação criminal: inquérito policial ou CPI
➢ Instrução processual penal: processo em andamento

(TJDFT-2014-CESPE): A respeito dos direitos e garantias fundamentais, dos direitos sociais e dos direitos
políticos, assinale a opção correta: Embora a CF estabeleça a inviolabilidade do sigilo das comunicações
telefônicas, o juiz poderá, de ofício, determinar a interceptação de comunicação telefônica na investigação
criminal e na instrução processual penal. BL: art. 5º, XII, CF c/c art. 3º, Lei 9296.

##Atenção: O art. 3º da Lei 9.296/96 expressamente permite a decretação de ofício pelo magistrado.
Cumpre lembrar que há doutrinadores que sustentam que a decretação de ofício poderá ocorrer apenas na
fase judicial.

(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): Interceptações telefônicas — comumente chamadas de


grampos — e gravações ambientais realizadas por autoridade policial, sem autorização judicial, ainda que
em situações emergenciais, constituem violações aos princípios estruturantes do estado democrático de
direito e da dignidade da pessoa humana. BL: art. 5º, inciso XII, CF.

XIII - É LIVRE o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, ATENDIDAS as qualificações


profissionais que a lei estabelecer; (DPEAL-2009) (MPSP-2010) (TJSC-2013) (TJAM-2013) (MPF-2013)
(TJPE-2015)

##Atenção: ##STF: ##TJMS-2020: ##FCC: O art. 5º, XIII, parte final, da CF admite a limitação do
exercício dos trabalhos, ofícios ou profissões, desde que materialmente compatível com os demais
preceitos do texto constitucional, em especial o valor social do trabalho (arts. 1º, IV; 6º, caput e inciso XXXII;
170, caput e inciso VIII; 186, III, 191 e 193 da CF) e a liberdade de manifestação artística (art. 5º, IX, da CF).
As limitações ao livre exercício das profissões serão legítimas apenas quando o inadequado exercício de
determinada atividade possa vir a causar danos a terceiros e desde que obedeçam a critérios de
adequação e razoabilidade, o que não ocorre em relação ao exercício da profissão de músico, ausente
qualquer interesse público na sua restrição. A existência de um conselho profissional com competências
para selecionar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de músico, para proceder a registros
profissionais obrigatórios, para expedir carteiras profissionais obrigatórias e para exercer poder de polícia,
aplicando penalidades pelo exercício ilegal da profissão, afronta as garantias da liberdade de profissão e
de expressão artística. (STF. Plenário. ADPF 183, Min. Rel. Alexandre de Moraes, Tribunal Pleno, j.
27/9/19. (Info 960).
(TJMS-2020-FCC): À luz da jurisprudência do STF, em matéria de direitos e garantias fundamentais e
aspectos correlatos, admitem-se limitações por lei ao livre exercício das profissões, sendo consideradas
legítimas quando o inadequado exercício de determinada atividade possa vir a causar danos a terceiros e
desde que obedeçam a critérios de adequação e razoabilidade. BL: art. 5º, XIII, CF e Info 960, STF.

##Atenção: ##STF: Nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de
condições legais para o seu exercício. A regra é a liberdade. Apenas quando houver potencial lesivo na
atividade é que pode ser exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional. A atividade de
músico prescinde de controle. Constitui, ademais, manifestação artística protegida pela garantia da
liberdade de expressão. (STF. Plenário. RE 414426, Min. Rel. Ellen Gracie, j. 01/08/11).

(TCEMG-2018): Considere a seguinte norma da Constituição de 1988: “é livre o exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Com base na classificação das
normas constitucionais segundo sua eficácia, consagrada no Brasil por José Afonso da Silva, a norma
reproduzida é um exemplo de norma de eficácia contida.

(TJGO-2015-FCC): A Lei 8.906/94, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados
do Brasil – OAB, estabelece, em seu art. 8o , inciso IV e § 1o , que, “para inscrição como advogado é
necessário” haver “aprovação em Exame de Ordem”, “regulamentado em provimento do Conselho
Federal da OAB”. A exigência em questão é constitucional, por ser compatível tanto com a exigência de lei
para o estabelecimento de condições para o exercício profissional, como com a finalidade institucional do
exercício da advocacia como função essencial à Justiça. BL: art. 5º, XIII, CF.
12
(TJRS-2012): Em relação ao diploma de jornalismo, decisão do STF considerou que exigi-lo era
desproporcional e violava a liberdade de expressão e informação.

(TJPR-2012-UFPR): O art. 5º, XIII da CF, que assegura a liberdade de “exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, constitui norma de eficácia contida,
passível de ser restringida pelo legislador, como no caso da restrição imposta pela exigência de aprovação
do exame da OAB para o exercício da profissão de advogado.

##Atenção: Além disso, é dotada de aplicabilidade direta, imediata, mas não integral, passível de ser
restringida pelo legislador, como no caso da restrição imposta pela exigência de aprovação do exame da
OAB para o exercício da profissão de advogado.

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional;

(Perito Médico Previdenc./INSS-2010-CESPE): Quando um jornalista denuncia fatos de interesse geral,


como os relacionados às organizações criminosas especializadas no desvio de verbas públicas, está
juridicamente desobrigado de revelar a fonte da qual obteve suas informações. BL: art. 5º, XIV, CF/88.

##Atenção: Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso à informação (desde que
esta não fira outros direitos fundamentais) e resguarda os jornalistas, possibilitando que estes obtenham
informações sem terem que revelar sua fonte. Não há conflito, todavia, com a vedação ao anonimato. Caso
alguém seja lesado pela informação, o jornalista responderá por isso (Noções de D. Constitucional, Nádia
Carolina).

##Atenção: O sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional, é resguardado pela CF (art. 5º,
XIV).

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

(TJMG-2012-VUNESP): A liberdade constitucional de locomoção encontra restrições próprias à sua


manifestação ou mesmo impostas por regulamentações dos poderes públicos. BL: art. 5º, XV, CF.

##Atenção: A liberdade constitucional de locomoção, a exemplo de qualquer direito fundamental, não


tem valor absoluto, de modo que encontra restrições à sua manifestação ou mesmo impostas por
regulamentações dos poderes públicos.

XVI - TODOS PODEM REUNIR-SE PACIFICAMENTE, sem armas, EM LOCAIS ABERTOS AO


PÚBLICO, INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO, DESDE QUE NÃO FRUSTREM outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, SENDO APENAS EXIGIDO PRÉVIO AVISO à
autoridade competente; (DPEMS-2008) (TJPR-2010) (TJCE-2012) (TJSC-2013) (MPBA-2018)

(Cartórios/TJSP-2016-VUNESP): Sobre o direito de reunião previsto no art. 5o, XVI, da CF/88, é correto
afirmar que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. BL: art. 5º, XVI, CF.

RESUMO SOBRE O DIREITO DE REUNIÃO:


1 - É um direito individual e está na CF;
2 - A Reunião deve ser pacífica;
3 - A Reunião não pode ter uso de armas, inclusive as brancas;
4 - A Reunião não precisa da autorização da Administração Pública;
5 - A Reunião precisa de um prévio aviso a Administração Pública;
6 - A Reunião não pode atrapalhar uma outra Reunião, por exemplo: ser no mesmo lugar;
7 - A Reunião tem que ser em um lugar aberto, por exemplo: Avenida Paulista.

(TJPE-2015-FCC): Em relação aos direitos e garantias individuais, revela-se de extrema importância a


problemática atinente aos regimes de tratamento das liberdades. Entre eles, destaca-se o regime preventivo
13
mediante autorização prévia. Nessa modalidade, o exercício do direito de liberdade fica submetido, em
virtude de previsão legal, à condição de haver prévio consentimento por parte da autoridade
administrativa competente. A instituição de tal regime é vedada, segundo a Constituição brasileira, em
relação aos seguintes direitos: liberdade de reunião em locais públicos e liberdade de expressão da
atividade intelectual, artística, científica e de comunicação. BL: art. 5º, IX2 e XVI, CF.

XVII - É PLENA a liberdade de associação para fins lícitos, VEDADA a de caráter paramilitar;
(MPRO-2008) (TJAP-2009) (TJCE-2012) (TJGO-2015) (TJPE-2015) (TJPR-2017) (TCEMG-2018) (DPERS-
2018)

##Atenção: ##MPRO-2008: ##MPDFT-2009: ##TJPR-2017: ##CESPE: Nenhum direito é absoluto. Desse


modo, em que pese a CF/88 tenha estabelecido a plenitude da liberdade de associação (art. 5º, XVII),
determinou que os fins deverão ser lícitos e vedou associação de caráter paramilitar. Logo, não é
incompatível a liberdade de associação com a edição de normas disciplinadoras do seu exercício pelo
Estado.

XVIII - a CRIAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES e, na forma da lei, a DE COOPERATIVAS INDEPENDEM


de autorização, SENDO VEDADA a interferência estatal em seu funcionamento; (MPSP-2006) (MPRO-
2008) (TRT17-2009) (TJCE-2012) (PGEPR-2015) (TCEMG-2018) (TCM/BA-2018) (MPMS-2018)

(DPERS-2018-FCC): A liberdade de associação, em nossa Constituição, compreende o direito de criar


associação, independentemente de autorização. BL: art. 5º, XVIII, CF.

XIX - as associações SÓ PODERÃO ser COMPULSORIAMENTE DISSOLVIDAS ou TER SUAS


ATIVIDADES SUSPENSAS POR DECISÃO JUDICIAL, EXIGINDO-SE, no primeiro caso, O TRÂNSITO
EM JULGADO; (MPSP-2006) (TJRS-2009) (DPESP-2009) (MPRO-2008/2010) (MPSC-2010) (TJCE-2012)
(DPERS-2018) (TCEMG-2018)

(MPBA-2018): A suspensão das atividades de uma entidade associativa somente poderá ocorrer por meio
de decisão judicial, não sendo, no entanto, exigido o trânsito em julgado. BL: art. 5º, XIX, CF.

##Atenção: No caso, o trânsito em julgado só será necessário caso haja dissolução da associação.

(TCM/BA-2018-CESPE): As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial


com trânsito em julgado. BL: art. 5º, XIX, CF.

(DPEAL-2009-CESPE): As associações somente podem ser compulsoriamente dissolvidas por meio de


decisão judicial transitada em julgado, considerando a vedação constitucional de interferência do Estado
em seu funcionamento. BL: art. 5º, XVIII e XIX, CF.

XX - NINGUÉM PODERÁ ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; (TJAM-2016)


(TCEMG-2018)

##Atenção: Não há exceção legal.

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, TÊM LEGITIMIDADE para


representar seus filiados JUDICIAL ou EXTRAJUDICIALMENTE; (MPPE-2008) (MPRO-2008) (MPSC-
2013) (TJDFT-2015) (PGEPR-2015) (TJAM-2016) (MPSP-2017) (TJMT-2018) (TCEMG-2018) (TCM/BA-2018)

XXII - É GARANTIDO o DIREITO DE PROPRIEDADE; (TRF1-2009) (TJPR-2010/2012) (TJAM-2016)


(TJRO-2019)

XXIII - a propriedade ATENDERÁ a SUA FUNÇÃO SOCIAL; (TRF1-2009) (TJPR-2010/2012)


(MPMT-2012) (MPMG-2013) (TJAM-2016) (TJAC-2019) (TJRO-2019)

2Art. 5º. (...) - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença; (...)
14
##Atenção: ##TRF1-2009: ##CESPE: ##TJRO-2019: ##VUNESP: Sobre Constituição e o Meio Ambiente,
é correto afirmar que a propriedade, sob o viés da função social, passa a ter sentido jurídico quando
submetida a valores sociais baseados em uma ordem pública fundada em princípios que preservam o seu
exercício (a propriedade), porém, SEM caráter absoluto.

XXIV - a lei ESTABELECERÁ o procedimento para desapropriação POR NECESSIDADE ou


UTILIDADE PÚBLICA, ou POR INTERESSE SOCIAL, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
RESSALVADOS os casos previstos nesta Constituição; (MPSP-2008) (MPRO-2008) (MPRR-2008) (TJSC-
2009) (TJRS-2009) (TJRJ-2011) (TJPI-2012) (TJMG-2012) (TJCE-2012) (MPRS-2014) (TJAL-2015) (TJDFT-
2015) (MPSC-2016) (TJPA-2019) (TJPR-2019)

##Atenção: ##MPRO-2008: ##MPGO-2010: ##TJPI-2012: ##TJCE-2012: ##TJPA-2019: ##CESPE:


##MPRS-2014: ##MPSC-2016: Pode-se afirmar que está correto, quanto às desapropriações e servidões
administrativas, que a regra geral, de fato, consiste no pagamento de indenização. Em relação à
desapropriação, por se tratar de retirada de propriedade do particular em favor do Poder Público, a regra,
inclusive, consiste em que a indenização deva ser justa, prévia e em dinheiro, o que tem amparo na CF/88,
art. 5º, XXIV. Quanto às servidões, pode-se invocar o que dispõe o art. 40 do Decreto-lei 3.365/41, a saber:
“O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei”. Entretanto, o mesmo não
se pode afirmar no que diz respeito às limitações administrativas, em relação às quais prevalece a regra
da desnecessidade do pagamento de indenização, o que tem apoio no fato de que se cuida de medidas
de caráter geral. Portanto, a sociedade como um todo suporta os ônus e bônus de cada limitação. Incide,
aqui, o mesmo raciocínio atinente à irresponsabilidade civil do Estado por atos legislativos, os quais,
também, como regra geral, não rendem ensejo a qualquer compensação pecuniária. Apenas
excepcionalmente as limitações administrativas gerarão dever de indenizar atribuível ao Estado. Por
fim, quanto ao tombamento, cumpre destacar que a doutrina sustenta a possibilidade de pagamento de
indenização, desde que o particular comprove que experimentou prejuízos efetivos em razão da
restrição sofrida. Como regra, pois, não gerará dever de indenizar o proprietário do bem tombado.

XXV - no caso de IMINENTE PERIGO PÚBLICO, a autoridade competente PODERÁ USAR de


propriedade particular, ASSEGURADA ao proprietário indenização ulterior, SE HOUVER DANO;
(MPSP-2008) (TJPA-2009) (MPDFT-2009) (MPSE-2010) (TJPE-2011) (MPSC-2012) (TJDFT-2011/2014/2015)
(MPMS-2018) (TJPR-2019)

(TJMG-2018-Consulplan): Na requisição o Estado utiliza bens móveis, imóveis e serviços particulares em


situação de perigo público iminente. BL: art. 5º, XXV, CF (adm.)

(TJAM-2016-CESPE): A CF, em seu art. 5.º, XXII, garante o direito de propriedade; no inciso XXIII do
mesmo artigo, condiciona o exercício desse direito ao atendimento da função social. Acerca da intervenção
do Estado na propriedade privada, assinale a opção correta: A requisição é modalidade de intervenção em
que o Estado utiliza propriedade particular no caso de perigo público iminente. BL: art. 5º, XXV, CF (adm.)

(MPPR-2016): A requisição administrativa, como forma de intervenção temporária na propriedade,


encontra previsão no capítulo referente aos direitos e deveres individuais e coletivos da Constituição
Federal de 1988, que estabelece que no caso de iminente perigo público a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. BL: art.
5º, XXV, CF (administ.)

(TJSP-2013-VUNESP): A atuação do Estado, no exercício do poder de polícia, provocando danos na coisa,


com objetivo de remover perigo iminente, sem que o dono da coisa seja culpado do perigo, constitui ato
lícito. Entretanto, o ato enseja a responsabilidade civil do Estado para reparar o dano causado. BL: art. 5º,
XXV, CF. (administ.)

(TJMA-2013-CESPE): Ainda acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a opção correta:


Mediante requisição, pode o Estado obrigar o particular a prestar-lhe um serviço. BL: art. 5º, XXV, CF e
art. 15, XIII da Lei 8080/90 (Lei do SUS)3. (administ.)

3 Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as
seguintes atribuições: (...) XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de
situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da
15
XXVI - a PEQUENA PROPRIEDADE RURAL, assim definida em lei [Estatuto da Terra], DESDE
QUE TRABALHADA pela família, NÃO SERÁ OBJETO DE PENHORA para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
(TJAL-2008) (MPSP-2008) (TJRS-2009) (TJPE-2011)

(TJSC-2013): A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento. BL: art. 5º, XXVI, CF/88.

XXVII - aos autores PERTENCE o DIREITO EXCLUSIVO de utilização, publicação ou reprodução


DE SUAS OBRAS, TRANSMISSÍVEL aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; (MPRN-2009)

XXVIII - SÃO ASSEGURADOS, nos termos da lei: (MPSP-2006)

a) a PROTEÇÃO às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz


humanas, INCLUSIVE nas atividades desportivas;

b) o DIREITO DE FISCALIZAÇÃO do aproveitamento econômico das obras que CRIAREM ou de


que PARTICIPAREM aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
(DPEMS-2008)

XXIX - a lei ASSEGURARÁ aos autores de INVENTOS INDUSTRIAIS privilégio temporário para
sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
e econômico do País; (MPSP-2006)

(MPPE-2008-FCC): Sobre os direitos individuais e coletivos é correto afirmar: Aos autores de inventos
industriais a lei assegurará privilégio, porém apenas temporário para sua utilização, assim como proteção
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social. BL: art. 5º, XXIX,
CF.

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País SERÁ REGULADA pela LEI
BRASILEIRA em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que NÃO LHES SEJA mais
favorável a LEI PESSOAL do "de cujus"; (TJAP-2009) (MPBA-2010) (MPSC-2010) (MPF-2012) (MPES-2013)
(TJMT-2014) (Cartórios/TJMG-2019)

(MPRO-2010-CESPE): Assinale a opção correta com referência ao direito das sucessões: O princípio do
prélèvement encontra-se previsto na CF e inserido na LINDB. BL: art. 5º, XXXI, CF e art. 10, §1º, LINDB.

##Atenção: O “prélèvement”, em sentido literal, significa “tirar antes”. Trata-se de fator de limitação à
aplicação de legislação estrangeira, aplicado ao direito civil. O “prélèvement” visa a beneficiar o nacional
em detrimento do estrangeiro. É por isso chamado de “lei imperfeita”, visto que privilegia uma parte em
detrimento de outra. É o caso, por exemplo, das regras previstas do art. 5º, XXXI da CF e do art. 10, § 1º da
LINDB, que privilegiam o herdeiro brasileiro em detrimento do estrangeiro.

XXXII - o Estado PROMOVERÁ, na forma da lei, a DEFESA DO CONSUMIDOR; (TJMS-2008)


(TJMT-2014)

XXXIII - todos TÊM DIREITO a receber dos órgãos públicos INFORMAÇÕES de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que SERÃO PRESTADAS no prazo da lei, SOB PENA DE
RESPONSABILIDADE, RESSALVADAS aquelas cujo SIGILO SEJA imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado; (MPRO-2008) (TJSC-2010) (MPSP-2010) (TJRJ-2012) (TJMT-2018) (TJBA-2019)

esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de
jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;
16
##Atenção: ##STF: ##DOD: O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu
direito fundamental de acesso a informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º,
inciso XXXIII, da Constituição Federal e das normas de regência desse direito. O parlamentar, na
qualidade de cidadão, não pode ter cerceado o exercício do seu direito de acesso, via requerimento
administrativo ou judicial, a documentos e informações sobre a gestão pública, desde que não estejam,
EXCEPCIONALMENTE, sob regime de sigilo ou sujeitos à aprovação de CPI. O fato de as casas
legislativas, em determinadas situações, agirem de forma colegiada, por intermédio de seus órgãos, não
afasta, tampouco restringe, os direitos inerentes ao parlamentar como indivíduo. STF. Plenário. RE
865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 25/4/18 (repercussão geral) (Info 899).

(Téc. Judic./TST-2017-FCC): Determinado indivíduo requer, perante Secretaria Municipal de Educação,


que lhe seja informado o número de faltas ao trabalho, nos últimos 12 meses, dos servidores públicos
ocupantes de cargos efetivos lotados na escola junto à qual funciona Associação de Pais e Mestres de que
faz parte. Nessa situação, à luz da Constituição Federal, cabe ao órgão da Administração atender ao
pedido, que pode ser formulado independentemente de justificativa, por se tratar de informação de
interesse geral, a que todos têm acesso assegurado. BL: art. 5º, XXXIII c/c art. 37, §3º, II, CF/884.

XXXIV - SÃO a todos assegurados, INDEPENDENTEMENTE do pagamento de taxas:

a) o DIREITO DE PETIÇÃO aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou


abuso de poder; (MPSE-2010) (DPERS-2018)

b) a OBTENÇÃO DE CERTIDÕES EM REPARTIÇÕES PÚBLICAS, para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal; (MPSE-2010) (TJPE-2013)

(TJMG-2006): Quanto aos direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal estabelece que a todos
é assegurada, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas,
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. BL: art. 5º, XXXIV, “b”, CF.

XXXV - a lei NÃO EXCLUIRÁ da apreciação do Poder Judiciário LESÃO ou AMEAÇA A DIREITO;
(MPSP-2005) (MPF-2005) (MPGO-2010) (TJPI-2012) (TJCE-2012) (TJBA-2012) (DPESE-2012) (TJPB-2015)
(DPERO-2017) (TJSP-2018) (TJPA-2012/2019) (TJAL-2019) (TJMS-2020)

##Atenção: ##STJ e STF: ##DOD: ##TJPR-2017: ##CESPE: O STF decidiu que, em regra, o
segurado/dependente somente pode propor a ação pleiteando a concessão do benefício previdenciário
se anteriormente formulou requerimento administrativo junto ao INSS e este foi negado. Para que
proponha a ação pleiteando a concessão do benefício previdenciário, é preciso que, antes, tenha
ocorrido uma das três situações a seguir: 1) O interessado requereu administrativamente o benefício,
mas este foi negado pelo INSS (total ou parcialmente); 2) O interessado requereu administrativamente
o benefício, mas o INSS não deu uma decisão em um prazo máximo de 45 dias; 3) O interessado não
requereu administrativamente o benefício, mas é notório que, sobre esse tema, o INSS tem posição
contrária ao pedido feito pelo segurado. STF. Plenário. RE 631240/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, j.
27/8/14 (repercussão geral) (Info 756). STJ. 1ª S. REsp 1369834-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, j.
24/9/14 (recurso repetitivo) (Info 553). Entretanto, isso não implica exigência de esgotamento das vias
administrativas.

(TJAP-2014-FCC): O princípio constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional aplica-se ao


processo civil e significa que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça
a direito. BL: art. 5º, XXXV da CF/88. (proc. civil)

##Atenção: O princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição implica a consagração do direito


de acesso ao Poder Judiciário.

(MPSC-2012): No Brasil é adotado o sistema anglo-americano de unidade de jurisdição para o controle


jurisdicional da Administração Pública. BL: art. 5º, XXXV da CF/88.

4 Art. 37. (...). § 3º


- A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,
regulando especialmente: (...) II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de
governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
17
##Atenção: ##TJSP-2018: ##VUNESP: Há dois sistemas de controle jurisdicional, a saber, os sistemas de
unidade e dualidade de jurisdição. No Brasil, conforme o princípio da inafastabilidade de apreciação pelo
poder judiciário de lesão ou ameaça a direito, previsto no art. 5.º, XXXV, da CF, adotou-se o sistema de
jurisdição una, também chamado de sistema anglo-americano. Paralelo ao sistema anglo-americano, há o
sistema francês. Neste sistema, o Judiciário é incumbido de resolver os conflitos que envolvam somente
particulares e os órgãos do administrativo contencioso têm jurisdição para atuar quando a Administração
Pública estiver envolvida na lide, daí o motivo de ser chamado de sistema de dualidade de jurisdição.

XXXVI - a lei NÃO PREJUDICARÁ o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
(MPSP-2005) (TRF4-2009) (TJPR-2010) (MPBA-2010) (TJRN-2013) (TJMG-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O art. 38 da Lei 8.880/94 (Plano Real) previu que a URV deveria ser utilizada
como parâmetro de cálculo dos índices de correção monetária nos dois primeiros meses de implantação
do Plano Real. As pessoas que tinham contratos em vigor e que haviam sido celebrados antes da Lei
8.880/94 começaram a questionar a aplicação imediata deste dispositivo. Alegaram que a sua aplicação
aos contratos em vigor seria inconstitucional por violar o direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da CF/88). O
STF não concordou com essa tese e decidiu que: É constitucional o art. 38 da Lei 8.880/94 e que a sua
aplicação imediata para os contratos em vigor não violou a garantia do “direito adquirido”, prevista no
art. 5º, XXXVI, da CF/1988. Não é possível opor a cláusula de proteção ao direito adquirido ou ato
jurídico perfeito em face da aplicação imediata de normas que tratam de regime monetário, as quais
possuem natureza estatutária e institucional, como é a situação daquelas responsáveis por substituir
uma moeda por outra. As normas que tratam do regime monetário - inclusive, portanto, as de correção
monetária -, têm natureza institucional e estatutária, insuscetíveis de disposição por ato de vontade,
razão pela qual sua incidência é imediata, alcançando as situações jurídicas em curso de formação ou
de execução. STF. Plenário. ADPF 77/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 16/5/19 (Info 940). STF. 1ª T. RE
307108/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 12/11/19 (Info 959).

(MPSC-2016): Como princípio fundamental relacionado à segurança jurídica a CF/88 expressamente


previu que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. A ação
rescisória, entretanto, é uma das hipóteses de relativização desse princípio.

(TJMG-2012-VUNESP): Com relação ao princípio do “direito adquirido”, o STF já consolidou o


entendimento de que a garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos dos servidores públicos
é “modalidade qualificada” de “direito adquirido”. BL: STF, RE 105.137.

##Atenção: ##MPBA-2010: ##TJRN-2013: ##CESPE: (...) Irredutibilidade de vencimentos (CF, art. 37,
XV): a garantia da irredutibilidade de vencimentos "é modalidade qualificada da proteção ao direito
adquirido, na medida em que a sua incidência pressupõe a licitude da aquisição do direito a determinada
remuneração" (RE 298.694 e 298.695, Pertence, Pleno, DJ 23.04.2004 e 24.10.2003).

XXXVII - NÃO HAVERÁ juízo ou tribunal de exceção; (TJRJ-2013) (PCCE-2015) (Téc. Judic./STJ-
2018) (TJSC-2019) (TJAL-2019) (TJMS-2020)

(TJSE-2015-FCC): Em relação às garantias constitucionais do processo penal, é correto afirmar que a


garantia do juiz natural é contemplada, mas não só, na previsão de que ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente. BL: arts. 5º, LIII e XXXVII, CF (proc. penal)

##Atenção: "O princípio do juiz natural consagra o direito de ser processado pelo magistrado competente
(art. 5º, inc. LIII da CF) e a vedação constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção (art. 5º, inc.
XXXVII da CF). " Nestor Távora, Curso de Direito Processual Penal.

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
(MPSP-2006) (MPMG-2011) (TJCE-2012) (MPSC-2016)

a) a plenitude de defesa; (TJDFT-2008)

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos; (TJPR-2017)

18
(DPEAP-2018-FCC): No procedimento relativo ao Tribunal do Júri, a soberania do veredicto do Tribunal
do Júri não impede a absolvição do acusado em sede de revisão criminal. BL: arts. 5º, XXXVIII, CF (CPP)

##Atenção: O art. 5º, XXXVIII, “c”, da CF garante de forma expressa a soberania dos veredictos, a soberania
dos veredictos do Júri, apesar de ser prevista constitucionalmente, não é absoluta, podendo a decisão ser
impugnada, seja por meio de recurso, seja por revisão criminal. A CF não previu os veredictos como um
poder incontrastável e ilimitado. Segundo a doutrina, a soberania dos veredictos é uma garantia
constitucional prevista em favor do réu (e não da sociedade). Desse modo, se a decisão do júri apresenta
um erro que prejudica o réu, ele poderá se valer da revisão criminal. Não se pode permitir que uma
garantia instituída em favor do réu (soberania dos veredictos) acabe por prejudicá-lo, impedindo que ele
faça uso da revisão criminal, neste sentido:
(...) 1. É possível, em sede de revisão criminal, a absolvição, por parte do Tribunal de Justiça, de
réu condenado pelo Tribunal do Júri. 5. Em uma análise sistemática do instituto da revisão criminal,
observa-se que entre as prerrogativas oferecidas ao Juízo de Revisão está expressamente colocada
a possibilidade de absolvição do réu, enquanto a determinação de novo julgamento seria
consectário lógico da anulação do processo. (...)(STJ - REsp 964.978/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel.
p/ Acórdão Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador Convocado do TJ/RJ), 5ª T, j. 14/08/12)

##Atenção: ##STF: ##TJPR-2019: ##CESPE: A competência do Tribunal do Júri, fixada no art. 5º,
XXXVIII, d, da CF, quanto ao julgamento de crimes dolosos contra a vida é passível de ampliação pelo
legislador ordinário. STF. 1ª T., HC 101542, Min. Rel. Ricardo Lewandowski, j. 04/05/10.

##Atenção: ##STF: ##TJPR-2017: ##CESPE: A soberania dos veredictos do júri, assegurada em preceito
constitucional, não é absoluta, sujeitando-se as decisões do conselho de sentença à instância recursal. Não
implica ofensa à norma constitucional que assegura a soberania dos veredictos do júri, o acórdão
proferido em grau de apelação para anular a decisão contrária à prova dos autos. O reexame e
revaloração de fatos e provas não é compatível com o rito especial e sumário do habeas-corpus. STF. 2ª
T., HC 73349, Min. Rel. Marco Aurélio, Rel. p/ Ac. Maurício Corrêa, j. 27/02/96.

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; (TJDFT-2008) (TJAP-2009)
(TJES-2011) (TJCE-2012) (MPRS-2012)

(TJMG-2012-VUNESP): Em relação ao foro especial, previsto em lei ordinária ou de organização judiciária,


no caso de cometimento de crime contra a vida, prevalecerá a competência do Tribunal do Júri. BL: arts.
5º, XXXVIII da CF/88 (CPP)

##Atenção: A competência do Tribunal do Júri advém da CF/88. Logo, somente pode ser afastada por
outra regra da própria CF, não por lei ordinária ou de organização judiciária.

##Atenção: ##TJES-2011: ##CESPE: É reconhecida a instituição do Tribunal do Júri, seja na Justiça


Estadual, seja na Justiça Federal. Logo, não é privativo da esfera estadual.

XXXIX - NÃO HÁ CRIME sem lei anterior que o defina, NEM PENA sem prévia cominação legal;
(TJMG-2008) (MPDFT-2009) (TJRS-2012) (TJRO-2019)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: A definição dos crimes de lesa-humanidade, também chamados de crimes
contra a humanidade, pode ser encontrada no Estatuto de Roma, promulgado no Brasil por força do
Dec. nº 4.388/02. No Brasil, no entanto, ainda não há lei que tipifique os crimes contra a humanidade.
Diante da ausência de lei interna tipificando os crimes contra a humanidade, não é possível utilizar tipo
penal descrito em tratado internacional para tipificar condutas internamente, sob pena de se violar o
princípio da legalidade (art. 5º, XXXIX, da CF/88). Dessa maneira, não se mostra possível internalizar a
tipificação do crime contra a humanidade trazida pelo Estatuto de Roma, mesmo se cuidando de Tratado
internalizado por meio do Decreto n. 4.388, porquanto não há lei em sentido formal tipificando referida
conduta. Em resumo, é necessária a edição de lei em sentido formal para a tipificação do crime contra a
humanidade trazida pelo Estatuto de Roma, mesmo se cuidando de Tratado internalizado. STJ. 3ª S.
REsp 1798903-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 25/09/19 (Info 659).

(TJMG-2008): O princípio da legalidade ou da reserva legal constitui efetiva limitação ao poder punitivo
estatal. BL: art. 1º do CP e art. 5º, XXXIX, da CF/88. (penal)

19
XL - a lei penal NÃO RETROAGIRÁ, SALVO para beneficiar o réu; (MPSP-2005) (TJMG-2018)

(TJPR-2010): O princípio da irretroatividade da lei penal, de índole constitucional, estabelece que a lei
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. BL: art. art. 5º, XXXIX, CF.

XLI - a lei PUNIRÁ qualquer discriminação atentatória dos DIREITOS e LIBERDADES


FUNDAMENTAIS;

(Téc. Judic./TST-2017-FCC): Considere a situação hipotética descrita. Veridiana, de religião x, ao tentar


matricular seu filho Nelson, também de religião x, no 6° ano do ensino fundamental, em tradicional
Colégio particular com ênfase na religião y, tem a matrícula recusada pela Diretora daquele
estabelecimento que demonstra claro menosprezo à religião professada por Veridiana e Nelson e alega que
Nelson não se enquadraria no perfil de alunos daquele colégio, pois, pelo regulamento interno da escola,
é vedada a matrícula de alunos não praticantes da religião y. Neste caso, é punível a recusa da inscrição
do aluno no 6° ano do Ensino Fundamental, baseado no preconceito à religião x, sob a alegação de que o
perfil de alunos da escola é somente de religião y, independentemente de se tratar de estabelecimento
público ou privado de ensino. BL: art. 5º, VIII e XLI, CF e arts. 1º e 6º da Lei 7716/89.

##Atenção: O complemento à resposta da questão está nos arts. 1º e 6º da Lei n° 7.716 de 19895.

XLII - a prática do racismo CONSTITUI crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei; (DPU-2007) (TJMA-2008) (MPSP-2008) (DPEMS-2008) (TJAP-2009) (TJMG-
2009) (TJMT-2009) (TJRS-2009) (MPRO-2010) (TJMS-2012) (TJPR-2012) (MPF-2012) (TJRJ-2012/2013)
(TJDFT-2015) (TRF4-2016) (DPEAM-2018) (MPPI-2019)

(TJPA-2012-CESPE): No que se refere aos direitos e garantias fundamentais, assinale a opção correta: A
prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
lei. BL: art. 5º, XLII, CF.

XLIII - a lei CONSIDERARÁ crimes INAFIANÇÁVEIS e INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA ou


ANISTIA a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los,
se omitirem; (TJMG-2006) (MPSP-2008) (MPPE-2008) (MPRO-2008) (DPEMS-2008) (TJAP-2009) (MPSC-
2010) (TJES-2011) (TJDFT-2011) (MPMG-2011) (MPF-2005/2012) (TJSC-2013) (TJAM-2013) (TRF4-2016)

(TJBA-2019-CESPE): De acordo com a doutrina e com a jurisprudência do STF, assinale a opção correta,
acerca da proteção ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e da prática do crime de
tortura: A norma constitucional que veda a concessão de fiança, graça e anistia ao crime de tortura é de
eficácia limitada. BL: art. 5º, XLIII, CF.

##Atenção: ##STF: Perceba-se que a CF/88 diz "a lei considerará", o que evidencia ser norma
constitucional de eficácia limitada. Em reforço, veja-se o seguinte trecho de julgado do STF: (...) “Outra
norma especial está no art. 5º, inc. XLIII, da Constituição da República, que, estabelecendo limites materiais
à legislação ordinária, determinou que esta considerasse crimes inafiançáveis ‘a prática de tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos’ (art. 5º, XLIII). Essa norma
constitucional possuía eficácia limitada até a superveniência da Lei n. 8.072/90.”. STF. 1ª T., HC 93302,
Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 25/3/08.

(TJMT-2018-VUNESP): Perseu cometeu um crime hediondo e Medusa o crime de tráfico de entorpecentes.


Considerando o disposto, expressamente, na CF/88 no tocante aos direitos e garantias fundamentais, é
correto afirmar que Perseu e Medusa não terão direito à fiança e nem à obtenção de graça ou anistia, mas
os crimes de ambos são sujeitos à prescrição. BL: art. 5º, XLIII, CF.

(TJRJ-2013-VUNESP): Considerando o texto expresso da CF/88, assinale a alternativa que contempla


somente crimes que a lei considerará inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia: O tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins; o terrorismo; e os definidos como hediondos. BL: art. 5º, XLIII, CF.

5 Art. 1º Serão
punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional. (...) Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em
estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau. Pena: reclusão de três a cinco anos.
20
##Atenção: O terrorismo e os definidos como hediondos são crimes apenas inafiançáveis e insuscetíveis
de graça ou anistia, mas prescrevem.

XLIV - CONSTITUI crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos armados, civis


ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (DPU-2007) (TJMA-2008) (MPSP-2008)
(TJMG-2005/2009) (TJAP-2009) (MPSC-2010) (TJPR-2012) (TJRJ-2013) (TRF4-2016) (DPEAM-2018) (MPPI-
2019)

(MPMG-2011): A prática do racismo e as ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático de Direito, constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis. BL:
art. 5º, XLII e XLIV, CF.

##Atenção: MACETE sobre o art. 5º, incisos XLII a XLIV da CF/88:


⇒ Inafiançáveis ⇒ todos;
⇒ Imprescritíveis ⇒ RAÇÃO (racismo e ação de grupos armados);
⇒ Insuscetíveis de Graça ou Anistia ⇒ TTTH (tortura, tráfico, terrorismo e hediondos).

XLV - nenhuma pena PASSARÁ DA PESSOA DO CONDENADO, PODENDO a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens SER, nos termos da lei, ESTENDIDAS AOS
SUCESSORES e CONTRA ELES EXECUTADAS, até o limite do valor do patrimônio transferido; (MPPR-
2008) (DPEMS-2008) (TJMG-2009) (TJAP-2009) (MPCE-2009) (MPDFT-2009) (MPPB-2010) (TJRJ-2011)
(MPF-2012) (TJMA-2013) (TJPA-2014) (TJSP-2018) (TJRO-2019)

(Anal. Judic./TRF1-2017-CESPE): Em caso de morte do agente, extingue-se a punibilidade, não podendo


a pena alcançar os herdeiros do agente, salvo quanto à obrigação de reparação de dano, no limite do
patrimônio herdado. BL: art. 5º, XLV, CF/88 e art. 107, I do CP (penal)

(MPBA-2015): Segundo o princípio da intranscendência da ação penal, a acusação, formalizada via


denúncia ou queixa, somente poderá recair sobre o provável autor, coautor ou partícipe do fato delituoso
apurado na investigação preliminar. BL: art. 5º, XLV, CF/88. (processo penal)

##Atenção: Renato Brasileiro afirma que, por força do princípio da intranscendência, entende-se que a
denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas contra o provável autor do fato delituoso. A ação penal
condenatória não pode passar da pessoa do suposto autor do crime para incluir seus familiares, que
nenhuma participação tiveram na infração penal. Esse princípio funciona como evidente desdobramento
do princípio da pessoalidade da pena, previsto no art. 5º, XLV, da Constituição Federal. Como o Direito
Penal trabalha com uma responsabilidade penal subjetiva, não se pode admitir a instauração de processo
penal contra terceiro que não tenha contribuído, de qualquer forma, para a prática do delito (CP, art. 29).”
(Manual de processo penal: volume único. 5ª Ed. rev., ampl. e atual. – Salvador: Ed. Jus-Podivm, 2017, p.
235).

XLVI - a lei REGULARÁ a INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA e ADOTARÁ, entre outras, as


seguintes: (DPEMS-2008) (TJMSP-2016) (PCGO-2018)

a) privação ou restrição da liberdade; (DPEMS-2008)

b) perda de bens; (DPEMS-2008) (MPPB-2010)

c) multa; (DPEMS-2008) (TJAM-2013)

d) prestação social alternativa; (DPEMS-2008) (MPRO-2010) (TJAM-2013)

e) suspensão ou interdição de direitos; (DPEMS-2008) (TJMT-2009) (TJAM-2013)

XLVII - NÃO HAVERÁ PENAS: (TJES-2011) (TJAM-2013)

a) de morte, SALVO em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; (MPCE-2009) (MPF-
2012) (MPSC-2013) (TJMSP-2016) (TJRO-2019)
21
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;

(PCGO-2018-UEG): A Constituição (CRFB) admite como possível a pena de morte em caso de guerra
declarada. BL: art. 5º, XLVII, “a”, CF.

b) de caráter perpétuo; (MPCE-2009) (MPSC-2013) (TJRO-2019)

c) de trabalhos forçados; (TJMSP-2016) (TJRO-2019)

d) de banimento; (MPAM-2007) (TJMT-2009) (MPF-2012) (TJRO-2019)

e) cruéis; (TJRO-2019)

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
idade e o sexo do apenado; (TJGO-2015)

(MPDFT-2015): A Constituição Federal prevê expressamente que a pena será cumprida em


estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado. BL: art. 5º,
XLVIII, CF (constitucional).

XLIX - É ASSEGURADO aos presos o respeito à INTEGRIDADE FÍSICA e MORAL; (TJRO-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJDFT-2014/2016: ##TJPB-2015: ##TJPR-2017: ##TJMG-2018: ##TJCE-


2018: ##TJBA-2019: ##CESPE: ##TJMS-2020: ##FCC: Em caso de inobservância de seu dever específico
de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento. STF.
Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, j. 30/3/16 (repercussão geral) (Info 819).

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPSP-2017: ##TJPR-2017: ##CESPE: ##DPEAP-2018: ##FCC: É lícito ao


Poder Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas
ou na execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado
da dignidade da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e moral, nos
termos do que preceitua o art. 5º, XLIX, da CF, não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do
possível nem o princípio da separação dos poderes. STF. Plenário. RE 592581/RS, rel. Min. Ricardo
Lewandowski, j. 13/8/15 (repercussão geral) (Info 794).6

6 (DPEAP-2018-FCC): Sob o fundamento de passar por situação de drástica redução na arrecadação tributária e da
necessidade de atender aos percentuais constitucionais de aplicação de recursos nas áreas de educação e saúde,
determinado Estado da federação suspende a realização de investimentos destinados à execução de obras em todas
as áreas de atuação do poder público. Nesse contexto, são paralisados procedimentos internos preparatórios de
licitações para realização de obras em unidades prisionais do Estado, entre as quais, uma que enfrenta situação de
superlotação e precariedade extrema das condições a que submetidos os que ali cumprem pena, conforme atestado
em vistoria realizada por órgão correicional do sistema prisional estadual. Diante disso, a Defensoria Pública estadual
pretende ir a juízo, para compelir o Estado a realizar obras emergenciais na unidade prisional em questão. Nessa
situação, à luz da legislação pertinente e da jurisprudência do STF, a Defensoria Pública possui legitimidade para
ajuizar ação civil pública, visando compelir o Estado à realização de obras emergenciais na unidade prisional, para
dar efetividade ao postulado da dignidade da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade
física e moral, não sendo oponíveis à decisão judicial o argumento da reserva do possível e o princípio da separação
de poderes. BL: Info 794, STF.
(MPSP-2017): Ministério Público propôs, em face da Fazenda Pública do Estado, demanda coletiva, visando
condená-la em obrigação de fazer, consubstanciada na realização de obras estruturais emergenciais necessárias para
assegurar a integridade física dos detentos de determinada unidade prisional. Em contestação, a Fazenda arguiu a
incidência de discricionariedade administrativa, da teoria da reserva do possível e da inexistência de previsão
orçamentária para os gastos pertinentes. O Magistrado culminou por julgar improcedente a demanda, acolhendo,
para tanto, as teses defensivas aqui mencionadas. Ante tais premissas, e em consonância com posicionamento
firmado pelo STF, o entendimento correto é que a sentença comporta reforma, vez que a assecuração do postulado
da dignidade da pessoa humana sobrepuja a margem de discricionariedade conferida ao Administrador Público e
direciona o investimento de recursos, inviabilizando a adoção da teoria da reserva do possível. BL: Info 794, STF.
22
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante
o período de amamentação;

LI - NENHUM brasileiro SERÁ EXTRADITADO, SALVO o NATURALIZADO, em caso de CRIME


COMUM, praticado antes da naturalização, OU de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; (MPPR-2008) (TJMG-2006/2009) (DPEMS-2008) (TJRS-2009)
(TJAP-2009) (MPMT-2009) (TJMT-2009) (DPEMA-2009) (TRF4-2009) (MPRO-2010) (MPSE-2010) (TJDFT-
2012) (TJRJ-2012) (TJPR-2013) (TJMS-2012/2015) (MPDFT-2015) (TJCE-2018) (TJPA-2009/2019)

(TJRJ-2019-VUNESP): No tocante à extradição de brasileiros, a Carta Magna estabelece que é vedada para
os natos e permitida para os naturalizados por crimes comuns, praticados antes da naturalização ou por
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. BL: art. 5º,
LI, CF.

(MPSC-2019): O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado em caso de crime comum, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
forma da lei. BL: art. 5º, LI, CF.

(Agente da Polícia Civil/AC-2017-IBADE): Epitácio, brasileiro naturalizado, cometera crime de tráfico


ilícito de drogas, na Itália, antes de sua naturalização. Considerando que: 1) A Itália requereu sua
extradição ao Brasil; 2) Epitácio casou-se com uma brasileira nata e deste relacionamento adveio um filho,
assinale a alternativa correta: Epitácio poderá ser extraditado, tendo em vista que não impede a extradição
a circunstância de ser o extraditado casado com brasileira ou ter filho brasileiro. BL: art. 5º, LI, CF e S. 421,
STF.

(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): Considere a seguinte situação hipotética. João, brasileiro


nato, durante viagem a determinado país estrangeiro, cometeu um crime e, depois disso, regressou ao
Brasil. Em seguida, o referido país requereu a extradição de João. Nessa situação hipotética,
independentemente das circunstâncias e da natureza do delito, João não poderá ser extraditado pelo Brasil.
BL: art. 5º, LI, CF.

LII - NÃO SERÁ CONCEDIDA extradição de estrangeiro por CRIME POLÍTICO ou DE OPINIÃO;
(MPAM-2007) (MPPR-2008) (TRF4-2009) (MPSC-2010) (TJMS-2012/2015) (TCEPB-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Não se deve conceder a extradição se a conduta do extraditando de financiar
grupo terrorista que pretendia tomar o poder caracteriza-se como crime político, tendo em vista a
vedação prevista no art. 5º, LII, da CF/88. STF. 2ª T. Ext 1578/DF, Rel. Min. Edson Fachin, j. 6/8/19 (Info
946).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Como não existe uma lei que defina expressamente essa
categoria, o STF entende que os crimes políticos são aqueles previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei
7.170/83). O STF entendeu que a conduta praticada pelo sujeito seria assemelhada aos tipos penais da Lei
7.170/83, de sorte que poderia se dizer que se tratou de crime político, hipótese na qual a extradição é
proibida. Mas atenção: o Min. Celso de Mello registrou que a previsão que veda a extradição em caso de
crimes políticos não pode ser invocada caso tenham sido praticados atos criminosos de natureza terrorista.

(Anal./DPEAM-2018-FCC): João, estrangeiro, residente no país há 10 anos, foi acusado de prática de crime
doloso contra a vida cometido no Brasil, tendo sido julgado por este fato perante tribunal do júri brasileiro.
Paralelamente, foi condenado em seu país de origem por manifestar-se, publicamente, em contrário à
política praticada pelo Governo, o que lá é considerado crime. Em razão dessa condenação, a justiça
estrangeira requereu ao Brasil a extradição de João. Considerando essa situação à luz da Constituição
Federal, o tribunal do júri poderia ter julgado João, mas a extradição não poderá ser deferida em razão da
natureza do crime pelo qual João foi condenado em seu país de origem. BL: art. 5º, XXXVIII, “d” c/c LII,
CF.

##Atenção: João foi acusado de prática de crime doloso contra a vida cometido no Brasil, tendo sido
julgado por este fato perante tribunal do júri brasileiro, Nossa Constituição estabelece, em seu art. 5º,
XXXVIII, alínea “d” o seguinte: “é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados: (...) d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;”. João foi

23
condenado em seu país de origem por manifestar-se, publicamente, em contrário à política praticada pelo
Governo, o que lá é considerado crime. Apesar de ser tipificado como crime no País de origem de João, a
CF/88 estabelece, em seu art. 5°, LII o seguinte: “não será concedida extradição de estrangeiro por crime
político ou de opinião;”. Logo, descabe o requerimento de extradição.

(DPEMA-2009-FCC): Relativamente à possibilidade de extradição de indivíduos sujeitos a investigação ou


processo criminal perante autoridades estrangeiras, a Constituição da República prevê que o estrangeiro
que se encontrar em território nacional não será extraditado na hipótese de cometimento de crime político
ou de opinião. BL: art. 5º, LII, CF.

(TJTO-2007-CESPE): Jean Pierre, francês, que se encontra no Brasil há mais de 15 anos, reside atualmente
em Palmas – TO. Atua como jornalista político em uma rádio local e também como professor convidado
na universidade pública federal. Jean Pierre fez graves acusações contra autoridades locais e, por isso,
encontra-se processado criminalmente por difamação. Além disso, Jean Pierre integra uma associação de
jornalistas, da qual foi afastado sumariamente por não apoiar a candidatura da chapa vencedora que
concorreu à direção da citada associação, decisão essa que foi impugnada judicialmente pelo jornalista
francês. Diante dessa situação hipotética, assinale a opção correta acerca dos direitos e das garantias
fundamentais previstos na Constituição Federal: A Jean Pierre, embora estrangeiro, se aplicam os direitos
e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. BL: art. 5º, LII, CF.

##Atenção: Jean Pierre, apesar de estrangeiro, não poderia ser extraditado, uma vez que a CF/88 veda a
extradição de estrangeiros por crime de opinião (art. 5º, LII). O STF entende que os direitos e garantias
fundamentais são extensíveis aos estrangeiros residentes no país, bem como aos que se encontram de
passagem no país.

LIII - ninguém SERÁ processado NEM sentenciado SENÃO pela autoridade competente; (MPRO-
2010) (TJRJ-2013) (PCCE-2015) (Téc. Judic./STJ-2018) (TJSC-2019) (TJMS-2020)

##Atenção: ##NCPC: ##TJAL-2019: ##TJMS-2020: ##FCC: O princípio do juiz natural para Fredie Didier
é uma “garantia fundamental não prevista expressamente, mas que resulta da conjugação de dois dispositivos
constitucionais: o que proíbe o juízo ou tribunal de exceção e o que determina que ninguém será processado senão pela
autoridade competente (incisos XXXVII e LIII do art. 5º da CF/88)”. (DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito
Processual Civil, v.1. 10 ed. Salvador: Jus Podivm, 2008, p. 89). Nesse sentido, para a doutrina, a criação de
varas especializadas ou de “câmaras de recesso” pelos tribunais, visto que são criadas por regras
anteriores, gerais, abstratas e impessoais não viola o princípio do juiz natural.

##Atenção: ##NCPC: ##TJSC-2019: ##CESPE: ##TJMS-2020: ##FCC: Segundo o princípio do juiz


natural, ninguém será processado senão pela autoridade competente (art. 5.º, LIII, CF). Tal princípio pode
ser entendido de duas formas distintas: 1ª) Refere-se à impossibilidade de escolha do juiz para o
julgamento de determinada demanda, escolha essa que deverá ser sempre aleatória em virtude de
aplicação de regras gerais, abstratas e impessoais de competência. Tal proibição de escolha do juiz atinge
a todos; as partes, os juízes, o Poder Judiciário etc. 2ª) Tal princípio proíbe a criação de tribunais de
exceção, nos termos do art. 5.º, XXXVII, CF, isto é, significa que não se poderá criar um juízo após o
acontecimento de determinados fatos jurídicos com a exclusiva tarefa de julgá-los, sendo que à época
em que tais fatos ocorreram já existia um órgão jurisdicional competente para o exercício de tal tarefa.
(NEVES, Daniel A. A. Neves. Manual de Direito Processual Civil – Vol. único. 8. Ed. Juspodivm, 2016, pp.
36-37). Vale ressaltar que Fredie Didier entende que o princípio do juiz natural é tridimensional, na
medida em que deve ser observado em três dimensões: 1ª dimensão: a causa deve ser julgada por um
juiz previamente constituído, sendo vedados os tribunais de exceção; 2ª dimensão: este juiz deve ser
competente, exercendo a sua jurisdição nos limites estabelecidos pela lei; e 3ª dimensão: o juiz deve ser
imparcial, que não apresentando interesse no resultado do processo. A primeira e a segunda dimensão
podem ser consideradas em conjunto, haja vista que o princípio do juiz natural, embora não esteja previsto
expressamente no texto constitucional como uma garantia fundamental, "resulta da conjugação de dois
dispositivos constitucionais: o que proíbe o juízo ou tribunal de exceção e o que determina que ninguém
será processado senão pela autoridade competente (incisos XXXVII e LIII do art. 5º da CF/88). (DIDIER
JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil, v.1. 10 ed. Jus Podivm, 2008, p. 89). No mesmo sentido,
Nelson Nery explica que o princípio do juiz natural é tridimensional, compreendendo as seguintes facetas:
(i) proibição de instituição de tribunais ou juízos ad hoc, (ii) garantia de julgamento por juiz competente,
na foram da lei e (iii) imparcialidade do julgador.

24
(Anal. Judic./STM-2018-CESPE): A respeito dos princípios constitucionais e gerais do direito processual
penal, julgue o item a seguir: Ninguém será processado nem sentenciado, senão pela autoridade
competente, em respeito ao princípio constitucional do juiz natural. BL: art. 5º, LIII e XXXVII, CF (CPP)

(TJSE-2015-FCC): Em relação às garantias constitucionais do processo penal, é correto afirmar que a


garantia do juiz natural é contemplada, mas não só, na previsão de que ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente. BL: arts. LIII e XXXVII, CF (CPP)

##Atenção: "O princípio do juiz natural consagra o direito de ser processado pelo magistrado competente
(art. 5º, inc. LIII da CF) e a vedação constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção (art. 5º, inc.
XXXVII da CF). " Nestor Távora, Curso de Direito Processual Penal.

(TJSC-2009): O princípio do juiz natural pressupõe a existência de um órgão julgador técnico e isento, com
competência estabelecida na própria Constituição e nas leis de organização judiciária de modo a impedir
que ocorra julgamento arbitrário ou de exceção. BL: art. 5º, XXXVII e LIII, CF (CPP)

LIV - ninguém SERÁ PRIVADO da liberdade ou de seus bens SEM o DEVIDO PROCESSO LEGAL;
(MPF-2005) (TJSC-2017)

(TJMG-2014): O princípio do devido processual legal decorre da norma contida na Constituição no Art.
5º, inc. LIV, CR/88, garantindo às partes voz e meios para se defenderem, respeitando os direitos
fundamentais. BL: art. 5º, LIV, CF (proc. civil)

(TJMT-2014-FMP): Quanto ao direito ao contraditório no processo civil, é correto afirmar que é o direito
de ser informado, de reagir e de influenciar, tendo como titulares as partes e como destinatário o juiz no
processo.

(TJSC-2009): O princípio do devido processo legal consiste no direito de não ser privado da liberdade e de
seus bens, sem a garantia que supõe a tramitação de um processo desenvolvido na forma que estabelece a
lei. BL: art. 5º, LIV, CF (proc. penal)

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral SÃO


ASSEGURADOS o CONTRADITÓRIO e AMPLA DEFESA, com os meios e recursos a ela inerentes;
(MPF-2005) (MPRR-2008) (TRF4-2009) (MPT-2009) (TJDFT-2011) (MPPR-2011) (TJRS-2012) (TRF1-2015)
(TJSC-2017) (TJSP-2018) (PCES-2019)

(Anal. Judic./STM-2018-CESPE): A respeito dos princípios constitucionais e gerais do direito processual


penal, julgue o item a seguir: A garantia, aos acusados em geral, de contraditar atos e documentos com os
meios e recursos previstos atende aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. BL:
arts. 5º, LV, CF/88 (proc. penal)

##Atenção: ##STF: ##MPRO-2008: ##CESPE: COOPERATIVA - EXCLUSÃO DE ASSOCIADO -


CARÁTER PUNITIVO - DEVIDO PROCESSO LEGAL. Na hipótese de exclusão de associado decorrente
de conduta contrária aos estatutos, impõe-se a observância ao devido processo legal, viabilizado o
exercício amplo da defesa. Simples desafio do associado à assembleia geral, no que toca à exclusão, não é
de molde a atrair adoção de processo sumário. Observância obrigatória do próprio estatuto da cooperativa.
STF. 2ª T., RE 158215, Min. Rel. Marco Aurélio, j. 30/04/96.

(TJPI-2015-FCC): Ao afirmar que aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, a Constituição
Federal conferiu natureza processual ao processo administrativo, no sentido de que ele deva observar os
princípios de ampla defesa e contraditório, sem, no entanto, conferir-lhe força jurisdicional. BL: art. 5º, LV
da CF (administrativo)

(TJPE-2013-FCC): Em relação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos


no art. 5º, LV, da CF/88, é correto afirmar que estão intimamente relacionados, uma vez que a ampla defesa
garante o contraditório e por ele se manifesta e é garantida. BL: art. 5º, LV, CF (proc. penal)

25
(TJPE-2013-FCC): Em relação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos
no art. 5º, LV, da CF/88, é correto afirmar que o contraditório é a ciência bilateral dos atos e termos
processuais e a possibilidade de contrariá-los. BL: art. 5º, LV, CF (proc. penal)

(TJPE-2013-FCC): Em relação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos


no art. 5º, LV, da CF/88, é correto afirmar que a ampla defesa desdobra-se em autodefesa e defesa técnica,
sendo a primeira exercida pessoalmente pelo acusado e a segunda por profissional habilitado, com
capacidade postulatória e conhecimentos técnicos. BL: art. 5º, LV, CF (proc. penal)

(TJPE-2013-FCC): Em relação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos


no art. 5º, LV, da CF/88, é correto afirmar que a defesa técnica é irrenunciável, por se tratar de garantia da
própria jurisdição. BL: art. 5º, LV, CF (proc. penal)

LVI - SÃO INADMISSÍVEIS, no processo, as provas obtidas POR MEIOS ILÍCITOS; (MPF-2005)
(DPU-2007) (TJMG-2005/2009) (MPPR-2011) (PCES-2011) (Anal. Judic./STM-2018)

(MPRO-2017-FMP): Quando a CRFB/88, em seu art. 5°, LVI, traz a proibição de provas obtidas por meios
ilícitos, podemos afirmar que o que pretende é evitar que se utilizem provas obtidas por meios ilícitos,
contrariando os direitos fundamentais. BL: art. 5º, LVI da CF (constitucional)

##Atenção: Segundo Luiz Flávio Gomes, por força do princípio da proporcionalidade a prova ilícita
poderá ser admitida em favor do réu. Pois, se de um lado há a proibição da prova ilícita, do outro há a
presunção de inocência, e entre os dois deve preponderar a presunção de inocência. Assim, a prova ilícita
não serve para condenar ninguém, mas para absolver o inocente.

(DPERS-2011-FCC): A vedação da utilização de provas ilícitas pode ser excepcionalmente afastada em


favor do acusado.

LVII - ninguém SERÁ CONSIDERADO CULPADO até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória; (MPES-2010) (TJSP-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que
se inicie o cumprimento da pena, é constitucional, sendo compatível com o princípio da presunção de
inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88. Assim, é proibida a chamada “execução provisória da pena”.
Vale ressaltar que é possível que o réu seja preso antes do trânsito em julgado (antes do esgotamento de
todos os recursos), no entanto, para isso, é necessário que seja proferida uma decisão judicial
individualmente fundamentada, na qual o magistrado demonstre que estão presentes os requisitos para
a prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP. Dessa forma, o réu até pode ficar preso antes do trânsito
em julgado, mas cautelarmente (preventivamente), e não como execução provisória da pena. STF. Plenário.
ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 7/11/19 (Info 958).

LVIII - o civilmente identificado NÃO SERÁ SUBMETIDO a IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL,


SALVO nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento). (MPCE-2009) (TJPA-2012) (TJAC-2012) (TJSC-2013)
(MPSC-2013) (TJDFT-2016) (TRF4-2016)

##Atenção: ##MPDFT-2009: ##TJDFT-2016: ##CESPE: Quanto à intervenção do legislador no âmbito de


proteção dos direitos fundamentais, o princípio da reserva legal costuma ser classificado em dois grupos:
a) Reserva legal simples: Ela se distingue por autorizar o legislador a intervir no âmbito de proteção
de um direito fundamental sem estabelecer pressupostos e/ou objetivos específicos a serem
observados, implicando, portanto, a atribuição de uma competência mais ampla de restrição. Ex.: art.
5°, LVIII, CF.
b) Reserva legal qualificada: É aquela em que as condições para a restrição vêm fixadas na
Constituição, que estabelece os fins a serem perseguidos e os meios a serem utilizados. Ex.: art. 5°, XII,
CF.

LIX - SERÁ ADMITIDA AÇÃO PRIVADA nos crimes de ação pública, se esta NÃO FOR
INTENTADA no prazo legal; (MPES-2010) (TJPR-2010/2012) (TJPA-2012/2019)

26
LX - a lei SÓ PODERÁ RESTRINGIR A PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; (MPPE-2008) (MPCE-2009) (DPECE-2014) (TJGO-
2015) (TJAM-2016) (Anal. Judic./STM-2018)

##Atenção: Princípio da publicidade restrita.

LXI - ninguém SERÁ PRESO senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, SALVO nos casos de TRANSGRESSÃO MILITAR ou CRIME
PROPRIAMENTE MILITAR, definidos em lei; (MPAM-2007) (DPEMS-2008) (MPCE-2009)

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso SERÁ INFORMADO de seus direitos, entre os quais o de PERMANECER CALADO,
SENDO-LHE ASSEGURADA a assistência da família e de advogado; (MPAM-2007) (MPMG-2011) (TJPR-
2017) (Anal. Judic./TJAL-2018)

(TJCE-2018-CESPE): São princípios processuais penais expressos na CF a presunção de não culpabilidade,


o devido processo legal e o direito do suspeito ou indiciado ao silêncio. BL: art. 5º, LVII, LIV7, e LXIII, CF
(proc. penal)

(PCMA-2018-CESPE): A disposição constitucional que assegura ao preso o direito ao silêncio


consubstancia o princípio da inexigibilidade de autoincriminação. BL: art. 5º, LXIII, CF. (proc. penal)

LXIV - o preso TEM DIREITO À IDENTIFICAÇÃO dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial; (MPAM-2007) (TJGO-2015) (MPDFT-2015)

(TJMT-2009-VUNESP): Aristeu, cidadão naturalizado brasileiro, foi preso em flagrante por tráfico de
entorpecentes. Nos termos do que estabelece a CF/1988, Aristeu terá direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão. BL: art. 5º, LXIV, CF

LXV - a PRISÃO ILEGAL SERÁ imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; (TRF4-2016)

LXVI - ninguém SERÁ LEVADO à prisão ou nela mantido, quando a lei ADMITIR a LIBERDADE
PROVISÓRIA, com ou sem fiança; (MPAM-2007) (TJGO-2015) (TRF4-2016)

LXVII - NÃO HAVERÁ PRISÃO CIVIL POR DÍVIDA, SALVO a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; (MPSP-2006)
(MPAM-2007)

##Atenção: A prisão por dívida civil do depositário infiel foi abolida pelo fato da CF/1988 ter recepcionado
os termos do Pacto São José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos). Nesse sentido,
vejamos o teor do artigo 7º da Convenção: “7. Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio não limita os
mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
Assim, permanecendo a possibilidade por prisão civil por inadimplemento de obrigação alimentar”.

##Atenção: ##STF: ##TJPR-2017: ##CESPE: ##Repercussão Geral: Vejamos trecho de julgado histórico
do STF sobre o tema, o RE 466.343: “(...) Nesse sentido, é possível concluir que, diante da supremacia da
Constituição sobre os atos normativos internacionais, a previsão constitucional da prisão civil do depositário
infiel (art. 5o, inciso LXVII) não foi revogada pelo ato de adesão do Brasil ao Pacto Internacional dos
Direitos Civis e Políticos (art. 11) e à Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José
da Costa Rica (art. 7o, 7), mas deixou de ter aplicabilidade diante do efeito paralisante desses tratados em
relação à legislação infraconstitucional que disciplina a matéria, incluídos o art. 1.287 do Código Civil de
1916 e o Decreto-Lei n° 911, de 1o de outubro de 1969. Tendo em vista o caráter supralegal desses diplomas

7 Art. 5º. (...) LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LXIII – o preso será
informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e
de advogado; (...)
27
normativos internacionais, a legislação infraconstitucional posterior que com eles seja conflitante
também tem sua eficácia paralisada. É o que ocorre, por exemplo, com o art. 652 do Novo Código Civil (Lei n°
10.406/2002), que reproduz disposição idêntica ao art. 1.287 do Código Civil de 1916. Enfim, desde a adesão do
Brasil, no ano de 1992, ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (art. 11) e à Convenção
Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica (art. 7o, 7), não há base legal para
aplicação da parte final do art. 5o, inciso LXVII, da Constituição, ou seja, para a prisão civil do depositário
infiel. (...).” (STF. Plenário. RE 466343, Min. Rel. Cezar Peluso, j. 3/12/08). Logo, conclui-se que a norma
constitucional que permitia a prisão civil do depositário infiel não seria atingida pela incorporação dos
tratados de direitos humanos (que foram considerados normas infraconstitucionais e supralegais), mas
que as normas infraconstitucionais que regulamentavam este tipo de prisão seriam afastadas do
ordenamento (“controle de convencionalidade”) e, por consequência, a norma constitucional ficaria
inativada/paralisada, por falta de norma infraconstitucional que lhe regulamentasse a permissão da
prisão.

LXVIII - conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém SOFRER ou SE ACHAR


AMEAÇADO DE SOFRER violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder; (MPF-2005) (DPECE-2008) (MPCE-2009) (MPSP-2010) (TJRO-2011) (MPPR-2011) (PGERS-2011)
(TJPI-2012) (TJPR-2013) (TJMT-2014) (TJDFT-2014)

(Escrivão de Polícia/MA-2018-CESPE): O habeas corpus pode ser impetrado por estrangeiro, mas sempre
em português. BL: art. 5º, LXVIII, CF e art. 654, CPP.

##Atenção: O HC pode ser impetrado por estrangeiro, entretanto, de acordo com a jurisprudência do STF
não pode ser feito em língua estrangeira, portanto, sempre em Português, em respeito ao art. 13 da CF.
Nesse sentido, STF – HC 88646/SC. Além da impetração deve ser redigida em língua portuguesa, deve
veicular a identificação do impetrante, já que é inadmissível a impetração anônima.

##Atenção: ##STJ: ##TJMT-2018: ##VUNESP: Do teor da cláusula constitucional pertinente (Art. 5º,
LXVIII) exsurge o entendimento no sentido de admitir-se o uso da garantia, inclusive na hipótese em
que a ilegalidade provenha de ato de particular, não se exigindo que o constrangimento seja exercido
por agente do Poder Público. (STJ. 6ª T., RHC 4.120/RJ, Rel. Min. Anselmo Santiago, Rel. p/ Ac. Min.
Vicente Leal, j. 29/04/96). Cumpre ressaltar que a CF/88 não difere, no polo passivo, a autoridade do
particular, de forma que é possível impetrar HC contra qualquer pessoa que constranja a liberdade de
locomoção de outrem. É o meio, sem dúvida, mais seguro e rápido de solucionar o impasse. Basta imaginar
a situação de uma prostituta presa em algum lugar pelo rufião. Mais célere pode ser a impetração do HC
do que ser a polícia acionada para agir, libertando a vítima. O mesmo se diga dos inúmeros casos de
internação irregular em hospitais psiquiátricos ou mesmo da vedação de saída a determinados pacientes
que não liquidam seus débitos no nosocômio. (Fonte: NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo
penal comentado. 13 ed. ver. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2020).

(TJBA-2012-CESPE): Em relação aos instrumentos de tutela dos direitos e garantias constitucionais,


assinale a opção correta: Embora não possa figurar como paciente na ação de habeas corpus, a pessoa
jurídica dispõe de legitimidade para ajuizá-lo em favor de pessoa física. BL: art. 5º, LXVIII, CF e art. 654,
CPP.

##Atenção: ##MPF-2005: ##MPPR-2011: ##PGERS-2011: ##Escrivão de Polícia/MA-2018: O HC não


pode ser proposto em favor de pessoa jurídica, pois não há que se falar em liberdade ambulatorial.
Entretanto, segundo a doutrina e a jurisprudência predominantes, a pessoa jurídica pode impetrar HC
em favor de pessoa física.

##Atenção: ##TJPI-2012: ##CESPE: Gilmar Mendes explica que, “nos termos do Código de Processo Penal
(art. 654, caput), o habeas corpus pode ser impetrado, porém, por qualquer pessoa, advogado ou não, em seu favor ou
de outrem, bem como pelo Ministério Público. Assim, as condições de titular do direito de habeas corpus (paciente) e
impetrante não são necessariamente coincidentes”. (Fonte: Curso de Direito Constitucional, 7ª Ed. Saraiva, 2012,
p. 482).

(TJRJ-2011-VUNESP): O habeas corpus é ação de natureza constitucional destinada a coibir qualquer


ilegalidade ou abuso de poder contra a liberdade de locomoção. BL: art. 5º, LXVIII, CF e art. 647, CPP.

(MPDFT-2009): Sobre as ações constitucionais, assinale a alternativa correta: Carlos está prestes a
completar 18 anos de idade e já cursa a faculdade de Direito. Seu pai foi confundido com um perigoso

28
sequestrador, que estava sendo procurado pela polícia, e acabou sendo preso. Indignado com a situação
Carlos pode ingressar, sem necessidade de advogado, com uma petição de Habeas Corpus e requerer a
liberdade de seu pai. BL: art. 5º, LXVIII, CF e art. 654, CPP.

##Atenção: A doutrina entende que a legitimidade ativa do HC é ampla e irrestrita, uma vez que tutela a
liberdade de locomoção do indivíduo, de modo que poderá ser impetrado por qualquer pessoa, física ou
jurídica, nacional ou estrangeira, mesmo que sem a plena capacidade civil, sendo dispensável a presença
da capacidade postulatória.

LXIX - CONCEDER-SE-Á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder FOR
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; (DPECE-
2008) (MPSE-2010) (TJRJ-2011/2012) (MPMG-2012) (MPF-2012) (MPSP-2013) (TJDFT-2014)
(Cartórios/TJRS-2015) (TJAM-2016) (TJPR-2017) (TJMT-2018) (TJRS-2018) (TJRO-2019)

(TST/Unificado-2017-FCC): Sobre direitos e garantias fundamentais de natureza processual, a


Constituição Federal de 1988 prevê que cabe mandado de segurança individual para proteger direito
líquido e certo não amparado por habeas corpus quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. BL: art.
5º, LXIX, CF.

(TJMT-2014-FMP): Quanto ao direito líquido e certo em mandado de segurança, é correto afirmar que é
um conceito processual, ligado à circunstância de o direito poder ser provado tão-somente mediante prova
documental. BL: art. 1º, LMS e art. 5º, LXIX, CF (proc. civil).

##Atenção: “Como se vê, o conceito de direito líquido e certo é tipicamente processual, pois atende ao
modo de ser de um direito subjetivo no processo: a circunstância de um determinado direito subjetivo
realmente existir não lhe dá a caracterização de liquidez e certeza; está só lhe é atribuída se os fatos em que
se fundar puderem ser provados de forma incontestável, certa, no processo. E isto normalmente se dá
quando a prova for documental, pois esta é adequada a uma demonstração imediata e segura dos
fatos.” (Fonte: Celso Agrícola Barbi. in Do Mandado de Segurança, Forense, 9ª Edição, p. 53).

(TJES-2011-CESPE): São sujeitos passivos do mandado de segurança, além das autoridades públicas, os
agentes de pessoas jurídicas com atribuições de poder público. BL: art. 1º, §1º, LMS e art. 5º, LXIX da CF.

LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO PODE SER IMPETRADO por: (MPDFT-2009)


(MPSE-2010) (TJRJ-2011) (MPMG-2012) (TJAM-2013) (MPES-2013) (MPSP-2013) (TJDFT-2014)

a) PARTIDO POLÍTICO com representação no Congresso Nacional; (MPRO-2008) (MPDFT-2009)


(MPMG-2010) (MPSE-2010) (TJPE-2011) (TJPR-2008/2010) (TJPI-2012) (TJAC-2012) (TJDFT-2014) (MPSP-
2013/2017) (TST/Unificado-2017)

b) ORGANIZAÇÃO SINDICAL, ENTIDADE DE CLASSE ou ASSOCIAÇÃO legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados; (TJMG-2005/2008) (MPDFT-2009) (MPMG-2010) (MPSE-2010) (TRF4-2010) (TJRO-2011) (TJCE-
2012) (TJAC-2012) (PGESP-2012) (TJDFT-2007/2014) (DPERN-2015) (MPSP-2013/2017)

(TJRS-2009): Pessoa jurídica pode ajuizar mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
ameaçado por ato ilegal ou abusivo praticado por autoridade pública. BL: art. 5º, LXIX e LXX, CF.

##Atenção: É o caso do partido político com representação no Congresso e da organização sindical,


entidade de classe e associação legalmente constituída (art. 5º, LXX, CF).

LXXI - CONCEDER-SE-Á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a falta de norma


regulamentadora TORNE INVIÁVEL o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; (TJMG-2008/2009) (MPCE-2009)
(MPDFT-2009) (TRF4-2009) (TJPR-2010) (MPPR-2011) (TJPI-2012) (TJRJ-2012) (MPSC-2012) (TJAM-2013)
(TJDFT-2014) (TJMT-2014) (TJRO-2011/2019)

29
(TJMT-2018-VUNESP): Acerca do mandado de injunção ambiental, assinale a alternativa correta: Pode ser
utilizado como instrumento processual para defesa do direito constitucional ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado. BL: art. 2º, da Lei 13.300/16 e Art. 5 LXXI da CF/88.

##Atenção: ##TJSC-2019: ##CESPE: Segundo o STF, as normas de direitos fundamentais que instituem
procedimentos têm eficácia imediata. É o caso, por exemplo, da norma que prevê o mandado de injunção.
No julgamento do MI 107-QO, o STF adotou entendimento de que o art. 5º, LXXI, da CF é autoaplicável,
não dependendo de norma jurídica que o regulamente.

(Anal. Legisl.-Câm. Salvador/BA-2018-FGV): João, servidor público municipal, teve conhecimento de que
a Constituição da República de 1988 tinha assegurado determinado direito estatutário aos servidores, mas
condicionava o seu exercício à edição de lei que o regulamentasse. Apesar de decorridos muitos anos desde
a promulgação da Constituição, a lei não foi editada, omissão que torna inviável o exercício do seu direito.
À luz da sistemática constitucional e da narrativa acima, o instrumento passível de ser utilizado por João
para a tutela dos seus interesses é o mandado de injunção. BL: art. 5º, LXXI, CF/88.

(TJRS-2012): Os direitos constitucionalmente garantidos por meio de mandado de injunção apresentam-


se como direito à execução de um ato normativo, os quais não poderiam ser diretamente satisfeitos por
meio de provimento jurisdicional. BL: STF, MI 758, j. em 2008.

(TJRS-2012): A omissão inconstitucional pode referir-se tanto a uma omissão total do legislador quanto a
uma omissão parcial. BL: STF, MI 107/DF, j. 21/09/90.

(TJRS-2012): Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica
nele revelada. BL: STF, MI 107/DF, j. 21/09/90.

(TJRS-2012): O mandado de injunção não é meio próprio para ver-se declarada inconstitucionalidade por
omissão de ato administrativo do Presidente da República.

##Atenção: O Mandado de Injunção serve para declarar a omissão quanto ato legislativo, decorrente de
uma norma constitucional de eficácia limitada.

(Cartórios/TJSP-2012-VUNESP): A CF/88 trouxe em seu bojo ações constitucionais chamadas de writs.


Dentre estas ações, há uma que visa proteger o exercício de um direito constitucional pelo cidadão, tornado
inviável pela falta de norma regulamentadora: mandado de injunção. BL: art. 5º, LXXI, CF/88.

(PGERS-2011-Fundatec): Além da omissão inconstitucional, é requisito do mandado de injunção a


demonstração, pelo impetrante, de nexo causal entre a omissão e a inviabilidade do exercício do direito,
liberdade ou prerrogativa. BL: art. 5º, LXXI, CF/88.

(TJPR-2010): O mandado de injunção pode ser impetrado por pessoa física ou jurídica que seja
impossibilitada de exercer um determinado direito constitucional por ausência de norma
regulamentadora. BL: art. 5º, LXXI, CF/88.

LXXII - CONCEDER-SE-Á HABEAS DATA:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de


registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; (TJMG-2009) (TJSP-2009)
(TJAP-2009) (MPSE-2010) (TJRO-2011) (TJGO-2015) (MPRO-2017)

(TJAM-2016-CESPE): Assinale a opção correta acerca das garantias constitucionais individuais, do


funcionamento e atribuições das CPIs e dos chamados remédios constitucionais, considerando a
jurisprudência do STF: Habeas data serve para assegurar o conhecimento de informações relativas ao
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público, podendo ser impetrado inclusive por pessoa jurídica nacional ou estrangeira. BL: art. 5º, caput e
LXXII, “a”, CF.

30
##Atenção: A legitimatio ad causam para impetração de habeas data estende-se às pessoas físicas e jurídicas,
nacionais e estrangeiras, porquanto garantia constitucional aos direitos individuais ou coletivos.

##Atenção: ##STF: ##TJAM-2016: ##CESPE: O Habeas Data é garantia constitucional adequada para a
obtenção dos dados concernentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes dos
sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes
estatais.” STF. Plenário. RE 673707/MG, Rel. Min. Luiz Fux, j. 17/6/15 (repercussão geral) (Info 790).

b) para a retificação de dados, quando NÃO SE PREFIRA FAZÊ-LO por processo sigiloso, judicial
ou administrativo; (TJRS-2009) (TJSP-2009) (MPSE-2010) (TJRO-2011) (TJPI-2012) (TJPB-2015) (TJAM-
2016)

(TJRO-2019-VUNESP): Considere que Joseph, estrangeiro residente no Brasil há 4 anos, tenha solicitado
formalmente perante a Prefeitura de Rondônia que lhe fosse permitido alterar seus dados pessoais
registrados no referido órgão, pois um de seus sobrenomes estaria incorreto. A Prefeitura de Rondônia, no
entanto, indeferiu o pedido de Joseph, sob o fundamento de que, por não se tratar de brasileiro, não havia
a necessidade de que os seus dados pessoais estivessem integralmente corretos. Nessa hipótese, caso não
concorde com a situação mencionada, e a partir da disciplina constitucional sobre os remédios
constitucionais, Joseph poderá impetrar habeas data, remédio constitucional destinado a qualquer pessoa –
física ou jurídica – nacional ou estrangeira, para assegurar a retificação de seus dados pessoais, vez que se
encontram em banco de dados públicos. BL: art. 5º, LXXII, CF e art. 7º, I e II da Lei 9.507/97.

##Atenção: A Lei 9.507/97 não fez qualquer referência sobre a legitimidade ativa na ação de habeas data.
Em face da omissão legislativa, esta legitimidade vem sendo admitida de forma ampla pela doutrina,
admitindo-se a impetração por qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, para a obtenção
ou retificação de informações a seu respeito. Trata-se de uma ação personalíssima, cuja tutela se restringe
a informações relativas à pessoa do impetrante. Por esta razão, nas raras hipóteses em que se enfrenta a
questão relativa à possibilidade de impetração de habeas data coletivo, o entendimento é no sentido de
impossibilidade de cabimento desta espécie.

(TJMG-2018-Consulplan): A Constituição prevê ações específicas de controle da Administração Pública,


às quais a doutrina se refere com a denominação de remédios constitucionais. Quais seriam os remédios
constitucionais passíveis de serem utilizados, individualmente, por qualquer pessoa física? Mandado de
segurança individual e habeas data. BL: art. 5º, LXIX e LXXII, CF.

(TJDFT-2014-CESPE): A respeito dos remédios constitucionais e da ação popular, assinale a opção correta:
Embora o habeas data seja destinado a assegurar o conhecimento de informações — relativas à pessoa do
impetrante — constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais, a personalidade
jurídica de direito privado de empresa de proteção ao crédito não afasta sua legitimidade passiva para o
habeas data. BL: art. 5º, LXXII, CF e art. 7º, I da Lei 9.507/97.

##Atenção: ##TJRO-2019: ##VUNESP: Pedro Lenza explica: “Qualquer pessoa, física ou jurídica, poderá
ajuizar a ação constitucional de habeas data para ter acesso à informações a seu respeito. O polo passivo será
preenchido de acordo com a natureza jurídica do banco de dados. Em se tratando de registro ou banco de dados de
entidade governamental, o sujeito passivo será a pessoa jurídica competente da administração direta e indireta do
Estado. Na hipótese de registro ou banco de dados de entidade de caráter público, a entidade que não é governamental,
mas, de fato, privada, figurará no polo passivo da ação. [...] Perfeitamente possível enquadrarmos empresas privadas
de serviço de proteção ao crédito (SPC) no polo passivo na ação de habeas data. Aliás, o art. 43, § 4º, do Código de
Defesa do Consumidor estabelece que os bandos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção
ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.” (LENZA, 2013, p. 1131-1132).

LXXIII - qualquer cidadão É PARTE LEGÍTIMA [obs.: é o único legitimado] para propor AÇÃO
POPULAR que VISE A ANULAR ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, FICANDO
o autor, SALVO COMPROVADA MÁ-FÉ, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; (TJPI-
2007) (TJSP-2008) (TJPR-2008) (MPRO-2008) (MPPE-2008) (DPECE-2008) (TJMG-2008/2009) (TJSC-2010)
(MPGO-2010) (MPSE-2010) (MPPR-2011) (MPF-2011) (TJBA-2012) (MPMT-2012) (MPRR-2012) (DPESC-
2012) (MPMS-2013) (DPERN-2015) (TJDFT-2011/2014/2016) (MPSC-2014/2016) (TJAM-2016) (TJPA-2019)
(TJRO-2019)

31
(Cartórios/TJDFT-2019-CESPE): Um empresário decidiu investir parte de seu patrimônio na construção
de um edifício em terreno de sua propriedade, no município onde reside. Como o terreno está localizado
ao lado de um imóvel considerado patrimônio histórico, o empresário solicitou autorização do órgão
competente para dar início à execução de seu projeto. Com resposta favorável, o empresário foi autorizado
a dar início à construção do prédio. Porém, os laudos de peritos técnicos indicaram que a construção
causará danos estruturais ao imóvel considerado patrimônio histórico. Nesse caso, a anulação da
autorização previamente concedida deverá ser pleiteada por intermédio de ação popular de iniciativa de
qualquer cidadão. BL: art. 5º, LXXIII, CF.

(MPMG-2018): Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência. BL: art. 5º, LXXIII, CF.

(MPBA-2018): Em ação popular proposta com o objetivo de anular ato lesivo ao patrimônio cultural, o
cidadão estará isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência, exceto no caso de comprovação de sua
má-fé. BL: art. 5º, LXXIII, CF.

(Aud. Est.-SEFAZ/RS-2018-CESPE): A ação constitucional que tem o cidadão como legitimado ativo e que
objetiva defender interesse difuso para anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural denomina-se ação popular. BL: art.
5º, LXXIII, CF.

(Anal. Judic./TJAL-2018-FGV): Eraldo, que jamais deixara de votar em uma eleição, cumprindo fielmente
os seus deveres cívicos, tomou conhecimento de que o Prefeito Municipal estava realizando diversos gastos
de forma irregular, sem a prévia realização de processo licitatório e sem qualquer motivo idôneo à
contratação direta. Com o objetivo de responsabilizar o Prefeito pelos danos causados ao patrimônio
público, Eraldo procurou um advogado e solicitou que fosse informado da ação que poderia ajuizar. À luz
da sistemática constitucional, essa ação é: ação popular. BL: art. 5º, LXXIII, CF.

(TCERN-2015-CESPE): A ação popular e a ação civil pública diferem no que se refere à legitimidade ativa;
quanto ao objeto, ambas tutelam interesses similares. BL: art. 1º, da LAP e art. 5º, inciso LXXIII, CF e art.
5º, LACP.

##Atenção: De forma bem simples, a ação popular tem como legitimado ativo o CIDADÃO em pleno
gozo dos direitos políticos; Já a ação civil pública tem um rol mais amplo de legitimados ativos como, por
exemplo, o MP e a Defensoria Pública. Ambos tutelam direitos coletivos.

(TJMG-2014): Além da ação civil pública, também a ação popular constitui instrumento de tutela do
patrimônio ambiental. Todavia, a legitimidade ativa para a sua propositura é concedida apenas àquele que
ostente a condição de cidadão, ou seja, a pessoa física no gozo de seus direitos políticos. BL: art. 1º, §3º da
LAP e art. 5º, LXXIII, CF.

(TJRJ-2011-VUNESP): Assiste ao Poder Judiciário decidir, com força de definitividade, toda e qualquer
contenda sobre a adequada aplicação do Direito. Nesse contexto, é possível afirmar que o Poder Judiciário
controla, in concreto, a legitimidade dos comportamentos da Administração Pública, anulando suas
condutas, compelindo-a àquelas que seriam obrigatórias e condenando-a a indenizar os lesados, quando
for o caso. Dentre as medidas judiciais para correção da conduta administrativa, afora as comuns do Direito
Privado, assinale a alternativa cuja medida judicial está à disposição de qualquer cidadão e se presta para
obter a anulação de atos ou contratos administrativos lesivos ao patrimônio de entidade em que o Estado
participe: Ação Popular. BL: art. 5º, LXXIII, CF.

(Anal. Judic./TRT23-2011-FCC): Cassio tomou conhecimento que a praça pública próxima à sua residência
será fechada por interesses escusos, posto que no terreno, cuja propriedade foi transferida ilegalmente para
o particular, será erguido um complexo de edifícios de alto padrão, que beneficiará o Prefeito Municipal
com um apartamento. Segundo a CF/88, visando anular o ato lesivo que teve notícia, Cassio poderá propor
ação popular. BL: art. 5º, LXXIII, CF.

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos;
32
LXXV - o Estado INDENIZARÁ o condenado POR ERRO JUDICIÁRIO, assim como o que ficar
preso além do tempo fixado na sentença; (TJAP-2008) (TJPA-2014) (TJDFT-2016)

(DPEAP-2018-FCC): Em sede de processo pelo cometimento de crime sujeito à pena de reclusão, é


proferida sentença condenatória em primeira instância, confirmada por seus próprios fundamentos, em
segunda instância, sendo dado início à execução da pena privativa de liberdade quando do respectivo
trânsito em julgado. Anos mais tarde, enquanto o condenado ainda cumpria a pena que lhe havia sido
imposta, o Tribunal de Justiça julga procedente revisão criminal, absolvendo-o, com fundamento em nova
prova de sua inocência, sem que ato ou falta imputável ao condenado houvesse contribuído para a reversão
do julgado. Diante da procedência da revisão criminal e do tempo que permaneceu encarcerado, pretende
o condenado obter indenização por danos morais em face do Estado. Nessa situação, à luz da CF/88 e da
jurisprudência do STF, restou configurada hipótese apta a desencadear a responsabilidade civil do Estado
por ato jurisdicional, de natureza objetiva, o que inclui o dever de indenização por danos morais, como
pretendido pelo condenado. BL: art. 5º, LXXV c/c art. 37, §6º, CF/88.

##Atenção: ##TJDFT-2016: ##CESPE: ERRO JUDICIÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO


ESTADO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DE CONDENAÇÃO
DESCONSTITUÍDA EM REVISÃO CRIMINAL E DE PRISÃO PREVENTIVA. CF, ART. 5º, LXXV.
C.PR.PENAL, ART. 630. 1. O direito à indenização da vítima de erro judiciário e daquela presa além do
tempo devido, previsto no art. 5º, LXXV, da Constituição, já era previsto no art. 630 do CPP, com a exceção
do caso de ação penal privada e só uma hipótese de exoneração, quando para a condenação tivesse
contribuído o próprio réu. 2. A regra constitucional não veio para aditar pressupostos subjetivos à regra
geral da responsabilidade fundada no risco administrativo, conforme o art. 37, § 6º, da Lei Fundamental:
a partir do entendimento consolidado de que a regra geral é a irresponsabilidade civil do Estado por atos
de jurisdição, estabelece que, naqueles casos, a indenização é uma garantia individual e, manifestamente,
não a submete à exigência de dolo ou culpa do magistrado. 3. O art. 5º, LXXV, da Constituição: é uma
garantia, um mínimo, que nem impede a lei, nem impede eventuais construções doutrinárias que
venham a reconhecer a responsabilidade do Estado em hipóteses que não a de erro judiciário stricto
sensu, mas de evidente falta objetiva do serviço público da Justiça. (STF, 1ª T., RE 505393 PE, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, j. 26/6/07).

(TJBA-2012-CESPE): Se um juiz, ao praticar ato de natureza penal, agir de modo negligente e condenar
alguém por sentença que contenha erro judiciário, caberá ao Estado a responsabilidade de indenizar essa
pessoa. BL: art. 5º, LXXV, CF/88.

(TJSP-2008-VUNESP): A responsabilidade civil do Estado, prevista na Constituição Federal, estende-se


aos danos causados em decorrência de erro judiciário, considerando-se que o magistrado se enquadra no
conceito constitucional de agente público. BL: art. 5º, LXXV c/c art. 37, §6º, CF/88.

##Atenção: Apesar de a CF/88 ditar que “o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença”, a regra é a irresponsabilização do Estado por atos de jurisdição.

(DPESP-2006-FCC): O direito a justa indenização no caso de prejuízos sofridos pelo acusado e


reconhecidos em condenação rescindida por revisão criminal tem o seguinte fundamento: a Constituição
Federal no capítulo dos direitos e deveres individuais e coletivos. BL: art. 5º, LXXV, CF.

LXXVI - SÃO GRATUITOS para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (DPEMS-2008)


(TJSC-2009) (TJPE-2011) (TJMS-2012)

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII - SÃO GRATUITAS as ações de HABEAS CORPUS e HABEAS DATA, e, na forma da lei, os
atos necessários ao exercício da cidadania. (DPEMS-2008) (TJBA-2012) (DPESP-2013) (TJRS-2016)
(TCEMG-2018) (Anal./DPEAM-2018)

Previsão constitucional de isenção de custas:


- Habeas Corpus

33
- Habeas Data
- Ação Popular (salvo se comprovada má fé do autor)
- Exercício da cidadania
- Direito de petição
- Obtenção de certidões

Dica Qconcursos:
- DIREITO DE PETIÇÃO E DE OBTER CERTIDÃO: isento ("independe") do pagamento de taxas;

- AÇÃO POPULAR: isenta de custas e ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé;

- HC e HD: gratuitos;

- ATOS NECESSÁRIOS AO EXERCÍCIO DA CIDADANIA: gratuitos, na forma da lei;

- REGISTRO DE NASCIMENTO E CERTIDÃO DE ÓBITO: gratuitos aos reconhecidamente pobres;

- ASSISTÊNCIA JURÍDICA E INTEGRAL PELO ESTADO: gratuita a quem comprove insuficiência de


recursos.

- CASAMENTO: O casamento é civil e gratuita a celebração

Dica: Os H’s são de GRAÇA!

Dica: quem MANDA sempre PAGA! Mandado de segurança e mandado de injunção (incisos LXX e LXXI),
portanto, são pagos.

(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): É vedado ao legislador editar lei em que se exija o pagamento de custas
processuais para a impetração de habeas corpus. BL: art. 5º, LXXVII, CF.

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, SÃO ASSEGURADOS A RAZOÁVEL


DURAÇÃO DO PROCESSO e os meios que GARANTAM a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJPR-2008) (TJSC-2009) (TJRS-2016) (TST/Unificado-2017) (TJSP-
2018) (TJMS-2020)

(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): Acerca dos fundamentos e princípios do direito processual


civil, julgue o item subsequente: A razoável duração do processo foi elevada a garantia constitucional, mas
é preciso que a preocupação com a celeridade não comprometa a segurança do processo. BL: art. 5º,
LXXVIII, CF (proc. civil).

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais TÊM APLICAÇÃO IMEDIATA.


(MPRO-2008) (TJAP-2009) (TJDFT-2014) (MPRS-2014) (TJPR-2017) (TJSC-2009/2019)

##Atenção: ##TJSC-2019: ##CESPE: As normas que tratam de direitos fundamentais dos menores não
têm natureza programática, tendo aplicação imediata (art. 5º, § 1º da CF).

§ 2º Os DIREITOS e GARANTIAS expressos nesta Constituição NÃO EXCLUEM outros


decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte. [obs.: rol não exaustivo/exemplificativo] (TRF5-2009) (MPMT-2012) (MPF-
2013) (MPRS-2012/2014) (TJPR-2017) (PCRS-2018)

(MPPR-2019): Sobre direitos fundamentais, é correta a afirmação: A caracterização de um direito como


fundamental não é determinada apenas pela relevância do bem jurídico tutelado por seus predicados
intrínsecos, mas também pela relevância que é dada a esse bem jurídico pelo constituinte, mediante
atribuição da hierarquia correspondente (expressa ou implicitamente) e do regime jurídico-constitucional
assegurado às normas de direitos fundamentais. BL: art. 5º, §§1º e 2º, CF.

##Atenção: A questão exigiu mais precisamente os ensinamento de Ingo Salert que afirma que, ”com o
sentido da nota distintiva da fundamentalidade de determinados direitos (em relação a outros, que não
foram expressa ou mesmo implicitamente albergados pela Constituição), é preciso destacar que, no sentido

34
jurídico-constitucional, um determinado direito é fundamental não apenas pela relevância do bem
jurídico tutelado em si mesma (por mais importante que o seja), mas pela relevância do bem jurídico na
perspectiva das opções do Constituinte, acompanhada pela hierarquia normativa correspondente e do
regime jurídico-constitucional assegurado pelo Constituinte às normas de direitos fundamentais. (Fonte:
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais: uma teoria dos direitos fundamentais na
perspectiva constitucional. 11 ed. rev. atual. p. 74-78). Portanto, a questão está correta porque,
primeiramente, as normas constitucionais já se situam, naturalmente, no topo da hierarquia normativa e,
também porque os Direitos Fundamentais representam normas materialmente constitucionais, com
extrema relevância, sendo dotadas, inclusive, de aplicabilidade imediata (art. 5º, §1º, CF/88).

(MPSC-2016): Conceitualmente, os direitos humanos são os direitos protegidos pela ordem internacional
contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. Por
sua vez, os direitos fundamentais são afetos à proteção interna dos direitos dos cidadãos, os quais
encontram-se positivados nos textos constitucionais contemporâneos. BL: art. 5º, §2º, CF.

(MPAM-2007-CESPE): Embora o art. 5.º da CF disponha de forma minuciosa sobre os direitos e as


garantias fundamentais, ele não é exaustivo e não exclui outros direitos. BL: art. 5º, §2º, CF.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais SOBRE DIREITOS HUMANOS que FOREM


APROVADOS, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, SERÃO EQUIVALENTES às EMENDAS CONSTITUCIONAIS. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC
6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018) (TJMG-2006) (MPAM-2007) (DPU-2007) (TJAP-2008)
(TJSC-2009) (TRF4-2009) (TRF5-2009) (MPRO-2010) (MPF-2005/2008/2011) (TJSP-2009/2011) (MPMT-
2008/2012) (TJMS-2010/2012) (MPSC-2010/2013) (MPRS-2014) (DPERN-2015) (TJAM-2016) (TJDFT-2016)
(PGEMT-2016) (TJPR-2010/2012/2017) (TJSP-2018) (MPSP-2010/2019)

(MPCE-2020-CESPE): No Brasil, após a promulgação da EC nº 45/04, os tratados relativos aos direitos


humanos aprovados na forma prevista são equivalentes às emendas constitucionais. BL: art. 5º, §3º, CF.

(MPSC-2019): Em conformidade com o entendimento do STF, os tratados e convenções sobre direitos


humanos que não foram aprovados na forma do art. 5º, § 3º, da Constituição da República Federativa do
Brasil, possuem natureza de normas supralegais. BL: art. 5º, §3º, CF.

(MPSP-2019): A respeito do controle de convencionalidade, é correto afirmar: O controle complementar é


realizado pelas cortes internacionais caso o Poder Judiciário de origem não a tenha controlado ou a tenha
realizado de forma insuficiente.

(MPSP-2019): A respeito do controle de convencionalidade, é correto afirmar: É exercido de forma


secundária, em nosso entorno geográfico, pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, e de forma
primária pelo Poder Judiciário interno.

(MPSP-2019): A respeito do controle de convencionalidade, é correto afirmar: É realizado de forma difusa


por qualquer juízo ou tribunal, inclusive o STF em julgamento de RE.

(TJRS-2018-VUNESP): No atual sistema normativo brasileiro, à luz do posicionamento assumido pelo


STF, os tratados que possuem status normativo supralegal são sujeitos a um controle de convencionalidade
difuso, sendo dever do juiz nacional examinar a compatibilidade das normas internas com as
convencionais, mediante provocação da parte ou de ofício. BL: art. 5º, §3º, CF.

##Atenção: Registre-se que todos os tratados internacionais sobre Direitos Humanos são paradigmas do
controle da convencionalidade das leis - não apenas a CADH. –, compreendendo uma modalidade
parecida com o controle de constitucionalidade, como medida apta a aferir a consonância das normas aos
tratados internacionais com status de emenda constitucional ou de supralegalidade. Existem duas
situações:
✓ 1ª) Controle CONCENTRADO de Convencionalidade: requer-se que o tratado tenha equivalência
de emenda constitucional, caso contrário, não será apreciado pelo STF. Temos tratados aprovados com
essa equivalência pelo Brasil: a) A convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência; b) O Protocolo
dos Direitos das Pessoas com Deficiência; e b) O Tratado de Marrakesh. Pode-se utilizar todas as ações
do controle abstrato para invalidar leis federais ou estaduais que violem os tratados internacionais
de Direitos Humanos constitucionalizados (ex.: ADI; ADCON; ADPF).

35
✓ 2ª) Controle DIFUSO de Convencionalidade: todos os juízes podem exercer. Tem como base
TODOS os tratados de direitos humanos, sejam tratados supralegais, sejam os com status de emendas,
sejam aprovados pela sistemática do art. 5º, §2º ou art. 5º, §3º da CF. Desse modo, quaisquer tratados
de direitos humanos possuem status especial no direito brasileiro, acima das leis ordinárias e,
portanto, serão paradigmas de controle pela via difusa. Além disso, os tratados sobre direitos
humanos não se contentam em aplicar sempre o tratado. Assim, havendo norma mais benéfica ao
indivíduo, aplica-se a norma mais benéfica, isto é, no controle difuso de convencionalidade opera
sempre que o tratado internacional for mais benéfico ao cidadão, independe o status de tratado
sobre Direitos Humanos. Porém, ressalte-se que nos casos em que a regra interna seja a mais benéfica,
o próprio tratado internacional cederá diante do direito interno.

##Atenção: ##TJSP-2018: ##VUNESP: Incorporação dos Tratados Internacionais no ordenamento


jurídico brasileiro:
➢ 1ª tese: A jurisprudência e doutrina concordam que qualquer tratado internacional já é norma com
status constitucional. Se aprovado pelo art. 5, §3º, da CF, são equivalentes às Emendas
Constitucionais;
➢ 2ª tese: O STF vai dizer que todos os tratados de Direitos Humanos tem status supralegal, porém
infraconstitucional. Todavia, se aprovados pelo art. 5º, §3º da CF, serão equivalentes às Emendas
Constitucionais;
➢ 3ª tese: DIVERGÊNCIA = Tratado NÃO APROVADOS pelo art. 5º, §3º, da CF:
✓ STF: a hierarquia é de norma supralegal.
✓ Doutrina: a hierarquia é de norma com status constitucional.

(DPEPR-2017-FCC): De acordo com o posicionamento do STF sobre a hierarquia dos tratados


internacionais de direitos humanos, consideram-se como tratados de hierarquia constitucional: 1)
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu respectivo Protocolo
Facultativo − Convenção de Nova Iorque e; 2) Tratado de Marraqueche para facilitar o acesso a obras
publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades para aceder ao texto
impresso.

##Atenção: O Tratado de Marraqueche foi aprovado pelo Congresso Nacional com status de emenda pelo
Decreto Legislativo 261/15, em setembro de 2015, sendo ratificado em 11 de dezembro de 2015. Agora, em
2018, o referido Tratado foi promulgado pelo Dec. 9.522/18. Sendo assim, o Brasil aprovou o Tratado de
Marraqueche na forma qualificada prevista no § 3º do art. 5º da CF, conforme o Projeto de Decreto
Legislativo 347/15 do Senado Federal (57/15, na Câmara dos Deputados). Com o vigor internacional do
Tratado, o Brasil passa a ter mais um instrumento com equivalência de emenda constitucional — o terceiro
tratado com nível hierárquico formalmente constitucional no Brasil, que vem somar-se à Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e pelo seu Protocolo Facultativo, ambos
aprovados por maioria congressual qualificada em 2009 (promulgados pelo Decreto 6.949/2009).

(MPSP-2013): O Decreto Legislativo n.º 186, de 09/07/08, aprovou o texto da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30/03/07. O
Decreto n.º 678, de 06/11/92, promulgou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São
José da Costa Rica), de 22/11/69. Tais normas ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro com o grau
hierárquico de norma constitucional e norma supralegal, respectivamente.

##Atenção: A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo,
assinados em Nova Iorque, em março de 2007 trata-se de NORMA CONSTITUCIONAL, posto que FOI
APROVADA PELO QUORUM QUALIFICADO DE EMENDA CONSTITUCIONAL, previsto no art. 5º §
3º da CF. Já a Convenção Americana de Direitos Humanos, como NÃO FORA APROVADA PELO
QUORUM QUALIFICADO, trata-se de NORMA SUPRALEGAL, isto é, acima, da lei, mas abaixo da CF,
consoante entendimento do STF. Porém, há doutrina que entende que os tratados internacionais de
Direitos Humanos, MESMO QUE NÃO APROVADOS PELO QUORUM QUALIFICADO DE EMENDA
CONSTITUCIONAL, tem status DE NORMA CONSTITUCIONAL, consoante art. 5º, §3º da CF.

(TJRJ-2012-VUNESP): Assinale a alternativa correta sobre os Direitos Humanos: A Convenção sobre os


Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo tornou--se o primeiro tratado
internacional de direitos humanos admitido formalmente no direito brasileiro com status de emenda
constitucional. BL: art. 5º, §3º, CF.

36
(DPEMS-2012-VUNESP): Considerando a doutrina pátria do direito constitucional, pode-se afirmar sobre
o denominado bloco de constitucionalidade brasileiro que a Convenção sobre os direitos das pessoas com
deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo n.º 186/08, passou a integrar o nosso bloco de
constitucionalidade. BL: art. 5º, §3º, CF/88.

§ 4º O BRASIL SE SUBMETE à jurisdição de TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL a cuja criação


TENHA MANIFESTADO ADESÃO. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (DPU-2007)
(MPSP-2008) (DPEMS-2008) (MPF-2008) (TJSC-2009) (MPRO-2010) (TJCE-2018)

(MPAM-2007-CESPE): A República Federativa do Brasil reconhece a jurisdição de tribunais internacionais


com vocação penal, desde que tenha aderido a seus instrumentos fundacionais. BL: art. 5º, §4º, CF.

##Atenção: ##DPU-2007: ##CESPE: ##DPEMS-2008: ##VUNESP: O art. 29 do Estatuto de Roma,


ratificado pelo Brasil por meio do Dec. 4.388/02, afirma que os crimes sujeitos à jurisdição da Corte
Internacional Criminal (ou Tribunal Penal Internacional) são considerados imprescritíveis. Entretanto,
consoante dispõe o art. 5º, XLII e XLIV da CF/88, apenas são imprescritíveis o crime de racismo e o de ação
de grupos armados contra o Estado Democrático de Direito. Nesse sentido, com a edição da EC 45/04, não
há qualquer razão para falar em inconstitucionalidade pela adoção do Estatuto de Roma. Portanto, a
imprescritibilidade, bem como outros rigores que o Estatuto de Roma consagra, são plenamente
constitucionais. O art. 5º da CF/88, em face da EC 45/04, passou a dispor: “§ 4º O Brasil se submete à
jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”. Por conta disso, constata-se
que houve o agravamento dos direitos individuais fundamentais, porém, sem macular o art. 60, § 4º, IV,
da CF/88, uma vez que não se transformou a imprescritibilidade em regra, tendo sido mantida a sua
excepcionalidade, apenas com ampliação do leque de incidência, mas como a previsão na própria CF/88.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São DIREITOS SOCIAIS a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o


transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
(TJAP-2009) (TJPR-2010) (MPPB-2011) (MPMG-2013)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional a expressão “quando apresentar atestado de saúde,


emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento”, contida nos incisos II e III
do art. 394-A da CLT, inseridos pelo art. 1º da Lei 13.467/17 (Reforma Trabalhista). Essa expressão,
inserida no art. 394-A da CLT, tinha como objetivo autorizar que empregadas grávidas ou lactantes
pudessem trabalhar em atividades insalubres. Ocorre que o STF entendeu que o trabalho de gestantes e
de lactantes em atividades insalubres viola a Constituição Federal. O art. 6º da CF/88 proclama
importantes direitos, entre eles a proteção à maternidade, a proteção do mercado de trabalho da mulher
e redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. A proteção
para que a gestante e a lactante não sejam expostas a atividades insalubres caracteriza-se como importante
direito social instrumental que protege não apenas a mulher como também a criança (art. 227 da CF/88).
A proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não podem ser
afastados pelo desconhecimento, impossibilidade ou a própria negligência da gestante ou lactante em
apresentar um atestado médico, sob pena de prejudicá-la e prejudicar o recém-nascido. Em suma, é
proibido o trabalho da gestante ou da lactante em atividades insalubres. STF. Plenário. ADI 5938/DF, Rel.
Min. Alexandre de Moraes, j. 29/5/19 (Info 942).

ART. 6º DA CF/88
Redação anterior à EC 90/2015 Redação ATUAL

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
segurança, a previdência social, a proteção à lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição. desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 7º SÃO DIREITOS dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que VISEM à melhoria
de sua condição social: [Obs.: Rol TAXATIVO.] (DPEMS-2008) (TJMT-2014)

37
I - relação de emprego protegida CONTRA DESPEDIDA ARBITRÁRIA ou SEM JUSTA CAUSA,
nos termos de lei complementar, que PREVERÁ indenização compensatória, dentre outros direitos;
(DPEMS-2008) (TRF4-2009) (TJGO-2012)

(MPCE-2009-FCC): A garantia constitucional de proteção à relação de emprego, assegurada pelo artigo 7o


, I da Constituição da República, subordina-se à edição de lei complementar. BL: art. 7º, I, CF.

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego INVOLUNTÁRIO; (TRF4-2009) (TJGO-2012)

III - fundo de garantia do tempo de serviço; (TJDFT-2016)

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, SENDO
VEDADA sua vinculação para qualquer fim; (DPEMS-2008) (TRF4-2009) (MPMG-2012) (AGU-2012)
(TJMA-2013) (TJAM-2016) (MPMS-2018)

Súmula vinculante 4: Salvo os casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por
decisão judicial.

##Atenção: ##DOD: Por que existe a proibição do art. 7º, IV, da CF/88? Tal proibição tem como objetivo
evitar que o salário mínimo se torne um “indexador econômico” (um índice de reajuste). Se a CF/88
permitisse que o salário mínimo pudesse servir como indexador econômico, o valor e o preço de vários
benefícios, produtos e serviços seriam fixados em salário mínimo. Exemplos: 1) se não houvesse a
vedação, o locador poderia estabelecer no contrato que o valor do aluguel seria de 2 salários mínimos, de
forma que todas as vezes que ele aumentasse, o valor pago também seria majorado; 2) o colégio poderia
fixar o valor da mensalidade em metade do salário mínimo; 3) a academia poderia estabelecer o valor da
mensalidade em 1/3 do salário mínimo etc. Desse modo, se isso fosse permitido, haveria uma pressão
muito grande no momento de aumentar o salário mínimo no país, considerando que ele iria influenciar
direta e imediatamente no preço de inúmeros bens. Além disso, todas as vezes que o salário mínimo
subisse, o preço desses bens e serviços iriam também aumentar automaticamente, gerando inflação e
fazendo com que não houvesse ganho real para o trabalhador, já que todas as outras coisas também
ficariam mais caras.

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; (DPECE-2008) (TJDFT-2016)

VI - irredutibilidade do salário, SALVO o disposto em CONVENÇÃO ou ACORDO COLETIVO;


(PGEGO-2010) (TJGO-2012) (TJMT-2014)

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
(MPMG-2012)

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
(MPMG-2012)

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; (TJGO-2012) (MPMG-2012) (TJDFT-


2014)

X - proteção do salário na forma da lei, CONSTITUINDO CRIME sua retenção dolosa; (TJGO-2012)

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,


participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; (TJDFT-2016)

(TJPR-2012-UFPR): O art. 7º, XI da CF, que institui o direito do trabalhador à “participação nos lucros, ou
resultados, desvinculada da remuneração e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa,
conforme definido em lei”, veicula norma de eficácia limitada. BL: art. 7º, XI, CF.

38
##Atenção: Além disso, é dotada de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, pois exige norma
infraconstitucional para que se materialize na prática.

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva; (TJRN-2013)

Súmula 675-STF: Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não
descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7o, XIV, da
Constituição.

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; (TRF4-2009)

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do


normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º) (MPMG-2012) (TJDFT-2016) (TJAM-2016)

##Atenção: ##STF: ##TJAM-2016: ##CESPE: O art. 7º, XVI, CF, que cuida do direito dos trabalhadores
urbanos e rurais à remuneração pelo serviço extraordinário com acréscimo de, no mínimo, 50%, aplica-
se imediatamente aos servidores públicos, por consistir em norma autoaplicável. (STF. 1ª T., AI 642.528-
AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 25/9/12)

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
(TRF4-2009) (MPMG-2012) (TJMT-2014)

XVIII - licença à gestante, SEM PREJUÍZO do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias; (TJMT-2014)

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; (TJMT-2014)

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

(MPMT-2012): A norma “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: [...] proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei” (art. 7º, XX, CF/88) é de eficácia limitada de princípio programático.

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da
lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da


lei; (MPMG-2012)

XXIV - aposentadoria;

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (DPEMS-2008) (TJAM-
2016)

##Atenção: Não há contraprestação pelo referido serviço.

39
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; (MPCE-2009)

XXIX - ação, quanto aos CRÉDITOS RESULTANTES DAS RELAÇÕES DE TRABALHO, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) (AGU-2007)
(DPEMS-2008) (TJAL-2019)

a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)

b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)

##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: O art. 7º, XXIX da CF/88 é também aplicável ao empregado (servidor)
público, que possui vínculo celetista com a Administração Pública Indireta.

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador


portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos; (TJDFT-2016)

XXXIII - PROIBIÇÃO de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a MENORES DE DEZOITO e de


qualquer trabalho a MENORES DE DEZESSEIS ANOS, SALVO na condição de APRENDIZ, a partir de
quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (MPPR-2008) (MPCE-2011) (TJPE-
2013) (MPSC-2016) (Cartórios/TJMG-2017)

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o


trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos
incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 72, de 2013)

Art. 8º É livre a associação PROFISSIONAL ou SINDICAL, OBSERVADO o seguinte:

I - a lei NÃO PODERÁ EXIGIR autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical; (DPECE-2008) (DPEMS-2008) (TRF1-2009) (AGU-2012) (MPF-2015)

II - É VEDADA a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de


categoria profissional ou econômica, NA MESMA BASE TERRITORIAL, que SERÁ DEFINIDA pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, NÃO PODENDO SER inferior à área de um Município;
(AGU-2012) (MPSC-2016)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A legitimidade dos sindicatos para representação de determinada categoria
depende do devido registro no Ministério do Trabalho em obediência ao princípio constitucional da
unicidade sindical (art. 8º, II, CF/88). STF. 1ª T. RE 740434 AgR/MA, Rel. Min. Luiz Fux, j. 19/2/19 (Info
931)

40
##Observação sobre o julgado acima: Os sindicatos podem fazer a defesa dos direitos e interesses
individuais ou coletivos da categoria, conforme prevê o art. 8º, III, da CF/88. No entanto, para que os
sindicatos possam fazer isso, eles precisam ser registrados no Ministério do Trabalho. O registro sindical
é o ato que habilita as entidades sindicais para a representação de determinada categoria.

##Questiona-se: Por que fazer essa exigência? Qual a razão disso? A exigência desse registro é para
garantir o respeito ao princípio da unicidade sindical, adotado pela CF/88, em seu art. 8º, II, segundo o
qual é proibida a criação de mais de um sindicato na mesma base territorial. Assim, o Ministério do
Trabalho controla para que não exista mais de um sindicato, da mesma categoria profissional ou
econômica, na mesma base territorial. Nesse sentido:
Súmula 677-STF: Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho
proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da
unicidade.

(TJAC-2012-CESPE): Em decorrência do princípio da unicidade sindical, é vedada a criação de mais de


uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na
mesma base territorial, que não pode ser inferior à área de um município. BL: art. 8º, II, CF.

III - ao sindicato CABE a defesa dos direitos e interesses COLETIVOS ou INDIVIDUAIS DA


CATEGORIA, INCLUSIVE em questões judiciais ou administrativas; (MPSE-2010) (TJRJ-2011) (TJDFT-
2015) (MPF-2015) (TJAM-2016)

##STF: ##Reperc. Geral/STF: ##Tema 823: ##MPF-2015: Os sindicatos possuem ampla legitimidade
extraordinária para defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou individuais dos integrantes da
categoria que representam, inclusive nas liquidações e execuções de sentença, independentemente de
autorização dos substituídos. (STF. RE 883642 RG, Rel. Min. Min. Presidente, j. 18/06/15).

##Atenção: ##STF: ##TJMA-2013: ##TJAM-2016: ##CESPE: O art. 8º, III da CF/88 estabelece a
legitimidade extraordinária dos sindicatos para defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou
individuais dos integrantes da categoria que representam. Para o STF, essa legitimidade extraordinária
é ampla, abrangendo a liquidação e a execução dos créditos reconhecidos aos trabalhadores. Por se tratar
de típica hipótese de substituição processual, é desnecessária qualquer autorização dos substituídos.
(RE 210029, Rel. Min. Carlos Velloso, Rel. p/ Ac. Min. Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, j. 12/6/06).

##Atenção: ##STJ: ##TJMA-2013: ##CESPE: "Os sindicatos, que atuam na qualidade de substitutos
processual, possuem legitimidade para atuar nas fases de conhecimento, liquidação e execução de
sentença proferida em ações versando direitos individuais homogêneos, dispensando, inclusive, prévia
autorização dos trabalhadores. (...)." [STJ, AgRg no Ag 1049450/DF, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Des.
Conv. TJ/RS), 6ª T., j. 21/06/11].

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será


descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;

##Atenção: ##STF: ##DOD: São compatíveis com a Constituição Federal os dispositivos da Lei 13.467/17
(Reforma Trabalhista) que extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e condicionaram o
seu pagamento à prévia e expressa autorização dos filiados. No âmbito formal, o STF entendeu que a Lei
13.467/17 não contempla normas gerais de direito tributário (art. 146, III, “a”, da CF/88). Assim, não era
necessária a edição de lei complementar para tratar sobre matéria relativa a contribuições. Também não se
aplica ao caso a exigência de lei específica prevista no art. 150, § 6º, da CF/88, pois a norma impugnada
não disciplinou nenhum dos benefícios fiscais nele mencionados, quais sejam, subsídio ou isenção,
redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão. Sob o ângulo material,
o STF afirmou que a Constituição assegura a livre associação profissional ou sindical, de modo que
ninguém é obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato (art. 8º, V, da CF/88). O princípio
constitucional da liberdade sindical garante tanto ao trabalhador quanto ao empregador a liberdade de se
associar a uma organização sindical, passando a contribuir voluntariamente com essa representação. Não
há nenhum comando na Constituição Federal determinando que a contribuição sindical é compulsória.
Não se pode admitir que o texto constitucional, de um lado, consagre a liberdade de associação,
sindicalização e expressão (art. 5º, IV e XVII, e art. 8º) e, de outro, imponha uma contribuição compulsória

41
a todos os integrantes das categorias econômicas e profissionais. STF. Plenário. ADI 5794/DF, Rel. Min.
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, j. 29/6/2018 (Info 908).

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; (TJAM-2016)

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

VIII - É VEDADA a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo


de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei. (DPEMS-2008)

Parágrafo único. As disposições deste artigo APLICAM-SE à ORGANIZAÇÃO de sindicatos rurais


e de colônias de pescadores, ATENDIDAS as condições que a lei estabelecer. (TRF1-2009) (TJAM-2016)

##Atenção: ##STF: ##TJAM-2016: ##CESPE: Viola os princípios constitucionais da liberdade de


associação (art. 5º, XX) e da liberdade sindical (art. 8º, V), ambos em sua dimensão negativa, a norma legal
que condiciona, ainda que indiretamente, o recebimento do benefício do seguro-desemprego à filiação
do interessado a colônia de pescadores de sua região.” (STF, Plenário. ADI 3.464., Rel. Min. Menezes
Direito, j. 29/10/08).
(TJAM-2016-CESPE): Assinale a opção correta acerca dos direitos e deveres individuais e coletivos e dos
direitos sociais, considerando a jurisprudência do STF: Viola os princípios constitucionais da liberdade de
associação e da liberdade sindical norma legal que condicione, ainda que indiretamente, o recebimento do
benefício do seguro-desemprego à filiação do interessado a colônia de pescadores de sua região. BL:
Entendimento do STF.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. (DPU-2017)

§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, É ASSEGURADA a eleição de um


representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores. [obs.: previsão de direito de representação classista.] (DPEMS-2008) (TRF1-2009)

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
NÃO ESTEJAM a serviço de seu país [critérios: “jus soli” MENOS o critério funcional]; (TJGO-2009)
(MPRN-2009) (TJRO-2011) (DPESC-2017)

42
(Anal. Previdenc.-IPRESP/SP-2017-VUNESP): Pierre é filho de pais estrangeiros, mas nasceu no Brasil.
De acordo com a CF/88, Pierre pode ser considerado brasileiro nato, desde que seus pais não estejam a
serviço de seu país de origem. BL: art. 12, I, “a”, CF/88.

(DPEMS-2013-VUNESP): Segundo a CF/88, são brasileiros natos os nascidos na República Federativa do


Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. BL: art. 12, I, “a”,
CF/88.

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro OU mãe brasileira, desde que QUALQUER DELES
ESTEJA A SERVIÇO da República Federativa do Brasil [critérios: “jus sanguinis” MAIS o critério
funcional]; (MPPB-2010) (TJRO-2011) (TJSC-2013) (DPEMS-2013) (TJAL-2015)

(Investigador de Polícia/PCBA-2018-VUNESP): Imagine que Marieta, brasileira nata, e Roger, americano


nato, estejam residindo atualmente nos Estados Unidos, período em que ocorre o nascimento de Lucas,
filho deles. Nessa situação, nos termos da disposição da Constituição acerca da nacionalidade, é correto
afirmar que, caso Marieta esteja nos Estados Unidos a serviço da República Federativa do Brasil, o seu filho
será considerado como brasileiro nato. BL: art. 12, I, “b”, CF/88.

##Atenção: Assim, se Marieta estiver nos EUA a serviço do Brasil, seu filho Lucas será brasileiro nato.

(TJRS-2009): Pablo nasceu em Buenos Aires. Seu pai é o embaixador brasileiro na Argentina e sua mãe é
de nacionalidade argentina. Nos termos da CF/88 e alterações em vigor, é correto afirmar que Pablo é
brasileiro nato, independentemente de quaisquer condições. BL: art. 12, I, “b”, CF/88.

##Atenção: Pablo é brasileiro nato, independentemente de quaisquer condições pois o seu pai está em
estado estrangeiro (Argentina) a serviço do Brasil (embaixador). Nos termos do art. 12, I, “b”, CF/88, são
brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil.

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro OU de mãe brasileira, desde que SEJAM


REGISTRADOS em repartição brasileira competente [critérios: “jus sanguinis” + registro na repartição
brasileira competente - consulado] OU venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, EM
QUALQUER TEMPO, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira [critérios: “jus
sanguinis” + “jus domicilii” + opção]; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) (TJAL-
2008) (TJAP-2008) (TJAP-2009) (TJGO-2009) (MPRN-2009) (MPPB-2010) (TJSC-2013) (DPEMS-2013)

(ABIN-2018-CESPE): Julgue o item seguinte, relativo ao direito de nacionalidade: Filho de brasileiros


nascido no estrangeiro que opte pela nacionalidade brasileira não poderá ser extraditado, uma vez que os
efeitos dessa opção são plenos e têm eficácia retroativa. BL: art. 5º, VI e art. 12, I, “c”, CF/88 e art. 215, §2º
do Dec. 9.199/2017.

##Atenção: Ou seja, o sujeito é Brasileiro NATO e com isso a CF/88 disciplina, em seu art. 5º, inciso LI:
“nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei”. Então, se ele tiver praticado alguma das hipóteses de extradição (crime comum ou envolvimento
com tráfico de entorpecentes e drogas afins), por exemplo, e apenas depois vier a residir aqui e optar pela
nacionalidade, o Brasil não poderá extraditar. A eficácia será retroativa, atingirá todos os eventos
passados dessa pessoa como brasileiro para todos os efeitos. A propósito oportuno a leitura do teor do
art. 215 do Dec. 9199/17.8

(DPEAM-2018-FCC): Filho de pai estrangeiro e mãe brasileira, nascido durante período em que sua mãe
prestava serviços para uma empresa multinacional no exterior e sem registro de seu nascimento em
repartição brasileira, Jacques passou a morar no Brasil aos 21 anos de idade, tendo então feito a opção pela

8
Art. 215. O filho de pai ou mãe brasileira nascido no exterior e cujo registro estrangeiro de nascimento tenha sido
transcrito diretamente em cartório competente no País terá a confirmação da nacionalidade vinculada à opção pela
nacionalidade brasileira e pela residência no território nacional. § 1o Depois de atingida a maioridade e até que se
faça a opção pela nacionalidade brasileira, a condição de brasileiro nato ficará suspensa para todos os efeitos. § 2o
Feita a opção pela nacionalidade brasileira, os efeitos da condição de brasileiro nato retroagem à data de
nascimento do interessado.
43
nacionalidade brasileira, homologada por juiz federal. Seis anos mais tarde, contudo, foi requerida sua
extradição, por governo estrangeiro, em virtude de ter sido condenado à prisão perpétua por seu
envolvimento, um ano antes de sua vinda ao país, em crime de homicídio. O requerente, no caso, é governo
de país com o qual o Brasil mantém tratado de extradição. Diante desses elementos, à luz da Constituição
Federal e da jurisprudência do STF, Jacques é considerado brasileiro nato, razão pela qual não poderá ser
concedida sua extradição. BL: art. 5º, VI e art. 12, I, “c”, CF/88.

##Atenção: Observe que a questão não se enquadrava no art. 12, I, “b” da CF/88, pois sua mãe prestava
serviços para uma empresa multinacional no exterior.

(TRF2-2017): Sujeito nascido no estrangeiro, filho de mãe brasileira e de pai estrangeiro, que veio a residir
no território brasileiro e aqui, após a maioridade, optou e adquiriu a nacionalidade brasileira pode,
oportunamente, candidatar-se e ser eleito Presidente da República. BL: art. 12, I, "c", c/c art. 12, §3º, I, CF.

##Atenção: Sendo brasileiro nato, pode concorrer ao cargo privativo de Presidente da República (CF, art.
12, § 3º, I).

(TCEPE-2017-CESPE): Situação hipotética: Cláudio, brasileiro nato, por interesse exclusivamente pessoal,
residiu em país estrangeiro, onde teve um filho com uma cidadã local. Assertiva: Nessa situação, segundo
a CF, o filho de Cláudio poderá ser considerado brasileiro nato, ainda que não venha a residir no Brasil. BL:
art. 12, I, “c”, CF.

##Atenção: Para que o filho de Claúdio seja brasileiro nato, BASTA que ele seja registrado na repartição
competente OU que opte, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira E venha a morar aqui. A chave está nesses conectivos. Por conta desse "OU", entende-se que já
que ele não residiu no Brasil (a questão afirma dessa maneira), ele ainda poderá ser brasileiro nato, desde
que simplesmente seja registrado no consulado.

(Anal. Judic./TRF5-2017-FCC): Considere as situações: I) Anny e Joseph, ambos norte-americanos,


decidiram sediar uma empresa no Brasil e, por essa razão, mudaram-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu
seu primeiro filho – Anthony; II) Carlos, brasileiro e diplomata, foi convocado para representar o Brasil na
Itália e lá conheceu sua esposa Valentina, italiana, com quem teve o filho Enrico, que nasceu em solo
italiano; III) Yohanes e Natália, ambos brasileiros, após namorarem por oito anos resolveram se casar e
morar na Alemanha, onde Yohanes possui família, e lá tiveram dois filhos, Hans e Klaus. Ao contrário de
Hans, Klaus foi registrado em repartição brasileira competente. São brasileiros natos: Anthony, por ter
nascido em solo brasileiro, ainda que de pais estrangeiros; Enrico, por ser filho de brasileiro que estava na
Itália a serviço do Brasil; Klaus, por ser filho de brasileiros e ter sido registrado em repartição pública
brasileira competente; e Hans, caso venha a residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira. BL: art. 12, I, alíneas “a” a “c”, CF/88.

##Atenção: Vejamos cada uma das situações trazidas pela questão:


➢ PRIMEIRO: Anthony é brasileiro NATO porque nasceu no Brasil e nenhum de seus pais estavam a
serviço de seu país de origem (art. 12, I, “a”, CF).
➢ SEGUNDO: Enrico é brasileiro NATO porque, apesar de ter nascido em solo estrangeiro, seu pai
estava a serviço do Brasil (art. 12, I, “b”, CF).
➢ TERCEIRO: Klaus é brasileiro NATO porque, apesar de ter nascido em solo estrangeiro, foi
registrado em repartição brasileira competente + seus pais eram brasileiros (art. 12, I, “c”, CF).
➢ QUARTO: Hans pode ser considerado brasileiro NATO caso venha a residir no Brasil e opte, a
qualquer tempo, após atingida a maioridade, pela nacionalidade brasilelira. Além disso, seus pais
são brasileiros (art. 12, I, “c”, CF).

(Anal. Judic./TRT7-2017-CESPE): Caio, nascido na Itália, filho de mãe brasileira e pai italiano, veio residir
no Brasil aos dezesseis anos de idade. Quando atingiu a maioridade, Caio optou pela nacionalidade
brasileira. A partir das informações dessa situação hipotética, assinale a opção correta: O fato de Caio ser
brasileiro nato impede a sua extradição, em qualquer hipótese. BL: art. 5º, LI c/c art. 12, I, “c”, CF/88.

(TJRR-2008-FCC): Nascido em dezembro de 2007, na França, filho de pai brasileiro e mãe argelina, João é
registrado em repartição consular brasileira sediada naquele país. Nessa hipótese, nos termos da
Constituição da República, João é considerado brasileiro nato. BL: art. 12, I, “c”, 1ª parte, CF/88.

II - naturalizados:

44
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa APENAS RESIDÊNCIA por um ano ininterrupto e idoneidade moral; (Cartórios/TJMA-
2008) (MPSE-2010)

b) os estrangeiros DE QUALQUER NACIONALIDADE, residentes na República Federativa do


Brasil HÁ mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, DESDE QUE REQUEIRAM a
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
(Cartórios/TJMA-2008) (MPCE-2009) (TJRO-2011) (TJSC-2013) (DPESC-2017)

§ 1º Aos portugueses COM RESIDÊNCIA PERMANENTE no País, SE HOUVER


RECIPROCIDADE em favor de brasileiros, SERÃO ATRIBUÍDOS os direitos inerentes ao brasileiro,
SALVO os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3,
de 1994) (MPRN-2009) (MPF-2012) (TJSC-2013) (DPESC-2017) (TJRO-2019)

§ 2º A lei NÃO PODERÁ ESTABELECER DISTINÇÃO entre brasileiros natos e naturalizados,


SALVO nos casos previstos nesta Constituição. (DPU-2007) (TRF4-2009) (MPF-2011) (TJPR-2013)

§ 3º SÃO PRIVATIVOS de brasileiro nato os cargos: (TJDFT-2016) (MPSC-2019) (TJMS-2020)

I - de Presidente e Vice-Presidente da República; (TJDFT-2016)

(TRF2-2017): Sujeito nascido no estrangeiro, filho de mãe brasileira e de pai estrangeiro, que veio a residir
no território brasileiro e aqui, após a maioridade, optou e adquiriu a nacionalidade brasileira pode,
oportunamente, candidatar-se e ser eleito Presidente da República. BL: art. 12, I, "c", c/c art. 12, §3º, I, CF.

##Atenção: Sendo brasileiro nato, pode concorrer ao cargo privativo de Presidente da República (CF, art.
12, § 3º, I).

(MPRN-2009-CESPE): A CF e as leis eleitorais brasileiras estabelecem a disciplina da nacionalidade do


candidato, que pode ter particularidades conforme o cargo pretendido. A esse respeito, assinale a opção
correta: Cidadão brasileiro nascido no exterior e registrado no consulado do Brasil pode ser candidato a
presidente da República. BL: art. 12, I, "c", c/c art. 12, §3º, I, CF.

II - de Presidente da Câmara dos Deputados; (MPRN-2009) (TJDFT-2016) (MPMG-2019)

(TJRN-2013-CESPE): Alemão naturalizado brasileiro pode ser deputado federal, mas não presidente da
Câmara dos Deputados. BL: art. 12, §3º, II da CF/88.

III - de Presidente do Senado Federal; (TJDFT-2016)

(TCEPE-2017-CESPE): Estrangeiro que resida no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e não tenha
condenação penal poderá tornar-se, após requerimento, brasileiro naturalizado e, nessa condição,
candidatar-se a deputado federal ou senador, mas, se eleito, estará impedido de presidir a casa legislativa
à qual pertencer. BL: art. 12, inciso II, “c” c/c §3º, II e III, CF/88.

(TJSP-2013-VUNESP): É (São) cargo(s) eletivo(s) privativo(s) de brasileiros natos o cargo de Presidente


das Casas Legislativas (Câmara dos Deputados e Senado Federal). BL: art. 12, §3º, II e III, CF/88.

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; (TJDFT-2016) (DPESC-2017) (MPMG-2019)

V - da carreira diplomática; (MPSC-2014) (TJDFT-2011/2016) (MPMG-2019)

(Anal. Judic./TRF5-2017-FCC): Nuno e Manuel são dois jovens adultos de nacionalidade originária
portuguesa que fixaram residência no Brasil e, após cumpridos os requisitos pertinentes, adquiriram a
nacionalidade brasileira. Nuno almeja um dia tornar-se Ministro do STF e Manuel, seguir a carreira
diplomática a serviço da República Federativa do Brasil, não possuindo qualquer dos dois a intenção de
voltar a seu país de origem. Considerados esses elementos, à luz da CF/88, nenhum dos dois poderá
exercer os cargos pretendidos, por serem estes privativos de brasileiros natos. BL: art. 12, §3º, IV e V, CF.

45
VI - de oficial das Forças Armadas. (MPCE-2009) (STM-2013) (TJDFT-2016) (TRF3-2016)

(MPMS-2018): Conforme a Constituição Federal, é privativo de brasileiro nato o cargo de Oficial das
Forças Armadas. BL: art. 12, §3º, VI, CF.

VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) (TJGO-
2009) (TJAC-2012) (STM-2013) (TJDFT-2011/2016)

(PCMT-2017-CESPE): O boliviano Juan e a argentina Margarita são casados e residiram, por alguns anos,
em território brasileiro. Durante esse período, nasceu, em território nacional, Pablo, o filho deles. Nessa
situação hipotética, de acordo com a CF, Pablo será considerado brasileiro nato e poderá vir a ser ministro
de Estado da Defesa. BL: art. 12, I, “a” c/c §3º, VII, CF.

(TRF2-2014): Pablo nasceu no estrangeiro, filho de mãe brasileira e de pai mexicano, e veio a residir no
Brasil pouco antes de completar 15 anos. Atingida a maioridade, optou pela nacionalidade brasileira,
através de processo que tramitou na Justiça Federal. Pablo tem, agora, 30 anos de idade. Assinale a opção
correta: Em tese, Pablo poderá ser titular, dentro de alguns anos, de qualquer cargo privativo de brasileiro
nato. BL: art. 12, §3º, CF.

##Atenção: Como ele tem trinta anos, faltam apenas 5 para, em tese, ele estar apto a ocupar qualquer cargo
privativo de brasileiro nato. Ex: Presidente da República, ministro do STF, ministro de estado da defesa
etc.

(MPPE-2014-FCC): Renomado advogado, brasileiro naturalizado, com 36 anos de idade e 12 de exercício


profissional, pretende exercer cargo público, ao qual possa aceder por intermédio de eleição ou nomeação,
independentemente de concurso público. Seu interesse recai sobre os cargos de Presidente da República,
Senador, Ministro do STF, Ministro do STJ ou Ministro do Tribunal de Contas da União. Em tese,
preenchidas as demais condições pertinentes a cada cargo considerado, poderá o interessado vir a ser
apenas Senador, Ministro do STJ ou Ministro do Tribunal de Contas da União. BL: art. 12, §3º, CF/88.

(MPMG-2013): O brasileiro naturalizado pode ocupar os seguintes cargos, EXCETO o de: Presidente do
Conselho Nacional de Justiça.

##Atenção: A questão exige a conjugação de alguns artigos da CF. Vejamos: 1º) O Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) é presidido pelo Presidente do STF (art. 103-B, §1º - CF); 2º) O Presidente do STF é um dos
ministros que integram o STF. 3º)Para ser ministro do STF, o sujeito deve ser, obrigatoriamente, brasileiro
nato (art. 12, §3º, inc. IV). Conclusão: O Presidente do CNJ é um brasileiro nato.

§ 4º - SERÁ DECLARADA a PERDA DA NACIONALIDADE do brasileiro que:

I - TIVER CANCELADA sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional; (TJGO-2009) (MPRN-2009) (TJRO-2011) (TJDFT-2014) (TJPR-2019)

(DPESC-2017-FCC): Sobre o tema da nacionalidade na CF/88, é correto afirmar: Será declarada a perda
da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional. BL: art. 12, §4º, I, CF/88.

(DPU-2016-CESPE): O cancelamento da naturalização por meio de sentença judicial transitada em julgado


acarreta a perda dos direitos políticos. BL: art. 12, §4º, I, c/c art. 15, I da CF/88.

II - ADQUIRIR outra nacionalidade, SALVO nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 3, de 1994) (TJGO-2009) (MPRN-2009) (TJSC-2013) (TJDFT-2014) (MPSC-2016) (TJPR-2019)

(TRF2-2017): Incorre em causa de perda de nacionalidade o brasileiro nato que, já sendo milionário e
exclusivamente por ter se apaixonado pelos céus de Paris, obtém a nacionalidade francesa, por
naturalização. BL: art. 12, §4º, II, CF/88.

##Atenção: Há exceções, porém a questão não trata de nenhuma delas.

46
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) (TJGO-2009) (MPRN-2009) (MPF-2012) (TJDFT-2014) (TRF2-2017)

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado


estrangeiro, como CONDIÇÃO PARA PERMANÊNCIA em seu território ou PARA O EXERCÍCIO de
direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) (MPPE-2002) (TJGO-2009)
(MPRN-2009) (TJDFT-2014)

(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, brasileiro nato


que tiver perdido a nacionalidade poderá ser extraditado. BL: Info 859, STF.

##Atenção: ##STF: ##DOD: Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir
adquirir a nacionalidade norte-americana, ele irá perder a nacionalidade brasileira. Não se pode afirmar
que a presente situação se enquadre na exceção prevista na alínea “b” do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso
porque, como ele já tinha o green card, não havia necessidade de ter adquirido a nacionalidade norte-
americana como condição para permanência ou para o exercício de direitos civis. O estrangeiro titular
de green card já pode morar e trabalhar livremente nos EUA. Dessa forma, conclui-se que a aquisição
da cidadania americana ocorreu por livre e espontânea vontade. Vale ressaltar que, perdendo a
nacionalidade, ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, se cometer um crime
nos EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art. 5º, LI, da
CF/88. STF. 1ª T. MS 33864/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 19/4/16 (Info 822). STF. 1ª T. Ext 1462/DF,
Rel. Min. Roberto Barroso, j. 28/3/17 (Info 859).

(DPEPE-2018-CESPE): Com relação à perda e à suspensão dos direitos políticos, assinale a opção correta:
A aquisição voluntária de outra nacionalidade implica perda da nacionalidade brasileira e,
consequentemente, dos direitos políticos. BL: art. 12, §4º, II, CF.

(PGM-Várzea Paulista/SP-2016-VUNESP): Cidadão brasileiro estabelece residência em Nova Iorque e lá


permanece por muitos anos e, preenchendo os requisitos impostos pela legislação norte-americana, pleiteia
a naturalização, para que passe a ser nacional dos Estados Unidos. Tendo sido concedido o pedido pelo
governo americano, é correto afirmar que o Cidadão poderá ter declarada a perda da nacionalidade
brasileira, se a norma estrangeira não impuser a naturalização como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis. BL: art. 12, §4º, II, CF.

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

§ 1º SÃO SÍMBOLOS da República Federativa do Brasil a BANdeira, o HIno, as Armas e o SElo


NAcionais [Dica: BA-HI-A-S e SE-NA]. (Anal./DPEAM-2018)

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A SOBERANIA POPULAR SERÁ EXERCIDA pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (TJPR-2008) (TJMT-2009) (MPMG-2010)
(TJGO-2009/2010) (TJMS-2012) (MPF-2008/2013) (TJAM-2013) (TJMG-2014) (TJDFT-2007/2016) (TJRS-
2018) (TJRO-2011/2019) (MPSC-2019)

##Atenção: Vide art. 60, §4º, II da CF/88: “Art. 60. (...)§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a abolir: (...)II - o voto direto, secreto, universal e periódico; (...)”

(DPERO-2017-VUNESP): De acordo com a atual Constituição Federal, o sufrágio abrange o direito de


votar e de ser votado, sendo que o primeiro direito é pressuposto do segundo, pois para ser elegível é
necessário ser eleitor. BL: art. 14, CF.

(TRF4-2016): O cidadão que exerce dois mandatos consecutivos como Prefeito de determinado Município
fica inelegível para o cargo de mesma natureza em qualquer outro Município da Federação, para o período
subsequente. BL: STF, 637.485/RJ.

47
(TJDFT-2014-CESPE): Jânio, prefeito do município X, foi reeleito para mais quatro anos de mandato,
estando à frente do Poder Executivo municipal durante dois mandatos consecutivos. No próximo pleito,
Jânio pretende candidatar-se a prefeito de outro município, localizado a poucos quilômetros de X. Nessa
situação, de acordo com a jurisprudência do STF acerca da matéria, a participação de Jânio no próximo
pleito fere o princípio republicano, não sendo, pois, possível, em nenhum município da Federação.
(eleitoral)

##Atenção: Entendimento consolidado pelo TSE veda o " PREFEITO ITINERANTE" por clara violação
ao postulados da temporariedade dos mandatos (PRINCÍPIO REPUBLICANO). RE 637485.

(TJMS-2008-FGV): O princípio da imediaticidade do sufrágio é característica do sistema eleitoral


brasileiro. (eleitoral)

I - plebiscito; (MPF-2013) (TJRS-2018)

II - referendo; (MPF-2013) (TJRS-2018)

##Atenção: ##TRF4-2009: Alexandre de Moraes leciona que, “enquanto o plebiscito é uma consulta prévia
que se faz aos cidadãos no gozo de seus direitos políticos, sobre determinada matéria a ser, posteriormente,
discutida pelo Congresso Nacional, o referendo consiste em uma consulta posterior sobre determinado ato
governamental para ratificá-lo, ou no sentido de conceder-lhe eficácia (condição suspensiva), ou, ainda, para
retirar-lhe a eficácia (condição resolutiva).” (Alexandre de Moraes, 2011, p. 246).

III - iniciativa popular. (MPF-2013) (TJRS-2018)

(MPAC-2014-CESPE): A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. BL.
Art. 14, I, II e III, CF.

§ 1º O ALISTAMENTO ELEITORAL e o VOTO SÃO:

I - OBRIGATÓRIOS para os maiores de dezoito anos; (DPU-2007) (TJMT-2009) (TJMS-2010) (TJRO-


2011) (TJAM-2013) (TJMG-2014) (TJRS-2016) (TJPR-2017)

(Anal. Legisl.-Câm. Salvador/BA-2018-FGV): Eraldo, adolescente de quinze anos, nascido em território


brasileiro, tinha o sonho de seguir carreira política. Para planejar o seu futuro, procurou um amigo
advogado e pediu algumas orientações iniciais. Foi-lhe informado que, para se candidatar a um cargo
eletivo no Poder Legislativo, era preciso preencher uma série de requisitos, dentre os quais o de ser cidadão
e não ser alcançado por uma causa de inelegibilidade. À luz da sistemática constitucional e da narrativa
acima, Eraldo somente se tornará cidadão com o alistamento eleitoral. BL: art. 14, §1º, CF.

##Atenção: Essa assertiva é o gabarito em tela, pois, para que uma pessoa se torne cidadã, esta deve,
obrigatoriamente, realizar o alistamento eleitoral.

II - FACULTATIVOS para:

a) os analfabetos; (TJDFT-2007) (TJMT-2009) (MPRN-2009) (TJRO-2011) (TJAM-2013) (TJMG-2014)


(TJMS-2010/2015) (TJRS-2016)

b) os maiores de setenta anos; (TJMT-2009) (TJMS-2010) (TJRO-2011) (TJAM-2013) (TJMG-2014)


(TJRS-2016) (TJPR-2017)

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. (TJMS-2010) (TJRO-2011) (TJMG-2014) (TJPR-


2017)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É válido o cancelamento do título do eleitor que, convocado por edital, não
comparecer ao processo de revisão eleitoral, em virtude do que dispõe o art. 14, caput, e § 1º da CF/88.
São válidos o art. 3º, § 4º, da Lei 7.444/85 e as Resoluções do TSE que preveem o cancelamento do título

48
dos eleitores que não comparecerem à revisão eleitoral. STF. Plenário. ADPF 541 MC/DF, Rel. Min.
Roberto Barroso, j. 26/9/18 (Info 917)

##Observação sobre o julgado acima: Se é válido condicionar o exercício do voto ao alistamento, é válido
condicioná-lo à apresentação do título à revisão: A revisão eleitoral se destina a manter a integridade e
a atualização do alistamento. O Min. Roberto Barroso construiu o seguinte raciocínio: “A CF/88 autoriza,
em seu art. 14, § 1º, que o voto seja condicionado ao alistamento eleitoral. Tanto o alistamento como a revisão eleitoral
possuem o mesmo propósito e, portanto, devem receber o mesmo tratamento constitucional. Se é válido condicionar o
exercício do voto ao alistamento, também é válido condicionar o exercício do voto à apresentação do título para revisão
eleitoral.”

(MPF-2013): Sobre o alistamento eleitoral e o voto, com base na CF/1988, é correto afirmar: O alistamento
eleitoral é facultativo para analfabetos; os maiores de setenta anos; os maiores de dezesseis anos e menores
de dezoito anos; o voto é facultativo nas três hipóteses citadas. BL: art. 14, §1º, I e II, CF.

§ 2º NÃO PODEM ALISTAR-SE como eleitores os ESTRANGEIROS e, durante o período do serviço


militar obrigatório, os CONSCRITOS. (MPMT-2008) (MPRO-2008) (TJMT-2009) (MPRN-2009) (TRF5-
2009) (MPMG-2010) (TJPB-2011) (MPSP-2011) (TJPA-2012) (MPF-2013) (MPMA-2014) (DPERN-2015)
(TJPR-2010/2017) (TJRO-2011/2019)

(TJRO-2019-VUNESP): De acordo com a Constituição Federal do Brasil, é correto afirmar, a respeito dos
direitos políticos, que somente o nacional e o português equiparado, no gozo de seus direitos políticos,
podem alistar-se. BL: art. 12, §1º9 c/c art. 14, §2º, CF.

##Atenção: Algum estrangeiro foi equiparado a brasileiro naturalizado? Sim. Nos termos do art. 12, §1º
da CF/88, o português (cidadão e nacional de Portugal) residente no Brasil, embora estrangeiro, foi
equiparado a brasileiro naturalizado e poderá aqui votar e ser votado, desde que Portugal assegure
idêntico direito a brasileiro residente em território lusitano.

(Anal. Judic./TJAL-2018-FGV): Jean, nacional francês residente no território brasileiro, procurou um


advogado e solicitou que fosse esclarecido que direitos a ordem jurídica brasileira lhe assegurava, mais
especificamente se possuía direitos fundamentais e direitos políticos. À luz da sistemática constitucional,
o advogado deve afirmar que Jean possui direitos fundamentais em extensão inferior aos dos brasileiros,
mas não direitos políticos. BL: art. 5º, caput, c/c art. 14, §2º, CF.

##Atenção: Os estrangeiros não exercem direitos políticos de nenhuma espécie, sendo a única exceção o
caso do português equiparado, também chamado de quase nacional. Em outras palavras, os estrangeiros
não possuem direitos políticos pois são inalistáveis, ou seja, não podem votar e nem serem votados.
Outrossim, a afirmação “direitos fundamentais em extensão inferior aos dos brasileiros” justifica-se pelo
fato de o estrangeiro não exercer plenamente todos os direitos fundamentais (como os direitos políticos
por exemplo, que são espécies de direitos fundamentais), mas apenas aqueles considerados essenciais
(preservação do direito à liberdade, do devido processo legal, da propriedade, etc).

(Anal./DPEAM-2018-FCC): A Constituição Federal de 1988 estabelece, como regra geral, que são
inalistáveis e inelegíveis como eleitores: estrangeiros. BL. Art. 14, §2º, CF.

(TJMS-2015-VUNESP): Nos termos da interpretação do Tribunal Superior Eleitoral, referente ao


alistamento eleitoral, não podem alistar-se os conscritos, durante o serviço militar obrigatório. BL. Art. 14,
§2º, CF.

(TJAM-2013-FGV): No modelo adotado pela Constituição Federal de 1988, o voto se caracteriza por ser
direto, igual para todos, periódico, livre e personalíssimo, sendo vedado aos menores de 16 anos e aos
conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório. BL. art. 14, caput e §2º, CF.

(MPMS-2011): Embora eleitores, não podem votar: Os eleitores conscritos. BL. Art. 14, §2º, CF.

9 Art. 12. (...) § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
49
##Atenção: ##TJPA-2012: ##CESPE: Res.-TSE no 15.850/89: a palavra “conscritos” alcança também
aqueles matriculados nos órgãos de formação de reserva e os médicos, dentistas, farmacêuticos e
veterinários que prestam serviço militar inicial obrigatório.

§ 3º SÃO CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE, na forma da lei: (MPMG-2010)

I - a nacionalidade brasileira; (TJRO-2011) (MPF-2013) (TJDFT-2016) (MPPI-2019)

II - o pleno exercício dos direitos políticos; (TJRO-2011) (MPF-2013) (TJDFT-2016) (MPPI-2019)

III - o alistamento eleitoral; (MPRJ-2012) (MPF-2013) (TJDFT-2016) (TJRO-2019) (MPPI-2019)

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; (TJRO-2011) (TJDFT-2016) (TJBA-2019) (MPPI-2019)

V - a filiação partidária; (TJMT-2009) (TRF4-2009) (TJRO-2011) (TJDFT-2016) (MPPI-2019)

VI - a idade mínima de:

a) TRINTA E CINCO ANOS para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; (TJRJ-2011)

b) TRINTA ANOS para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; (TJRJ-2011)


(MPDFT-2014)

c) VINTE E UM ANOS para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz; (TJMG-2006) (TJRJ-2011) (TJPR-2014) (Anal. Legisl./AL-RS-2018)

d) DEZOITO ANOS para Vereador. (TJRJ-2011) (TJAC-2019) (TJRJ-2019)

(TJRS-2016-Faurgs): De acordo com o artigo 14 da CF/88, referente aos direitos políticos, assinale a
alternativa correta: Os menores de 18 (dezoito) anos são inelegíveis. BL: art. 14, §3º, VI, “d”, CF/88.

(TJMT-2014-FMP): É exigência feita aos cidadãos que pretendem se candidatar a cargos eletivos,
demonstrem as seguintes condições de elegibilidade: pleno exercício dos direitos políticos, domicílio
eleitoral e nacionalidade brasileira. BL: art. 14, §3º, CF/88. (eleitoral)

(TJSP-2011-VUNESP): A elegibilidade é a regra e são elegíveis todos os que atenderem às condições


estabelecidas, que são a nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, alistamento,
domicílio e filiação partidária e idade prevista na Constituição. BL: art. 14, §3º, CF/88. (eleitoral)

§ 4º SÃO INELEGÍVEIS os inalistáveis e os analfabetos. (MPAM-2007) (TJMS-2008) (MPRO-2008)


(MPRN-2009) (MPMG-2010) (MPMA-2014) (TJDFT-2007/2015) (TJPR-2017) (TJGO-2015) (TJCE-2018)
(TJRO-2019)

(TJPA-2019-CESPE): A aferição da alfabetização como requisito de elegibilidade pode ser realizada, no


caso de candidato com deficiência visual adquirida, mediante declaração de escolaridade feita a próprio
punho pelo candidato e firmada na presença de servidor da justiça eleitoral. BL: art. 14, §4º, CF e Entend.
Jurisprudencial. (eleitoral.)

##Atenção: ##TSE: ##TJPA-2019: ##CESPE: (...) As causas de inelegibilidade, dentre as quais se inclui o
analfabetismo previsto no art. 14, § 4º, da CF/88, devem ser interpretadas restritivamente. A
interpretação do art. 14, § 4º, da CF/88 não pode ignorar a realidade social brasileira, de precariedade do
ensino e de elevada taxa de analfabetismo, que alcança, ainda, cerca de 7% da população brasileira.
Interpretação rigorosa desse dispositivo, além de violar o direito fundamental à elegibilidade e os
princípios democrático e da igualdade, dificultaria a ascensão política de minorias e excluiria importantes
lideranças do acesso a cargos eletivos. A aferição da alfabetização deve ser feita com o menor rigor
possível. Sempre que o candidato possuir capacidade mínima de escrita e leitura, ainda que de forma
rudimentar, não poderá ser considerado analfabeto para fins de incidência da inelegibilidade em
questão. Além disso, deve–se admitir a comprovação dessa capacidade por qualquer meio hábil. O teste
de alfabetização, contudo, somente pode ser aplicado: (i) sem qualquer constrangimento; e (ii) de forma
50
a beneficiar o candidato, suprindo a falta de documento comprobatório, vedada a sua utilização para
desconstituir as provas de alfabetização apresentadas. No caso, o candidato, com deficiência visual
adquirida, comprovou sua alfabetização por meio de declaração de escolaridade de próprio punho,
firmada na presença de servidor da Justiça Eleitoral. Ficou demonstrado, portanto, que possui capacidade
mínima de leitura e escrita. Não há que se exigir alfabetização em braille de candidato deficiente visual
para fins de participação no pleito. Para promover o acesso das pessoas com deficiência aos cargos
eletivos, deve–se aceitar e facilitar todos os meios, formas e formatos acessíveis de comunicação, à escolha
das pessoas com deficiência.Conclusão. Recurso a que se dá provimento para deferir o pedido de registro
de candidatura. (RO nº 060247518, Acórdão, Rela. Min. Luís Roberto Barroso, Publicação: PSESS -
Publicado em Sessão, Data 18/09/2018)

##Atenção: ##TSE: ##TJPA-2019: ##CESPE: (...) Não sendo suficiente o único documento apresentado
pelo candidato para demonstrar sua alfabetização, deve-se proceder de acordo com a forma prevista na
parte final do § 4º do art. 26 da Res.-TSE nº 23.405, a fim de permitir que o candidato - se assim desejar -
participe de teste individual e reservado para afastar a dúvida sobre a sua alfabetização. O teste de
alfabetização não pode ser feito em condições que exponham o candidato à situação vexatória e, na sua
aplicação, não deve ser exigida a demonstração de grande erudição ou completo domínio das normas
técnicas da língua portuguesa, bastando que se verifique, minimamente, a capacidade de leitura e de
expressão do pensamento por escrito. Não cabe impor o comparecimento coercitivo do candidato ao
teste, uma vez que a parte não pode ser obrigada a produzir prova que eventualmente lhe seja
desfavorável. Entretanto, a oportunidade lhe deve ser assegurada, sem prejuízo de sua eventual ausência
ser interpretada no momento oportuno. Recurso especial recebido como ordinário e provido, em parte,
para o fim de determinar o retorno dos autos à origem para que o candidato seja convidado a participar
de teste de alfabetização. (Recurso Especial Eleitoral nº 234956, Ac., Rel. Min. Henrique Neves Da Silva,
Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data 23/09/2014)10

##Atenção: ##TSE: ##TJPA-2019: ##CESPE: Ac.-TSE, de 18.9.2018, no RO nº 060247518: a aferição da


alfabetização deve ser feita com o menor rigor possível, não podendo ser considerado analfabeto o
candidato que possuir capacidade mínima de escrita e leitura;

##Atenção: ##TSE: Ac.-TSE, de 12.4.2018, no PA nº 51371: “a realidade multifacetada da sociedade


brasileira desaconselha que o analfabetismo seja avaliado a partir de critérios rígidos, abstratos e
estanques. Do contrário, em redutos onde o analfabetismo seja a regra, o domínio político se perpetuaria
como um monopólio das elites”.

(MPRJ-2012): No tocante às condições de elegibilidade e às causas de inelegibilidade, analise a seguinte


proposição: Nos termos da Constituição Federal, são sempre inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
BL. art. 14, §4º, CF.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem


os houver sucedido [obs.: a sucessão é definitiva], ou substituído [obs.: a substituição é temporária] NO
CURSO DOS MANDATOS PODERÃO SER REELEITOS para um único período subsequente. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) (MPRN-2009) (MPMG-2010) (MPSE-2010) (TJRO-2011)
(MPF-2005/2012) (TJAM-2013) (TJMA-2013) (TJGO-2015) (TJPB-2015) (TJDFT-2015)

§ 6º PARA CONCORREREM a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado


e do Distrito Federal e os Prefeitos [obs.: membros do Poder Executivo] DEVEM RENUNCIAR aos
RESPECTIVOS MANDATOS até seis meses antes do pleito. (MPMT-2008) (MPRN-2009) (MPSE-2010)
(MPMG-2010/2011) (MPF-2005/2012/2013) (TJAM-2013) (TJMA-2013) (TJGO-2015) (TJPB-2015) (TJDFT-
2015/2016) (TRF4-2016) (TJAC-2012/2019)

10 ##Atenção: ##TSE: ##TJPA-2019: ##CESPE: Exame elementar de alfabetização ou teste de escolaridade, em


audiência pública, pode comprometer a reputação dos pré-candidatos, que acabam expostos a situação
degradante. Ritual constrangedor, quando não vexatório, que afronta a dignidade dos pretendentes, o que não se
coaduna com um dos fundamentos da República, como previsto no inciso III do art. 1º da CF/88. Violação ao inciso
III do art. 5º da Carta Maior, ao art. 5º da Declaração Universal dos Direitos Humanos e ao art. 11 da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos, Pacto de São José da Costa Rica, 1969. Nas hipóteses de dúvida fundada sobre
a condição de alfabetizado, a aferição se fará individualmente, caso a caso, sem constrangimentos. As resoluções
dos tribunais regionais não podem estreitar resoluções do TSE que tenham caráter restritivo. (Reclamação nº 318,
Acórdão de , Relator(a) Min. Luiz Carlos Madeira, Publicação: DJ - Diário de justiça, Volume 1, Data 17/09/04).
51
(TJRJ-2019-VUNESP): No que se refere à inelegibilidade relativa por motivo funcional, é correto afirmar
que para concorrem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito. BL: art. 14,
§6º, CF.

(AGU-2015-CESPE): Com base nas normas constitucionais e na jurisprudência do STF, julgue o item
seguinte: Vice-governador de estado que não tenha sucedido ou substituído o governador durante o
mandato não precisará se desincompatibilizar do cargo atual no período de seis meses antes do pleito para
concorrer a outro cargo eletivo. BL: art. 14, §6º, CF.

##Atenção: "É de se ressaltar que o disposto no § 6º do art. 14 da CF aplica-se, tão somente, aos titulares
de mandatos de presidente da república, governadores de estado e do Distrito Federal e prefeitos
municipais. Seus respectivos vices, portanto, não são abrangidos pela previsão constitucional
supracitada, desde que, nos seis meses anteriores ao pleito, não assumam, mesmo que em substituição,
o cargo de titular". (BARREIROS NETO, 2015, p. 223).

##Atenção: A desincompatibilização é exigida, via de regra, do Presidente, Governador ou Prefeito que


está no cargo. Se o Vice-Governador não assumiu o cargo, seja a título provisório (substituição), seja a
título definitivo (sucessão), não há porque exigir a renúncia 6 meses antes do pleito
(desincompatibilização).

§ 7º SÃO INELEGÍVEIS, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos


ou afins, ATÉ O SEGUNDO GRAU ou POR ADOÇÃO, do Presidente da República, de Governador de
Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, SALVO SE já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. (MPMT-2008)
(MPRO-2008) (MPCE-2009) (TRF5-2009) (MPSE-2010) (MPMG-2010/2011) (TJRO-2011) (MPSP-2011)
(TJAC-2012) (MPF-2012) (MPSC-2012/2013) (TJRN-2013) (TJMA-2013) (TJPR-2011/2014) (TJGO-2015)
(TJDFT-2015/2016) (TRF4-2016)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Segundo o STF, a vedação ao exercício de três mandatos consecutivos pelo
mesmo núcleo familiar aplica-se também na hipótese em que um dos mandatos tenha sido para suceder
o eleito que foi cassado. Ao se fazer uma interpretação conjugada dos §§ 5º e 7º do art. 14 da CF/88
chega-se à conclusão de que a intenção do poder constituinte foi a de proibir que pessoas do mesmo
núcleo familiar ocupem três mandatos consecutivos para o mesmo cargo no Poder Executivo. Em outras
palavras, a CF/88 quis proibir que o mesmo núcleo familiar ocupasse três mandatos consecutivos de
Prefeito, de Governador ou de Presidente. A vedação ao exercício de três mandatos consecutivos de
prefeito pelo mesmo núcleo familiar aplica-se também na hipótese em que tenha havido a convocação
do segundo colocado nas eleições para o exercício de mandato-tampão. Ex: de 2010 a 2012, o Prefeito da
cidade era Auricélio. Era o primeiro mandato de Auricélio. Seis meses antes das eleições, Auricélio
renunciou ao cargo. Em 2012, Hélio (cunhado de Auricélio) vence a eleição para Prefeito da mesma
cidade. De 2013 a 2016, Hélio cumpre o mandato de Prefeito. Em 2016, Hélio não poderá se candidatar à
reeleição ao cargo de Prefeito porque seria o terceiro mandato consecutivo deste núcleo familiar. STF.
2ª Turma. RE 1128439/RN, Rel. Min. Celso de Mello, j. 23/10/18 (Info 921).

A jurisprudência, ao interpretar os §§ 5º e 7º do art. 14 da CF/88, afirma que o cônjuge ou parente do chefe


do Poder Executivo (ex: cônjuge ou parente do Prefeito) só poderá concorrer para o mesmo cargo de chefe
do Executivo (ex: só poderá concorrer ao cargo de Prefeito) se forem cumpridos dois requisitos:
1) o cônjuge ou parente só pode se candidatar a sucessão do titular quando este for reelegível: Ex:
o parente do Prefeito quer concorrer à Prefeitura; esse parente só poderá concorrer se não houver
nenhum impedimento para que o próprio Prefeito concorra; em outras palavras, o Prefeito poderá
se candidatar à reeleição, mas escolheu não fazer isso; neste caso, seu parente poderá concorrer.
Assim, se já era o segundo mandato consecutivo do Prefeito, por exemplo, seu parente não poderá
concorrer; isso porque o próprio Prefeito não poderia participar novamente da eleição.

2) o titular deverá se afastar do mandato seis meses antes das eleições: Ex: Auricélio era Prefeito e
renunciou ao cargo seis meses antes das eleições a fim de permitir que seu cunhado Hélio (que é
parente por afinidade em segundo grau) fosse candidato ao mesmo cargo.

Terceiro mandato no mesmo núcleo familiar: O TSE considerou que, se fosse permitido que Hélio
continuasse no cargo de Prefeito e exercesse o mandato de 2017 a 2020, isso significaria o terceiro mandato
consecutivo do mesmo núcleo familiar para o mesmo cargo. Para o TSE, ao se fazer uma interpretação
conjugada dos §§ 5º e 7º do art. 14 da CF/88 chega-se à conclusão sobre qual foi a intenção do legislador
52
constituinte: proibir que pessoas do mesmo núcleo familiar ocupem três mandatos consecutivos para o
mesmo cargo no Poder Executivo. Em outros termos, a CF/88 quis proibir que o mesmo núcleo familiar
ocupasse três mandatos consecutivos de Prefeito, de Governador ou de Presidente. Quando Hélio foi
eleito em 2012 e passou a exercer o mandato em 2013, este foi o segundo mandato consecutivo de Prefeito
daquele grupo familiar. Mesmo sendo uma outra pessoa, é como se fosse a reeleição de Auricélio. O
mandato de 2013-2016 desempenhado por Hélio é como se fosse o segundo mandato de Auricélio. Logo,
já chega. Não pode um terceiro consecutivo.

Obs: quando falamos em “núcleo familiar” aqui estamos nos referindo ao cônjuge e aos parentes
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção (art. 14, § 7º).

(TJRJ-2019-VUNESP): Narciso, 19 anos de idade, que está em pleno gozo dos seus direitos políticos,
pretende candidatar-se ao mandato de Vereador em seu Município nas próximas eleições, que ocorrerão em
outubro de 2020. Poliana, que é sua cunhada, ocupava o cargo de Presidente da Câmara de Vereadores, no
mesmo Município, mas, atualmente, veio a assumir o cargo de Prefeito em razão da perda de mandato dos
seus ocupantes anteriores. Segundo o disposto na CF/88, nessa situação hipotética, é correto afirmar que
Narciso não poderá se candidatar, tendo em vista a sua condição de inelegibilidade por ser cunhado de
Poliana, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. BL: art. 14, §7º, CF e Entend.
Jurisprud.

##Atenção: ##STF: De acordo o art. 14, §7º da CF/88, são inelegíveis dentro do território de jurisdição do
titular os parentes afins até o segundo grau, como é o caso do cunhado do prefeito, ou de quem o substituiu
dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Além disso, cumpre ressaltar que, no caso em tela, a relação de parentesco é impeditiva, mesmo que,
hipoteticamente falando, tenha se tornado cunhado de Poliana somente após esta ter assumido o mandato
eletivo. A jurisprudência não excepciona tal caso. Por fim, cumpre destacar que o STF entende que “a causa
de inelegibilidade prevista no art. 14, § 7º da CF/88 abrange o cunhado/cunhada do chefe do Poder
Executivo.” (STF. Plenário. RE 171061, Rel. Min. Francisco Rezek, j. 2/3/94).

(TJSP-2014-VUNESP): Assinale a opção correta, a respeito da inelegibilidade: A dissolução do vínculo


conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade do cônjuge, que não seja titular de mandato
eletivo do Presidente da República, de Governador de Estado ou de Prefeito, no território de jurisdição do
titular do mandato, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. BL: SV 18, STF e art. 14,
§7º, CF.

(TJDFT-2014-CESPE): Considere que Tino, casado com Rita, esteja no exercício de seu segundo mandato
consecutivo de prefeito do município Y e que o casal se divorcie durante o segundo mandato. Nessa
situação, consoante entendimento jurisprudencial do STF e do TSE acerca das hipóteses de inelegibilidade,
caso Rita decida candidatar-se, na eleição imediatamente posterior ao segundo mandato de Tino, ao mesmo
cargo no mesmo município, ela será considerada inelegível, uma vez que o divórcio não afasta a
inelegibilidade. BL: SV, 18 do STF (eleitoral)

§ 8º O MILITAR ALISTÁVEL É ELEGÍVEL, atendidas as seguintes condições: (MPSE-2010) (TJPB-


2011) (TJSP-2013) (TJDFT-2015) (DPERN-2015) (TJPR-2017)

I - SE CONTAR menos de dez anos de serviço, DEVERÁ AFASTAR-SE da atividade; (MPMT-2008)


(TRF4-2009) (MPSE-2010) (TJAC-2012) (TJGO-2015) (TJDFT-2015) (TJRS-2016) (TJMSP-2016) (TJPR-2017)

(MPRN-2009-CESPE): Pedro, com nove anos de serviço, é militar alistável e teve o seu nome aprovado em
convenção partidária para ser candidato a deputado estadual. Nessa situação hipotética, Pedro deve ser
afastado do serviço militar. BL: art. 14, §8º, I, CF (eleitoral)

II - SE CONTAR mais de dez anos de serviço, SERÁ AGREGADO pela autoridade superior e, SE
ELEITO, PASSARÁ AUTOMATICAMENTE, NO ATO DA DIPLOMAÇÃO, para a inatividade. (MPMT-
2008) (TRF4-2009) (MPPB-2010) (MPSE-2010) (TJDFT-2015) (TJRS-2016) (TJMSP-2016) (TJPR-2017)

(TJAC-2019-VUNESP): No que se refere às condições de elegibilidade, bem como à ação de impugnação de


mandato eletivo, assinale a alternativa correta: O militar alistável com mais de dez anos de serviço, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação, à inatividade. BL: art. 14, §8º, CF (eleitoral)

53
§ 9º LEI COMPLEMENTAR ESTABELECERÁ outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada
vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) (MPMT-2008) (TRF4-2009) (MPMG-
2010) (MPPB-2010) (TJSP-2011) (MPF-2011) (MPRJ-2012) (TJPR-2011/2013) (MPRS-2014) (MPMA-2014)
(TJRS-2012/2016) (TJDFT-2016)

(TJMG-2018-Consulplan): O art. 14, §9º, da Constituição da República, que foi regulamentada com a
promulgação da Lei Complementar 64/90, a fim de resguardar a lisura e autenticidade do processo
político-eleitoral, preconiza a propositura da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), a ser manejada
por qualquer partido, coligação, candidato ou pelo Ministério Público. BL: art. 14, §9º, CF e art. 22, caput,
da LC 64/90.11

(Anal. Legisl.-Valinhos/SP-2017-VUNESP): O princípio da lisura das eleições ou da isonomia de


oportunidades está calcado na ideia de cidadania, de origem popular do poder e no combate à influência
do poder econômico ou político nas eleições. BL: art. 23 da LC 64/90 c/c art. 14, §9º da CF.

(TJSP-2011-VUNESP): A vida pregressa do candidato pode ser considerada para fins de inelegibilidade.
BL: art. 14, §9º, CF. (eleitoral)

(TJAL-2008-CESPE): Além daqueles constitucionalmente previstos, lei complementar estabelecerá outros


casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger probidade, a moralidade para o
exercício do mandato considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e a legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício da função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta. BL: art. 14, §9º, CF.

§ 10. O MANDATO ELETIVO PODERÁ SER IMPUGNADO ante a Justiça Eleitoral no prazo de
quinze dias CONTADOS DA DIPLOMAÇÃO, INSTRUÍDA a ação com provas de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude. (TJDFT-2007) (MPPR-2008) (TJMT-2009) (MPBA-2010) (MPSC-2010)
(MPPB-2010) (TJSP-2011) (MPMG-2011) (TJMS-2012) (MPRJ-2012) (MPF-2005/2008/2011/2013) (TJMG-
2009/2014) (TJPR-2010/2013/2014) (TJPB-2015) (TJCE-2018)

(TJRJ-2019-VUNESP): No que se refere à Ação de Impugnação de mandato eletivo, prevista na


Constituição Federal, é correto afirmar que o mandato eletivo poderá ser impugnado ante à Justiça
Eleitoral, no prazo de 15 dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude. BL: art. 14, §10, CF.

##Atenção: ##TJCE-2018: ##CESPE: A AIME deve ser ajuizada dentro do prazo DECADENCIAL de 15,
contados da diplomação do eleito.

##Atenção: ##TSE: ##TJCE-2018: ##CESPE: Consulta. Ministério Público Eleitoral. Ação de impugnação
de mandato eletivo. Segredo de justiça. Art. 14, §11 e art. 93, IX da CF/888. 1. O trâmite da ação de
impugnação de mandato eletivo deve ser realizado em segredo de justiça, mas o seu julgamento deve
ser público [...] 2. A nova redação do art. 93, IX, da CR/88, dada pela EC 45/04, não determina que todos
os processos tramitem publicamente, mas apenas que os julgamentos sejam públicos. [...] (Res. nº. 23.210,
de 11.2.2010, rel. Min. Felix Fischer.)

(TJMG-2018-Consulplan): É cabível a propositura da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME)


na hipótese de abuso de poder praticado por ato de viés econômico grave. BL: art. 14, §10, CF. (eleitoral)

##Atenção: Apesar de a CF/88 afirmar, no art. 14, §10, que a AIME será proposta em casos de corrupção,
fraude ou abuso de poder econômico, tem-se entendido que o abuso de poder praticado por meio da
utilização abusiva de recursos também serve de causa petendi da referida ação.

11 Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à
Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e
circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder
econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em
benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito: (...)
54
(MPSP-2017): O mandato eletivo pode ser impugnado perante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
da diplomação, por abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. BL: art. 14, §10, CF.

##Atenção: A AIME é uma ação eleitoral prevista na corpo da CF/88, especificamente no art. 14, § 10, e
tem como objetivo atacar diretamente o mandato obtido por um candidato eleito, em face da ocorrência
de abuso de poder econômico, corrupção ou fraude, podendo ser intentado até quinze dias após a
obtenção do diploma. O objeto da AIME é o mandato vencido na Eleição, que se consolidou com a
obtenção do diploma pelo eleito ou suplente na data da diplomação perante a Justiça Eleitoral, evento
que marca o início da contagem temporal para o início da ação perante o Órgão competente para julgá-lo.
Importante observar que a diplomação ocorre independentemente da presença do eleito ou suplente à
cerimônia designada ou mesmo da recepção do diploma em si por parte do eleito ou suplente.

##Atenção: A AIME (Ação de Impugnação de Mandato Eletivo) visa impedir o mandato político de quem
incorreu em: i)Abuso de poder econômico; ii) Corrupção; e iii) Fraude.

(TRF5-2009-CESPE): Com relação aos partidos políticos, ao alistamento, à eleição e aos direitos políticos,
assinale a opção correta: Considere que Petrônio tenha sido eleito e diplomado no cargo de prefeito de
certo município no dia 1.º/1/08. Nessa situação hipotética, o mandato eletivo de Petrônio poderá ser
impugnado ante a justiça eleitoral, no prazo de 15 dias a contar da diplomação, por meio de ação instruída
com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. BL: art. 14, §10, CF.

§ 11. A AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO TRAMITARÁ em segredo de justiça,


RESPONDENDO o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. (TJGO-2009) (TRF5-2009)
(MPPB-2010) (MPMG-2011) (TJMS-2012) (TJPR-2010/2013/2014) (TJPA-2014) (TJPB-2015) (TJCE-2018)
(TJAC-2019)

Art. 15. É VEDADA a CASSAÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS, cuja PERDA ou SUSPENSÃO SÓ


SE DARÁ nos casos de: (TJDFT-2007) (TJGO-2009) (TJMT-2009) (MPSP-2010) (MPF-2008/2012) (TJPR-
2012) (TJMG-2014) (TJPR-2008/2017) (TJCE-2018) (DPEPE-2018)

(MPRR-2017-CESPE): A suspensão de direitos políticos não ocorre em relação ao beneficiado pela


suspensão condicional do processo. BL: art. 15, CF. (eleitoral)

##Atenção: ##MPPB-2010: Inelegibilidade. Indeferimento de registro de candidatura. Antecedente


criminal atentatório ao princípio da moralidade (art. 14, § 9o, da CF/88). I – Alegação de ofensa à Súmula-
TSE no 13 e ao art. 14, § 9o, da CF: procedência. II – A suspensão condicional do processo não implica
aceitação dos termos da denúncia nem afasta a presunção de inocência: hipótese em que o cumprimento
das condições acarreta a extinção da punibilidade e não elide a primariedade do réu (Lei no 9.099/95,
art. 89). III – Somente a sentença penal condenatória com trânsito em julgado pode induzir à
inelegibilidade prevista no art. 1o, I, e, da LC no 64/90. IV – O art. 14, § 9o, da CF não é auto-aplicável:
depende de lei complementar que tipifique os casos de inelegibilidade decorrentes das diretivas ali
estabelecidas. V – Recurso provido para deferir a candidatura”. (Ac. de 3.9.2002 no REspe no 19.959, rel.
Min. Sepúlveda Pertence.)

(TJSP-2011-VUNESP): É vedada a cassação de direitos políticos, enquanto que a perda ou suspensão de


direitos políticos decorrem de várias causas. BL: art. 15, CF (eleitoral)

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; [obs.: perda dos direitos
políticos] (TJMG-2007) (Anal. Judic./TJRS-2017) (Anal. Judic./TRETO-2017)

(Anal. Judic./TRF5-2017-FCC): Indivíduo originário de país asiático requereu e obteve a nacionalidade


brasileira em 2010, quinze anos depois de ter fixado e mantido ininterruptamente residência no país. Foi
condenado no exterior, pelo seu comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes praticado
no ano de 2012, por sentença criminal transitada em julgado em 2017, tendo sido então requerida sua
extradição. Nessa situação, à luz da Constituição Federal, o indivíduo em questão é considerado brasileiro
naturalizado, que pode ser extraditado, em virtude da natureza da atividade em que comprovado seu
envolvimento, bem como ter sua naturalização cancelada por decisão judicial, acaso o crime pelo qual foi
condenado constitua atividade nociva ao interesse nacional, hipótese em que perderá seus direitos

55
políticos após o respectivo trânsito em julgado. BL: art. 5º, LI, c/c art. 12, II, “b” e §4º c/c art. 15, I, todos
da CF/88.

(Anal. Judic./TRF5-2017-FCC): Leiza, canadense naturalizada brasileira, teve cancelada sua naturalização,
por sentença judicial transitada em julgado, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. À luz da
Constituição Federal, na situação de Leiza, dar-se-á a perda dos seus direitos políticos. BL: art. 12, §4º, I
c/c art. 15, I, todos da CF/88.

(TJDFT-2014-CESPE): Assinale a opção em que é apresentada hipótese passível de perda ou suspensão de


direitos políticos, segundo a CF: cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. BL:
art. 15, I, CF/88.

II - incapacidade civil absoluta; [obs.: suspensão dos direitos políticos] (MPRS-2014) (TJPR-2017)

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; [obs.: suspensão dos
direitos políticos] (TJGO-2009) (TRF5-2009) (MPGO-2010) (MPMG-2010) (MPPB-2010/2011) (MPF-2012)
(TJDFT-2016) (TJPR-2017) (MPRR-2017)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF/88, aplica-se
no caso de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Havendo condenação
criminal transitada em julgado, a pessoa condenada fica com seus direitos políticos suspensos tanto no
caso de pena privativa de liberdade como na hipótese de substituição por pena restritiva de direitos.
STF. Plenário. RE 601182/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j.
8/5/2019 (repercussão geral) (Info 939).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Na história das constituições brasileiras, somente a
Constituição de 1824 restringia a aplicabilidade da suspensão dos direitos políticos às hipóteses de
sentença condenatória a pena privativa de liberdade (Constituição de 1824, art. 8, II). A partir da
Constituição republicana de 1891, até a atual, não há mais essa diferenciação. O texto constitucional fala,
portanto, apenas em condenação criminal transitada em julgado, o que abrange as penas restritivas de direito.

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPF-2012: ##TJDFT-2016: ##CESPE: O art. 15, III, da CF/88 é norma
constitucional de eficácia plena, não necessitando de regulamentação para produzir todos os seus efeitos
(STF. Plenário. AP 470, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 17/12/2012).

(Téc. Judic./MPAL-2018-FGV): João praticou um crime e foi condenado, em sentença criminal transitada
em julgado, a dez anos de reclusão. Considerando a sistemática constitucional afeta à suspensão ou à perda
dos direitos políticos, é correto afirmar que a referida condenação criminal acarreta a suspensão dos
direitos políticos enquanto a condenação produzir os seus efeitos. BL: art. 15, III, CF. (direito eleitoral)

(DPEAL-2009-CESPE): A condenação criminal transitada em julgado constitui hipótese de suspensão dos


direitos políticos enquanto durarem seus efeitos. BL: art. 15, III, CF.

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
[obs.1: suspensão dos direitos políticos; obs.2: A CESPE entende como sendo hipótese de perda de direitos
políticos] (MPRR-2017) (MPSC-2019)

(MPBA-2018): O brasileiro que se recusa a cumprir prestação alternativa legalmente estabelecida, após ter
invocado convicção política para eximir-se de obrigação legal a todos imposta, poderá, em razão dessa
conduta, ser privado de direitos. BL: art. 5º, XI, CF.

(Assist./DPEAM-2018-FCC): Por razões de convicção política e filosófica, determinado indivíduo,


brasileiro nato, de 21 anos, recusa-se a prestar serviço como jurado, para o qual havia sido convocado pelos
órgãos competentes da Justiça, assim como deixa de votar nas eleições para Prefeito e Vereador do
Município em que reside, realizadas em turno único. Nessas hipóteses, à luz da Constituição Federal,
ambas as condutas são admissíveis, ficando o indivíduo sujeito à suspensão de seus direitos políticos
apenas na hipótese de recusar-se igualmente ao cumprimento de prestação alternativa, fixada em lei. BL:
art. 5º, VIII e art. 15, IV, CF.

##Atenção: A FCC considerou o referido inciso como sendo caso de SUSPENSÃO de direitos políticos.

56
(TJRR-2008-FCC): A recusa de cumprimento de obrigação a todos imposta ou prestação alternativa,
acarreta a suspensão dos direitos políticos. BL: art. 5º, VIII e art. 15, IV, CF.

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. [obs.: suspensão dos direitos políticos]
(TJMT-2009) (MPF-2011) (MPMA-2014) (TJCE-2018)

§ 4º. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

(MPSP-2010): Assinale a alternativa correta: não é possível a cassação dos direitos políticos, cuja perda ou
suspensão só se dará nos casos de cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
incapacidade civil absoluta; condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII (CF);
improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º (CF). BL: art. 15, I a V, da CF.

Art. 16. A lei que alterar o PROCESSO ELEITORAL ENTRARÁ em vigor NA DATA DE SUA
PUBLICAÇÃO, NÃO SE APLICANDO à eleição que ocorra ATÉ UM ANO DA DATA DE SUA
VIGÊNCIA. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993) (MPPR-2008) (TJGO-2009) (MPMG-
2010) (MPPB-2011) (MPF-2011) (TJAM-2013) (TJSP-2014) (MPRS-2014) (TJDFT-2015) (TJPR-2012/2017)
(TJMG-2014/2018)

(MPRR-2017-CESPE): O princípio constitucional da anualidade ou da anterioridade da lei eleitoral não


abrange resoluções do TSE que tenham caráter regulamentar. BL: art. 16, CF; Art. 105 da Lei 9504/9712 e
RE 637.485 do STF.

##Atenção: ##TJPR-2017: ##CESPE: O princípio da anualidade eleitoral (também chamado de


anterioridade eleitoral) realmente foi criado em 1993 com a aprovação da EC nº 4, que deu nova redação
ao art. 16 da CF/88. Com a nova redação, o dispositivo passou a determinar que “a lei que alterar o
processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até
um ano da data de sua vigência”. Trata-se, nesse caso, de lei em sentido “amplo”. (Fonte:
http://www.tse.jus.br/institucional/escola-judiciaria-eleitoral/revistas-da-eje/artigos/revista-
eletronica-eje-n.-4-ano-3/principio-da-anualidade-eleitoral)

(MPPA-2014-FCC): Situada no capítulo da CF/1988 dedicado aos direitos políticos, a anterioridade da lei
eleitoral desempenha função normativa de caráter estruturante da ordem jurídica eleitoral. Tem por
finalidade assegurar estabilidade e segurança ao processo eleitoral, inibindo modificações legislativas
casuísticas que, ante a proximidade do pleito, alterem os seus parâmetros de forma a promover
desequilíbrio entre partidos e candidatos. Nesse sentido, o princípio constitucional da anterioridade da lei
eleitoral não obsta a aplicação à eleição subsequente de lei que, em vigor apenas há oito meses da realização
do pleito, determine a proibição a partidos e candidatos de receber doação em dinheiro ou estimável em
dinheiro procedente de entidades beneficentes e religiosas, bem como de organizações não-
governamentais que recebam recursos públicos.

##Atenção: Lei que ALTERA PROCESSO ELEITORAL (observância da anualidade, portanto) é aquela que
consiste num conjunto de atos abrangendo a preparação e a realização das eleições, incluindo a apuração
dos votos e a diplomação dos eleitos. Assim, como já dito, "regras instrumentais que não causam
desequilíbrio nas eleições (e ao contrário, somente auxiliam no processo eleitoral), não estão abrangidas
pelo precitado princípio".

(MPGO-2013): O princípio da anterioridade eleitoral, previsto no art. 16 da Constituição da República, é


direito fundamental e cláusula pétrea, que também abrange, na sua extensão, as emendas constitucionais.
BL: art. 16, CF/88 e ADI 3685. (eleitoral) (DPESP-2006) (TJAM-2013)

12Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar
e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções
necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes
dos partidos políticos.
57
(MPGO-2013): Na interpretação do texto do art. 16 da Constituição da República, a locução "processo
eleitoral" aponta para a realidade que se pretende proteger, pelo princípio da anterioridade eleitoral, de
deformações oriundas de modificações que, casuisticamente introduzidas pelo Parlamento, culminem por
romper a necessária igualdade de chances dos protagonistas - partidos políticos e candidatos - no pleito
iminente. BL: art. 16, CF/88 e ADI 3685. (eleitoral)

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

(TJAL-2008-CESPE): Segundo o STF, os partidos políticos não têm legitimidade ativa ad causam para
impetrar mandado de segurança coletivo em defesa de terceiros, com vistas a impugnar direito individual
disponível, como a incidência de imposto.

##Atenção: ##STF: O partido político não está, pois, autorizado a valer-se do mandado de segurança
coletivo para, substituindo todos os cidadãos na defesa de interesses individuais, impugnar majoração de
tributos (RE 213.631).

Art. 17. É LIVRE a criação, fusão, incorporação e extinção de PARTIDOS POLÍTICOS,


RESGUARDADOS a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e OBSERVADOS os seguintes PRECEITOS: (TJDFT-2007) (MPPR-2008)
(TJAP-2009) (TJGO-2009) (MPRN-2009) (TJPR-2011) (MPF-2011/2013) (TJMT-2014) (TJSC-2019)

(TJMS-2010-FCC): Segundo a legislação brasileira, partido político é de livre criação, fusão, incorporação
e extinção, desde que o respectivo programa respeite a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. BL: art. 17, caput, CF.

I - caráter NACIONAL; (TJPR-2011) (MPF-2011) (TJMT-2014) (TJGO-2015) (TJAM-2016) (TJAL-2019)

II - PROIBIÇÃO de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de


subordinação a estes; (TJPR-2011) (TJRO-2011) (MPSC-2013) (TJMT-2014) (TJGO-2009/2015) (PGM-João
Pessoa/PB-2018)

(Investig. Polícia/PCBA-2018-VUNESP): De acordo com a Constituição, assinale a alternativa correta


sobre os partidos políticos: É defeso aos partidos políticos o recebimento de recursos financeiros de
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes. BL: art. 17, II, CF.

(TJAP-2009-FCC): Em conformidade com a Constituição brasileira, é vedado criar partido político


contrário ao regime democrático. BL: art. 17, II, da CF. (eleitoral)

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; (MPF-2011) (TJMT-2014)

(TJAM-2016-CESPE): De acordo com o que está expresso na CF acerca dos partidos políticos, é livre a
criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana, desde que
observado(a) a obrigação de prestar contas à justiça eleitoral. BL: art. 17, III, da CF.

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

(TJSP-2011-VUNESP): A liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais
da pessoa humana, ainda precisa observar os seguintes preceitos: funcionamento parlamentar de acordo
com a lei, prestação de contas à Justiça Eleitoral, proibição de recebimento de recursos financeiros de
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes e caráter nacional. BL: art. 17 da CF (eleitoral)

§ 1º É ASSEGURADA aos partidos políticos AUTONOMIA para definir sua estrutura interna e
ESTABELECER regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre
sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações NAS
ELEIÇÕES MAJORITÁRIAS [obs.: nas eleições majoritárias ainda é permitido coligações – ex.: eleições
para Presidente da República, Prefeito, Governador], vedada a sua celebração nas eleições proporcionais
58
[obs.: eleições para Deputados e Vereadores], SEM OBRIGATORIEDADE DE VINCULAÇÃO entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal [obs.: a verticalização continua vedada
pela CF: a regra estabelecida pelo TSE e pelo STF de que as coligações no âmbito estadual deveriam observar
as coligações no âmbito nacional continua sendo vedada pela CF; por este artigo é possível estabelecer
coligações de forma diferente], DEVENDO seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade
partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) (TJAL-2019) (TJPA-2019) (TJSC-2019)

REDAÇÃO ANTERIOR:
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização
e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006)

(PGM-João Pessoa/PB-2018-CESPE): De acordo com a CF, os partidos políticos são pessoas jurídicas de
direito privado às quais é assegurada autonomia para adotar critérios de escolha e regime de suas
coligações nas eleições majoritárias, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal. BL: art. 17, §1º, CF e art. 44, V do CC/02.

(TJRS-2018-VUNESP): Com o advento da Emenda Constitucional nº 97/2017, a partir das eleições de 2020,
a celebração de coligações será vedada nas eleições proporcionais, atingindo, assim, a proibição, os cargos
de Vereador, Deputado Estadual, Deputado Federal e Deputado Distrital. BL: art. 17, §1º, CF.

§ 2º Os PARTIDOS POLÍTICOS, APÓS ADQUIRIREM personalidade jurídica, na forma da lei


civil, REGISTRARÃO seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. (MPRO-2008) (TJGO-2009) (MPRN-
2009) (DPEAL-2009) (TRF5-2009) (TJPR-2010/2011) (MPF-2013) (TJAL-2019)

(Anal. Legisl.-Valinhos/SP-2017-VUNESP): Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica na


forma da lei civil, após o que deverão registrar seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. BL: art. 17,
§2º, CF c/c art. 7º da Lei 9096/95.

##Atenção: Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado (art. 44, V, CC). Desse modo, sua
personalidade é adquirida com o registro de seus atos constitutivos no Registro Civil de Pessoas Jurídicas
(art. 17, §2º, CF). O cadastro do ato de constituição perante o TSE é ato de regularização de funcionamento.

§ 3º Somente TERÃO DIREITO a RECURSOS DO FUNDO PARTIDÁRIO e ACESSO GRATUITO


AO RÁDIO E À TELEVISÃO, na forma da lei [obs.: norma de eficácia limitada; depende de lei
regulamentadora para ter a produção de efeitos no caso concreto], os partidos políticos que
ALTERNATIVAMENTE: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

I - OBTIVEREM, NAS ELEIÇÕES PARA A CÂMARA DOS DEPUTADOS, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, [obs.: nas eleições proporcionais votos válidos significa: votos dados a candidatos
regularmente inscritos e às legendas partidárias, ou seja, os votos válidos não computam os votos nulos e
os votos em branco] DISTRIBUÍDOS em pelo menos um terço das unidades da Federação [obs.: ou seja, 09
Estados ou Distrito Federal], com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas;
OU [obs.: “ou” = requisito alternativo] (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) (Invest. De
Polícia/PCBA-2018) (TJSC-2019)

II - TIVEREM ELEGIDO PELO MENOS QUINZE DEPUTADOS FEDERAIS DISTRIBUÍDOS em


pelo menos um terço das unidades da Federação. [obs.: 09 Estados ou Distrito Federal] (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 97, de 2017) (Invest. De Polícia/PCBA-2018) (TJBA-2019)

##Atenção: ##DOD: Regra de Transição: Registre-se que a restrição do novo § 3º do art. 17 somente vai
produzir todos os seus efeitos a partir das eleições de 2030, nos termos do caput do art. 3º da EC 97/2017.
Enquanto isso, a Emenda previu uma regra de transição de forma que, a cada eleição, os requisitos vão se
tornando mais rigorosos até que atinja os critérios do § 3º do art. 17 em 2030. Veja:
- Na legislatura seguinte às eleições de 2018: Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à
propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que:

59
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% (um e meio por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um
mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação;

- Na legislatura seguinte às eleições de 2022: Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à
propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por cento) dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo
de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação;

- Na legislatura seguinte às eleições de 2026: Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à
propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e meio por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um
mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação.

- Na legislatura seguinte às eleições de 2030: Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à
propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que:
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo
de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da Federação.

##Atenção: REDAÇÃO ANTERIOR:


§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
televisão, na forma da lei.

(Advogado-SANEAGO/GO-2018-UFG): Nos termos da Constituição Federal de 1988, somente terão


direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos
políticos que alternativamente obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três
por cento) dos votos válidos, distribuídos em, pelo menos, um terço das unidades da Federação, com um
mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas ou tiverem elegido pelo menos quinze
Deputados Federais distribuídos em, pelo menos, um terço das unidades da Federação. BL: art. 17, §3º,
CF/88.

##Atenção: Com a EC nº 97/17, foi instituída uma cláusula de barreira. Desse modo, somente os partidos
políticos que cumprirem certos requisitos de desempenho terão acesso os recursos do fundo partidário e
ao rádio e à televisão.

§ 4º É VEDADA a utilização pelos partidos políticos de ORGANIZAÇÃO PARAMILITAR. (TJDFT-


2007) (Téc. Legisl./ALESE-2018)

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo [obs.: cláusula
de barreira] é assegurado o mandato e FACULTADA a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que
os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo
partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97,
de 2017) (TJBA-2019)

TÍTULO III
Da Organização do Estado

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

60
Art. 18. A ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA da República Federativa do Brasil
COMPREENDE a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, TODOS AUTÔNOMOS, nos
termos desta Constituição. (TJAP-2009) (MPDFT-2009) (MPRN-2009) (TRF1-2009) (TJMS-2010) (TRF4-2010)
(TJPB-2011) (TJBA-2012) (TJGO-2012) (TJRN-2013) (MPMG-2013) (TJAM-2016) (MPGO-2016) (MPSC-
2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Compete ao Ministro da Justiça determinar a ida da Força Nacional de
Segurança Pública para atuar em determinado Estado-membro ou Distrito Federal. Segundo a redação
do art. 4º do Decreto 5.289/04 a determinação do emprego da Força Nacional pode ocorrer de duas
formas: 1) mediante solicitação expressa do Governador formulada ao Ministro da Justiça; 2) mediante
iniciativa do próprio Ministro da Justiça, mesmo sem solicitação do Governador. Se o próprio
Governador solicita o auxílio, não há qualquer problema ou questionamento. No entanto, e se o
Ministro da Justiça determina o envio da Força Nacional mesmo sem pedido do Governador? Essa
atuação seria constitucionalmente válida? NÃO. Isso viola o princípio da autonomia estadual, previsto
no art. 18 da CF. Foi o que decidiu o STF, em juízo de delibação, ao apreciar medida liminar em ação
cível originária. Afirmou a Corte: É plausível a alegação de que a norma inscrita no art. 4º do Dec.
5.289/04, naquilo em que dispensa a anuência do governador de estado no emprego da Força Nacional
de Segurança Pública, viole o princípio da autonomia estadual. STF. Plenário. ACO 3427 Ref-MC/BA,
Rel. Min. Edson Fachin, j. 24/9/20 (Info 992).

##Atenção: ##MPRN-2009: ##PGEAM-2010: ##CESPE: Os Territórios não são considerados entes


federados, consoante dispõe o art. 18, CF.

(TJMG-2014): Assinale a alternativa que DIFERENCIA o Federalismo do Estado Unitário: No federalismo,


os Estados que passam a integrar o novo Estado, perdem a soberania no momento em que ingressam, mas
preservam, contudo, uma autonomia política limitada. BL: art. 1º, I e art. 18, CF.

##Atenção: ##DPESP-2006: ##FCC: Segundo Pedro Lenza temos que: "a partir do momento que os Estados
ingressam na federação perdem soberania, passando a ser autônomos. Os entes federativos são, portanto, autônomos
entre si, de acordo com as regras constitucionalmente previstas, nos limites de sua competência; a soberania, por seu
turno, é característica do todo, do “país”, do Estado federal, no caso do Brasil, tanto é que aparece como fundamento
da República Federativa do Brasil (art. 1.º, I, CF/88)". Quanto ao Estado Unitário, refere o professor Marcelo
Novelino que existem três tipos: a) Estado Unitário Puro: possui concentração absoluta de competência no
poder central. É este tipo de Estado Unitário que não possui precedentes na história; b) Estado Unitário
descentralizado administrativamente: possui forte concentração de poder no Poder Central, mas este
concede certa competência administrativa a órgãos regionais. Esse é o tipo de Estado mais comum no
globo; e c) Estado Unitário descentralizado administrativa e politicamente: além da competência
administrativa concedida pelo Poder Central é concedido, também, competência legislativa. É o caso da
Espanha, França e Portugal.

(MPRN-2009-CESPE): Assinale a opção correta com relação ao federalismo brasileiro: Existia no Brasil um
federalismo de segundo grau até a promulgação da CF, após a qual o país passou a ter um federalismo de
terceiro grau. BL: art. 1º, I e art. 18, CF.

##Atenção: ##MPRO-2008: ##MPRN-2009: ##CESPE: ##TJDFT-2011: Quanto às esferas ou centros de


competência, o federalismo pode ser classificado em: i) federalismo típico, bidimensional, bipartite ou
de segundo grau: Caracteriza-se pela existência de duas esferas de competência (central e regional). A
esfera central é a União e a esfera regional compõe-se pelos Estados-membros. É o modelo adotado nos
EUA e na maioria das federações na atualidade. No Brasil, foi adotado até o advento da CF/88; ii)
federalismo atípico, tridimensional, tripartite ou de terceiro grau: Caracteriza-se pela existência de três
esferas de competência (central, regional e local). A esfera central é a União; a esfera regional são os
Estados-membros; e a esfera local são os Municípios. É o modelo de federalismo adotado pela CF/1988,
pois embora o Distrito Federal também seja ente federativo, suas competências são as mesmas titularizadas
por Estados e Municípios, nos termos do §1º do art. 32 da CF.
(TJDFT-2011): A Constituição brasileira em vigor adotou o que a doutrina chama de federalismo de 3º grau
porque além das esferas federal e estadual, reconheceu os Municípios também como integrantes da federação.
BL: art. 1º e art. 18, CF.
(MPRO-2008-CESPE): Assinale a assertiva correta: Existia no Brasil um federalismo de 2º grau até a
promulgação da Constituição, após a qual o país passou a ter um federalismo de 3º grau. BL: art. 1º, I e art.
18, CF.

61
##Atenção: ##DPESP-2006: ##FCC: ##MPRN-2009: ##CESPE: Diferenças entre Confederação e
Federação:
CONFEDERAÇÃO FEDERAÇÃO
É uma Pessoa Jurídica de Direito Público: Por É um Estado: O Brasil é uma federação (Estado
isso, parte da doutrina afirma que a confederação Brasileiro).
não é uma forma de Estado. A pessoa jurídica de
direito público que forma uma confederação é
resultante da união entre vários Estados
soberanos que resolvem se unir através de laços
que podem ser mais frouxos ou mais estreitos.
São unidos por tratado internacional. Todavia, São unidos por uma Constituição. Não há nenhuma
nada impede que haja uma Constituição unindo federação na qual os Estados se unam através de tratados
esses Estados, como se pretendeu na Europa, por internacionais. A federação estadunidense foi criada a
exemplo, em que chegou a se cogitar a realização Constituição Americana de 1787.
de uma assembleia para criar uma Constituição
Europeia, ideia que não avançou ante a
resistência da população de alguns países
integrantes da comunidade europeia.
Seus membros são dotados de soberania, ou seja, Seus membros são dotados apenas de autonomia, ou
continuam sendo Estados soberanos. seja, eles têm determinadas atribuições e competências,
mas todos estão submetidos à Constituição. Eles não
têm um poder ilimitado de decidir o que bem
entenderem.
Admite-se o direito de secessão, ou seja, a Na federação, os laços são muito mais fortes que os de
prerrogativa de Estados participantes se uma confederação. Assim, o direito de secessão é
retirarem do pacto. O Estado pode sair da vedado, ou seja, os estados não podem se retirar da
confederação quando bem entender, uma vez que federação, tal qual como pretendeu o Estado do Rio
ele tem soberania. Grande do Sul. As Constituições, em uma federação,
consagram a indissolubilidade do pacto federativo. A
palavra federação vem de “foedus” ou “foederis”, que
significa pacto, aliança, união. A federação nada mais é
do que uma união de estados. As pessoas jurídicas, ou
seja, os Estados se unem através de laços que formam a
federação. Na federação, existe mais de um centro de
poder incidindo sobre a mesma população e o mesmo
território. A indissolubilidade do pacto federativo, no
caso da CF/88, está consagrada no seu art. 1º. Se,
eventualmente, algum estado tentar se retirar da
federação, a CF/88 prevê no art. 34, I, a possibilidade de
intervenção federal para manter a integridade nacional.
Os membros que a compõem têm o direito de As decisões tomadas pelos seus órgãos são obrigatórias
nulificação, ou seja, se algum membro não para os membros da federação, desde que observados os
concordar com alguma deliberação feita pelo limites da competência estabelecida pela Constituição.
parlamento confederal, pode simplesmente
excepcioná-la. Portanto, os membros não são
obrigados a acatar todas as normas advindas do
parlamento confederal.
A confederação existe para tratar de atividades O Estado se preocupa não só com os assuntos externos,
voltadas especialmente à assuntos externos. mas também com os assuntos internos.
Os cidadãos mantêm a nacionalidade dos Os cidadãos possuem uma única nacionalidade, ou seja,
respectivos Estados, ou seja, eles não perdem a possuem a nacionalidade do Estado Federal.
sua nacionalidade originária.
No modelo ideal, o Congresso Confederal é o O Poder Central é dividido em Legislativo, Executivo e
único órgão comum a todos os Estados (cada Judiciário. Não há apenas o parlamento como órgão
Estado possui o seu próprio Poder Executivo e comum. Existem Legislativo, Executivo e Judiciário na
Judiciário). esfera federal.

(TJDFT-2007): A repartição de competências prevista na Constituição permite afirmar que não há


hierarquia entre os entes da Federação, podendo-se reconhecer preponderância de interesse mais
abrangente.

##Atenção: ##TRF1-2009: ##CESPE: Não existe hierarquia entre os entes da federação, todos possuem
as mesmas autonomias: auto-organização, autolegislação, autogoverno e autoadministração. No que diz
respeito à repartição de competências entre estes entes, aplica-se o princípio da preponderância do

62
interesse - se o interesse for predominantemente geral, a competência será da União; local, do Município;
e regional (é, na verdade, residual), do Estado (não esquecer que o DF acumula competências municipais
e estaduais).

##Atenção: ##DPESP-2006: ##FCC: A autonomia é diferente de hierarquia. Hierarquia compreende


submissão. O ente hierarquicamente superior dita as regras para o ente subordinado. A autonomia
compreende a capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração. Em razão dessa
autonomia, por exemplo, a norma federal (mais abrangente) não revoga norma estadual (menos
abrangente), mas suspende a eficácia, no que lhe for contrária, conforme estatuído no § 4º do art. 24 da
CF.

(TJMG-2006): A federação brasileira fundamenta-se na autonomia e na participação dos Estados-Membros


na formação da vontade nacional. BL: art. 18, CF/88.

##Atenção: Na federação, todos os Estados perdem sua soberania no momento de seu ingresso,
preservando, contudo, uma autonomia política limitada (conceito de Dalmo de Abreu Dallari). Alexandre
de Moraes, ao enumerar os princípios da federação, menciona: "poder de auto-organização dos Estados-
membros, Distrito Federal e municípios, atribuindo-lhes autonomia constitucional; e participação dos
Estados no Poder Legislativo Federal, de forma a permitir-se a ingerência de sua vontade na formação da
legislação Federal.

§ 1º Brasília É a Capital Federal. (MPDFT-2009) (MPMG-2010) (TJBA-2012) (TJRN-2013)

§ 2º Os TERRITÓRIOS FEDERAIS INTEGRAM a União, e sua criação, transformação em Estado ou


reintegração ao Estado de origem SERÃO REGULADAS em LEI COMPLEMENTAR. [obs.: norma
constitucional de eficácia limitada] (TJMG-2006) (MPDFT-2009) (DPEAL-2009) (TJMS-2010) (MPES-2010)
(MPSE-2010) (PGEAM-2010) (TJRS-2016) (MPGO-2016)

§ 3º Os ESTADOS PODEM INCORPORAR-SE entre si, SUBDIVIDIR-SE ou DESMEMBRAR-SE


para se anexarem a outros, ou FORMAREM novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da
população diretamente interessada, através de PLEBISCITO, e do Congresso Nacional, por LEI
COMPLEMENTAR. (TJMG-2006/2008) (MPDFT-2009) (TRF4-2009) (TJMS-2010) (MPSE-2010) (TJSP-2011)
(TJGO-2012) (TJPI-2012) (MPSC-2012) (TJAM-2013) (MPMG-2013) (TJRS-2016) (MPRS-2016) (TJMT-2018)
(TJAC-2019) (MPPR-2019)

(MPSC-2014): Ao tratar da organização político-administrativa, a CF/88 prevê que os Estados podem


incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. BL: art. 18, §3º da CF/88.

(TJSP-2013-VUNESP): Os Territórios Federais integram a União, e sua criação será regulada por meio de
Lei Complementar, precedida de consulta popular. BL: art. 18, §§2º e 3º, CF/88.

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, FAR-SE-ÃO POR LEI


ESTADUAL, dentro do período determinado POR LEI COMPLEMENTAR FEDERAL, e DEPENDERÃO
de consulta prévia, mediante PLEBISCITO, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação
dos Estudos de Viabilidade Municipal, APRESENTADOS e PUBLICADOS NA FORMA DA LEI.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) (DPEMS-2008) (TJMS-2010) (MPPB-2010)
(MPSE-2010) (TJSP-2011) (TJGO-2012) (MPSC-2012) (MPMG-2013) (MPRS-2016)

(MPGO-2016): Sobre a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, assinale a


alternativa correta: A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por
lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta
prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. BL: art. 18, 4º da CF.

##Atenção: Esse artigo é muito cobrado em provas. Atenção a essas 3 disposições:


➢ Far-se-á por LEI ESTADUAL no período de LEI COMPLEMENTAR FEDERAL
➢ Com aprovação, POR PLEBISCITO, da população envolvida
➢ Deve-se apresentar e publicar, NA FORMA DA LEI, Estudos de Viabilidade Municipal.

63
Art. 19. É VEDADO à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - ESTABELECER cultos religiosos ou igrejas, SUBVENCIONÁ-LOS, EMBARAÇAR-LHES o


funcionamento ou MANTER com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança,
RESSALVADA, na forma da lei, a COLABORAÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO; (MPRN-2009) (MPPB-
2010) (MPF-2013) (MPRS-2014) (DPESC-2017) (Cartórios/TJPR-2019) (PGM-Curitiba/PR-2019)

(PGERS-2015-Fundatec): O princípio da laicidade estatal: Veda ao Estado que estabeleça cultos religiosos
ou igrejas, de forma a subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles relações de
dependência ou aliança, ressalvada a colaboração de interesse público. BL: art. 19, I, CF.

(MPF-2011): O princípio da laicidade do Estado impõe a neutralidade estatal em matéria religiosa, mas
não é incompatível com a colaboração entre o Poder Público e representantes das igrejas e cultos religiosos
que vise à promoção do interesse público. BL: art. 5º, VII, c/c art. 19, I, CF.

II - RECUSAR FÉ aos documentos públicos; (MPMG-2013)

(TJMS-2010-FCC): Sobre a federação brasileira, é correto afirmar que os entes federados não podem
recusar fé aos documentos públicos. BL: art. 19, II, CF.

##Atenção: Desse modo, um ente tem que reconhecer um documento emitido pelo outro, como, por
exemplo, uma carteira de identidade emitida em Roraima tem que valer no Rio de Janeiro.

III - CRIAR DISTINÇÕES entre brasileiros ou preferências entre si. (MPGO-2010) (MPRO-2010)

(MPRS-2014): Considere a seguinte afirmação sobre Federação: As vedações constitucionais estabelecidas


no art. 19 da Constituição Federal direcionam-se a todos os integrantes da Federação (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal) e são de observância cogente. BL: art. 19, CF.

##Atenção: Desse modo, um ente tem que reconhecer um documento emitido pelo outro, como, por
exemplo, uma carteira de identidade emitida em Roraima tem que valer no Rio de Janeiro.

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

Art. 20. SÃO BENS DA UNIÃO:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; (TJDFT-2011)

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções


militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; (TRF5-2009) (TJPB-
2011) (TJPI-2012) (TJGO-2012) (PGEGO-2013) (TJCE-2014) (TJPE-2015) (TRF1-2015) (MPMG-2018) (TJPA-
2019)

(TJMG-2009): Sobre as terras devolutas é correto dizer: As indispensáveis à defesa das fronteiras
pertencem à União Federal. BL: art. 20, II, CF.

(TJMG-2009): Sobre as terras devolutas é correto dizer: São bens públicos dominicais. BL: art. 20, II e art.
26, IV, CF.

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que BANHEM mais
de um Estado, SIRVAM de limites com outros países, ou SE ESTENDAM a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; (MPRR-2008) (MPRO-2010) (MPSP-2011)
(TJPI-2012) (TJRN-2013) (TJDFT-2011/2014) (TJPE-2015)

(TJMG-2012-VUNESP): É da Justiça Federal a competência para processar e julgar ação penal contra
acusado de pesca predatória em águas territoriais de Estados-membros da Federação. (ambiental)

64
##Atenção: É da Justiça Federal a competência para processar e julgar ação penal contra acusado de pesca
predatória em águas territoriais que cortem o território de um ou mais Estados-membros da Federação,
uma vez que esses rios são considerados bens da União, nos termos do art. 21, III da CF/88.

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas
oceânicas e as costeiras, EXCLUÍDAS, destas, as que CONTENHAM a sede de Municípios, exceto aquelas
áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) (TRF4-2010) (TJPI-2012) (TJDFT-2014) (TJRS-2016)

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:


II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros;

(TJSC-2019-CESPE): As ilhas costeiras são bens públicos que pertencem à União, ressalvadas as ilhas que
contenham a sede de municípios, que podem ter áreas sob domínio municipal ou particular, e as áreas sob
o domínio dos estados. BL: art. 20, IV c/c art. 26, II, CF. (administrat.)

##Atenção: ##STF: A redação dada ao art. 20, IV, da CF/88 pela EC nº 46/05. Ao se interpretar o âmbito
de aplicação do novo dispositivo introduzido pela EC 46/05, o STF, ao julgar o RE 636199 em regime de
Repercussão Geral, decidiu: “A Emenda Constitucional nº 46/05 não interferiu na propriedade da União,
nos moldes do art. 20, VII, da CF/88, sobre os terrenos de marinha e seus acrescidos situados em ilhas
costeiras sede de Municípios” (Tese 0676). Portanto, conforme decidiu o STF, “a EC nº 46/05 não alterou o
regime patrimonial dos terrenos de marinha, tampouco dos potenciais de energia elétrica, dos recursos
minerais, das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e de nenhum outro bem arrolados no art. 20
da CF”. Segundo a Corte, ocorreu apenas que “antes da Emenda Constitucional nº 46/05, todos os imóveis
situados nas ILHAS COSTEIRAS que não pertencessem, por outro título, a Estado, Município ou particular, eram
propriedade da União. Promulgada a aludida emenda, deixa de constituir título hábil a ensejar o domínio
da União o simples fato de que situada determinada área em ilha costeira, se nela estiver sediado
Município, não mais se presumindo a propriedade da União sobre tais terras, que passa a depender da
existência de outro título que a legitime”. (RE 636199, Min. Rel. Rosa Weber, j. 26/9/13).

##Atenção: DICAS:
➢ Ilhas costeiras (ou ilhas continentais) situam-se próximo da costa.
➢ Ilhas oceânicas (ou ilhas pelágicas) situam-se em alto mar.
➢ Se a ilha for localizada dentro da faixa do mar territorial (12 milhas náuticas contados a partir
da linha do mar) será ilha costeira; se posterior, será ilha oceânica.
➢ Critério objetivo para saber se é ilha costeira ou oceânica: mar territorial.

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; (TRF5-2009)


(TJDFT-2011/2014) (TRF4-2016)

(TJPE-2015-FCC): Os recursos naturais da plataforma continental são bens da União. (ambiental)

VI - o mar territorial; (TJDFT-2014) (TJRS-2016)

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; (TJDFT-2011) (MPF-2012) (PGEGO-2013) (TJPE-2015)


(TRF1-2015) (TJRS-2016)

##Atenção: ##DOD: Os terrenos de marinha são bens da União (art. 20, VII, da CF). Isso se justifica por se
tratar de uma região estratégica em termos de defesa e de segurança nacional (é a “porta de entrada” de
navios mercantes ou de guerra).

VIII - os potenciais de energia hidráulica; (TJPR-2013) (PGEGO-2013) (TJDFT-2014) (TJPE-2015)

IX - os recursos minerais, INCLUSIVE os do subsolo; (TJTO-2007) (MPRO-2008) (TRF5-2009) (MPSP-


2011) (TJPR-2013) (PGEGO-2013) (TJPE-2015) (TRF4-2016) (TJMT-2018)

65
(TJPB-2015-CESPE): Conforme está previsto na CF, os recursos minerais existentes em terras indígenas
pertencem à União, sendo permitido, na forma da lei, que atividades de mineração sejam exercidas nessas
áreas. BL: art. 20, IX e art. 231, §3º da CF/88. (ambiental)

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; (PGEGO-2013)


(TJPE-2015)

(TJSC-2019-CESPE): Na propriedade de Roberto, localizada em um município do estado de Santa


Catarina, existe um conjunto de cavidades naturais subterrâneas, sobre o qual Roberto pretende construir
um empreendimento. De acordo com a CF/88, a pretensão de Roberto é juridicamente inviável, porque
essas cavidades são bens de titularidade da União. BL: art. 20, IX, CF. (ambiental)

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. (TJTO-2007) (MPAM-2007) (MPRO-2008)


(MPF-2012) (TJRN-2013) (TJDFT-2014) (TJPE-2015) (TRF4-2016)

##Atenção: ##DOD: A quem pertencem as terras tradicionalmente ocupadas por índios? Pertencem à
União (art. 20, XI, da CF/88). No entanto, essas terras destinam-se à posse permanente dos índios,
cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. Em suma,
são bens da União, mas para serem usadas pelos índios. Por isso, alguns autores classificam essas terras
como sendo bens públicos de uso especial.

##Atenção: ##DOD: Vale ressaltar que se a terra já foi habitada pelos índios, porém quando foi editada a
CF/88 o aldeamento já estava extinto, ela não será considerada terra indígena. Confira: “Súmula 650-STF:
Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas
por indígenas em passado remoto.”

§ 1º É ASSEGURADA, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
a PARTICIPAÇÃO NO RESULTADO DA EXPLORAÇÃO de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos
para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma
continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou COMPENSAÇÃO FINANCEIRA POR ESSA
EXPLORAÇÃO. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (TJTO-2007) (TJSE-2008)
(TRF5-2009/2011) (TRF4-2016) (TJMT-2018) (MPSC-2016/2019)

##Atenção: ##DOD: Os recursos hídricos e os recursos minerais pertencem à União, conforme prevê os
inciso V, VIII e IX do art. 20 da CF/88.
➢ Exemplo de aproveitamento dos recursos hídricos para geração de energia: hidrelétrica.
➢ Exemplo de recurso mineral: petróleo.

Participação dos Estados/DF e Municípios na exploração dessas riquezas: Apesar de pertencerem à


União, a CF/88 assegura também aos Estados, DF e Municípios uma participação no resultado da
exploração de petróleo, gás natural, recursos hídricos e outros recursos minerais situados no respectivo
território ou a compensação financeira por tal exploração. Isso está previsto no § 1º do art. 20 da CF.

##Atenção: ##DOD: Royalties: O § 1º do art. 20 da CF/88 fala em:


• participação no resultado; e
• compensação financeira...
... pela exploração de recursos naturais.

##Atenção: ##DOD: O poder constituinte optou por denominar os royalties como “participação no
resultado” e “compensação financeira pela exploração de recursos naturais”. Essa segunda modalidade
(compensação financeira) possui natureza jurídica de receita transferida não tributária de cunho
originário, isto é, decorrente da exploração do próprio patrimônio.

##Atenção: ##DOD: Lei mencionada no § 1º do art. 20 da CF/88 é federal e ordinária: O § 1º do art. 20 da


CF/88 fala que “É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios...”. Essa lei
mencionada pelo § 1º do art. 20, e que deve tratar sobre o rateio federativo das receitas dos royalties, é uma
lei federal e ordinária.

66
##Atenção: ##DOD: A Lei federal 9.478/97 dispõe sobre a política energética nacional e sobre as
atividades relativas ao monopólio do petróleo. Os arts. 48 e 49 dessa lei tratam sobre a distribuição dos
royalties de petróleo, a fim de dar cumprimento ao art. 20, § 1º, da CF/88.

§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres,
designada como FAIXA DE FRONTEIRA, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e
sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. (MPES-2010) (TJPI-2012) (TRF4-2016) (TJMS-2020)

##Atenção: ##TJMS-2020: ##FCC: A “faixa de fronteira” é a área de até 150 quilômetros de largura, ao
longo das fronteiras terrestres, considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação
e utilização serão reguladas em lei (art. 20, §2º, CF/88). Registre-se que não se fala mais em “faixa de
segurança nacional”, expressão utilizada anteriormente à CF/88, pela revogada Lei Federal 2.597/55,
possuindo o mesmo sentido da atual faixa de fronteira.

##Atenção: ##TJMS-2020: ##FCC: A “Zona Contígua” brasileira compreende uma faixa que se estende
das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir
a largura do mar territorial (art. 4º da Lei 8.617/1993).

Art. 21. COMPETE à UNIÃO: [Obs.: Competência Administrativa ou Material]

(MPDFT-2009): Assinale a alternativa correta: A repartição de competências entre os componentes da


federação brasileira se dá segundo o princípio da predominância do interesse: à União, matérias de
interesse geral; aos Estados, matéria de interesse regional; aos Municípios, matérias de interesse local; e ao
Distrito Federal, matérias de interesse regional e local. BL: arts. 21 a art. 32, CF.

##Atenção: Perceba que o DF terá interesse tanto regional como local, nos termos §1º do art. 32 da CF.

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;

II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - ASSEGURAR a defesa nacional; (MPMG-2014)

IV - PERMITIR, nos casos previstos em lei complementar, que FORÇAS ESTRANGEIRAS


TRANSITEM pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; (TJSP-2011)

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

VI - AUTORIZAR e FISCALIZAR a produção e o comércio de material bélico; (TJPA-2014)

VII - EMITIR moeda; (TRF5-2009) (TJPA-2014)

VIII - administrar as reservas cambiais do País e FISCALIZAR as operações de natureza financeira,


especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
(TJDFT-2016)

IX - ELABORAR e EXECUTAR planos nacionais e regionais de ordenação do território e de


desenvolvimento econômico e social; (TJCE-2012) (TJPB-2015)

X - MANTER o serviço postal e o correio aéreo nacional; (TJPI-2012) (TJPA-2012)

XI - EXPLORAR, DIRETAMENTE ou mediante AUTORIZAÇÃO, CONCESSÃO ou PERMISSÃO,


os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação
de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de
15/08/95) (MPES-2010) (MPMG-2010) (TJPI-2012) (TJPR-2012) (PGESP-2012) (MPF-2012) (TJRN-2013)
(TJMA-2013) (MPSP-2015)

67
XII - EXPLORAR, DIRETAMENTE ou mediante AUTORIZAÇÃO, CONCESSÃO ou PERMISSÃO:
(MPES-2010) (TJPA-2012) (MPSP-2015)

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 8, de 15/08/95:) (TJPR-2012) (MPSP-2015)

(Aud. Fiscal-SEFAZ/RS-2019-CESPE): A exploração de serviços de radiodifusão sonora bem como de sons


e imagens pode ocorrer mediante autorização, permissão e concessão. BL: arts. 21, XII, “a” e art. 223, CF.

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em


articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; (TRF5-2011) (TJRJ-2012) (TJPA-
2012) (TJMA-2013) (TJMT-2018)

(TJPE-2015-FCC): A empresa Eletropubli S/A é uma sociedade de economia mista controlada pelo Estado
X, criada no ano de 2000, com a finalidade de atuar na área de geração de energia hidrelétrica. Baseado
nessas informações, é correto afirmar que se trata de pessoa jurídica de direito privado, havendo no caso
descentralização por meio de delegação da União, titular do serviço em questão. BL: art. 21, XII, “b”, CF.
(adm.)

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou


que transponham os limites de Estado ou Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; (MPRO-2008)


(TJAC-2012)

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; (TJRS-2009) (TRF4-2010)

(MPBA-2018): No que se refere à repartição de competências, marque a alternativa correta: Compete à


União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os portos marítimos,
fluviais e lacustres. BL: art. 21, XII, “f”, CF.

XIII - ORGANIZAR e MANTER o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de
2012) (TJSP-2013) (TJDFT-2014)

XIV - ORGANIZAR e MANTER a polícia civil, a POLÍCIA PENAL, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como PRESTAR assistência financeira ao Distrito Federal para
a EXECUÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 104, de 2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O Tribunal de Contas da União (TCU) é o órgão competente para fiscalizar
os recursos decorrentes do Fundo Constitucional do Distrito Federal (art. 21, XIV, CF/88 e Lei 10.633/02).
Os recursos destinados ao Fundo Constitucional do Distrito Federal pertencem aos cofres federais,
consoante disposto na Lei 10.663/02. Logo, a competência para fiscalizar a aplicação dos recursos da
União repassados ao FCDF é do Tribunal de Contas da União. STF. 2ª T. MS 28584/DF, rel. orig. Min.
Ricardo Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, j. 29/10/19 (Info 958)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional lei do Distrito Federal que institua, extinga e transforme
órgãos internos da Polícia Civil do Distrito Federal. Essa lei viola o art. 21, XIV, da CF/88, que fixa a
competência da União para manter e organizar a Polícia Civil do Distrito Federal. Deve-se reconhecer
que o art. 21, XIV, CF/88 trata tanto de competência administrativa quanto legislativa, sendo a matéria
atribuída, prioritariamente, à União. As leis distritais impugnadas, ao criarem cargos em comissão e
novos órgãos, também instituíram novas obrigações pecuniárias a serem suportadas pela União. Ocorre
que é vedado ao Distrito Federal valer-se de leis distritais para instituir encargos financeiros a serem
arcados pela União. Como as leis distritais declaradas inconstitucionais eram muito antigas (2001, 2002
e 2005), o STF decidiu modular os efeitos da decisão. STF. Plenário. ADI 3666, Rel. Min. Roberto Barroso,
j. 6/12/18 (notícia do site) (Sem Info).

68
(TJSP-2011-VUNESP): Quanto à segurança pública: Compete à União organizar e manter a polícia civil, a
polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. BL: art. 21, XIV, CF.

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito


nacional;

XVI - EXERCER a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio
e televisão; (TRF5-2009)

XVII - CONCEDER anistia;

##Atenção: ##STF: ##TRF1-2009: ##CESPE: I. Poder Constituinte Estadual: autonomia (ADCT, art. 11):
restrições jurisprudenciais inaplicáveis ao caso. 1. É da jurisprudência assente do STF que afronta o
princípio fundamental da separação a independência dos Poderes o trato em constituições estaduais de
matéria, sem caráter essencialmente constitucional - assim, por exemplo, a relativa à fixação de
vencimentos ou a concessão de vantagens específicas a servidores públicos -, que caracterize fraude à
iniciativa reservada ao Poder Executivo de leis ordinárias a respeito: precedentes. 2. A jurisprudência
restritiva dos poderes da Assembleia Constituinte do Estado-membro não alcança matérias às quais,
delas cuidando, a Constituição da República emprestou alçada constitucional. II - Anistia de infrações
disciplinares de servidores estaduais: competência do Estado-membro respectivo. 1. Só quando se
cuidar de anistia de crimes - que se caracteriza como abolitio criminis de efeito temporário e só
retroativo - a competência exclusiva da União se harmoniza com a competência federal privativa para
legislar sobre Direito Penal; ao contrário, conferir à União - e somente a ela - o poder de anistiar
infrações administrativas de servidores locais constituiria exceção radical e inexplicável ao dogma
fundamental do princípio federativo - qual seja, a autonomia administrativa de Estados e Municípios -
que não é de presumir, mas, ao contrário, reclamaria norma inequívoca da Constituição da República
(precedente: Rp 696, 06.10.66, red. Baleeiro). 2. Compreende-se na esfera de autonomia dos Estados a
anistia (ou o cancelamento) de infrações disciplinares de seus respectivos servidores, podendo concedê-
la a Assembléia Constituinte local, mormente quando circunscrita - a exemplo da concedida pela
Constituição da República - às punições impostas no regime decaído por motivos políticos. STF.
Plenário. ADI 104, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 04/06/07 (Info 958)

XVIII - PLANEJAR e PROMOVER a defesa permanente contra as calamidades públicas,


especialmente as secas e as inundações; (TJPA-2014)

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga
de direitos de seu uso; (Regulamento) (TRF5-2011) (TJRS-2016)

XX - INSTITUIR diretrizes para o desenvolvimento urbano, INCLUSIVE habitação, saneamento


básico e transportes urbanos; (MPSC-2012) (MPMG-2013) (TJDFT-2014) (TJRS-2016) (TJPR-2013/2017)

(TJPI-2012-CESPE): A política de desenvolvimento urbano deve ficar a cargo do município, a partir de


diretrizes comuns fixadas por lei federal. BL: art. 18213 c/c art. 21, XX, CF.

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; (TJRS-2016)

XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXIII - EXPLORAR os serviços e instalações NUCLEARES de qualquer natureza e EXERCER


monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o
comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: (MPAM-
2007) (TJAM-2016)

13Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes
gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem- estar de seus habitantes.
69
a) toda atividade nuclear em território nacional SOMENTE SERÁ ADMITIDA PARA FINS
PACÍFICOS e mediante aprovação do Congresso Nacional; (TJPR-2014) (TJAM-2016)

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a


pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos


de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

##Atenção: A pesquisa e a lavra de recursos minerais somente podem ser efetuada mediante regime de
permissão (art. 21, XXIII, “b” da CF.

d) a responsabilidade civil POR DANOS NUCLEARES INDEPENDE da existência de culpa;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) (TJDFT-2012) (MPMG-2012) (TJPR-2013) (TJAM-
2016) (TJSP-2018)

(TJMA-2013-CESPE): A responsabilidade civil objetiva por danos ambientais está consagrada


genericamente na legislação ambiental esparsa e, em relação aos danos nucleares, é objeto de expressa
disposição constitucional. BL: art. 4º, VII e 14, §1º, Lei 6938/81 e art. 21, XXIII, “d”, CF. (amb.)

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma


associativa.

Art. 22. COMPETE PRIVATIVAMENTE à União LEGISLAR sobre: [Obs.: Competência Legislativa.]

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho; (TJSE-2008) (MPPE-2008) (DPECE-2008) (MPPB-2010) (TJES-2011) (TJMG-2012) (TJCE-2012)
(TJMS-2012) (TJRJ-2012) (DPERO-2012) (MPSC-2013) (TJPR-2014) (TJMT-2014) (TRF4-2014) (TJPB-2015)
(TRF4-2016) (MPPR-2017) (TJAL-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional lei estadual que isenta entidades filantrópicas de
recolher as taxas de retribuição autoral arrecadadas pelo ECAD. A competência legislativa concorrente
sobre produção e consumo e responsabilidade por dano ao consumidor, prevista no art. 24, V e VIII, da
Constituição Federal, não autoriza os Estados-membros e o Distrito Federal a disporem sobre direitos
autorais. A lei estadual que cria novas hipóteses de não recolhimento de direitos autorais não previstas
na Lei federal usurpa a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, direito de
propriedade e para estabelecer regras de intervenção no domínio econômico (art. 22, I, da CF/88). Além
disso, essa lei estadual retira dos autores das obras musicais o seu direito exclusivo de utilização,
publicação ou reprodução das obras ou do reconhecimento por sua criação, afrontando o art. 5º, XXII e
XXVII, da CF/88. STF. Plenário. ADI 5800/AM, Rel. Min. Luiz Fux, j. 8/5/19 (Info 939).

##Atenção: ##STF: ##TJMA-2013: ##CESPE: A Lei estadual 4.049/02, ao prever a gratuidade de todos os
estacionamentos situados no Estado do Rio de Janeiro aos portadores de deficiência e aos maiores de
sessenta e cinco anos, proprietários de automóveis, violou o art. 22, I, da CF. Verifica-se, no caso, a
inconstitucionalidade formal da mencionada lei, pois a competência para legislar sobre direito civil é
privativa da União. Precedentes. STF, 2ª T. AI 742679 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 27/09/11.

(Anal. Judic./TRT21-2017-FCC): Tendo tomado ciência que diversas empresas situadas no território de
um determinado Estado, no momento da contratação de empregadas do sexo feminino, estavam exigindo
a realização de testes de gravidez ou a apresentação de atestado de laqueadura, a Assembleia Legislativa
do referido Estado, entendendo que essas exigências não se mostravam compatíveis com a Constituição
da República, editou lei proibindo a adoção de tais práticas em entrevistas de emprego e determinando a
aplicação de diversas punições às empresas que desrespeitassem os preceitos da lei, a despeito da
existência de lei editada pela União tratando da matéria. Eventual Ação Direta de Inconstitucionalidade
proposta perante o Supremo Tribunal Federal, com a finalidade de questionar a constitucionalidade da
referida norma, seria admissível, quanto ao objeto, e provida de fundamento, no mérito, uma vez que, de
acordo com a Constituição, a competência para legislar sobre direito do trabalho é privativa da União, de
maneira que a lei em questão é formalmente inconstitucional. BL: art. 22, I, c/c art. 102, I, “a”, CF/88.
70
##Atenção: O STF decidiu um caso idêntico a esse: O Plenário do STF julgou inconstitucional a Lei paulista
10.849/2001, que autoriza o governo do Estado de São Paulo a adotar punições contra empresas que exijam
a realização de teste de gravidez e apresentação de atestado de laqueadura para acesso das mulheres ao
trabalho. Por maioria, os ministros constataram que a questão envolve relações de trabalho e, portanto, é
de competência federal, cabendo apenas à União legislar sobre o tema, o que já ocorre na Lei Federal
9.029/1995, que estabelece a proibição da prática discriminatória.

(TJSP-2015-VUNESP): A Justiça Eleitoral, no exercício de suas atribuições legais e constitucionais, não


pode estabelecer, por meio do juiz da respectiva zona eleitoral, regras municipais diferenciadas para
propaganda eleitoral, por conta das peculiaridades locais, observada a competência legislativa municipal.
BL: art. 22, I da CF (eleitoral)

II - desapropriação; (MPPR-2008) (DPEMS-2008) (TJPA-2009) (TRF4-2010) (TJDFT-2012) (TJMA-


2013) (TJAP-2014) (MPMG-2010/2019) (TJPR-2012/2019)

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

(TJDFT-2011): Sobre o tema da Intervenção do Estado na Propriedade, é correto afirmar: É da competência


privativa da União legislar sobre requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de
guerra. BL: art. 22, II e III, CF.

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; (MPPR-2008) (TJGO-2009)


(MPSE-2010) (MPF-2005/2012) (TJRJ-2012) (TJMA-2013) (TJPE-2013) (TJPA-2014) (TJDFT-2014) (TJPB-
2015) (TJMT-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É formalmente inconstitucional lei municipal que autoriza o Poder
Executivo Municipal a conceder a exploração do Serviço de Radiodifusão Comunitária no âmbito do
território do Município. O art. 21, XII, “a”, da CF/88 estabelece que a competência para conceder
autorização para tais serviços é da União. Além disso, o art. 22, IV da CF/88 confere à União a
competência privativa para legislar sobre o tema “radiodifusão”. STF. Plenário. ADPF 235/TO, Rel. Min.
Luiz Fux, j. 14/8/19 (Info 947).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias
cobrem “taxa” de religação no caso de corte de fornecimento de energia por atraso no pagamento. Essa
lei estadual invadiu a competência privativa da União para dispor sobre energia, violando, assim, o art.
22, IV, da CF/88. Além disso, também interferiu na prestação de um serviço público federal,
considerando que o serviço de energia elétrica é de competência da União, nos termos do art. 21, XII,
“b”, da CF/88. Ex: concessionária havia “cortado” (suspendido) o serviço de energia elétrica em razão de
inadimplemento; o consumidor regularizou a situação, quitando os débitos; a concessionária pode
exigir do cliente o pagamento de uma tarifa para efetuar o religamento do serviço; lei estadual não pode
proibir que a concessionária cobre esse valor. STF. Plenário. ADI 5610/BA, Rel. Min. Luiz Fux, j. 8/8/19
(Info 946).

##Atenção: ##STF: ##PGESP-2012: ##FCC: A Lei nº 5.934/11 do Estado do Rio de Janeiro, ao dispor
acerca da possibilidade de acúmulo das franquias de minutos mensais ofertados pelas operadoras de
telefonia, violou o art. 22, inciso IV, da CF/88, que confere à União a competência privativa para dispor
sobre telecomunicações. (STF, Plenário, ADI 4.649/RJ, Min. Rel. Dias Toffoli, j. 1/7/16).
(PGESP-2012-FCC): Lei Estadual contém o dispositivo: “Art. 1o. Dispõe sobre a possibilidade de acúmulo das
franquias de minutos mensais ofertados pelas operadoras de telefonia. § 1o. Os minutos de franquia não utilizados no
mês de sua aquisição serão transferidos, enquanto não forem utilizados, para os meses subsequentes.” De acordo com a
jurisprudência do STF, esse dispositivo é inconstitucional, pois a legislação sobre telecomunicações e
radiodifusão é de competência privativa da União. BL: ADI 4649/RJ, STF.

(TJRS-2018-VUNESP): No tocante às águas, nos termos da Constituição Federal e da Lei das Águas,
assinale a alternativa correta: A União tem competência privativa para legislar sobre águas. BL: art. 22, IV,
CF.

(TJPE-2013-FCC): Compete privativamente à União legislar sobre águas. BL: art. 22, IV, CF.

71
V - serviço postal; (MPPR-2008)

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; (TJSE-2008) (TJPR-2011)

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; (MPPR-2008) (TJPR-2011)

(TJSC-2015-FCC): Caso disposições de lei estadual sobre transferência de valores contrariem lei federal
anterior que discipline a mesma matéria: as disposições da lei estadual incorrerão em vício de
inconstitucionalidade em virtude de invadirem esfera de competência da União. BL: art. 22, VII, CF.

VIII - comércio exterior e interestadual; (TJPB-2015)

(Analista/DPEAM-2018-FCC): Conforme dispõe a CF/88, compete à União legislar privativamente sobre


comércio interestadual. BL: art. 22, VIII, CF.

IX - diretrizes da política nacional de transportes;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

XI - trânsito e transporte; (MPSP-2006) (MPAM-2007) (TJRS-2009) (TJAC-2012) (TJDFT-2014)


(MPMG-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Os Municípios, ao editarem as leis locais regulamentando o transporte de


passageiros mediante aplicativo, deverão observar as regras impostas pela Lei federal 13.640/18. Desse
modo, no exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização do transporte privado
individual de passageiros, os Municípios e o Distrito Federal não podem contrariar os parâmetros
fixados pelo legislador federal. Isso porque compete à União legislar sobre “trânsito e transporte”, nos
termos do art. 22, XI, da CF/88. STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min.
Roberto Barroso, j. 8 e 9/5/19 (repercussão geral) (Info 939).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional lei estadual que discipline as obrigações contratuais
relativas a seguros de veículos e regras de registro, desmonte e comercialização de veículos sinistrados.
Esta lei estadual viola a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, seguros,
trânsito e transporte (art. 22, I, VII e XI, da CF/88). STF. Plenário. ADI 4704/DF, Rel. Min. Luiz Fux, j.
21/3/19 (Info 934).

(TJPA-2019-CESPE): De acordo com o texto constitucional, a competência legislativa para tratar de trânsito
é privativa da União. BL: art. 22, XI, CF.

##Atenção: Para não confundir:


➢ Legislar sobre trânsito e transporte: Competência privativa da União (art. 22, XI).
➢ Estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito: Competência comum
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 23, XII).

(TJMG-2018-Consulplan): NÃO é constitucional a lei municipal que impõe sanção mais gravosa que a
constante do Código de Trânsito Brasileiro. BL: art. 22, XI, CF.

##Atenção: A questão suscitada no presente recurso extraordinário versa, à luz do art. 30, I e V, da CF, sobre a
competência suplementar de Município para legislar sobre trânsito e transporte, e impor sanções mais gravosas que
as previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Há nesta Corte decisão específica sobre o tema no sentido da
inconstitucionalidade de norma municipal que impõe sanção mais gravosa que a prevista no CTB, por
extrapolar a competência legislativa suplementar do Município expressa no art. 30, II, da CF. Neste
sentido: ARE 638.574/ MG, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 14-4-2011. Esta Corte possui ainda jurisprudência
firmada no sentido de que compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte,
impossibilitados os Estados-membros e Municípios a legislar sobre a matéria enquanto não autorizados
por lei complementar". [ARE 639.496 RG, voto do rel. min. Cezar Peluso, j. 16-6-2011, Tema 430.]

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; (MPSP-2006) (TRF5-2011) (TJPR-
2012/2013) (TJDFT-2016) (TJMT-2018) (TJPA-2014/2019)

72
(MPPI-2019-CESPE): De acordo com a CF/88, compete privativamente à União legislar sobre as águas e a
metalurgia. BL: art. 22, IV e XII, CF.

XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV - populações indígenas; (TJSE-2008) (TJSC-2009) (MPBA-2018)

(TJRS-2016-Faurgs): Levando em consideração as normas estabelecidas no Título III, sobre a organização


político-administrativa do Estado, assinale a alternativa correta: A União é competente para legislar
privativamente sobre populações indígenas, porém os Estados podem legislar sobre questões específicas
dessa matéria quando autorizados por Lei complementar. BL: art. 22, XIV c/c § único, CF.

XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; (TJPR-2013)

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; (TJPA-
2014)

(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): Se um estado da Federação editar norma que proíba revista
íntima em empregados de estabelecimentos situados em seu território, tal norma, ainda que proteja a
dignidade do trabalhador, será inconstitucional, pois tratará de matéria de competência privativa da
União. BL: art. 22, I e XVI, da CF.

##Atenção: "Matéria concernente a relações de trabalho. Usurpação de competência privativa da União.


Ofensa aos arts. 21, XXIV, e 22, I, da CF. Vício formal caracterizado. (...) É inconstitucional norma do
Estado ou do Distrito Federal que disponha sobre proibição de revista íntima em empregados de
estabelecimentos situados no respectivo território." (ADI 2.947, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 5-5-10,
Plenário).

XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da


Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (TJPI-2012) (TJDFT-2015)

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX - sistemas de consórcios e sorteios; (MPRS-2012)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional lei municipal que cria concurso de prognósticos de
múltiplas chances (loteria) em âmbito local. A competência para tratar sobre esse assunto (sistemas de
sorteios) é privativa da União, conforme determina o art. 22, XX, da CF/88. Sobre o tema, vale a pena
lembrar a Súmula Vinculante 2: “É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que
disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.” STF. Plenário. ADPF
337/MA, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 17/10/18 (Info 920).

##Atenção: ##STF: A expressão “sistema de sorteios”, constante do art. 22, XX, CF/88, abrange os jogos
de azar, as loterias e similares (STF. Plenário. ADI 3895, Rel. Min. Menezes Direito, j. 4/6/08).

(DPEMA-2015-FCC): A competência legislativa assegurada constitucionalmente à União para dispor sobre


sistema de consórcios e sorteios impede legislação dos Estados que disponha sobre a matéria, mesmo que
apresente caráter suplementar à legislação federal e seja voltada a atender às suas peculiaridades. BL: SV
2, STF e art. 22, XX, CF.

##Atenção: Aos Estados cabe exercer a competência suplementar à legislação federal somente em caso de
competência CONCORRENTE. No entanto, a competência para legislar sobre consórcios públicos
encontra-se inserida na competência PRIVATIVA da União, e nesse caso, não cabe ao Estado exercer
suplementação, ainda que haja legislação federal disciplinando a matéria, SALVO se houvesse delegação
da União por meio de lei complementar a todos os Estados, o que não é o caso.

73
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização,
inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;

XXIII - seguridade social; (MPSP-2005) (DPECE-2008)

XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; (TJCE-2012) (TJRJ-2019)

(TJRS-2016-Faurgs): Com base na previsão do artigo 22, assinale a alternativa que contém competência
legislativa privativa da União: Definir diretrizes e bases da educação nacional. BL: art. 22, XXIV, CF.

XXV - registros públicos; (MPSP-2005) (TJSC-2009) (TJRS-2012) (TRF4-2014)

XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; (MPF-2005) (MPAM-2007) (TJPR-2014) (TJDFT-


2014/2016)

XXVII – normas gerais DE LICITAÇÃO e CONTRATAÇÃO, em todas as modalidades, para as


administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia
mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJMG-
2005) (MPRO-2008) (MPMG-2010) (TJMA-2013) (MPSC-2013) (TJDFT-2014) (TJAL-2015)

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento) (...)

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de
suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da
administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

##Atenção: ##STF: ##TJMA-2013: ##CESPE: A CF/88 outorga à União a competência para editar normas
gerais sobre licitação (art. 22, XXVII) e permite, portanto, que Estados e Municípios legislem para
complementar as normas gerais e adaptá-las às suas realidades. O STF firmou orientação no sentido de
que as normas locais sobre licitação devem observar o art. 37, XXI da CF/88, assegurando “a igualdade de
condições de todos os concorrentes”. Precedentes. Dentro da permissão constitucional para legislar sobre
normas específicas em matéria de licitação, é de se louvar a iniciativa do Município de Brumadinho-
MG de tratar, em sua Lei Orgânica, de tema dos mais relevantes em nossa pólis, que é a moralidade
administrativa, princípio-guia de toda a atividade estatal, nos termos do art. 37, caput da CF/88. A
proibição de contratação com o Município dos parentes, afins ou consanguíneos, do prefeito, do vice-
prefeito, dos vereadores e dos ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança, bem como dos
servidores e empregados públicos municipais, até seis meses após o fim do exercício das respectivas
funções, é norma que evidentemente homenageia os princípios da impessoalidade e da moralidade
administrativa, prevenindo eventuais lesões ao interesse público e ao patrimônio do Município, sem
restringir a competição entre os licitantes. Inexistência de ofensa ao princípio da legalidade ou de
invasão da competência da União para legislar sobre normas gerais de licitação. Recurso extraordinário
provido. (STF, 2ª T., RE 423560, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 29/5/12).
(TJMA-2013-CESPE): À luz da legislação e da jurisprudência, assinale a opção correta no que se refere à
distribuição de competências entre os entes da Federação brasileira: Insere-se na competência suplementar
74
do município lei municipal que proíbe a contratação, com o ente municipal, de parentes, afins ou
consanguíneos do prefeito e do vice-prefeito, até seis meses após o fim do exercício das suas respectivas
funções, não configurando o fato invasão da competência da União para legislar sobre normas gerais de
licitação. BL: art. 22, XXVII do CF e Entendimento STF.

(TJSE-2008-CESPE): As matérias de competência legislativa privativa da União incluem as normas gerais


de licitação e os sistemas de consórcios. BL: art. 22, XXVII e XX, CF.

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;

XXIX - propaganda comercial. (MPPR-2012)

Parágrafo único. LEI COMPLEMENTAR PODERÁ AUTORIZAR os ESTADOS a LEGISLAR sobre


questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. (TJDFT-2007) (TJMS-2008) (MPPE-2008)
(TJSC-2009) (TRF4-2009) (TJPB-2011) (TJRS-2009/2012) (TJBA-2012) (TJMG-2012) (TJCE-2012) (TJAC-2012)
(TJMA-2013) (MPMS-2013) (TJAP-2008/2009/2014) (MPRS-2014) (TJAL-2015) (DPEMA-2015) (TJMT-2018)
(TJPR-2012/2014/2019) (TJAL-2019)

##Atenção: A União pode delegar aos Estados poder para legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas entre as suas competências legislativas privativas, segundo determina o § único do art. 22,
CF. Tal delegação se dá por meio de lei complementar.

##Atenção: ##DICA: Competência privativa da União = "CAPACETE DE PMS"


"C" = Civil
"A" = Agrário
"P" = Penal
"A" = Aeronáutico
"C" = Comercial14
"E" = Eleitoral
"T" = Trabalho + Transito e Transporte
"E" = Espacial

"DE" = Desapropriação

"P" = Processual15
"M" = Marítimo
"S" = Seguridade Social16

##Atenção: Sistemas de consórcios e sorteios = PRIVATIVA DA UNIÃO: “Súmula Vinculante 2: É


inconstitucional a lei ou ato normativo Estadual ou Distrital que disponha sobre sistemas de consórcios
e sorteios, inclusive bingos e loterias”.

##Atenção: Legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional = Privativa da União

##Atenção: Legislar sobre educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação = Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

##Atenção: ###DICA: Quando vier a palavra “SISTEMA” ou a expressão “NORMAS GERAIS” pode
ter certeza que se trata de matéria de competência legislativa da UNIÃO. Temos no art. 22 os seguintes
incisos: VI; XVIII; XX; XXI; XXVII.

(TJMT-2018-VUNESP): A CF/1988 promove a repartição de competências ambientais pelos mesmos


mecanismos da competência em geral entre os entes federativos. Dessa forma, na seara ambiental, no

14 ##Atenção:
-Propaganda Comercial e Direito Comercial = Privativa da União
- Junta Comercial = Concorrente da União, Estados e Distrito Federal
15 ##Atenção: Procedimentos em matéria processual = Concorrente da União, Estados e Distrito Federal
16 ##Atenção: Previdência Social = Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

75
âmbito da competência legislativa e da competência administrativa, é correto afirmar que lei
complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas relacionadas a atividades
nucleares de qualquer natureza. BL: art. 22, XXVI e § único, CF.

(MPSE-2010-CESPE): Assinale a opção correta acerca da Federação: As matérias de competência privativa


da União podem ser delegadas por meio de lei complementar que autorize os estados a legislar sobre temas
específicos nela previstos. BL: art. 22, § único, CF.

(TRF1-2009-CESPE): Acerca da repartição de competências entre os entes da Federação brasileira, assinale


a opção correta: Lei complementar federal poderá autorizar os estados-membros a legislarem sobre pontos
específicos das matérias inseridas no âmbito da competência legislativa privativa da União, sem prejuízo
da retomada pela União, a qualquer tempo, da sua competência para legislar sobre o assunto objeto da
delegação. BL: art. 22, § único, CF.

Art. 23. É COMPETÊNCIA COMUM da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
[Obs.: Competência Administrativa ou Material]

I - ZELAR pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e CONSERVAR o
patrimônio público; (PGESC-2014)

II - CUIDAR da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de


deficiência; (MPRN-2009) (MPSP-2006/2011) (PGESC-2014) (TJAM-2016) (TJRS-2012/2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Os entes da Federação, em decorrência da competência comum, são


solidariamente responsáveis nas demandas prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios
constitucionais de descentralização e hierarquização, compete à autoridade judicial direcionar o
cumprimento conforme as regras de repartição de competências e determinar o ressarcimento a quem
suportou o ônus financeiro. STF. Plenário. RE 855178 ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min.
Edson Fachin, j. 23/5/19 (Info 941).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: O STF, ao interpretar o art. 23, II da CF, entende que a
prestação dos serviços de saúde e o fornecimento de medicamentos representam uma responsabilidade
solidária dos três entes federativos (não se trata de responsabilidade subsidiária). Sendo a responsabilidade
solidária, o doente tem liberdade para ajuizar a ação somente contra a União, somente contra o Estado-
membro/DF, somente contra o Município, contra dois deles (ex: União e Estado) ou contra os três entes em
litisconsórcio. Assim, a parte pode incluir no polo passivo qualquer um dos entes, isoladamente, ou
conjuntamente. A parte escolhe contra qual (ou quais) ente(s) irá propor a ação.

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##Exceção no caso do fornecimento de medicamentos sem registro na


ANVISA: As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na ANVISA deverão
necessariamente ser propostas em face da União. STF. Plenário. RE 657718/MG, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, j. 22/5/2019 (repercussão geral) (Info 941).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Como a ANVISA integra a estrutura da Administração
Pública Federal, não se pode permitir que Estados e Municípios (entes federativos que não são responsáveis
pelo registro de medicamentos) sejam condenados a custear tais prestações de saúde quando eles não têm
responsabilidade pela mora da Agência, nem têm a possibilidade de saná-la. Quanto à competência, em
razão da presença da União no polo passivo, a ação deverá ser proposta na Justiça Federal, nos termos do
art. 109, I, da CF/88.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Vale aqui um esclarecimento: a parte que pleiteia o
fornecimento de medicamento não registrado na ANVISA não está obrigada a ajuizar a ação apenas contra
a União. O que o STF decidiu é que a União obrigatoriamente deverá estar no polo passivo. Em outras
palavras, existe a obrigatoriedade de a União figurar no polo passivo, mas não a sua exclusividade.

(TJDFT-2007): É da competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
dentre outras, cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência. BL: art. 23, II da CF.

III - PROTEGER os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; (MPSP-2006) (MPRO-2008) (TJMT-
2014) (TJRS-2018)
76
##Atenção: ##MPRO-2008: ##CESPE: ##Dica:
✓ Quando o interesse na proteção for regional ou nacional = haverá competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios quanto à proteção do patrimônio histórico (art. 23, III).
✓ Quando o interesse na proteção for local = haverá competência exclusiva do Município (art. 30, IX).

IV - IMPEDIR a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor


histórico, artístico ou cultural; (TJRS-2018)

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à


inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - PROTEGER o meio ambiente e COMBATER a poluição em qualquer de suas formas; (TJMG-


2006) (MPMT-2008) (TJSC-2010) (TJPB-2011) (MPSP-2011) (TJRS-2012) (TJPI-2012) (TJCE-2012) (TJPR-
2010/2011/2012/2013) (MPAM-2015) (TJAM-2016) (TJAL-2019) (TJPA-2019) (MPPI-2019)

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2019: ##CESPE: Os estados têm competência para instituir programa de
inspeção e manutenção de veículos com o objetivo de proteção ao meio ambiente. O ato normativo
impugnado não dispõe sobre trânsito ao criar serviços públicos necessários à proteção do meio ambiente
por meio do controle de gases poluentes emitidos pela frota de veículos do Distrito Federal. A alegação do
requerente de afronta ao disposto no art. 22, XI da CF/88 não procede. A lei distrital apenas regula como
o Distrito Federal cumprirá o dever-poder que lhe incumbe - proteção ao meio ambiente. O DF possui
competência para implementar medidas de proteção ao meio ambiente, fazendo-o nos termos do disposto
no art. 23, VI, da CF/88. STF. Plenário. ADI 3338, Rel. Joaquim Barbosa, Rel. p/ Ac. Eros Grau, j. 31/08/05.
(TJSC-2019-CESPE): Acerca da proteção ao meio ambiente e da repartição de competências ambientais na
estrutura federativa brasileira, assinale a opção correta de acordo com a jurisprudência do STF: Os estados
têm competência para instituir programa de inspeção e manutenção de veículos com o objetivo de proteção
ao meio ambiente. BL: art. 26, VI da CF e Entend. STF.

(TJCE-2018-CESPE): Considerando a disciplina constitucional sobre proteção e repartição de


competências em matéria ambiental, assinale a opção correta: O combate a qualquer forma de poluição faz
parte da competência administrativa comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
BL: art. 23, VI, CF (amb.)

##Atenção: ##Dica:
➢ COMbater poluição - competência COMum (art. 23, VI)

➢ CONtrole da poluição - competência CONcorrente (art. 24, VIII)

##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: A competência comum, apesar de ser distribuída, de fato, pelo sistema
horizontal – em que não há hierarquia entre os entes federados, permitindo sua atuação conjunta –, ela
não diz respeito à atividade legislativa, mas sim à atividade material. Em relação ao meio ambiente,
impõe-se a todos os entes federados, em igualdade, o dever de proteger o meio ambiente e combater a
poluição em qualquer de suas formas (art. 23, VI, da CF).

(TJPE-2011-FCC): Os municípios brasileiros, face ao ordenamento constitucional e legal, no que se refere


ao licenciamento ambiental podem emitir licença ambiental, desde que o empreendimento seja de interesse
apenas local e não afete o meio ambiente em nível regional ou nacional. (amb.)

##Atenção: Todos os entes federados são competentes para o licenciamento ambiental uma vez tratar-se
de competência administrativa comum prevista no art. 23, VI, da CF/88. Os critérios de definição de
competência estão previstos na LC 140/2011 e na Resolução CONAMA 237/97. Em ambas as normas,
verifica-se a competência municipal (vide art. 9º da LC 140/2011 e art. 6º da Res. CONAMA 237/97).

VII - PRESERVAR as florestas, a fauna e a flora; (TJSC-2010) (TJPI-2007/2012) (TJPR-2010/2012)


(TJRS-2012) (TJAL-2019) (TJPA-2019) (MPPI-2019)

77
##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJSC-2019: ##CESPE: É inconstitucional, por violar o princípio da
separação dos poderes, lei estadual que exige autorização prévia do Poder Legislativo estadual
(Assembleia Legislativa) para que sejam firmados instrumentos de cooperação pelos órgãos
componentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. Também é inconstitucional lei
estadual que afirme que Fundação estadual de proteção do meio ambiente só poderá transferir
responsabilidades ou atribuições para outros órgãos componentes do SISNAMA se houver aprovação
prévia da Assembleia Legislativa. STF. Plenário. ADI 4348/RR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j.
10/10/18 (Info 919).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: A composição do SISNAMA – que conta com a participação
de órgãos e instituições de todos os entes da federação – é um consectário lógico do estabelecimento, pela
CF/88, da competência comum das entidades da federação para proteger o meio ambiente e combater a
poluição em qualquer de suas formas, bem assim para preservar as florestas, a fauna e a flora (art. 23, VI e
VII, da CF/88). Pelo fato de abranger órgãos e entidades de todos os entes federativos, é imprescindível que
as ações voltadas à proteção do meio ambiente se concretizem mediante a celebração de termos de
cooperação ou ajustes similares entre eles. No caso em tela, a lei estadual, ao submeter à Assembleia
Legislativa local a aprovação prévia desses instrumentos de cooperação firmados entre os órgãos
componentes do SISNAMA e o Estado de Roraima, viola o princípio constitucional da separação de
poderes, pois permite a ingerência do Legislativo sobre o Executivo em matéria de proteção ambiental,
tema de índole claramente administrativa, por envolver a execução de política pública.

##Atenção: A competência material comum é atribuída conjuntamente à União, Estados, DF e Municípios


no intuito de promover a execução de diretrizes, políticas e preceitos relativos à proteção ambiental (art.
23, VI e VII, da CF/88).

(TJRJ-2012-VUNESP): A competência material comum em matéria de proteção ao meio ambiente foi


atribuída conjuntamente à União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A competência material comum
é repartida entre os entes da federação para o cumprimento das tarefas em forma de cooperação. (amb.).

(TRF5-2009-CESPE): Com relação às normas constitucionais relativas à proteção ambiental, julgue o item
a seguir: É competência comum da União, dos estados, do DF e dos municípios proteger o meio ambiente
e combater a poluição em qualquer de suas formas, bem como preservar as florestas, a fauna e a flora. BL:
art. 23, VI e VII, CF. (amb.).

##Atenção: ##TRF5-2009: ##CESPE: ##TJPR-2012: ##TJRS-2012: A competência administrativa em


matéria ambiental é, em regra, comum à União, Estados-membros, Municípios e Distrito Federal, nos
termos do art. 23, VI e VII, CF. Por conta disso, conclui-se que, em matéria ambiental, a competência
executiva é comum aos três níveis de Governo.

VIII - FOMENTAR a produção agropecuária e ORGANIZAR o abastecimento alimentar; (PGESC-


2014)

IX - PROMOVER programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e


de saneamento básico; (MPES-2010) (TJDFT-2014) (PGESC-2014) (MPF-2015) (TJPR-2017) (TJMS-2020)

X - COMBATER as causas da pobreza e os fatores de marginalização, PROMOVENDO a integração


social dos setores desfavorecidos; (TRF5-2009) (TJDFT-2014) (PGESC-2014)

XI - REGISTRAR, ACOMPANHAR e FISCALIZAR as concessões de direitos de pesquisa e


exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; (MPSP-2006) (TJTO-2007) (TJAL-2008)
(TRF5-2009/2011) (TJCE-2012) (TJMT-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional lei estadual que discipline a ARRECADAÇÃO das
receitas oriundas da exploração de recursos hídricos para geração de energia elétrica e de recursos
minerais, inclusive petróleo e gás natural. Há uma inconstitucionalidade formal, considerando que cabe
à União legislar sobre o tema (art. 22, IV e XII, CF/88). Por outro lado, a lei estadual pode dispor sobre a
fiscalização e o controle dessas receitas, tendo em vista que é de competência comum aos entes registrar,
acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
minerais em seus territórios (art. 23, XI, CF/88). Por esse motivo, o STF afirmou que são constitucionais
os dispositivos da Lei estadual que tratam sobre as providências administrativas que devem ser
78
observados pelas concessionárias instaladas no Estado. STF. Plenário. ADI 4606/BA, Rel. Min. Alexandre
de Moraes, j. 28/2/19 (Info 932).

XII - ESTABELECER e IMPLANTAR política de educação para a segurança do trânsito. (TRF5-2009)


(MPMG-2013) (TJRS-2009/2016)

(MPRS-2014): É competência material comum dos entes federados a implantação de política educacional
visando à segurança do trânsito. BL: art. 23, XII, CF.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

(TJAL-2008-CESPE): O parágrafo único do art. 23 da CF prevê que leis complementares fixarão normas
para a cooperação entre a União e os estados, o DF e os municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Esse dispositivo trata do federalismo assimétrico.
BL: art. 23, § único, CF.

Art. 24. COMPETE à União, aos Estados e ao Distrito Federal LEGISLAR CONCORRENTEMENTE
sobre: [Obs.: Competência Legislativa.]

(TJRR-2015-FCC): Na Constituição brasileira de 1988, competências comuns e concorrentes têm,


respectivamente, natureza material e natureza legislativa. BL: art. 23 e 24, CF.

##Atenção: ##DICA: (Fonte: Site Qconcursos)


Competência Administrativa ou Material:
1) Exclusiva (art. 21): União e indelegável;
2) Comum (art. 23): União, Estados, DF e Municípios (LC fixará normas para cooperação)

Competência legislativa:
1) Privativa (art. 22): União e delegável mediante Lei Complementar de pontos específicos.
2) Concorrente (art. 24): União e Estados/DF (Sem municípios!), sendo que a União fará leis com caráter
de regras gerais.

##Atenção: ##DICA: (Fonte: Site Qconcursos)


➢ COMPETÊNCIA LEGISLATIVA: PRIVATIVA e CONCORRENTE
➢ COMPETÊNCIA MATERIAL/ADMINISTRATIVA: “EXCLUSIVA” e COMUM.

##Atenção: ##TJCE-2012: ##CESPE: Perceba que os Municípios, apesar de não estarem entre os entes
federativos com competência legislativa concorrente, poderão suplementar a legislação federal e estadual
no que couber, como no caso de assuntos de interesse local (art. 30, I e II, CF).

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (MPSP-2006) (TJMS-2008)


(MPMT-2008) (MPPE-2008) (DPEMS-2008) (TJSC-2009) (MPRN-2009) (MPES-2010) (TRF1-2011) (TJCE-
2012) (MPMG-2012) (TJMA-2013) (MPSC-2013) (TJPR-2010/2014) (TJAP-2014) (TJDFT-2014) (TRF4-2014)
(TJAM-2016) (TRF4-2016) (TJAL-2019) (TJRS-2009/2018)

(MPSP-2015): Nos termos da Constituição Federal, é correto afirmar que compete à União, aos Estados e
ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico
e urbanístico. BL: art. 24, I da CF.

II - orçamento; (TJDFT-2007) (TJSE-2008) (MPPR-2008) (MPSE-2010) (TJPE-2013) (TRF4-2014)


(MPRS-2017)

##Atenção: DICA: Competência concorrente da União, Estados e Distrito Federal = "PUFETO"


"P" = Penitenciário
"U" = Urbanístico
"F" = Financeiro
"E" = Econômico
"T" = Tributário
79
"O" = Orçamento

III - juntas comerciais; (TJDFT-2007) (TJSE-2008) (TJSC-2009)

IV - custas dos serviços forenses; (TJDFT-2007) (TJSE-2008) (MPPR-2008) (TJRS-2009) (TRF1-2009)


(TJMG-2012)

V - produção e consumo; (TJSE-2008) (MPPR-2008) (TJPR-2011) (TJMA-2013) (TJSC-2017) (MPRS-


2017) (MPMG-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É constitucional lei estadual que obriga as empresas de telefonia fixa e
móvel a cancelarem a multa contratual de fidelidade quando o usuário comprovar que perdeu o vínculo
empregatício após a adesão do contrato. Desse modo, implementada norma de proteção ao consumidor,
rigorosamente contida nos limites do art. 24, V, da CF/88, entendeu o STF que esta norma em nada
interfere no regime de exploração, na estrutura remuneratória da prestação dos serviços ou no equilíbrio
dos contratos administrativos, razão pela qual não há usurpação da competência legislativa privativa
da União. STF. Plenário. ADI 4908/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, j. 11/4/19 (Info 937).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É constitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias
façam o corte do fornecimento de água e luz por falta de pagamento, em determinados dias. Ex: lei do
Estado do Paraná proíbe concessionárias de serviços públicos de água e luz de cortarem o fornecimento
residencial de seus serviços por falta de pagamento de contas às sextas-feiras, sábados, domingos,
feriados e no último dia útil anterior a feriado. Também estabelece que o consumidor que tiver
suspenso o fornecimento nesses dias passa a ter o direito de acionar juridicamente a concessionária por
perdas e danos, além de ficar desobrigado do pagamento do débito que originou o corte. O STF
entendeu que a referida lei dispõe sobre Direito do Consumidor, de modo que não há vício formal. Isso
porque Direito do Consumidor é matéria de competência concorrente, nos termos do art. 24, V e VIII,
CF/88. STF. Plenário. ADI 5961/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, j.
19/12/18 (Info 928).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional lei estadual que impõe às montadoras, concessionárias
e importadoras de veículos a obrigação de fornecer veículo reserva a clientes cujo automóvel fique
inabilitado por mais de quinze dias por falta de peças originais ou por impossibilidade de realização
do serviço, durante o período de garantia contratual. STF. Plenário. ADI 5158/PE, Rel. Min. Roberto
Barroso, j. 6/12/18 (Info 926).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Os Estados-membros podem legislar sobre “direito do
consumidor”, considerando que se trata matéria de competência concorrente, prevista no art. 24, V, da CF.
Ocorre que o STF entendeu que há uma inconstitucionalidade orgânica na lei, considerando que foi violada
a regra de competência para a edição desta lei. O Ministro Relator entendeu que, neste caso, o Estado de
Pernambuco extrapolou a competência concorrente e não apenas complementou a legislação federal. Logo,
foram ultrapassadas as balizas impostas ao legislador estadual para a elaboração de normas consumeristas.

##Atenção: ##STF: ##DOD: É constitucional lei estadual ou municipal que imponha sanções às
agências bancárias que não instalarem divisórias individuais nos caixas de atendimento. Trata-se de
matéria relativa a relação de consumo, o que garante ao Estado competência concorrente para legislar
sobre o tema (art. 24, V, CF). STF. Plenário. ADI 4633/SP, Rel. Min. Luiz Fux, j. 10/4/18 (notícia do site).
STF. 1ª Turma. ARE 756593 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 16/12/14.

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição; (MPMT-2008) (MPRO-2008) (TRF5-2009) (TJPB-2011)
(TJRJ-2011) (TJRS-2012) (TJPI-2012) (MPF-2012) (TJPR-2010/2011/2013) (TJMA-2013) (MPES-2013) (TJMG-
2012/2014) (MPRS-2014) (TJRR-2015) (TJDFT-2014/2016) (MPRS-2017) (TJCE-2012/2018) (MPSC-2014/2019)
(TJAL-2019) (MPPI-2019)

##Atenção: A competência legislativa em matéria ambiental é concorrente como informa o art. 24, VI,
CF/88, cabendo à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre proteção do meio ambiente e
dos recursos naturais.

##Atenção: ##Dica:
➢ COMbater poluição - competência COMum (art. 23, VI)

80
➢ CONtrole da poluição - competência CONcorrente (art. 24, VIII)

##Atenção: Na competência legislativa concorrente a competência da União limitar-se-á a estabelecer


normas gerais (art. 24, §1º).

##Atenção: Os Municípios também possuem competência legislativa, nos termos do art. 30, incisos I e II
da CF, para “legislar sobre assuntos de interesse local” e “suplementar a legislação federal e estadual, no
que couber”.

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2019: ##CESPE: (...) FEDERALISMO E RESPEITO ÀS REGRAS DE


DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA. LEI 3.213/13 DO ESTADO DE RONDÔNIA.
MINERAÇÃO E GARIMPAGEM. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO (ART.
22, XII, DA CF). LICENCIAMENTO AMBIENTAL. COMPETÊNCIA CONCORRENTE. PRIMAZIA DA
UNIÃO PARA FIXAR NORMAS GERAIS (ART. 24, VI, VII E VII, § 1º, 30, I E II, E 225, § 1º, IV, da CF).
EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL. SEPARAÇÃO DOS PODERES (ART. 2º DA CF).
RESERVA DE ADMINISTRAÇÃO (ART. 2º, 61, § 1º, II, “E”, 84, II E VI, “A”, da CF). COBRANÇA DE
TAXA PELO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA (ART. 145, II, DA CF), POR MEIO DE LEI DE
INICIATIVA DO LEGISLATIVO. POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE INICIATIVA RESERVADA
EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA. (...) Compete privativamente à União legislar sobre jazidas, minas, outros
recursos minerais e metalurgia (CF/88, art. 22, XII), em razão do que incorre em inconstitucionalidade a
norma estadual que, a pretexto de regulamentar o licenciamento ambiental, impede o exercício de
atividade garimpeira por pessoas físicas. A diretriz fixada pelo constituinte, de favorecimento da
organização da atividade garimpeira em cooperativas (art. 174, § 3º, da CF), não permite o extremo de
limitar a prática de garimpagem apenas aos associados a essas entidades, sob pena de violação à garantia
constitucional da liberdade de iniciativa e de livre associação (art. 1º, IV, art. 5º, XX, e art. 170, § único, da
CF). A competência legislativa concorrente cria o denominado “condomínio legislativo” entre a União e
os Estados-Membros, cabendo à primeira a edição de normas gerais sobre as matérias elencadas no art. 24
da Constituição Federal; e aos segundos o exercício da competência complementar — quando já existente
norma geral a disciplinar determinada matéria (CF, art. 24, § 2º) - e da competência legislativa plena
(supletiva) - quando inexistente norma federal a estabelecer normatização de caráter geral (CF, art. 24, §
3º). O licenciamento para exploração de atividade potencialmente danosa, como é o caso da lavra de
recursos minerais, insere-se no Poder de Polícia Ambiental, cujo exercício é atividade administrativa de
competência do Poder Executivo e, portanto, submetida à reserva de administração (art. 61, § 1º, II, e, c/c
art. 84, II e VI, “a”, da CF). A definição do valor cobrado a título de taxa pelo exercício do poder de polícia
(art. 145, II, da CF) pode ser estabelecida em sede legislativa, por iniciativa concorrente dos Poderes
Executivo e Legislativo, pois não há falar em iniciativa reservada em matéria tributária. STF. Plenário. ADI
5077, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 25/10/2018.

##Atenção: ##STF: ##MPCE-2009: ##FCC: ##TJPA-2019: ##TJSC-2019: ##CESPE: Segundo o STF,


condicionar a aprovação de licenciamento ambiental à prévia autorização da Assembleia Legislativa
implica indevida interferência do Poder Legislativo na atuação do Poder Executivo, não autorizada pelo
art. 2º da CF/88. Precedente: ADI 1.505. Compete à União legislar sobre normas gerais em matéria de
licenciamento ambiental (art. 24, VI, da CF/88). STF. Plenário. ADI 3.252/RO, rel. Min. Gilmar Mendes,
j. 06.04.05.
(TJPA-2019-CESPE): Determinado estado federado editou norma exigindo autorização prévia da assembleia
legislativa para o licenciamento de atividades que utilizassem recursos ambientais e que fossem consideradas
efetiva e potencialmente poluidores, bem como capazes de causar degradação ambiental sob qualquer forma.
Nessa situação hipotética, a norma editada pelo referido estado é inconstitucional, pois implica indevida
interferência do Poder Legislativo local na atuação do Poder Executivo federal. BL: art. 24, VI, CF e Entend.
Jurisprud.

(TJPA-2019-CESPE): Em razão de queimadas florestais, a Assembleia Legislativa do Pará aprovou e o


governador sancionou determinada lei que amplia para cem metros a área de proteção em torno de
nascentes. Nessa situação hipotética, a lei é constitucional, porque a competência para legislar sobre
florestas é concorrente entre a União, o Distrito Federal e os estados. BL: art. 24, VI, CF.

(TJSE-2015-FCC): Compete, à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre
defesa do solo e dos recursos naturais. BL: art. 24, VI, CF. (amb.)

81
(TJRN-2013-CESPE): No que concerne à organização do Estado brasileiro, assinale a opção correta:
Compete à União, aos estados e ao DF legislar concorrentemente a respeito de florestas, caça, pesca, fauna,
conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da
poluição. BL: art. 24, VI, CF.

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; (MPF-2005) (MPPR-
2008) (MPMG-2010) (TJRJ-2012) (TJPI-2012) (TJCE-2012) (TJRN-2013) (TJMG-2005/2014) (TJDFT-2014)
(TJRS-2018) (TJMT-2018) (MPBA-2018)

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; (TRF5-2009) (MPES-2010) (PGERO-2011) (MPF-
2005/2012) (TJPR-2013) (TJPE-2013) (TJMG-2014) (TJMT-2014) (TJCE-2018) (MPBA-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É constitucional lei estadual que obriga as empresas prestadoras de
serviços de televisão a cabo, por satélite ou digital no Estado a informarem previamente a seus clientes
os dados do empregado que realizará o serviço na residência do consumidor. Ex: Lei do RJ prevê que as
empresas prestadoras de serviços, quando acionadas para realizar qualquer reparo na residência do
consumidor, ficam obrigadas a enviar uma mensagem de celular, pelo menos 1h antes do horário
agendado, informando o nome e a identidade do funcionário que irá ao local. O STF entendeu que essa
Lei do Estado do Rio de Janeiro versa, na verdade, sobre direito do consumidor, matéria que se insere
no rol de competências legislativas concorrentes (art. 24, V e VIII, CF/88). STF. Plenário. STF. Plenário.
ADI 5745/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, j. 7/2/19 (Info 929).

(DPEAP-2018-FCC): Lei municipal que proíbe a cobrança de consumação mínima em bares da cidade é,
segundo a jurisprudência do STF, inconstitucional, pois cabe à União e ao Estado legislar sobre direito do
consumidor de forma concorrente. BL: art. 24, V e VIII, da CF.

##Atenção: O Min Gilmar Mendes, do STF, negou seguimento ao ARE 883165 interposto pela Câmara
Municipal do Rio de Janeiro para questionar acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que
julgou inconstitucional a Lei Municipal 5.497/12, que proíbe a cobrança de consumação mínima em
bares, restaurantes, boates e casas noturnas. Segundo o ministro, o acórdão recorrido está de acordo com
a jurisprudência do STF, segundo a qual compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre direito do consumidor. (...) De acordo com o relator, é incabível o trâmite do
recurso. “O tribunal de origem, ao examinar a constitucionalidade da Lei Municipal 5.497/2012, consignou
que o município invadiu competência legislativa concorrente da União e do estado”, disse. Segundo consta
no acórdão do tribunal estadual, compete ao município somente legislar sobre assunto de interesse local
e suplementar às legislações federal e estadual, no que couber. Assim, o ministro negou seguimento ao
recurso uma vez que a decisão recorrida está em consonância com a jurisprudência da Corte.

IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e


inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) (TJCE-2012) (TJMT-2018)

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; (TJDFT-2007) (TJTO-2007)

XI - procedimentos em matéria processual; (TJDFT-2007) (MPPR-2008) (DPEMS-2008) (TJSC-2009)


(TJMS-2012) (TJPR-2014) (MPSC-2014) (TRF4-2014)

(MPSP-2013): No título dedicado à Organização do Estado, há temas em que os Estados e o Distrito Federal
podem legislar de forma concorrente com a União. Posto isso, considere a seguinte afirmação: Compete
aos Estados e ao Distrito Federal legislar de forma concorrente com a União sobre procedimentos em
matéria processual. BL: art. 24, XI da CF.

##Atenção: Lembrando que a competência para legislar sobre Direito Processual é privativa da União (art.
22, I, CF), e os procedimentos em matéria processual sim são de competência concorrente.

XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; (MPPR-2008) (DPECE-2008) (MPBA-2010)


(MPSP-2011) (MPF-2012) (TJMA-2013) (TJPE-2013) (TJPR-2014) (TJAM-2016) (TJSC-2017) (TJRS-2018)

XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; (TJPI-2012) (DPEDF-2019)

82
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; (TJRS-2012)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJBA-2019: ##CESPE: É CONSTITUCIONAL lei estadual que determine
que as empresas concessionárias de transporte coletivo intermunicipal devam fazer adaptações em seus
veículos a fim de facilitar o acesso e a permanência de pessoas com deficiência física ou com dificuldade
de locomoção. A competência para legislar sobre trânsito e transporte é da União (art. 22, XI da CF). No
entanto, a lei questionada trata também sobre o direito à acessibilidade física das pessoas com
deficiência, que é de competência concorrente entre União, os Estados e o Distrito Federal (art. 24, XIV).
STF. Plenário. ADI 903/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, 22/5/13 (Info 707).
(TJBA-2019-CESPE): A lei estadual X estabeleceu a obrigatoriedade da realização de adaptações nos veículos
de transporte coletivo intermunicipal de propriedade das empresas concessionárias do serviço, com a
finalidade de facilitar o acesso de pessoas com deficiência física ou com dificuldades de locomoção. Conforme
as disposições do texto constitucional, a legislação, a doutrina e a jurisprudência do STF, a lei estadual X é
constitucional, pois está compatível com a CF e com a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência, incorporada ao direito nacional como norma constitucional. BL: Info 707, STF.

##Observação sobre o julgado acima: O STF declarou constitucional lei do Estado de Minas Gerais que
dispõe sobre adaptação dos veículos de transporte coletivo com a finalidade de assegurar seu acesso por
pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção. A Corte entendeu que é hipótese de competência
legislativa concorrente (art. 24, XIV, CF) e que a legislação é harmônica com a Convenção Internacional
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, primeiro tratado internacional aprovado pelo rito
legislativo previsto no art. 5º, § 3º, da CF/88, e, portanto, incorporado ao ordenamento constitucional
com status constitucional.

XV - proteção à infância e à juventude; (MPPR-2008) (DPEMS-2008) (TJSC-2009) (TJDFT-2011)


(TJAC-2012) (MPRS-2017) (MPBA-2018)

(MPSP-2013): No título dedicado à Organização do Estado, há temas em que os Estados e o Distrito Federal
podem legislar de forma concorrente com a União. Posto isso, considere a seguinte afirmação: Compete
aos Estados e ao Distrito Federal legislar de forma concorrente com a União sobre proteção à infância e à
juventude. BL: art. 24, XV da CF.

##Atenção: A CF/88 estabelece ser de competência exclusiva da União legislar sobre normas de direito
civil (art. 22, I, CF), e de competência concorrente entre União e os Estados para legislar sobre a proteção à
infância e juventude (art. 24, XV).

##Atenção: Em dispositivos de natureza penal (atos infracionais) e de natureza civil (tutela, guarda,
adoção, poder familiar etc), a competência da União é privativa. Não obstante, em razão do permissivo
contido no § único do art. 22 da CF/88, poderá a União, por meio de lei complementar, autorizar os Estados
a legislar sobre essas questões. De outro lado, tem-se a competência concorrente da União e dos Estados
para legislar sobre proteção à infância e à juventude. Muito embora se curve à legislação federal e a
estadual a respeito, ao Município compete papel de suplementar a proteção à infância e juventude, como,
por exemplo, tratar do funcionamento dos Conselhos Tutelares, sem, é claro, colidir com as regras dos
artigos 134 e seguintes do ECA.

XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. (MPSE-2010)

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a COMPETÊNCIA DA UNIÃO LIMITAR-SE-Á a


estabelecer normas gerais. (MPAM-2007) (TJMG-2008) (TJMS-2008) (MPMT-2008) (MPRR-2008) (TJPR-
2010/2011) (MPF-2005/2012) (TJAC-2012) (TJPI-2012) (TJMA-2013) (TJAM-2013) (TJRN-2013) (MPMS-2013)
(TJRS-2018) (MPSP-2013/2019) (TJPA-2014/2019) (TJAL-2019)

(TJSC-2017-FCC): A respeito da competência legislativa sobre normas gerais em matéria tributária: Trata-
se de competência exclusiva da União. BL: art. 24, I e §1º, CF (tributário).

##Atenção: O rol das matérias privativas da União, ou seja, delegáveis, está no art.22 da CF. A matéria
tributária encontra-se no rol das competências concorrentes do art.24 da CF, em que a mesma matéria
pode ser tratada pela União, pelos Estados e pelo DF, mas cabe à União as normas gerais, e ela não pode
delegar esta competência para os demais entes políticos, o que pode ocorrer é ela ficar inerte e os Estados

83
e DF exercer a competência plena. Aqui, a competência da União para normas gerais é exclusiva, pois não
há possibilidade de delegação.

§ 2º A COMPETÊNCIA DA UNIÃO para legislar sobre normas gerais NÃO EXCLUI a competência
suplementar dos Estados. (MPF-2005) (TJDFT-2007) (MPAM-2007) (MPMT-2008) (MPRR-2008) (MPRN-
2009) (MPGO-2010) (TJPR-2010/2011) (MPSP-2011) (TJMG-2012) (TJAC-2012) (TJMA-2013) (TJRN-2013)
(MPMS-2013) (MPSC-2013) (MPRS-2014) (TJSC-2017) (TJRS-2012/2018) (TJPA-2014/2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A competência para legislar sobre as atividades que envolvam organismos
geneticamente modificados (OGM) é concorrente (art. 24, V, VIII e XII, da CF/88). No âmbito das
competências concorrentes, cabe à União estabelecer normas gerais e aos Estados-membros editar leis
para suplementar essas normas gerais (art. 24, §§ 1º e 2º). Determinado Estado-membro editou lei
estabelecendo que toda e qualquer atividade relacionada com os OGMs naquele Estado deveria
observar “estritamente à legislação federal específica”. O STF entendeu que essa lei estadual é
inconstitucional porque significou uma verdadeira “renúncia” ao exercício da competência legislativa
concorrente prevista no art. 24, V, VIII e XII, da CF/88. Em outras palavras, o Estado abriu mão de sua
competência suplementar prevista no art. 24, § 2º da CF/88. Essa norma estadual remissiva fragiliza a
estrutura federativa descentralizada, e consagra o monopólio da União, sem atentar para nuances locais.
Assim, é inconstitucional lei estadual que remete o regramento do cultivo comercial e das atividades
com organismos geneticamente modificados à regência da legislação federal. STF. Plenário. ADI
2303/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 5/9/18 (Info 914).

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2017: ##CESPE: (...) Lei 14.861/05 do Estado do Paraná. Informação quanto
à presença de organismos geneticamente modificados em alimentos e ingredientes alimentares
destinados ao consumo humano e animal. Lei federal 11.105/05 e Decretos 4.680/03 e 5.591/05.
Competência legislativa concorrente para dispor sobre produção, consumo e proteção e defesa da saúde.
Art. 24, V e XII, da CF. (...) Ocorrência de substituição – e não suplementação – das regras que cuidam das
exigências, procedimentos e penalidades relativos à rotulagem informativa de produtos transgênicos por
norma estadual que dispôs sobre o tema de maneira igualmente abrangente. Extrapolação, pelo legislador
estadual, da autorização constitucional voltada para o preenchimento de lacunas acaso verificadas na
legislação federal. Precedente: ADI 3.035, rel. min. Gilmar Mendes, Plenário, DJ 14-10-05. [ADI 3.645, rel.
min. Ellen Gracie, j. 31-5-2006, P, DJ de 1º-9-2006.]
(TJSC-2017-FCC): A União editou Lei federal estabelecendo normas de segurança e mecanismos de
fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados, tendo também prescrito
que: “Na comercialização de alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que
contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, com presença acima do limite de um
por cento do produto, o consumidor deverá ser informado da natureza transgênica desse produto, podendo esse percentual
ser reduzido por decisão da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança − CTNBio.” O direito do consumidor à
informação sobre produto geneticamente modificado foi, posteriormente, disciplinado por Lei estadual que
assim dispôs: “Na comercialização de alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal
que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, o consumidor deverá ser
informado da natureza transgênica desse produto, qualquer que seja sua representação quantitativa nos alimentos e
ingredientes alimentares.” Nesse contexto, e considerando o disposto na CF/1988 e a jurisprudência do STF, o
Estado poderia ter legislado na matéria, que se insere dentre as competências legislativas concorrentes entre
União, Estados e Distrito Federal, cabendo à União a edição de normas gerais e aos Estados e Distrito Federal
a edição de normas específicas. Caso se entenda que o Estado extrapolou sua competência e dispôs
indevidamente sobre normas gerais, a norma estadual poderia ser objeto de ação direta de
inconstitucionalidade perante o STF, uma vez que o ato normativo estadual, nessa hipótese, violaria as
normas constitucionais que dispõem sobre a repartição de competências entre os entes federados. BL: art. 24,
V e XII17 e §§1º e 2º c/c art. 102, I, “a” da CF18 e Entendimento do STF.

(TJMG-2008): A Constituição da República estabelece que compete à União, aos Estados e ao Distrito
Federal legislar concorrentemente sobre a “proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico” (art. 24, VII): Editadas as normas gerais pela União, é lícito que o Estado-membro ou o Distrito
Federal veicule norma suplementar que melhor as especifique, segundo sua peculiaridade regional, e

17 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) V - produção e
consumo; (...) XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
18 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I -

processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
84
propicie mais adequadamente a proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico e paisagístico. BL: art.
24, VII e §1º, CF.

§ 3º INEXISTINDO lei federal sobre normas gerais, os ESTADOS EXERCERÃO a COMPETÊNCIA


LEGISLATIVA PLENA, para atender a suas peculiaridades. (MPMT-2008) (MPRR-2008) (MPGO-2010)
(TRF4-2010) (MPF-2005/2012) (TJAC-2012) (PGESP-2012) (MPMS-2013) (MPSP-2013) (TJPR-2011/2014)
(TJPA-2014) (TJRS-2012/2018) (TJMG-2018)

(MPSP-2019): Enquanto não for editada lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. BL: art. 24, §3º, CF.

(TJPR-2012): Os estados exercerão a competência legislativa plena se não existir lei federal sobre normas
gerais envolvendo a tutela ao meio ambiente. BL: art. 24, VI e §3º, CF. (ambiental).

##Atenção: No âmbito da competência legislativa concorrente, a competência da União limita-se a


estabelecer normas gerais (art. 24, §1º, CF). Havendo normas gerais, os Estados legislam supletivamente
(art. 24, §2º, CF). Não havendo normas gerais, os Estados passam a dispor de competência legislativa
plena (art. 24, §2º, CF). Embora o art. 24 não mencione os Municípios, entende-se que eles possuem
competência para legislar sobre assuntos de interesse local, desde que não conflite com a legislação
estadual e federal (art. 30, I e II, CF).

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a EFICÁCIA DA LEI


ESTADUAL, no que lhe for contrário. (MPF-2005) (TJTO-2007) (TJDFT-2007) (MPRR-2008) (TJPR-2010)
(MPGO-2010) (TRF4-2010) (TJAC-2012) (TJAM-2013) (TJMG-2012/2014) (TJPA-2014) (MPSC-2016) (MPSP-
2019)

(TJRS-2018-VUNESP): Considere a seguinte situação hipotética: Na ausência de lei federal sobre um


determinado tema, de competência legislativa concorrente, em 1995, o Estado do Rio Grande do Sul
exerceu sua competência legislativa em matéria de proteção e defesa da saúde, nos termos da CF/1988,
editando lei estadual que proibiu o uso de determinada substância no território estadual. Em 2007, a União
editou lei federal que regulou o uso dessa mesma substância, permitindo-o, ainda que de forma restrita.
No entanto, a lei federal foi objeto de ADI perante o STF. Não foi suspensa a aplicação da norma federal,
no entanto, ela foi declarada inconstitucional, em 2017. Com isso, a lei estadual deve ser considerada
válida, pois a superveniência de lei federal apenas suspende a eficácia da lei estadual no âmbito da
competência concorrente, de modo que, com a declaração de inconstitucionalidade da lei federal, a norma
estadual teve sua eficácia restabelecida. BL: art. 24, § 4º, CF.

##Atenção: ##TJRS-2018: ##VUNESP: Nos termos do art. 24, §4º da CF, a superveniência da lei federal
suspende a eficácia da legislação estadual naquilo em que dela contrariar. Logo, não caberá ao STF
determinar qual delas será aplicável; a própria CF/1988 prevê que prevalência é da legislação federal.

(TJSP-2018-VUNESP): Na hipótese de inércia legislativa da União e consequente ausência de lei nacional


que estabeleça normas gerais sobre matéria de competência concorrente da União, dos Estados e do
Distrito Federal, é correto afirmar que a inércia implicará competência plena e temporária dos Estados e
Distrito Federal para legislar sobre a matéria. BL: art. 24, §§3º e 4º, CF.

##Atenção: A competência legislativa plena (art. 24, §3º, CF) não é definitiva. Pelo contrário, trata-se de
competência temporária, de modo que a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual no que lhe for contrária, na forma expressamente disposta no § 4.º do art. 24 da CF.
Lembrando que, não se trata de revogação, mas de suspensão de eficácia.

(TJSC-2015-FCC): Determinado Estado da Federação possui uma legislação sobre flora. A União, após
intenso debate legislativo, trouxe em lei federal normas gerais sobre a mesma matéria tratada na lei
estadual. A lei estadual fica com a eficácia suspensa no que for contrário à legislação federal superveniente.
BL: art. 24, §4º, CF/88 (ambiental)

##Atenção: Em virtude do exercício da competência legislativa plena dos Estados, a União poderá
suspender a eficácia de lei estadual no que lhe for contrário, consoante §4º do art. 24 da CF/88.

85
(TJMG-2014): Em virtude da competência concorrente para legislar sobre matéria relativa à proteção do
meio ambiente, cabe à União tão somente o estabelecimento de normas gerais, sem prejuízo da
competência suplementar dos Estados. Desta forma, a superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspende a eficácia de lei estadual, no que lhe for contrário. BL: art. 24, VI e §§1º, 2º e 4º, CF.

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados ORGANIZAM-SE e REGEM-SE pelas Constituições e leis que adotarem,
OBSERVADOS os princípios desta Constituição. (DPU-2007) (TRF4-2009) (MPGO-2010) (MPES-2010)
(MPF-2005/2012) (TJRS-2016) (TJAM-2016)

§ 1º SÃO RESERVADAS aos ESTADOS as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição. (TJMG-2006) (TJAP-2008) (TRF2-2009) (TRF4-2009) (MPGO-2010) (TJMS-2012) (TJAL-2015)

##Atenção: ##STF: ##DPECE-2008: ##CESPE: ##TJAP-2009: ##FCC: Segundo o STF, “(...) podem os
Estados-membros editar medidas provisórias em face do princípio da simetria, obedecidas as regras
básicas do processo legislativo no âmbito da União (CF, artigo 62). 2. Constitui forma de restrição não
prevista no vigente sistema constitucional pátrio (CF, § 1º do artigo 25) qualquer limitação imposta às unidades
federadas para a edição de medidas provisórias. Legitimidade e facultatividade de sua adoção pelos Estados-
membros, a exemplo da União Federal. (...).” STF. Plenário. ADI 425, Rel. Min. Maurício Corrêa, j. 04/09/02.
(TJAP-2009-FCC): No tocante a organização do Estado brasileiro, mormente no que se refere a organização
de poderes e aos entes federados, a Constituição admite medida provisória no processo legislativo estadual.
BL: art. 25, §1º, CF e Entend. Jurisprud.
(DPECE-2008-CESPE): Em relação ao Poder Legislativo, julgue o próximo item de acordo com o
entendimento do STF: Desde que prevista competência na Constituição estadual, pode o governador editar
medida provisória. BL: art. 25, §1º, CF e Entend. Jurisprud.

(TCEMG-2018): No tocante aos Estados-membros da República Federativa do Brasil, é correto afirmar: As


competências dos Estados-membros são definidas na forma de poderes remanescentes. BL: art. art. 25, §1º
da CF.

##Atenção: As competências dos Estados-membros são RESIDUAIS, ou seja, quando não for vedada pela
CF.

(Anal. Legisl./Câm. Deputados-2014-CESPE): A competência administrativa dos estados federados é


residual, competindo-lhes prestar os serviços públicos que não lhes sejam expressamente vedados pela
Constituição da República. BL: art. 25, §1º, CF.

§ 2º CABE aos Estados EXPLORAR DIRETAMENTE, ou mediante CONCESSÃO, os serviços locais


de gás canalizado, na forma da lei, VEDADA a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) (DPU-2007) (DPEMS-2008) (MPF-2008) (MPRN-
2009) (TRF5-2009) (MPGO-2010) (MPES-2010) (TJDFT-2011)

(TJSE-2015-FCC): Lei de Município sergipano disciplinou a exploração, direta ou mediante concessão, de


serviços locais de gás canalizado. À luz das disposições normativas pertinentes e considerando que a
Constituição do Estado reproduziu a disciplina da Constituição Federal nessa matéria, referida Lei
municipal é incompatível com a Constituição da República e com a Constituição do Estado, por ofensa à
competência atribuída ao Estado-membro, sendo passível de questionamento mediante ação direta de
inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Estado. BL: art. 125, §2º c/c art. 25, §2º, CF.

##Atenção: Além de ter competência residual, os Estados têm competências enumeradas, por exemplo, a
exploração dos serviços locais de gás canalizado (art. 25, §2º).

§ 3º Os ESTADOS PODERÃO, mediante LEI COMPLEMENTAR [obs.: estadual], INSTITUIR


regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de
municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de

86
interesse comum. (TJMG-2006) (DPEMS-2008) (MPES-2010) (MPSE-2010) (TJPB-2011) (TJBA-2012)
(MPMS-2012) (TJAM-2013) (TJMS-2020)

(TJPR-2019-CESPE): De acordo com disposições da CF/88, para integrar a organização, o planejamento e


a execução de funções públicas de interesse comum, os estados podem instituir aglomerações urbanas,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, mediante lei complementar. BL: art. 25, §3º,
CF/88.

(TJSP-2017-VUNESP): A instituição de região metropolitana para o fim de integrar a organização,


planejamento e execução de funções de interesse público de interesse comum, autorizada pela Constituição
Federal, depende de iniciativa dos Estados-Membros, por meio de Lei Complementar. BL: art. 25, §3º,
CF/88.

(TJAC-2012-CESPE): Com relação à organização político-administrativa do Estado brasileiro, assinale a


opção correta: As regiões metropolitanas, as aglomerações urbanas e as microrregiões são constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, podendo ser instituídas por lei complementar estadual. BL: art.
25, §3º da CF/88.

##Atenção: Logo, não precisa de lei complementar federal. Precisa de lei complementar estadual.

##Atenção: RESUMO SOBRE A INSTITUIÇÃO DE REGIÕES METROPOLITANAS, AGLOMERAÇÕES


URBANAS E MICRORREGIÕES PELOS ESTADOS (requisitos constitucionais:

1 – Mediante lei complementar estadual;

2 – Constituídas por agrupamento de municípios limítrofes;

3 – Têm a finalidade de integrar a organização, planejamento e execução de funções públicas de interesse


comum.

##Atenção: “Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas, microregião. CF, art. 25, § 3º. Constituição do
Estado do Rio de Janeiro, art. 357, parágrafo único. A instituição de regiões metropolitanas, aglomerações
urbanas e microregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, depende, apenas, de lei
complementar estadual.” (ADI 1.841, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20/09/02)

##Atenção: As regiões metropolitanas, aglomerados urbanos e microrregiões não são entidades políticas
autônomas de nosso sistema federativo, e sim entes com função administrativa e executória.

##Atenção: A participação dos Municípios na região metropolitana é compulsória, não havendo direito
de retirada ou necessidade de aprovação prévia do legislativo municipal (ADI 1841/RJ; ADI 796/ES).

##Atenção: Neste colegiado nenhum ente federado pode deter controle absoluto, embora não seja
obrigatória a instituição paritária na representação e no processo de decisão colegiada.

##Atenção: A participação de cada Município e do Estado deve ser estipulada em cada região
metropolitana, de acordo com suas particularidades, sem que se permita que um ente tenha predomínio
absoluto.

##Atenção: ##TJPB-2011: ##TJBA-2012: ##CESPE: Segundo Marcelo Novelino, “as regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões não são dotadas de personalidade e não possuem governo ou
administração própria. São órgãos de planejamento, compostos por Municípios, dos quais deriva a execução de
funções públicas de interesse comum, mas cujas decisões não são obrigatórias, tendo em vista a autonomia municipal.
A competência desses órgãos não limita a competência dos Estados, nem dos Municípios.” (Fonte: Manual de
Direito Constitucional, 14ª Ed. 2019, p. 641).

Art. 26. INCLUEM-SE entre os BENS DOS ESTADOS:

87
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, RESSALVADAS, neste
caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; (MPF-2011) (TJMG-2012) (TJPR-2012/2013) (TJMA-
2013) (TJPE-2015) (TJRS-2018)

(TJMS-2012-PUCPR): As águas de um rio que nasce e termina dentro do território de um município do


Estado de Mato Grosso do Sul, pertencem ao domínio do ente federativo: a) Estado-membro onde se
situem. BL: art. 26, I, CF. (ambiental).

(TJPE-2011-FCC): As águas subterrâneas são bens de domínio do Estado-membro onde se situam. BL: art.
26, I, CF. (ambiental).

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que ESTIVEREM no seu domínio, EXCLUÍDAS aquelas
SOB DOMÍNIO da União, Municípios ou terceiros; (TJPR-2013) (PGEGO-2013) (TJDFT-2014) (TJPE-2015)
(TJSC-2019)

(TJPR-2017-CESPE): Em relação aos bens públicos, assinale a opção correta: O ordenamento jurídico
brasileiro permite que pertençam a particulares algumas áreas nas ilhas oceânicas e costeiras. BL: art. 26,
II, parte final, CF. (adm.).

##Atenção: Sobre a definição das ilhas integrantes do patrimônio dos Estados (artigo 26, II, da CF), é
relevante a observação de Di Pietro, “o dispositivo deixa implícita a possibilidade de algumas áreas, nessas ilhas,
pertencerem a particulares”. (2011, p. 728).

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; (TRF4-2010) (TJPR-2013) (TJRS-2016)

##Atenção: DICAS:
➢ ILHAS FLUVIAIS e LACUSTRES:
– Pertencerão, em regra, aos ESTADOS
– Pertencerá à União caso faça limite com outros países.

➢ ILHAS COSTEIRAS E OCEÂNICAS (MAR):


- Pertencerão, em regra, à UNIÃO.
– Pertencerão ao MUNICÍPIO quando for SEDE do mesmo.
– Caso contrário, pertencerá ao ESTADO em que se situa.
– Nos casos acima, se a ilha for afetada por serviço público federal, pertencerá à UNIÃO.

➢ ILHAS FLUVIAIS e LACUSTRES: As ilhas fluviais (rios) e lacustres (lagos) permanentes


pertencem à União quando estão situadas na fronteira com outro país; ou quando estão situadas
em zona onde se faça sentir a influência das marés (art. 1º, c, Dec.-Lei 9.760/46, c/c art. 20, I, CF/88).
➢ ILHAS MARÍTIMAS: Por fim, são bens da União também as ilhas marítimas, que podem ser
classificadas como oceânicas (fora da plataforma continental) ou costeiras (ligadas à plataforma).

##Atenção: DICAS:
➢ Ilhas costeiras (ou ilhas continentais) situam-se próximo da costa.
➢ Ilhas oceânicas (ou ilhas pelágicas) situam-se em alto mar.
➢ Se a ilha for localizada dentro da faixa do mar territorial (12 milhas náuticas contados a partir da
linha do mar) será ilha costeira; se posterior, será ilha oceânica.
Critério objetivo para saber se é ilha costeira ou oceânica: mar territorial.

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. (TRF5-2009) (TJPB-2011) (TJPI-


2007/2012) (TJGO-2012) (PGEGO-2013) (TRF1-2015) (MPMG-2018)

(TJPA-2019-CESPE): As terras devolutas são terras públicas não incorporadas a patrimônio particular e
que não estejam afetadas a qualquer uso público. BL: art. 20, II e 26, IV, CF e art. 5º, caput, DL 9.760/46.

##Atenção: ##TRF5-2009: ##TRF1-2015: ##CESPE: As terras devolutas são bens DOMINIAIS e


pertencem, EM REGRA, aos ESTADOS-membros (art. 26, IV, CF). EXCEPCIONALMENTE, quando se
prestarem à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à preservação ambiental, pertencerão à UNIÃO (art. 20, II, CF). Além disso, cumpre

88
ressaltar que as terras devolutas são bens públicos que não possuem finalidade específica, isto é, bens
dominicais, salvo as terras devolutas indispensáveis à preservação ambiental, que pertencem à União e
que são classificadas como bem de uso especial, por possuírem destinação específica de proteção dos
ecossistemas naturais (art. 20, II, CF) e que também não foram incorporadas ao domínio privado. Desse
modo, adota-se um critério de exclusão para a definição das terras devolutas. É o que dispõe o caput do
art. 5º do Decreto-Lei 9.760/46: “São devolutas, na faixa da fronteira, nos Territórios Federais e no Distrito Federal,
as terras que, não sendo próprios nem aplicadas a algum uso público federal, estadual territorial ou municipal, não se
incorporaram ao domínio privado”. Portanto, via de regra, as terras devolutas pertencem aos Estados (art. 26,
IV, CF/88), sendo da União apenas s terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, assim
definidas em lei.

(TJMG-2009): Sobre as terras devolutas é correto dizer: Em geral, pertencem aos Estados, ressalvadas
aquelas pertencentes à União Federal. BL: art. 20, II e 26, IV, CF.

Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa CORRESPONDERÁ ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, ATINGIDO o número de trinta e seis, SERÁ
ACRESCIDO de tantos quantos os Deputados Federais acima de doze. (MPRO-2008) (DPEMS-2008)
(MPPB-2010) (TJDFT-2011) (TJPA-2012) (MPMG-2013) (MPSC-2016)

##Atenção: ##DICA: ##Vídeo no Youtube explicando o art. 27 da CF/88:


https://www.youtube.com/watch?v=C9-Ag_1_zt8&t=141s

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, APLICANDO-SÊ-LHES as regras desta
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. (TJPA-2009) (MPPB-2010) (TJPI-2012) (TJAM-
2016) (TJSC-2017)

##Atenção: ##STF: ##DOD: São constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem
aos Deputados Estaduais as imunidades formais previstas no art. 53 da CF/1988 para Deputados
Federais e Senadores. A leitura da Constituição da República revela, sob os ângulos literal e sistemático,
que os Deputados Estaduais também têm direito às imunidades formal e material e à inviolabilidade
que foram conferidas pelo constituinte aos congressistas (membros do Congresso Nacional). Isso
porque tais imunidades foram expressamente estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 da CF/88.
STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red.
p/ o ac. Min. Marco Aurélio, j. 8/5/19 (Info 939).

##Atenção: ##DOD: A CF/88, ao tratar sobre as imunidades, no art. 53, fala em Deputados Federais e
Senadores. Indaga-se: os Deputados Estaduais e os Vereadores também gozam das mesmas imunidades?
Deputados Estaduais: SIM Vereadores:
A CF/88 determina que os Deputados Estaduais Os Vereadores gozam de inviolabilidade por suas
possuem as mesmas imunidades que os opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e
parlamentares federais, nos termos do art. 27, § 1º: na circunscrição do Município (art. 29, VIII).
“§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados
Estaduais, aplicando-sê-lhes as regras desta Constituição Resumindo:
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, • Imunidade formal: NÃO gozam;
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos • Imunidade material: possuem, mas desde que
e incorporação às Forças Armadas.” Logo, os relacionada com o mandato e por manifestações feitas
Deputados Estaduais gozam tanto da imunidade dentro do Município.
material como formal.

##Comentários sobre o julgado veiculado no Info 939 do STF: ##DOD: No Info 939, o STF reafirmou o
entendimento acima e decidiu que são constitucionais as normas previstas nas Constituições estaduais que
conferem aos Deputados Estaduais as imunidades formais com relação à prisão (art. 53, § 2º, da CF/88) e
com relação ao processo (art. 53, § 3º).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É constitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base na
imunidade parlamentar formal (art. 53, § 2º c/c art. 27, § 1º da CF/88), revoga a prisão preventiva e as
medidas cautelares penais que haviam sido impostas pelo Poder Judiciário contra Deputado Estadual,
determinando o pleno retorno do parlamentar ao seu mandato. O Poder Legislativo estadual tem a
prerrogativa de sustar decisões judiciais de natureza criminal, precárias e efêmeras, cujo teor resulte em

89
afastamento ou limitação da função parlamentar. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e
ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, j. 8/5/2019 (Info 939).

(TJAL-2008-CESPE): Quanto à organização da União, dos estados e dos municípios, assinale a opção
correta: Os deputados estaduais se submetem ao mesmo regime das imunidades previsto na CF para os
deputados federais e senadores. BL: art. 27, §1, CF.

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais SERÁ FIXADO por lei de iniciativa da Assembléia
Legislativa, na razão de, NO MÁXIMO, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para
os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJAC-2012) (TCEMG-2018)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) (...)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (...)

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de


julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) (...)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria
para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela
indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) (...)

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; (...)

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


III - renda e proventos de qualquer natureza;
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma
da lei;

(TJSC-2010): Sobre os Estados Federados é correto afirmar: O subsídio dos Deputados Estaduais será
fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento
daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observados também mais alguns critérios
estabelecidos na Constituição da República. BL: art. 27, §2º, CF.

§ 3º COMPETE às Assembléias Legislativas DISPOR sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e PROVER os respectivos cargos. (TJSC-2010) (TJAM-2016)

§ 4º A lei DISPORÁ sobre a INICIATIVA POPULAR no processo legislativo estadual. (TJSC-2010)


(MPSC-2019)

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos,
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá
em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 16, de1997) (TJSC-2010)

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no


primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno,
se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)

90
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a
maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em
até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato
com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

§ 1º PERDERÁ o MANDATO o Governador que assumir outro cargo ou função na administração


pública direta ou indireta, RESSALVADA a posse em virtude de concurso público e observado o disposto
no art. 38, I, IV e V. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJSC-
2010)

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função; (...)
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados
como se no exercício estivesse.

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por


lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III,
e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TRF4-2009) (TJMS-2020)

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) (...)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) (...)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (...)

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de


julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) (...)

91
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria
para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela
indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) (...)

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; (...)

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...)


III - renda e proventos de qualquer natureza;
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma
da lei;

CAPÍTULO IV
Dos Municípios

Art. 29. O Município REGER-SE-Á POR LEI ORGÂNICA, VOTADA em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e APROVADA por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, ATENDIDOS os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo
Estado e os seguintes preceitos: (MPPB-2010) (MPES-2010) (MPRS-2017) (MPSC-2014/2019) (MPPR-2019)
(MPSP-2019)

(MPSP-2019): Os Municípios, com autonomia política, legislativa, administrativa e financeira se auto-


organizarão por lei orgânica, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal e na
Constituição Estadual. BL: art. 29, caput c/c art. 34, VII, “c”, CF.

##Atenção: A autonomia municipal é princípio constitucional sensível (art. 34, VII, “c”, da CF), e engloba
as autonomias política, legislativa, administrativa e financeira. São efetivamente regidos pelas respectivas
leis orgânicas, que são elaboradas em conformidade com as Constituições Federal e Estadual (art. 29, caput,
CF).

##Atenção: ##MPSP-2019: A promulgação é realizada pela própria casa legislativa municipal.

(TJSC-2009): Sobre o município pode-se afirmar de maneira correta: Rege-se por lei orgânica, votada em
dois turnos, aprovada por quórum qualificado e promulgada pela Câmara Municipal. BL: art. 29, caput,
CF.

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito
direto e simultâneo realizado em todo o País;

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito REALIZADA no primeiro domingo de outubro do ano


anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de
Municípios com mais de duzentos mil ELEITORES; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16,
de1997) (TJSC-2009) (TJPE-2011) (MPF-2011)

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no


primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno,
se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a
maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em
até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.

92
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato
com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

(TJPE-2013-FCC): Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira eleição, far-se-á nova
eleição no último domingo de outubro, concorrendo os dois candidatos mais votados, e considerando-se
eleito o que obtiver a maioria dos votos válidos. Essa regra aplica-se à eleição para Prefeito em Município
com mais de duzentos mil eleitores. BL: arts. 28, 29, inciso II e 77 da CF. (eleitoral)

(TJBA-2012-CESPE): A respeito da organização político-administrativa do Estado federal brasileiro,


assinale a opção correta: A eleição do prefeito e do vice-prefeito realiza-se no primeiro domingo de
outubro do ano anterior ao término do mandato daqueles que estão em exercício nesses cargos, devendo
haver segundo turno, nos municípios com mais de duzentos mil eleitores, no caso de nenhum candidato
alcançar maioria absoluta na primeira votação. BL: art. 29, II e 77, CF.

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;

IV - para a composição das Câmaras Municipais, SERÁ OBSERVADO o limite máximo de: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (Vide ADIN 4307) (MPGO-2010) (TJMG-2012) (TJSC-2017)

##Dica para a leitura das alíneas do inciso IV do art. 29 da CF:


➢ O número MÍNIMO é de 9 vereadores;
➢ TODAS as quantidades de vereadores são números ÍMPARES.

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (MPMG-2010) (MPSC-2014)

b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta
mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000
(cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (MPMG-2010)

d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000
(oitenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (MPMG-2010) (MPSC-2014)

e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000
(cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de
até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (MPMG-
2010)

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e
de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (MPGO-2010)
(MPMG-2010)

h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
(MPMG-2010)

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
(MPMG-2010)

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até
750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
(MPMG-2010)

93
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
(MPMG-2010)

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de
até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
(MPMG-2010)

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil)
habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009) (MPMG-2010)

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil)
habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009) (MPMG-2010)

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009) (MPMG-2010)

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil)
habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009)

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009) (MPMG-2010)

r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos
mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58,
de 2009) (MPMG-2010)

s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes
e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
(MPMG-2010)

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de


habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009) (MPMG-2010)

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de


habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009) (MPMG-2010)

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes
e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
(MPMG-2010)

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes
e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

##Atenção: O Município tem número de vereadores com base no total de HABITANTES, seguindo o que
dispõe o art. 29, IV, alíneas “a” a “x” da CF/88.

V - SUBSÍDIOS do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais FIXADOS por lei de


iniciativa DA CÂMARA MUNICIPAL, OBSERVADO o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III,
94
e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998) (TJSC-2009) (MPPB-2010) (MPMG-
2010) (TJPI-2012) (MPRS-2017) (MPPR-2019)

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) (...)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (...)

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de


julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) (...)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria
para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela
indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) (...)

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; (...)

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...)


III - renda e proventos de qualquer natureza;
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma
da lei;

(TJMG-2008): Os Municípios integram a federação e regem-se por lei orgânica própria, atendidos os
princípios estabelecidos na Constituição da República e na Constituição do Estado: A fixação dos subsídios
do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais será feita por lei de iniciativa da Câmara
Municipal, observado o teto remuneratório estabelecido na Constituição da República. BL: art. 29, V c/c
art. 37, XI da CF.

##Atenção: Não há exigência constitucional no sentido de que o subsídio dos Prefeitos e Secretários
Municipais deva ser fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente.
É nesse sentido o inciso V do art. 29 da CF.

VI - o SUBSÍDIO dos Vereadores SERÁ FIXADO pelas respectivas Câmaras Municipais em cada
legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, OBSERVADOS os critérios
estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000) (TJMG-2005/2008) (TJAL-2008) (MPMG-2010) (MPPB-2010) (MPSC-2013)
95
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 25, de 2000)

c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos


Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores


corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores NÃO PODERÁ ULTRAPASSAR o
montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
(MPPB-2010)

VIII - INVIOLABILIDADE dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do
mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de
1992) (TJMG-2008) (TJAP-2008) (TJAC-2012) (MPRS-2012) (MPMG-2014) (TJSC-2017) (TJCE-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Durante sessão da Câmara Municipal, após discussão sobre uma
representação contra o Prefeito, um Vereador passou a proferir pesadas ofensas contra outro Parlamentar.
O Vereador ofendido ajuizou ação de indenização por danos morais contra o ofensor. A questão chegou
até o STF que, julgando o tema sob a sistemática da repercussão geral, declarou que o Vereador não deveria
ser condenado porque agiu sob o manto da imunidade material. Na oportunidade, o STF definiu a
seguinte tese que deverá ser aplicada aos casos semelhantes: Nos limites da circunscrição do Município
e havendo pertinência com o exercício do mandato, garante-se a imunidade prevista no art. 29, VIII, da
CF aos vereadores. STF. Plenário. RE 600063/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, j. 25/2/15 (repercussão geral) (Info 775).

(PGM/AM-2018-CESPE): Julgue o item a seguir com base nas normas constitucionais que versam sobre as
prerrogativas dos vereadores: Não estará abarcado pela imunidade material o vereador que ofender
adversário político em entrevista em município diverso daquele no qual cumpre mandato. BL: art. 29, VIII,
CF.

##Atenção: ##TJSC-2017: ##FCC: ##Resumindo:


➢ Imunidade formal: NÃO gozam;
➢ Imunidade material: possuem, mas desde que relacionado com o mandato e por manifestações
feitas dentro do Município.

(Cartórios/TJMT-2014-FMP): A imunidade material é limitada, no caso dos vereadores. BL: art. 29, VIII,
CF.

#Atenção: Conforme art. 29, VIII da CF/88, aos vereadores é garantida tão somente a imunidade
MATERIAL (que diz respeito à opiniões, palavras e votos), podendo-se dizer que ela é LIMITADA:
- ao exercício do mandato (o ato dever ter sido praticado in officio) e
- na circunscrição do Município.

96
(TJDFT-2011): A Constituição Federal não outorgou foro especial aos vereadores perante o Tribunal de
Justiça, assegurou a eles, entretanto, a chamada imunidade material. BL: art. 29, VIII, CF.

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto


nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os
membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
(TJAC-2012)

(MPRS-2017): Em relação ao tratamento constitucional dado aos Municípios, é correto afirmar que as
proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, são similares, no que couber, ao disposto na
Constituição Federal para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para
os membros da Assembleia Legislativa. BL: art. 29, IX, CF.

X - JULGAMENTO DO PREFEITO PERANTE o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII,


pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) (MPBA-2010) (TJPE-2011) (PCES-2011) (TJMSP-2016) (TJPA-
2019)

(TJMG-2018-Consulplan): Prefeitos são julgados originariamente pela 2ª instância, com eficácia ‘ex nunc’,
nas hipóteses de infração comum de natureza criminal, dos crimes dolosos contra a vida, dos crimes
impróprios de responsabilidade e dos crimes de desvio de verba federal incorporada ao patrimônio
municipal. BL: art. 29, X, CF e S. 702, STF.

##Atenção: O Dizer o Direito explica: "Art. 29. 'O Município reger-se-á por lei orgânica (...) atendidos os
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: X -
julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça'. Desse modo, segundo a CF/88, os Prefeitos deverão
ser julgados pelos TJ's. Vale ressaltar que o Prefeito será julgado pelo TJ se o crime for de competência
da Justiça Estadual. Se for da competência da Justiça Federal, será julgado pelo TRF e se for da Justiça
Eleitoral, pelo TRE (é o que prevê a Súmula 702 do STF). Em casos de crimes dolosos contra a vida (não
havendo interesse federal), também será julgado pelo TJ considerando que se trata de previsão constitucional
específica (art. 29, X, da CF/88)". O Professor Vicente Paulo explica que o Decreto-lei 201/67 é a norma que
define os crimes de responsabilidade do prefeito. Mas, ao enumerá-los, fez o seguinte: no seu art. 1º,
indicou condutas que, na verdade, são típicos “crimes comuns”; já no seu art. 4º, indicou condutas
político-administrativas que, tradicionalmente, caracterizam os “crimes de responsabilidade”. Nos casos
do art. 1º, temos crimes de responsabilidade “impróprios” (“impróprios” porque, como dito acima, são,
na verdade, materialmente, crimes comuns), e serão eles julgados pelo Tribunal de Justiça (TJ); e nos
casos do art. 4º, temos crimes de responsabilidade “próprios”, e serão eles julgados pela Câmara
Municipal. Por fim, de acordo com a Súmula nº 209, STJ: "Compete ao Justiça Estadual processar e julgar
prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal".

(TJRS-2009): Compete ao Tribunal de Justiça, independentemente de autorização da Câmara Municipal,


julgar Prefeito no exercício do mandato por crime comum. BL: art. 29, X, CF e S. 702, STF.

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso


IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado do inciso


X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIII - INICIATIVA POPULAR de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou


de bairros, através de manifestação de, PELO MENOS, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do
inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) (MPF-2013) (MPSC-2019)

(TJGO-2012-FCC): Sobre plebiscito, referendum e iniciativa popular é correto afirmar que a lei orgânica
municipal deve atender aos princípios estabelecidos na Constituição da República na Constituição do
respectivo Estado e certos preceitos, entre aos quais, a iniciativa popular de projetos de lei de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento
do eleitorado. BL: art. 29, VIII, CF. (eleitoral)

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Renumerado do inciso
XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
97
(PGM-Várzea Paulista/SP-2016-VUNESP): A Constituição Federal prevê que o Prefeito Municipal
perderá o mandato se assumir outro cargo ou função na Administração Pública direta ou indireta,
ressalvada a posse em virtude de concurso público. BL: arts. 28, §1º, c/c art. 29, XIV da CF.

OBS: Aplica-se o artigo 28 da CF, §1º, da CF, aos prefeitos municipais, por força do que prescreve o artigo
29, inciso XIV, CF/1988:
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos,
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro,
em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a
posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto
no art. 77. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração
pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o
disposto no art. 38, I, IV e V.

Art. 29-A. O TOTAL DA DESPESA do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos
Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao
somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) (MPSC-
2019)

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...)


§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se
exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação
de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da
arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II - setenta por cento para o Município de origem. (...)

Art. 158. Pertencem aos Municípios:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações
que instituírem e mantiverem;
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade
territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que
se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de
veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação.
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão
creditadas conforme os seguintes critérios:
I - 65% (sessenta e cinco por cento), no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações
relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
II - até 35% (trinta e cinco por cento), de acordo com o que dispuser lei estadual, observada,
obrigatoriamente, a distribuição de, no mínimo, 10 (dez) pontos percentuais com base em indicadores de
melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico
dos educandos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)


I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre
produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 84, de 2014)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito
Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com

98
os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos
recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio
do mês de dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro
decêndio do mês de julho de cada ano; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados
e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos
industrializados.
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no
art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da
lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 44, de 2004)
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á
a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I.
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do
montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais
participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que
receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento
serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação
dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)

II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000
(quinhentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
(MPSC-2019)

IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001
(quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009) (MPSC-2019)

V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001
(oito milhões e um) habitantes. (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

§ 1o A Câmara Municipal NÃO GASTARÁ mais de setenta por cento DE SUA RECEITA com folha
de pagamento, INCLUÍDO o GASTO com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000) (MPRS-2017) (MPSC-2019)

(MPPR-2019): Assinale a alternativa correta: A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento
de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. BL: art. 29-A,
§1º, CF.

§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional


nº 25, de 2000)

I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 25, de 2000)

99
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
2000)

III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1 o


deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

Art. 30. COMPETE aos MUNICÍPIOS:

I - LEGISLAR sobre assuntos de interesse local; (TJAP-2008) (MPPE-2008) (TRF2-2009) (TJPR-2010)


(TJSC-2010) (MPGO-2010) (TJRJ-2011) (TJPI-2012) (MPMS-2013) (TJPA-2014) (TJMG-2014/2018) (TJRS-
2018) (MPMG-2011/2019) (TJAL-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É constitucional lei municipal que estabelece que os supermercados e
hipermercados do Município ficam obrigados a colocar à disposição dos consumidores pessoal
suficiente no setor de caixas, de forma que a espera na fila para o atendimento seja de, no máximo, 15
minutos. Isso porque compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local, notadamente
sobre a definição do tempo máximo de espera de clientes em filas de estabelecimentos empresariais.
Vale ressaltar que essa lei municipal não obriga a contratação de pessoal, e sim sua colocação suficiente
no setor de caixas para o atendimento aos consumidores. STF. 1ª T. ARE 809489 AgR/SP, Rel. Min. Rosa
Weber, j. 28/5/2019 (Info 942).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É constitucional lei municipal que proíbe a conferência de mercadorias
realizada na saída de estabelecimentos comerciais localizados na cidade. A Lei prevê que, após o cliente
efetuar o pagamento nas caixas registradoras da empresa instaladas, não é possível nova conferência na
saída. Os Municípios detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I, da
CF/88), ainda que, de modo reflexo, tratem de direito comercial ou do consumidor. STF. 2ª T. RE 1052719
AgR/PB, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 25/9/18 (Info 917).

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJMG-2018: O Município tem competência para legislar sobre meio
ambiente e controle da poluição, quando se tratar de interesse local. Ex: é constitucional lei municipal,
regulamentada por decreto, que preveja a aplicação de multas para os proprietários de veículos
automotores que emitem fumaça acima de padrões considerados aceitáveis. STF. Plenário. RE
194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, j. 29/6/17 (Info 870).

##Cuidado: ##Divergência no STJ: A prática da conferência indistinta de mercadorias pelos


estabelecimentos comerciais, após a consumação da venda, é em princípio lícito e tem como base o
exercício do direito de vigilância e proteção ao patrimônio, razão pela qual não constitui, por si só,
prática abusiva. Se a revista dos bens adquiridos é realizada em observância aos limites da urbanidade
e civilidade, constitui mero desconforto, a que atualmente a grande maioria dos consumidores se
submete, em nome da segurança. STJ. 3ª T.. REsp 1120113/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 15/2/11. Mais
recentemente: STJ. 4ª T. AgInt no REsp 1660314/GO, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, j. 07/11/17.

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPCE-2009: ##FCC: ##MPMG-2011/2019: É pacífica a jurisprudência


desta Corte de que os Municípios detêm competência para legislar sobre o tempo máximo de espera por
atendimento nas agências bancárias, uma vez que essa questão é de interesse local e diz respeito às
normas de proteção das relações de consumo, não se confundindo com a atividade-fim das instituições
bancárias. STF. 1ª T. AI 495187 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 30/8/11. STF. STF. Plenário virtual. RE 610221
RG, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 29/4/10 (repercussão geral). STF. 1ª T., AI 709974 AgR/MT. Rel. Min. Cármen
Lúcia, j. 27/10/09.
(MPCE-2009-FCC): Relativamente ao Banco Central do Brasil e à compreensão do STF sobre os assuntos
próprios aos poderes de fiscalização da autoridade monetária brasileira, é constitucional lei municipal que
dispõe sobre o tempo máximo de espera nas filas das agências bancárias estabelecidas no respectivo
Município. BL: Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STF: ##TRF2-2009: ##CESPE: O poder constituinte dos Estados-membros está limitado
pelos princípios da Constituição da República, que lhes assegura autonomia com condicionantes, entre
as quais se tem o respeito à organização autônoma dos Municípios, também assegurada
constitucionalmente. O art. 30, I, da CF/88 outorga aos Municípios a atribuição de legislar sobre assuntos
de interesse local. A vocação sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito põem-se no âmbito da
100
autonomia política local, em caso de dupla vacância. Ao disciplinar matéria, cuja competência é
exclusiva dos Municípios, o art. 75, § 2º, da Constituição de Goiás fere a autonomia desses entes,
mitigando-lhes a capacidade de auto-organização e de autogoverno e limitando a sua autonomia política
assegurada pela Constituição brasileira. STF. Plenário. ADI 3549, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 17/09/07.
(TRF2-2009-CESPE): Com base na doutrina e na jurisprudência do STF, assinale a opção correta quanto ao
município no federalismo nacional: A sucessão do prefeito e do vice-prefeito inclui-se no domínio normativo
da lei orgânica municipal e não se sujeita ao princípio da simetria constitucional. BL: art. 30, I da CF e Entend.
Jurisprud.

##Atenção: ##STF: ##MPCE-2009: ##FCC: O Município dispõe de competência, para, com apoio no
poder autônomo que lhe confere a CF/1988, exigir, mediante lei formal, a instalação, em
estabelecimentos bancários, de sanitários ou a colocação de bebedouros, sem que o exercício dessa
atribuição institucional, fundada em título constitucional específico (CF, art. 30, I), importe em conflito
com as prerrogativas fiscalizadoras do Banco Central do Brasil. STF. 2ª T., AI 614510 AgR/SC, Rel. Min.
Celso de Mello, j. 13/03/2007. (...) O Município pode editar legislação própria, com fundamento na
autonomia constitucional que lhe é inerente (CF, art. 30, I), com o objetivo de determinar, às instituições
financeiras, que instalem, em suas agências, em favor dos usuários dos serviços bancários (clientes ou
não), equipamentos destinados a proporcionar-lhes segurança (tais como portas eletrônicas e câmaras
filmadoras) ou a propiciar-lhes conforto, mediante oferecimento de instalações sanitárias, ou
fornecimento de cadeiras de espera, ou, ainda, colocação de bebedouros. STF. 2ª T. AI 347.717-AgR, Rel.
Min. Celso de Mello, j. 31/5/05.

##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: No que tange à matéria ambiental, a proteção pela via da legislação
concorrente entre União e Estados/DF é assegurada pelo art. 24, VI, ao passo que a competência
municipal é radicada no art. 30, I, da CF, não excluindo a competência legislativa de um ente pelo mero
exercício da atividade legiferante por outro.

II - SUPLEMENTAR a legislação FEDERAL e a ESTADUAL no que couber; (MPPE-2008) (TJPR-


2010) (TJSC-2010) (MPGO-2010) (TJRJ-2011) (TJDFT-2011) (TJPI-2012) (TJCE-2012) (MPMS-2013) (MPSC-
2013) (TJMG-2018) (TJAL-2019)

##Atenção: ##Reperc. Geral/STF – Tema 145: ##DOD: ##MPSP-2019: ##TJAL-2019: ##FCC: O


Município é competente para legislar sobre o meio ambiente, juntamente com a União e o Estado-
membro/DF, no limite do seu interesse local e desde que esse regramento seja harmônico com a
disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c o art. 30, I e II, da CF/88). O STF
julgou inconstitucional lei municipal que proíbe, sob qualquer forma, o emprego de fogo para fins de
limpeza e preparo do solo no referido município, inclusive para o preparo do plantio e para a colheita
de cana-de-açúcar e de outras culturas. Entendeu-se que seria necessário ponderar, de um lado, a
proteção do meio ambiente obtida com a proibição imediata da queima da cana e, de outro, a
preservação dos empregos dos trabalhadores que atuem neste setor. No caso, o STF entendeu que
deveria prevalecer a garantia dos empregos dos trabalhadores canavieiros, que merecem proteção diante
do chamado progresso tecnológico e da respectiva mecanização, ambos trazidos pela pretensão de
proibição imediata da colheita da cana mediante uso de fogo. Além disso, as normas federais que tratam
sobre o assunto apontam para a necessidade de se traçar um planejamento com o intuito de se extinguir
gradativamente o uso do fogo como método despalhador e facilitador para o corte da cana. Nesse
sentido: Lei 12.651/12 (art. 40) e Decreto 2.661/98. Assim, a Lei municipal, ao proibir a queima de forma
imediata, viola o espírito da legislação federal, que propõe a diminuição gradual da queima da cana.
Vale ressaltar que esse assunto (proibição ou não da queima da cana) tem um caráter e interesse
nacional, não podendo, portanto, o Município violar a previsão da legislação federal e estadual. STF.
Plenário. RE 586224/SP, Rel. Min. Luiz Fux, j. 5/3/15 (Info 776).
(MPSP-2019): O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de
seu interesse local e desde que tal regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes
federados. BL: art. 24, VI c/c art. 30, I e II, CF e Info 776, STF.
(TJAL-2019-FCC): A Câmara Legislativa do Município TXP aprovou uma lei regulamentando a proteção ao
meio ambiente daquela localidade. Em ação movida por empresa de construção, pretendendo anular
penalidade que lhe foi imposta pela municipalidade por suposto desrespeito à legislação ambiental, é alegada
a inconstitucionalidade daquela lei municipal, pela via incidental, sob o fundamento de já existirem norma
federal e estadual disciplinando a matéria. No controle difuso de constitucionalidade, a questão deve ser
decidida pela constitucionalidade, desde que o Município exerça a competência para legislar sobre meio
ambiente com a União e o Estado no limite de seu interesse local, e desde que tal regramento seja harmônico
com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados. BL: art. 24, VI c/c art. 30, I e II, CF e Info 776,
STF.

101
(MPSP-2019): A Constituição Federal estabelece competência suplementar dos Municípios, consistente na
autorização de regulamentar as normas estaduais para ajustar sua execução a peculiaridades locais,
sempre em concordância com aquelas. BL: art. 30, I e II, CF.

##Atenção: Para Alexandre de Moraes, “[a]ssim, a Constituição Federal prevê a chamada competência
suplementar dos municípios, consistente na autorização de regulamentar as normas legislativas federais ou estaduais,
para ajustar sua execução a peculiaridades locais, sempre em concordância com aquelas e desde que presente o requisito
primordial de fixação de competência desse ente federativo: interesse local”.

III - INSTITUIR e ARRECADAR os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem
prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; (TJAL-2019)

IV - CRIAR, ORGANIZAR e SUPRIMIR DISTRITOS, observada a legislação estadual; (TJPE-2011)


(MPBA-2018)

V - ORGANIZAR e PRESTAR, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços


públicos DE INTERESSE LOCAL, INCLUÍDO o DE TRANSPORTE COLETIVO, que TEM caráter
essencial; (TRF2-2009) (MPSE-2010) (TJPR-2012) (TJCE-2014) (TJPB-2015)

(TJPE-2011-FCC): A CF/88, no que se refere à organização federativa aplicada aos Municípios, dispõe que
compete ao Município organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial. BL: art. 30,
V, CF.

VI - MANTER, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação


infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (Anal. Legisl.-
Câm. Deputados-2014)

VII - PRESTAR, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento
à SAÚDE da população;

(TRF5-2009-CESPE): A respeito da organização do Estado brasileiro, assinale a opção correta: Compete ao


município manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do estado a que ele pertence,
programas de educação infantil e de ensino fundamental, bem como serviços de atendimento à saúde da
população. BL: art. 30, VI e VII, CF.

VIII - PROMOVER, no que couber, ADEQUADO ORDENAMENTO TERRITORIAL, mediante


planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; (TJSC-2010) (MPES-2010)
(TRF1-2011) (TJPR-2013)

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2019: ##CESPE: Os Municípios são competentes para legislar sobre
questões que respeite a edificações ou construções realizadas no seu território, assim como sobre
assuntos relacionados à exigência de equipamentos de segurança, em imóveis destinados a atendimento
ao público. STF. 1ª T., AI 491420 AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 21/02/06.

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2019: ##CESPE: Ação direta de inconstitucionalidade contra lei municipal,
dispondo sobre matéria tida como tema contemplado no art. 30, VIII, da CF/88, da competência dos
Municípios. Inexiste norma que confira a Chefe do Poder Executivo municipal a exclusividade de
iniciativa relativamente à matéria objeto do diploma legal impugnado. Matéria de competência
concorrente. Inexistência de invasão da esfera de atribuições do Executivo municipal. STF. 2ª T., RE 218110,
Rel. Min. Néri da Silveira, j. 02/04/02.

(TJAM-2016-CESPE): No que se refere à proteção conferida pela CF ao meio ambiente, assinale a opção
correta: Compete aos municípios a promoção do adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. BL: art. 30, VIII, CF.

IX - PROMOVER a proteção do patrimônio histórico-cultural LOCAL, observada a legislação e a ação


fiscalizadora federal e estadual. (MPRO-2008) (MPES-2010) (TJCE-2014)

102
##Atenção: ##MPRO-2008: ##CESPE: ##Dica:
✓ Quando o interesse na proteção for regional ou nacional = haverá competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios quanto à proteção do patrimônio histórico (art. 23, III).
✓ Quando o interesse na proteção for local = haverá competência exclusiva do Município (art. 30, IX).

Art. 31. A FISCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO SERÁ EXERCIDA pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder EXECUTIVO Municipal, na
forma da lei. (MPF-2005) (MPSE-2010) (TJSC-2013) (MPSC-2014) (TJRS-2016) (MPRS-2016) (TJRJ-2019)

##Atenção: O órgão competente para rejeitar as contas de Prefeito Municipal, tornando inelegível, é a
Câmara de Vereadores.

(Anal. Legisl.-Valinhos/SP-2017-VUNESP): O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, que


é um órgão colegiado, que delibera pelo Plenário, administra-se pela Mesa e representa-se pelo Presidente.

§ 1º O CONTROLE EXTERNO da Câmara Municipal SERÁ EXERCIDO COM O AUXÍLIO dos


Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios, ONDE HOUVER. (MPSE-2010) (TJSC-2013) (MPSC-2014) (TJRS-2016) (MPRS-2017) (TJRJ-
2019)

(MPSC-2013): Os Tribunais de Contas dos Estados são entes auxiliares das Câmaras Municipais no
controle externo dos Poderes Executivos Municipais. BL: art. 31, §1º, CF.

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito DEVE
anualmente prestar, SÓ DEIXARÁ DE PREVALECER por decisão DE DOIS TERÇOS dos membros da
Câmara Municipal. (MPF-2005) (TJRS-2009) (TJPI-2012) (TJSC-2013) (MPSC-2014) (MPRS-2012/2016)
(TJPR-2017) (TJRJ-2019)

(Anal. Judic./TJAL-2018-FGV): O Prefeito do Município Alfa apresentou suas contas anuais de gestão ao
Tribunal de Contas competente, o qual veio a rejeitá-las por unanimidade. Irresignado, o Prefeito procurou
um advogado e solicitou informações a respeito da correção procedimental da atuação do Tribunal de
Contas. Com amplo embasamento na sistemática constitucional, o advogado esclareceu ao Prefeito
Municipal, corretamente, que o Tribunal de Contas está errado, pois apenas lhe competiria emitir parecer
prévio a respeito das contas do Prefeito, de governo ou de gestão. BL: art. 31, §2º, CF/88 e Info 834, STF.

##Atenção: ##DOD: ##STF: ##Anal. Judic./TJAL-2018: ##FGV: ##TJRJ-2019: ##VUNESP: Para os fins
do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/10, a apreciação das contas de Prefeito, tanto as
de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de
Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
vereadores. STF. Plenário. RE 848826/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo
Lewandowski, j. 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834).

##Atenção: ##DOD: ##STF: ##Anal. Judic./TJAL-2018: ##FGV: ##TJRJ-2019: ##VUNESP: Parecer


técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo
exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do Poder Executivo
local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo. STF. Plenário. RE 729744/MG,
Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 10/8/16 (repercussão geral) (Info 834).

##Atenção: Diferença entre CONTAS DE GOVERNO e CONTAS DE GESTÃO:19


a) As CONTAS DE GOVERNO, também denominadas de contas de desempenho ou contas de
resultado, são dotadas de caráter político e são de responsabilidade do chefe do poder executivo
(municipal, estadual, federal). São julgadas pelo Poder Legislativo (CM, AL, CN), cabendo aos
Tribunais de Contas tão somente apreciá-las (art. 71, I, CF/88). "As contas de governo objetivam
demonstrar o cumprimento do orçamento e dos planos da administração, referindo-se, portanto, à
atuação do chefe do Executivo como agente político".
b) As CONTAS DE GESTÃO, também denominadas de contas de ordenação de despesas, têm
caráter técnico e são de responsabilidade dos administradores públicos. "As contas de gestão

19 http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/contas-de-gestao-e-contas-de-governo-tem-tratamento-diferenciado-pela-
constituicao-diz-pgr
103
possibilitam o exame não dos gastos globais, mas de cada ato administrativo que componha a gestão
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do ente público quanto a legalidade,
legitimidade e economicidade"

##Atenção: Entretanto, o mais importante é saber que, ao contrário do Presidente da República e dos
Governadores, o Prefeito é responsável tanto pelas contas de governo como pelas contas de gestão e, em
ambos os casos, serão elas objeto de parecer prévio do TC e, posteriormente, de julgamento pelas
Câmaras Municipais. Nas esferas federais e estaduais, ao contrário, SOMENTE as CONTAS DE
GOVERNO do Presidente e dos Governadores é que serão objeto de parecer prévio dos Tribunais de
Contas e posteriormente apreciadas pelo Legislativo (CN ou AL). As contas de GESTÃO, por não serem
de responsabilidade destes chefes do executivo, e sim de outros administradores, serão APRECIADAS e
também JULGADAS pelos TCs (isso é EXATAMENTE o que diz os incisos I e II do art. 71 da CF).

##Atenção: Esquematizando:
1) União/Estados
- Contas de Governo - apreciadas pelo TC
- Contas de Gestão - julgadas pelo TC

2) Município
- Contas de Governo e de Gestão - apreciadas pelo TC

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

§ 4º É VEDADA a CRIAÇÃO de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. (TJAL-2008)


(TJSC-2009) (TJPE-2011) (TJPI-2012) (TJRS-2009/2016)

(Dir. Contábil Legisl.-Câm. Dois Córregos/SP-2018-VUNESP): Determinado Prefeito envia projeto de lei
à Câmara dos Vereadores propondo a criação de um Conselho de Contas para exercer a função de
fiscalização das contas do Município cujos servidores serão contratados por meio de cargos de livre
nomeação e exoneração. Conforme o que estabelece a Constituição Federal, esse projeto é inconstitucional,
pois a Carta Magna veda a criação desse tipo de órgão.

##Atenção: De acordo com a CF, é vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas
Municipais. O STF, no entanto, permite a criação de TC dos Municípios pelos Estados:
A Constituição da República impede que os Municípios criem os seus próprios tribunais,
conselhos ou órgãos de contas municipais (CF, art. 31, § 4º), mas permite que os Estados-
membros, mediante autônoma deliberação, instituam órgão estadual denominado
Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios (RTJ 135/457, rel. min. Octavio Gallotti –
ADI 445/DF, rel. min. Néri da Silveira), incumbido de auxiliar as câmaras municipais no
exercício de seu poder de controle externo (CF, art. 31, § 1º). [ADI 687, rel. min. Celso de
Mello, j. 2-2-1995, P, DJ de 10-2-2006.]

(MPRS-2016): Em relação ao controle e fiscalização da administração municipal, assinale a alternativa


correta: É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. BL: art. 31, §4º, CF.

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção I
DO DISTRITO FEDERAL

Art. 32. O Distrito Federal, VEDADA sua divisão EM MUNICÍPIOS, REGER- SE-Á por LEI
ORGÂNICA, VOTADA em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e APROVADA por dois terços
da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. (TJAP-
2009) (MPDFT-2009) (MPGO-2010) (MPES-2010) (PGEAM-2010) (TJPR-2011) (TJBA-2012) (TJDFT-2014)
(TJAM-2016)

##Atenção: ##STF: O DF não pode ser dividido em Municípios (art. 32, caput, CF), como também não é
possível que prefeituras comunitárias ou associação de moradores sejam constituídas por meio de lei

104
distrital para administrar as quadras residenciais do Plano Piloto de Brasília, pois isso afronta os arts. 2º,
32 e 37, XXI, todos da CF/88, conforme a ADI 1706, sob relatoria do Min. Eros Grau, julgada em 2008.

(TJSP-2013-VUNESP): Com relação ao Distrito Federal, a Constituição Federal veda a divisão do Distrito
Federal em Municípios. BL: art. 32, CF.

§ 1º Ao DISTRITO FEDERAL SÃO ATRIBUÍDAS as competências legislativas reservadas aos


Estados e Municípios. (MPDFT-2009) (TJPR-2010) (MPES-2010) (MPGO-2010) (TJPI-2012) (TJSP-2013)
(TJDFT-2014) (MPRS-2014)

(TJDFT-2007): Sobre o tratamento constitucional conferido ao Distrito Federal: Ao Distrito Federal são
atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e aos Municípios. BL: art. 32, §1º, CF.

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados


Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no


primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno,
se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a
maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em
até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato
com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27. (TJAM-2016)
(TJSC-2017)

Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação


do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos
forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa,
na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados
Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da
POLÍCIA PENAL, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 104, de 2019)

Seção II
DOS TERRITÓRIOS

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.

(MPMT-2012): A norma “A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos territórios” (art.
33, caput, CF/88) é de eficácia limitada de princípio institutivo.

105
§ 1º Os TERRITÓRIOS PODERÃO SER DIVIDIDOS em Municípios, aos quais SE APLICARÁ, no
que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título. [Obs.: “Dos Municípios”] (TJAP-2009) (DPEAL-2009)
(TJBA-2012)

(PGEAM-2010-FCC): De acordo com a CF/1988, os Territórios podem ser subdivididos em Municípios.


BL: art. 33, §1º, CF.

§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio
do Tribunal de Contas da União.

§ 3º Nos TERRITÓRIOS FEDERAIS com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado
na forma desta Constituição, HAVERÁ órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do
Ministério Público e defensores públicos federais; A LEI DISPORÁ sobre as eleições para a Câmara
Territorial e sua competência deliberativa. (TJMG-2006) (DPU-2007) (DPEAL-2009) (MPES-2010)

##Atenção: RESUMO SOBRE TERRITÓRIOS FEDERAIS:


(1) Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao
Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

(2) Lei Federal disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.

(3) São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que disponham sobre organização
administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração dos Territórios, bem como normas gerais para a organização do MPDFT e da DPT.
(PGEAM-2010)

(4) É uma Autarquia Federal criada por descentralização territorial, ou seja, possui personalidade
jurídica, mas não é ente federativo e não possui autonomia política. (DPEAL-2009) (MPES-2010)

(5) Suas contas serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do TCU.

(6) Na atualidade, não existem Territórios Federais. Entretanto, eles ainda podem ser criados. Amapá,
Roraima e Fernando de Noronha, por exemplo, já foram Territórios Federais no passado (antes da CF/88).

(7) Os Territórios Federais poderão ser divididos em Municípios (art. 33, §1º).

(8) Podem eleger 4 Deputados Federais para a Câmara dos Deputados. Entretanto, não possuem
representação no Senado Federal.

(9) Nos Territórios Federais com mais de 100 mil habitantes, além do Governador nomeado na forma
desta Constituição (competência privativa do Senado Federal/aprovado previamente, por voto secreto,
após arguição pública), haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do
Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara
Territorial e sua competência deliberativa.

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A UNIÃO NÃO INTERVIRÁ nos Estados NEM no Distrito Federal, EXCETO para: (MPBA-
2010) (TJDFT-2014) (TJAL-2019)

(TJDFT-2007): Sobre o Estado Federal, assinale a alternativa correta: a intervenção federal traduz-se na
suspensão temporária das normas constitucionais que asseguram a autonomia da unidade federada
atingida pela medida.

I - MANTER a integridade nacional; (MPSP-2006) (MPSE-2010) (TJSP-2011) (TJMS-2012)

##Atenção: ##TJMS-2008: ##FCC: É possível a União, para manter a integridade nacional, intervir nos
Estados-membros e no Distrito Federal, mas não nos MUNICÍPIOS (art. 34, CF).

106
II - REPELIR invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; (MPSP-2006) (MPMG-
2010) (MPSE-2010) (TJSP-2011)

III - PÔR termo a grave comprometimento da ordem pública; (MPBA-2010) (MPSE-2010) (TJSP-
2011/2013) (MPRS-2016) (TJRJ-2019)

IV - GARANTIR o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; (TJES-2011)
(TJMS-2012) (TJDFT-2015) (TJAL-2019) (TJRJ-2019)

V - REORGANIZAR as finanças da unidade da Federação que: (TJSP-2013)

a) SUSPENDER o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, SALVO motivo
de força maior; (TJRJ-2019)

b) DEIXAR DE ENTREGAR aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro
dos prazos estabelecidos em lei; (TJMG-2005) (TJSE-2008) (TJRJ-2019)

(TJRO-2019-VUNESP): Considere que o Estado de Rondônia deixe de entregar ao Município de Porto


Velho o percentual de 50% relativo ao Imposto sobre Propriedade de Veículos (IPVA) correspondente aos
veículos licenciados na municipalidade dentro dos prazos estabelecidos em lei, sob o argumento de esse
município não ter atendido condição prevista em programa de benefício fiscal criado pelo Estado. Nessa
hipótese, é correto afirmar que há fundamento constitucional para que o Presidente da República, de forma
espontânea e após verificação dos motivos que a determinam, decrete Intervenção Federal sobre o Estado.
BL: art. 34, V, “b”, CF.

##Atenção: A intervenção espontânea ou de ofício ocorre quando sua decretação depende apenas da
ocorrência dos motivos que a autorizam (art. 34, I, II, III e V e CF/88), podendo o Presidente da República,
decretá-la, de ofício, sem a necessidade de qualquer provocação.

##Atenção: ##STF: ##TJRO-2019: ##VUNESP: Ademais, o STF já se manifestou no sentido de que “O


repasse da quota constitucionalmente devida aos Municípios não pode sujeitar-se à condição prevista em
programa de benefício fiscal de âmbito estadual. Limitação que configura indevida interferência do
Estado no sistema constitucional de repartição de receitas tributárias." (STF. Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, j. 18-6-2008, Tema 42.]

VI - PROVER a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; (TJSE-2008) (TJRO-2019)

VII - ASSEGURAR a observância dos seguintes princípios constitucionais [Obs.: princípios


sensíveis]: (TJPR-2011) (MPSP-2006/2019) (TJRJ-2012/2019) (MPSC-2019)

(MPRS-2014): Considere a seguinte afirmação sobre Federação: Na Constituição Federal, os “princípios


sensíveis da federação”, se violados, ensejam a utilização do instituto da intervenção federal. BL: art. 34,
VII, CF.

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; (TJAL-2008) (MPRO-2008) (TJPI-


2012) (TJRS-2016) (TJRJ-2012/2019)

b) direitos da pessoa humana; (MPRO-2008) (MPRN-2009) (TJRJ-2012) (TJPR-2014)

c) autonomia municipal; (TJMS-2008) (TJAL-2008) (MPRO-2008) (MPRN-2009) (TJRJ-2012) (TCESP-


2013) (TCEPA-2016) (MPSP-2019)

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. (TJAL-2008) (MPRO-2008) (MPRN-


2009) (TJRJ-2012)

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento DO ENSINO e nas ações e serviços
públicos DE SAÚDE. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) (TJSE-2008) (TJAL-2008)
(MPRO-2008) (MPRN-2009) (TJRJ-2019)

107
(MPRS-2014): Considere a seguinte afirmação sobre Federação: Na Constituição Federal, os “princípios
sensíveis da federação”, se violados, ensejam a utilização do instituto da intervenção federal. BL: art. 34,
VII, CF.

(MPDFT-2009): Sobre a intervenção federal, assinale a alternativa correta: Caracteriza hipótese de


intervenção da União no Distrito Federal se este deixar de aplicar o mínimo exigido da receita resultante
de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, nas ações e serviços públicos de
saúde. BL: art. 34, VII, “e”, CF.

##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: A CF/88 apresentada um rol taxativo das hipóteses legitimadoras da
intervenção federal.

Art. 35. O ESTADO NÃO INTERVIRÁ em seus Municípios, NEM A UNIÃO nos Municípios
localizados em Território Federal, EXCETO quando: (TJMG-2008) (TJAP-2009) (TJMS-2008/2012) (MPRS-
2012)

Súmula 637-STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido
de intervenção estadual em município.

(MPDFT-2009): Sobre a intervenção federal, assinale a alternativa correta: O Estado pode intervir no
Município localizado em seu território respectivo. BL: art. 35, caput, parte final, CF.

##Atenção: ##STF: O art. 35, da CF/88, estabelece que o Estado não intervirá em seus Municípios, nem a
União nos Municípios localizados em Território Federal, a não ser em situações excepcionais. A decisão de
Tribunal de Justiça que determina a intervenção estadual em Município tem natureza político-
administrativa, não ensejando, assim, o cabimento do recurso extraordinário. (STF, 2ª T. AI 597.466-AgR,
Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 27-11-2007).

(MPBA-2010): Quanto à intervenção federal: A União não tem legitimidade para intervir em Município
situado em Estado-membro. BL: art. 35, CF.

##Atenção: ##STF: A teor do art. 35, caput, CF, a União poderá intervir em Municípios localizados somente
em Territórios. Vejamos a seguinte decisão do STF: Os Municípios situados no âmbito dos Estados-
membros não se expõem à possibilidade constitucional de sofrerem intervenção decretada pela União
Federal, eis que, relativamente a esses entes municipais, a única pessoa política ativamente legitimada a
neles intervir é o Estado-membro. Magistério da doutrina. Por isso mesmo, no sistema constitucional
brasileiro, falece legitimidade ativa à União Federal para intervir em quaisquer Municípios, ressalvados,
unicamente, os Municípios "localizados em Território Federal..." (CF, art. 35, caput). STF. Plenário. IF 590
QO, Rel. Min. Celso de Mello, j. 17/09/98.

##Atenção: Não é possível Estado-membro intervir em Município de outro Estado-membro.

I - DEIXAR DE SER PAGA, SEM MOTIVO DE FORÇA MAIOR, por dois anos consecutivos, a
dívida fundada; (TJMG-2008) (MPPR-2008) (TJPE-2013) (MPRS-2016)

II - NÃO FOREM PRESTADAS contas devidas, na forma da lei; (MPPR-2008) (TJPE-2013) (MPRS-
2016)

III – NÃO TIVER SIDO APLICADO o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000) (MPPR-2008) (MPRS-2016)

(TJPE-2013-FCC): O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados
em Território Federal, exceto quando, entre outras hipóteses, não tiver sido aplicado o mínimo exigido da
receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino. BL: art. 35, III, CF.

IV - o Tribunal de Justiça DER provimento a representação para assegurar a observância de


princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial. (TJMG-2008) (MPPR-2008) (MPSP-2010) (TJPE-2013) (MPRS-2016) (PGM/AM-2018) (MPSC-2019)

108
OBS: Existem duas hipóteses de intervenção constitucionalmente previstos:

Intervenção Federal: Quando a União intervém no Estado/DF ou ainda no Município do Território


Federal.

Intervenção Estadual: Quando o Estado intervém no Município.

Observe que a única possibilidade de intervenção da União em Municípios se dá quando estes


pertencerem a Território Federal. Em nenhuma outra hipótese, a União poderá intervir em Municípios
em respeito ao Pacto Federativo.

(TJSP-2013-VUNESP): O Estado intervirá em seus Municípios para assegurar a observância de princípios


indicados na Constituição Estadual, mediante representação provida pelo Tribunal de Justiça com essa
finalidade. BL: art. 35, III, CF.

Art. 36. A DECRETAÇÃO DA INTERVENÇÃO DEPENDERÁ:

I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou
impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a COAÇÃO FOR EXERCIDA CONTRA o
Poder Judiciário; (TJMS-2012) (MPSC-2019)

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

(TJAL-2019-FCC): Dentre as medidas excepcionais de controle do pacto federativo, encontra-se a


intervenção, que, à luz da Constituição Federal, cabe ser decretada para garantir o livre exercício do Poder
Legislativo Estadual, após solicitação dele. BL: art. 36, I, c/c art. 34, IV, CF.

(TJRS-2016-Faurgs): Em consonância com a previsão constitucional sobre intervenção, assinale a


alternativa correta: A decretação da intervenção para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
nos entes federativos dependerá de solicitação do Legislativo ou do Executivo coacto ou impedido, ou de
requisição do STF, se a coação for contra o Judiciário. BL: art. 36, I, c/c art. 34, IV, CF.

##Atenção: ##DICA: Se for SOLICITAÇÃO somente o Poder Legislativo e o Executivo.

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal


Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; (TJPI-2007) (TJMS-2020)

(TJSP-2017-VUNESP): Nos termos do art. 34 da CF/88, a intervenção da União nos Estados e Distrito
Federal tem caráter excepcional. Na hipótese de intervenção para garantir ordem ou decisão judicial, será
ela provocada e vinculada e dependerá de requisição do STF, do STJ ou do TSE. BL: art. 34, VI c/c art. 36,
II, CF.

##Atenção:
1)São hipóteses de intervenção federal espontânea:
a) para a defesa da unidade nacional (CF, art. 34, I e II);
b) para a defesa da ordem pública (CF, art. 34, III);
e) para a defesa das finanças públicas (CF, art. 34, V).
Portanto, nessas hipóteses de intervenção espontânea (ou de oficio), previstas no art. 34, I, II, III e V, da
Constituição Federal, o próprio Presidente da República poderá tomar a iniciativa e decretar a intervenção
federal.

2) Intervenção federal provocada: Há intervenção provocada quando a medida depende de provocação


de algum órgão ao qual a Constituição conferiu tal competência. Nessas hipóteses, não poderá o Chefe do
Executivo tomar a iniciativa e executar, de oficio, a medida. A intervenção dependerá da manifestação de
vontade do órgão que recebeu tal incumbência constitucional. Segundo a Constituição, a provocação
poderá dar-se mediante "solicitação" ou "requisição". Nos casos de solicitação, entende-se que o Chefe do
Executivo não estará obrigado a decretar a intervenção. Ao contrário, diante de requisição, o Chefe do
Poder Executivo não dispõe de discricionariedade, isto é, estará obrigado a decretar a intervenção.
A provocação mediante requisição está prescrita nos seguintes dispositivos constitucionais: art. 34, IV
(requisição do STF), art. 34, VI (requisição do STF, STJ ou TSE), e art. 34, VII (requisição do STF).
109
A provocação mediante solicitação está prevista no art. 34, IV, na defesa dos Poderes Executivo ou
Legislativo. Na hipótese do art. 34, IV, da Constituição ("garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
nas unidades da Federação"), esses Poderes locais solicitarão ao Presidente da República a intervenção
federal, a fim de que a União venha garantir o livre exercício de suas funções. Nessas hipóteses,
a solicitação do Poder Legislativo ou Executivo local não vincula o Presidente da República, haja vista
tratar-se de solicitação (e não de requisição). (Fonte: livro Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino e site
Qconcursos).

(TJRS-2016-Faurgs): Em consonância com a previsão constitucional sobre intervenção, assinale a


alternativa correta: A decretação da intervenção dependerá, no caso de desobediência à ordem ou à decisão
judiciária, de requisição do STF, do STJ ou do TSE. BL: art. 36, II, CF.

(TJAL-2015-FCC): Em caso de desobediência à ordem ou decisão judicial, fica condicionada a decretação


de intervenção federal nos Estados à requisição do STJ caso a ordem judicial inobservada seja proveniente
do próprio Tribunal, ainda que seus fundamentos estejam amparados em preceitos inscritos na
Constituição. BL: art. 36, II, CF.

III - DE PROVIMENTO, pelo Supremo Tribunal Federal, DE REPRESENTAÇÃO do Procurador-


Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJMG-2008) (TJBA-2012) (TCESP-2013) (TJPA-2014) (TJPR-
2014) (TCEPA-2016) (TJRJ-2019)

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:


a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos
de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

(TJRS-2016-Faurgs): Em consonância com a previsão constitucional sobre intervenção, assinale a


alternativa correta: A intervenção federal será decretada pelo Presidente da República, tendo como
pressuposto, no caso de violação do sistema representativo, decisão do STF que declare a
inconstitucionalidade do ato a esse ofensivo. BL: art. 84, X20; art. 34, VII, “a”21 e art. 36, III, CF.

##Atenção: ##DICA: Se for PROVIMENTO só será correta a questão se citar o STF.

##Atenção: ##DICA: Se for REPRESENTAÇÃO somente no caso do PGR.

##Atenção: ##DICA: O decreto interventivo é ato normativo pelo qual o Presidente da República
materializa a intervenção federal (art. 84, X). Sua eficácia é condicionada à posterior aprovação pelo
Congresso (art. 49, IV).

(TJDFT-2015-CESPE): Depois de várias derrotas políticas nas votações de projetos de lei na respectiva
assembleia legislativa, o governador de determinado estado da Federação editou decreto dissolvendo a
referida assembleia e proibindo a entrada dos deputados estaduais no prédio do órgão legislativo. Nessa
situação hipotética, o instrumento adequado para questionar a constitucionalidade da lei é a ADI
interventiva proposta pelo procurador-geral da República. BL: art. 2º da Lei 12.562/11 c/c art. 34, VII, “a”
c/c e art. 36, III, CF.

§ 1º O DECRETO DE INTERVENÇÃO, que ESPECIFICARÁ a amplitude, o prazo e as condições de


execução e que, se couber, NOMEARÁ o interventor, SERÁ SUBMETIDO à apreciação do Congresso

20 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) X - decretar e executar a intervenção federal;”
e, segundo art. 34 – “A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a
observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime
democrático; (...)
21 Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...) VII - assegurar a observância

dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; (...)
110
Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. (TJMG-2008) (TJGO-
2009) (TJMS-2012) (TJAM-2013) (TJRS-2016) (TJAL-2019) (TJRJ-2019) (MPSC-2019)

(PGM-João Pessoa/PB-2018-CESPE): Determinado município deixou de pagar, por vários anos


consecutivos e sem motivo de força maior, sua dívida fundada. Com relação a essa situação hipotética,
assinale a opção correta: O governador do respectivo estado-membro poderá decretar intervenção no
município, submetendo, no prazo de vinte e quatro horas, o respectivo decreto interventivo à apreciação
da assembleia legislativa estadual. BL: art. 35, I c/c art. 36, §1º, CF.

##Atenção: Essa é uma modalidade de intervenção chamada “de ofício”, não dependendo da provocação
de terceiros, nem de provimento judicial. Obedece-se, então, ao procedimento padrão da intervenção.

##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: A CF/88 não fixou nenhum prazo máximo de duração da intervenção,
limitando-se apenas a estabelecer que o decreto interventivo especificará tal prazo. Na verdade, o que a
CF/88 delimitou no tempo foi a duração do estado de defesa – que não poderá ser superior a 30 dias,
ressalvada a possibilidade de uma prorrogação por igual período – e do estado de sítio, no caso de
comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
tomada durante o estado de defesa – que também não poderá perdurar por mais de 30 dias, prorrogáveis
indefinidas e sucessivas vezes, mas por no máximo 30 dias a cada vez.

(TJPA-2014-VUNESP): Em relação à Intervenção Federal, com fundamento no texto constitucional, é


correto afirmar que o decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de
execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional no
prazo de vinte e quatro horas. BL: art. 36, §1º, CF.

(TJSP-2009-VUNESP): Quanto à intervenção da União nos Estados visando a manter a integridade


nacional, é correto afirmar que o decreto de intervenção será submetido à apreciação do Congresso
Nacional no prazo de 24 horas. BL: art. 36, §1º, CF.

§ 2º SE NÃO ESTIVER FUNCIONANDO o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, FAR-


SE-Á CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. (TJSP-2009)
(TJAM-2013) (MPSC-2019)

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, DISPENSADA a apreciação pelo Congresso
Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto LIMITAR-SE-Á A SUSPENDER a EXECUÇÃO DO
ATO IMPUGNADO, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. (TJSP-2009) (TJPI-2012)
(TJMS-2012) (TJBA-2012) (TJAL-2019) (TJRJ-2019) (MPSC-2019)

Art. 34 (...)
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos
de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) (...)

Art. 35 (...)
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios
indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

(MPSP-2010): Assinale a alternativa em que a intervenção do Estado no Município dispensa apreciação


pela Assembleia Legislativa: no caso de o Tribunal de Justiça der provimento a representação para
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição estadual, ou para prover a execução de
lei, de ordem ou de decisão judicial. BL: art. 35, IV c/c art. 36, § 3º, CF.

111
##Atenção: ##MPSC-2019: A intervenção é mecanismo de defesa da CF/1988 que tem por objetivo
restringir, excepcionalmente, a autonomia dos entes federados para sanar anomalias e restaurar a ordem
constitucional, art. 34 a 36 da CF/88. Por ser ato excepcional, a intervenção pode estar sujeita a controle
jurídico e político, dependendo do caso concreto. Conforme art. 36, §3º da CF, o controle político, em
intervenção estadual, é exercido pela Assembleia Legislativa e é dispensado nas hipóteses dos art. 34, VI e
34, VII e, por simetria, na hipótese do art. 35, IV.

(TJGO-2009-FCC): Há hipótese constitucional em que eventualmente a suspensão de execução de ato


ensejador de intervenção federal ou estadual pode ser determinada pelo decreto interventivo. BL: art. 36,
§3º.

(TJAP-2008-FGV): No que tange à intervenção do Estado em seus Municípios, é correto afirmar que: o
Estado pode intervir em seu Município quando o Tribunal de Justiça der provimento à representação para
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução da
lei, de ordem ou de decisão judicial. Nesses casos, está dispensada a apreciação do decreto interventivo
pela Assembleia Legislativa. BL: art. 35, IV c/c art. 36, § 3º, CF.

§ 4º CESSADOS os MOTIVOS DA INTERVENÇÃO, as autoridades afastadas de seus cargos a estes


voltarão, SALVO IMPEDIMENTO LEGAL. (TJSP-2009) (MPMG-2010)

(TJMG-2008): A ação direta de inconstitucionalidade interventiva tem como objetivo a defesa dos
princípios sensíveis estabelecidos no art. 34, VII da CF, de que são exemplos a forma republicana, o sistema
representativo e o regime democrático, e somente poderá ser proposta pelo Procurador-Geral da
República.

##Atenção: ADI Interventiva tem como objetivo a defesa dos princípios sensíveis estabelecidos no art. 34,
VII da CF e somente poderá ser proposta pelo PGR, consoante art. 36.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública DIRETA e INDIRETA de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios OBEDECERÁ aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998) (MPSP-2005) (MPPR-2008) (MPPE-2008) (MPRN-2009) (TRF2-2009) (TRF4-2009) (MPGO-
2010) (DPERS-2011) (MPF-2005/2012) (MPSC-2010/2012) (TJSC-2013) (TJPR-2012/2014) (TJDFT-2016)

(PCMG-2018-FUMARC): Sobre os princípios da Administração Pública, é correto afirmar que o princípio


da supremacia do interesse público não se radica em dispositivo específico da CR/88, ainda que inúmeros
aludam ou impliquem manifestações concretas dele. BL: art. 37, caput, CF. (adm.)

##Atenção: É expressão utilizada por Celso Antônio Bandeira de Mello para o qual: “Princípio da
supremacia do interesse público sobre o interesse privado é princípio geral de Direito inerente a qualquer
sociedade. É a própria condição de sua existência. Assim, não se radica em dispositivo específico algum
da Constituição (…). Afinal, o princípio em causa é um pressuposto lógico do convívio social”. (Curso de
Direito Administrativo, 32ª edição, p. 99. Também é citado no livro do Professor Hely Lopes Meirelles,
Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p. 114).

(MPRS-2012): A Eficiência é moderno princípio da função administrativa e determina que esta seja
exercida com presteza e perfeição, exigindo resultados positivos para o serviço público, com atendimento
satisfatório das necessidades dos administrados. BL: art. 37 da CF (adm.)

I - os CARGOS, EMPREGOS e FUNÇÕES PÚBLICAS SÃO ACESSÍVEIS aos BRASILEIROS que


PREENCHAM os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos ESTRANGEIROS, na forma da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJDFT-2007) (MPMT-2008) (MPPR-2008) (TRF4-
2009) (TRF5-2009) (MPMG-2011) (TJCE-2012) (TJSC-2009/2013) (TJGO-2015) (TJRS-2018)

112
(MPMG-2018): Os cargos, empregos e funções públicas, da Administração Pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos legais, bem como aos estrangeiros, na forma da lei. BL: art. 37, I,
CF. (adm.)

##Atenção: Com a edição da EC n.º 19, o direito positivo constitucional de acesso aos cargos, empregos e
funções públicas estendeu-se também aos estrangeiros, "na forma da lei".

II - a investidura em CARGO ou EMPREGO PÚBLICO DEPENDE de aprovação prévia em


CONCURSO PÚBLICO de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, RESSALVADAS as nomeações para CARGO EM COMISSÃO
declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(TJDFT-2007) (MPMT-2008) (MPPR-2008) (MPRO-2008) (TRF4-2009) (TRF5-2009) (MPGO-2010) (TJPB-
2011) (TJRJ-2011) (MPPB-2011) (TJPR-2008/2010/2011/2012) (MPF-2012) (TJGO-2015) (MPDFT-2015)
(MPSC-2010/2013/2016) (TJRS-2016) (TJMSP-2016) (TJSC-2009/2010/2013/2019) (TJMS-2020)

(MPMG-2018): A investidura em cargo ou emprego público depende de prévia aprovação em concurso de


provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou do emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração. BL: art. 37, II, CF (adm.)

(Escrivão de Polícia/MA-2018-CESPE): O preenchimento de cargos públicos mediante concurso público,


por privilegiar a isonomia entre os concorrentes, constitui expressão do princípio constitucional
fundamental republicano. BL: art. 37, I e II da CF (adm.)

##Atenção: Desde a edição da Constituição da República Federativa do Brasil, em outubro de 1988,


efetivou-se, dentro da ordem constitucional jurídica vigente, o princípio republicano que consagra a
igualdade de acesso aos cargos e empregos públicos a todos os brasileiros natos e naturalizados, bem como
aos estrangeiros na forma da lei, conforme dicção do art. 37, I, da CRFB. A fim de consagrar a isonomia no
processo de seleção para os quadros pessoais da Administração Pública, pondo termo a práticas odiosas
de nepotismo e protecionismo, oriundas de subjetivismos arbitrários que visavam atender não ao interesse
público, mas ao interesse pessoal de determinados centros oligárquicos, o legislador constituinte originário
estabeleceu a regra do concurso público, pautado em critérios objetivos mediante realização de provas ou
provas e títulos.

(TJSP-2015-VUNESP): O regime jurídico dos servidores públicos tem um amplo tratamento na


Constituição federal, além de ser disciplinado em lei estatutária de cada ente da federação. Com relação
ao regime geral dos servidores públicos, é correto afirmar que no direito brasileiro é possível que um não
servidor público exerça função pública sem que o agente seja ocupante de cargo público em que tenha sido
regularmente investido. BL: art. 37, II da CF (adm.)

(MPAM-2015-FMP): A vedação ao nepotismo decorre diretamente do artigo 37, caput, da Constituição da


República, em especial dos princípios da impessoalidade e da moralidade, os quais informam
sobremaneira a conduta retilínea e ética a ser exigida da Administração Pública nacional. BL: SV 13, STF.
(adm.)

(MPAM-2015-FMP): A proibição do nepotismo consubstanciada nos precedentes do Supremo Tribunal


Federal, inclusive na súmula vinculante em apreço, deve levar em observância o assento constitucional
dos cargos políticos, os quais não resultam em tese abrangidos pela envergadura daquela vedação, salvo
modulações casuísticas demonstráveis para efeito de se verificar nepotismo cruzado ou fraude à legislação.
BL: SV 13, STF. (adm.)

##Atenção: Com efeito, a doutrina, de um modo geral, repele o enquadramento dos Conselheiros dos
Tribunais de Contas na categoria de agentes políticos, os quais, como regra, estão fora do alcance da
Súmula Vinculante 13, salvo nas exceções acima assinaladas, quais sejam, as hipóteses de nepotismo
cruzado ou de fraude à lei." (Rcl 6702 MC-AgR, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno,
j. 4.3.2009)

(MPSP-2015): Sobre a proibição da prática de nepotismo, é correto afirmar que ressalvada situação de
fraude à lei, a nomeação de parentes para cargos públicos de natureza política não configura nepotismo
na Administração Pública. BL: SV 13, STF. (adm.)

113
##Atenção: A jurisprudência do STF preconiza que, ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação de
parentes para cargos públicos de natureza política não desrespeita o conteúdo normativo do enunciado da
Súmula Vinculante 13." (RE 825682 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, 2ª Turma, j. 10.2.15)

III - o PRAZO DE VALIDADE do concurso público SERÁ de até dois anos, PRORROGÁVEL uma
vez, por igual período; (TJPR-2008) (MPMT-2008) (TJRO-2011) (MPMG-2011/2012) (TJSC-2010/2013)
(MPSP-2017)

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso


público de provas ou de provas e títulos SERÁ CONVOCADO COM PRIORIDADE sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; (TJPR-2008) (TJRO-2011) (MPMG-2012)
(Cartórios/TJRS-2015)

(MPMG-2018): O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por
igual período. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, o aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira. BL: art. 37, III e IV, CF. (adm.)

V - as FUNÇÕES DE CONFIANÇA, EXERCIDAS EXCLUSIVAMENTE por servidores ocupantes de


cargo efetivo, e os CARGOS EM COMISSÃO, A SEREM PREENCHIDOS por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, DESTINAM-SE APENAS às atribuições de
direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPSP-2005)
(MPF-2005) (TJMG-2009) (MPPR-2008/2011) (MPSC-2012/2013) (TJPB-2011/2015) (MPMG-2010/2018)

##Atenção: ##STF: ##Tese 1010/Repercussão Geral: ##TJMS-2020: ##FCC: I - A criação de cargos em


comissão somente se justifica para o exercício de funções de direção, chefia e assessoramento, não se
prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; II - Tal criação deve
pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; III - O
número de cargos comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles
visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os criar;
IV - As atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, de forma clara e objetiva, na própria lei
que os instituir. STF. RE 1041210 RG, Min. Rel. Dias Toffoli, j. 27/09/18 (Repercussão Geral).
(TJMS-2020-FCC): Ao dispor sobre a criação de cargos em comissão, o legislador deve observar as normas
constitucionais e a jurisprudência do STF nessa matéria, segundo as quais a criação de cargos em comissão
somente se justifica para o exercício de funções de direção, chefia e assessoramento, não se prestando ao
desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais, pressupondo necessária relação de
confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado. BL: Tese 1010, STF.

##Atenção: ##Trecho da Ementa que gerou a Tese 1010/Repercussão Geral: ##STF: (...) 1. A criação de
cargos em comissão é exceção à regra de ingresso no serviço público mediante concurso público de
provas ou provas e títulos e somente se justifica quando presentes os pressupostos constitucionais para
sua instituição. (...).

##Atenção: ##STF: ##TRF5-2009: ##CESPE: ##TJMS-2020: ##FCC: Segundo o STF, é inconstitucional a


delegação ao Chefe do Poder Executivo para dispor por decreto sobre as competências e atribuições de
cargos públicos, o que implicaria burla ao princípio da reserva legal para criação desses cargos. Nesse
sentido, o julgamento pelo Plenário da ADI 4125: “(...) 6. A criação de cargos em comissão para o exercício de
atribuições técnicas e operacionais, que dispensam a confiança pessoal da autoridade pública no servidor nomeado,
contraria o art. 37, inc. V, da Constituição da República. 7. A delegação de poderes ao Governador para,
mediante decreto, dispor sobre ‘as competências, as atribuições, as denominações das unidades setoriais e as
especificações dos cargos, bem como a organização e reorganização administrativa do Estado’, é inconstitucional
porque permite, em última análise, sejam criados novos cargos sem a aprovação de lei." (STF. Plenário.
ADI 4125, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 10/06/10). No mesmo sentido, “São inconstitucionais a lei que
autorize o Chefe do Poder Executivo a dispor, mediante decreto, sobre criação de cargos públicos
remunerados, bem como os decretos que lhe deem execução. (...)Portanto, é admissível controle concentrado de
constitucionalidade de decreto que, dando execução a lei inconstitucional, crie cargos públicos
remunerados e estabeleça as respectivas denominações, competências, atribuições e remunerações.”. (STF.
Plenário. ADI 3232, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 14/08/08).

114
##Atenção: ##STF: ##TJMS-2020: ##FCC: Na ADI 3.174/SE, o Relator, Min. Barroso, destacou que o art.
37, V, da CF/88 não restringe as atividades de assessoramento aos cargos de nível superior e ou às
funções estritamente técnico-científicas. Segundo ele, o dispositivo exige apenas que o cargo em comissão
tenha natureza de diretoria, chefia ou assessoramento, que pode exigir níveis educacionais diferenciados
a depender do cargo, cabendo à lei de criação especificá-los caso a caso. Portanto, reputa-se constitucional
a lei que exija formação em curso nível superior a depender do cargo em comissão. (STF. Plenário. ADI
3174, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 23/08/2019).

(TJRS-2018-VUNESP): De acordo com a CF/88, a respeito dos agentes públicos, é correto afirmar que as
funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. BL: art. 37, V, CF (adm.)

(TJGO-2015-FCC): As normas constitucionais que delineiam os contornos do regime jurídico dos


servidores públicos preconizam a possibilidade de contratação sem prévio concurso público de provas e
títulos para cargos em comissão, destinados exclusivamente a funções de chefia, direção e assessoramento.
BL: art. 37, V, CF (adm.)

(MPSC-2014): As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargos


efetivos, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento. BL: art. 37, V, CF (adm.)

##Atenção: As funções de confiança são exercidas exclusivamente por ocupantes de cargo efetivo e
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Os cargos de confiança, por sua
vez, se destinam às mesmas funções e serão preenchidos por agentes estranhos à Administração e por
servidores de carreira – estes últimos nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei (art. 37,
V, CF/88).

VI - É GARANTIDO ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; (TJPR-2010)

Súmula 679-STF: A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção
coletiva”.

(TJDFT-2007): De acordo com o tratamento constitucional conferido à Administração Pública: É garantido


ao servidor público civil o direito à livre associação sindical. BL: art. 37, VI, CF.

VII - o DIREITO DE GREVE SERÁ EXERCIDO nos termos e nos limites definidos EM LEI
ESPECÍFICA; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJPR-2008/2010/2012) (TJMG-
2009) (PFN-2015) (PGM/AM-2018) (TJBA-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPPR-2008: ##PGM-Curitiba/PR-2015: ##TJBA-2019: ##CESPE: O STF


decidiu que, mesmo sem ter sido ainda editada a lei de que trata o art. 37, VII, da CF/88, os servidores
públicos podem fazer greve, devendo ser aplicadas as leis que regulamentam a greve para os
trabalhadores da iniciativa privada (Lei nº 7.701/88 e Lei nº 7.783/89). STF. Plenário. MI 708, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 25/10/2007.
(PGM-Curitiba/PR-2015): Conforme posicionamento do STF, o direito de greve do servidor público é
assegurado e, diante da ausência de lei específica e observado o princípio da continuidade do serviço público,
aplica-se a Lei nº 7.783/89. BL: art. 37, VII da CF e STF, MI 708.
(MPPR-2008): O STF entendeu que, enquanto não disciplinado em lei o direito de greve do servidor público
civil, aplica-se, no que couber, a Lei 7.783/89, que dispõe sobre o exercício do direito de greve na iniciativa
privada. art. 37, VII da CF e STF, MI 708.

##Atenção: ##DOD: Assim, duas conclusões podem ser expostas: 1ª) Mesmo não havendo ainda lei
tratando sobre o tema, os servidores podem fazer greve e isso não é considerado um ato ilícito; 2ª)
Enquanto não há norma regulamentando este direito, aplicam-se aos servidores públicos as leis que regem
o direito de greve dos trabalhadores celetistas.

##Atenção: ##Reperc. Geral/STF – Tema 531: ##DOD: ##TJSP-2017: ##TJBA-2019: ##CESPE: A


administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do
direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela
decorre. É permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar
115
demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público. STF. Plenário. RE
693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 27/10/16 (Info 845).

##Atenção: ##Em resumo:


➢ REGRA = Desconta da remuneração a quantia correspondente aos dias parados.
➢ EXCEÇÃO = Não caberá o desconto caso a paralisação tenha ocorrido em consequência de conduta
ilícita da administração.
(TJBA-2019-CESPE): Se os servidores estatutários de uma autarquia ambiental deflagrarem greve e pararem
de trabalhar, a greve poderá ser declarada legal, porém a administração pública deverá, em regra, descontar
da remuneração dos servidores os dias parados. BL: Info 845, STF.
(TJSP-2017-VUNESP): O direito de greve reconhecido constitucionalmente aos servidores públicos implica
que do seu exercício, todavia, poderá resultar o desconto dos dias paralisados a ser efetuado pela
Administração Pública, com possibilidade de compensação na hipótese de acordo. BL: Info 845, STF.

##Atenção: ##Reperc. Geral/STF – Tema 541: ##DOD: ##TJBA-2019: ##CESPE: O exercício do direito de
greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos
que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do Poder Público em
mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165
do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min.
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 5/4/17 (repercussão geral) (Info 860).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: ##Pergunta-se: 1º) A greve é um direito de todos os
servidores públicos? NÃO. Existem determinadas categorias para quem a greve é proibida; 2º)
Os policiais militares podem fazer greve? NÃO. A CF/88 proíbe expressamente que os Policiais Militares,
Bombeiros Militares e militares das Forças Armadas façam greve (art. 142, 3º, IV c/c art. 42, § 1º); 3º) O art.
142, § 3º, IV, da CF/88 não menciona os policiais civis. Em verdade, não existe nenhum dispositivo na
Constituição que proíba expressamente os policiais civis de fazerem greve. Diante disso, indaga-se:
os policiais civis possuem direito de greve? NÃO. Apesar de não haver uma proibição expressa na CF/88, o
STF decidiu que os policiais civis não podem fazer greve. Aliás, o Supremo foi além e afirmou que nenhum
servidor público que trabalhe diretamente na área da segurança pública pode fazer greve. É o que foi decidido
no STF.

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão; (TJDFT-2008) (MPPE-2008)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ”É constitucional norma de Constituição Estadual que preveja que ‘o
Estado e os Municípios reservarão vagas em seus respectivos quadros de pessoal para serem
preenchidas por pessoas portadoras de deficiência.’ Apesar de, em tese, a Constituição Estadual não
poder dispor sobre servidores municipais, sob pena de afronta à autonomia municipal, neste caso não
há inconstitucionalidade, considerando que se trata de mera repetição de norma da CF/88 (art. 37, VIII).
STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 25/10/18 (Info 921).

##Atenção: ##STF: ##MPSE-2010: ##CESPE: A exigência constitucional de reserva de vagas para


portadores de deficiência em concurso público se impõe ainda que o percentual legalmente previsto
seja inferior a um, hipótese em que a fração deve ser arredondada. Entendimento que garante a eficácia
do art. 37, VIII, da CF, que, caso contrário, restaria violado. (STF. Plenário. RE 227.299, Rel. Min. Ilmar
Galvão, j. 14/6/00).

IX - a lei ESTABELECERÁ os casos de CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO PARA


ATENDER a necessidade temporária de excepcional interesse público; (TJPR-2008) (MPMT-2008)
(MPGO-2010) (MPPB-2011) (MPRS-2014) (TJGO-2015)

(PFN-2015-ESAF): Sobre os servidores públicos: A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. BL: art. 37, IX, CF.
(adm.)

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 SOMENTE


PODERÃO SER fixados ou alterados POR LEI ESPECÍFICA, OBSERVADA a iniciativa privativa em cada
caso, ASSEGURADA REVISÃO GERAL ANUAL, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

116
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJDFT-2007) (MPRN-2009) (TRF5-2009)
(MPMG-2010) (TJPB-2011) (TJBA-2012) (MPSC-2013) (TJCE-2014) (TJMS-2020)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) (...)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos
dos servidores públicos, previsto no inciso X do art. 37 da CF/88, não gera direito subjetivo a
indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das
razões pelas quais não propôs a revisão. STF. Plenário. RE 565089 /SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red.
p/ o ac. Min. Roberto Barroso, j. 25/9/19 (repercussão geral – Tema 19) (Info 953).

##Comentário sobre o julgado acima: ##DOD: Revisão geral anual x reajuste setorial: A revisão geral
anual, aplicável a todos os servidores públicos sem distinção de índices, é diferente do reajuste setorial
realizado para beneficiar apenas determinada carreira. Compare:
REVISÃO GERAL ANUAL REAJUSTE SETORIAL (REVISÃO ESPECÍFICA)
Trata-se de revisão que beneficia todos os Trata-se de reajuste que beneficia somente
servidores, de forma genérica (sem distinções). determinada carreira de servidores.
Segundo o texto da Constituição, esta revisão deve Não há previsão expressa no texto da Constituição.
ocorrer todos os anos, sempre na mesma data.
Segundo aponta a doutrina, o objetivo seria repor É feito com o objetivo de conferir um aumento real
as perdas decorrentes da inflação. para determinada carreira cuja remuneração esteja
abaixo do que deveria (corrigir distorções).
O projeto de lei prevendo a revisão geral anual deve A iniciativa será do dirigente máximo daquele Poder
ser apresentado pelo chefe do Poder Executivo de ou órgão autônomo (ex: MP). Ex: é do próprio Poder
cada ente federado (art. 61, § 1º, II, “a”, da CF/88). Legislativo a iniciativa para conceder reajuste setorial
aos seus servidores.

##Atenção: ##STF: ##DOD: A jurisprudência do STF firmou entendimento de que não viola o princípio
constitucional da isonomia, nem da revisão geral anual, a concessão de reajustes salariais setoriais com
o fim de corrigir eventuais distorções remuneratórias. STF. 1ª T. ARE 993058 AgR, Rel. Min. Roberto
Barroso, j. 17/02/17.

##Atenção: ##STF: ##DOD: É possível a concessão de reajustes setoriais de vencimentos com a


finalidade de corrigir desvirtuamentos salariais verificados no serviço público, sem que isso implique
violação dos princípios da isonomia e da revisão geral anual. STF. 2ª T. ARE 1101936 AgR, Rel. Min. Dias
Toffoli, j. 20/4/18.

##Atenção: ##STF: ##TRF5-2009: ##CESPE: Afronta ao art. art. 37, da CF/88, que exige a edição de lei
específica para a fixação de remuneração de servidores públicos, o que não se mostrou compatível com
o disposto na Lei estadual n. 227/89. Competência privativa do Estado para legislar sobre política
remuneratória de seus servidores. Autonomia dos Estados-membros. Precedentes. STF. Plenário. ADI 64,
Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 21/11/07.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da


administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, NÃO PODERÃO EXCEDER o subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios,
o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento
do SUBSÍDIO MENSAL, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores

117
Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) (MPPE-2008) (TRF4-2009) (MPMG-
2010) (MPPB-2010) (TJGO-2012) (TJPA-2012) (TJAP-2014) (TJCE-2014) (MPRS-2014) (TJDFT-2015) (TJRS-
2016) (TJSC-2009/2017)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37
da CF/88, compreende os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais
à Justiça, estando, portanto, submetidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento) do subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF. STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O STF decidiu, em sede de repercussão geral, que o teto fixado pela EC 41/03
é de eficácia imediata e todas as verbas de natureza remuneratória recebidas pelos servidores públicos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios devem se submeter a ele, ainda que
adquiridas de acordo com regime legal anterior. A aplicação imediata da EC 41/03 e a redução das
remunerações acima do teto não afrontou o princípio da irredutibilidade nem violou a garantia do
direito adquirido. Em outras palavras, com a EC 41/03, quem recebia acima do teto fixado teve a sua
remuneração reduzida para respeitar o teto. Essa redução foi legítima. STF. Plenário. RE 609381/GO, Rel.
Min. Teori Zavascki, j. 2/10/2014 (Info 761).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Mesmo após a decisão do STF no RE 609381/GO, alguns servidores
continuavam tentando excluir do teto as vantagens pessoais que haviam adquirido antes da EC 41/03 (que
implementou, na prática, o teto no funcionalismo). Argumentavam que a garantia da irredutibilidade de
vencimentos, modalidade qualificada de direito adquirido, impediria que as vantagens percebidas antes
da vigência da EC 41/03 fossem por ela alcançadas. O STF acolheu esse argumento? As vantagens pessoais
anteriores à EC 41/03 estão fora do teto? NÃO. Computam-se, para efeito de observância do teto
remuneratório do art. 37, XI, da CF/88, também os valores percebidos pelo servidor público
anteriormente à vigência da EC 41/03 a título de vantagens pessoais. O art. 37, XI, da CF/88, na redação
da EC 41/03, é expresso ao incluir as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza para fins de
limitação dos ganhos ao teto remuneratório do serviço público. A EC 41/003 não violou a cláusula do
direito adquirido, porque o postulado da irredutibilidade de vencimentos, desde sua redação original,
já indicava que deveria ser respeitado o teto remuneratório (art. 37, XI, da CF/88). Em outras palavras, a
Constituição assegurou a irredutibilidade, mas no mesmo dispositivo já mencionou que deveria ser
respeitado o teto remuneratório. Assim, a Constituição não só autoriza, como exige, o cômputo, para efeito
de incidência do teto, de adicionais por tempo de serviço, sexta parte, prêmio de produtividade e
gratificações, ainda que qualificados como vantagens de natureza pessoal percebidas antes do advento da
EC 41/03. STF. Plenário. RE 606358/SP, Rel. Min. Rosa Weber, j. 18/11/15 (repercussão geral) (Info 808).

##Atenção: E os servidores que receberam vantagens pessoais acima do teto antes dessa decisão do STF
deverão devolver os valores? A Administração Pública poderá ingressar com ações cobrando o
ressarcimento dessas quantias recebidas acima do teto a título de vantagens pessoais? NÃO. O STF
afirmou que os servidores não estão obrigados a restituir os valores eventualmente recebidos em excesso
e de boa-fé até o dia 18/11/2015 (data da decisão do STF).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Em todos os julgamentos de recursos extraordinários com repercussão geral
reconhecida o STF elabora uma frase que resume a tese adotada pelo Tribunal. A tese fixada pela Corte
neste caso foi a seguinte: Computam-se para efeito de observância do teto remuneratório do art. 37, XI,
da Constituição da República, também os valores percebidos anteriormente à vigência da EC 41/03 a
título de vantagens pessoais pelo servidor público, dispensada a restituição de valores eventualmente
recebidos em excesso e de boa-fé até o dia 18/11/2015. STF. Plenário. RE 606358/SP, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 18/11/2015 (repercussão geral) (Info 808).

XII - OS VENCIMENTOS DOS CARGOS do Poder Legislativo e do Poder Judiciário NÃO


PODERÃO SER superiores aos pagos pelo Poder Executivo; (MPMG-2012) (TJSC-2013)

(PFN-2015-ESAF): Sobre os servidores públicos: Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do


Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. BL: art. 37, XII, CF.

XIII - É VEDADA a VINCULAÇÃO ou EQUIPARAÇÃO de quaisquer espécies remuneratórias para


o efeito de remuneração de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998) (TJSC-2009) (DPEAL-2009) (TRF5-2009) (DPU-2010) (Cartórios/TJRS-2015)

118
Súmula Vinculante 42: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais
ou municipais a índices federais de correção monetária.

(PFN-2015-ESAF): Sobre os servidores públicos: É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer


espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. BL: art. 37, XIII, CF.

XIV - os ACRÉSCIMOS PECUNIÁRIOS PERCEBIDOS por servidor público NÃO SERÃO


computados NEM acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJDFT-2007) (TJRS-2012) (MPMG-2012) (Cartórios/TJRS-2015)

(ABIN-2018-CESPE): A Constituição vigente proibiu o efeito repique, ato de computar uma vantagem
pecuniária sobre outra — em cascata —, inclusive para os proventos de aposentadoria. BL: art. 37, XIV, CF
e STF, RE 633.077/MG.

##Atenção: Por efeito repique entende-se que as vantagens pecuniárias não incidem “em cascata”
(cumulativamente, uma sobre outras). Ou seja, o valor do vencimento-base é parâmetro para que seja feito
o cálculo das vantagens, sem haja interferência de uma sobre a outra. Nesse sentido, vejamos o seguinte
trecho do julgado do STF: “(...) I - O art. 37, XIV, da Constituição Federal, redação da EC 19/1998, veda o
cômputo de vantagem recebida no cálculo de vantagem posterior (cálculo em cascata ou efeito repique),
porém não proíbe a concessão de mais de uma vantagem sob o mesmo fundamento, desde que calculadas
de forma singela sobre o vencimento básico. II - Agravo regimental improvido”. (05/03/2013, RE 633.077
MG, Min. RICARDO LEWANDOWSKI).

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,


ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJPA-2012) (TJRN-2013)

(TJMG-2012-VUNESP): Com relação ao princípio do “direito adquirido”, o STF já consolidou o


entendimento de que a garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos dos servidores públicos
é “modalidade qualificada” de “direito adquirido”. BL: STF, RE 105.137.

XVI - É VEDADA a ACUMULAÇÃO REMUNERADA de cargos públicos, EXCETO, quando


HOUVER compatibilidade de horários, OBSERVADO em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPMT-2008) (TJMG-2009) (TRF5-2009) (TJSC-2010)
(MPPB-2010) (MPF-2012) (MPRS-2014) (MPSC-2014) (TJRS-2018) (TJMS-2020)

a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPMT-
2008) (TRF5-2009) (MPPB-2010) (MPF-2012) (TJDFT-2016) (TJMS-2020)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (TJSE-2008) (MPMT-2008) (MPPB-2010) (MPF-2012) (TJMS-2020)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001) (TJSE-2008) (MPPB-2010) (MPF-2012) (TJDFT-
2016) (TJMS-2020)

##Atenção: ##STF e STJ: ##DOD: ##TJPA-2019: ##CESPE: A acumulação de cargos públicos de


profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, não se sujeita ao limite de 60 horas
semanais previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na CF/1988. O único
requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários no exercício das funções, cujo
cumprimento deverá ser aferido pela administração pública. STF. 1ª T. RE 1176440/DF, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, j. 9/4/19 (Info 937). STF. 2ª T. RMS 34257 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j.
29/6/18. STJ. 1ª S. REsp 1767955/RJ, Rel. Min. Og Fernandes, j. 27/3/19 (Info 646).

(TJPR-2008): A Constituição da República autoriza a acumulação remunerada de 2 (dois) cargos públicos


privativos de profissionais de saúde, desde que ocorra compatibilidade de horários e se trate de profissão
regulamentada. BL: art. 37, XVI, “c”, CF. (administrativo)

119
XVII - a PROIBIÇÃO DE ACUMULAR ESTENDE-SE a empregos e funções e ABRANGE
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998) (TJDFT-2007/2008) (MPDFT-2009) (TJSC-2010) (TJPB-2011) (MPSC-2014) (Cartórios/TJRS-2015)

(TJMG-2009): A vedação de acumulação se estende a empregos e funções em autarquias, fundações,


empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público. BL: art. 37, XVII, CF. (adm.)

(TJPR-2008): A vedação de acumulação remunerada de cargos públicos estende-se a empregos e funções,


mesmo que exercidas em subsidiárias de sociedades de economia mista ou sociedades controladas direta
ou indiretamente pelo poder público. BL: art. 37, XVII, CF. (adm.)

XVIII - a ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA e SEUS SERVIDORES FISCAIS TERÃO, dentro de


suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da
lei; (TJDFT-2007) (TJSP-2018)

(Anal. Legisl.-Câmara de Salvador/BA-2018-FGV): A Constituição Federal de 1988, ao tratar das


disposições gerais da administração pública, estabelece que a administração fazendária e seus servidores
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei. BL: art. 37, XVIII, CF.

(PFN-2015-ESAF): Sobre os servidores públicos: A administração fazendária e seus servidores fiscais terão,
dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da lei. BL: art. 37, XVIII, CF.

(TJSC-2009): Quanto à administração pública é correto dizer: A administração fazendária e seus servidores
terão precedência sobre os demais setores, na forma da lei. BL: art. 37, XVIII, CF.

XIX – SOMENTE por lei específica PODERÁ SER CRIADA autarquia e AUTORIZADA a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, CABENDO à LEI
COMPLEMENTAR, neste último caso, DEFINIR as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (TJMS-2008) (TJSP-2009) (TJES-2011) (MPMS-2011) (PGEPR-2011) (TJPI-
2012) (TJBA-2012) (TJSC-2013) (TJRS-2016) (MPPR-2016) (TJCE-2018) (TJRO-2019) (MPPI-2019)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: As fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção das custas
processuais. A isenção das custas processuais somente se aplica para as entidades com personalidade
de direito público. Dessa forma, para as Fundações Públicas receberem tratamento semelhante ao
conferido aos entes da Administração Direta é necessário que tenham natureza jurídica de direito
público, que se adquire no momento de sua criação, decorrente da própria lei. STJ. 4ª Turma. REsp
1409199-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 10/03/20 (Info 676)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao
regime público ou privado depende: i) do estatuto de sua criação ou autorização e ii) das atividades por
ela prestadas. As atividades de conteúdo econômico e as passíveis de delegação, quando definidas como
objetos de dada fundação, ainda que essa seja instituída ou mantida pelo poder público, podem se
submeter ao regime jurídico de direito privado. STF. Plenário.RE 716378/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 1º
e 7/8/19 (repercussão geral) (Info 946).
(TJRO-2019-VUNESP): O ente personalizado, integrante da Administração Pública indireta, cuja
criação é autorizada por lei, mas adquire existência jurídica após o registro dos seus estatutos, é
fundação de direito privado. BL: art. 37, XIX, CF e Info 946, STF.
##Atenção: ##DOD: É possível identificar duas espécies de fundação pública (fundação instituída pelo
Estado):
Fundação pública de direito PÚBLICO Fundação pública de direito PRIVADO
Estão sujeitas ao regime público. Estão sujeitas ao regime privado.
São criadas por lei específica (são uma espécie de Deve ser editada uma lei específica autorizando que
autarquia, por isso também chamadas de o Poder Público crie a fundação. Em seguida, será
“fundações autárquicas”). necessário fazer a inscrição do estatuto dessa
fundação no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
quando, então, ela adquire personalidade jurídica.

120
##Atenção: ##DOD: Pelas características trazidas no enunciado, é possível concluir que trata-se de uma
fundação pública de direito privado. O entendimento da doutrina majoritária é no sentido de que as
fundações públicas podem possuir personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, conforme
definido na lei instituídora. Assim, o legislador pode optar por uma lei criando ou autorizando a criação de
uma fundação pública. Caso a criação emane diretamente da lei, teremos fundação pública de direito público.
Na hipótese de a lei simplesmente autorizar a sua criação, os seus atos constitutivos deverão ser inscritos
no registro civil das pessoas jurídicas e, a partir de então, nascerá uma fundação pública de direito privado.

(TJPR-2019-CESPE): As pessoas jurídicas de direito privado que compõem a administração pública são
criadas por atos de direito privado, mas a sua instituição depende de autorização legislativa. BL: art. 37,
XIX, CF (adm.)

##Atenção: Enquanto as autarquias e as fundações públicas de direito público são criadas por lei, as
pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Indireta (empresa pública, sociedade de
economia mista e fundação pública de direito privado) são constituídas mediante autorização legal (art.
37, XIX, CF) e registro de seus atos constitutivos no Cartório de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial,
conforme tenha, respectivamente, natureza cível ou empresarial, tal qual as pessoas jurídicas não estatais
(privadas) em geral.

(MPSC-2019): Conforme a Constituição da República Federativa do Brasil, somente por lei específica
poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista
e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. BL: art. 37,
XIX, CF.

(Téc. Legisl.-Câm. São José dos Campos/SP-2018-VUNESP): Se a Prefeitura do Município de São José dos
Campos desejasse criar uma autarquia prestadora de serviços públicos de água, esgoto e saneamento
básico, seria necessário aprovar uma lei específica na Câmara Municipal para criar a autarquia, que
passaria a integrar a Administração Indireta do Município. BL: art. 37, XIX, CF. (adm.)

(Téc. Adm. Púb./TCDFT-2014-CESPE): Em virtude do princípio da reserva legal, a criação dos entes
integrantes da administração indireta depende de lei específica. BL: art. 37, XIX, 1ª parte, CF.

##Atenção: De fato, a criação dos entes da administração indireta depende de lei específica, seja para criar
diretamente pela lei, seja para autorizar a criação.

(TRF4-2012): Somente mediante lei específica pode ser criada entidade autárquica nos três níveis da
Federação. BL: art. 37, XIX, CF. (adm.)

(MPSE-2010-CESPE): Com base nas normas constitucionais referentes à administração direta e indireta,
assinale a opção correta: Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, nesse
último caso, definir as áreas de sua atuação. BL: art. 37, XIX, CF.

(TJAL-2008-CESPE): As empresas públicas necessitam, para sua instituição, de autorização legislativa e


da transcrição dos seus atos constitutivos no cartório competente. (adm.)

##Atenção: As empresas públicas somente poderão ser criadas mediante autorização de lei, nos termos
do art. 37, XIX, CF. Contudo, diferentemente das autarquias, as empresas públicas somente passaram a
existir, após o registro dos atos constitutivos no órgão competente, seja no Cartório de Registro de Pessoas
Jurídicas quando de natureza civil, seja na Junta Comercial quando de natureza empresarial.

(Assistente de Chancelaria/MRE-2002-ESAF): A pessoa jurídica de direito público, de capacidade


exclusivamente administrativa, caracterizada como sendo um serviço público personalizado, é o que na
organização administrativa brasileira chama-se de a autarquia. BL: art. 37, XIX, CF/88.

##Atenção: DICA:
➢ Serviço público personalizado/personificado = Autarquia
➢ Patrimônio público personalizado/personificado = Fundação

121
XX - DEPENDE de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; (TJPI-
2012)

(MPPR-2016): Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação. Depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa
privada. BL: art. 37, XX, CF.

(TJBA-2012-CESPE): Assinale a opção correta acerca dos entes da administração indireta: Exige-se
autorização legislativa para a criação de subsidiárias das empresas públicas e sociedades de economia
mista, sendo suficiente, para tanto, a previsão genérica na lei que as instituir, ou seja, não há necessidade
de autorização legislativa específica a cada vez que uma subsidiária é criada. BL: art. 37, XX, CF.

##Atenção: Entende a doutrina que esta autorização não precisa ser específica de dada entidade, sendo
possível que a lei disciplinadora da entidade primária autorize desde logo a posterior instituição das
subsidiárias, antecipando o objeto a que se destinarão (Fonte: CARVALHO FILHO). O STF, interpretando
o art. 37, XX da CF/88, firmou o entendimento no sentido da desnecessidade de leis específicas para cada
subsidiária a ser instituída, bastando, portanto, autorização genérica contida na lei de criação da
empresa estatal matriz, por assim dizer. Vejamos o seguinte trecho do julgado: “(...) É dispensável a
autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei
que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora”.
(STF, Plenário, ADIN 1.649. Plenário. Min. Rel. Maurício Corrêa, j. 24/03/2004 – Info 341 do STF).

XXI - RESSALVADOS os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações


SERÃO CONTRATADOS mediante PROCESSO DE LICITAÇÃO PÚBLICA que ASSEGURE igualdade
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que ESTABELEÇAM obrigações de pagamento,
MANTIDAS as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual SOMENTE PERMITIRÁ as
exigências de qualificação técnica e econômica INDISPENSÁVEIS à garantia do cumprimento das
obrigações. (MPRO-2008) (MPSC-2013) (TJAP-2014) (TJSC-2019)

(MPMG-2018): As obras, serviços, compras e alienações, ressalvados os casos especificados na legislação,


serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. BL: art. 37, XXI, CF (adm.).

(TJAP-2008-FGV): O princípio da obrigatoriedade da licitação deve ser observado pela Administração


Pública direta e indireta, incluindo as fundações públicas e as sociedades de economia mista, de todos os
entes federativos. BL: art. 37, XXI, CF e art. 1º, § único,22 Lei 8.666/93 (adm.).

XXII - as ADMINISTRAÇÕES TRIBUTÁRIAS da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, EXERCIDAS por servidores de carreiras
específicas, TERÃO recursos prioritários para a realização de suas atividades e ATUARÃO de forma
integrada, INCLUSIVE com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TJSE-2008)

(TJPI-2012-CESPE): Caracterizadas como atividades essenciais ao funcionamento do Estado, as


administrações tributárias da União, dos Estados, do DF e dos municípios devem atuar de forma
integrada, inclusive no que concerne ao compartilhamento de dados cadastrais e de informações fiscais,
na forma da lei ou do contrato. BL: Art. 37, XXII, CF (adm.)

§ 1º A PUBLICIDADE dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
DEVERÁ TER caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela NÃO PODENDO CONSTAR
nomes, símbolos ou imagens que CARACTERIZEM promoção pessoal de autoridades ou servidores

22Art. 1º. (....) Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e
demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios
122
públicos. (TRF2-2009) (MPMG-2011) (TJRS-2012) (TJBA-2012) (TJPA-2012) (MPSC-2013/2014) (TJDFT-
2007/2016) (MPPR-2016) (TJRO-2011/2019)

(TCEMG-2018-CESPE): O tribunal de contas de um estado, ao analisar as contas de determinado prefeito,


verificou que houve gasto de recursos públicos com a elaboração de cartilhas escolares com nomes,
símbolos e imagens que caracterizavam a promoção pessoal de autoridades públicas do município. Nessa
situação, a conduta do prefeito afrontou especialmente o princípio da impessoalidade. BL: art. 37, §1º, CF.

(MPGO-2010): Sobre os princípios constitucionais da administração pública, analise as assertivas abaixo e


assinale a alternativa correta: Pode-se afirmar que, em decorrência do princípio da impessoalidade, os
efeitos dos atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao agente público que os pratica, mas
sim ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual aquele age. BL: art. 37, §1º, CF.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III IMPLICARÁ a NULIDADE DO ATO e a


PUNIÇÃO DA AUTORIDADE RESPONSÁVEL, nos termos da lei. (MPPR-2011) (TJBA-2012)

Art. 37. (...)


II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;

##Atenção: ##DOD: Caso uma pessoa assuma cargo ou emprego público sem concurso público (fora das
hipóteses permitidas pela Constituição), qual será a consequência? O § 2º do art. 37 da CF/88 determina
que: i) o ato de investidura seja declarado nulo; e ii) a autoridade responsável pelo ato seja punida, nos
termos da lei (ex.: improbidade).

##Atenção: ##STF – Reperc. Geral – Tema 308: ##DOD: É nula a contratação de pessoal pela
Administração Pública sem a observância de prévia aprovação em concurso público, razão pela qual não
gera quaisquer efeitos jurídicos válidos em relação ao empregado eventualmente contratado,
ressalvados: i) o direito de ele receber os salários referentes ao período trabalhado; e ii) o direito de ele
levantar os depósitos do FGTS (art. 19-A da Lei 8.036/90). STF. Plenário. RE 705140/RS, Rel. Min. Teori
Zavascki, j. 28/8/14 (Info 756).

§ 3º A lei DISCIPLINARÁ as FORMAS DE PARTICIPAÇÃO do usuário na administração pública


direta e indireta, REGULANDO especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de


serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(TJRJ-2019-VUNESP): A respeito da Lei 13.460/17, que dispõe sobre participação, proteção e defesa dos
direitos dos usuários dos serviços públicos da administração pública, é correto afirmar que se aplica
também à atividade administrativa prestada pelos Poderes Judiciário e Legislativo, conforme disposto no
artigo 37 da Constituição Federal. BL: art. 1º, §1º c/c art. 2º, II e III, Lei 13460/1723 e art. 37, §3º, I, CF.

##Atenção: ##DOD: A CF/88 prevê, em seu art. 37, § 3º, I, que os usuários dos serviços públicos devem
ter meios de “participação” na Administração Pública. Uma das formas de participação é a possibilidade de
fazer reclamações a respeito da qualidade dos serviços públicos. A Lei 13.460/17 tem por objetivo, dentre

23 Art. 1º Esta Lei


estabelece normas básicas para participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços
públicos prestados direta ou indiretamente pela administração pública. § 1º O disposto nesta Lei aplica-se à
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos do
inciso I do § 3º do art. 37 da Constituição Federal. (...). Art. 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: (...) II - serviço
público - atividade administrativa ou de prestação direta ou indireta de bens ou serviços à população, exercida
por órgão ou entidade da administração pública; III - administração pública - órgão ou entidade integrante da
administração pública de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a
Advocacia Pública e a Defensoria Pública; (...).
123
outros, o de regulamentar esse dispositivo constitucional, dispondo também sobre a participação,
proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da administração pública. A partir da
leitura do art. 37, § 3º, I, da CF c/c o § 1º do art. 1º da Lei 13.460/17, constata-se, portanto, que esta Lei se
aplica a toda a Administração Pública brasileira, direta e indireta, de todos os Poderes.

II - o ACESSO dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,


observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJBA-
2019)

III - a disciplina da REPRESENTAÇÃO contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego


ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJDFT-2007)

(TJPB-2015-CESPE): Normas jurídicas que garantam ao usuário do serviço público o poder de reclamar
da deficiência na prestação do serviço expressam um dos princípios aplicáveis à administração pública,
como forma de assegurar a participação do usuário na administração pública direta e indireta. BL: art. 37,
§3º da CF (administrativo)

§ 4º - Os ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA IMPORTARÃO a Suspensão dos direitos


políticos, a Perda da função pública, a Indisponibilidade dos bens e o Ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, SEM PREJUÍZO da Ação penal cabível. [DICA: PARIS ou SUSPIRE] (TJTO-2007)
(TJDFT-2007) (TJRS-2009) (TJMT-2009) (TJPR-2010) (MPMG-2010/2011) (TJBA-2012) (MPSC-2010/2013)
(TJSC-2013) (MPF-2011/2015) (TJCE-2018) (ABIN-2018) (TJRO-2011/2019)

(TJSC-2015-FCC): Existe certa polêmica entre os juristas quanto à constitucionalidade da “multa civil",
prevista como espécie de sanção cabível por ato de improbidade administrativa, no art. 12 da Lei 8.429/92.
No entanto, já houve oportunidade de manifestação do STF sobre a matéria, tal como se passou no RE
598588 AgR, assim ementado: “AGRAVOS REGIMENTAIS NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. MULTA CIVIL. ARTIGO 12, III, DA LEI n°8.429/92. As sanções civis
impostas pelo artigo 12 da Lei n° 8.429/92 aos atos de improbidade administrativa estão em sintonia com os princípios
constitucionais que regem a Administração Pública. Agravos regimentais a que se nega provimento".
Independentemente do entendimento jurisprudencial sobre essa polêmica, são argumentos
adequadamente pertinentes a ela: A não previsão da multa civil dentre as sanções arroladas no dispositivo
constitucional que trata da improbidade administrativa. BL: art. 37, §4º da CF/88 (adm.)

##Atenção: ##DICA: De acordo com a CF, quem pratica improbidade é mandado para PARIS:
P erda da função pública
A ção penal cabível
R essarcimento ao erário
I ndisponibilidade dos bens
S uspensão dos direitos políticos

##Atenção: Por tratar a regra do § 4º do art. 37 da CF de norma de caráter intimidativo, tem que ser
estritamente observada quanto ao seu conteúdo, sob pena de inconstitucionalidade material. In casu, a
sanção de multa civil prevista pela LIA é passível de controle de constitucionalidade via difusa ou
concentrada, sendo até urgente a manifestação do STF a respeito da constitucionalidade da norma, tendo
em vista que, caso inconstitucional, centenas ou milhares de cidadãos podem estar sendo prejudicados ao
serem punidos com uma pena excessiva, não albergada constitucionalmente.

(MPGO-2010): Sobre os princípios constitucionais da administração pública, analise as assertivas abaixo e


assinale a alternativa correta: A suspensão dos direitos políticos por improbidade administrativa pode ser
aplicada independentemente da existência de um processo criminal. BL: art. 37, §4º, parte final, CF.

(TJMG-2009): Os atos lesivos ao princípio da probidade poderão acarretar a suspensão dos direitos
políticos e a perda de função pública. BL: art. 37, §4º da CF.

§ 5º A lei ESTABELECERÁ os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que CAUSEM prejuízos ao erário, RESSALVADAS as respectivas AÇÕES DE
RESSARCIMENTO. (MPCE-2009) (TJDFT-2007/2010) (TRF4-2009/2010) (MPGO-2010) (TJRO-2011)
(MPMG-2011) (MPPR-2011) (MPSP-2008/2011/2013) (MPSC-2010/2013) (TJAL-2015) (TJSC-2017) (TJCE-
2018) (TJBA-2012/2019)

124
##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJCE-2018: ##TJBA-2019: ##CESPE: São imprescritíveis as ações de
ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade
Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. p/ ac. Min. Edson
Fachin, j. 8/8/18 (repercussão geral) (Info 910).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Qual é o prazo prescricional para a propositura de ações de
improbidade administrativa? Como regra, 5 anos. Isso está previsto no art. 23 da LIA. Exceção: ressarcimento
ao erário em casos de atos de improbidade praticados dolosamente. A LIA prevê, em seu art. 12, uma lista
de cominações a que estarão sujeitas as pessoas condenadas por ato de improbidade administrativa. São elas:
1) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente; 2) perda da função pública; 3) suspensão dos direitos
políticos; 4) multa civil; 5) proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios; e 6) ressarcimento integral do dano (obs: esta última, tecnicamente, não é uma sanção,
mas sim uma consequência do ato). Uma das cominações acima é imprescritível: o ressarcimento integral
do dano. O fundamento para isso está na parte final do § 5º do art. 37 da CF/88: “Art. 37 (...) § 4º - Os atos de
improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. § 5º A lei
estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.” O STF entendeu que a ação de ressarcimento
decorrente de ato doloso de improbidade é realmente imprescritível.

##Atenção: ##Jurisprudência em Teses/STJ – Ed. 38: ##TJCE-2018: ##TJBA-2019: ##CESPE: Tese 07: A
eventual prescrição das sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa não obsta o
prosseguimento da demanda quanto ao pleito de ressarcimento dos danos causados ao erário, que é
imprescritível (art. 37, § 5º, da CF).
(TJCE-2018-CESPE): O prefeito de determinado município contratou diretamente empresa prestadora de
serviços à prefeitura, dispensando indevidamente a licitação e causando prejuízos ao erário, razão pela qual
respondeu a ação civil por ato de improbidade administrativa. O juízo competente, anteriormente à citação
do prefeito e sem sua prévia manifestação, deferiu medida cautelar de bloqueio de bens e, ao término da
instrução processual, julgou procedentes os pedidos condenatórios formulados na ação. A respeito dessa
situação hipotética, assinale a opção correta, considerando o disposto na Lei 8.429/92 e o entendimento
jurisprudencial: Eventual reconhecimento de prescrição da ação de improbidade administrativa não impedirá
o prosseguimento da demanda relativa ao pedido de ressarcimento do prejuízo ao erário. BL: Info 910, STF
(acima). e Jurisprud. em Teses/STJ (Ed. 38, Tese 07)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPSC-2016: ##TJSC-2017: ##FCC: É prescritível a ação de reparação de


danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de outro modo, se o Poder Público sofreu um
dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser ressarcido, ele deverá ajuizar a ação no prazo
prescricional previsto em lei. Vale ressaltar, entretanto, que essa tese não alcança prejuízos que
decorram de ato de improbidade administrativa que são considerados imprescritíveis (art. 37, § 5º). STF.
Plenário. RE 669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 3/2/16 (repercussão geral) (Info 813).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Em embargos de declaração opostos contra esta decisão (publicada no Info
813), o STF afirmou que: a) O conceito de ilícito civil deve ser buscado pelo método de exclusão: não se
consideram ilícitos civis aqueles que decorram de infrações ao direito público, como os de natureza
penal, os decorrentes de atos de improbidade e assim por diante. b) As questões relacionadas com o
início do prazo prescricional não foram examinadas no recurso extraordinário porque estão relacionadas
com matéria infraconstitucional, que devem ser decididas segundo a interpretação da legislação
ordinária. c) Não deveria haver modulação dos efeitos, considerando que na jurisprudência do STF não
havia julgados afirmando que as pretensões de ilícito civil seriam imprescritíveis. Logo, o acórdão do
STF não frustrou a expectativa legítima da Administração Pública. STF. Plenário. RE 669069 ED/MG,
Rel. Min. Teori Zavascki, j. 16/6/16 (Info 830).

##Atenção: ##Divergência entre o STJ e o STF: ##DOD:


✓ Prazo de 5 anos: posição pacífica do STJ: A jurisprudência do STJ é no sentido de que a prescrição
contra a Fazenda Pública é quinquenal, mesmo em ações indenizatórias, uma vez que é regida
pelo Decreto 20.910/32, norma especial que prevalece sobre lei geral. (...) 5. O STJ tem
entendimento jurisprudencial no sentido de que o prazo prescricional da Fazenda Pública deve
ser o mesmo prazo previsto no Decreto 20.910/32, em razão do princípio da isonomia. (...) (STJ.
2ª T. AgRg no AREsp 768.400/DF, Rel. Min. Humberto Martins, j. 3/11/15)
✓ Prazo de 3 anos: posição do STF.
(TJBA-2019-CESPE): Determinado taxista dirigia embriagado quando colidiu contra o prédio de determinada
secretaria estadual, que foi danificado com a batida. Nessa situação hipotética, conforme o entendimento do
STJ, o estado federado prejudicado deverá propor ação de ressarcimento no prazo prescricional de cinco anos,

125
com base em aplicação analógica do Decreto Federal n.º 20.910/1932. BL: BL: art. 1º do Dec. 20910/32 e
Entendimento do STJ (vide teor do julgado acima).

(MPBA-2015): O prefeito da Cidade de Metrópole, ao longo do mandato, juntou-se a servidores e


vereadores para a prática de desvio de verbas públicas, sendo apurado, através de inquérito civil, o desvio
de 10 (dez) milhões de reais. O promotor de Justiça substituto da comarca de Metrópole alegou acúmulo
de serviço e não ajuizou o competente processo em relação aos envolvidos, consumando-se a prescrição
para punir os atos de improbidade. Neste caso, é correto afirmar que a prescrição atinge apenas a pretensão
punitiva, podendo ser ajuizada a ação para ressarcimento ao erário. BL: art. 37, §5º, CF (proc. civil)

##Atenção: ##STJ: "A 1ª Seção do STJ firmou entendimento no sentido da imprescritibilidade da


pretensão de ressarcimento de danos causados ao Erário por atos de improbidade administrativa.
Precedentes também da Primeira e Segunda Turmas do STJ" (REsp 1.312.071).

(MPAC-2014-CESPE): A respeito da ação de improbidade administrativa, assinale a opção correta: A ação


de ressarcimento dos prejuízos causados ao erário é imprescritível, ainda que cumulada com a ação de
improbidade administrativa. BL: art. 37, §5º, CF/88 (proc. civil)

§ 6º As pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO e as de DIREITO PRIVADO prestadoras de


serviços públicos RESPONDERÃO pelos danos que seus agentes, NESSA QUALIDADE, causarem a
terceiros, ASSEGURADO o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (TJSE-
2008) (TJRR-2008) (MPPR-2008) (MPMT-2008) (DPECE-2008) (DPEMS-2008) (TJMG-2009) (MPCE-2009)
(MPDFT-2009) (TRF1-2009) (TRF4-2009) (MPBA-2010) (MPSE-2010) (TJRO-2011) (TJRJ-2011) (TJES-2011)
(MPSP-2005/2012) (TJPR-2008/2011/2012) (TJAC-2012) (TJGO-2012) (TJAM-2013) (TJSC-2013) (TJRN-2013)
(TJPA-2012/2014) (TJMT-2014) (MPRS-2014) (TJPE-2013/2015) (TJPB-2015) (TJRS-2012/2016) (TJDFT-
2012/2014/2015/2016) (TJCE-2018) (TJSP-2018) (MPSC-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJGO-2015: ##FCC: A teor do disposto no art. 37, § 6º, da CF/88, a ação
por danos causados por agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito
privado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel.
Min. Marco Aurélio, j. 14/8/19 (repercussão geral) (Info 947).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores
oficiais que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra
o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. O Estado possui
responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos danos que notários e oficiais de registro, no
exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros. STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min.
Luiz Fux, j. 27/2/19 (repercussão geral) (Info 932).

##Atenção: ##STJ: ##DOD: Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos
nas dependências de estabelecimento por ela mantido para a utilização de usuários. A segurança que a
concessionária deve fornecer aos usuários diz respeito ao bom estado de conservação e sinalização da
rodovia. Não tem, contudo, como a concessionária garantir segurança privada ao longo da estrada,
mesmo que seja em postos de pedágio ou de atendimento ao usuário. O roubo com emprego de arma
de fogo é considerado um fato de terceiro equiparável a força maior, que exclui o dever de indenizar.
Trata-se de fato inevitável e irresistível e, assim, gera uma impossibilidade absoluta de não ocorrência
do dano. STJ. 3ª T. REsp 1749941-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 4/12/18 (Info 640).

##Cuidado: ##STF: ##DOD: O STF já reconheceu a responsabilidade civil da concessionária que


administra a rodovia por FURTO ocorrido em seu pátio. STF. 1ª T. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco
Aurélio, j. 8/5/18 (Info 901).

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJPB-2015: ##TJDFT-2014/2015/2016: ##TJBA-2019: ##CESPE:


##DPERS-2018: ##FCC: Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter
em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua
responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos,
inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das

126
condições legais de encarceramento. STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/
o ac. Min. Gilmar Mendes, j. 16/2/17 (repercussão geral) (Info 854).

##Atenção: ##STF e STJ: ##DOD: ##TJDFT-2014/2016: ##TJPB-2015: ##TJPR-2017: ##TJCE-2018:


##TJMG-2018: ##TJBA-2019: ##CESPE: ##TJMS-2020: ##FCC: ##STF: Em caso de inobservância de seu
dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte
de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, j. 30/3/16 (repercussão geral) (Info 819).24
##STJ: Não haverá responsabilidade civil do Estado se o Tribunal de origem, com base nas provas
apresentadas, decide que não se comprovou que a morte do detento foi decorrente da omissão do Poder
Público e que o Estado não tinha como montar vigilância a fim de impedir que o preso ceifasse sua
própria vida. Tendo o acórdão do Tribunal de origem consignado expressamente que ficou comprovada
causa impeditiva da atuação estatal protetiva do detento, rompeu-se o nexo de causalidade entre a
suposta omissão do Poder Público e o resultado danoso. STJ. 2ª T. REsp 1305259/SC, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, j. 08/02/18.
(TJMS-2020-FCC): Em conhecido acórdão proferido em regime de repercussão geral, versando sobre a morte
de detento em presídio − Recurso Extraordinário n° 841.526 (Tema 592) – o STF confirmou decisão do TJRS,
calcada em doutrina que, no tocante ao regime de responsabilização estatal em condutas omissivas, distingue-
a conforme a natureza da omissão. Segundo tal doutrina, em caso de omissão específica, deve ser aplicado o
regime de responsabilização objetiva; em caso de omissão genérica, aplica-se o regime de responsabilização
subjetiva. BL: Info 819, STF (vide trechos destacados ema amarelo na nota de rodapé).
##Atenção: ##Em resumo: No julgamento do RE nº 841.526 (Tema 592), firmado em sede de repercussão
geral, o STF solucionou a questão a partir da contraposição entre omissão genérica, em que o Estado responde
subjetivamente, sendo necessário demonstrar a culpa do serviço, e omissão específica, na qual a
responsabilidade é objetiva, em virtude de o Estado ter descumprido um dever jurídico específico e, assim,
causado um dano certo, especial e anormal. Vale a pena a leitura da ementa do julgado. Portanto, temos o
seguinte: a) Omissão específica: responsabilidade civil objetiva; b) Omissão genérica: responsabilidade
civil subjetiva.
(TJPR-2017-CESPE): Em recente decisão, o STF entendeu que, quando o poder público comprovar causa
impeditiva da sua atuação protetiva e não for possível ao Estado agir para evitar a morte de detento (que
ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), não haverá responsabilidade civil do Estado, pois o
nexo causal da sua omissão com o resultado danoso terá sido rompido. BL: Info 819, STF.
##Atenção: Em regra: o Estado é objetivamente responsável pela morte de detento. Isso porque houve
inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88. - Exceção: o
Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a morte do detento não podia ser
evitada. Neste caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o resultado morte e a omissão estatal.

##Atenção: ##Jurisprud. em teses/STJ – Ed. 61: ##TJPR-2019: ##CESPE: Tese 13: No caso de
atropelamento de pedestre em via férrea, configura-se a concorrência de causas, impondo a redução da
indenização por dano moral pela metade, quando: (i) a concessionária do transporte ferroviário
descumpre o dever de cercar e fiscalizar os limites da linha férrea, mormente em locais urbanos e
populosos, adotando conduta negligente no tocante às necessárias práticas de cuidado e vigilância
tendentes a evitar a ocorrência de sinistros; e (ii) a vítima adota conduta imprudente, atravessando a via
férrea em local inapropriado. STJ. 4ª T., AgRg no AREsp 724.028/RJ, Rel. Min. Raul Araújo, j. 15/3/16.

24Trecho da Ementa: “A responsabilidade civil estatal, segundo a CF/1988, em seu art. 37, § 6º, subsume-se à teoria do risco
administrativo, tanto para as condutas estatais comissivas quanto paras as omissivas, posto rejeitada a teoria do risco integral.
A omissão do Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nos casos em que o
Poder Público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o resultado danoso. É dever do
Estado e direito subjetivo do preso que a execução da pena se dê de forma humanizada, garantindo-se os direitos fundamentais
do detento, e o de ter preservada a sua incolumidade física e moral (artigo 5º, inciso XLIX, da CF/1988). O dever constitucional
de proteção ao detento somente se considera violado quando possível a atuação estatal no sentido de garantir os seus direitos
fundamentais, pressuposto inafastável para a configuração da responsabilidade civil objetiva estatal, na forma do artigo 37, §
6º, da Constituição Federal. Ad impossibilia nemo tenetur, por isso que nos casos em que não é possível ao Estado agir para
evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se o nexo de causalidade, afastando-
se a responsabilidade do Poder Público, sob pena de adotar-se contra legem e a opinio doctorum a teoria do risco integral, ao
arrepio do texto constitucional. A morte do detento pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicídio, suicídio, acidente ou
morte natural, sendo que nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por mais que adote as precauções exigíveis. A
responsabilidade civil estatal resta conjurada nas hipóteses em que o Poder Público comprova causa impeditiva
da sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo de causalidade da sua omissão com o resultado danoso.
Repercussão geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de inobservância do seu dever específico de
proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é responsável pela morte do detento.
In casu, o tribunal a quo assentou que inocorreu a comprovação do suicídio do detento, nem outra causa capaz de romper o
nexo de causalidade da sua omissão com o óbito ocorrido, restando escorreita a decisão impositiva de responsabilidade civil
estatal. Recurso extraordinário DESPROVIDO.” (STF. Plenário. RE 841526, Rel. Min. Luiz Fux, j. 30/03/16).
127
##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJGO-2015: ##FCC: A vítima poderá propor a ação diretamente contra o
servidor causador do dano? NÃO. A vítima somente poderá ajuizar a ação contra o Estado (Poder
Público). Se este for condenado, poderá acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa.
O ofendido não poderá propor a demanda diretamente contra o agente público. Essa posição foi
denominada de tese da dupla garantia. STF. 1ª T. RE 327904, Rel. Min. Carlos Britto, j. 15/8/06. STF. 1ª T.
RE 593525 AgR-segundo, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 09/08/2016.

##Cuidado: ##STJ: ##DOD: Existe um julgado do STJ em sentido contrário, mas é posição minoritária
(STJ. 4ª T. REsp 1.325.862-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 5/9/13. (Info 532).

##Atenção: ##STJ: ##TJDFT-2016: ##CESPE: A questão controversa diz respeito à responsabilidade civil
estatal por prisão preventiva, seguida de posterior absolvição. A jurisprudência do STJ é firme no
sentido de que a prisão processual e posterior absolvição no processo criminal não enseja, por si só,
direito à indenização. (STJ, 2ª T., EDcl no REsp 1034818/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 13/10/09).

##Atenção: ##MPSP-2006: ##DPU-2007: ##TJSP-2018: ##VUNESP: ##DPECE-2008: ##TJDFT-2016:


##TJBA-2019: ##CESPE: A CF/88 optou pela adoção de uma variante moderada da responsabilidade
estatal: a teoria do risco administrativo, tendo como excludentes do dever de indenizar do Estado as
seguintes: i) força maior; ii) caso fortuito; iii) atos de terceiros e; iv) culpa exclusiva da vítima. Por outro
lado, há causas que atenuam/reduzem a responsabilidade civil do Estado: i) culpa concorrente da vítima
e; ii) culpa concorrente de terceiro.
(DPU-2007-CESPE): Quanto à responsabilidade civil do Estado e do particular, julgue o item que se segue:
Como a responsabilidade civil do Estado por ato danoso de seus prepostos é objetiva, surge o dever de
indenizar se restarem provados o dano ao patrimônio de outrem e o nexo de causalidade entre este e o
comportamento do preposto. No entanto, o Estado poderá afastar a responsabilidade objetiva quando provar
que o evento danoso resultou de caso fortuito ou de força maior, ou ocorreu por culpa exclusiva da vítima.
BL: art. 37, §6º da CF (adm.)
(MPSP-2006): No Brasil, adotou-se a responsabilidade objetiva do Estado, na modalidade "teoria do risco
administrativo". Assim, é correto dizer que deve ser comprovado o nexo causal entre o dano e a conduta do
agente público. BL: art. 37, §6º da CF (adm.)

##Atenção: ##STF: ##MPDFT-2009: ##MPBA-2010: ##TJDFT-2016: ##CESPE: A legitimidade passiva é


da pessoa jurídica de direito público para arcar com a sucumbência de ação promovida pelo MP na defesa
de interesse do ente estatal. (...) É assegurado o direito de regresso na hipótese de se verificar a incidência
de dolo ou culpa do preposto, que atua em nome do Estado. (...) Responsabilidade objetiva do Estado
caracterizada. (STF, 2ª T., AI: 552366 MG, Rel. Min. Ellen Gracie, Data de Publicação: 28/10/09).

(Téc. Minist./MPCE-2020-CESPE): Acerca da responsabilidade civil do Estado e de improbidade


administrativa, julgue o item seguinte: A responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público pelos
atos causados por seus agentes é objetiva, enquanto a responsabilidade civil dos agentes públicos é
subjetiva. BL: art. 37, §6º, CF (adm.)

##Atenção: O §6º do art. 37 da CF consagra, em nosso sistema jurídico, a regra da responsabilidade civil
objetiva do Estado, baseada na teoria do risco administrativo, que independe da configuração do
elemento culpa (ou dolo), bastando que esteja presente a conduta estatal, o dano e o nexo de causalidade.
Por outro lado, quanto à responsabilidade do agente público, é necessária a presença de comportamento
culposo ou doloso, consoante parte final do citado preceito constitucional (“nos casos de dolo ou culpa”).
Logo, cuida-se, realmente, de responsabilidade subjetiva.

(TJPR-2019-CESPE): Considerando a jurisprudência do STJ, julgue o seguinte item, relativo à


responsabilidade civil do Estado: O Estado responde civilmente por danos decorrentes de atos praticados
por seus agentes, mesmo que eles tenham agido sob excludente de ilicitude penal. BL: art. 37, §6º, CF e
Posição do STJ; jurisprudência em teses do STJ (Ed. nº. 61, tese 05). (adm.)

##Atenção: ##Jurisprud. em teses/STJ – Ed. 61: ##TJPR-2019: ##CESPE: Tese 05: A responsabilidade civil
do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser comprovados a negligência na atuação
estatal, o dano e o nexo de causalidade. STJ. 2ª T., AgRg no AREsp 501.507/RJ, Rel. Min. Humberto
Martins, j. 27/05/14. Isso porque, apesar da não responsabilização penal dos agentes públicos envolvidos
no evento danoso, eventual excludente de ilicitude penal não será capaz de excluir a responsabilidade civil
pelos danos provocados.

128
(TJPR-2019-CESPE): Considerando a jurisprudência do STJ, julgue o seguinte item, relativo à
responsabilidade civil do Estado: O Estado responde civilmente por danos decorrentes de atos praticados
por seus agentes, mesmo que eles tenham agido sob excludente de ilicitude penal. BL: art. 37, §6º, CF e
Posição do STJ; jurisprudência em teses do STJ (Ed. nº. 61, tese 07). (adm.)

##Atenção: ##Jurisprud. em teses/STJ – Ed. 61: ##TJPR-2019: ##CESPE: Tese 07: A Administração
Pública pode responder civilmente pelos danos causados por seus agentes, ainda que estes estejam
amparados por causa excludente de ilicitude penal. STJ. 2ª T., REsp 1266517/PR, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, j. 04/12/12. Isso porque, apesar da não responsabilização penal dos agentes públicos
envolvidos no evento danoso, eventual excludente de ilicitude penal não será capaz de excluir a
responsabilidade civil pelos danos provocados.

(TJSC-2019-CESPE): De acordo com o entendimento majoritário e atual do STJ, a responsabilidade civil


do Estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo necessário comprovar negligência na atuação estatal,
o dano causado e o nexo causal entre ambos. BL: art. 37, §6º, CF e Posição do STJ; jurisprudência em teses
do STJ (Ed. nº. 61, tese 05). (adm.)

##Atenção: ##STJ: ##DPU-2007: ##MPBA-2010: ##TJDFT-2015/2016: ##CESPE: ##TJSP-2018:


##VUNESP: A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que “a responsabilidade civil do Estado por
condutas omissivas é subjetiva, sendo necessário, dessa forma, comprovar a negligência na atuação estatal,
o dano e o nexo causal entre ambos”. (STJ, AgInt no AREsp 1249851/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª
T., j. 20/09/18). No mesmo sentido: “(...) Nos casos em que a omissão do ente público concorre para o
dano, prevalece o entendimento que a vítima deve comprovar o defeito no serviço, a chamada culpa do
serviço ou culpa anônima. Trata-se de aplicação da teoria francesa da “faute du service”, de acordo com a
qual é necessária demonstrar a culpa genérica do serviço, isto é, que a prestação do serviço foi inexistente,
atrasada ou falha, não sendo necessário, contudo, identificar o agente ou a culpa específica”. (STJ, AgRg no REsp
1345620/RS, j. 24/11/15). É o teor da jurisprudência em teses do STJ (Ed. nº. 61, tese 05): “A responsabilidade
civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser comprovados a negligência na atuação estatal, o dano
e o nexo de causalidade.”

##Cuidado: ##Divergência entre o STJ e o STF: ##DOD: Qual é o tipo de responsabilidade civil aplicável
nos casos de omissão do Estado? Se a Administração Pública causa um dano ao particular em virtude de
uma conduta omissa, a responsabilidade nesta hipótese também será objetiva? Existe intensa divergência
sobre o tema:

Doutrina tradicional e STJ Jurisprudência do STF


Na doutrina, ainda hoje, a posição majoritária é a Na jurisprudência do STF, contudo, tem ganhado força
de que a responsabilidade civil do Estado em caso nos últimos anos o entendimento de que a
de atos omissivos é SUBJETIVA, baseada na responsabilidade civil nestes casos também é OBJETIVA.
teoria da culpa administrativa (culpa anônima). Isso porque o art. 37, § 6º da CF/88 determina a
Assim, em caso de danos causados por omissão, responsabilidade objetiva do Estado sem fazer distinção
o particular, para ser indenizado, deveria provar: se a conduta é comissiva (ação) ou omissiva. Não cabe ao
a) a omissão estatal; intérprete estabelecer distinções onde o texto
b) o dano; constitucional não o fez. Se a CF/88 previu a
c) o nexo causal; responsabilidade objetiva do Estado, não pode o
d) a culpa administrativa (o serviço público não intérprete dizer que essa regra não vale para os casos de
funcionou, funcionou de forma tardia ou omissão. Dessa forma, a responsabilidade objetiva do
ineficiente). Estado engloba tanto os atos comissivos como os omissivos,
desde que demonstrado o nexo causal entre o dano e a
Esta é a posição que você encontra na maioria dos omissão específica do Poder Público.
Manuais de Direito Administrativo.
(...) A jurisprudência da Corte firmou-se no sentido de que
O STJ ainda possui entendimento majoritário no as pessoas jurídicas de direito público respondem
sentido de que a responsabilidade seria subjetiva.objetivamente pelos danos que causarem a terceiros, com
Vide: STJ. 2ª T. AgRg no REsp 1345620/RS, Rel. fundamento no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, tanto
Min. Assusete Magalhães, j. 24/11/15. por atos comissivos quanto por atos omissivos, desde que
demonstrado o nexo causal entre o dano e a omissão do
Poder Público. (...) STF. 2ª T. ARE 897890 AgR, Rel. Min.
Dias Toffoli, julgado em 22/09/2015.
No mesmo sentido: STF. 2ª T. RE 677283 AgR, Rel. Min.
Gilmar Mendes, j. 17/04/2012.
##Deve-se fazer, no entanto, uma advertência: ##DOD: ##STF: ##TJCE-2018: ##CESPE: Para o STF, o Estado
responde de forma objetiva pelas suas omissões. No entanto, o nexo de causalidade entre essas omissões e

129
os danos sofridos pelos particulares só restará caracterizado quando o Poder Público tinha o dever legal
específico de agir para impedir o evento danoso e mesmo assim não cumpriu essa obrigação legal. Assim, o
Estado responde de forma objetiva pelas suas omissões, desde que ele tivesse obrigação legal específica de
agir para impedir que o resultado danoso ocorresse. A isso se chama de "omissão específica" do Estado.
Dessa forma, para que haja responsabilidade civil no caso de omissão, deverá haver uma omissão específica
do Poder Público (STF. Plenário. RE 677139 AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 22/10/2015).

(TJSP-2018-VUNESP): Conforme o ordenamento jurídico pátrio, pode-se afirmar, sobre a


responsabilidade objetiva do Estado: se lícito o ato do agente público que causou o dano, este só implicará
dever de indenizar se for antijurídico, ou seja, anormal e especial. BL: art. 37, §6º, CF (adm.)

##Atenção: ##DPEMS-2008: ##VUNESP: ##TRF4-2009: ##TJCE-2018: ##CESPE: Para parcela da


doutrina, “o Estado só responde se o dano decorrer de ato antijurídico, o que deve ser entendido em seus
devidos termos. Ato antijurídico não pode ser entendido, para esse fim, como ato ilícito, pois é evidente que a licitude
ou ilicitude do ato é irrelevante para fins de responsabilidade objetiva; caso contrário, danos decorrentes de obra
pública, por exemplo, ainda que licitamente realizada, não seriam indenizados pelo Estado. Somente se pode aceitar
como pressuposto da responsabilidade objetiva a prática de ato antijurídico se este, mesmo sendo lícito, for entendido
como ato causador de dano anormal e específico a determinadas pessoas, rompendo o princípio da igualdade de
todos perante os encargos sociais. Por outras palavras, ato antijurídico, para fins de responsabilidade objetiva
do Estado, é o ato ilícito e o ato lícito que cause dano anormal e específico". (Fonte: DI PIETRO, Maria
Sylvia Zanella. Direito administrativo. 32. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019. p. 828).

(DPEAM-2018-FCC): Carlos, servidor público municipal que atua em hospital da rede pública estadual,
no exercício regular de sua função, aplicou determinada medicação em um paciente, que, sendo alérgico à
mesma, acabou vindo a óbito. No procedimento instaurado para apuração de responsabilidades, restou
comprovada a ausência de culpa de Carlos, eis que o mesmo apenas seguiu a prescrição do médico
responsável, também servidor do mesmo hospital. Inconformados, os familiares do falecido solicitaram à
Defensoria Pública a adoção das medidas judiciais cabíveis para a responsabilização civil pelos danos
sofridos. Diante da situação narrada, cabe a responsabilização objetiva do Estado, independentemente da
comprovação de dolo ou culpa de quaisquer dos servidores, sendo esta última circunstância necessária
apenas para fins de direito de regresso. BL: art. 37, §6º, CF (adm.)

##Atenção: Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo esse dispositivo constitucional consagrou, no
Brasil, a responsabilidade objetiva da administração pública, na modalidade risco administrativo, pelos
danos causados por atuação de seus agentes. Explícita o preceito constitucional que o agente somente será
responsabilizado se for comprovado que ele atuou com dolo ou culpa, ou seja, a sua responsabilidade é
subjetiva, na modalidade culpa comum - e o ônus da prova da culpa do agente é da pessoa jurídica em
nome da qual ele atuou e que já foi condenada a indenizar o particular que sofreu o dano (a pessoa jurídica
deverá ajuizar ação contra o seu agente a fim de obter o ressarcimento da quantia que foi condenada a
indenizar).

##Atenção: ##MPRS-2014: Teoria do risco administrativo: i) A administração pública responde


objetivamente pelos danos causados, sendo necessário apenas a demonstração do nexo causal,
independente de comprovação de dolo/culpa (responsabilidade civil objetiva); ii) Assegurando-se o
direito de regresso (denunciação à lide) da ADM X AGENTE PÚBLICO causador do dano, sendo
necessário neste último além da demonstração do nexo de causalidade, o dolo/culpa do agente
(responsabilidade civil subjetiva).

(TJRJ-2016-VUNESP): Considere a seguinte situação hipotética. Integrantes de movimento popular


invadiram imóvel rural pertencente à empresa X, localizada no Município São Fidélis, Estado do Rio de
Janeiro. Os integrantes do movimento permaneceram no local, embora a empresa X tenha tomado todas
as providências judiciais cabíveis a fim de obter a reintegração de posse, até mesmo com pedido de
intervenção federal deferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em virtude do
descumprimento, por parte da Polícia Militar Estadual, de requisição de força policial, judicialmente
determinada. Decide a Empresa X ajuizar ação de indenização em face do Estado do Rio de Janeiro. A
respeito deste caso, é correto afirmar que a ação indenizatória poderá ser julgada procedente para imputar
ao Estado a responsabilidade pelos danos causados pela ação coletiva de terceiros, desde que comprovada
a omissão culposa do Poder Público, como ocorreu no caso em tela. BL: art. 37, §6º, CF, entendimento
doutrinário e do STF. (adm.)

##Atenção: A presente opção revela-se em linha com o entendimento que sempre preponderou, no âmbito
doutrinário, em se tratando de hipótese de responsabilidade civil do Estado por atos omissivos, vale dizer,
130
no sentido de ser necessária a demonstração de uma conduta culposa das autoridades competentes a evitar
o resultado danoso. No caso, tal comportamento omissivos teria partido da polícia militar, ao deixar de
dar cumprimento, sem motivo justificável, à ordem de reintegração de posse emanada do Poder Judiciário.
Sem embargo, mais recentemente, o STF parece ter firmado compreensão jurisprudencial um tanto
divergente, ao afirmar que, mesmo no caso de condutas omissivas, a responsabilidade civil do Estado é de
índole objetiva. Exige-se que reste comprovado o nexo de causalidade entre a omissão estatal e dano ao
particular. Ora, referido nexo, de certa forma, acaba por derivar de uma demora excessiva ou mesmo da
simples inação do Estado, razão porque, na espécie, ainda que se aplique a jurisprudência atual do STF,
tem-se que a ação proposta pela empresa X deveria ser julgada procedente, porquanto seria perfeitamente
possível estabelecer o nexo de causalidade entre os danos experimentados por tal pessoa jurídica e a falta
de cumprimento da decisão judicial pela polícia militar do Estado do Rio de Janeiro.

(MPSC-2016): A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadora de serviço
público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço público. BL: art. 37, §6º da
CF. (adm.)

##Atenção: ##DPECE-2008: ##CESPE: ##MPDFT-2009: ##MPRS-2014: Segundo o STF, “(...) a


responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva
relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da CF/88. (...) A
inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do
serviço público, é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito
privado.” (RE 591.874, Plenário, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 26.8.2009).

(TJGO-2015-FCC): Suponha que um servidor público tenha cometido erro na alimentação do sistema
informatizado de distribuição de ações judiciais, o que levou a constar, equivocadamente, a existência de
antecedente criminal para determinado cidadão. Essa situação gerou prejuízos concretos para o cidadão,
que foi preterido em processo de seleção para emprego de vigilante e também obrigado a desocupar o
quarto na pensão onde residia. Diante dessa situação, referido cidadão possui direito de ser indenizado
pelo Estado pelos prejuízos decorrentes da conduta do servidor público, independentemente da
comprovação de dolo ou culpa deste. BL: art. 37, §6º da CF. (adm.)

(TJPA-2014-VUNESP): Sobre a concessão de serviços públicos, é correto afirmar que a responsabilidade


do concessionário por prejuízos causados a terceiros será objetiva, nos termos da Constituição Federal. BL:
art. 37, §6º, CF. (adm.)

(TJPB-2011-CESPE): Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção correta: Mediante


expressa determinação legal, o Estado poderá responder civilmente por danos causados a terceiros, ainda
que sua atuação tenha ocorrido de modo regular e conforme com o direito. BL: art. 37, §6º, CF. (adm.)

(TJMS-2010-FCC): Todos os criadores de gado bovino de corte de determinado município foram proibidos
de promover o abate de seu rebanho por prazo suplementar de três meses, tendo em vista que a
Administração Estadual decidiu, por meio de procedimento regular e válido, prolongar o período de
segurança necessário para se certificar da efetividade de nova vacina cuja aplicação foi imposta àqueles,
em caráter experimental. A medida foi extremamente prejudicial aos produtores locais, na medida em que
já haviam adiado o cronograma de abate por anteriores três meses, nos termos da regulamentação da
aplicação da vacina, obrigação imposta pela Administração Estadual. A proibição imposta pelo poder
público configura ato lícito, podendo ensejar indenização por parte do Estado pelos danos experimentados
pelos produtores durante o período em que perdurar a prorrogação da proibição. BL: art. 37, §6º, CF.
(adm.)

##Atenção: O cerne para esta questão está no fato de que o procedimento em que a administração decidiu
prolongar o prazo foi regular e válido, tornando, portanto, o ato lícito. O fato de a medida ter sido
extremamente prejudicial ao particular não enseja a ilicitude ou ilegalidade do ato, já que o interesse
coletivo prevalece sobre o interesse individual, mas somente gera direitos subjetivos, entre eles o de ser
ressarcido pela administração, posteriormente, dos prejuízos por ela causados. Portanto, a proibição
imposta pelo poder público configura ato lícito, podendo ensejar indenização por parte do Estado pelos
danos experimentados pelos produtores durante o período em que perdurar a prorrogação da proibição.
Note-se que esta presunção não é absoluta, e deverá ser analisada à luz do caso concreto, além de depender
da real comprovação do dano.

131
(TJSC-2010): Na responsabilidade civil objetiva cabe à Administração Pública defender-se provando a
inexistência do fato administrativo, a inexistência do dano ou a ausência do nexo causal entre o fato e o
dano. BL: art. 37, §6º, CF. (adm.)

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração


direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998) (TJRO-2011)

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração


direta e indireta PODERÁ SER AMPLIADA mediante CONTRATO, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que TENHA POR OBJETO a fixação de metas de desempenho para o
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJAP-
2008) (TJMA-2008) (MPPE-2008) (MPGO-2010) (TJSC-2013) (TJPB-2015) (TJDFT-2007/2016) (TCESC-2016)

(Agente Adm./DPU-2016-CESPE): Acerca da gestão de contratos, julgue o item subsecutivo. Órgãos e


entidades públicos, tanto da administração direta quanto da indireta, podem aumentar a sua autonomia
gerencial, orçamentária e financeira mediante contratos firmados, conforme previsão legal. BL: art. 37, §8º
da CF/88 (adm.)

##Atenção: A questão trata da gestão de contratos, que são firmados com o intuito de se ter melhores
resultados nas atividades exercidas pela Administração Pública. Neste sentido, conforme o art. 37, §8º da
CF/88, é possível que se amplie a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades
da administração direta e indireta, mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgãos ou entidade.

##Atenção: ##DOD: ##Novidade Legislativa: A Lei 13.934/19 regulamenta o contrato referido no § 8º do


art. 37 da CF/88, denominado “contrato de desempenho”, no âmbito da administração pública federal
direta de qualquer dos Poderes da União e das autarquias e fundações públicas federais. A doutrina
denominava esse instrumento de “contrato de gestão”. Todavia, com a Lei nº 13.934/2019 passa a ser
chamado de “contrato de desempenho”.

##Atenção: ##DOD: ##Novidade Legislativa: A Lei 13.934/2019 conferiu nome diverso daquele que era
dado pela doutrina: A doutrina denominou de “contrato de gestão” o ajuste previsto no art. 37, § 8º da
CF/88. A Lei nº 13.934/2019, contudo, adotou outra nomenclatura e denominou este ajuste de “contrato
de desempenho”. Agiu corretamente o legislador considerando que a Lei nº 9.637/1998 fala em “contrato
de gestão” para um ajuste completamente diferente. Com isso, evita-se confusões. Desse modo, a partir da
Lei nº 13.934/2019, acabam as duas espécies de “contrato de gestão” e temos agora o seguinte cenário:
• Contrato do § 8º do art. 37 da CF/88: contrato de desempenho (Lei nº 13.934/2019);
• Contrato entre o Poder Público e a organização social: contrato de gestão (Lei nº 9.637/98).

##Atenção: ##DOD: Conceito de contrato de desempenho (art. 2º da Lei 13.934/19)25: Contrato de


desempenho é o acordo celebrado entre...
- o órgão ou entidade supervisora (de um lado)
- e o órgão ou entidade supervisionada (de outro)
- tendo como objetivo estabelecer metas de desempenho para o órgão ou entidade supervisionada
- devendo ser estipulados prazos para a execução das tarefas e indicadores de qualidade
- e, em contrapartida, o órgão ou entidade supervisionada recebe flexibilidades ou autonomias
especiais.

(TRF4-2012): A autonomia gerencial, orçamentária e financeira de órgãos e entidades da administração


direta municipal pode ser ampliada mediante contrato que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou a entidade. BL: art. 37, §8º, CF/88 (adm.)

(TRF5-2009-CESPE): “No meio, entre as atividades exclusivas de Estado e a produção de bens e serviços para o
mercado, temos hoje, dentro do Estado, uma série de atividades na área social e científica que não lhe são exclusivas,
que não envolvem poder de Estado. Incluem-se nessa categoria as escolas, as universidades, os hospitais etc. Se o seu

25 Art. 2º Contrato
de desempenho é o acordo celebrado entre o órgão ou entidade supervisora e o órgão ou entidade
supervisionada, por meio de seus administradores, para o estabelecimento de metas de desempenho do
supervisionado, com os respectivos prazos de execução e indicadores de qualidade, tendo como contrapartida a
concessão de flexibilidades ou autonomias especiais.
132
financiamento em grandes proporções é uma atividade exclusiva do Estado, sua execução definitivamente não o é.
Pelo contrário, estas são atividades competitivas, que podem ser controladas não apenas pela administração pública
gerencial, mas também e principalmente pelo controle social e pela constituição de quase-mercados. Nesses termos,
não há razão para que essas atividades permaneçam dentro do Estado, sejam monopólio estatal. Mas também não se
justifica que sejam privadas.” Luiz Carlos Bresser Pereira. A Reforma do Estado dos anos 90: lógica e
mecanismos de controle. In: Lua Nova - Revista de Cultura Política, n.º 45, 1998, p. 49-95 (com adaptações).
Com relação à reforma do Estado brasileiro e ao tema abordado no texto acima, assinale a opção correta:
A administração pública gerencial deve dar ênfase na avaliação que tem como parâmetro os resultados
obtidos, especialmente quando se trata da prestação de serviços sociais e científicos. Por essa razão, tanto
a lei que trata das organizações sociais quanto a que trata das OSCIPs preveem que o instrumento firmado
entre o poder público e as entidades qualificadas - contrato de gestão e termo de parceria, respectivamente
- deve estipular as metas e os resultados a serem atingidos e os critérios objetivos de avaliação e
desempenho. BL: art. 37, §8º, CF/88 (adm.)

I - o prazo de duração do contrato; (TJMG-2008)

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos


dirigentes; (TJMG-2008)

III - a remuneração do pessoal. (TJMG-2008)

§ 9º O disposto no inciso XI APLICA-SE às EMPRESAS PÚBLICAS e às SOCIEDADES DE


ECONOMIA MISTA, e SUAS SUBSIDIÁRIAS, que RECEBEREM recursos da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJPB-2011) (TJAP-2014) (TJDFT-2015)

(TJMG-2009): Em se considerando o sistema remuneratório dos servidores públicos, é CORRETO afirmar:


O teto remuneratório aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas
subsidiárias, que receberem recursos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, para pagamento de
despesas de pessoal ou custeio em geral. BL: art. 37, §9º, CF/88. (administrativo)

##Atenção: Vejamos a redação do inciso IX do art. 37 da CF: “XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes
de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos
demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos
Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público,
aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)”

§ 10. É VEDADA a PERCEPÇÃO SIMULTÂNEA DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA


decorrentes do art. 40 [RPPS] ou dos arts. 42 [Militares] e 142 [Forças Armadas] com a remuneração de
cargo, emprego ou função pública, RESSALVADOS os CARGOS ACUMULÁVEIS na forma desta
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (TJPR-2008) (MPPR-2008) (TRF1-2009)
(TRF5-2009) (MPPB-2010) (MPSE-2010) (MPF-2012) (TJRS-2018) (TJMS-2020)

(TJRO-2019-VUNESP): De acordo com a CF/88, é correto afirmar que é vedada a percepção simultânea
de proventos de aposentadoria decorrentes do regime próprio de previdência ou do regime de previdência
militar com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
forma da Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração. BL: art. 37, §10, CF.

§ 11. NÃO SERÃO COMPUTADAS, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI
do caput deste artigo, as parcelas DE CARÁTER INDENIZATÓRIO previstas em lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) (TJPA-2012)

133
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, FICA FACULTADO aos Estados e
ao Distrito Federal FIXAR, em seu âmbito, mediante EMENDA às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o SUBSÍDIO MENSAL dos Desembargadores do respectivo Tribunal de
Justiça, LIMITADO a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento DO SUBSÍDIO MENSAL dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, NÃO SE APLICANDO o disposto neste parágrafo aos
SUBSÍDIOS dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 47, de 2005) (TRF4-2009) (TJSC-2009/2017)

##Atenção: ##DOD: ##STF: Lei do Estado da Bahia fixava um teto remuneratório exclusivo para os
servidores do Poder Judiciário. O STF entendeu que essa lei é inconstitucional. O teto para o
funcionalismo estadual somente pode ser fixado por meio de emenda à Constituição estadual, não sendo
permitido mediante lei estadual. Além disso, a Constituição do Estado da Bahia adotou subteto único (§
12º do art. 37 da CF) e a lei viola a sistemática escolhida porque fixou um teto apenas para os servidores
do Poder Judiciário, excluindo-o para os demais Poderes. STF. Plenário. ADI 4900/DF, rel. orig. Min.
Teori Zavascki, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, j. 11/2/2015 (Info 774).

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2017: ##FCC: Magistratura. Remuneração. Limite ou teto remuneratório


constitucional. Fixação diferenciada para os membros da magistratura federal e estadual.
Inadmissibilidade. Caráter nacional do Poder Judiciário. Distinção arbitrária. Ofensa à regra
constitucional da igualdade ou isonomia. Interpretação conforme dada ao art. 37, inc. XI, e § 12, da CF.
Aparência de inconstitucionalidade do art. 2º da Res. 13/06 e do art. 1º, § único, da Res. 14/06, ambas do
CNJ. Ação direta de inconstitucionalidade. Liminar deferida. Voto vencido em parte. Em sede liminar de
ação direta, aparentam inconstitucionalidade normas que, editadas pelo Conselho Nacional da
Magistratura, estabelecem tetos remuneratórios diferenciados para os membros da magistratura
estadual e os da federal. STF, Tribunal Pleno, ADI 3854 MC, Rel. Cezar Peluso, j. 28/02/2007 (Info 457).
(TJSC-2017-FCC): Lei estadual, de iniciativa parlamentar, determinou que o limite máximo de remuneração
dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional dos
membros dos poderes estaduais passará a ser o valor correspondente a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do STF, não se aplicando o referido limite
remuneratório, todavia, aos magistrados e deputados estaduais, para os quais se previu como teto,
respectivamente, o subsídio mensal dos Ministros do STF e o valor equivalente a setenta e cinco por cento
daquele estabelecido para os Deputados Federais. À luz da CF/88 e da jurisprudência do STF a referida lei
estadual é formalmente inconstitucional, uma vez que apenas emenda à Constituição do Estado poderia
estabelecer o limite máximo remuneratório, mas materialmente compatível com a Constituição Federal, na
medida em que os limites se adequam às normas constitucionais. BL: art. 37, XI c/c §12 da CF e Info 457, STF.
##Atenção: No caso em tela, deve ser analisada a lei estadual em questão em seus aspectos formais e
materiais. Considerando o que a CF/88 dispõe sobre o tema, tem-se que o art. 37, §12 faculta aos Estados e ao
DF fixar, em seu âmbito, mediante EMENDA às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único,
o SUBSÍDIO MENSAL dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio
mensal dos Ministros do STF, com a ressalva de que isso não se aplica aos subsídios dos deputados estaduais
e distritais e dos vereadores, isto é, a fixação deste limite não poderia ser feita por lei estadual, mas sim por
emenda à Constituição daquele Estado (inconstitucionalidade formal, portanto). Em outros termos, o
chamado "teto único" somente poderia ser fixado mediante EMENDA À CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
Como a questão diz que foi feita por lei de iniciativa parlamentar, esta lei é formalmente inconstitucional.
Todavia, o STF, julgamento da ADI 3854-1 (MC), entendeu que este limite previsto no §12 do art. 37 da CF
não se aplica aos membros da magistratura estadual, de modo que, observando o enunciado, o conteúdo
material da norma é compatível com os dispositivos constitucionais aplicáveis (art. 37, XI e §12, CF) e com a
jurisprudência do STF. Em outras palavras, sob o aspecto material, tem-se que é constitucional a previsão,
pois exclui da limitação ao subsídio dos Desembargadores (90,25% do subsídio do STF) os Juízes Estaduais e
os Deputados Estaduais, em consonância com o §12º do art. 37 da CF/88 e a liminar concedida na ADI nº
3.854-1. Cumpre complementar, ainda, que, nos termos do art. 27, §1º, da CF, o subsídio dos Deputados
Estaduais deverá ser fixado à razão de, no máximo 75% daquele estabelecido para Deputados Federais, sendo,
tal limite foi respeitado no caso concreto. Logo, não há inconstitucionalidade material quanto a tal limitação
ali imposta para os Deputados Estaduais.

##Atenção: Exceções à regra do teto único: O próprio artigo excepciona desse teto único o subsídio a ser
pago por DEPUTADOS ESTADUAIS e VEREADORES. No caso dos DEPUTADOS, porém, existe outro
limite constitucional previsto pelo art. 27,§2º da CF (75% do subsídio dos Deputados Federais). Portanto,
a lei é materialmente constitucional neste ponto. Outra exceção diz respeito aos MAGISTRADOS. Apesar
de o art. 37, inciso XI; e §12º, determinarem que o subsídio dos membros do Poder Judiciário ficará limitado
ao valor de 90,25% do subsídio dos ministros do STF, o Supremo, na ADI 3854-1, em decisão liminar,
decidiu que essa interpretação não se aplica a JUÍZES e DESEMBARGADORES. Estes continuam com teto
de 100% do subsídio dos ministros do STF. Por isso, a lei também foi materialmente constitucional neste
134
ponto. No entanto, cuidado, pois este limite de 90,25% continua aplicável para os demais servidores do
Poder Judiciário (art. 37, XI, CF), bem como para os servidores dos três poderes, caso adotado o “teto
único” do art. 37, §12º CF.

##Atenção: ##DOD:
- Teto NACIONAL: subsídio dos Ministros do STF. Ninguém poderá receber acima desse valor; as
Constituições estaduais e leis orgânicas podem fixar subtetos para Estados/DF e Municípios; tais subtetos
também deverão respeitar o teto nacional.
- Subteto nos Estados/DF: Existem duas opções:
Opção 1 (subtetos diferentes para cada um dos Poderes):
✓ Executivo: subsídio do Governador.
✓ Legislativo: subsídio dos Deputados Estaduais.
✓ Judiciário (inclui MP, Defensoria e Procuradoria): subsídio dos Desembargadores do TJ.
Opção 2 (subteto único para todos os Poderes): subsídio dos Desembargadores do TJ.
Obs.1: o subsídio do Desembargador é 90,25% do subsídio do Ministro do STF.
Obs.2: o subsídio dos Deputados Estaduais/Distritais seguirá regras próprias (§ 2º do art. 27),
não estando sujeito ao subsídio dos Desembargadores. Vale ressaltar que quem define se o
Estado-membro adotará subtetos diferentes ou único é a Constituição estadual.

##Atenção: ##Em resumo: Nos dias tuais, tem-se que os Estados podem, mediante EMENDA
CONSTITUCIONAL, limitar o valor da remuneração dos servidores públicos a um limite único no âmbito
do respectivo Estado, que corresponde a 90,25% do subsídio dos ministros do STF, excluindo-se dessa
regra os deputados estaduais, vereadores e juízes estaduais. Para os juízes estaduais, portanto, aplica-se a
regra geral do art. 37, XI, da CF, isto é, remuneração limitada ao subsídio mensal dos ministros do STF, e
não a 90,25% do subsídio dos Desembargadores.

(TJAP-2009-FCC): Na organização federativa brasileira, inclusive no que se refere a repartição de


competências entre entes federados, os Estados e o Distrito Federal podem fixar, em seu âmbito, mediante
emenda as respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
Desembargadores do respectivo Tribu-nal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, mas esta faculdade não se aplica
aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. BL: art. 37, §12, CF.

§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas
atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física
ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade
exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019) (TJRJ-2019)

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo,


emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do
vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte a


seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em
lei que extinga regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Art. 38. Ao servidor público da administração DIRETA, AUTÁRQUICA e FUNDACIONAL, NO


EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO, APLICAM-SE as seguintes disposições: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, FICARÁ AFASTADO de seu cargo,
emprego ou função; (MPF-2005) (DPEES-2009) (TJGO-2012)

II - investido no mandato de Prefeito, SERÁ AFASTADO do cargo, emprego ou função, SENDO-


LHE FACULTADO OPTAR pela sua remuneração; (TJSE-2008) (TJBA-2012) (TJGO-2012) (TJRS-2016)

III - investido no mandato de Vereador, HAVENDO COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS,


PERCEBERÁ as vantagens de seu cargo, emprego ou função, SEM PREJUÍZO da remuneração do cargo

135
eletivo, e, NÃO HAVENDO COMPATIBILIDADE, SERÁ APLICADA a norma do inciso anterior; (MPPB-
2011) (TJBA-2012) (TJGO-2012) (TJRS-2016)

OBS: Quantos aos incisos I a III do art. 38 da CF, vale ressaltar que a ÚNICA e EXCLUSIVA hipótese
de se acumular função pública + mandato eletivo, é no caso de VEREADOR. Porém, ainda sim, se
houver compatibilidade de horários, a regra é o afastamento!

(Téc. Judic./STJ-2018-CESPE): Julgue o seguinte item de acordo com as disposições constitucionais e legais
acerca dos agentes públicos. Em regra, o servidor público da administração autárquica que estiver no
exercício de mandato eletivo ficará afastado do seu cargo, emprego ou função, disposição também
aplicável ao servidor da administração pública fundacional. BL: art. 38, I, CF e art. 94, I da Lei 8112. (adm.)

OBS: A REGRA é que o servidor se AFASTE do seu cargo, emprego ou função, temos uma exceção o caso
de mandato de Vereador (inciso IV do art. 38, CF).

IV - em qualquer caso que EXIJA o AFASTAMENTO para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço SERÁ CONTADO para todos os efeitos legais, EXCETO para PROMOÇÃO POR
MERECIMENTO; (TJDFT-2007) (TJMS-2008) (DPEES-2009) (TJGO-2012) (MPSC-2019)

(MPPR-2016): Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, em qualquer caso


que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
os efeitos legais, inclusive para fins de promoção na carreira. BL: art. 38, IV, CF (administ.)

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como
se no exercício estivesse.

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse
regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios INSTITUIRÃO, no âmbito de sua
competência, REGIME JURÍDICO ÚNICO e PLANOS DE CARREIRA para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) (MPDFT-
2011) (TJRS-2012) (TJAP-2014)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)

(MPCE-2009-FCC): Consoante a disciplina constitucional e jurisprudencial relativa aos servidores


públicos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência,
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das
autarquias e das fundações públicas. BL: art. 39, CF.

##Atenção: A Constituição Federal, na redação originária do art. 39, tivemos a instituição de um regime
jurídico único (RJU), ou seja, quando falamos em um regime de contratação para trabalhar na
Administração Pública há um regime estatutário (calcada no estatuto dos servidores públicos) ou um
regime celetista (baseado no Direito do Trabalho, nas regras da CLT). Em 1988, na redação originária do
art. 39 da CF existia a regra de um RJU. Isso significa dizer que, por exemplo um determinado município
teria que optar por um dos dois regimes jurídicos de contratação. Ocorre que tivemos a Emenda
Constitucional nº 19/98 que alterou a redação do art. 39, acabando com essa exigência do RJU. Ou seja, de
1998 para frente seria possível ter, por exemplo, em um município os dois regimes jurídicos (estatutário e
celetista). Porém, pode-se afirmar que foi um fim entre aspas do regime jurídico único. Percebe-se, então,
que foi retirado do texto constitucional a exigência do RJU. E isso persistiu durante um longo período até
que o STF, analisando uma medida cautelar na ADI 2.135-4, SUSPENDEU, a redação dada pela EC 19/98.
Em outras palavras, o STF, através de uma decisão cautelar (provisória) suspendeu a eficácia da redação
dada pela EC 19/98. Portanto, temos duas redações do art. 39 da CF/88.
136
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório
OBSERVARÁ: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPDFT-2011) (TJPR-2012)

II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPDFT-
2011)

III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPDFT-2011)

(TJBA-2012-CESPE): Assinale a opção correta acerca da administração e dos servidores públicos: Segundo
a CF, para a fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório dos
servidores públicos, devem ser observados, além da natureza, do grau de responsabilidade e da
complexidade dos cargos componentes de cada carreira, os requisitos para a investidura e as
peculiaridades dos cargos. BL: art. 39, §1º, CF (administ.)

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal MANTERÃO ESCOLAS DE GOVERNO para a


formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os
entes federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJRO-2011) (MPMG-2011)

§ 3º APLICA-SE aos SERVIDORES OCUPANTES DE CARGO PÚBLICO o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, PODENDO a lei ESTABELECER
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (MPSE-2010) (TJRO-2011) (MPMG-2012) (TJRS-2016) (TJSC-2019)

(TJDFT-2016-CESPE): São direitos sociais atribuídos pela CF aos servidores públicos estatutários a
remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento do valor normal. BL:
art. 39, §3º c/c art. 7º, XVI, da CF.

##Atenção: Segundo art. 7º da CF, são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social: [...] XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no
mínimo, em cinqüenta por cento à do normal.

##Atenção: ##DICA: Aplicam-se aos servidores: art. 7º, IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII,
XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX.
SA-GA-NOTURNA , JORNADA-EXTRA, MULHER-RISCOS. NÃO-DIFERE-SEXO

SA= XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos
da lei;

GA= VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;

NOTURNA=IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

JORNADA=XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;

EXTRA= XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por


cento à do normal;

MULHER=XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos


termos da lei;

RISCOS= XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;

137
NÃO-DIFERE-SEXO= XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários


Estaduais e Municipais SERÃO REMUNERADOS EXCLUSIVAMENTE POR SUBSÍDIO fixado em
parcela única, VEDADO o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPF-2005) (MPPE-2008) (MPCE-2009) (TJES-2011)
(TJMS-2020)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Algumas leis municipais preveem que a pessoa que tiver exercido o cargo
de Vereador fará jus, após deixar o mandato, a um subsídio mensal e vitalício. Alguns chamam isso de
representação, outros de pensão vitalícia e outros de pensão civil. A previsão desse pagamento é
compatível com a CF/88? NÃO. O STF fixou a seguinte tese a respeito do tema: Lei municipal a versar a
percepção, mensal e vitalícia, de “subsídio” por ex-vereador e a consequente pensão em caso de morte
não é harmônica com a CF/1988. Lei municipal versando subsídio vitalício considerado o exercício de
mandatos de vereador e a consequente pensão em caso de morte é incompatível com a CF/1988. STF.
Plenário. RE 638307/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 19/12/19 (Tema 672 – repercussão geral) (Info 964).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O STF decidiu que o art. 39, § 4º, da CF/88 não é incompatível com o
pagamento de terço de férias e décimo terceiro salário (Tema 484 da Repercussão Geral). Cumpre
registrar que a CF/88 prevê, em seu art. 39, § 3º, que os servidores públicos gozam de terço de férias e
13º salário, não sendo vedado o seu pagamento de forma cumulada com o subsídio. Assim, os
Vereadores, mesmo recebendo sua remuneração por meio de subsídio (parcela única), podem ter direito
ao pagamento de terço de férias e de décimo terceiro salário. Vale ressaltar, no entanto, que o pagamento
de décimo terceiro e do terço constitucional de férias aos agentes políticos com mandato eletivo não é
um dever, mas sim uma opção, que depende do legislador infraconstitucional. Assim, a definição sobre
a adequação de percepção dessas verbas está inserida no espaço de liberdade de conformação do
legislador infraconstitucional. Em outras palavras, o legislador municipal decide se irá ou não conceder
tais verbas aos Vereadores. Se não houver lei concedendo, eles não terão direito. Desse modo, é possível
o pagamento de terço de férias e de décimo terceiro salário aos Vereadores, mas desde que a percepção
de tais verbas esteja prevista em lei municipal. STF. 1ª T. Rcl 32483 AgR/SP, Rel. Min. Roberto Barroso,
j. 3/9/19 (Info 950).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O § 4º do art. 39 da CF/88 prevê que os servidores remunerados pelo regime
de subsídio recebem “parcela única” mensal, sendo “vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória”. Vale ressaltar, no
entanto, que o art. 39, § 4º, da CF/88 não estabelece uma vedação absoluta ao pagamento de outras verbas
além do subsídio. O modelo de remuneração por subsídio tem por objetivo evitar que atividades
“normais” exercidas pelo servidor público, ou seja, atividades que são inerentes ao cargo que ele ocupa
(e que já são remuneradas pelo subsídio) sejam também remuneradas com o acréscimo de outras
parcelas adicionais. Dito de outra forma: o subsídio remunera o servidor pelas atividades que ele realiza
e que são inerentes ao seu cargo, ou seja, as atividades “normais” de seu cargo. O art. 39, § 4º proíbe que
este servidor receba outras verbas (além do subsídio) para exercer essas atividades “normais”. Contudo,
o art. 39, § 4º, não proíbe que o servidor receba: a) valores que não ostentam caráter remuneratório, como
os de natureza indenizatória; e b) valores pagos como retribuição por eventual execução de encargos
especiais não incluídos no plexo das atribuições normais e típicas do cargo considerado. O que o art. 39,
§ 4º, da CF impede é a acumulação do subsídio com outras verbas destinadas a retribuir o exercício de
atividades próprias e ordinárias do cargo. Justamente por isso, é constitucional lei estadual que preveja
o pagamento de gratificação para servidores que já recebem pelo regime de subsídio quando eles
realizarem atividades que extrapolam as funções próprias e normais do cargo. Essas atividades, a serem
retribuídas por esta parcela própria, detêm conteúdo ocupacional estranho às atribuições ordinárias do
cargo e, portanto, podem ser remuneradas por gratificação além da parcela única do subsídio, sem que
isso afronte o art. 39, § 4º, da CF. Essa gratificação somente seria inconstitucional se ficasse demonstrado
que estaria havendo um duplo pagamento pelo exercício das mesmas funções normais do cargo. STF.
Plenário. ADI 4941/AL, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, j. 14/8/19 (Info 947).

##Questiona-se: ##DOD: Quais categorias recebem por subsídio? Segundo o § 4º do art. 39 são
remunerados exclusivamente por subsídio: a) os membros de Poder (Presidente, Governador, Prefeito,
parlamentares, magistrados); b) os detentores de mandato eletivo; c) os Ministros de Estado; d) os
Secretários Estaduais e Municipais. Além disso, existem alguns dispositivos esparsos da CF/88 que
exigem o regime de subsídio para as seguintes carreiras: a) membros do Ministério Público (art. 128, §
5º, I, “c”); b) membros da Defensoria Pública (art. 135); c) membros da Advocacia Pública (art. 135); d)
138
Ministros do TCU (art. 73, § 3º); e) servidores policiais (art. 144, § 9º). As carreiras acima listadas devem
obrigatoriamente receber por meio de subsídio. A lei não pode estipular forma diferente, sob pena de
ser inconstitucional.

##Questiona-se: ##DOD: Além desses, outros servidores também podem receber por subsídio? SIM. O
§ 8º do art. 39 afirma que a remuneração de todos os servidores públicos que são organizados em carreira
poderá ser fixada por meio do regime de subsídio. Assim, com base nessa previsão do § 8º, a lei poderá
prever o regime de subsídio para outros servidores públicos além dos que foram acima listados. O
conceito de subsídio não se aplica, portanto, unicamente aos agentes políticos, como ocorria
anteriormente, comportando extensão a todas as categorias de servidores organizadas em carreira, nos
termos do art. 39, § 8º, da CF/88.

(TCEMG-2018): Analise as afirmativas seguintes, relativas à remuneração dos deputados estaduais: É


fixada sob a forma de subsídio, em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional,
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. BL: art. 39, §4º, CF/88.

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre
a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37,
XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da


remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou
prêmio de produtividade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJPA-2012)

§ 8º A REMUNERAÇÃO dos servidores públicos organizados em carreira PODERÁ SER FIXADA


nos termos do § 4º. [obs.: por SUBSÍDIO] (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPCE-2009)
(TJSC-2010) (TJES-2011) (TJRS-2012)

§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função


de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de
aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (TJRO-2019)

§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do
respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

II - COMPULSORIAMENTE, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)


anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (TJMS-2020)

##Atenção: ##STF – Reperc. Geral – Tese 763: ##DOD: ##TJMS-2020: ##FCC: A aposentadoria
compulsória não se aplica para cargo em comissão: Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente
em comissão não se submetem à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da
CF/88. Este dispositivo atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo. Por conta disso, não
existe qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão. Ressalvados impedimentos
de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo, aposentado
139
compulsoriamente, permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado
para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de
vínculo efetivo com a Administração. STF. Plenário. RE 786540, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 15/12/16
(repercussão geral) (Info 851). STJ. 2ª T. RMS 36.950-RO, Rel. Min. Castro Meira, DJe 26/4/13 (Info 523).
Portanto, o STF entende que “os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à
regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de
provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão”.

##Atenção: ##STF: ##MPF-2011: ##TJMG-2012: "O art. 40, § 1º, II, da Constituição do Brasil, na redação
que lhe foi conferida pela EC 20/1998, está restrito aos cargos efetivos da União, dos Estados-membros, do
Distrito Federal e dos Municípios – incluídas as autarquias e fundações. Os serviços de registros públicos,
cartorários e notariais são exercidos em caráter privado por delegação do Poder Público – serviço público
não privativo. Os notários e os registradores exercem atividade estatal, entretanto não são titulares de
cargo público efetivo, tampouco ocupam cargo público. Não são servidores públicos, não lhes
alcançando a compulsoriedade imposta pelo mencionado art. 40 da CF/1988 – aposentadoria
compulsória aos setenta anos de idade." (ADI 2.602, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, j. 24/11/05, Plenário)
No mesmo sentido: AI 494.237-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 23/11/10, 2ª T.; RE 478.392-AgR, Rel.
Min. Cezar Peluso, j. 14/10/08, 2ª T., j 21/11/08; Rcl 5.526-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j.
25/6/08, Plenário; AI 655.378-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 26/2/08, 2ª T. Vide: RE 556.504-ED, Rel.
Min. Dias Toffoli, j. 10/8/10, 1ª T.; MS 28.440 ED-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 19/6/13.

III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco)
anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima
estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de
contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º
do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado
o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente
federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime


próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente
socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput
do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada
a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

##Atenção: ##STF – Reperc. Geral – Tese 942: ##DOD: Até a edição da EC nº 103/19, o direito à conversão,
em tempo comum, do prestado sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física
de servidor público decorre da previsão de adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
jubilação daquele enquadrado na hipótese prevista no então vigente inciso III do § 4º do art. 40 da
CF/88, devendo ser aplicadas as normas do regime geral de previdência social relativas à aposentadoria
especial contidas na Lei 8.213/91 para viabilizar sua concretização enquanto não sobrevier lei

140
complementar disciplinadora da matéria. Após a vigência da EC nº 103/19, o direito à conversão em
tempo comum, do prestado sob condições especiais pelos servidores obedecerá à legislação
complementar dos entes federados, nos termos da competência conferida pelo art. 40, § 4º-C, da CF/88.
STF. Plenário.RE 1014286, Rel. Luiz Fux, Relator p/ Acórdão Edson Fachin, j. 31/08/20 (Info 992)

§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às
idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição,


É VEDADA a percepção de mais de uma aposentadoria À CONTA DE REGIME PRÓPRIO DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios
previdenciários estabelecidas no REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

(TJMS-2020-FCC): Juan Mesquita é brasileiro naturalizado, tem 55 anos de idade e acaba de se aposentar.
Antes da aposentadoria, ocupava emprego público de fisioterapeuta em Hospital Municipal. Candidatou-
se em concurso público para o cargo efetivo de fiscal de rendas do Estado e foi aprovado. Sabe-se que
dispõe da escolaridade exigida para o cargo, goza de boa saúde física e mental, está em dia com suas
obrigações militares e eleitorais e em pleno gozo de seus direitos políticos. Considerando a situação
descrita, é correto concluir que Juan poderá tomar posse no cargo público, pois não há nenhum
impedimento para tanto. BL: art. 40, §6º, CF

##Atenção: O art. 37, caput, XVI da CF veda a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, quando se tratar de dois cargos de professor, um de professor e outro
técnico ou científico, e dois cargos ou empregos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
Além disso, o art. 40, § 6º, da CF, proíbe, ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
acumuláveis, a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do RPPS. No caso em tela, o Juan
cumularia uma aposentadoria pelo RPPS com um cargo público, não incidindo em nenhuma das hipóteses
defesas pela Constituição.

##Atenção: ##TRF4: ##TJMS-2020: ##FCC: Não há vedação ao recebimento simultâneo de benefício de


aposentadoria alcançada pelo Regime Geral de Previdência Social com salários decorrentes do exercício
do cargo público, porquanto a EC 20/98, estabeleceu somente a impossibilidade de acumulação de
remuneração de emprego público ou cargo público com proventos de aposentadoria decorrentes dos arts.
40, 42 e 143 da CF/88, ou seja, resultantes do regime previdenciário especial, destinado aos servidores
públicos efetivos, regidos pelos respectivos estatutos. (TRF4 5009856-84.2019.4.04.0000, CORTE
ESPECIAL, Rel. Maria de Fátima Freitas Labarrère, juntado aos autos em 3/0/19)

§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida
pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B
decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da
parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº
41, 19.12.2003)

II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento,


até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Algumas Constituições estaduais preveem que a pessoa que tiver exercido
o cargo de Governador do Estado fará jus, após deixar o mandato, a um subsídio mensal e vitalício.
Alguns chamam isso de representação, outros de pensão vitalícia e outros de pensão civil. A previsão
desse pagamento é compatível com a CF/88? NÃO. A instituição de prestação pecuniária mensal e

141
vitalícia a ex-governadores corresponde à concessão de benesse que não se compatibiliza com a CF/1988
(notadamente com o princípio republicano e o princípio da igualdade, consectário daquele), por
configurar tratamento diferenciado e privilegiado sem fundamento jurídico razoável, em favor de quem
não exerce função pública ou presta qualquer serviço à administração. Os ex-Governadores (ou as
viúvas) que foram beneficiados com esse “subsídio” ou com a “pensão” dela decorrente terão que
devolver as quantias que receberam antes do STF declarar inconstitucional a previsão da Constituição
Estadual? NÃO. Não é necessária a devolução dos valores percebidos até o julgamento da ação. Isso por
conta dos princípios da boa-fé, da segurança jurídica e, ainda, da dignidade da pessoa humana. STF.
Plenário. ADI 4545/PR, Rel. Min. Rosa Weber, j. 5/12/19 (Info 962).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Natureza dessa verba: É difícil definir a natureza jurídica
desse valor pago aos ex-Governadores. Ele não pode ser considerado “representação” uma vez que essa
verba é recebida pela autoridade para custear as despesas de um gabinete com servidores etc., como é o
caso dos Deputados e Senadores. Os ex-Governadores não são mais autoridades nem administram qualquer
gabinete. Não se pode dizer que se trata “pensão previdenciária” considerando que, no serviço público, a
pensão previdenciária é o benefício pago aos dependentes do agente público que faleceu (art. 40, § 7º,
CF/88), o que não tem nada a ver com a presente situação. De igual modo, não há possibilidade de enquadrar
essa verba como “pensão civil”, haja vista que esta seria devida para o caso de lesão ou outra ofensa à saúde
(art. 949 do CC), sendo paga pelo causador do dano à vítima.

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor


real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
(MPMG-2010) (TJAP-2014)

§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de
aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será
contado para fins de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (TJRO-
2019)

§ 10 - A lei NÃO PODERÁ ESTABELECER qualquer forma de contagem de tempo de


CONTRIBUIÇÃO FICTÍCIO. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) (MPF-2005) (TJRO-
2011) (TJSC-2013) (TJDFT-2014)

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas
a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de
inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98)

§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no que
couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 13. APLICA-SE ao agente público ocupante, EXCLUSIVAMENTE, de cargo em comissão declarado


em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, INCLUSIVE mandato eletivo, ou de
emprego público, o REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019) (TJRO-2019) (TJMS-2020)

##Atenção: ##TJRO-2019: ##VUNESP: ##TJMS-2020: ##FCC: O Regime Próprio de Previdência Social


(RPPS) não se aplica para os ocupantes exclusivamente de cargos em comissão, função temporária,
inclusive mandato eletivo, e emprego público. Para estes, aplica-se o Regime Geral de Previdências Social
(RGPS), consoante dispõe a nova redação dada pela EC 103/2019 ao §13º do art. 40 da CF/88.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do
respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de
cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor
das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

142
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente
na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de
entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao
servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98) (TRF1-2009) (TJRR-2015)

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão
devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de
que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares
de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) (TRF1-2009) (MPMG-2010)
(TJRO-2019)

§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular
de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por
permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor da
sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (TJRO-2019)

§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão
ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades
autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os
parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 21. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade
em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência
Social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 103, de 2019)

III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de


2019)

V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para
vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer
natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº


103, de 2019)

VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com
governança, controle interno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
143
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições
relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e


extraordinárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Art. 41. SÃO ESTÁVEIS após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998) (DPU-2007) (MPPE-2008) (MPSP-2008) (TJSC-2009) (TRF5-2009) (MPMG-2011) (MPPB-2011) (TJPA-
2012) (MPRS-2014) (MPSC-2016) (TJRS-2018)

(TJCE-2012-CESPE): Considerando as disposições constitucionais, legais e doutrinárias acerca de


servidores e cargos públicos, assinale a opção correta: A vitaliciedade somente é possível com relação aos
cargos que a CF define como de provimento vitalício, não podendo a legislação ordinária ampliar os cargos
dessa natureza. BL: art. 41, caput e art. 95, I, CF (adm.).

##Atenção: Maria Sylvia Zanella Di Pietro explica que somente é possível com relação aos cargos que a
CF/1988 define como de provimento vitalício, uma vez que a vitaliciedade constitui exceção à regra geral
da estabilidade, definida no artigo 41. Logo, a lei ordinária não poderá ampliar os cargos dessa natureza.
(DI PIETRO, p.573).

(TJRJ-2011-VUNESP): Estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público,


outorgada ao servidor que, nomeado para cargo de provimento efetivo, em virtude de concurso público,
tenha transposto o estágio probatório de três anos, após ser submetido a avaliação especial de desempenho
por comissão instituída para essa finalidade. Nesse contexto, é correto asseverar que não há que se
confundir efetividade com estabilidade, porque aquela é uma característica da nomeação, e esta é um
atributo pessoal do ocupante do cargo, adquirido após a satisfação de certas condições de seu exercício.
BL: arts. 37, II e 41, CF.

##Atenção: Portanto, não há que se confundir estabilidade com efetividade. Esta é atributo do cargo,
designando o funcionário desde o instante da nomeação, enquanto aquela é aderência no serviço público,
posteriormente ao preenchimento dos requisitos legais. A efetividade é adquirida com a nomeação para
cargo público após aprovação em concurso público, na forma dos art, 37, II e 41 da CF (RTJ 165/684).

(TRF5-2009-CESPE): A Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco editou a Lei n.º X/2008, de


iniciativa do governador, reformulando vários aspectos (criação de cargos, regime jurídico dos servidores,
remuneração, transferência de detentos, procedimentos etc.) do sistema penitenciário do Estado. Entre os
dispositivos dessa lei, incluem-se os seguintes: “Art. 4.º Fica criado, na estrutura organizacional da Secretaria
de Estado da Justiça e de Direitos Humanos, o quadro suplementar de assistente jurídico penitenciário, sendo
assegurado ao servidor estadual investido na função de assistente jurídico de estabelecimento penitenciário o direito
de permanecer nessa função, que será extinta com a respectiva vacância. Parágrafo único - Fica limitado a cinquenta
o número de funções do quadro suplementar a que se refere o caput deste artigo, sendo atribuída a seus ocupantes a
remuneração correspondente à de defensor público de 1.ª classe, observada a carga horária deste. (...) Art. 5.º O estágio
probatório dos servidores ocupantes do quadro criado no artigo 4.º é de dois anos. (...)” Em face dos aspectos
hipotéticos da Lei n.º X/2008 e das disposições constitucionais relativas à administração pública e aos
servidores públicos, assinale a opção correta: Segundo o entendimento do STJ, a redação do art. 5.º da Lei
n.º X/2008 seria incompatível com o dispositivo constitucional, que confere estabilidade ao servidor
público após três anos de efetivo exercício. BL: art. 41, CF e Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STJ: O STJ firmou orientação no sentido de que, após a EC 19/98, o prazo do estágio
probatório passou a ser de 3 anos, acompanhando a alteração para aquisição da estabilidade, não
obstante se tratar de institutos distintos. STJ. 5ª T. AgRg no REsp 1171995/RS, Rel. Min. Adilson Vieira
Macabu (Des. Conv. do TJ/RJ), j. 16/08/11.

§ 1º O SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL SÓ PERDERÁ o cargo: (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 19, de 1998) (TJAP-2008) (TJPR-2010) (TJRO-2011) (MPMG-2011) (TJCE-2012) (TJPA-2012)
(MPSC-2013)

144
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998) (TJDFT-2007) (MPSP-2008) (TJCE-2012)

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJDFT-2007) (MPSP-2008) (TJCE-2012)

Súmula 21-STF: Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito
ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade.

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,


assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPSP-2008) (MPSC-2012)

##Atenção: ##MPSC-2016: ##TJRS-2018: Nos termos do art. 41 da CF/88, são estáveis após três anos de
efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público. Os empregados públicos são regidos pela CLT e devem ter sido previamente aprovados em
concurso público. Todavia, os empregados públicos não possuem a garantia da estabilidade uma vez
que não são detentores de cargo público, mas sim, contratados pelo regime celetista. Como referido,
aqueles empregados públicos admitidos em período anterior ao advento da EC nº 19/18, farão jus à
estabilidade prevista no art. 41 da CF. Ressalte-se o teor da Súmula 390 do TST: "Ao empregado de empresa
pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é
garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988". Por fim, entende o STF que empregados públicos não
fazem jus à estabilidade (STF. Plenário. RE 589.998/PI, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 20.3.13). A
estabilidade a que alude o art. 41 da CF atinge os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo.

(MPPE-2014-FCC): Possui eficácia limitada a norma constitucional segundo a qual o servidor público
estável só perderá o cargo mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º INVALIDADA por sentença judicial a DEMISSÃO do servidor estável, SERÁ ele


REINTEGRADO, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJPR-2010) (TJDFT-2012)
(MPRS-2014) (TJAM-2016) (TJRJ-2019)

(TJSC-2017-FCC): Rafael Da Vinci foi nomeado Delegado de Polícia Federal e, ao fim do período de estágio
probatório, foi reprovado na avaliação de desempenho e exonerado do cargo. Inconformado, ajuizou ação
visando anular o processo administrativo que culminou em sua exoneração. Nesse ínterim, prestou
concurso para Delegado de Polícia Estadual, sendo aprovado e empossado no referido cargo. Sobreveio,
então, decisão definitiva na ação judicial por ele ajuizada, anulando o ato expulsório. Neste caso, para ser
reintegrado no cargo de Delegado de Polícia Federal, Rafael deverá requerer a exoneração do cargo de
Delegado de Polícia Estadual. BL: art. 37, XVI26 e art. 41, §2º, CF c/c art. 28, Lei 8112/9027

##Atenção: ##STF: A reintegração é a reinvestidura do servidor ESTÁVEL no cargo anteriormente


ocupado quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial (art. 28 da Lei 8112/90).
No caso em tela, para ser REINTEGRADO ao cargo de Delegado da Polícia Federal, Rafael deverá pedir
exoneração do cargo de Delegado da Polícia Estadual, dada a inacumulabilidade de ambos os cargos (art.
37, XVI da CF. Portanto, por se tratar de cargos inacumuláveis, o retorno ao cargo anterior teria por
pressuposto, de fato, a exoneração a pedido formulada no novo cargo. Sobre o tema, o STF assim se
manifestou: “O servidor público ocupante de cargo efetivo, ainda que em estágio probatório, não pode ser
exonerado ad nutum, com base em decreto que declara a desnecessidade do cargo, sob pena de ofensa à garantia
do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Incidência da Súmula 21 do STF. Recurso a que

26 Art. 37. (...) XVI -


é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo
de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas;
27 Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo

resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com
ressarcimento de todas as vantagens.
145
se dá provimento, para determinar a reintegração dos autores no quadro de pessoal da Prefeitura Municipal
de Bicas/MG”. (STF. 1ª T., RE 378041, Rel. Min. Ayres Britto, j. 21/09/04).

##Atenção: No caso em tela, parcela da doutrina evita utilizar a expressão “reintegração”, já que esta
terminologia estaria associada ao retorno de um servidor já estável. Porém, embora não a utilizem,
ninguém ignora que os efeitos serão exatamente os mesmos, isto é, o servidor retornará ao cargo que
ocupava recebendo todos os direitos e vantagens do período em que esteve afastado, e todo o tempo será
contado como se estivesse em efetivo exercício. Para fins de concurso público, a redação literal da CF/88
prega a necessidade do servidor ser estável para que haja a reintegração, Por outro lado, na
jurisprudência, há posição firmada pelo próprio STF admitindo a reintegração, mesmo na hipótese do
servidor ainda não ter a proteção da estabilidade.

§ 3º EXTINTO o cargo ou DECLARADA a sua desnecessidade, o servidor estável FICARÁ EM


DISPONIBILIDADE, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJDFT-2008)
(TJAP-2008) (TRF4-2009) (TJPA-2012) (MPRS-2014) (TJRJ-2019)

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho


por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas
com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) (TJRR-2008)

§ 1º APLICAM-SE aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a
ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, CABENDO a lei
estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas
pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(TJRR-2008-FCC): Relativamente aos militares dos Estados, prevê a CF/88 que cabe à lei estadual
específica dispor, entre outros assuntos, sobre seus direitos, deveres, remuneração e prerrogativas. BL: art.
42, §1º c/c art. 142, §3º, X28 da CF/88.

##Atenção: Quanto aos militares dos Estados, prevê a CF que a eles se aplicam as condições de
elegibilidade previstas para os militares da União que contem com mais de 10 anos de serviço.

##Atenção: Se aplicam também as mesmas regras que aos servidores civis quanto à contagem de tempo
de contribuição para efeito de aposentadoria, e também, quanto a tempo de serviço para fins de
disponibilidade.

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que
for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003) (TJRR-2008)

§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso
XVI, com prevalência da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019)

Seção IV
DAS REGIÕES

28Art. 142. (...). § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que
vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (...) X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os
limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os
deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades
de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra.
146
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União PODERÁ ARTICULAR sua ação em um mesmo
complexo GEOECONÔMICO e SOCIAL, VISANDO a seu desenvolvimento e à redução das
desigualdades regionais. (MPRO-2008) (MPF-2008)

§ 1º. Lei complementar disporá sobre:

I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;

II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais,
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.

§ 2º. Os INCENTIVOS REGIONAIS COMPREENDERÃO, além de outros, na forma da lei:

I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder
Público;

(MPRO-2008-CESPE): Quanto à organização do Estado, assinale a opção correta: Para efeitos


administrativos, a União poderá articular a sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social,
visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais, inclusive, por meio de isenções
tributárias ou mesmo igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de
responsabilidade do poder público. BL: art. 43, caput e §2º, I, CF.

II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;

III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou
jurídicas;

IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou
represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.

§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará
com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e
de pequena irrigação.

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 44. O PODER LEGISLATIVO É EXERCIDO pelo Congresso Nacional, que SE COMPÕE da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. (MPDFT-2009)

##Atenção: ##MPDFT-2009: No Poder Legislativo federal/nacional, a CF/88 incorporou o sistema


bicameral, no qual o Congresso Nacional é composto por duas Casas: i) a dos Deputados Federais
(representantes do povo) e; ii) e dos senadores (representantes dos Estados-membros e Distrito Federal).
Todavia, no âmbito estadual (Assembleia Legislativa Estadual), distrital (Câmara Legislativa Distrital) e
municipal (Câmara Municipal), o constituinte optou pelo sistema unicameral.

Parágrafo único. CADA LEGISLATURA TERÁ a duração de quatro anos. (TJPR-2010) (TJDFT-2016)

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo SISTEMA
PROPORCIONAL, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. (MPF-2011) (TJAC-2012)
(TJRN-2013) (TJSC-2013/2017)

147
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal,
SERÁ ESTABELECIDO por LEI COMPLEMENTAR, proporcionalmente à população, PROCEDENDO-
SE aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação
TENHA menos de oito ou mais de setenta Deputados. (TJAC-2012) (TJRN-2013) (TJSC-2013/2017)

(TJGO-2009-FCC): Ao dispor sobre direitos políticos, a CF/88 determina que o voto tem valor igual para
todos, mas que nenhuma unidade da Federação pode ter menos de oito ou mais de setenta Deputados.
BL: art. 14 e art. 45, §1º, CF.

§ 2º CADA TERRITÓRIO ELEGERÁ quatro Deputados.

##Atenção: O Território não possui Senadores.

Art. 46. O Senado Federal COMPÕE-SE de representantes dos Estados e do Distrito Federal,
ELEITOS segundo o PRINCÍPIO MAJORITÁRIO. (TJSC-2009) (TRF4-2009) (MPRO-2010) (TJPB-2011)
(TRF1-2011) (MPF-2011)

(TJPI-2012-CESPE): De acordo com a CF, os territórios federais, uma vez criados, não elegem
representantes para o Senado Federal, mas sua população tem a prerrogativa de eleger quatro deputados
para representá-la na Câmara dos Deputados. BL: art. 45, §2º e art. 46, CF.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal ELEGERÃO três Senadores, COM MANDATO de oito anos.
(MPRO-2010) (TJPB-2011) (TJDFT-2016)

§ 2º A REPRESENTAÇÃO de cada Estado e do Distrito Federal SERÁ RENOVADA de quatro em


quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. (TRF4-2009) (MPRO-2010) (TJPB-2011)

(MPGO-2016): O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário, sendo que cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com
mandato de oito anos. BL: art. 46, §§1º e 2º, CF.

§ 3º Cada Senador SERÁ ELEITO com dois suplentes. (TJSC-2009) (TJPB-2011)

OBS: Cada Senador será eleito com dois suplentes, que não são submetidos a voto.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas
Comissões SERÃO TOMADAS POR MAIORIA DOS VOTOS, PRESENTE A MAIORIA ABSOLUTA de
seus membros. (TJPI-2012) (TRF2-2017)

(MPGO-2016): Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações da Câmara dos Deputados e


do Senado Federal, inclusive de suas Comissões, serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria
absoluta de seus membros. BL: art. 47, CF/88.

Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. CABE ao CONGRESSO NACIONAL, com a sanção do Presidente da República, não exigida
esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, DISPOR sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre: (MPGO-2016)

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; (MPPB-2010) (TJES-2011)

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública
e emissões de curso forçado; (TJAP-2008) (MPCE-2009) (MPGO-2016)

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; (TJSC-2010) (TJBA-2012)

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;


148
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, OUVIDAS


as respectivas Assembléias Legislativas; (TJRN-2013)

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII - concessão de anistia; (MPPB-2010) (TJPE-2013)

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União


e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (TJSC-2013)

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que


estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

XII - telecomunicações e radiodifusão;

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

##Atenção: ##STF: ##TJPR-2017: ##CESPE: Conforme jurisprudência reiterada do STF, não cabe ao
Poder Judiciário autorizar a correção monetária da tabela progressiva do imposto de renda na ausência
de previsão legal nesse sentido. Entendimento cujo fundamento é o uso regular do poder estatal de
organizar a vida econômica e financeira do país no espaço próprio das competências dos Poderes
Executivo e Legislativo. (STF. Plenário. RE 388312, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Min. Cármen
Lúcia, j. 01/08/11). Segundo o Min. Ayres Britto, no artigo “Regime Constitucional da Correção Monetária”,
publicado na Revista Trimestral de Direito Público 14/1996, reconhece que as obrigações em dinheiro sem
direta regração constitucional quanto à incidência da correção monetária “ficam na dependência de
expedição de lei federal, pois cabe ao Congresso Nacional legislar sobre ‘matéria financeira, cambial e monetária,
instituições financeiras e suas operações’ (inciso XIII do art. 48 da CF)”.

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal. (STM-2013)

XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts.
39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Art. 49. É da COMPETÊNCIA EXCLUSIVA do Congresso Nacional:

I - RESOLVER definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que ACARRETEM


encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; (DPU-2007) (DPEMS-2008) (TJSP-2011)
(TJDFT-2011) (TJBA-2012) (TJCE-2012) (PCRS-2018)

(MPES-2010-CESPE): No ordenamento jurídico interno brasileiro, tratado internacional acerca de matéria


tributária celebrado entre a República Federativa do Brasil e outro Estado da sociedade internacional passa
a vigorar na data de início da vigência do decreto que o promulgar. BL: art. 49, I c/c art. 84, VIII da CF e
Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##Doutrina: ##STF: Ricardo Alexandre explica que, “No Brasil, o inciso VIII do art. 84 da CF
atribui privativamente ao Presidente da República a competência para firmar tratados, convenções e atos
internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. A aprovação parlamentar (CF, art. 49, I), é manifestada
por meio de decreto legislativo, fase imprescindível para que o ato produza efeitos no território nacional. O Supremo
Tribunal Federal entende que, enquanto não completo todo o procedimento constitucional para a
incorporação do tratado ao direito interno, não haverá qualquer produção doméstica de efeitos do ato
firmado pelo Presidente da República. Nos autos da Carta Rogatória 8.279-4 (AgRg), o STF, de maneira
extremamente didática, resumiu as fases necessárias e suficientes para o efeito de ulterior execução, no plano interno,
das regras contidas no tratado já firmado pelo Chefe de Estado. São elas: 1. Aprovação pelo Congresso
149
Nacional, mediante decreto legislativo; 2. Ratificação pelo Presidente da República, mediante depósito do
respectivo instrumento; 3. Promulgação pelo Presidente da República, mediante decreto presidencial, em
ordem a viabilizar a produção dos seguintes efeitos básicos, essenciais à sua vigência interna: a) publicação
oficial do texto do tratado, e b) executoriedade do ato de direito internacional público, que passa, então – e somente
então – a vincular e a obrigar no plano do direito positivo interno (STF, CR/8.729, Rel. Min. Presidente, DJ
26.05.1999).” (Fonte: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 14ª ed. 2020, p. 284)

II - AUTORIZAR o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a PERMITIR que


FORÇAS ESTRANGEIRAS TRANSITEM pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente,
ressalvados os casos previstos em lei complementar; (TRF2-2009) (TJSP-2011)

III - AUTORIZAR o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando A


AUSÊNCIA exceder a quinze dias; (TJES-2011)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A exigência de prévia autorização da assembleia legislativa para o


governador e o vice-governador do Estado ausentarem-se, “em qualquer tempo”, do território nacional
mostra-se incompatível com os postulados da simetria e da separação dos Poderes. A Constituição
Federal, em seu art. 49, III e em seu art. 83, prevê que é da competência do Congresso Nacional autorizar
o Presidente e o Vice-presidente da República a se ausentarem do País quando a ausência for por
período superior a 15 dias. Logo, afronta os princípios da separação dos Poderes e da simetria a norma
da Constituição estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa para que o Governador e
o Vice-governador se ausentem do País por qualquer prazo. Os Estados-membros não podem criar
novas ingerências de um Poder na órbita de outro que não derivem explícita ou implicitamente de regra
ou princípio previsto na Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5373 MC/RR, Rel. Min. Celso de Mello,
j. 9/5/2019 (Info 939).

##Atenção: ##STF: ##DOD: A Constituição Estadual do Amapá trouxe regra dizendo que se o Prefeito
ou o Vice-Prefeito for viajar ao exterior, “por qualquer tempo”, ele deverá pedir uma licença prévia da
Câmara Municipal para a viagem. O STF considerou inconstitucional a expressão “por qualquer
tempo”. Essa regra de “por qualquer tempo” está em desacordo com o princípio da simetria. Isso porque
a CF/88 somente exige autorização do Congresso Nacional se a ausência do Presidente da República for
superior a 15 dias (art. 49, III). De igual modo, a Constituição do Estado do Amapá também só exige
autorização da Assembleia Legislativa se a ausência do Governador (ou do Vice) for superior a 15 dias
(art. 118, § 1º). Logo, a exigência de autorização da Câmara Municipal para que o Prefeito possa se
ausentar por períodos menores que 15 dias quebra a simetria existente em relação ao Governador. STF.
Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 25/10/18 (Info 921).

IV - APROVAR o estado de defesa e a intervenção federal, AUTORIZAR o estado de sítio, ou


SUSPENDER qualquer uma dessas medidas; (MPSP-2006) (TJAC-2012) (TJAL-2019) (TJPA-2019)

##Atenção: Não há participação do Presidente da República nessa decisão.

V - SUSTAR os atos normativos do Poder Executivo que EXORBITEM do poder regulamentar ou


dos limites de delegação legislativa; (MPGO-2010) (MPSE-2010) (TJPB-2011) (TJPI-2012) (TJCE-2012)
(TJMT-2014) (TJDFT-2012/2015)

(AGU-2015-CESPE): Foi editada portaria ministerial que regulamentou, com fundamento direto no
princípio constitucional da eficiência, a concessão de gratificação de desempenho aos servidores de
determinado ministério. Com referência a essa situação hipotética e ao poder regulamentar, julgue o
próximo item. A portaria em questão poderá vir a ser sustada pelo Congresso Nacional, se essa casa
entender que o ministro exorbitou de seu poder regulamentar. BL: art. 49, V, CF.

(TJSP-2013-VUNESP): Ato Normativo do Presidente da República que exorbita dos limites de delegação
legislativa autoriza o Congresso Nacional a sustar a parte do Ato Normativo do Poder Executivo que
exorbitou dos limites de delegação legislativa, por meio de Decreto Legislativo. BL: art. 49, V, CF.

(TRF2-2009-CESPE): Quanto à atuação do Poder Legislativo federal e às espécies normativas, assinale a


opção correta: Caso o presidente da República extrapole os limites fixados na resolução concedente da

150
delegação legislativa, o Congresso Nacional, mediante decreto legislativo, pode sustar a lei delegada, com
efeitos ex nunc. BL: art. 49, V, CF.

##Atenção: A CF/88 outorgou ao Congresso a competência para sustar os atos do Executivo que exorbitem
os limites da delegação legislativa (art. 49, V da CF). É importante ter sempre em mente que a delegação
legislativa deve ter conteúdo determinado, preciso, definido, não podendo constituir um "cheque em
branco" para a atuação legislativa do Presidente da República. O ato de sustação do Congresso surtirá
efeitos ex nunc, porquanto não se cuida de pronúncia de inconstitucionalidade, mas sim de sustação de
eficácia.

(MPAM-2007-CESPE): Assinale a opção correta acerca do controle da administração pública: A sustação,


pelo Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar
configura controle externo. BL: art. 49, V, CF (adm.).

VI - mudar temporariamente sua sede;

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os
arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VIII - FIXAR os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de


Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IX - JULGAR ANUALMENTE as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os


relatórios sobre a execução dos planos de governo; (TJDFT-2007) (MPMG-2010) (TJPB-2011) (MPF-2012)
(TJPE-2013)

(TRF2-2013-CESPE): No Brasil, o órgão que tem competência exclusiva para julgar anualmente as contas
prestadas pelo presidente da República é o Congresso Nacional. BL: art. 49, IX c/c art. 71, I, CF.

##Atenção: Vejamos o seguinte resumo:


➢ Quem julga as contas do Presidente da República é o Congresso Nacional;
➢ Quem as aprecia é o TCU;
➢ Quem as examina e emite parecer sobre elas é a Comissão mista permanente de deputados e
senadores (Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização).

(TJES-2011-CESPE): Ao Congresso Nacional cabe fixar os subsídios do presidente, do vice-presidente da


República e dos ministros de Estado e julgar anualmente as contas prestadas pelo presidente da República.
BL: art. 49, VIII e IX, CF.

X - FISCALIZAR e CONTROLAR, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder


Executivo, INCLUÍDOS os da administração indireta; (MPCE-2009) (TJMT-2014) (TJAM-2016)

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros
Poderes;

XII - APRECIAR os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

XIII - ESCOLHER dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; (TJAC-2012) (TJSC-
2013)

XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

XV - AUTORIZAR REFERENDO e CONVOCAR PLEBISCITO; (DPEMS-2008) (TJSP-2011) (TJGO-


2012) (MPF-2005/2013) (TJPR-2013) (TRF4-2016)

(TJSP-2008-VUNESP): No ordenamento jurídico-constitucional brasileiro, o plebiscito constitui consulta


popular prévia sobre matéria política ou institucional, antes de sua formulação legislativa, enquanto o
referendo constitui consulta posterior à aprovação de projeto de lei ou de emenda constitucional, para
151
ratificação ou rejeição, configurando um e outro instrumento de exercício da soberania popular. As noções
conceituais de plebiscito e referendo aqui expendidas estão corretas, aduzindo-se que a autorização de
referendo e a convocação de plebiscito são da competência exclusiva do Congresso Nacional. BL: art. 49,
XV, CF.

XVI - AUTORIZAR, EM TERRAS INDÍGENAS, a exploração e o aproveitamento de recursos


hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; (TRF2-2009) (MPF-2005/2012) (TJDFT-2016) (ABIN-2018)

XVII - APROVAR, previamente, a ALIENAÇÃO ou CONCESSÃO DE TERRAS PÚBLICAS com


área superior a dois mil e quinhentos hectares. (TJPI-2012)

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, PODERÃO
CONVOCAR Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República PARA PRESTAREM, PESSOALMENTE, informações sobre assunto
previamente determinado, IMPORTANDO CRIME DE RESPONSABILIDADE a ausência sem
justificação adequada. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994) (TJSC-2009)
(TJES-2011) (TJPR-2014)

##Atenção: ##STF: ##TRF1-2009: ##CESPE: Os dispositivos impugnados contemplam a possibilidade


de a Assembleia Legislativa capixaba convocar o Presidente do Tribunal de Justiça para prestar,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de
responsabilidade a ausência injustificada desse chefe de Poder. Ao fazê-lo, porém, o art. 57 da
Constituição capixaba não seguiu o paradigma da CF, extrapolando as fronteiras do esquema de freios e
contrapesos – cuja aplicabilidade é sempre estrita ou materialmente inelástica – e maculando o princípio
da separação de Poderes. Ação julgada parcialmente procedente para declarar a inconstitucionalidade
da expressão ‘Presidente do Tribunal de Justiça’, inserta no § 2º e no caput do art. 57 da Constituição do
Estado do Espírito Santo. (ADI 2911, Rel. Min. Carlos Britto, Tribunal Pleno, j. em 10/8/06).

(TJRN-2013-CESPE): Com relação à organização dos poderes estabelecida na CF, assinale a opção correta:
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas comissões, podem convocar ministro
de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à presidência da República para
prestarem, pessoalmente, informações acerca de assunto previamente determinado, configurando crime
de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. BL: art. 50, CF.

§ 1º Os MINISTROS DE ESTADO PODERÃO COMPARECER ao Senado Federal, à Câmara dos


Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa
respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério. (TJES-2011)

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal PODERÃO ENCAMINHAR pedidos


escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo,
IMPORTANDO em CRIME DE RESPONSABILIDADE a recusa, ou o não-atendimento, no prazo de trinta
dias, bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
nº 2, de 1994)

##Atenção: ##STF: ##TJCE-2018: ##CESPE: O direito de requerer informações aos Ministros de Estado
foi conferido pela Constituição tão somente às Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e
não a parlamentares individualmente. Precedentes. II - O entendimento pacífico desta Corte é no sentido
de que o parlamentar individualmente não possui legitimidade para impetrar mandado de segurança
para defender prerrogativa concernente à Casa Legislativa a qual pertence. III – No caso, não está
caracterizada a legitimidade passiva do Ministro de Estado da Fazenda, uma vez que o projeto de
implantação do teleférico no Complexo do Alemão, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento,
foi elaborado pelo Departamento de Urbanização de Assentamentos Precários do Ministério das Cidades,
cabendo a este o fornecimento das informações pretendidas. (...) (STF. 2ª T., RMS 28251 AgR, Rel. Ricardo
Lewandowski, j. 18/10/11).

(MPRR-2008-CESPE): A CF prevê que as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão
encaminhar, por escrito, pedidos de informação a ministros de Estado, importando em crime de
responsabilidade o não-atendimento do pedido no prazo de 30 dias, bem como a prestação de informações
falsas. BL: art. 50, §3º, CF.

152
Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Art. 51. COMPETE PRIVATIVAMENTE à Câmara dos Deputados: (MPRS-2017)

I - AUTORIZAR, por dois terços de seus membros, a INSTAURAÇÃO DE PROCESSO CONTRA o


Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; (TJSC-2009) (MPRO-2010) (TJBA-
2012) (TJPI-2012) (MPSP-2005/2015) (MPRS-2017)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, caput, da CF/88 não
se estende para os codenunciados que não se encontrem investidos nos cargos de Presidente da
República, Vice-Presidente da República e Ministro de Estado. A finalidade dessa imunidade é
proteger o exercício regular desses cargos, razão pela qual não é extensível a codenunciados que não se
encontrem ocupando tais funções. STF. Plenário. Inq 4483 AgR-segundo/DF e Inq 4327 AgR-
segundo/DF, rel. Min. Edson Fachin, j. 14 e 19/12/2017 (Info 888).

II - PROCEDER à TOMADA DE CONTAS do Presidente da República, quando NÃO


APRESENTADAS ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
(TJPB-2011) (TJAC-2012) (TJSC-2013) (MPMG-2013) (MPSC-2014)

##Atenção: A "tomada de contas em caso de omissão do Presidente" trata-se de competência da Câmara


de Deputados. Mas é interessante lembrar também que quem julga as contas do Presidente, não é nem a
Câmara, nem o Senado, mas sim o Congresso Nacional, nos termos do art. 49, IX da CF/88:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...)
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Republica e apreciar os
relatórios sobre a execução dos planos de governo.

##Atenção: ##DICA:
➢ TCU → Aprecia (Art. 71, I, CF)
➢ CONGRESSO NACIONAL → Julga (Art. 49, IX, CF)
➢ CÂMARA DOS DEPUTADOS → Procede à tomada de contas (Art. 51, II, CF)

III - elaborar seu regimento interno;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV
DO SENADO FEDERAL

Art. 52. COMPETE PRIVATIVAMENTE ao SENADO FEDERAL:

I - PROCESSAR e JULGAR o Presidente e o Vice-Presidente da República NOS CRIMES DE


RESPONSABILIDADE, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 23, de 02/09/99) (MPSP-2005) (MPPE-2008) (TRF2-2009) (TJAC-2012) (TJBA-2012)
(MPSC-2012/2013) (TJRN-2013) (MPMG-2013) (TJMS-2015) (TJDFT-2014/2016)

II - PROCESSAR e JULGAR os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho


Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o
Advogado-Geral da União NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (MPPE-2008) (MPRN-2009) (TRF2-2009) (TJPB-2011) (TJCE-2012) (TJPI-2012)
(MPSC-2012/2013) (TJRN-2013) (TJSP-2013)

153
(TJRJ-2016-VUNESP): Os membros do CNJ serão julgados, no caso de crime de responsabilidade, pelo
Senado Federal. BL: art. 52, II, CF.

##Atenção: CRIME COMUM: Os membros do CNJ e do CNMP não dispõem, pelo exercício dessa função,
de foro especial por crime comum, pois cada membro responderá normalmente perante o seu foro de
origem.

(TRF4-2014): Assinale a alternativa correta: Nos crimes de responsabilidade, o Ministro do STF é julgado
pelo Senado Federal.. BL: art. 52, II, CF.

(TRF1-2011-CESPE): Acerca da organização e atribuições do Poder Legislativo e da fiscalização financeira


e orçamentária exercida pelo Congresso Nacional, assinale a opção correta: Compete privativamente ao
Senado Federal processar e julgar os ministros do STF e os membros do CNJ nos crimes de
responsabilidade. BL: art. 52, II, CF.

III - APROVAR previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; (DPEMS-


2008) (TJPI-2012)

c) Governador de Território;

d) Presidente e diretores do banco central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar; (TJDFT-2016) (TJCE-2018)

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
missão diplomática de caráter permanente;

V - AUTORIZAR operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do


Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; (TJPI-2012) (TJBA-2012)

(PGM/AM-2018-CESPE): Acerca de crédito público, julgue o seguinte item: Nem todo empréstimo público
tomado pelo município precisa, para sua realização, de autorização específica do Senado Federal. BL: art.
52, V, CF e art. 32, §1º, IV da LRF.

##Atenção: Vejamos o teor do art. 32, §1º, IV da LRF:


Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à
realização de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles
controladas, direta ou indiretamente.
§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos
e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o
atendimento das seguintes condições:
IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo;

VI - FIXAR, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (TJAC-2012) (STM-2013) (TJPB-
2015)

(TRF2-2013-CESPE): A competência privativa para fixar limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, dos estados, do DF e dos municípios pertence ao Senado Federal. BL: art. 52, VI,
CF.

##Atenção: Dica importante:

154
➢ Fixar limites globais para dívida consolidada para todos os entes federativos → Compete ao
Senado Federal (é o caso tratado na questão acima).
➢ Fixar limites globais para dívida mobiliária para os Estados, DF e Municípios → Compete ao
Senado Federal (é o caso do art. 52, inciso IX da CF).
➢ [...] o montante da dívida mobiliária federal → Compete ao Congresso Nacional (art. 48, XIV, da
CF).

VII - DISPOR sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo Poder Público federal; (TJAC-2012) (MPMG-2013) (STM-2013) (TJMS-2020)

(Advogado/EMBRAPA-2007-Consulplan): É competência do Senado Federal: Dispor sobre limites globais


e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público Federal. BL: art. 52,
VII, CF.

OBS: CRIME COMUM: Os membros do CNJ e do CNMP não dispõem, pelo exercício dessa função, de
foro especial por crime comum, pois cada membro responderá normalmente perante o seu foro de origem.

VIII - DISPOR sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de
crédito EXTERNO e INTERNO; (MPMG-2013)

(TJSP-2017-VUNESP): Sobre a impenhorabilidade dos bens públicos, pode-se afirmar que admite exceção
para a hipótese de sequestro de bens, nos termos do artigo 100, parágrafo 6°, da CF/88, e para a concessão
de garantia, em condições especialíssimas, em operações de crédito externo, cabendo ao Senado Federal
dispor sobre limite e concessões, nos termos do art. 52, VIII, da CF/88. BL: art. 52, VIII c/c art. 100, §6º, CF.

##Atenção: Exceções:
➢ A autorização do sequestro da quantia em caso de preterimento do direito de precedência ou
de não alocação orçamentária, prevista no § 6º do art. 100, é sanção excepcional, que confirma a
regra.
➢ Em ação para fornecimento de medicamentos, o juiz pode determinar o bloqueio e sequestro
de verbas públicas em caso de descumprimento da decisão. Tratando-se de fornecimento de
medicamentos, cabe ao Juiz adotar medidas eficazes à efetivação de suas decisões, podendo, se
necessário, determinar, até mesmo, o sequestro de valores do devedor (bloqueio), segundo o seu
prudente arbítrio, e sempre com adequada fundamentação. STJ. 1ª Seção. REsp 1.069.810-RS, Rel.
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 23/10/2013 (recurso repetitivo).

Vale ressaltar que o Poder Judiciário não deve compactuar com a desídia do Estado, que condenado pela
urgência da situação a entregar medicamentos imprescindíveis à proteção da saúde e da vida de cidadão
necessitado, revela-se indiferente à tutela judicial deferida e aos valores fundamentais da vida e da saúde.
Nesse sentido: AgRg no REsp 1002335/RS, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 22.09.2008.

Mas os bens públicos não são impenhoráveis? Isso não seria uma forma de penhora de bens públicos?
Ademais, não haveria uma quebra na regra dos precatórios? Sim. No entanto, entendeu-se que o direito à
saúde, garantido constitucionalmente (arts. 6º e 196), deveria prevalecer sobre princípios de Direito
Financeiro ou Administrativo.

IX - ESTABELECER limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios; (STM-2013) (TRF2-2013) (TJMS-2020)

X - SUSPENDER a execução, no todo ou em parte, de LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL


por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; (TJRS-2012) (TJPA-2012) (MPPI-2019) (MPSC-2019)

##Atenção: ##TJPA-2012: ##CESPE: As resoluções da Câmara dos Deputados e do Senado Federal têm
aptidão para produzir efeitos externos, a exemplo daquela emitida por força do art. 52, X da CF/88, em
que o Senado Federal suspende a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por
decisão definitiva do STF.

155
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

XV - AVALIAR PERIODICAMENTE a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua


estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do
Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (MPMG-2013)
(DPEMA-2018)

(TJES-2011-CESPE): Considerando as atribuições do Poder Legislativo e as do Executivo no que se refere


ao Sistema Tributário Nacional, as limitações ao poder de tributar e a repartição das receitas tributárias,
conforme o disposto na CF, assinale a opção correta: Compete privativamente ao Senado Federal avaliar
periodicamente a funcionalidade do STN, em sua estrutura e seus componentes, assim como o
desempenho das administrações tributárias da União, dos estados, do DF e dos municípios. BL: art. 52,
XV, CF.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, FUNCIONARÁ como PRESIDENTE o do
Supremo Tribunal Federal, LIMITANDO-SE a condenação, que SOMENTE SERÁ PROFERIDA por dois
terços dos votos do Senado Federal, à PERDA DO CARGO, com inabilitação, por oito anos, para o exercício
de função pública, SEM PREJUÍZO das demais sanções judiciais cabíveis. (TJRS-2012) (TJPA-2012)
(MPSC-2013) (TJDFT-2014)

Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES

Art. 53. Os Deputados e Senadores SÃO INVIOLÁVEIS, CIVIL e PENALMENTE, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) [obs.: imunidade
material - inviolabilidade] (MPRO-2008) (TJPE-2011) (TJAC-2012) (TJMS-2012) (MPRS-2012) (TJAP-2014)
(TJPR-2014) (TJCE-2014) (MPMG-2014) (TJDFT-2015) (TJSC-2017)

(TJMG-2008): A imunidade parlamentar material obsta a propositura de ação penal ou indenizatória


contra o membro do Poder Legislativo pelas opiniões, palavras e votos que proferir e exige relação de
pertinência com o exercício da função. BL: art. 53, caput, CF/88.

§ 1º Os Deputados e Senadores, DESDE A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA, SERÃO SUBMETIDOS a


julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
(TJPA-2009) (TJPB-2011) (TJPE-2011) (TJAC-2012) (TJPI-2012) (TJBA-2012) (MPRS-2012) (TJRN-2013)
(TJAP-2008/2014) (TJCE-2014) (TJPR-2014) (MPMG-2014) (TJDFT-2015) (TJSC-2015/2017)

§ 2º Desde a expedição DO DIPLOMA, os MEMBROS DO CONGRESSO NACIONAL NÃO


PODERÃO SER PRESOS, SALVO em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os AUTOS SERÃO
REMETIDOS dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
membros, RESOLVA sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) [obs.:
imunidade formal = imunidade processual ou adjetiva = em relação à prisão.] (TJMG-2008) (TJPA-2009)
(TJPB-2011) (TJPE-2011) (TJCE-2012) (TJBA-2012) (MPRS-2012) (TJRN-2013) (TJCE-2014) (TJPR-2014)
(MPMG-2014) (TJDFT-2012/2015) (TJMS-2012/2015) (MPSC-2013/2016) (TJAM-2016) (TJSC-2017)

(TJAP-2014-FCC): Féres, Deputado Federal, foi preso em flagrante pela prática de ato que configura crime
de racismo. Considerando a disciplina das imunidades parlamentares na Constituição da República, Féres
poderia ter sido preso, uma vez que racismo constituiu crime inafiançável, devendo os autos, nesse caso,

156
ser remetidos dentro de 24 horas à Câmara dos Deputados para que, pelo voto da maioria de seus
membros, resolva sobre a prisão. BL: art. 5º, XLII c/c art. 53, §2º, CF.

##Atenção: A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei, nos moldes do art. 5º, XLII, da CF/88.

(TJMG-2007): A imunidade formal é garantia legislativa que impede a prisão de congressista, desde a
expedição do diploma, salvo em flagrante de crime inafiançável. BL: art. 53, §2º, CF.

##Atenção: ##DOD: Imunidade formal quanto à prisão (art. 53, § 2º):


IMUNIDADE FORMAL QUANTO À PRISÃO
Em REGRA, Deputados Federais e Senadores não poderão ser presos.
Exceção 1: Exceção 2:
Poderão ser presos em flagrante de crime O Deputado ou Senador condenado por sentença judicial
inafiançável. transitada pode ser preso para cumprir pena.
Trata-se de exceção prevista expressamente na Trata-se de exceção construída pela jurisprudência do
CF/88. STF.
Obs: os autos do flagrante serão remetidos, em até Poderíamos ter, em tese, a esdrúxula situação de um
24h, à Câmara ou ao Senado, para que se decida, Deputado condenado ao regime semiaberto que, durante o
pelo voto aberto da maioria de seus membros, pela dia vai até o Congresso Nacional trabalhar e, durante a
manutenção ou não da prisão do parlamentar. noite, fica recolhido no presídio.

##Atenção: ##STF: ##DOD: É constitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base na
imunidade parlamentar formal (art. 53, § 2º c/c art. 27, § 1º da CF/88), revoga a prisão preventiva e as
medidas cautelares penais que haviam sido impostas pelo Poder Judiciário contra Deputado Estadual,
determinando o pleno retorno do parlamentar ao seu mandato. O Poder Legislativo estadual tem a
prerrogativa de sustar decisões judiciais de natureza criminal, precárias e efêmeras, cujo teor resulte em
afastamento ou limitação da função parlamentar. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e
ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, j. 8/5/2019 (Info 939).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O Poder Judiciário possui competência para impor aos parlamentares, por
autoridade própria, as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, seja em substituição de prisão
em flagrante delito por crime inafiançável, por constituírem medidas individuais e específicas menos
gravosas; seja autonomamente, em circunstâncias de excepcional gravidade. Obs: no caso de Deputados
Federais e Senadores, a competência para impor tais medidas cautelares é do STF (art. 102, I, “b”, da CF).
STF. Plenário. ADI 5526/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j.
11/10/17 (Info 881).

##Atenção: ##STF: ##DOD: A decisão judicial que estabelecer medidas cautelares que impossibilitem,
direta ou indiretamente, o pleno e regular exercício do mandato parlamentar e de suas funções
legislativas, será remetida, dentro de 24 horas, a Casa respectiva, nos termos do §2º do art. 53 da CF, para
que, pelo voto nominal e aberto da maioria de seus membros, resolva sobre a medida cautelar. STF.
Plenário. ADI 5526/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 11/10/17
(Info 881).

§ 3º RECEBIDA a DENÚNCIA contra o SENADOR ou DEPUTADO, por crime OCORRIDO APÓS


A DIPLOMAÇÃO, o Supremo Tribunal Federal DARÁ CIÊNCIA à Casa respectiva, que, por iniciativa de
partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros [maioria absoluta], PODERÁ,
até a decisão final, SUSTAR o ANDAMENTO DA AÇÃO. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
35, de 2001) [obs.: imunidade formal = imunidade processual ou adjetiva = em relação ao processo.] (TJMG-
2008) (TJPB-2011) (TJRO-2011) (TJMS-2012) (TJPI-2012) (TJBA-2012) (MPSC-2012) (TJCE-2012/2014) (TJPR-
2014) (TJAP-2014) (TJDFT-2012/2015)

(TJSC-2017-FCC): De acordo com o sistema de imunidades parlamentares previsto na CF/88, os


deputados federais e estaduais, apesar de gozarem de imunidade processual, podem ser processados
penalmente por crime cometido antes da diplomação, não sendo cabível, nesse caso, a sustação do
andamento do processo pela respectiva casa legislativa. BL: art. 53, §3º, CF.

##Atenção: Os deputados federais e estaduais poderão ser processados penalmente por crime cometido
antes da diplomação. Destaca-se que, nesse caso, não é cabível a sustação do andamento do processo pela
respectiva casa legislativa. A sustação do processo só pode ocorrer por crime ocorrido após a diplomação.

157
Portanto, a imunidade processual parlamentar somente é prerrogativa para aqueles que cometem o crime
após a diplomação, enquanto ocupantes do cargo eletivo.

§ 4º O PEDIDO DE SUSTAÇÃO SERÁ APRECIADO pela Casa respectiva no prazo improrrogável


de quarenta e cinco dias DO SEU RECEBIMENTO pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001) (TJMG-2007) (TJDFT-2015)

§ 5º A sustação do processo SUSPENDE a PRESCRIÇÃO, enquanto durar o mandato. (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) (TJMS-2012) (TJBA-2012) (TJPR-2014) (TJDFT-2015)

(MPSP-2005): Sobre o Poder Legislativo: Além das causas suspensivas da prescrição penal previstas no
art. 116 do Código Penal, a Constituição Federal prevê uma outra causa especial de suspensão referente à
sustação do processo penal perante o STF, no qual seja réu senador ou deputado federal. BL: art. 53, §§3º
e 5º, CF.

##Atenção: Vide teor do § 5º do art. 53, CF: “§ 3º: Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido
político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento
da ação. (...)”.

§ 6º Os Deputados e Senadores NÃO SERÃO OBRIGADOS a TESTEMUNHAR sobre informações


recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) (TJPA-2009) (TJSC-2017)

(Téc. Regul./ANCINE-2012-CESPE): No que concerne ao Congresso Nacional e a entendimentos


jurisprudenciais do STF, julgue o próximo item: Ressalvadas as hipóteses em que sejam convocados como
cidadãos comuns, deputados e senadores não estarão obrigados a testemunhar a respeito de informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato nem sobre as pessoas que lhe confiarem, por
exemplo, determinadas informações. BL: art. 53, §6º, CF.

##Atenção: Em regra, os parlamentares também são obrigados a depor, tal como ocorre com o cidadão
comum. Todavia, para preservar sua liberdade de atuação, assim como a independência do Parlamento,
acham-se desobrigados desse dever em relação a informações recebidas ou prestadas em razão do exercício
do mandato.

§ 7º A INCORPORAÇÃO ÀS FORÇAS ARMADAS de Deputados e Senadores, embora militares e


AINDA QUE em tempo de guerra, DEPENDERÁ de PRÉVIA LICENÇA da Casa respectiva. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) (TJPR-2010) (TJPE-2011) (TJPA-2012) (TJMA-2013) (MPMG-
2014)

§ 8º As IMUNIDADES de Deputados ou Senadores SUBSISTIRÃO DURANTE O ESTADO DE


SÍTIO, SÓ PODENDO SER SUSPENSAS mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva,
nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que SEJAM INCOMPATÍVEIS com a
execução da medida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) (MPSP-2005) (TJMG-2007) (TJAL-
2008) (TRF2-2009) (TJPE-2011) (TJCE-2012) (TJMA-2013) (TJPR-2014) (MPMG-2014) (TJSC-2019)

Art. 54. Os Deputados e Senadores NÃO PODERÃO:

I - desde a expedição do DIPLOMA: (TJRO-2011) (TJPR-2014)

a) FIRMAR ou MANTER contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, SALVO quando o
contrato OBEDECER a CLÁUSULAS UNIFORMES; (MPPB-2010) (TJRO-2011) (Aud. Fiscal-SEFAZ/RS-
2019)

b) ACEITAR ou EXERCER cargo, função ou emprego remunerado, INCLUSIVE os de que sejam


demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior; (MPSP-2005)

II - desde a posse:
158
a) SER proprietários, controladores ou diretores de empresa que GOZE DE FAVOR decorrente de
contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela EXERCER função remunerada; (TRT9-2007)
(TRF2-2011)

(MPPR-2019): Assinale a alternativa correta: Os Deputados e Senadores não poderão, desde a posse, ser
proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada. BL: art. 54, II, “a”, CF.

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I,
"a";

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 55. PERDERÁ O MANDATO o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento FOR DECLARADO incompatível com o decoro parlamentar; (MPSP-2005)

III - que DEIXAR DE COMPARECER, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias
da Casa a que pertencer, SALVO licença ou missão por esta autorizada; (MPSP-2005) (TJPE-2013)

IV - que PERDER ou TIVER SUSPENSOS os direitos políticos; (MPSP-2005) (MPSC-2012)

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

VI - que SOFRER condenação criminal em sentença transitada em julgado. (TRF4-2009)

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o
abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens
indevidas. (TJMA-2013)

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a PERDA DO MANDATO SERÁ DECIDIDA pela Câmara dos
Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 76, de 2013) (TRF4-2009) (TJRJ-2016)

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de
ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

(TJPE-2013-FCC): Perderá o mandato o Deputado ou Senador, perda essa que será declarada pela Mesa
da Casa respectiva, assegurada ampla defesa, que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça
parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada. BL: art.
55, III, c/ art. 56, incisos I e II, CF/88.

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos
termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)

Art. 56. NÃO PERDERÁ o MANDATO o Deputado ou Senador:

I - INVESTIDO no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do


Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária; (MPSP-
2005) (TJSC-2009) (TJMA-2013)

159
##Atenção: ##STF: ##CESPE: (...) embora licenciado para o desempenho de cargo de secretário de Estado,
nos termos autorizados pelo art. 56, I, da Constituição da República, o membro do Congresso Nacional
não perde o mandato de que é titular e mantém, em consequência, nos crimes comuns, a prerrogativa
de foro, ratione muneris, perante o STF. [Inq 3.357, rel. min. Celso de Mello, dec. monocrática, j. 25-3-2014,
DJE de 22-4-2014.]

II - LICENCIADO pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, SEM
REMUNERAÇÃO, de interesse particular, DESDE QUE, neste caso, o AFASTAMENTO NÃO
ULTRAPASSE cento e vinte dias por sessão legislativa. (MPSP-2005) (TJAP-2009)

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou
de licença superior a cento e vinte dias. (TJAP-2009) (MPRO-2010) (TJPA-2012)

§ 2º OCORRENDO vaga e NÃO HAVENDO suplente, FAR-SE-Á ELEIÇÃO para preenchê-la SE


FALTAREM mais de quinze meses para o término do mandato. (TJMS-2012)

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.

Seção VI
DAS REUNIÕES

Art. 57. O Congresso Nacional REUNIR-SE-Á, ANUALMENTE, na Capital Federal, de 2 de fevereiro


a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
(DPEMS-2008) (TRF2-2009) (MPRO-2010) (TJBA-2012)

(TRF4-2009): Assinale a alternativa correta: A legislatura do Congresso Nacional tem duração de quatro
anos coincidentes com o mandato dos Deputados Federais, período em que vigoram as composições das
comissões permanentes e findo o qual extinguem-se as comissões temporárias; a sessão legislativa tem
duração de um ano, divide-se em dois períodos legislativos e suspende-se durante o recesso parlamentar.
BL: art. 57, CF.

##Atenção: Sessão legislativa é ANUAL, subdividindo-se em 2 períodos legislativos:


• 02 de fevereiro a 17 de julho;
• 08 de agosto a 22 de dezembro.

##Atenção: Legislatura = tem o período de 4 anos (art. 44, § único).

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente,
quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.

§ 2º A SESSÃO LEGISLATIVA NÃO SERÁ INTERROMPIDA sem a aprovação do projeto de lei de


diretrizes orçamentárias.

(TJMG-2018-Consulplan): A Constituição da República dispõe expressamente que a sessão legislativa não


será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. BL: art. 57, §2º, CF.

§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
REUNIR-SE-ÃO EM SESSÃO CONJUNTA para: (DPEMS-2008)

I - inaugurar a sessão legislativa;

II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

III - RECEBER o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; (DPEMS-2008)

IV - CONHECER do veto e sobre ele deliberar. (DPEMS-2008) (MPRO-2010)

160
(MPSP-2005): Sobre o Poder Legislativo: Haverá reunião conjunta das duas Casas do Congresso Nacional
para deliberar sobre o veto. BL: art. 57, §3º, III, CF.

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro
ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois)
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 50, de 2006) (TJDFT-2007)

##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: A norma do § 4º do art. 57 da C.F. que, cuidando da eleição das Mesas
das Casas Legislativas federais, veda a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subseqüente, não é de reprodução obrigatória nas Constituições dos Estados-membros, porque não se
constitui num princípio constitucional estabelecido. (...). STF. Plenário. ADI 793, Rel. Min. Carlos Velloso,
j. 03/04/97.

§ 5º A MESA DO CONGRESSO NACIONAL SERÁ PRESIDIDA pelo Presidente do Senado


Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal. (TRF1-2011)

(MPSP-2005): De acordo com a organização dos poderes, pode-se dizer que as reuniões do Congresso
Nacional serão presididas pelo Presidente do Senado Federal. BL: art. 57, §5º, CF.

§ 6º A CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA do Congresso Nacional FAR-SE-Á: (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) (TRF4-2009) (MPSC-2014)

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção


federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do
Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República; (TJAL-2008) (MPSC-2014) (TJPA-2019)

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de URGÊNCIA ou INTERESSE
PÚBLICO RELEVANTE, em todas as hipóteses deste inciso COM A APROVAÇÃO da maioria absoluta
de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
(TRF4-2009) (TJCE-2012) (MPSC-2014) (TJDFT-2016)

§ 7º Na SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA, o Congresso Nacional SOMENTE


DELIBERARÁ sobre a matéria para a qual foi convocado, RESSALVADA a hipótese do § 8º deste artigo,
VEDADO o pagamento de PARCELA INDENIZATÓRIA, em razão da convocação. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 50, de 2006) (TRF1-2009) (MPRO-2010) (TJBA-2012)

§ 8º HAVENDO MEDIDAS PROVISÓRIAS em vigor na data de convocação extraordinária do


Congresso Nacional, SERÃO elas automaticamente incluídas na pauta da convocação. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TRF1-2009) (MPRO-2010) (TJBA-2012)

(TRF4-2009): Assinale a alternativa correta: A convocação extraordinária do Congresso Nacional autoriza


exclusivamente a deliberação da matéria para a qual foi convocado e a apreciação de medidas provisórias,
ainda que não incluídas na motivação da convocação, vedado o pagamento de parcela indenizatória aos
parlamentares. BL: art. 57, §§7º e 8º, CF.

Seção VII
DAS COMISSÕES

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas TERÃO COMISSÕES PERMANENTES e


TEMPORÁRIAS, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de
que resultar sua criação.

§ 1º Na CONSTITUIÇÃO DAS MESAS e DE CADA COMISSÃO, É ASSEGURADA, tanto quanto


possível, a REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL dos partidos ou dos blocos parlamentares que
PARTICIPAM da respectiva Casa. (TJPA-2012)

161
(TJTO-2007-CESPE): Considerando a organização dos poderes, na forma da Constituição Federal e dos
precedentes do STF, assinale a opção correta: Na constituição de comissões no âmbito parlamentar, será
assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares
que participam da respectiva Casa. BL: art. 58, §1º, CF.

§ 2º Às COMISSÕES, em razão da matéria de sua competência, CABE:

(TJSP-2011-VUNESP): As Comissões Permanentes organizam-se em função da matéria de sua


competência. BL: art. 58, §2º, CF.

I - DISCUTIR e VOTAR projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do


Plenário, SALVO SE HOUVER RECURSO de um décimo dos membros da Casa; [obs.: processo legislativo
abreviado.] (TRF1-2009) (TJRO-2011) (TJES-2011) (TJPA-2012)

(MPSC-2019): O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, cabendo a
tais comissões, em razão da matéria de sua competência, discutir e votar projeto de lei que dispensar, na
forma do regimento, a competência do plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da
Casa. BL: art. 58, §2º, I, CF.

##Atenção: ##TJES-2011: ##CESPE: O mencionado dispositivo contempla aquilo que a doutrina


constitucional denomina de procedimento legislativo abreviado, o qual, segundo Gilmar Mendes,
constitui a possibilidade de as Comissões discutirem e votarem projeto de Lei que dispense, na forma
regimental, a competência do Plenário, de sorte que, segundo afirmam os referidos autores, em nosso
sistema Constitucional, é possível, portanto, que “um projeto de Lei seja aprovado sem jamais haver sido
apreciado pelo Plenário, quer da Câmara, quer do Senado” (MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo
Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 790).

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - CONVOCAR Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas
atribuições; (MPCE-2009) (TJPR-2014)

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou


omissões das autoridades ou entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre


eles emitir parecer.

§ 3º As COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO, que TERÃO poderes de investigação


próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, SERÃO
CRIADAS pela CÂMARA DOS DEPUTADOS e pelo SENADO FEDERAL, EM CONJUNTO ou
SEPARADAMENTE, mediante requerimento de UM TERÇO DE SEUS MEMBROS, para a apuração de
fato determinado e por prazo certo, SENDO suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao MINISTÉRIO
PÚBLICO, para que PROMOVA a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. (MPSP-2006) (MPF-
2005/2008) (MPRR-2008) (MPDFT-2009) (MPCE-2009) (MPRN-2009) (MPPB-2010) (TJDFT-2011) (TJCE-
2012) (TJAC-2012) (MPPR-2012) (TJPR-2014) (MPRS-2014) (TJAM-2013/2016) (TJMT-2018) (TJMS-2020)

##Atenção: ##DOD: Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é uma...


- comissão (conjunto de parlamentares)
- temporária
- constituída dentro de qualquer uma das Casas Legislativas existentes (Câmara dos Deputados,
Senado Federal, Assembleia Legislativa, Câmara Municipal, Câmara Distrital)
- com o objetivo de investigar um fato determinado
- por um prazo certo
- gozando, para isso, de poderes de investigação próprios das autoridades judiciais (além de outros
previstos no Regimento Interno). (MPPR-2012)

162
##Atenção: ##DOD: Criação de uma CPI: Exige unicamente o preenchimento de três requisitos
taxativos:
1) requerimento subscrito (assinado) por, no mínimo, 1/3 dos membros daquela Casa Legislativa.
Ex: com o requerimento de 1/3 dos Deputados Federais, pode ser instituída uma CPI na Câmara dos
Deputados.
2) indicação de fato determinado que será objeto de apuração;
3) temporariedade da comissão parlamentar de inquérito (por prazo certo).

##Atenção: ##DOD: Preenchidos esses três requisitos, a CPI deve ser instalada, não podendo o
Presidente do Poder Legislativo ou a Mesa Diretora criar empecilhos:
Preenchidos os requisitos constitucionais (CF, art. 58, § 3º), impõe-se a criação da CPI, que não
depende, por isso mesmo, da vontade aquiescente da maioria legislativa. Atendidas tais exigências
(CF, art. 58, § 3º), cumpre, ao Presidente da Casa legislativa, adotar os procedimentos subsequentes
e necessários à efetiva instalação da CPI, não se revestindo de legitimação constitucional o ato que
busca submeter, ao Plenário da Casa legislativa, quer por intermédio de formulação de Questão de
Ordem, quer mediante interposição de recurso ou utilização de qualquer outro meio regimental, a
criação de qualquer comissão parlamentar de inquérito. STF. Plenário. MS 26441, Rel. Min. Celso de
Mello, j. 25/4/07.

##Atenção: ##DOD: ##MPF-2005/2008: ##TJSC-2019: ##CESPE: ##MPSP-2019: ##TJMS-2020: ##FCC:


Ainda que a maioria dos parlamentares não queira a CPI, ela deve ser instalada se houver a subscrição
do requerimento por, no mínimo, 1/3 dos parlamentares e o cumprimento dos outros dois requisitos. A
maioria não pode impedir essa instalação, sendo a criação da CPI considerada como um direito das
minorias que compõem o parlamento:
A norma inscrita no art. 58, § 3º, da CF/88 destina-se a ensejar a participação ativa das minorias
parlamentares no processo de investigação legislativa, sem que, para tanto, mostre-se necessária a
concordância das agremiações que compõem a maioria parlamentar. (...) A prerrogativa institucional
de investigar, deferida ao Parlamento (especialmente aos grupos minoritários que atuam no âmbito
dos corpos legislativos), não pode ser comprometida pelo bloco majoritário existente no Congresso
Nacional, que não dispõe de qualquer parcela de poder para deslocar, para o Plenário das Casas
legislativas, a decisão final sobre a efetiva criação de determinada CPI, sob pena de frustrar e
nulificar, de modo inaceitável e arbitrário, o exercício, pelo Legislativo (e pelas minorias que o
integram), do poder constitucional de fiscalizar e de investigar o comportamento dos órgãos, agentes
e instituições do Estado, notadamente daqueles que se estruturam na esfera orgânica do Poder
Executivo. A rejeição de ato de criação de CPI, pelo Plenário da Câmara dos Deputados, ainda que
por expressiva votação majoritária, proferida em sede de recurso interposto por Líder de partido
político que compõe a maioria congressual, não tem o condão de justificar a frustração do direito de
investigar que a própria CF/88 outorga às minorias que atuam nas Casas do Congresso Nacional.
(STF. Plenário. MS 26441, Rel. Min. Celso de Mello, j. 25/04/07). Em resumo, não depende de
aprovação do Plenário, visto ser um direito dos minorias.

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2019: ##CESPE: ##TJMS-2020: ##FCC: A CF/88 assegura a um terço dos
membros da Câmara dos Deputados e a um terço dos membros do Senado Federal a criação da comissão
parlamentar de inquérito, deixando porém ao próprio parlamento o seu destino. A garantia assegurada a
um terço dos membros da Câmara ou do Senado estende-se aos membros das assembleias legislativas
estaduais - garantia das minorias. O modelo federal de criação e instauração das comissões
parlamentares de inquérito constitui matéria a ser compulsoriamente observada pelas casas legislativas
estaduais. A garantia da instalação da CPI independe de deliberação plenária, seja da Câmara, do
Senado ou da Assembleia Legislativa. Precedentes. Não há razão para a submissão do requerimento de
constituição de CPI a qualquer órgão da Assembléia Legislativa. Os requisitos indispensáveis à criação
das comissões parlamentares de inquérito estão dispostos, estritamente, no art. 58 da CF/88. (STF.
Plenário. ADI 3619, Rel. Min. Eros Grau, j. 1/8/06). Desse modo, é certo que, em decorrência do pacto
federativo, o modelo federal de criação e instauração das comissões parlamentares de inquérito constitui
matéria a ser compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais. Todavia, não há necessidade
de aprovação pelo plenário da casa legislativa federal, não havendo que se falar em exigência
equivalente em âmbito estadual, em obediência ao princípio da simetria. Portanto, é inconstitucional a
criação de CPI por assembleia legislativa de estado federado ficar condicionada à aprovação de seu
requerimento no plenário do referido órgão.

##Atenção: ##STF: ##TJMS-2020: ##FCC: Toda CPI feita pelo Congresso Nacional tem que terminar
dentro da sessão legislativa, se não acabar, poderá ser prorrogada, desde que não ultrapasse a legislatura.
O STF, julgando o HC nº 71.193-SP, decidiu que a locução "prazo certo", inscrita no § 3º do art. 58 da

163
CF/88, não impede prorrogações sucessivas dentro da legislatura, nos termos da Lei 1.579/52 (art. 5º, §2º).
(STF. Plenário. HC 71231, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 05/05/94).

##Atenção: ##DOD: Poderes da CPI: No exercício de suas atribuições, as CPI’s poderão:


• determinar diligências que reputarem necessárias;
• requerer a convocação de Ministros de Estado, Secretários de Estado ou Secretários Municipais
(de acordo com a esfera de atuação da CPI);
• tomar o depoimento de quaisquer autoridades federais, estaduais ou municipais;
• ouvir os investigados;
• inquirir testemunhas sob compromisso;
• requisitar da administração pública direta, indireta ou fundacional informações e documentos; e
• transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença (“inspeção”);
• efetuar prisões em flagrante em caso de crime praticado na presença dos membros da comissão.

##Atenção: ##STF: ##MPDFT-2009: ##MPPB-2010: ##TJMT-2018: ##VUNESP: O princípio


constitucional da reserva de jurisdição alcança as prisões cautelares, mas não as prisões em flagrante.
STF. Plenário. MS 23652, Rel. Min. Celso de Mello, j. 22/11/00.
(TJMT-2018-VUNESP): No tocante ao Poder Legislativo, a CF/1988 estabeleceu que as Comissões
Parlamentares de Inquérito terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros
previstos nos regimentos das respectivas Casas. Nesse sentido, portanto, no que diz respeito às CPIs, assinale
a alternativa correta: A decretação de prisão pelas CPIs somente se admite no caso de crime em estado de
flagrância. BL: Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STF: ##MPPB-2010: Ampliação do objeto de investigação de comissão parlamentar de


Inquérito no curso dos trabalhos. Possibilidade. STF. Plenário. Inq 2.245, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j.
28/8/07.

##Atenção: ##DOD: ##MPF-2008: ##MPCE-2009: ##MPPB-2010: ##TJCE-2012: ##MPRS-2014:


##TJAM-2016: ##CESPE: ##TJAC-2012/2019: ##TJMT-2018: ##VUNESP: ##TJMS-2020: ##FCC: CPI
pode determinar a “quebra” de sigilos?
• CPI federal, estadual ou distrital (STF ACO 730): SIM. Pode determinar a quebra de sigilos fiscal,
bancário e de dados telefônicos.29-30
• CPI municipal: prevalece que CPI municipal não pode. Isso porque os Municípios não possuem
Poder Judiciário. Logo, não se pode dizer que a CPI municipal teria os poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais.31
(MPSP-2019): A quebra do sigilo fiscal e bancário de qualquer pessoa sujeita a investigação legislativa pode
ser legitimamente decretada pela CPI, desde que mediante deliberação adequadamente fundamentada e na
qual indique a necessidade objetiva da adoção dessa medida extraordinária.

##Atenção: ##TJMS-2020: ##FCC: “Em obediência ao princípio federativo (pacto federativo), a CPI nacional
investiga questões nacionais (de interesse ou impacto nacional) e não devem investigar questões estaduais
ou locais (municipais). Tais questões incubem, respectivamente, às Assembleias Legislativas estaduais e às Câmaras
de Vereadores municipais” (FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional - 9. ed. rev.
ampl. e atual. - Salvador. JusPODIVM, 2017. p. 975/976).

##Atenção: ##DOD: ##MPPB-2010: ##TJMT-2018: ##VUNESP: CPI pode determinar interceptação


telefônica? NÃO. A interceptação telefônica, ou seja, a determinação para que as conversas telefônicas
sejam gravadas, somente pode ser decretada pelo Poder Judiciário (art. 5º, XII, da CF/88).

##Atenção: ##DOD: Não confundir:


• Quebra do sigilo telefônico: ter acesso à relação dos números para os quais o investigado ligou ou
recebeu ligações, as datas das chamadas e a duração das conversas.
• Interceptação telefônica: significa gravar as conversas telefônicas.

29 (TRF4-2009): Assinale a alternativa correta, segundo a jurisprudência do STF: Os sigilos bancário e fiscal podem
ser afastados por decisão de comissão parlamentar de inquérito de assembleia legislativa estadual.
##Atenção: ##STF: ##TJCE-2012: ##TJAM-2016: ##CESPE: ##TJAC-2019: ##VUNESP: Para o STF, “Poderes de
CPI estadual: ainda que seja omissa a LC 105/2001, podem essas comissões estaduais requerer quebra de sigilo
de dados bancários, com base no art. 58, § 3º, CF”. (STF. ACO 730, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 22-9-04).
30
##Atenção: Tema cobrado nas provas do TJAM-2016 (CESPE) e do TJAC-2019 (VUNESP).
31
##Atenção: Tema cobrado nas provas do MPSP-2019 e do TJMS-2020 (FCC).
164
##Atenção: ##STF: ##TJMT-2018: ##TJAC-2019: ##VUNESP: CPI pode decretar a indisponibilidade dos
bens do investigado ou outras medidas cautelares como essa? NÃO. Tais medidas cautelares somente
podem ser decretadas pelo Poder Judiciário.32 Vale ressaltar, contudo, que a CPI pode pedir ao Judiciário
a concessão dessas medidas. Veja o que prevê a Lei 1.579/52: “Art. 3º-A. Caberá ao presidente da Comissão
Parlamentar de Inquérito, por deliberação desta, solicitar, em qualquer fase da investigação, ao juízo criminal
competente medida cautelar necessária, quando se verificar a existência de indícios veementes da proveniência ilícita
de bens.” Nesse sentido, vejamos o seguinte julgado do STF: “Incompetência da CPI para expedir decreto
de indisponibilidade de bens de particular, que não é medida de instrução – a cujo âmbito se restringem os
poderes de autoridade judicial a elas conferidos no art. 58, § 3º, mas de provimento cautelar de eventual
sentença futura, que só pode caber ao juiz competente para proferi-la. Quebra ou transferência de sigilos bancário,
fiscal e de registros telefônicos que, ainda quando se admita, em tese, susceptível de ser objeto de decreto de CPI –
porque não coberta pela reserva absoluta de jurisdição que resguarda outras garantias constitucionais –, há de ser
adequadamente fundamentada: aplicação no exercício pela CPI dos poderes instrutórios das autoridades judiciárias
da exigência de motivação do art. 93, IX, da CF/1988”. (STF, MS 23.480, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j.
4/5/00). Portanto, a CPI não tem poderes para decretar indisponibilidade de bens. Trata-se de matéria
com reserva de jurisdição. Gilmar Mendes afirma que, “dado que os poderes cautelares do juiz não foram
atribuídos à CPI, a jurisprudência do STF nega às comissões competência para atribuir o afastamento do País ou para
decretar a indisponibilidade de bens dos indiciados. Justamente por não poder desempenhar poderes cautelares, a CPI
não está apta a decretar arresto, sequestro ou hipoteca judiciária.” (MENDES e BRANCO, 2013, p. 862).
(TJDFT-2015-CESPE): Acerca dos Poderes Legislativo e Executivo, assinale a opção correta de acordo com a
CF e com a jurisprudência do STF: Uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) instalada para apurar
denúncias de desvios de verbas em determinada empresa pública não tem competência para ordenar a
indisponibilidade dos bens dos envolvidos, ainda que haja fortes indícios da materialidade das condutas.

##Atenção: ##DOD: Relatório: O art. 6º da Lei 1.579/52 prevê o seguinte: “Art. 6º-A. A Comissão
Parlamentar de Inquérito encaminhará relatório circunstanciado, com suas conclusões, para as devidas
providências, entre outros órgãos, ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União, com cópia da
documentação, para que promovam a responsabilidade civil ou criminal por infrações apuradas e adotem outras
medidas decorrentes de suas funções institucionais. (Incluído pela Lei nº 13.367/2016)” Vale ressaltar, no entanto,
que o STF possui um entendimento mais amplo e afirma que: “As CPI’s possuem permissão legal para
encaminhar relatório circunstanciado não só ao Ministério Público e à Advocacia-Geral da União, mas,
também, a outros órgãos públicos, podendo veicular, inclusive, documentação que possibilite a
instauração de inquérito policial em face de pessoas envolvidas nos fatos apurados (art. 58, § 3º, CF/88,
c/c art. 6º-A da Lei 1.579/52, incluído pela Lei 13.367/16).” STF. Plenário. MS 35216 AgR, Rel. Min. Luiz
Fux, j. 17/11/2017.
(TJMS-2020-FCC): A Câmara Municipal de uma Capital estadual pretende instalar Comissão Parlamentar de
Inquérito para investigar possível ilicitude na conduta de empresas que, embora prestem serviço na Capital,
recolhem o Imposto sobre Serviços em Município vizinho, onde tais empresas têm filiais, e no qual a alíquota
incidente sobre a base de cálculo do imposto é menor, prática que, entendem os Vereadores, tem redundado
em sonegação fiscal vultosa, causadora de prejuízos à Prefeitura da Capital. Nesse caso, considerada a
disciplina da matéria na CF/1988 e a jurisprudência pertinente do STF, para seu funcionamento, a CPI estará
sujeita ao prazo determinado em seu ato de instalação, admitidas prorrogações, igualmente determinadas e
devidamente justificadas, dentro da legislatura respectiva, cabendo-lhe, se for o caso, o encaminhamento de
suas conclusões ao Ministério Público, para promoção da responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
BL: art. 58, §3º da CF c/c arts. 1º33 c/c art. 5º, §2º34c/c art. 6-A da Lei 1.579/52 e Entend. Jurisprud.

32 ##Atenção: ##STF: ##TJMT-2018: ##TJAC-2019: ##VUNESP: Incompetência da CPI para expedir decreto de
indisponibilidade de bens de particular, que não é medida de instrução - a cujo âmbito se restringem os poderes
de autoridade judicial a elas conferidos no art. 58, § 3º - mas de provimento cautelar de eventual sentença futura,
que só pode caber ao Juiz competente para proferi-la. STF. Plenário. MS 23480, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j.
04/05/00.
33 Art. 1o As Comissões Parlamentares de Inquérito, criadas na forma do § 3o do art. 58 da Constituição Federal,

terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com ampla ação nas pesquisas destinadas a apurar fato determinado
e por prazo certo. (Redação dada pela Lei nº 13.367, de 2016) Parágrafo único. A criação de Comissão Parlamentar
de Inquérito dependerá de requerimento de um terço da totalidade dos membros da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, em conjunto ou separadamente. (Redação dada pela Lei nº 13.367, de 2016)
34 As Comissões Parlamentares de Inquérito apresentarão relatório de seus trabalhos à respectiva Câmara,

concluindo por projeto de resolução. (...) § 2º - A incumbência da Comissão Parlamentar de Inquérito termina com
a sessão legislativa em que tiver sido outorgada, salvo deliberação da respectiva Câmara, prorrogando-a dentro da
Legislatura em curso.
165
##Atenção: ##STF: O STF, julgando o HC nº 71.193-SP, decidiu que a locução "prazo certo", inscrita no § 3º
do art. 58 da CF/88, não impede prorrogações sucessivas dentro da legislatura, nos termos da Lei 1.579/52.
(STF. Plenário. HC 71231, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 05/05/94).
(TJCE-2018-CESPE): Concluídos os trabalhos, a CPI poderá encaminhar o seu relatório circunstanciado à
autoridade policial. (Verdadeira).
##Atenção: O STF já entendeu que, concluídos os trabalhos, a CPI pode encaminhar relatório circunstanciado
à autoridade policial, ao Ministério Público e à AGU, dentre outros (MS n. 35.216, STF).

##Atenção: ##DOD: Limitações aos poderes da CPI: A CPI não pode:


• decretar o arresto, sequestro ou indisponibilidade de bens dos investigados;
• decretar busca domiciliar;
• decretar prisões preventivas (vimos acima que é possível a prisão em flagrante);
• decretar interceptação telefônica;
• investigar atos de conteúdo jurisdicional.

(TJAC-2019-VUNESP): Considerando o disposto na Constituição Federal no tocante às Comissões


Parlamentares de Inquérito, à luz do direito pátrio vigente, assinale a alternativa correta: A CPI tem poderes
para determinar a busca e apreensão de bens, objetos e computadores, desde que essa diligência não se efetive
em local inviolável, como os espaços domiciliares. BL: MS 33.663-MC/DF, STF.
##Atenção: ##STF: ##TJCE-2018: ##CESPE: ##TJAC-2019: ##VUNESP: ##MPSP-2019: “Impossibilidade
jurídica de CPI praticar atos sobre os quais incida a cláusula constitucional da reserva de jurisdição, como
a busca e apreensão domiciliar. (...) Possibilidade, contudo, de a CPI ordenar a busca e apreensão de bens,
objetos e computadores, desde que essa diligência não se efetive em local inviolável, como os espaços
domiciliares, sob pena, em tal hipótese, de invalidade da diligência e de ineficácia probatória dos elementos
informativos dela resultantes. Deliberação da CPI/Petrobras que, embora não abrangente do domicílio dos
impetrantes, ressentir-se-ia da falta da necessária fundamentação substancial. Ausência de indicação, na
espécie, de causa provável e de fatos concretos que, se presentes, autorizariam a medida excepcional da busca
e apreensão, mesmo a de caráter não domiciliar” (STF. Decisão monocrática. MS 33.663-MC/DF, rel. Min.
Celso de Mello, j. 19.06.15).
##Atenção: ##STF: ##MPPB-2010: ##TJCE-2018: ##TJSC-2019: ##CESPE: “CPI. Prova. Interceptação
telefônica. Decisão judicial. Sigilo judicial. Segredo de justiça. Quebra. Requisição, às operadoras, de cópias
das ordens judiciais e dos mandados de interceptação. Inadmissibilidade. Poder que não tem caráter
instrutório ou de investigação. Competência exclusiva do juízo que ordenou o sigilo. Aparência de ofensa a
direito líquido e certo. Liminar concedida e referendada. Voto vencido. Inteligência dos arts. 5º, X e LX, e 58,
§ 3º, da CF, art. 325 do CP, e art. 10, cc. art. 1º da Lei federal nº 9.296/96. Comissão Parlamentar de Inquérito
não tem poder jurídico de, mediante requisição, a operadoras de telefonia, de cópias de decisão nem de
mandado judicial de interceptação telefônica, quebrar sigilo imposto a processo sujeito a segredo de
justiça. Este é oponível a CPI, representando expressiva limitação aos seus poderes constitucionais.” (STF.
Plenário. MS 27483 MC-REF, Rel. Cezar Peluso, j. 14/8/08).

##Atenção: ##DOD: Intimação dos indiciados e testemunhas: Eles deverão ser intimados de acordo com
as regras estabelecidas no CPP e demais leis processuais penais. O depoente poderá fazer-se
acompanhar de advogado, ainda que em reunião secreta.

##Atenção: ##STF: ##DOD: O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na qual seria
ouvido? A) 1ª corrente: SIM (Ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello). O comparecimento do
investigado perante a CPI para ser ouvido é facultativo. Cabe a ele decidir se irá ou não comparecer. Se
decidir comparecer, ele terá direito: a) ao silêncio; b) à assistência de advogado; c) de não prestar
compromisso de dizer a verdade; d) de não sofrer constrangimentos. Caso o investigado não compareça,
a CPI não pode determinar a sua condução coercitiva. Aplica-se para as CPIs o mesmo entendimento da
ADPF 395/DF. B) 2ª corrente: NÃO (Ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia). O comparecimento do
investigado perante a CPI para ser ouvido é compulsório. Ele tem que comparecer. No entanto,
chegando lá, o investigado tem direito: a) ao silêncio; b) à assistência de advogado; c) de não prestar
compromisso de dizer a verdade; d) de não sofrer constrangimentos. Caso o investigado não compareça,
a CPI poderia determinar a sua condução coercitiva. Desse modo, tivemos dois votos favoráveis à tese
de que o paciente não estava obrigado a comparecer à CPI e dois votos contrários. Em caso de empate,
prevalece a decisão mais favorável ao paciente. Assim, a 2ª Turma do STF concedeu a ordem de habeas
corpus para transformar a compulsoriedade de comparecimento em facultatividade e deixar a cargo do
paciente a decisão de comparecer ou não à Câmara dos Deputados, perante a CPI, para ser ouvido na
condição de investigado. STF. 2ª T. HC 171438/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 28/5/19 (Info 942).

##Atenção: ##STF: ##TJDFT-2016: ##CESPE: “É jurisprudência pacífica desta Corte a possibilidade de o


investigado, convocado para depor perante CPI, permanecer em silêncio, evitando-se a

166
autoincriminação, além de ter assegurado o direito de ser assistido por advogado e de comunicar-se com
este durante a sua inquirição” (STF. Plenário. HC 100.200/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 27.08.2010).
(MPSP-2019): O privilégio contra a autoincriminação, por se tratar de direito assegurado a qualquer pessoa
na condição de testemunha, de indiciado ou de réu, é invocável perante as Comissões Parlamentares de
Inquérito. BL: Entendimento do STF.

##Atenção: ##STF: ##TJMT-2018: ##VUNESP: “(...) As CPIs, à semelhança do que ocorre com qualquer
outro órgão do Estado ou com qualquer dos demais Poderes da República, submetem-se, no exercício de
suas prerrogativas institucionais, às limitações impostas pela autoridade suprema da Constituição. Desse
modo, não se revela legítimo opor, ao advogado, restrições, que, ao impedirem, injusta e
arbitrariamente, o regular exercício de sua atividade profissional, culminem por esvaziar e nulificar a
própria razão de ser de sua intervenção perante os órgãos do Estado, inclusive perante as próprias CPIs”.
(STF. Plenário. MS 30.906/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 05/10/11). Portanto, além do direito de
participação do advogado no interrogatório na CPI, o mesmo poderá intervir no depoimento.

##Atenção: ##STF: ##TJAC-2019: ##VUNESP: ##TJMS-2020: ##FCC: O STF entende “prejudicadas as


ações de mandado de segurança e de habeas corpus, sempre que – impetrados tais writs constitucionais
contra CPIs – vierem estas a extinguir-se, em virtude da conclusão de seus trabalhos investigatórios,
independentemente da aprovação, ou não, de seu relatório final”. (MS 23.852 QO, Rel. Min. Celso de
Mello, j. 28-6-01).

##Atenção: ##STF: ##AGU-2007: ##TJSC-2019: ##CESPE: CPI: intimação de indígena para prestar
depoimento na condição de testemunha, fora do seu habitat: violação às normas constitucionais que
conferem proteção específica aos povos indígenas. (CF, arts. 215, 216 e 231)” (STF. Plenário. HC
80.240/RR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 20.06.01).
(TJSC-2019-CESPE): Com relação à disciplina constitucional das comissões parlamentares de inquérito,
assinale a opção correta de acordo com a doutrina e a jurisprudência do STF: Para o STF, é nula a intimação
de indígena não aculturado para oitiva em CPI, na condição de testemunha, fora de sua comunidade. BL:
Entend. Jurisprud. STF.
(AGU-2007-CESPE): Em relação aos direitos e interesses das populações indígenas, julgue o item que se
segue: Caso uma comissão parlamentar de inquérito com funcionamento em Brasília intime um indígena, que
mora no estado de Mato Grosso, a prestar depoimento na condição de testemunha, no DF, haverá violação às
normas constitucionais que conferem proteção específica aos povos indígenas, uma vez que a intimação do
indígena configuraria, em tese, constrangimento à sua liberdade de locomoção, por ser vedada pela CF a
remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo nas hipóteses constitucionalmente elencadas. BL: Entend.
Jurisprud. STF.

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2019: ##CESPE: À CPI É OPONÍVEL o sigilo imposto a processos judiciais
que tramitem sob o segredo de justiça. Nesse sentido, vejamos trecho de julgado publicado no Info 515
do STF: “Esclareceu, no ponto, que as CPIs carecem, ex autoritate propria, de poder jurídico para revogar, cassar,
compartilhar, ou de qualquer outro modo quebrar sigilo legal e constitucionalmente imposto a processo
judiciário, haja vista tratar-se de competência privativa do Poder Judiciário, ou seja, matéria da chamada
reserva jurisdicional, onde o Judiciário tem a primeira e a última palavra”. STF. Plenário. MS 27.483/DF, Rel. Min.
Cezar Peluso, j. 14.08.2008.

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2019: ##CESPE: O STF entende que, tanto às investigações policiais quanto
ao procedimento das CPI, caracterizam-se pela UNILATERALIDADE. Nesse sentido, vejamos o seguinte
julgado: “Não se questiona a asserção de que a investigação parlamentar reveste-se de caráter unilateral, à
semelhança do que ocorre no âmbito da investigação penal realizada pela Polícia Judiciária (...) A
unilateralidade das investigações preparatórias da ação penal não autoriza a Polícia Judiciária a desrespeitar as
garantias jurídicas que assistem ao indiciado, que não mais pode ser considerado mero objeto de investigações.” (STF.
Dec. monocrática. MS 25.617, Rel. Min. Celso de Mello, j. 24.10.05). A unilateralidade do procedimento
refere-se à sua condução; tanto no inquérito quanto na CPI, o procedimento é guiado pela autoridade
competente, com base em sua discricionariedade, o que, contudo, não importa em flexibilização de
garantias individuais.

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2019: ##CESPE: É CONSTITUCIONAL norma regimental da Câmara dos


Deputados que limite o número de CPI em funcionamento simultâneo. Desse modo, a restrição
estabelecida no § 4º do art. 35 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que limita em cinco o
número de CPIs em funcionamento simultâneo, está em consonância com os incisos III e IV do art. 51
da CF/1988, que conferem a essa Casa Legislativa a prerrogativa de elaborar o seu regimento interno e
dispor sobre sua organização. Tais competências são um poder-dever que permite regular o exercício de

167
suas atividades constitucionais. Desse modo, o STF considerou constitucional a limitação ao número de
comissões em funcionamento. (STF. Plenário. ADI 1.635/DF, Rel. Min. Maurício Correa, j. 25.09.97).
(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): Com referência às comissões parlamentares de inquérito,
julgue o item a seguir: A CPI deve ter por objeto acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a
ordem constitucional, legal, econômica e social do país, que esteja devidamente caracterizado no
requerimento de sua constituição. No âmbito da Câmara dos Deputados, é regimentalmente definido o limite
de até cinco CPIs em funcionamento simultâneo. BL: art. 35, §§1º e 4º do Regit. Int. Câmara de Deputados.35

##Atenção: ##STF: ##TJCE-2018: ##CESPE: O STF, quando intervém para assegurar as franquias
constitucionais e para garantir a integridade e a supremacia da Constituição, neutralizando, desse modo,
abusos cometidos por CPI, desempenha, de maneira plenamente legítima, as atribuições que lhe
conferiu a própria CF/1988. O regular exercício da função jurisdicional, nesse contexto, porque
vocacionado a fazer prevalecer a autoridade da Constituição, não transgride o princípio da separação de
poderes. (STF. Plenário. MS 25668, Rel. Min. Celso de Mello, j. 23/3/06).

##Atenção: ##STF: ##TJCE-2018: ##CESPE: O princípio da colegialidade traduz diretriz de


fundamental importância na regência das deliberações tomadas por qualquer CPI, notadamente
quando esta, no desempenho de sua competência investigatória, ordena a adoção de medidas restritivas
de direitos, como aquelas que importam na revelação ("disclosure") das operações financeiras ativas e
passivas de qualquer pessoa. A legitimidade do ato de quebra do sigilo bancário, além de supor a plena
adequação de tal medida ao que prescreve a Constituição, deriva da necessidade de a providência em
causa respeitar, quanto à sua adoção e efetivação, o princípio da colegialidade, sob pena de essa
deliberação reputar-se nula. (STF. Plenário. MS 24817, Rel. Min. Celso de Mello, j. 3/2/05).

(MPSC-2014): As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento
de 1/3 (um terço) de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil
ou criminal dos infratores. BL: art. 53, §3º da CF.

(TJSP-2011-VUNESP): As Comissões Parlamentares de Inquérito têm por objeto a apuração de fato


determinado e têm prazo certo de funcionamento. BL: art. 53, §3º da CF.

§ 4º DURANTE O RECESSO, HAVERÁ uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita


por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento
comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.
(TRF4-2009) (TJPA-2012) (TJPE-2015)

(TJSP-2011-VUNESP): A Comissão Representativa tem por atribuição representar o Congresso Nacional


durante o recesso parlamentar. BL: art. 58, §4º, CF.

Seção VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO

Subseção I
Disposição Geral

Art. 59. O PROCESSO LEGISLATIVO COMPREENDE a elaboração de:

I - emendas à Constituição; (TJSC-2009) (MPMG-2018)

35 Art. 35. A Câmara dos Deputados, a requerimento de um terço de seus membros, instituirá Comissão Parlamentar
de Inquérito para apuração de fato determinado e por prazo certo, a qual terá poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos em lei e neste Regimento. § 1º Considera-se fato determinado o
acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do
País, que estiver devidamente caracterizado no requerimento de constituição da Comissão. (...) § 4º Não será criada
Comissão Parlamentar de Inquérito enquanto estiverem funcionando pelo menos cinco na Câmara, salvo
mediante projeto de resolução com o mesmo quorum de apresentação previsto no caput deste artigo.
168
II - leis complementares; (TJSC-2009) (MPMG-2018)

III - leis ordinárias; (TJSC-2009) (MPMG-2018)

IV - leis delegadas; (TJSC-2009) (MPMG-2018)

V - medidas provisórias; (TJSC-2009) (MPMG-2018)

VI - decretos legislativos; (TJSC-2009) (MPMG-2018)

##Atenção: ##MPMG-2018: Atente-se para o fato de que apenas os decretos legislativos se enquadram
como normas criadas por meio do processo legislativo, não fazendo parte destes os decretos executivos
e os judiciários. Caso a questão mencione “decretos", genericamente, ou ainda, “decretos-leis", estes não
se encontram no rol de espécies normativas do art. 59 da CF. Portanto, apenas os decretos LEGISLATIVOS
é que se configuram normas criadas através do processo legislativo.

VII - resoluções. (TJSC-2009) (MPMG-2018)

(MPPR-2019): Assinale a alternativa correta: O processo legislativo compreende a elaboração de emendas


à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos
legislativos e resoluções. BL: art. 59, CF.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das
leis.

(TJCE-2012-CESPE): Acerca do processo legislativo na ordem jurídica pátria, assinale a opção correta: Lei
ordinária posterior pode revogar lei formalmente complementar, desde que materialmente ordinária. BL:
art. 59, CF.

##Atenção: Caso uma lei denominada “complementar” versar sobre matéria relativa a lei ordinária, isto
é, para a qual não seria exigível lei complementar, então, ela poderá ser revogada também por lei ordinária
posterior. A propósito, este é o entendimento do STF sobre o tema: “Contribuição social sobre o faturamento -
COFINS (CF, art. 195, I). 2. Revogação pelo art. 56 da Lei 9.430/96 da isenção concedida às sociedades civis de
profissão regulamentada pelo art. 6º, II, da Lei Complementar 70/91. Legitimidade. 3. Inexistência de relação
hierárquica entre lei ordinária e lei complementar. Questão exclusivamente constitucional, relacionada à
distribuição material entre as espécies legais. Precedentes. 4. A LC 70/91 é apenas formalmente complementar,
mas materialmente ordinária, com relação aos dispositivos concernentes à contribuição social por ela instituída.
ADC 1, Rel. Moreira Alves, RTJ 156/721. 5. Recurso extraordinário conhecido mas negado provimento”. (STF, RE
377457, Min. Rel. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 17/09/2008).

Subseção II
Da Emenda à Constituição

Art. 60. A Constituição PODERÁ SER EMENDADA mediante proposta: (MPRJ-2012) (TJSP-2013)

I - de UM TERÇO, no mínimo, dos MEMBROS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS OU do SENADO


FEDERAL; (TJSC-2013) (TRF2-2017) (Anal. Judic./TJMS-2017) (TJRO-2019)

##Atenção: “O início da tramitação da proposta de emenda no Senado Federal está em harmonia com o
disposto no art. 60, I, da CF, que confere poder de iniciativa a ambas as Casas Legislativas.” (ADI 2.031,
Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-10-2002, Plenário).

II - do Presidente da República; (MPMG-2011) (TJRO-2019)

III - de MAIS DA METADE das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-
se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. (MPRN-2009) (MPGO-2010) (MPMG-2011)
(TJSC-2013) (TRF2-2017) (TJRO-2019)

169
##Atenção: ##STF: ##DOD: A iniciativa popular de emenda à Constituição Estadual é compatível com
a Constituição Federal, encontrando fundamento no art. 1º, parágrafo único, no art. 14, II e III e no art.
49, VI, da CF/88. Embora a Constituição Federal não autorize proposta de iniciativa popular para
emendas ao próprio texto, mas apenas para normas infraconstitucionais, não há impedimento para que
as Constituições Estaduais prevejam a possibilidade, ampliando a competência constante da Carta
Federal. STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 25/10/18 (Info 921).

(TJRS-2018-VUNESP): A iniciativa popular no processo de reforma da Constituição Federal de 1988 não


é prevista expressamente pelo texto constitucional, muito embora seja admitida por alguns autores, com
fundamento em uma interpretação sistemática da Constituição Federal. BL: art. 60, I a III, CF.

##Atenção: A iniciativa popular não é prevista expressamente como instrumento de reforma da CF/88,
apenas como forma de propositura de projetos de lei (art. 61, §2º, CF). Por outro lado, o cabimento da
iniciativa popular ao processo legislativo de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de forma
analógica, ao previsto para os Projetos de Leis (PL), é defendido pelos doutrinadores Fábio Konder
Comparato e José Afonso da Silva. Eles argumentam que o rol do art. 60 da CF/1988 não é taxativo, o
que tornaria possível, através de uma interpretação sistemática, a inclusão do referido mecanismo de
democracia direta para apresentação de Propostas de Emendas à Constituição.

(TRF5-2017-CESPE): Foi proposta, por um terço das assembleias legislativas das unidades da Federação,
emenda constitucional com o objetivo de alterar dispositivo referente à Defensoria Pública, visando-se
aprimorar a estrutura orgânico-institucional desse órgão. Votada em dois turnos nas duas casas do
Congresso Nacional, a emenda foi aprovada mediante três quintos dos votos dos membros de cada uma
delas. Nesta situação hipotética, a referida proposta deve ser considerada inconstitucional, já que a emenda
fere limitação formal ao poder constituinte derivado reformador. BL: art. 60, III, CF.

##Atenção: No caso há um vício formal, pois a iniciativa de PEC pelas assembleias legislativas exige a
propositura por mais da metade delas, mediante manifestação da maioria simples de seus parlamentares.

(Anal. Judic./TJMS-2017-PUCPR): Com relação ao Poder Constituinte Derivado, é CORRETO afirmar que
a Constituição não pode ser emendada mediante proposta da iniciativa popular, como assinala a doutrina
majoritária. BL: art. 60, I a III, CF.

(TJSP-2013-VUNESP): O exercício do Poder Constituinte Derivado, nos termos expressos da CF/88, pode
revelar-se nas Emendas à Constituição, iniciadas por proposta de mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros. BL: art. 60, III, CF.

(MPPR-2013): A Constituição poderá ser emendada mediante proposta de mais da metade das
Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros. BL: art. 60, III, CF.

(MPSC-2013): Poderá a Constituição Federal ser emendada mediante proposta de todas as Assembleias
Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros. BL: art. 60, III, CF.

##Atenção: O QUÓRUM é mais da metade. É quórum mínimo para alterar a CF/88 pelas assembleias
legislativas. Se houver bem mais da metade, ou seja, todas as assembleias legislativas, a CF/88 pode sim
ser alterada nesse caso. Se mais da metade das assembleias pode alterar, todas as assembleias poderão
também alterar. O que não pode é menos da metade das assembleias legislativas de cada unidade da
federação poder alterar.

§ 1º A Constituição NÃO PODERÁ SER EMENDADA NA VIGÊNCIA de intervenção federal, de


estado de defesa ou de estado de sítio. (TJAL-2008) (MPMG-2019)

(TJRS-2016-Faurgs): Em consonância com a previsão constitucional sobre intervenção, assinale a


alternativa correta: A intervenção federal é uma das limitações circunstanciais impostas à atividade do
poder constituinte derivado previstas no artigo 60. BL: art. 60, §1º, CF.

(MPSP-2010): A CF/88 não poderá ser emendada na vigência do estado de sítio, ainda que mediante
proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados. BL: art. 60, caput, I e §1º, CF.

170
§ 2º A PROPOSTA SERÁ DISCUTIDA e VOTADA EM CADA CASA do Congresso Nacional, EM
DOIS TURNOS, CONSIDERANDO-SE APROVADA SE OBTIVER, em ambos, TRÊS QUINTOS dos
votos dos respectivos membros. (MPRN-2009) (TJAC-2012) (MPRS-2012) (TJSC-2009/2013) (MPPR-2013)
(TJSP-2013/2018) (MPMG-2019)

(TJPA-2014-FCC): O Governador do Amapá apresentou proposta de emenda à Constituição (PEC) do


Estado para ter a prerrogativa de editar medidas provisórias conforme as regras básicas do processo
legislativo previstas na Constituição da República. O processo de discussão e votação desta PEC encontra-
se em trâmite na Assembleia Legislativa do Amapá. Neste caso, a referida proposta é constitucional,
considerando-se aprovada se obtiver, no mínimo, 3/5 dos votos dos Deputados Estaduais, em dois turnos
de votação. BL: art. 25 e art. 60, §2º da CF.

§ 3º A emenda à Constituição SERÁ PROMULGADA PELAS MESAS da Câmara dos Deputados e


do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. (MPRN-2009) (TJRS-2012) (MPRS-2012) (MPMG-
2019)

(Proc.-Câmara/BH-2018-Consulplan): A Constituição Federal é a norma maior do Estado e exigirá


procedimentos mais rigorosos para que possam ser alteradas algumas de suas regras. Neste sentido,
poderá a Constituição ser emendada mediante proposta de, no mínimo, 1/3 dos membros da Câmara ou
do Senado Federal. A respeito do processo de emenda constitucional, pode-se afirmar que a emenda à
Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. BL: art. 60, I e
§3º, CF.

(TJSC-2009): É correto asseverar, em tema de processo legislativo: Não há sanção, pelo Chefe do Poder
Executivo, em emenda constitucional, nem tampouco em resolução editada pelo Poder Legislativo. BL:
art. 60, §3º, CF.

##Atenção: Não há sanção, pelo Chefe do Poder Executivo, em emenda constitucional, pois as emendas
são promulgadas pelo Poder Legislativo (art. 60, §3º, CF). Também não há sanção presidencial em
resolução editada pelo Poder Legislativo, pois compreende um ato normativo por meio do qual será
regulamentada de competência privativa da Câmara dos Deputados (art. 51, CF) e do Senado (art. 52, CF).

(TJRS-2009): Emenda constitucional não é submetida à sanção do Presidente da República. BL: art. 60, §3º,
CF.

§ 4º NÃO SERÁ objeto de deliberação a PROPOSTA DE EMENDA tendente a abolir: (TJDFT-2011)


(MPF-2011/2012) (MPRJ-2012) (MPTO-2012) (TJSC-2013) (TJSP-2018) (MPSC-2019)

I - a forma federativa de Estado; (TJMS-2008) (MPRO-2008) (TRF4-2009) (MPES-2010) (MPF-2011)


(TJGO-2009/2015)

(TCECE-2015-FCC): A Constituição Federal, embora preveja a emenda constitucional como instrumento


de alteração de seu texto, veda a aprovação de emenda constitucional que suprima a autonomia de Estados
e Municípios em relação à União. BL: art. 60, §4º, I, CF.

(TJPR-2010): A Constituição Federal de 1988 não considerou a forma republicana de governo uma matéria
petrificada no texto. Ou seja, hodiernamente, a forma de governo República não tem "status" de cláusula
pétrea. BL: art. 60, §4º e art. 34, VII, “a”, CF.

##Atenção: ##MPRO-2008: ##MPRN-2009: ##CESPE: Pela CF/88, apenas a forma de Estado (forma
federativa de Estado) é considerada cláusula pétrea expressa (art. 60, §4º). Porém, a forma de governo
(princípio republicano) está prevista como princípio sensível (art. 34, VII, a), a cuja violação caracteriza
hipótese de intervenção.

II - o voto direto, secreto, universal e periódico; (MPGO-2010) (TJRO-2019)

##Atenção: Vide art. 14, CF.

171
(Anal. Judic.-TRE/BA-2017-CESPE): O presidente da República, fundamentando-se no argumento de que
o exercício dos direitos políticos não deve ser imposto pelo Estado, pretende extinguir o voto obrigatório
para os cidadãos com idade entre dezoito e setenta anos nas eleições de cargos eletivos do Poder
Legislativo e do Poder Executivo e implementar o voto facultativo. Nesse caso, a implementação do voto
facultativo deverá ocorrer por emenda constitucional. BL: art. 60, CF.

##Atenção: ##TJRO-2019: ##VUNESP: O voto obrigatório não é uma cláusula pétrea expressa. Há alguns
autores que sustentam que o voto obrigatório seria uma cláusula pétrea implícita, o que é um entendimento
minoritário. Marcelo Novelino também não acha que o voto obrigatório seja uma cláusula pétrea implícita.
Diante disso, o voto obrigatório poderia ser extinto por emenda.

III - a separação dos Poderes; (DPESP-2006) (TJAP-2009)

##Atenção: A CF/88 impede que o Congresso Nacional edite emenda constitucional tendente a abolir a
separação dos poderes (art. 60, §4º, III, CF), mas não veda, por exemplo, que se acrescente órgão novo ao
Poder Judiciário.

(DPEES-2016-FCC): No tocante às cláusulas pétreas, conforme disposição expressa da Constituição


Federal de 1988, não será objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir a
Separação dos Poderes. BL: art. 60, §4º, III, CF.

(MPDFT-2009): Assinale a alternativa correta: Uma das manifestações do princípio da separação de


poderes é o princípio da simetria, que obriga o constituinte estadual a seguir as escolhas, de organização e
relacionamento entre os poderes, acolhidas pelo constituinte federal. BL: art. 60, §4º, III, CF.

IV - os direitos e garantias individuais. (MPF-2011)

(TJPB-2015-CESPE): O poder constituinte de reforma está sujeito a limitações materiais que podem estar
presentes nas denominadas cláusulas pétreas implícitas.

##Atenção: Trata-se de exemplo de cláusula pétrea implícita os princípios constitucionais sensíveis,


previstos no art. 34 da CF, os quais são de observância obrigatória, sob pena de intervenção federal.

§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada NÃO PODE
SER objeto de NOVA PROPOSTA na mesma sessão legislativa. (TRF5-2009) (MPGO-2010) (TJDFT-2011)
(MPRJ-2012) (TJSC-2013) (MPPR-2013) (MPMG-2019)

(MPPR-2014): O art. 60, §5º, da CF/88, ao vedar expressamente a possibilidade de matéria constante de
proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa, contempla hipótese de limitação formal ao poder reformador.

(MPAP-2012-FCC): Proposta de emenda à Constituição de iniciativa de 27 Senadores, tendo por objetivo


transferir do Ministério Público para as Defensorias Públicas a função de defesa judicial dos direitos e
interesses das populações indígenas, é submetida à votação em dois turnos, no Senado Federal, obtendo
52 e 47 votos em favor da aprovação, em primeiro e segundo turno, respectivamente. Nessa situação, a
referida proposta de emenda à Constituição foi rejeitada em segundo turno de votação no Senado Federal,
razão pela qual a matéria de que trata não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
BL: art. 60, §§ 2º e 5º, CF/88.

##Atenção: 3/5 de 81 equivale a 49 senadores. No segundo turno foi rejeitada a matéria.

Subseção III
Das Leis

Art. 61. A INICIATIVA DAS LEIS complementares e ordinárias CABE a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e
aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. (TJMG-2008) (TJGO-2009) (TJPR-2010)
(MPF-2011)
172
§ 1º São de INICIATIVA PRIVATIVA do Presidente da República as leis que:

I - FIXEM ou MODIFIQUEM os efetivos das Forças Armadas; (TJMG-2007) (TJRS-2012) (TJAC-2012)

(TJRO-2019-VUNESP): Considere a seguinte situação: um Deputado Federal apresentou um projeto de lei


modificando o efetivo das Forças Armadas. Após a devida tramitação perante as Comissões da respectiva
Casa e sua aprovação, o projeto foi encaminhado ao Senado Federal, que confirmou a sua aprovação. O
projeto de lei foi encaminhado ao Presidente da República que o sancionou imediatamente e,
posteriormente, publicou-o no Diário Oficial. Nesse caso, a partir da previsão constitucional sobre o
processo legislativo, é correto afirmar que a lei é inconstitucional sob o prisma formal, por vício de
iniciativa, uma vez que a competência para iniciativa de projetos de lei tratando sobre o tema apresentado
é exclusiva do Presidente da República, de modo que a sanção posterior não convalida o vício indicado.
BL: art. 61, §1º, I, CF e Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STF: ##DPECE-2008: ##TJDFT-2015: ##CESPE: ##TJMSP-2016: ##TJRO-2019:


##VUNESP: O modelo estruturador do processo legislativo, tal como delineado em seus aspectos
fundamentais pela Constituição da República, impõe-se, enquanto padrão normativo de compulsório
atendimento, à observância incondicional dos Estados-membros. Precedentes. A usurpação do poder de
instauração do processo legislativo em matéria constitucionalmente reservada à iniciativa de outros
órgãos e agentes estatais configura transgressão ao texto da Constituição da República e gera, em
consequência, a inconstitucionalidade formal da lei assim editada. A sanção do projeto de lei não
convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do poder de iniciativa. A ulterior
aquiescência do Chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de lei, ainda quando dele seja a
prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da inconstitucionalidade. Insubsistência
da Súmula nº 5/STF. (STF. Plenário. ADI 2867, Rel. Min. Celso de Mello, j. 03/12/03).

II - DISPONHAM sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento


de sua remuneração; (MPAM-2007) (TJMG-2008) (TJRR-2008) (MPPR-2008/2011) (TJES-2011) (TJRS-2012)
(MPSC-2012) (TJPE-2013/2015) (TJGO-2015) (TJRO-2019)

(TJPR-2019-CESPE): À luz dos dispositivos constitucionais e do entendimento jurisprudencial acerca de


processo legislativo, é correto afirmar que as leis que dispõem sobre o aumento da remuneração de
servidores em cargos públicos na esfera estadual da administração direta é de iniciativa privativa do
governador do estado, sendo inconstitucional a vinculação desse reajuste aos índices federais de correção
monetária. BL: art. 61, §1º, II, “a”, CF e SV 42 do STF.

##Atenção: As leis que versam sobre “a criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta
e autárquica ou aumento de sua remuneração” são de iniciativa do chefe do poder executivo, na forma do art.
61, §1º, II, “a”, da CF/88, aplicável a todos os entes federados por simetria com o modelo da União Federal.
Além disso, veja o teor da SV-42: “É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores
estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária”.

(Anal. Legisl.-Valinhos/SP-2017-VUNESP): Considerando que o modelo de processo legislativo federal


previsto na Constituição Federal de 1988 aplica-se aos Municípios, no que couber, é correto afirmar que,
no processo legislativo municipal, são de iniciativa privativa do Prefeito Municipal as leis que disponham
sobre criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica do respectivo
Município. BL: art. 61, §1º, II, “a”, CF.

##Atenção: Por simetria, as leis que disponham sobre criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica do respectivo Município são de competência do Prefeito.

(TJSP-2011-VUNESP): A Câmara Legislativa de Canguçu do Norte edita lei, por sua iniciativa,
transformando cargos e funções de servidores públicos da Prefeitura Municipal que prestam,
eventualmente, serviço junto ao Poder Judiciário local. É correto afirmar que em se tratando de servidores
públicos do executivo municipal, é inadmissível tal conduta, vez que tal transformação só pode ocorrer
por meio de lei de iniciativa do executivo local. BL: art. 61, §1º, II, “a”, CF.

##Atenção: Trata-se da aplicação do princípio da simetria ou paralelelismo constitucional, pelo qual as


constituições estaduais e as leis orgânicas dos municípios devem atender às diretrizes da CF/88. O Poder
173
Legislativo pode dispor sobre organização, funcionamento, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços, conforme estabelecido no art. 51, IV e no art. 52, XIII da CF/88. Mas
isso diz respeito apenas aos serviços, ou seja, os cargos, os empregos, os órgãos no âmbito do Poder
Legislativo. Por outro lado, a CF/88 estabelece em seu art. 61, § 1º, II, alínea "a" que é de iniciativa privativa
do Presidente da República, portanto, do chefe do Poder Executivo, as leis que disponham sobre criação
de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica. Desta forma, pelo princípio
da simetria, apenas ao Chefe do Executivo municipal caberia a iniciativa de tal lei.

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e


pessoal da administração DOS TERRITÓRIOS; (TJSE-2008) (TRF5-2009) (PGEAM-2010) (TJCE-2012)
(MPSC-2012) (TJMA-2013) (TJAL-2015/2019) (TJRO-2019)

##Atenção: ##Repercussão Geral – STF – Tese 682: ##TJAL-2019: ##FCC: Inexiste, na CF/1988, reserva
de iniciativa para leis de natureza tributária, inclusive para as que concedam renúncia fiscal. (STF.
Plenário. ARE 743480 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 10/10/2013).
(TJAL-2019-FCC): Prefeito Municipal Aristóbulo ajuizou ADI contra lei de iniciativa do Poder Legislativo
Municipal que acrescentou artigo ao Código Tributário Municipal, concedendo isenção do pagamento da
Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP) às unidades consumidoras dos órgãos
da Administração direta e indireta do Município, situado no Estado de Alagoas. À luz da disciplina
constitucional pertinente e da jurisprudência do STF, trata-se de ato constitucional, diante do reconhecimento
da natureza tributária da COSIP, bem como da competência concorrente para iniciar processo legislativo em
matéria tributária. BL: art. 61, caput e §1º, II, “b” c/c art. 149, caput,36 da CF e Entendimento do STF.
##Atenção: A competência concorrente a que se refere a questão é entre os Poderes Legislativo e Executivo.
De fato, ambos possuem a iniciativa da lei que concede a isenção do pagamento do COSIP. Portanto, a lei é
constitucional, uma vez que a iniciativa de lei de natureza tributária é concorrente entre Poder Executivo e
Legislativo. Cumpre registrar que, nos termos caput do art. 61 da CF: “A iniciativa das leis complementares
e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador Geral da
República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.” Logo, poderia mesmo integrante da
Casa Legislativa municipal apresentar projeto de lei concessiva de isenção da contribuição municipal.

##Atenção: ##TJSE-2008: ##TJCE-2012: ##FCC: ##TJMA-2013: ##CESPE: Quanto à correção


interpretação do art. 61, §1º, II, “b” da CF/88, assim se pronunciou o STF: “Ação direta de
inconstitucionalidade. Lei 7.616/02, do Estado de Mato Grosso. Prorrogação de prazo. - Improcede a alegação de que
a lei estadual ora atacada, por dizer respeito a matéria tributária, seria da iniciativa exclusiva do Chefe do Poder
Executivo Estadual pela aplicação aos Estados do disposto, no tocante ao Presidente da República, no art. 61, § 1º,
II, "b", da CF/88, o qual seria aplicável aos Estados-membros. E improcede porque esse dispositivo diz respeito
apenas à iniciativa exclusiva do Presidente da República no tocante às leis que versem matéria tributária
e orçamentária dos TERRITÓRIOS." (STF, Tribunal Pleno, ADIMC 2.599/MT, rel. Min. Moreira Alves, DJ
de 13.12.02). A propósito, vejamos outro julgado da Corte Suprema: "Ação direta de inconstitucionalidade. Lei
553/00, do Estado do Amapá. Concessão de benefícios tributários. Lei de iniciativa parlamentar. Ausência de ofensa
ao art. 61, § 1º, II, b, da CF/88, pois as regras insertas nesse dispositivo se referem tão somente a Territórios
Federais, não sendo de observância obrigatória por parte dos Estados-membros. Precedentes: ADIns nºs
352/DF e 2.304/RS. O inciso II do art. 165 da Carta Magna, por aludir a normas relativas a diretrizes orçamentárias,
não se aplica a normas que dizem respeito a direito tributário, como o são aquelas que concedem benefícios fiscais.
Precedente: ADIn 724/RS. Medida liminar indeferida." (STF, Tribunal Pleno, ADIMC nº 2.464/AP, Rel. Min.
Ellen Gracie, pub. no DJ de 28.6.02, p.88)

##Atenção: ##TJMA-2013: ##CESPE: Segundo o STF, o art. 61, § 1º, II, "b" da CF/88, ao se referir à
iniciativa privativa do Presidente da República em matéria tributária, aplica-se exclusivamente aos tributos
que digam respeito aos Territórios Federais. Em qualquer outro caso relativo ao Direito Tributário, não há
iniciativa legislativa privativa. Logo, membros do Poder Legislativo também podem propor projeto de lei
sobre matéria tributária, isto é, a iniciativa de lei que verse sobre matéria tributária é concorrente entre o
chefe do Poder Executivo e os membros do Legislativo.

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade
e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) (MPAM-2007) (TRF4-2009)
(TJDFT-2012) (TJAM-2013/2016) (TJMSP-2016)

36 Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal PODERÃO INSTITUIR CONTRIBUIÇÃO, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (...)
174
##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa
parlamentar, que trate sobre as competências da Procuradoria Geral do Estado. Isso porque esta matéria
é de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, da CF/88). É do Governador do Estado
a iniciativa de lei ou emenda constitucional que discipline a organização e as atribuições dos órgãos e
entidades da Administração Pública estadual. STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia,
j. 27 e 28/3/19 (Info 935).

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJAM-2016: ##CESPE: É inconstitucional lei estadual, de iniciativa


parlamentar, que conceda anistia a servidores públicos punidos em virtude de participação em
movimentos reivindicatórios. Existe um vício formal. Isso porque a CF/88 prevê que compete ao Chefe
do Poder Executivo a iniciativa de lei que trate sobre os direitos e deveres dos servidores públicos (art.
61, § 1º, II, “c”, da CF/88). STF. Plenário. ADI 1440/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 15/10/14 (Info 763).

##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: A norma questionada contém vício de inconstitucionalidade formal


pois impõe ao Chefe do Poder Executivo, e em prazo determinado, o encaminhamento de projeto de lei,
que, segundo a CF/88 depende exclusivamente de sua própria iniciativa, por tratar de regime jurídico
de servidor público. (art. 61, § 1°, letra "c"). STF. Plenário. ADI 2393, Rel. Min. Sydney Sanches, j. 13/02/03)

(TJCE-2014-FCC): No processo de elaboração da lei de revisão geral da remuneração dos servidores


estaduais deve ser respeitada norma da Constituição da República sobre reserva de iniciativa, ainda que
não tenha sido reproduzida pela Constituição estadual. BL: art. 61, §1º, II, “a” e “c”, CF e Entend. STF.

##Atenção: ##STF: É da iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo lei de criação de cargos, funções
ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração, bem como
que disponha sobre regime jurídico e provimento de cargos dos servidores públicos. Afronta, na
espécie, ao disposto no art. 61, § 1º, II, a e c, da CF/1988, o qual se aplica aos Estados-membros, em razão
do princípio da simetria. [ADI 2.192, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 4‑6‑2008.]

(TJSC-2009): É correto asseverar, em tema de processo legislativo: São de iniciativa privativa do Chefe do
Poder Executivo, entre outras, leis versantes sobre servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de
cargos, estabilidade e aposentadoria. BL: art. 61, §1º, II, “c”, CF.

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais
para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios; (TJGO-2009) (MPDFT-2009) (TRF4-2009) (MPSC-2013)

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art.


84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (MPAM-2007) (MPES-2010) (TJAM-2016)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa


parlamentar, que trate sobre as competências da Procuradoria Geral do Estado. Isso porque esta matéria
é de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, “c” e “e”, CF/88). É do Governador
do Estado a iniciativa de lei ou emenda constitucional que discipline a organização e as atribuições dos
órgãos e entidades da Administração Pública estadual. STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min.
Cármen Lúcia, j. 27 e 28/3/19 (Info 935).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional disciplina, na Carta do Estado, de matéria cuja iniciativa
de projeto é reservada ao Governador. STF. Plenário. ADI 3848/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 11/2/15
(Info 774).

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJAM-2016: ##CESPE: A disciplina normativa pertinente ao processo de


criação, estruturação e definição das atribuições dos órgãos e entidades integrantes da Administração
Pública estadual, ainda que por meio de emenda constitucional, revela matéria que se insere, por sua
natureza, entre as de iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo local, pelo que disposto no art.
61, § 1º, inciso II, alínea “e”, da CF. STF. Plenário. ADI 2654/AL, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 13/8/14 (Info
754).

##Cuidado: ##Questiona-se: ##STF: ##DOD: ##Esse entendimento acima exposto vale também para os
casos de emenda à Constituição Federal? NÃO. Não existe iniciativa privativa (reservada) para a
propositura de emendas à CF/1988. A proibição de que emendas constitucionais tratem sobre as
matérias do art. 61, § 1º da CF/88 só vale para emendas à Constituição Estadual. Dito de outro modo:
175
É possível que emenda à CF/88 proposta por iniciativa parlamentar trate sobre as matérias
previstas no art. 61, § 1º da CF/88. As regras de reserva de iniciativa fixadas no art. 61, § 1º da CF/88
não são aplicáveis ao processo de emenda à CF/88, que é disciplinado em seu art. 60. STF. Plenário.
ADI 5296 MC/DF, Rel. Min. Rosa Weber, j. 18/5/16 (Info 826).

##Questiona-se: ##DOD: ##É possível emenda constitucional de iniciativa parlamentar tratando sobre
os assuntos que, em caso de propositura de projeto de lei, seriam de iniciativa reservada ao chefe do Poder
Executivo (art. 61, § 1º, da CF/88)?
➢ Emenda à Constituição Federal proposta por parlamentares federais: SIM.

➢ Emenda à Constituição Estadual proposta por parlamentares estaduais: NÃO.

##Questiona-se: ##DOD: ##Por que existe essa diferença de tratamento entre emenda à Constituição
Federal e emenda à Constituição Estadual? O poder constituinte estadual não é originário. É poder
constituído, cercado por limites mais rígidos do que o poder constituinte federal. A regra da simetria é
um exemplo dessa limitação. Por essa razão, as Assembleias Legislativas se submetem a limites mais
rigorosos quando pretendem emendar as Constituições Estaduais. Assim, se os Deputados Estaduais
apresentam emenda à Constituição Estadual tratando sobre os assuntos do art. 61, § 1º, da CF/88 eles estão,
em última análise, violando a própria regra da CF/1988.

##Atenção: ##STF: ##MPF-2011: Ação Direta de Inconstitucionalidade. Emenda Constitucional nº 35/05,


do Estado do Rio de Janeiro, que cria instituição responsável pelas perícias criminalística e médico-legal.
Inconstitucionalidade formal: matéria de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo. Violação,
pelo poder constituinte decorrente, do princípio da separação de poderes, tendo em vista que, em se
tratando de Emenda à Constituição estadual, o processo legislativo ocorreu sem a participação do Poder
Executivo. STF. Plenário. ADI 3644, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 04/03/09.
(MPF-2011): Para o STF, as emendas às constituições estaduais não podem criar novos órgãos públicos no
Estado-membro. BL: art. 61, §1º, “e”, CF e Entend. Jurisprud.

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade,
remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(Anal. Judic.-STM-2018-CESPE): Situação hipotética: Por iniciativa de deputado federal, tramitou e foi
aprovado, no Congresso Nacional, projeto de lei que trata de regime jurídico dos militares das Forças
Armadas. Assertiva: Nessa situação, o projeto deverá ser vetado pelo presidente da República, porque
existe vício de constitucionalidade formal. BL: art. 61, §1º, II, “f”, CF/88.

##Atenção: As leis que disponham sobre regime jurídico dos militares das Forças Armadas são de
iniciativa privativa do Presidente da República (art. 61, §1º, II, “f”, CF). Por isso, projeto de lei que trate
dessa matéria deve, sim, ser vetado pelo presidente da República, porque sofre de vício de
constitucionalidade formal.

§ 2º A INICIATIVA POPULAR PODE SER EXERCIDA pela apresentação à Câmara dos Deputados
de PROJETO DE LEI SUBSCRITO por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, DISTRIBUÍDO
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
(MPPB-2010) (TJDFT-2012) (TJGO-2012) (MPF-2013) (TRF2-2017) (TJRS-2018) (TJRO-2011/2019) (MPSC-
2019)

(TJSP-2011-VUNESP): Nossa ordem constitucional estabelece institutos de democracia semidireta, dentre


os quais, a iniciativa popular, exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados,
com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. BL: art. 61, §2º, CF.

##Atenção: Dica de memorização para lei de iniciativa popular: Lembre-se do número 1503 (1% do
eleitorado nacional; dividido em pelo menos 5 estados; com não menos de 0,3% dos eleitores em cada um
dos estados).

176
Art. 62. Em caso de RELEVÂNCIA e URGÊNCIA, o Presidente da República PODERÁ ADOTAR
MEDIDAS PROVISÓRIAS, com força de lei, DEVENDO SUBMETÊ-LAS de imediato ao Congresso
Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (MPF-2005) (TJSC-2009) (MPDFT-2009)
(TRF2-2009) (TRF5-2009) (TJMS-2012) (MPMT-2012) (MPMG-2013) (MPSC-2013) (TJDFT-2014) (TJPE-2015)
(TJAL-2015) (TJRO-2019)

Súmula Vinculante 54: A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a Emenda
Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de
lei desde a primeira edição.

##Atenção: ##STF: ##DOD: O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá
editar medidas provisórias em caso de relevância e urgência. A definição do que seja relevante e urgente
para fins de edição de medidas provisórias consiste, em regra, em um juízo político (escolha
política/discricionária) de competência do Presidente da República, controlado pelo Congresso
Nacional. Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na
análise dos requisitos da MP. STF. Plenário. ADI 4627/DF e ADI 4350/DF, Rel. Min. Luiz Fux, j. 23/10/14
(Info 764). STF. Plenário. ARE 704520/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 23/10/14 (repercussão geral) (Info
764).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Durante a tramitação de uma medida provisória no Congresso Nacional, os
parlamentares poderão apresentar emendas? SIM, no entanto, tais emendas deverão ter relação de
pertinência temática com a medida provisória que está sendo apreciada. Assim, a emenda apresentada
deverá ter relação com o assunto tratado na medida provisória. Desse modo, é incompatível com a
Constituição a apresentação de emendas sem relação de pertinência temática com medida provisória
submetida à sua apreciação. STF. Plenário. ADI 5127/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão
Min. Edson Fachin, j. 15/10/15 (Info 803).

##Atenção: Dispõe o art. 2º da Emenda Constitucional 32/2001: “Art. 2º As medidas provisórias editadas em
data anterior à da publicação desta emenda continuam em vigor até que medida provisória ulterior as revogue
explicitamente ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional.”

(TJSP-2013-VUNESP): As medidas provisórias, com força de lei, podem ser adotadas pelo Presidente da
República em caso de relevância e urgência. BL: art. 62, CF.

(TJGO-2009-FCC): Considere a seguinte assertiva, relativa ao Direito brasileiro vigente: Já houve caso em
que, por decreto, alterou-se o texto de lei.

##Atenção: O decreto-lei é um decreto com força de lei, que emana do Poder Executivo, previsto nos
sistemas legislativos de alguns países. Os decretos-leis podem aplicar-se à ordem econômica, fiscal, social,
territorial e de segurança, com legitimidade efetiva de uma norma administrativa e poder de lei desde a
sua edição, sanção e publicação no diário ou jornal oficial. Os decretos-leis foram muito utilizados,
durante o governo militar. A CF/1988 não elencou, no processo legislativo, a figura de decreto-lei que, na
prática, foi substituído pela medida provisória. Assim, no passado, o sistema permitia que o decreto
possuísse força de lei e, dessa forma, alterasse a legislação.

§ 1º É VEDADA a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 32, de 2001)

I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJDFT-2008) (TJMG-2007) (TJRO-2011) (DPSC- 2012) (MPMS-2013)
(TJSP-2014) (TJPA-2014) (TRF2-2014) (DPEPR-2014)

(TJRJ-2012-VUNESP): Assinale a alternativa correta a respeito do processo legislativo: É vedada a edição


de medidas provisórias sobre matéria relativa a nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos
políticos e direito eleitoral. BL: art. 62, §1º, “a”, CF.

b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001) (TJDFT-2008) (MPMT-2008) (TJRS-2009)
177
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJSP-2014)

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,


RESSALVADO o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJPA-
2014) (TJDFT-2015)

Art. 167. São vedados: (...)


§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.

(TJDFT-2008): Não podem ser objeto de Medida Provisória as matérias relativas à organização do Poder
Judiciário e do Ministério Público, à carreira e garantia de seus membros; planos plurianuais, diretrizes
orçamentárias, orçamentos e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no artigo 167, §3º,
da CF. BL: art. 62, §1º, “c” e “d”, CF.

II – que VISE a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJRS-2012)

III – RESERVADA a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJSP-
2009) (TJAC-2019) (TJMS-2008/2020)

(DPEMG-2009): Medida Provisória pode dispor sobre matéria tributária, exceto a que for reservada à lei
complementar. BL: art. 62, §1º, inciso III, c/c art. 62, §2º, CF.

(TJMG-2008): A medida provisória constitui espécie de ato normativo excepcional e tem características
estabelecidas no texto constitucional: É vedada a edição de medida provisória sobre matéria reservada à
lei complementar. BL: art. 62, §1º, inciso III, CF.

IV – JÁ DISCIPLINADA em PROJETO DE LEI aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de


sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJPA-
2009) (TRF5-2009) (TJSP-2013) (TJRO-2019)

(TJSC-2009): Assinale a alternativa correta no tocante ao instituto da medida provisória: Dentre outras
hipóteses, é defeso editá-la sobre matéria já disciplinada em projeto de lei pendente de sanção ou veto. BL:
art. 62, §1º, IV, CF.

(TJDFT-2008): Não podem ser objeto de Medida Provisória matéria que vise à detenção ou seqüestro de
bens de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; matéria reservada a Lei Complementar;
matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção do
Presidente da República. BL: art. 62, §1º, II a IV, CF.

§ 2º MEDIDA PROVISÓRIA que IMPLIQUE INSTITUIÇÃO ou MAJORAÇÃO de impostos,


EXCETO os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V [Obs.: II; IE; IPI; IOF], e 154, II [Obs.: impostos
extraordinários, na iminência ou no caso de guerra externa], SÓ PRODUZIRÁ EFEITOS no exercício
financeiro seguinte SE HOUVER SIDO CONVERTIDA em lei até o último dia daquele em que foi
editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJMS-2008) (TRF2-2009) (TJCE-2012) (TJPE-
2013) (TJMA-2013) (TJPA-2009/2012/2014) (MPRS-2014)

(TJMS-2020-CESPE): A respeito do princípio da anterioridade tributária, é correto afirmar: Medida


provisória pode instituir ou majorar imposto e, neste caso, a obediência à anterioridade anual tributária
pressupõe a sua conversão em lei até o último dia do exercício financeiro em que for editada, para que a
nova norma possa ser aplicada no ano seguinte. BL: art. 62, §2º, CF (trib.)

##Atenção: As exceções previstas pelo §2º do art. 62 da CF (IE, II, IPI, IOF e imposto de guerra) são exceções
ao princípio da anterioridade anual – motivo pela qual a medida provisória que os regula não precisaria
estar convertida em lei até o término do exercício financeiro. Portanto, em regra, a MP precisará ser
convertida em lei até o último dia do ano em que foi editada. Porém, como ressaltado, há algumas exceções

178
previstas nesse dispositivo. Como a questão não aponta nenhum imposto específico, deve-se ater à regra
geral.

(TCEMT-2011-FMP): O Presidente da República, em 23 de novembro de 2010, editou e publicou medida


provisória aumentando a alíquota do imposto de importação sobre determinado produto. A medida
provisória foi convertida em lei em 5 de março de 2011. O imposto majorado pode ser exigido a partir de
23 de novembro de 2010. BL: art. 62, §2º, CF.

##Atenção: O imposto pode ser exigido a partir DA DATA DE PUBLICAÇÃO DA "MP". O imposto em
questão (II) está inserido no âmbito das exceções aos princípios da legalidade e anterioridade (anual e
nonagesimal).

(TJSC-2010): A medida provisória editada pela União poderá implicar na instituição ou aumento de
impostos, exceto o imposto de importação de produtos estrangeiros, imposto sobre produtos
industrializados, imposto de importação para o exterior de produtos nacionais, imposto extraordinário e
imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros, só produzindo efeitos no exercício financeiro
seguinte, se convertida em lei até o último dia daquele em que for editada. BL: art. 62, §2º, CF.

(TJRS-2009): Sobre medida provisória, assinale a assertiva correta: Aquela que aumentar alíquota de
imposto de renda e proventos de qualquer natureza só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte
se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. BL: art. 62, §2º, CF (trib.)

##Atenção: A MP que implique instituição ou majoração de impostos, como regra, só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

§ 3º As MEDIDAS PROVISÓRIAS, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 PERDERÃO eficácia, desde


a edição, SE NÃO FOREM CONVERTIDAS EM LEI no prazo de sessenta dias, PRORROGÁVEL, nos
termos do § 7º, uma vez por igual período, DEVENDO o Congresso Nacional DISCIPLINAR, POR
DECRETO LEGISLATIVO, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001) (TJRS-2009) (MPDFT-2009) (TRF2-2009) (TJSC-2010) (TJAC-2012) (TJCE-2012) (TJPI-2012)
(MPSC-2013) (TJPA-2014)

(TJSC-2009): Assinale a alternativa correta no tocante ao instituto da medida provisória: Perderá sua
eficácia se não convertida em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, uma vez, por igual período. BL:
art. 62, §3º, CF.

(TJSC-2009): Assinale a alternativa correta no tocante ao instituto da medida provisória: Cumpre ao Poder
Legislativo disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas decorrentes de sua não conversão em
lei. BL: art. 62, §3º, CF.

##Atenção: O texto constitucional admite a aprovação de projeto de lei por decurso do tempo (art. 66, §3º),
mas não admite a aprovação de medida provisória, pois, se esta não for convertida em lei no prazo de 60
dias (ou 120 dias, se tiver havido a aprovação), esta perderá sua eficácia.

(MPPE-2008-FCC): Lei ordinária assegura aos servidores públicos a percepção do Abono de Natal
correspondente a 1 mês de remuneração. Ocorre que medida provisória ampliou esse benefício para
conceder mais 50% por cento por ocasião do aniversário do servidor. Entretanto, a medida provisória foi
rejeitada pelo Congresso Nacional. Nesse caso, para a solução dos que já receberam o benefício entre o
período da edição dessa espécie normativa e sua rejeição, o Congresso Nacional deverá disciplinar por
meio de decreto legislativo, no prazo constitucionalmente estabelecido, as relações jurídicas consolidadas
durante a vigência da medida provisória. BL: art. 62, §3º, CF.

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, SUSPENDENDO-


SE durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001) (TJPE-2015)

##Atenção: ##DOD: O prazo fica suspenso (ou seja, não corre) durante os períodos de recesso do
Congresso Nacional (art. 62, § 4º). Vale ressaltar que a MP continua produzindo efeitos. O que fica
suspenso é a contagem do prazo para que ela perca sua vigência.

179
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas
provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TRF5-2009) (TJPE-2015)

(TJSP-2018-VUNESP): É possível afirmar que, no sistema constitucional brasileiro, embora o controle


repressivo de constitucionalidade seja, em regra, exercido pelo Judiciário, existem exceções, uma delas
correspondente ao juízo sobre a constitucionalidade das medidas provisórias que cada uma das Casas do
Congresso Nacional realiza antes de deliberar sobre o seu mérito. BL: art. 62, §5º, CF.

##Atenção: Quando o Presidente da República elabora uma Medida Provisória, ela já possui força de lei,
isto é, ela já produz efeitos desde a sua edição. Todavia, nos termos do caput do art. 62 da CF/88, o
Presidente da República, deverá submeter a MP, de imediato, ao Congresso Nacional (Poder Legislativo),
que verificará se ela é ou não compatível com a CF/88. Se o Congresso rejeitar a medida provisória, ele
estará reparando uma inconstitucionalidade que já ocorreu, sendo, portanto, um exemplo de controle
político repressivo exercido pelo Poder Legislativo.

##Atenção: A deliberação nunca ocorrerá em sessão conjunta, mas sim em sessão única.

§ 6º Se a medida provisória NÃO FOR APRECIADA em até quarenta e cinco dias contados de sua
publicação, ENTRARÁ EM REGIME DE URGÊNCIA, subseqüentemente, em cada uma das Casas do
Congresso Nacional, FICANDO SOBRESTADAS, até que se ultime a votação, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001) (TJMS-2012) (TJSP-2013) (MPSC-2013) (PGEGO-2013) (TJRJ-2014)

§ 7º PRORROGAR-SE-Á uma única vez por igual período A VIGÊNCIA DE MEDIDA


PROVISÓRIA que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada
nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJMG-2008)
(TJAC-2012) (MPSC-2013)

##Questiona-se: ##DOD: Qual é o prazo de eficácia da medida provisória? 60 dias, podendo ser
prorrogada, apenas uma vez, por mais 60 dias. Isso está previsto no art. 62, §§ 3º e 7º da CF/88.

##Atenção: ##DOD: Prorrogação é automática: A prorrogação da vigência da MP é automática. Assim,


terminado o prazo de 60 dias, se a MP ainda não tiver sido votada nas duas Casas do Congresso
Nacional, ela será automaticamente prorrogada (o Presidente não precisa pedir a prorrogação). Essa
prorrogação pode ocorrer uma única vez.

##Questiona-se: ##DOD: O que acontece se uma MP não é convertida em lei no prazo de eficácia +
prorrogação (120 dias)? Se uma MP não for convertida em lei no prazo, ela perde eficácia desde a sua
edição (sua eficácia fica exaurida). Ocorrendo essa situação, o Congresso Nacional deverá editar um
decreto legislativo disciplinando como ficarão as relações jurídicas que foram afetadas pela MP no
período em que ela vigorou (art. 62, § 3º). Em outras palavras, este decreto legislativo irá dizer se os efeitos
produzidos pela MP no período em que ela vigorou continuam ou não, mesmo ela não tendo sido
aprovada.

##Questiona-se: ##DOD: O que acontece se uma MP é rejeitada? Se uma MP é votada dentro do prazo e
rejeitada, ela também perde eficácia desde a sua edição, sendo, então, arquivada.

##Atenção: ##DOD: Possibilidades da MP: Podemos identificar três ocorrências possíveis para as
medidas provisórias:
A MP é votada dentro do seu prazo de duração, O texto é promulgado e, com isso, a
1) Aprovação
sendo aprovada pelo Congresso. MP é convertida em lei ordinária.
A MP é votada dentro do seu prazo de duração, A MP é arquivada.
2) Rejeição
mas não obtém os votos necessários para ser
EXPRESSA
aprovada (maioria simples).
A MP não é votada dentro do prazo de duração. A MP é arquivada.
3) Rejeição
Diz-se que a eficácia foi exaurida pelo decurso do
TÁCITA
prazo (perdeu eficácia por decurso do prazo).

180
(TJSP-2014-VUNESP): De acordo com a CF/88, assinale a opção correta a respeito da Medida Provisória:
A vigência da MP pode ser prorrogada por uma única vez, pelo prazo de 60 dias. BL: art. 62, §7º, CF.

§ 8º As medidas provisórias TERÃO sua votação iniciada na CÂMARA DOS DEPUTADOS.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJRS-2009) (TJMS-2012) (TJAC-2012) (TJPA-2014)

(TJSP-2013-VUNESP): As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. BL:
art. 62, §8º, CF.

§ 9º CABERÁ à COMISSÃO MISTA de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e


sobre elas emitir parecer, ANTES DE SEREM APRECIADAS, em sessão separada, pelo plenário de cada
uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJMS-2012)
(TJAC-2012) (TJPI-2012) (MPMT-2012) (TJPA-2014)

§ 10. É VEDADA a REEDIÇÃO, na mesma sessão legislativa [obs.: ordinária], de medida provisória
que TENHA SIDO REJEITADA ou que TENHA PERDIDO sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído
pela EC nº 32, de 2001) (MPF-2005) (TJMG-2008) (TJSC-2009) (TRF5-2009) (TJMS-2012) (TJPA-
2009/2012/2014)

##Questiona-se: ##DOD: É possível a reedição de medidas provisórias? SIM, mas desde que isso ocorra
em outra sessão legislativa. Veja o que diz o § 10 do art. 62 da CF/88. Interpretando esse dispositivo a
contrario sensu, é possível a reedição, em outra sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

##Atenção: ##DOD: Sessão legislativa: Quando o § 10 do art. 62 fala em “sessão legislativa”, está se
referindo à sessão legislativa ordinária. Sessão legislativa é o período anual de trabalho ordinário dos
parlamentares no Congresso Nacional. Inicia-se em 02 de fevereiro, é interrompido em 17 de julho para o
recesso do meio do ano e recomeça em 1º de agosto, indo até 22 de dezembro. Desse modo, a sessão
legislativa ordinária vai de 02 de fevereiro até 22 de dezembro, com uma pausa (intervalo) entre 18 de julho
até 31 de julho. Fala-se em sessão legislativa ordinária porque é possível a convocação dos parlamentares
para deliberações extraordinárias. É a chamada convocação extraordinária, prevista no art. 57, § 7º: “Art.
57 (...) § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual
foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da
convocação”.

##Questiona-se: ##DOD: O Presidente da República pode “desistir” da MP que ele editou? Ele pode pedir
a “retirada” da MP que está tramitando no CN? NÃO. Não existe essa possibilidade na CF/1988.

##Questiona-se: ##DOD: ##TJCE-2012: ##CESPE: É possível que o Presidente da República edite MP


revogando medida provisória anterior que está tramitando no CN? SIM. O Presidente, embora não tenha
disponibilidade sobre medida provisória já editada (não pode retirar do Congresso Nacional), possui
legitimidade para editar outra medida provisória com efeito ab-rogante (revogando a MP anterior). O
STF entende que não existe, na CF/88, proibição explícita a respeito para a edição de nova MP revogando
MP anterior. Vale ressaltar, no entanto, que a segunda MP irá apenas suspender a eficácia jurídica da
medida provisória revogada. Isso significa que o Congresso permanece com o poder de deliberar sobre
a validade da MP. Ex: o Congresso pode decidir rejeitar a segunda MP (MP “revogadora”) e aprovar a
primeira (que o Presidente queria revogar com a segunda). Veja esta elucidativo precedente da Corte sobre
o tema:
(...) 1. Porque possui força de lei e eficácia imediata a partir de sua publicação, a MP não pode
ser “retirada” pelo Presidente da República à apreciação do Congresso Nacional. (...). 2. Como
qualquer outro ato legislativo, a Medida Provisória é passível de ab-rogação mediante diploma de
igual ou superior hierarquia. Precedentes. 3. A revogação da MP por outra MP apenas suspende
a eficácia da norma ab-rogada, que voltará a vigorar pelo tempo que lhe reste para apreciação, caso
caduque ou seja rejeitada a MP ab-rogante. 4. Consequentemente, o ato revocatório não subtrai ao
Congresso o exame da matéria contida na MP revogada. (...) STF. Plenário. ADI 2984 MC, Rel. Min.
Ellen Gracie, j. 4/09/03.

##Atenção: ##DOD: Observação importante: Presidente, ao revogar a MP anterior, admite que aquele
assunto não é urgente: O STF entende que o chefe do Poder Executivo da União, ao revogar determinada
medida provisória, abre mão do poder de disposição sobre aquela matéria, com o caráter de urgência

181
que justificava a edição do ato normativo. Ora, se o próprio Presidente revogou a MP anterior, significa
que aquele assunto que era nela tratado pode esperar (não é urgente) e, portanto, não deve ser tratado por
meio de MP (art. 62, CF). A hipótese corresponde, portanto, à figura da rejeição. Confira precedente neste
sentido:
(...) o ato de revogação pura e simples de uma MP outra coisa não é senão uma auto-rejeição; ou
seja, o autor da medida a se antecipar a qualquer deliberação legislativa para proclamar, ele mesmo
(Poder Executivo), que sua obra normativa já não tem serventia. Logo, reeditá-la significaria
artificializar os requisitos constitucionais de urgência e relevância, já categoricamente desmentidos
pela revogação em si. (...) STF. Plenário. ADI 3964 MC, Rel. Min. Carlos Britto, j. 12/12/2007.

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente de conversão de


medida provisória cujo conteúdo normativo caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, de
medida provisória anterior rejeitada, de eficácia exaurida por decurso do prazo ou que ainda não tenha
sido apreciada pelo Congresso Nacional dentro do prazo estabelecido pela CF/88. STF. Plenário. ADI
5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, j. 27/3/19 (Info 935).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O STF declarou inconstitucional dispositivo da MP 886/19, que transferia
para o Ministério da Agricultura a competência para realizar a demarcação de terras indígenas. Essa
disposição foi declarada inconstitucional porque o Congresso Nacional já havia rejeitado uma outra
proposta, com esse mesmo teor, prevista em outra medida provisória (MP 870), editada no mesmo
ano/sessão legislativa (2019). Assim, o STF entendeu que houve a reedição, na mesma sessão legislativa,
de proposta que já havia sido rejeitada pelo Congresso Nacional, o que violou o § 10 do art. 62 da CF/88.
Nos termos expressos da CF/88, é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória
que tenha sido rejeitada. STF. Plenário.ADI 6062 MC-Ref/DF, ADI 6172 MC-Ref/DF, ADI 6173 MC-
Ref/DF, ADI 6174 MC-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 1º/8/19 (Info 946).

(MPPR-2019): Assinale a alternativa correta: É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida
provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. BL: art. 62,
§10, CF.

§ 11. NÃO EDITADO o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a REJEIÇÃO
ou PERDA de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência CONSERVAR-SE-ÃO por ela regidas. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001) (MPPE-2008)

(TJPA-2014-VUNESP): Presidente da República abre crédito extraordinário por meio de medida


provisória para atendimento de despesas imprevistas e urgentes, decorrente de calamidade pública
ocorrida no Estado do Pará. Passados os sessenta dias iniciais e a prorrogação de igual prazo, o Congresso
Nacional não deliberou acerca da medida provisória em questão. É correto afirmar que não editado decreto
legislativo do Congresso Nacional, até sessenta dias após a perda de eficácia da medida provisória, o
crédito extraordinário terá validade. BL: art. 62, §§ 3º e 11, CF.

(TJRS-2009): A rejeição de medida provisória pelo Poder Legislativo não produz a automática ineficácia
das relações jurídicas constituídas sob sua égide. BL: art. 62, §11, CF.

##Atenção: Caso não sejam convertidas em lei no prazo estabelecido constitucionalmente, as medidas
provisórias perderão sua eficácia desde sua edição (ex tunc), devendo o Congresso Nacional disciplinar
por meio de DECRETO LEGISLATIVO no prazo de 60 DIAS contados da REJEIÇÃO ou PERDA DA
EFICÁCIA POR DECURSO DE PRAZO as relações jurídicas delas decorrentes. Se o Congresso NÃO editar
o DECRETO LEGISLATIVO no prazo de 60 DIAS as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante a vigência da medida provisória permanecerão por ela regidas.

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta
manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001) (TJSC-2015) (TJPE-2015)

Art. 63. NÃO SERÁ ADMITIDO AUMENTO DA DESPESA PREVISTA:

182
I - nos projetos de INICIATIVA EXCLUSIVA do Presidente da República, RESSALVADO o
disposto no art. 166, § 3º e § 4º; (TJMG-2008) (TJSC-2009) (TJES-2011) (TJAC-2012) (TJPR-2012) (TJDFT-
2014) (TJPE-2015)

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum. (...)
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.

##Atenção: Consoante dispõe a ressalva na parte final do inciso I do art. 63 da CF, a vedação não é
completa, já que se o projeto de lei se referir a leis orçamentárias, poderá haver emenda parlamentar no
sentido de aumento de despesa.

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público. (TJGO-2009) (TJPE-2015)

##Atenção: É admitido aumento de despesas por emenda parlamentar quando não seja em projeto de lei
relacionado nos incisos I e II do art. 63 da CF, pois a restrição alcança estes casos.

Art. 64. A DISCUSSÃO e VOTAÇÃO DOS PROJETOS DE LEI de iniciativa do Presidente da


República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores TERÃO início na Câmara dos
Deputados. (TJRR-2008) (TJRS-2009/2012) (TJPR-2012) (TJRJ-2012) (MPMG-2013) (MPSC-2016)

§ 1º O PRESIDENTE DA REPÚBLICA PODERÁ SOLICITAR URGÊNCIA para apreciação de


projetos de sua iniciativa. (TJDFT-2012) (Anal. Legisl.-Valinhos/SP-2017)

§ 2º Se, no caso do § 1º, a CÂMARA DOS DEPUTADOS e o SENADO FEDERAL NÃO SE


MANIFESTAREM sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias,
SOBRESTAR-SE-ÃO todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, COM EXCEÇÃO das
que TENHAM prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001) (TJDFT-2012) (TJRJ-2012)

(TJRR-2008-FCC): Projeto de lei ordinária de iniciativa do Presidente da República, visando à criação de


cargos e empregos públicos na administração direta e autárquica federal, tramita em regime de urgência,
em atendimento à solicitação do próprio Chefe do Poder Executivo federal. Nessa hipótese, terão as Casas
do Congresso Nacional o prazo de quarenta e cinco dias, cada qual, para se manifestar sobre a proposição,
sob pena de sobrestamento das demais deliberações legislativas da Casa respectiva, exceto as que tenham
prazo constitucional determinado, até o fim da votação. BL: art. 64, §§1º e 2º, CF.

§ 3º A APRECIAÇÃO DAS EMENDAS do Senado Federal pela Câmara dos Deputados FAR-SE-Á
no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior. (TJPR-2012)

(MPMG-2013): Assinale a alternativa correta: No processo legislativo sumário, a apreciação do projeto de


lei deverá ocorrer no prazo máximo de noventa dias, podendo ser ampliado por mais dez, caso haja
emenda do Senado Federal. BL: art. 64, §§1º a 3º, CF.

183
##Atenção: O processo legislativo sumário é aquele em que o chefe do Executivo, nos projetos de lei de
sua iniciativa, solicita urgência (art. 64, § 1º, CF). Conforme art. 64, § 2º, CF, Câmara dos Deputados e
Senado Federal terão, cada um, 45 dias para se manifestarem quanto à proposição. Por fim, o art. 64, § 3º,
CF nos diz que a apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo
de dez dias.

§ 4º Os prazos do § 2º NÃO CORREM nos períodos de recesso do Congresso Nacional, NEM SE


APLICAM aos projetos de código. (TJRJ-2011) (TJPA-2012)

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão
e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
(MPCE-2009) (TRF2-2009) (TJAC-2012) (TJPR-2012) (TJRJ-2011/2014) (Anal. Legisl.-Valinhos/SP-2017)

Parágrafo único. SENDO o projeto EMENDADO, VOLTARÁ à Casa iniciadora. (TJGO-2009)


(MPCE-2009) (TJPR-2012)

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o PROJETO DE LEI ao Presidente da
República, que, aquiescendo, o sancionará. (TJGO-2009) (MPCE-2009) (MPRO-2010) (TJPB-2011) (TJPR-
2012)

(TJSC-2015-FCC): A medida provisória que, no processo de conversão em lei, for aprovada pelo Congresso
Nacional sem alterações, não cabe ser submetida à sanção ou veto do Presidente da República,
diferentemente do que ocorre com os projetos de lei de iniciativa do Presidente da República aprovados,
sem modificações, pelo Congresso Nacional. BL: art. 62, §12 e art. 66 da CF/88.

§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, INCONSTITUCIONAL


ou CONTRÁRIO AO INTERESSE PÚBLICO, VETÁ-LO-Á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
ÚTEIS, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do
Senado Federal os motivos do veto. (TJPB-2011) (TJRJ-2011) (TJPR-2012) (TJDFT-2016) (TCEMG-2018)

(Anal. Legislativo/Câm. Deputados-2014-CESPE): O fato de um projeto de lei ser aprovado e, após seu
encaminhamento para sanção do presidente da República, sofrer veto presidencial com fundamento na
inconstitucionalidade do ato objeto de deliberação comprova a existência, no ordenamento legislativo
brasileiro, de controle preventivo de constitucionalidade, ao lado do consagrado sistema jurisdicional,
normalmente de caráter repressivo. BL: art. 66, §1º, CF.

§ 2º O VETO PARCIAL SOMENTE ABRANGERÁ texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso


ou de alínea. (TRF1-2009) (TJPB-2011) (TJCE-2012) (TCEMG-2018)

(TJRO-2019-VUNESP): A respeito do processo legislativo brasileiro, é correto afirmar que o veto parcial
somente poderá abranger texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea, mas nunca poderá
recair sobre palavras individualmente. BL: art. 66, § 2º, CF.

##Atenção: Não confundir o veto parcial do presidente da república (que só pode abranger, ao menos,
texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea) com a redução parcial de texto de lei pelo
STF no controle de constitucionalidade, que diferente do veto parcial, pode incidir sobre uma
determinada palavra ou expressão de artigo, parágrafo e etc, desde que não altere o significado do
dispositivo.

(MPSC-2013): Em vetando parcialmente algum projeto de lei, a Presidência da República não poderá,
ainda que fundamentadamente, limitar seu ato a alguma expressão ou conjunto de palavras, devendo fazer
com que abranja, ao menos, texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. BL: art. 66, § 2º,
CF.

§ 3º DECORRIDO o prazo de quinze dias, O SILÊNCIO do Presidente da República IMPORTARÁ


SANÇÃO [sanção tácita]. (TJMG-2008) (TJSE-2008) (TJPR-2012)

184
##Atenção: ##STF: A sanção tácita da lei não supre o vício formal por falta de iniciativa do Chefe do
Poder Executivo. Precedentes citados: Rp 890-GB (RTJ 69/625); ADInMC 1.070-MS (DJU de 15.995);
ADInMC 1.963-PR (DJU de 7.5.99).

§ 4º O VETO SERÁ APRECIADO EM SESSÃO CONJUNTA, dentro de trinta dias A CONTAR de


seu recebimento, SÓ PODENDO SER REJEITADO pelo VOTO da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013) (TJAC-2012) (TJPR-2012) (TJRJ-
2011/2016) (TJDFT-2016)

§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.

§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da
sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

(TCEMG-2018): A respeito do veto a projeto de lei, é correto afirmar: Se o veto não for apreciado no prazo
de trinta dias, a contar de seu recebimento, ocorrerá o sobrestamento das demais proposições, até a votação
final do veto. BL: art. 66, §4º e 6º da CF/88.

§ 7º Se a lei NÃO FOR PROMULGADA dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente DO SENADO A PROMULGARÁ, e, se este NÃO O
FIZER em igual prazo, CABERÁ ao Vice-Presidente DO SENADO FAZÊ-LO. (TJRJ-2012) (TJPR-2012)

(TJPI-2012-CESPE): Considerando as disposições constitucionais acerca do processo legislativo, assinale a


opção correta: A promulgação é entendida como o atestado de existência da lei; desse modo, os efeitos da
lei somente se produzem depois daquela. BL: art. 66, §7º, CF.

(TJRJ-2011-VUNESP): Considerando o disposto na Carta Magna a respeito do processo legislativo,


assinale a alternativa correta: Na hipótese de rejeição de veto pelo Congresso Nacional, se a lei não for
promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, o Presidente do Senado a
promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo. BL: art. 66,
§7º, CF.

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado SOMENTE PODERÁ CONSTITUIR objeto
de NOVO PROJETO, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros
de qualquer das Casas do Congresso Nacional. (MPF-2005) (MPCE-2009) (TRF5-2009) (TJDFT-2011)
(TJGO-2015) (MPMG-2019)

Art. 68. As LEIS DELEGADAS SERÃO ELABORADAS pelo Presidente da República, que DEVERÁ
SOLICITAR a delegação ao CONGRESSO NACIONAL. (MPRN-2009) (TRF5-2009) (TJMS-2010) (TJPR-
2010) (TJPI-2012) (TJCE-2012) (TJRJ-2013) (MPMG-2013) (TJGO-2009/2015)

(TJSC-2010): Sobre as Leis Delegadas, é correto afirmar: Só é possível delegar ao Presidente da República
se este solicitar. Em outras palavras, o Legislativo não pode obrigar o Presidente da República a legislar.
BL: art. 68, CF.

##Atenção: Leis Delegadas – Elaboradas pelo Presidente da República em virtude de autorização do Poder
Legislativo, devem ser aprovadas por maioria simples ou relativa (não absoluta), mesmo porque elas nem
podem ter como objeto matéria reservada à lei complementar (que exigiria aprovação por maioria
absoluta), conforme arts. 68 e 69, CF.

§ 1º NÃO SERÃO OBJETO DE DELEGAÇÃO os atos de competência exclusiva DO CONGRESSO


NACIONAL, os de competência privativa DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ou DO SENADO FEDERAL,
a matéria reservada à LEI COMPLEMENTAR, NEM a legislação sobre: [obs.: matérias proibidas através
de lei delegada] (TJAP-2008) (MPSE-2010) (TJGO-2015)

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;


(MPSE-2010) (TJRJ-2013)

185
(TJSC-2010): Sobre as Leis Delegadas, é correto afirmar: São também indelegáveis os atos de competência
exclusiva do Congresso Nacional, as leis sobre organização do Poder Judiciário e do Ministério Público e
as matérias reservadas à lei complementar. BL: art. 68, §1º, II, CF.

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; (TJRJ-2013)

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. (TJMG-2005) (TJAP-2008) (TJPE-


2013) (TJRJ-2013)

##Atenção: Vejamos o teor do art. 48, inciso II da CF: “Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do
Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre:(...) II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,
operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; (...)”.

§ 2º A DELEGAÇÃO ao Presidente da República TERÁ a forma de RESOLUÇÃO do Congresso


Nacional, que ESPECIFICARÁ seu conteúdo e os termos de seu exercício. (TJDFT-2007) (MPRN-2009)
(TJAC-2012) (TJPI-2012) (TJCE-2012) (TJRJ-2013) (TJGO-2009/2015)

(TJPA-2012-CESPE): Com relação ao processo legislativo, assinale a opção correta: Para que o presidente
da República edite lei delegada, é necessária autorização do Congresso Nacional, por meio de resolução.
BL: art. 68, §2º, CF.

(TJSC-2010): Sobre as Leis Delegadas, é correto afirmar: A delegação ao Presidente da República se faz por
meio de resolução do Congresso Nacional. BL: art. 68, §2º, CF.

##Atenção: ##TJSC-2012: ##CESPE: O controle exercido pelo CN sobre a lei delegada opera efeito ex
nunc, ou seja, não retroativo, mediante sustação do ato normativo que exorbite dos limites da delegação
legislativa. Portanto, se o Presidente da República extrapolar os limites fixados na resolução concedente
da delegação legislativa, o Congresso poderá, através de decreto legislativo, sustar a lei delegada,
paralisando seus efeitos normativos. Nesse caso, a sustação não será retroativa, surtindo efeitos ex nunc,
isto é, a partir da publicação do Decreto Legislativo, visto que não há declaração de nulidade da lei
delegada, mas sustação dos seus efeitos. Além disso, a existência desta espécie de controle político,
criada pelo Poder Legislativo, não será óbice por eventual declaração de inconstitucionalidade pelo Poder
Judiciário, por violação aos requisitos formais e materiais do processo legislativo da lei delegada,
expressamente delineados no art. 68 da CF/88. Com isso, constata-se existe um duplo controle repressivo
da constitucionalidade da edição das leis delegadas: legislativo e judiciário. Porém, a diferença consiste no
que, em eventual declaração de inconstitucionalidade da lei delegada pelo STF, terá efeitos retroativos
desde a edição da lei delegada.

##Atenção: O art. 68, §2º, da CF é exemplo de elaboração de resolução bicameral.

§ 3º Se a RESOLUÇÃO DETERMINAR a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará


em votação única, VEDADA QUALQUER EMENDA. (TJSC-2010) (TJRJ-2013)

(MPPR-2017): A Constituição Federal de 1988 admite casos de delegação de atos normativos. BL: art. 68,
CF.

(TJGO-2015-FCC): O Presidente da República solicita ao Congresso Nacional autorização para legislar


sobre a instituição de gratificação de atividades para servidores públicos civis da Administração direta
federal. O Congresso edita, então, resolução, autorizando-o a legislar sobre aspectos que especifica da
matéria, dentro do prazo de até 4 meses contados de sua publicação. No período estabelecido, o Presidente
edita lei delegada, sobre os aspectos cogitados, dispondo que entrará em vigor 180 dias após sua
publicação. A lei delegada em questão atende aos requisitos materiais e procedimentais previstos na
CF/88, para fins de delegação legislativa. BL: art. 68, CF.

Art. 69. As LEIS COMPLEMENTARES SERÃO APROVADAS por maioria absoluta. (TJSC-2010)
(TJRS-2012)

186
##Atenção: ##STF: ##DOD: ##Mudança de Entendimento: A Constituição Estadual não pode ampliar as
hipóteses de reserva de lei complementar, ou seja, não pode criar outras hipóteses em que é exigida lei
complementar, além daquelas que já são previstas na Constituição Federal. Se a Constituição Estadual
amplia o rol de matérias que deve ser tratada por meio de lei complementar, isso restringe
indevidamente o “arranjo democrático-representativo desenhado pela Constituição Federal”. Caso
concreto: STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivo da CE/SC que exigia a edição de lei
complementar para dispor sobre: a) regime jurídico único dos servidores estaduais; b) organização da
Polícia Militar; c) organização do sistema estadual de educação e d) plebiscito e referendo. Esses
dispositivos foram declarados inconstitucionais porque a CF/88 não exige lei complementar para
disciplinar tais assuntos. STF. Plenário. ADI 5003/SC, Rel. Min. Luiz Fux, j. 5/12/2019 (Info 962).

Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 70. A FISCALIZAÇÃO contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e


das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, SERÁ EXERCIDA pelo Congresso Nacional, mediante
CONTROLE EXTERNO, e pelo SISTEMA DE CONTROLE INTERNO de cada Poder. (DPU-2007) (MPF-
2011) (TJPI-2012) (TJCE-2012) (TJBA-2012) (STM-2013) (TJRS-2016) (TJDFT-2016) (MPSC-2016) (TJSP-2018)

##Atenção: Em resumo, o caput do art. 70 da CF dispõe que a fiscalização da administração pública quanto
à legalidade, legitimidade e economicidade de seus atos será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. PRESTARÁ CONTAS qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (DPU-2007) (MPF-2011/2012) (Auditor Fisc. Munic.-Cuiabá/MT-2016)

(Agente da Polícia/DFT-2013-CESPE): Membros da direção de entidades privadas que prestem serviços


sociais autônomos, a exemplo do Serviço Social da Indústria (SESI), estão sujeitos a prestar contas ao
Tribunal de Contas da União (TCU), haja vista receberem recursos públicos provenientes de contribuições
parafiscais. BL: art. 70, § único da CF e art. 183 do Dec-Lei 200/67 (adm.)

##Atenção: Está correta a assertiva, pois a parafiscalidade é a delegação da capacidade tributária, ou seja,
da aptidão para cobrar tributos (cuidado, não é para criá-los). Assim, essas entidades privadas que prestam
serviços sociais autônomos podem receber recursos dessa cobrança, o que consequentemente as levará a
prestar contas ao TCU. Ainda, de acordo com o que foi definido pelo Tribunal de Contas nos autos do
Acórdão 2314/2004, da Primeira Câmara: “o TCU tem decidido que o chamado ‘Sistema S’ não integra
a Administração Pública. É pacífica, contudo, a posição do Tribunal de que há sujeição dos
componentes do ‘Sistema S’ à fiscalização do Tribunal, como decorrência do caráter público dos
recursos colocados à sua disposição.” (Marcos Bemquerer Costa – Relator).

Art. 71. O CONTROLE EXTERNO, a cargo DO CONGRESSO NACIONAL, SERÁ EXERCIDO com
o auxílio DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, ao qual COMPETE: (MPSP-2005) (MPCE-2009)
(TRF5-2009) (TJES-2011) (TJAC-2012) (MPRS-2012) (MPF-2012) (TJPR-2011/2013/2014) (TJPE-2013/2015)
(TJRS-2016) (TJDFT-2016) (TJMG-2018) (TJRJ-2019)

##Atenção: ##MPF-2012: ##TJMG-2018: Em simetria ao que dispõe o art. 71 da CF/88, o Tribunal de


Contas é órgão auxiliar do Poder Legislativo, e não órgão componente do Poder Judiciário. Ademais, não
necessariamente, competirá ao Tribunal de Contas do Estado a fiscalização patrimonial e orçamentária
dos municípios do Estado. Isso porque é possível que o município possua Tribunal de Contas próprio
(anterior à CF/88), caso em que este desempenhará as funções fiscalizatórias.

##Atenção: ##MPF-2012: ##TJRS-2016: Os Tribunais de Contas são órgãos previstos na CF/88 com a
finalidade de auxiliar o Poder Legislativo no exercício do controle externo da Administração. Tais cortes
especializadas não integram a estrutura administrativa do Parlamento nem com ele mantém qualquer
relação hierárquica. (Fonte: Ricardo Alexandre, Esquematizado, 2015).

187
##Atenção: ##TRF5-2009: ##CESPE: O art. 71 da CF/88 não insere na competência do TCU a aptidão
para examinar, previamente, a validade de contratos administrativos celebrados pelo Poder Público.
Atividade que se insere no acervo de competência da Função Executiva. É inconstitucional norma local
que estabeleça a competência do tribunal de contas para realizar exame prévio de validade de contratos
firmados com o Poder Público. STF. Plenário. ADI 916-MT Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 02/02/09.

(Assist. Administ./MPBA-2017-FGV): A CF/88, por um lado, assegurou ao Ministério Público autonomia


funcional e administrativa e, por outro, estabeleceu um conjunto de instrumentos definidos no
ordenamento jurídico para sua fiscalização. Em matéria de controle da Administração Pública, o Ministério
Público está sujeito ao controle externo, pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas. BL:
art. 71, CF. (administrativo)

(MPSC-2014): O Tribunal de Contas é órgão provido de autonomia constitucional, exerce função auxiliar
do Poder Legislativo e sua atuação fiscalizatória integra o chamado controle externo da Administração
Pública. BL; art. 71 da CF (administrativo)

(TRF4-2009): O Tribunal de Contas da União não tem personalidade jurídica.

##Atenção: ##STF: ##MPRO-2008: ##CESPE: "TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO; NÃO TEM


PERSONALIDADE JURÍDICA, E O SEU PROCURADOR NÃO É REPRESENTANTE DA UNIÃO FORA
DA ESTRITA ÓRBITA DE ATIVIDADE FUNCIONAL DO TRIBUNAL". (STF. 1ª T., RE: 23322/DF, Rel.
Min. Nelson Hungria, j. 01/01/70). Além disso, o TCU é um órgão constitucional sui generis, auxiliar do
Poder Legislativo, com independência em suas funções e sem relação hierárquica alguma com os três
Poderes.

##Atenção: As Cortes de Contas não têm personalidade jurídica, contudo têm, necessariamente,
capacidade processual, para estarem em juízo em seu próprio nome, quando na defesa de suas
prerrogativas funcionais e direito próprios inerentes à instituição, porque se a Corte de Contas possui
deveres e direitos subjetivos há de ter meios judiciais e capacidade processual para defendê-los. O que se
recusa às Cortes de Contas é a personalidade jurídica, esta sim, pertencente ao Estado na forma do art. 41,
II, do Código Civil Brasileiro.

I - APRECIAR as contas prestadas anualmente pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, mediante


parecer prévio que DEVERÁ SER ELABORADO em sessenta dias a contar de seu recebimento; (MPMG-
2010) (TJPB-2011) (TJAC-2012) (TJPE-2013) (TJRS-2016) (MPSC-2016) (TJRJ-2019)

(TRF2-2013-CESPE): No Brasil, o órgão que tem competência exclusiva para julgar anualmente as contas
prestadas pelo presidente da República é o Congresso Nacional. BL: art. 49, IX c/c art. 71, I, CF.

##Atenção: Vejamos o seguinte resumo:


➢ Quem julga as contas do Presidente da República é o Congresso Nacional;
➢ Quem as aprecia é o TCU;
➢ Quem as examina e emite parecer sobre elas é a Comissão mista permanente de deputados e
senadores (Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização).

(TJSP-2009-VUNESP): O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente
da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em 60 (sessenta) dias a contar de seu
recebimento. BL: art. 49, IX c/c art. 71, I, CF.

##Atenção: Vejamos o art. 49, IX, CF: “Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: IX: JULGAR
anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República (...)”.

(TJMG-2006): No exercício do controle externo, envolvendo a fiscalização contábil, financeira,


orçamentária e operacional da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, cabe ao Tribunal
de Contas da União: apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante
parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento. BL: art. 71, I, CF.

188
II - JULGAR as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, INCLUÍDAS as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário público; (DPU-2007) (TRF5-2009) (MPMG-2010) (TJAC-2012) (MPF-2012)
(TJAM-2016) (MPSC-2016) (TJCE-2018) (TJRO-2019) (TJRJ-2019)

##Questiona-se: O TCU tem competência para fiscalizar o Banco do Brasil? SIM. O Banco do Brasil
integra a Administração Pública federal indireta e, portanto, está sujeito à fiscalização do TCU, nos
termos do art. 71, II, da CF/88:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete: (...)
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

##Questiona-se: O TCU tem competência para fiscalizar a Fundação Banco do Brasil? Em regra, não
deveria ter. Isso porque como se trata de uma fundação de caráter privado, em regra, ela não está sujeita
à fiscalização do TCU nem se submete aos princípios e à legislação aplicáveis à Administração Pública.
Como fundação de direito privado, a FBB está, em regra, submetida apenas à fiscalização do Ministério
Público estadual, nos termos do art. 66 do Código Civil:
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.

##Questiona-se: Quando a FBB for transferir dinheiro para alguma entidade social, de pesquisa etc.,
precisará observar os princípios que regem a Administração Pública (ex: a Lei nº 8.666/93)? Essa
transferência está sujeita à fiscalização do TCU? Depende. É necessário analisar a natureza jurídica do
recurso transferido pela FBB (se são recursos públicos ou eminentemente privados) para que se possa
aferir, com exatidão, a necessidade de submissão aos princípios norteadores da gestão pública,
consequentemente, ao crivo do controle externo. A situação é, portanto, a seguinte:
➢ se os recursos que a FBB estiver transferindo para terceiros forem provenientes do Banco do
Brasil ou de alguma outra entidade do poder público (o BB transferiu esses recursos para a FBB
e agora a FBB está repassando para terceiros): haverá fiscalização do TCU. Isso porque, neste
caso, tais recursos, como são provenientes do BB, têm caráter público.
➢ se os valores que a FBB estiver transferindo forem “recursos próprios” (excluídas as dotações
que recebe do Banco do Brasil): não haverá fiscalização do TCU porque a FBB não é uma
entidade da Administração Pública. Logo, se são recursos eminentemente seus (recursos
próprios), a verba é privada.

##Questiona-se: A FBB não poderia ser considerada como uma fundação instituída e mantida “pelo Poder
Público federal”, atraindo sempre a fiscalização do TCU com base no art. 71, II, da CF/88? NÃO. Isso
porque o STF entende que o Banco do Brasil, apesar de integrar a Administração Pública federal, não pode
ser considerado como “poder público”:
O Banco do Brasil, entidade da Administração Indireta dotada de personalidade jurídica de direito
privado, voltada à exploração de atividade econômica em sentido estrito, não pode ser concebida
como poder público. STF. Plenário. MS 24427, Rel. Min. Eros Grau, DJ 24/11/06.

Logo, a FBB consiste em entidade privada não instituída pelo poder público.

##EM SUMA: Vejamos o que dispõe o julgado veiculado no Info 897 do STF:
Não compete ao TCU adotar procedimento de fiscalização que alcance a Fundação Banco do
Brasil quanto aos recursos próprios, de natureza eminentemente privada, repassados por aquela
entidade a terceiros, eis que a FBB não integra o rol de entidades obrigadas a prestar contas
àquela Corte de Contas, nos termos do art. 71, II, da CF. A FBB é uma pessoa jurídica de direito
privado não integrante da Administração Pública. Assim, a FBB não necessita se submeter aos
ditames da gestão pública quando repassar recursos próprios a terceiros por meio de convênios.
Por outro lado, quando a FBB recebe recursos provenientes do Banco do Brasil — sociedade de
economia mista que sofre a incidência dos princípios da Administração Pública previstos no art.
37, caput, da CF/88, — ficará sujeita à fiscalização do TCU. Isso porque, neste caso, tais recursos,
como são provenientes do BB, têm caráter público. STF. 2ª T. MS 32703/DF, Rel. Min. Dias Tóffoli,
j. 10/4/18 (Info 897).

189
(TJAM-2016-CESPE): O TCU é competente para julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por valores públicos da administração direta e indireta, tendo eficácia de título executivo as
decisões desse tribunal das quais resulte imputação de débito ou multa. BL: art. 71, II, CF.

III - APRECIAR, para fins de registro, a LEGALIDADE DOS ATOS de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, INCLUÍDAS as fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, EXCETUADAS as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem
o fundamento legal do ato concessório; (TJSE-2008) (TRF5-2009) (MPMG-2010) (TJPB-2011) (TJAC-2012)
(TJPA-2014) (TJRS-2016) (TJAM-2016) (MPRS-2016) (TJMSP-2016)

IV - REALIZAR, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II; (TJMG-2006) (TJES-2011) (TJPA-2014)

V - FISCALIZAR as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo CAPITAL SOCIAL a


União PARTICIPE, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; (MPMG-2010) (TJAM-
2016)

VI - FISCALIZAR a aplicação de quaisquer recursos REPASSADOS pela União mediante convênio,


acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; (MPF-
2005) (TJSE-2008) (TRF5-2009) (MPBA-2010) (TJRS-2016)

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - APLICAR aos responsáveis, em caso de ILEGALIDADE DE DESPESA ou


IRREGULARIDADE DE CONTAS, as sanções previstas em lei, que ESTABELECERÁ, entre outras
cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; (MPSP-2005) (TJMG-2006) (MPCE-2009)
(TJPA-2014) (TJRS-2016) (TJRJ-2019)

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; (MPCE-2009) (TJPA-2014)

X - SUSTAR, se não atendido, A EXECUÇÃO DO ATO IMPUGNADO, comunicando a decisão à


Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; (TJMG-2006) (TJSP-2009) (STM-2013) (TJPR-2014) (TJRS-2016)
(TJAM-2016)

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ATO DE SUSTAÇÃO SERÁ ADOTADO DIRETAMENTE pelo


Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. (TJPA-2014)
(TJPR-2014) (TJPE-2015) (TJAM-2016)

(TJAC-2012-CESPE): Com relação ao controle da administração pública, assinale a opção correta: No


exercício do controle externo, o Congresso Nacional dispõe de poderes para, sem a manifestação do Poder
Judiciário, sustar contratos administrativos eivados de ilegalidade ou atos normativos do Poder Executivo
que extravasarem os limites do poder regulamentar ou da delegação legislativa. BL: art. 71, §1º c/c art. 49,
V da CF.

##Atenção: No caso de exorbitação de poderes delegados, vejamos o teor do art. 49, V, da CF/88: “Art. 49.
É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;”

##Atenção: ##TJAM-2016: ##CESPE: Se a irregularidade for constatada em contrato administrativo, não


tem o TCU, desde logo, competência para sustá-lo. É o que se extrai do art. 71, inciso X e §1º, da CF/88.

190
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, NÃO EFETIVAR as
MEDIDAS previstas no parágrafo anterior, o Tribunal DECIDIRÁ a respeito. (TJAM-2016)

§ 3º As decisões do Tribunal de que RESULTE imputação de débito ou multa TERÃO EFICÁCIA


DE TÍTULO EXECUTIVO. (TJSE-2008) (TCERO-2010) (MPRS-2012/2016) (TJBA-2019)

##Atenção: ##STJ e STF: ##DOD: ##PGM-Fortaleza/CE-2017: ##TJSC-2019: ##CESPE: O Ministério


Público possui legitimidade para ajuizar a execução de título executivo extrajudicial decorrente de
condenação proferida pelo Tribunal de Contas? NÃO. A legitimidade para a propositura da ação
executiva é apenas do ente público beneficiário. O Ministério Público, atuante ou não junto às Cortes
de Contas, seja federal, seja estadual, é parte ilegítima. Essa é a posição tanto do STF (Plenário. ARE
823347 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 2/10/14. Repercussão geral), como do STJ (2ª T. REsp 1.464.226-
MA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 20/11/14). STJ. 2ª T. REsp 1.464.226-MA, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, j. 20/11/14 (Info 552).
(TJSC-2019-CESPE): De acordo com o STF, a legitimidade ativa para execução de condenação patrimonial
imposta por tribunal de contas estadual é do ente público beneficiado com a condenação. BL: Entendimento
do STF e STJ.

##Atenção: As decisões do Tribunal de Contas que imputam de débitos ou aplicação de multas tem
natureza de título executivo extrajudicial. Outrossim, importante ressaltar, conforme decisão do STF a
seguir, quem terá competência para executar o referido título executivo o ente da federação beneficiado.
Sendo a União, será ela quem ajuizará a demanda executiva, da mesma forma que em relação aos
Municípios e Estados. Vejamos: “Tribunal de Contas do Estado do Acre. Irregularidades no uso de bens públicos.
Condenação patrimonial. Cobrança. Competência. Ente público beneficiário da condenação. Em caso de multa
imposta por Tribunal de Contas estadual a responsáveis por irregularidades no uso de bens públicos, a
ação de cobrança somente pode ser proposta pelo ente público beneficiário da condenação do Tribunal de
Contas. Precedente.” (RE 510.034-AgR, Rel. Min. Eros Grau, j. 24-6-08, 2ª T., DJE de 15-8-08). No mesmo sentido:
AI 826.676-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 8-2-11, 2ª T, DJE de 24-2-2011.

(TJAM-2016-CESPE): Sabendo que o controle externo a cargo do Congresso Nacional é exercido com o
auxílio do TCU, assinale a opção correta: O TCU é competente para julgar as contas dos administradores
e demais responsáveis por valores públicos da administração direta e indireta, tendo eficácia de título
executivo as decisões desse tribunal das quais resulte imputação de débito ou multa. BL: art. 71, II, c/c §3º,
CF.

§ 4º O Tribunal [TCU] ENCAMINHARÁ ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente,


RELATÓRIO de suas atividades. (TJAM-2016)

Art. 72. A COMISSÃO MISTA PERMANENTE a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de
despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, PODERÁ SOLICITAR à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
PRESTE os esclarecimentos necessários. (TJSP-2011)

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

OBS: As comissões mistas podem ser também permanentes, a teor do art. 72 da CF.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao


Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. (MPF-2005)

§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

191
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal,
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as
atribuições previstas no art. 96. (TJPR-2011) (TJMA-2013) (STM-2013) (TJDFT-2016) (TJMS-2020)

§ 1º Os MINISTROS DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO SERÃO NOMEADOS dentre


brasileiros [obs.: não precisa ser brasileiro nato.] que satisfaçam os seguintes requisitos: (TJDFT-2012)
(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014)

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; (TJDFT-2012)

II - idoneidade moral e reputação ilibada; (TJDFT-2012)

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração


pública; (TJAC-2012)

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados no inciso anterior.

(MPSC-2014): Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que
satisfaçam os seguintes requisitos: a) mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; b)
idoneidade moral e reputação ilibada: c) notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e
financeiros ou de administração pública; d) mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade
profissional que exija os conhecimentos mencionados no item anterior. BL: art. 73, §1º da CF/88.

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois
alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento; (TJMSP-2016) (TJMS-2020)

II - dois terços pelo Congresso Nacional. (TJPI-2012) (STM-2013) (TJMSP-2016)

§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União TERÃO as mesmas garantias, prerrogativas,


impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes,
quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998) (MPSP-2008) (TJAC-2012) (TJPA-2012) (TJMA-2013) (TJDFT-2016)

§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do


titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional
Federal.

(MPSC-2014): Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: a) 1/3 (um terço) pelo
Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo 2 (dois) alternadamente dentre
auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal,
segundo os critérios de antiguidade e merecimento; b) 2/3 (dois terços) pelo Congresso Nacional. O
auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando
no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal. BL: art. 73, §2º,
I e II e §4º da CF/88.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário MANTERÃO, de forma integrada, SISTEMA
DE CONTROLE INTERNO com a finalidade de: (TRF1-2011) (TJSP-2018)

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão


orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

192
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da
União;

IV - APOIAR O CONTROLE EXTERNO no exercício de sua missão institucional.

(TJRS-2016-Faurgs): Acerca do controle externo e interno da Administração Pública, assinale a alternativa


correta: Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno, com a finalidade de, entre outras, apoiar o controle externo no exercício da sua missão
institucional. BL: art. 74, IV, CF/88.

§ 1º Os responsáveis pelo CONTROLE INTERNO, AO TOMAREM conhecimento de qualquer


irregularidade ou ilegalidade, dela DARÃO CIÊNCIA ao Tribunal de Contas da União, SOB PENA de
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. (MPF-2005) (MPAM-2007) (TRF1-2011) (MPSC-2016)

(Anal./DPEAM-2018-FCC): Pedro, diretor da área responsável pelo controle interno da Administração


direta e autárquica de determinado Estado, teve conhecimento, em auditoria realizada em entidade
autárquica da área de apoio à pesquisa universitária, de desvios de recursos públicos praticados por
gestores responsáveis por indicar projetos contemplados com verbas de programa gerenciado naquele
âmbito. Considerando o escopo da atividade de controle interno e as disposições constitucionais que
disciplinam o tema, Pedro deverá dar ciência da irregularidade ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena
de responsabilidade solidária. BL: art. 74, §1ºda CF/88.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato É PARTE LEGÍTIMA para, na forma
da lei, DENUNCIAR irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. (TJDFT-2007)
(MPF-2011)

(TJDFT-2016-CESPE): No que se refere ao tema controle interno e externo e seus respectivos órgãos
estatais, assinale a opção correta: Qualquer cidadão ou sindicato é parte legítima para denunciar
irregularidades ou ilicitudes ao tribunal de contas. BL: art. 74, §2º, CF.

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção APLICAM-SE, NO QUE COUBER, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos
Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. (TJAC-2012) (TJPI-2012) (TJCE-2012) (TJBA-2012) (MPF-
2012) (TJDFT-2014) (MPRS-2016) (TJSP-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O art. 75 da CF/88 estabelece que deverá haver um “espelhamento
obrigatório” do modelo de controle externo do TCU previsto na CF/88 para os Tribunais de Contas dos
Estados/DF e para os Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Isso significa que é
materialmente inconstitucional norma da Constituição Estadual que trate sobre a organização ou
funcionamento do TCE de forma diferente do modelo federal. Caso isso ocorra, haverá uma violação ao
art. 75 da Carta Maior. Diante disso, é inconstitucional dispositivo da CE que preveja que, se o TCE
reconhecer a boa-fé do infrator e se este fizer a liquidação tempestiva do débito ou da multa, a Corte
deverá considerar saneado o processo. Esta regra é inconstitucional porque não há previsão semelhante
na CF/88. STF. Plenário. ADI 5323/RN, Rel. Min. Rosa Weber, j. 11/4/19 (Info 937).

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJDFT-2014: ##CESPE: A CF/1988 é clara ao determinar, em seu art. 75,
que as normas constitucionais que conformam o modelo federal de organização do Tribunal de Contas
da União são de observância compulsória pelas Constituições dos Estados-membros. STF. Plenário. ADI
3715, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 21/08/14.

(TJSP-2014-VUNESP): O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo funciona como órgão auxiliar da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ou seja, do Poder Legislativo estadual. BL: arts. 71 e 75,
CF e art. 33 da Constituição Estadual de São Paulo.

##Atenção: Quanto ao controle exercido pelos Tribunais de Contas, há que se observar os ditames dos
arts. 70 e seguintes da CF/88. Isto porque, apesar de serem normas dirigidas ao Tribunal de Contas da
União, o art. 75 é expresso ao determinar que suas disposições sejam aplicadas, também, no que couber, à
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Incide, aqui, o denominado princípio da
simetria constitucional. Firmada esta premissa, se o TCU auxilia o Congresso Nacional na tarefa de exercer
193
controle externo ali versado, é de se concluir, por simetria, que o Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo atua em auxílio ao respectivo Parlamento estadual, ou seja, à Assembleia Legislativa de São Paulo.
Destaque, por fim, o teor do art. 33 da Constituição Estadual de São Paulo: “Artigo 33 - O controle externo,
a cargo da Assembleia Legislativa, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete”.

##Atenção: ##MPF-2012: ##TJPI-2012: ##CESPE: De acordo com o Princípio da Simetria, os Estados,


Distrito Federal e Municípios, na elaboração de suas Constituições e Leis Orgânicas, são obrigados a
observar as regras e os princípios contidos na CF/88. Assim, as normas dos arts. 70 a 75 da CF/88, que
tratam da fiscalização contábil, financeira e orçamentária aplicam-se, também, aos estados, ao Distrito
Federal e aos municípios.

Parágrafo único. As CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS DISPORÃO sobre os Tribunais de Contas


respectivos, que SERÃO INTEGRADOS POR SETE CONSELHEIROS. (TRF1-2011) (TJPI-2012) (TJRS-
2016)

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 76. O PODER EXECUTIVO É EXERCIDO pelo Presidente da República, AUXILIADO pelos
Ministros de Estado. (MPMG-2010) (TJAL-2015)

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no


primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se
houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)

§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.

§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a
maioria absoluta de votos, NÃO COMPUTADOS os em branco e os nulos. (MPCE-2009) (TJPR-2011)
(TJSP-2018)

(TJMT-2018-VUNESP): As eleições para Presidente da República, para Governadores e para Prefeitos de


municípios com mais de 200 mil eleitores obedecerão ao sistema majoritário absoluto. BL: art. 77, §2º, CF
(vide art. 83 do Cód. Eleitoral37 e arts. 2º e 3º da Lei das Eleições38); art. 28, CF39 (eleição de Governador);
art. 29, II, CF40 (eleição municipal).

37 Art. 83. Na eleição direta para o Senado Federal, para Prefeito e Vice-Prefeito, adotar-se-á o princípio majoritário
(Código Eleitoral, redação dada pela Lei nº 6.534/78).
38 Art. 2º Será considerado eleito o candidato a Presidente ou a Governador que obtiver a maioria absoluta de

votos, não computados os em branco e os nulos. § 1º. Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira
votação, far-se-á nova eleição no último domingo de outubro, concorrendo os dois candidatos mais votados, e
considerando-se eleito o que obtiver a maioria dos votos válidos. § 2º. Se, antes de realizado o segundo turno,
ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior
votação. § 3º. Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer em segundo lugar mais de um candidato com
a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. § 4º. A eleição do Presidente importará a do candidato a Vice-
Presidente com ele registrado, o mesmo se aplicando à eleição de Governador. (...) Art. 3º. Será considerado eleito
Prefeito o candidato que obtiver a maioria dos votos, não computados os em branco e os nulos. § 1º. A eleição do
Prefeito importará a do candidato a Vice-Prefeito com ele registrado. § 2º. Nos Municípios com mais de duzentos
mil eleitores, aplicar-se-ão as regras estabelecidas nos §§ 1º a 3º do artigo anterior.
39
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á
no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se
houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro
do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.
40
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: (...) II - eleição do
194
##Atenção: No direito brasileiro, temos dois sistemas eleitorais, a saber: I) sistema majoritário: subdivide-
se em: I.1) sistema majoritário absoluto: para estar eleito no primeiro turno de votação, o candidato
precisa obter a maioria dos votos válidos (50% + 1, excluindo-se da contagem os votos nulos e os em
branco) (se não obtiver a maioria absoluta dos votos, haverá um segundo turno de votação entre os dois
candidatos mais votados); é adotado tal sistema para Presidente da República, Governador de Estado e
do Distrito Federal e Prefeitos de municípios com mais de duzentos mil eleitores, com seus respectivos
vices; I.2) sistema majoritário relativo: o candidato estará eleito se obtiver a maioria simples dos votos
(não se exige a obtenção de 50% + 1 dos votos válidos) (não há previsão de segundo turno); é acolhido tal
sistema na eleição de Senadores da República, com seus respectivos suplentes, bem como para Prefeitos
e vice-prefeitos municipais, em municípios com menos de duzentos mil eleitores; e II) sistema
proporcional: esse sistema tem por objetivo assegurar às diversas agremiações partidárias um número
de lugares no parlamento proporcional às suas respectivas forças junto ao eleitorado (proporção de votos
e vagas no parlamento); para se saber o número de candidatos eleitos por partido político, há de se passar
pelo cálculo do quociente eleitoral, cálculo do quociente partidário e se promover, ao final, a
distribuição das sobras; é adotado em eleições para deputado federal, deputado estadual, deputado
distrital e vereador. (ALMEIDA, Roberto Moreira. Curso de direito eleitoral. 14ª ed. Salvador: JusPodivm,
2020, p. 503/506).

§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até
vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se
eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.

§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação. (MPSC-2010) (TJSC-2013) (TJSP-
2018)

§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato
com a mesma votação, QUALIFICAR-SE-Á o mais idoso.

(Investig. Polícia/PCBA-2018-VUNESP): Suponha que, nas Eleições de 2018, candidataram-se ao cargo de


Presidente da República X, Y e Z, respectivamente com 40, 45 e 50 anos. Nesse caso, é correto afirmar que
se, por exemplo, o candidato X tiver obtido a maior votação, mas desistido do cargo antes do segundo
turno, e os candidatos Y e Z obtiveram a mesma votação, será qualificado como Presidente o candidato Z..
BL: art. 77, §5º, CF.

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República TOMARÃO POSSE em sessão do Congresso


Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis,
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. (TJAC-
2012) (TJSC-2013)

Parágrafo único. Se, DECORRIDOS dez dias da data fixada PARA A POSSE, o Presidente ou o Vice-
Presidente, SALVO motivo de força maior, NÃO TIVER ASSUMIDO o cargo, este SERÁ DECLARADO
VAGO. (TJAC-2012) (TJPI-2012) (TJSC-2013)

Art. 79. SUBSTITUIRÁ o Presidente, no caso de impedimento, e SUCEDER-LHE-Á, no de vaga, o


VICE-PRESIDENTE. (TRF4-2009)

Parágrafo único. O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas por lei complementar, AUXILIARÁ o Presidente, sempre que por ele convocado para MISSÕES
ESPECIAIS. (TRF4-2009)

(MPMG-2012): Substituirá o Presidente da República, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de


vaga, o Vice-Presidente, que, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar,
auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais. BL: art. 79, § único, CF.

Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos
que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
195
Art. 80. Em caso de IMPEDIMENTO do Presidente e do Vice-Presidente, ou VACÂNCIA DOS
RESPECTIVOS CARGOS, SERÃO sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da
Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. (MPSP-2005) (MPSC-2012)
(PFN-2012) (TJDFT-2014)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Os substitutos eventuais do Presidente da República a que se refere o art.
80 da CF/88, caso ostentem a posição de réus criminais perante o STF, ficarão impossibilitados de exercer
o ofício de Presidente da República. No entanto, mesmo sendo réus, podem continuar na chefia do
Poder por eles titularizados. Ex: o Presidente do Senado Renan Calheiros tornou-se réu em um processo
criminal; logo, ele não poderá assumir a Presidência da República na forma do art. 80 da CF/88; porém,
ele pode continuar normalmente como Presidente do Senado, não precisando ser afastado deste cargo.
STF. Plenário. ADPF 402 MC-REF/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 7/12/16 (Info 850).

(TJSP-2008-VUNESP): Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente da República ou


vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência: o Presidente
da Câmara, o do Senado e o do STF. BL: art. 80, CF.

Art. 81. VAGANDO os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, FAR-SE-Á ELEIÇÃO


noventa dias depois de aberta a ÚLTIMA VAGA. (TJPR-2011) (TJAC-2012) (TJMS-2012) (TJSC-2013)
(MPF-2013) (TJDFT-2014/2015) (TCEMG-2018)

§ 1º - OCORRENDO A VACÂNCIA nos últimos dois anos do período presidencial, a ELEIÇÃO


para ambos os cargos SERÁ FEITA trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional [obs.:
eleição indireta], na forma da lei. (TJTO-2007) (TJPR-2011) (TJMS-2012) (TJSC-2013) (MPF-2013) (TJDFT-
2014/2015) (TCEMG-2018)

(MPSC-2019): Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, nos últimos dois anos do
período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo
Congresso Nacional, na forma da lei. BL: art. 81, §1º, CF.

##Atenção: ##DICA:
➢ Eleições DIRETAS: 2 primeiros anos = ocorre em 90 dias depois de aberta a última vaga.
➢ Eleições INDIRETAS: 2 últimos anos = ocorre em 30 dias depois da última vaga, pelo Congresso
Nacional (art. 81 §1º).

§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos DEVERÃO COMPLETAR o período de seus antecessores.


(TJMS-2012) (TCEMG-2018)

OBS: Assim, podemos resumir no caso de vacância de PR + VPR:

- 2 primeiros anos = Eleição direta pelo povo

- 2 últimos anos = Eleição indireta pelo Congresso Nacional em 30 dias

**Neste interstício, assumirão o cargo interinamente, na seguinte ordem: Presid. da CD, Presid. do SF e
Presid. do STF.

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro
do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República NÃO PODERÃO, sem licença do Congresso
Nacional, AUSENTAR-SE DO PAÍS por período superior a quinze dias, SOB PENA de PERDA DO
CARGO. (MPAM-2007) (TRF4-2009) (TJES-2011) (TJAC-2012) (TJPI-2012)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A exigência de prévia autorização da assembleia legislativa para o


governador e o vice-governador do Estado ausentarem-se, “em qualquer tempo”, do território nacional
mostra-se incompatível com os postulados da simetria e da separação dos Poderes. A Constituição
Federal, em seu art. 49, III e em seu art. 83, prevê que é da competência do Congresso Nacional autorizar
o Presidente e o Vice-presidente da República a se ausentarem do País quando a ausência for por
período superior a 15 dias. Logo, afronta os princípios da separação dos Poderes e da simetria a norma
196
da Constituição estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa para que o Governador e
o Vice-governador se ausentem do País por qualquer prazo. Os Estados-membros não podem criar
novas ingerências de um Poder na órbita de outro que não derivem explícita ou implicitamente de regra
ou princípio previsto na Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5373 MC/RR, Rel. Min. Celso de Mello,
j. 9/5/2019 (Info 939).

Seção II
Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84. COMPETE PRIVATIVAMENTE ao PRESIDENTE DA REPÚBLICA:

I - NOMEAR e EXONERAR os Ministros de Estado; (MPDFT-2004) (MPF-2005) (MPSP-2006)

II - EXERCER, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
(MPMG-2010) (TJAL-2015) (TJRJ-2019)

(TCM/BA-2018-CESPE): A direção superior da administração federal é competência privativa do


presidente da República, com o auxílio dos ministros de Estado. BL: art. 76, c/c art. 84, II, CF.

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

(TJPE-2013-FCC): A Constituição Federal vigente prevê, no caput de seu art. 37, a observância, pela
Administração Pública, do princípio da legalidade. Interpretando-se essa norma em harmonia com os
demais dispositivos constitucionais, tem-se que o Chefe do Poder Executivo participa do processo
legislativo, tendo iniciativa privativa para propor certos projetos de lei, como aqueles sobre criação de
cargos públicos na Administração direta federal. BL: art. 84, III c/c art. 61, §1º, II, “a”, CF.

IV - SANCIONAR, PROMULGAR e FAZER PUBLICAR as leis, bem como EXPEDIR decretos e


regulamentos para sua fiel execução; (MPSP-2006) (TJGO-2009) (TRF4-2009) (MPMG-2010) (MPSE-2010)
(MPF-2005/2011) (STM-2013) (TRF1-2009/2015) (TJRJ-2019)

(TJMT-2014-FMP): O poder normativo pode ser definido como o que cabe ao Chefe do Poder Executivo
de editar normas complementares à lei, para sua fiel execução. BL: art. 84, IV, CF.

(TJPB-2011-CESPE): O decreto é o instrumento por meio do qual o presidente da República exerce o poder
regulamentar que a CF lhe confere, visando dar plena e fiel exequibilidade às leis que necessitem de
regulamentação. BL: art. 84, IV, CF.

V - VETAR projetos de lei, total ou parcialmente; (TJPE-2015)

VI – DISPOR, mediante DECRETO, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
(TJES-2011) (MPF-2011) (TJBA-2012) (TJMA-2013) (TJAL-2015) (TJSP-2018) (TJRO-2019)

##Atenção: ##STF: ##TJSP-2018: ##VUNESP: Apenas a emenda n. 32/2001 previu a hipótese de decreto
autônomo (art. 84, VI), revestido de conteúdo normativo, fonte primária do direito. A partir dessa emenda,
o STF reconheceu a existência de decretos autônomos (ADI 3673-MC).

a) organização e funcionamento da administração federal, quando NÃO IMPLICAR aumento de


despesa NEM criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
(MPF-2005) (MPSP-2006) (TJDFT-2007) (TJGO-2009) (MPRN-2009) (TRF1-2009) (MPMG-2010/2012) (TJPA-
2012) (TJBA-2012) (TJPE-2013) (TJSC-2013) (TJMA-2013) (STM-2013) (TJCE-2014) (TJAL-2015) (TJMS-2020)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É cabível ADI contra decreto presidencial que, com fundamento no art. 84,
VI, “a”, da CF/88, extingue colegiados da Administração Pública federal. Isso porque se trata de decreto
autônomo, que retira fundamento de validade diretamente da CF/1988 e, portanto, é dotado de
generalidade e abstração. STF. Plenário. ADI 6121 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 12 e 13/6/19 (Info
944).

197
(TJAL-2019-FCC): Considerando as medidas de organização da Administração Pública necessárias para o
desempenho de suas atividades, operadas a partir dos mecanismos de desconcentração e de
descentralização, nos limites estabelecidos pela CF/1988, tem-se que a criação de órgãos públicos é uma
expressão da desconcentração, porém extravasa a competência do Chefe do Executivo para dispor,
mediante decreto, sobre organização da Administração, sendo matéria de reserva de lei formal. BL: art. 84,
VI, “a” CF. (adm.)

##Atenção: A criação e extinção de órgãos públicos é exemplo de desconcentração, no entanto extravasa a


competência do Presidente da República, uma vez que a competência para dispor, mediante decreto, sobre
a organização e funcionamento da administração federal não inclui a criação ou extinção de órgãos
públicos (art. 84, VI, "a" da CF/88).

(Anal. Judic./STM-2018-CESPE): No exercício do poder regulamentar, o Poder Executivo pode editar


regulamentos autônomos de organização administrativa, desde que esses não impliquem aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. BL: art. 84, VI, “a” CF. (adm.)

(TJGO-2015-FCC): O regime jurídico administrativo compreende um conjunto de prerrogativas e sujeições


aplicáveis à Administração e expressa-se sob a forma de princípios informativos do Direito Público, bem
como pelos poderes outorgados à Administração, entre os quais se insere o poder normativo, que não se
restringe ao poder regulamentar, abarcando também atos originários relativos a matéria de organização
administrativa. BL: art. 84, VI, “a” CF. (adm.)

b) extinção de funções ou cargos públicos, QUANDO VAGOS; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001) (MPF-2005) (MPSP-2006) (TJSE-2008) (MPRO-2008) (TJGO-2009) (MPRN-2009) (TJDFT-
2007/2012) (MPMG-2010/2012) (TJPA-2012) (TJPE-2013) (TJSC-2013) (TJMA-2013) (STM-2013) (TJAL-2015)
(Anal. Judic./TRF5-2017)

(MPAL-2012-FCC): Embora haja controvérsia acerca da existência do poder regulamentar autônomo em


nossa ordem constitucional, é fato que a Constituição Federal autoriza o Chefe do Poder Executivo Federal
a dispor diretamente, mediante decreto, sobre extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. BL:
art. 84, VI, “b”, CF/88. (administrativo)

##Atenção: O denominado “decreto autônomo”, de competência do Chefe do Poder Executivo, jamais


poderá criar ou extinguir órgãos públicos, conforme disposto no art. 84, VI, da CF/88: a) organização e
funcionamento da Administração, desde que não implique aumento de despesa nem criação ou extinção
de ÓRGÃOS públicos; b) extinção de funções ou CARGOS públicos, quando vagos.

VII - MANTER relações com Estados estrangeiros e ACREDITAR seus representantes diplomáticos;

(MPDFT-2004): O Presidente da República, como Chefe de Estado, mantém relações com Estados
estrangeiros e acredita seus representantes diplomáticos. BL: art. 84, VII, CF.

VIII - CELEBRAR tratados, convenções e atos internacionais, SUJEITOS a REFERENDO do


Congresso Nacional; (MPF-2005) (MPSP-2006) (DPU-2007) (TJPR-2008) (TRF4-2009) (TJCE-2012)

(TJSP-2011-VUNESP): Sobre os tratados internacionais, assinale a alternativa correta: Celebrados pela


autoridade competente, precisam ser referendados pelo Congresso Nacional. BL: art. 84, VIII, CF.

##Atenção: ##TJCE-2012: ##CESPE: Segundo os arts. 49, I e 84, VIII da CF, celebrado tratado, convenção
ou ato internacional pelo Presidente da República, caberá ao Congresso Nacional o correspondente
referendo ou aprovação, mediante edição de Decreto Legislativo, exigido para todas as matérias do art.
49 da CF.

IX - DECRETAR o estado de defesa e o estado de sítio; (MPSP-2006)

X - DECRETAR e EXECUTAR a intervenção federal; (MPSP-2006) (MPBA-2010) (TJPR-2014) (TJRS-


2016) (TJAL-2019)

198
##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: O decreto interventivo é ato normativo pelo qual o Presidente da
República materializa a intervenção federal (art. 84, X). Sua eficácia é condicionada à posterior aprovação
pelo Congresso (art. 49, IV).

XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; (MPF-2005)

XII - CONCEDER INDULTO e COMUTAR PENAS, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei; (TJRJ-2011) (TJES-2011) (TJPA-2012) (MPSC-2012) (TJPE-2013) (TJMA-2013)

XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

XIV - NOMEAR, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente
e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; (TJRJ-2011) (TJBA-2012)

XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;

XVI - NOMEAR os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da


União; (TJRJ-2011) (TJBA-2012)

##Atenção: Não precisa de aprovação do Senado Federal.

XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;

XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;

XIX - DECLARAR GUERRA, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional
ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; (MPSC-2013)

XX - CELEBRAR A PAZ, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; (DPU-2007)

(TJAC-2012-CESPE): A respeito do Poder Executivo e das atribuições, prerrogativas e responsabilidades


do presidente da República, assinale a opção correta: Compete ao presidente da República, na condição de
chefe de Estado, declarar guerra no caso de agressão estrangeira e celebrar a paz, mediante autorização ou
referendo do Congresso Nacional. BL: art. 84, XIX e XX, CF.

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

XXII - PERMITIR, nos casos previstos em lei complementar, que FORÇAS ESTRANGEIRAS
TRANSITEM pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; (TRF2-2009) (TJSP-2011)

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e
as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

XXV - PROVER e EXTINGUIR os cargos públicos federais, na forma da lei; (TJES-2011) (TJPA-2012)
(TJMA-2013)

XXVI - EDITAR MEDIDAS PROVISÓRIAS com força de lei, nos termos do art. 62; (MPSP-2006)
(TJMG-2008)

XXVII - EXERCER outras atribuições previstas nesta Constituição. (TJDFT-2014)


199
##Atenção: ##TJDFT-2014: ##CESPE: Da leitura do inciso XXVII do art. 84 da CF, conclui-se que o
Presidente da República poderá exercer funções que não estão no rol do art. 84 (rol exemplificativo).

Parágrafo único. O Presidente da República PODERÁ DELEGAR as ATRIBUIÇÕES mencionadas


nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. (TJES-2011)
(TJCE-2012) (TJPA-2012) (MPSC-2012) (TJMA-2013) (TJAL-2015) (MPPR-2016)

##Atenção: ##STF: ##TRF5-2005: ##TJCE-2012: ##CESPE: Presidente da República: competência para


prover cargos públicos (CF, art. 84, XXV, 1ª parte), que abrange a de desprovê-los, a qual, portanto é
susceptível de delegação a Ministro de Estado (CF, art. 84, parágrafo único): validade da Portaria do
Ministro de Estado que, no uso de competência delegada, aplicou a pena de demissão ao impetrante. (...).
STF. Plenário. MS 25518, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 14/06/06. (...) Nos termos do § único do art. 84
da CF, o Presidente da República pode delegar aos Ministros de Estado a competência para julgar
processos administrativos e aplicar pena de demissão aos servidores públicos federais. Para esse fim é
que foi editado o Decreto nº 3.035/99. Facultado ao servidor o exercício da ampla defesa, e inexistente
qualquer irregularidade na condução do respectivo processo administrativo disciplinar, convalida-se o ato
que demitiu o acusado por conduta incompatível com a moralidade administrativa. STF. 1ª T. RMS 25367,
Rel. Min. Carlos Britto, j. 04/10/05.
(TRF5-2009-CESPE): Acerca do Poder Executivo, assinale a opção correta: Conforme entendimento do STF, o
presidente da República pode delegar aos ministros de Estado, por meio de decreto, a atribuição de demitir,
no âmbito das suas respectivas pastas, servidores públicos federais. BL: art. 84, XXV, 1ª parte e § único c/c
Entend. Jurisprud.
##Comentários sobre o julgado acima: No STF, o MS 25.518, de relatoria do Min. Sepúlveda Pertence, por
unanimidade, assentou-se entendimento segundo o qual, nos termos do art. 84, parágrafo único, a
competência do Presidente da República para julgar processos administrativos, bem como de aplicar pena
de demissão aos servidores públicos federais, é delegável a Ministros de Estado. Assim, verificada a
regularidade do processo administrativo disciplinar, e observados o contraditório e a ampla defesa, verifica-
se a legalidade do ato demissório subscrito por autoridade portadora de poderes delegados pelo Chefe do
Poder Executivo.

(TRF4-2009): Assinale a alternativa correta: O Presidente da República pode delegar ao Procurador-Geral


da República determinadas competências que a Constituição lhe outorga privativamente. BL: art. 84, §
único, CF.

(MPRO-2008-CESPE): A respeito da organização dos poderes, assinale a opção correta: Conforme


preceitua a CF, o presidente da República poderá delegar ao procurador-geral da República o poder de
extinguir cargos públicos, quando vagos. BL: art. 84, caput, VI, “b” e § único, CF.

(MPSP-2006): É competência privativa do Presidente da República: Conceder indulto e comutar penas,


com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei, podendo delegar tal atribuição ao Procurador-
Geral da República. BL: art. 84, XII e § único, CF.

##Atenção: O § único do art. 84 da CF dispõe sobre quais matérias o Presidente da República pode delegar,
o que não inclui a edição de medida provisória, que é competência privativa do Chefe do Executivo.

Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República

Art. 85. SÃO CRIMES DE RESPONSABILIDADE os atos do Presidente da República que


ATENTEM contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União; (MPMG-2018)

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;

200
(MPSE-2010-CESPE): Acerca das autonomias constitucionais, da estrutura organizacional e do regime
jurídico do MP na CF, julgue o item a seguir: A CF erigiu à condição de crime de responsabilidade do
presidente da República os seus atos que atentem contra o livre exercício do MP.. BL: art. 85, II, CF.

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; (TCEPR-2017) (MPMG-2010/2018)

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração; (MPMG-2010) (TJDFT-2014)

VI - a lei orçamentária; (TRF4-2009) (TJBA-2012) (MPMG-2010/2018)

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. (MPMG-2010) (TJBA-2012)

(TJAM-2016-CESPE): Os atos do presidente da República que atentem especialmente contra a probidade


na administração, a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais são crimes de
responsabilidade classificados como crimes funcionais. BL: art. 85, incisos VI e VII, CF.

##Atenção: Conforme preleciona José Afonso da Silva os crimes de responsabilidade podem


ser classificados em dois grupos:
(i) infrações políticas (art. 85, incisos I a IV, da CF/88): condutas que impliquem atentado contra a
existência da União, contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos Poderes Constitucionais das unidades da federação, contra o exercício dos direitos políticos,
individuais e sociais e contra a segurança interna do país;
(ii) crimes funcionais (art. 85, incisos V a VIl, da CF/88): atos que atentem contra a probidade na
administração, a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes SERÃO DEFINIDOS em LEI ESPECIAL, que ESTABELECERÁ as
normas de processo e julgamento. (TJAC-2012)

(TJPA-2012-CESPE): Assinale a opção correta, em relação aos ministros de Estado e às atribuições,


prerrogativas e responsabilidades do presidente da República: É meramente exemplificativo o rol de
crimes de responsabilidade do presidente da República previstos no texto constitucional. BL: art. 85, CF.

##Atenção: A enumeração do art. 85 da CF/88 não é exaustiva, mas, sim, meramente exemplificativa,
podendo outras condutas ser enquadradas na definição de crime de responsabilidade, desde que haja
definição legal, por meio de lei federal, no caso, a Lei 1.079/50, especialmente em seu artigo 4º.

##Atenção: ##Dica: ‘’ELE fez PL- SC ‘’


E xistência da União.
L ivre exercício do Poder Legislativo...
E xercício dos direitos políticos, individuais e sociais.
fez
P robidade na administração.
L ei orçamentária.
S egurança interna do País.
C umprimento das leis e das decisões judiciais.

Art. 86. ADMITIDA a ACUSAÇÃO contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, SERÁ ELE SUBMETIDO a julgamento perante o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nas
infrações penais comuns, ou perante o SENADO FEDERAL, nos crimes de responsabilidade. (MPF-2005)
(MPPE-2008) (MPCE-2009) (TRF4-2009) (TRF5-2009) (TJPR-2011) (TJBA-2012) (TJPA-2012) (MPMG-2012)
(TJSC-2013) (TJDFT-2014) (MPSC-2016)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, caput, da CF/88 não
se estende para os codenunciados que não se encontrem investidos nos cargos de Presidente da
República, Vice-Presidente da República e Ministro de Estado. A finalidade dessa imunidade é
proteger o exercício regular desses cargos, razão pela qual não é extensível a codenunciados que não se
encontrem ocupando tais funções. STF. Plenário. Inq 4483 AgR-segundo/DF e Inq 4327 AgR-
segundo/DF, rel. Min. Edson Fachin, j. 14 e 19/12/2017 (Info 888).
201
(TJPR-2019-CESPE): Tratando-se de processo referente a crime de responsabilidade cometido por
presidente da República, a CF/88 exige que o juízo de admissibilidade seja realizado pela Câmara dos
Deputados. BL: art. 51, inciso I41 c/c art. 86, CF.

##Atenção: ##Dica:
➢ Crime de responsabilidade: admissibilidade → Câmara (2/3); julgamento → Senado. O
Presidente da República ficará suspenso a partir da instauração do processo pelo Senado.
➢ Crime comum: admissibilidade → Câmara (2/3); julgamento → STF. O Presidente da República
ficará suspenso a partir do recebimento da denúncia ou queixa pelo STF.

§ 1º O Presidente FICARÁ SUSPENSO de suas funções:

I - NAS INFRAÇÕES PENAIS COMUNS, SE RECEBIDA a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo


Tribunal Federal; (TRF5-2009) (TJPA-2012)

(MPRS-2016): Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. Nesta perspectiva, nos termos do
artigo 86 da Constituição Federal, é CORRETO afirmar que o Presidente ficará suspenso de suas funções
nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal. BL:
art. 86, §§ 1º, I, da CF. [adaptada]

II - NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE, após a instauração do processo pelo Senado Federal.


(MPPE-2008) (TRF5-2009) (TJAC-2012) (TJPA-2012) (MPSC-2016)

(MPRS-2016): Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o STF, nas infrações penais comuns, ou perante o
Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. Nesta perspectiva, nos termos do art. 86 da CF/88, é
correto afirmar que o Presidente ficará suspenso de suas funções nos crimes de responsabilidade, após a
instauração do processo pelo Senado Federal. BL: art. 86, §§ 1º, II, da CF. [adaptada]

§ 2º Se, DECORRIDO o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, CESSARÁ
O AFASTAMENTO DO PRESIDENTE, SEM PREJUÍZO do regular prosseguimento do processo. (TRF5-
2009) (MPRS-2016)

(MPSC-2014): Admitida a acusação contra o Presidente da República, por 2/3 (dois terços) da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o STF, nas infrações penais comuns, ou perante o
Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. O Presidente ficará suspenso de suas funções: a) nas
infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF; b) nos crimes de
responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. Se, decorrido o prazo de 180 dias,
o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo. BL: art. 86, §§ 1º e 2º da CF.

§ 3º Enquanto NÃO SOBREVIER SENTENÇA CONDENATÓRIA, NAS INFRAÇÕES COMUNS,


o Presidente da República NÃO ESTARÁ SUJEITO A PRISÃO. (MPPE-2008) (TRF4-2009) (TJDFT-2014)

(MPRS-2016): Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. Nesta perspectiva, nos termos do
artigo 86 da Constituição Federal, é CORRETO afirmar que o Presidente da República, nas infrações
comuns, não estará sujeito à prisão enquanto não sobrevier sentença condenatória. BL: art. 86, § 3º, da CF.
[adaptada]

41Art. 51: Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus membros, a
instauração de processo contra Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; (...)
202
§ 4º O Presidente da República, NA VIGÊNCIA DE SEU MANDATO, NÃO PODE SER
RESPONSABILIZADO POR ATOS ESTRANHOS ao exercício de suas funções. (MPPE-2008) (MPCE-
2009) (TRF4-2009) (TJPA-2012) (TJDFT-2014)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Não é possível aplicar o art. 86, § 4º, da CF/88 para o Presidente da Câmara
dos Deputados, considerando que a garantia prevista neste dispositivo é destinada expressamente ao
chefe do Poder Executivo da União (Presidente da República). Desse modo, por se tratar de um
dispositivo de natureza restritiva, não é possível qualquer interpretação que amplie a sua incidência a
outras autoridades, notadamente do Poder Legislativo.” STF. Plenário. Inq 3983/DF, Rel. Min. Teori
Zavascki, j. 02 e 03/03/16 (Info 816).

##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: ##MPF-2013: Os Estados-membros não podem reproduzir em suas


próprias constituições o conteúdo normativo dos preceitos inscritos no art. 86, §§ 3º e 4º, da CF, pois as
prerrogativas contempladas nesses preceitos da Lei Fundamental – por serem unicamente compatíveis
com a condição institucional de chefe de Estado – são apenas extensíveis ao presidente da República.
[ADI 978, rel. p/ o ac. min. Celso de Mello, j. 19-10-1995, P, DJ de 24-11-1995.]
(MPF-2013): Assinale a alternativa que está de acordo com o entendimento do STF: não é possível a extensão,
aos governadores de Estado, das regras que consagram a irresponsabilidade penal relativa e a imunidade à
prisão cautelar do Presidente da República. BL: Entend. Jurisprud.

(MPRS-2016): Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o STF, nas infrações penais comuns, ou perante o
Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. Nesta perspectiva, nos termos do art. 86 da CF/88, é
correto afirmar que o Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado
por atos estranhos ao exercício de suas funções. BL: art. 86, §4º da CF. [adaptada]

(TJDFT-2015-CESPE): A respeito da organização do Estado e do Poder Executivo, assinale a opção correta


considerando a jurisprudência do STF: É lícita a prisão em flagrante de governador de estado da Federação
que cometa tentativa de homicídio, uma vez que os governadores não gozam da prerrogativa
extraordinária da imunidade a esse tipo de prisão. BL: art. 86, §§3º e 4º da CF.

(TRF4-2009): Assinale a alternativa correta: O Presidente da República não pode ser processado
criminalmente durante a vigência do mandato por delitos cometidos antes da posse ou mesmo por aqueles
praticados durante a investidura, salvo se se tratarem de crimes funcionais, prerrogativa essa que não se
estende aos chefes do Poder Executivo das demais esferas. BL: art. 86, §4º, CF.

##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: Perceba que, durante a vigência de seu mandato, o Presidente da
República somente poderá ser responsabilizado por crimes que tenham relação com o exercício da sua
função, de modo que se ele tiver cometido um crime que não tenha relação com o exercício de sua função,
ele apenas poderá ser responsabilizado após o término de tal mandato.

Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO

Art. 87. Os MINISTROS DE ESTADO SERÃO ESCOLHIDOS dentre brasileiros maiores de vinte e
um anos e no exercício dos direitos políticos. (TJPA-2012)

Parágrafo único. COMPETE ao MINISTRO DE ESTADO, além de outras atribuições estabelecidas


nesta Constituição e na lei:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na


área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República; (MPF-2005)

II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; (TRF1-2009) (TJDFT-2015)

##Atenção: ##STF: ##TJDFT-2015: ##CESPE: O poder regulamentar deferido aos ministros de Estado,
embora de extração constitucional, não legitima a edição de atos normativos de caráter primário (STF ADI
1.075-MC, rel. min. Celso de Mello, j. 17-6-1998, Plenário, DJ de 24-11-2006.)
203
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;

IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente
da República.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (TJAC-2012)

Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

Subseção I
Do Conselho da República

Art. 89. O CONSELHO DA REPÚBLICA é órgão superior de consulta do Presidente da República, e


dele participam: (TRF5-2009) (TJES-2011)

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;

(TJDFT-2007): Sobre os Conselhos da República e de Defesa Nacional, tal como disciplinados no texto da
Constituição da República de 1988, é correto afirmar: O líder na minoria no Senado Federal participa do
Conselho da República, mas não participa do Conselho de Defesa Nacional. BL: art. 89, V c/c art. 91, CF.

VI - o Ministro da Justiça;

VII - SEIS cidadãos brasileiros NATOS, com mais de trinta e cinco anos de idade, SENDO DOIS
NOMEADOS pelo Presidente da República, DOIS ELEITOS pelo Senado Federal e DOIS ELEITOS pela
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, VEDADA a RECONDUÇÃO. (TRF5-2009)
(TJSC-2013) (STM-2013) (MPT-2017) (MPSC-2019)

##Atenção: ##TRF5-2009: ##CESPE: O Conselho da República é composto, além do Presidente da


República, de mais 14 pessoas. Destes, apenas 2 pessoas são escolhidos pelo Presidente da República (art.
89, VII, CF).

Art. 90. COMPETE ao CONSELHO DA REPÚBLICA PRONUNCIAR-SE sobre:

I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; (TJDFT-2007) (TJAL-2008) (MPDFT-2009)


(TJES-2011) (TJBA-2012) (TJMS-2012) (MPMG-2012) (STM-2013) (TJSC-2019)

II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. (MPMG-2012) (STM-


2013)

(MPSC-2014): Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre as questões relevantes para a


estabilidade das instituições democráticas; estado de defesa; estado de sítio; intervenção federal. BL: art. 90
da CF/88.

##Atenção: Ajuda a lembrar: o Conselho da República se PRONUNCIA. O Conselho de Defesa Nacional


OPINA.

204
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do
Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.

§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.

Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional

Art. 91. O CONSELHO DE DEFESA NACIONAL é órgão de consulta do Presidente da República


nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele PARTICIPAM
como MEMBROS NATOS: (TJDFT-2007) (TRF5-2009) (TJES-2011) (MPF-2012)

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados; (TRF5-2009)

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - o Ministro da Justiça;

V - o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) (TJBA-
2012)

VI - o Ministro das Relações Exteriores; (TJBA-2012)

VII - o Ministro do Planejamento. (TJDFT-2007)

VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 23, de 1999)

§ 1º COMPETE ao CONSELHO DE DEFESA NACIONAL:

I - OPINAR nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição; (TJAL-2008) (TJES-2011)

II - OPINAR sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;


(TRF5-2009) (TJMS-2012) (TJBA-2012) (TJSC-2019)

(MPDFT-2009): Sobre a intervenção federal, assinale a alternativa correta: Os Conselhos da República e de


Defesa Nacional são consultados pelo Presidente da República no caso de intervenção federal. BL: art. 90, I
c/c art. 91, §1º, II, CF.

III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território


nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a
preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; (MPF-2012)

IV - ESTUDAR, PROPOR e ACOMPANHAR o desenvolvimento de iniciativas necessárias a


garantir a INDEPENDÊNCIA NACIONAL e a DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO. (TJDFT-2007)
(TRF5-2009)

§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

205
Art. 92. SÃO ÓRGÃOS do Poder Judiciário: (TJMG-2012)

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPF-2005)
(TJMS-2008) (TJSE-2008) (TJRS-2009) (MPF-2011) (TJDFT-2016)

(MPRN-2009-CESPE): Com relação ao CNJ, assinale a opção correta: O CNJ é órgão integrante do Poder
Judiciário. BL: art. 92, I-A, CF.

II - o Superior Tribunal de Justiça;

II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; (TJPR-2011)

(TJMS-2010-FCC): A Justiça Eleitoral brasileira faz parte do Poder Judiciário da União. BL: art. 92, V, CF.

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede
na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DISPORÁ sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (TRF4-2009) (TJPB-2011) (STM-2013)

(Téc. Judic./TRF1-2001-FCC): A lei que dispõe sobre o Estatuto da Magistratura é uma lei complementar,
de iniciativa do Supremo Tribunal Federal. BL: art. 93, CF.

I - ingresso na carreira, cujo CARGO INICIAL SERÁ o de juiz substituto, mediante concurso público
de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se
do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem
de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPSP-2005) (TJAP-2009)
(TJMG-2012) (TJBA-2012)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A comprovação do triênio de atividade jurídica exigida para o ingresso no
cargo de juiz substituto, nos termos do art. 93, I, da CF, deve ocorrer no momento da inscrição definitiva
no concurso público. STF. Plenário. RE 655265/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Edson
Fachin, j. 13/4/16 (repercussão geral) (Info 821).

(TJPR-2017-CESPE): O ingresso na carreira de juiz se dá mediante concurso público de provas e títulos, com
a participação da OAB em todas as fases, exigindo-se do candidato que ele seja bacharel em direito com, no
mínimo, três anos de atividade jurídica. Nesse sentido, de acordo com o entendimento do STF, a exigência
de comprovação do triênio de prática forense, quando houver ausência de especificação de data no edital,
deverá ser cumprida no ato de inscrição definitiva no concurso. BL: Info 821, STF.

II - promoção de entrância para entrância, ALTERNADAMENTE, por antiguidade e merecimento,


atendidas as seguintes normas:

206
a) É OBRIGATÓRIA a PROMOÇÃO do juiz que FIGURE por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas em lista de merecimento; (TJPA-2009) (TJRO-2011) (TJMG-2012) (TJPI-2015)

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o
juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite
o lugar vago; (TJRO-2011)

(TJPI-2015-FCC): A promoção dos juízes de entrância para entrância será feita alternadamente, por
antiguidade e merecimento, observando-se que a promoção por merecimento pressupõe dois anos de
exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte de lista de antiguidade desta, salvo
se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago. BL: art. 93, II, “b” da CF.

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e


presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos
de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJPI-2015)

d) NA APURAÇÃO DE ANTIGÜIDADE, o tribunal SOMENTE PODERÁ RECUSAR o juiz mais


antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e
assegurada ampla defesa, REPETINDO-SE a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (TJMG-2012) (TJPA-2012) (TJSC-2013) (TJPI-2015)

(TJPA-2009-FGV): A respeito dos princípios constitucionais aplicáveis à carreira da magistratura: Na


promoção por antiguidade, poderá ser recusada a promoção do juiz mais antigo pelo voto fundamentado
de dois terços do órgão responsável pela votação, assegurada a ampla defesa. BL: art. 93, II, “d”, CF.

e) NÃO SERÁ PROMOVIDO o juiz que, INJUSTIFICADAMENTE, RETIVER autos em seu poder
além do prazo legal, NÃO PODENDO DEVOLVÊ-LOS ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJPI-2015)

##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: ##TJSP-2013: ##VUNESP: A aplicabilidade das normas e princípios


inscritos no art. 93 da CF/88 independe da promulgação do Estatuto da Magistratura, em face do caráter
de plena e integral eficácia de que se revestem aqueles preceitos. É inconstitucional a cláusula constante
de ato regimental, editado por Tribunal de Justiça, que estabelece, como elemento de desempate nas
promoções por merecimento, o fator de ordem temporal - a antiguidade na entrância -, desestruturando,
desse modo, a dualidade de critérios para acesso aos tribunais de segundo grau, consagrada no art. 93 da
Lei Fundamental da Republica. STF. Plenário. ADI 189, Rel. Min. Celso de Mello, j. 09/10/1991.
(TJSP-2013-VUNESP): A promoção na carreira da magistratura, de entrância para entrância, alternadamente,
por antiguidade e merecimento, nos termos do Inciso II, e alíneas, do art. 93 da Constituição Federal está
escorada em dispositivos autoaplicáveis, pois a exigência de edição de lei complementar para estabelecer o
Estatuto da Magistratura não impede a imediata utilização dos preceitos constitucionais básicos que regem o
Poder Judiciário e a magistratura. BL: art. 93, II, CF e Entend. Jurisprud.
(TRF4-2009): Assinale a alternativa correta: Os princípios atinentes à carreira da magistratura, previstos
explicitamente na Constituição da República, independem da promulgação do Estatuto da Magistratura, em
face do caráter de plena e integral eficácia de que se revestem tais preceitos. BL: art. 93, CF e Entend. Jurisprud.

III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente,
apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados,


CONSTITUINDO etapa obrigatória do PROCESSO DE VITALICIAMENTO a participação em curso
oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJPA-2009)

(TJPA-2012-CESPE): Acerca do Poder Judiciário, assinale a opção correta: Constitui etapa obrigatória do
processo de vitaliciamento do magistrado a sua participação em curso de formação e aperfeiçoamento oficial
ou reconhecido por escola nacional. BL: art. 93, IV, CF.

207
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do
subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas
categorias da estrutura judiciária nacional, NÃO PODENDO a diferença entre uma e outra ser superior a
dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos
Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPPR-2008)

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

VII - o juiz titular RESIDIRÁ na respectiva comarca, SALVO AUTORIZAÇÃO do tribunal; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJPR-2010) (TJRS-2016)

Lei Complementar nº 35/1979.


Art. 35 - São deveres do magistrado: (...)
V - residir na sede da Comarca salvo autorização do órgão disciplinar a que estiver subordinado;

VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em


decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada
ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (MPPR-2008) (TJRJ-2011) (TJCE-
2012) (TJGO-2012) (TJBA-2012) (TJSC-2013) (TJDFT-2007/2008/2012/2014/2015) (TJMG-2012/2018) (TJSP-
2018)

VIII-A - a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no


que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004) (DPU-2007)

IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário SERÃO PÚBLICOS, e


FUNDAMENTADAS TODAS AS DECISÕES, sob pena de nulidade, PODENDO a lei limitar a presença,
em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo NÃO PREJUDIQUE o interesse público à
informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPF-2005) (TJAP-2009) (TJMG-
2009) (MPRO-2010) (TJRO-2011) (TJPR-2011) (MPSP-2011) (MPGO-2012) (TJRJ-2011/2013) (TJSC-2013)
(TJMT-2014) (TJDFT-2007/2008/2016) (TJAM-2016) (TJCE-2012/2018) (TJSP-2018) (TJMS-2015/2020)

(TJMG-2012-VUNESP): De acordo com a Constituição Republicana de 1988, o Poder Judiciário reger-se-á


pelo princípio da publicidade de seus julgamentos, sob pena de nulidade, podendo, contudo, a lei, se o
interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes. BL: art. 93, IX, CF.

X - as DECISÕES ADMINISTRATIVAS dos tribunais SERÃO MOTIVADAS e EM SESSÃO


PÚBLICA, sendo AS DISCIPLINARES TOMADAS pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJMG-2009) (MPF-2005/2011) (TJPA-2009/2012)
(TJDFT-2007/2008/2009/2014)

XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, PODERÁ SER CONSTITUÍDO
ÓRGÃO ESPECIAL, [obs.: é uma faculdade] com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros,
para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal
pleno, PROVENDO-SE metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-2008) (MPPR-2008) (TRF1-2009)
(TRF4-2009) (TJRJ-2011) (TJPI-2012) (TJSC-2013) (TJSP-2013) (Téc. Judic./STM-2018)

(TJSP-2013-VUNESP): Nos Tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser
constituído Órgão Especial: o Plenário do Tribunal, nos termos da Constituição, tem absoluta
discricionariedade em decidir ou não pela criação de seu Órgão Especial, em seu regimento interno. BL:
art. 93, XI, CF.

##Atenção: ##STF: Poder Judiciário: órgão especial dos Tribunais: competência do próprio Tribunal, e
não da lei, para criá-lo, que pressupõe, no entanto, composição efetiva superior a 25 juízes. A
208
competência para criar o Órgão Especial se contém no poder dos Tribunais – segundo o art. 96, I, a, CF –
para dispor, no Regimento Interno, 'sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais e administrativos' (ADIn 410/SC-MC, Lex 191/166). STF. Plenário. AO 232, Rel.
Min. Sepúlveda Pertence, j. 3-5-95.

##Atenção: Órgão Especial:


- Tribunais com mais de 25 membros;
- Criação facultativa;
- Exerce atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da de competência do tribunal pleno;
- Mínimo de 11 e máximo de 25;
- Metade das vagas por antiguidade e outra metade por eleição.

XII - a atividade jurisdicional SERÁ ININTERRUPTA, SENDO VEDADO férias coletivas nos juízos
e tribunais de segundo grau, FUNCIONANDO, nos dias em que não houver expediente forense normal,
juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-2008) (TJPB-
2011)

(TJRR-2008-FCC): Dispõem o art. 66, caput, e seu § 1°, da Lei Complementar n° 35/79, a Lei Orgânica da
Magistratura: “Art. 66 - Os magistrados terão direito a férias anuais, por sessenta dias, coletivas ou individuais. §
1° - Os membros dos Tribunais, salvo os dos Tribunais Regionais do Trabalho, que terão férias individuais, gozarão
de férias coletivas, nos períodos de 2 a 31 de janeiro e de 2 a 31 de julho. Os Juízes de primeiro grau gozarão de férias
coletivas ou individuais, conforme dispuser a lei.” Referidos dispositivos legais são incompatíveis com a
Constituição da República quanto à previsão de férias coletivas para juízes e membros de Tribunais. BL:
art. 66, §1º da LC 35 c/c art. 93, XII, CF.

XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à
respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIV - os servidores RECEBERÃO DELEGAÇÃO para a prática de atos de administração e atos de


mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPSP-2005)
(Cartórios/TJMG-2012) (TJRJ-2013)

(TJMG-2009): Quanto ao Poder Judiciário: A prática de atos de mero expediente, no Poder Judiciário, pode
ser atribuída aos servidores. BL: art. 93, XIV, CF.

XV - a distribuição de processos SERÁ IMEDIATA, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPSP-2005)

(TJDFT-2014-CESPE9): No que se refere ao funcionamento do Poder Judiciário, assinale a opção correta:


A distribuição de processos deve ser imediata, em todos os graus de jurisdição. BL: art. 93, XV, CF.

Art. 94. UM QUINTO DOS LUGARES dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados,
e do Distrito Federal e Territórios SERÁ COMPOSTO de membros, do MINISTÉRIO PÚBLICO, com mais
de dez anos de carreira, e de ADVOGADOS de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de
dez anos de efetiva atividade profissional, INDICADOS EM LISTA SÊXTUPLA pelos órgãos de
representação das respectivas classes. (MPPR-2008) (TJSP-2009) (TJMG-2012) (TJPA-2012) (TJSC-2013)
(TJRJ-2011/2013/2014) (TJCE-2014) (MPMA-2014) (TJDFT-2016)

(TRF4-2009): Assinale a alternativa correta: A garantia de participação na quinta parte dos tribunais de
membros externos à carreira da magistratura impõe que se observe a fração constitucional como mínimo e
não máximo, sendo possível, quando o total de vagas de um tribunal não for divisível por cinco, que ele
tenha mais de um quinto de membros oriundos da advocacia e do Ministério Público, mas nunca menos.
BL: art. 94, CF e Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: Tribunal de Justiça. Se o número total de sua composição não for
divisível por cinco, arredonda-se a fração restante (seja superior ou inferior à metade) para o número
inteiro seguinte, a fim de alcançar-se a quantidade de vagas destinadas ao quinto constitucional
destinado ao provimento por advogados e membros do Ministério Público. STF. 1ª T., AO 493, Rel. Min.
Octávio Gallotti, j. 06/06/00. (...) Provimento de vaga de Desembargador pelo Quinto Constitucional:
Número indivisível por cinco. Arredondamento para o número inteiro seguinte conforme jurisprudência
209
do STF. Agravo Regimental ao qual se nega provimento. STF. 2ª T., RE 678957 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia,
j. 19/11/13.

Parágrafo único. RECEBIDAS as indicações, o tribunal FORMARÁ LISTA TRÍPLICE, ENVIANDO-


A ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, ESCOLHERÁ um de seus integrantes para
nomeação. (TJPA-2012) (TJCE-2014) (MPMA-2014) (TJDFT-2016)

(MPSC-2019): No que pertine ao quinto constitucional para composição dos Tribunais Regionais Federais,
dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios, formada a lista tríplice pelo tribunal, será
enviada ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para
nomeação. BL: art. 94 e § único, CF.

Art. 95. Os JUÍZES GOZAM das seguintes garantias:

I - VITALICIEDADE, que, no primeiro grau, SÓ SERÁ ADQUIRIDA após dois anos de exercício,
DEPENDENDO a PERDA DO CARGO, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; (TJSP-2008) (MPSP-2008)
(TJMG-2008/2009) (TJPA-2009) (TRF2-2009) (TRF4-2009) (MPCE-2011) (MPF-2011) (TJPI-2012) (TJGO-2012)
(TJCE-2012) (TJDFT-2014/2015)

(TJMG-2018-Consulplan): Salvo por vontade própria, por sentença judicial transitada em julgado, por
disponibilidade ou por aposentadoria compulsória, os juízes estaduais togados de 1º grau não perdem a
garantia funcional da vitaliciedade. BL: art. 95, I, CF.

##Atenção: José Afonso da Silva leciona: "Uma vez tornado vitalício, isto é, titular do cargo por toda a vida, o juiz
dele só pode ser afastado por vontade própria e apenas o perderá por sentença judiciária ou aposentadoria compulsória
ou disponibilidade" (Curso de Direito Constitucional Positivo, 2017, p. 597).

(TJCE-2012-CESPE): Considerando as disposições constitucionais, legais e doutrinárias acerca de servidores


e cargos públicos, assinale a opção correta: A vitaliciedade somente é possível com relação aos cargos que a
CF define como de provimento vitalício, não podendo a legislação ordinária ampliar os cargos dessa
natureza. BL: art. 41, caput e art. 95, I, CF (adm.).

##Atenção: Maria Sylvia Zanella Di Pietro explica que somente é possível com relação aos cargos que a
CF/1988 define como de provimento vitalício, uma vez que a vitaliciedade constitui exceção á regra geral
da estabilidade, definida no artigo 41. Logo, a lei ordinária não poderá ampliar os cargos dessa natureza. (DI
PIETRO, p.573).

(TJSP-2008-VUNESP): No momento em que é investido no cargo de membro de um tribunal do Poder


Judiciário brasileiro, um advogado ou membro do MP adquire vitaliciedade, sem necessidade de cumprir
estágio probatório. BL: art. 95, I, CF/88 c/c art. 22, I, da LOMAN.

II - INAMOVIBILIDADE, SALVO por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; (DPU-
2007) (TJGO-2012) (TJDFT-2007/2008/2015) (TJMG-2012/2018)

##Atenção: A inamovibilidade não é absoluta, conforme entendimento do STF e do CNJ. No MS n. 27.938


do DF, o Min. Luiz Fux assentou que “é perfeitamente possível a designação do juiz substituto para atender
situações excepcionais, notadamente quando presente o interesse público justificador do ato”. No mesmo julgamento,
o Min. Ayres Britto externou entendimento de que “é possível a alteração inicial do magistrado substituto por
motivo de interesse público, devidamente justificado, mas sem aquela necessidade de decisão colegiada do respectivo
tribunal”, que será – segundo o STF – logicamente necessária quando se tratar de “remoção sanção”.
Também o CNJ proferiu decisões favoráveis à movimentação do juiz substituto (CNJ. Número do Processo
0004109-62.2015.2.00.0000. Classe Processual PCA - Procedimento de Controle Administrativo. Subclasse
Processual RA – Recurso Administrativo. Relator CARLOS AUGUSTO DE BARROS LEVENHAGEN.
Sessão 15ª Sessão Virtual. Data de Julgamento 21.06.16; CNJ. Número do Processo 0000486-
87.2015.2.00.0000. Classe Processual PCA - Procedimento de Controle Administrativo. Subclasse Processual
RA – Recurso Administrativo. Relator GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA. Sessão 207, j.
28.04.15).

210
##Atenção: No mesmo sentido, reforça o Conselheiro do CNJ, Dr. Bruno Ronchetti, ao afirmar que: “por
evidente, esse interesse público deve estar prévia e devidamente justificado, devendo a respectiva deliberação da
administração do Tribunal ser motivada, a fim de que a designação possa ser passível de controle, evitando-se assim
desvios do ato administrativo, tais como abusos, perseguições ou mesmo eventual propósito de frustrar a apreciação dos
processos pelo juiz substituto natural” (CNJ. Número do Processo 0005766-73.2014.2.00.0000. Classe Processual
PP - Pedido de Providências – Conselheiro. Subclasse Processual RA – Recurso Administrativo. Relator
BRUNO RONCHETTI. Sessão 251ª Sessão Ordinária. Data de Julgamento 16.05.2017).

(Anal./EMAP-2018-CESPE): Julgue o próximo item, relativo à organização dos poderes. A inamovibilidade


dos juízes é uma garantia não absoluta. BL: art. 95, II, CF.

(TJMG-2008): O ingresso na carreira da magistratura implica a obtenção de determinadas garantias e a


necessidade de serem observadas certas vedações, todas especificadas na Constituição da República: O Juiz
é inamovível, salvo por motivo de interesse público a ser reconhecido em decisão da maioria absoluta do
respectivo Tribunal. BL: art. 95 II c./c art. 93 VIII, CF.

III - IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO, RESSALVADO o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJMG-2012) (TJGO-
2012)

Parágrafo único. Aos juízes É VEDADO:

I - EXERCER, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, SALVO UMA DE


MAGISTÉRIO; (TJSP-2008) (MPPR-2008) (TRF5-2009) (TJMG-2006/2012) (MPSC-2012) (TJSP-2014)
(TJGO-2012/2015)

II - RECEBER, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; (TJMG-2006/2008)


(MPPR-2008) (TJRS-2016)

III - DEDICAR-SE à atividade político-partidária. (MPPR-2008) (TJPR-2010) (TJMG-2007/2008/2012)


(TJSP-2014)

IV - RECEBER, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades


públicas ou privadas, RESSALVADAS as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004) (TJMG-2006) (MPPR-2008) (TRF2-2011) (TJRJ-2013)

(TJSP-2014-VUNESP): De acordo com o regime constitucional brasileiro, assinale a opção correta: É


vedado aos juízes receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, com exceção dos casos previstos em lei. BL: art. 95, § único, IV, CF.

V - EXERCER a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos TRÊS ANOS
do afastamento do cargo por APOSENTADORIA ou EXONERAÇÃO. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (TJMG-2006) (MPPR-2008) (MPCE-2009) (TJSC-2010) (MPMG-2010) (MPRO-
2010) (MPSE-2010) (TJGO-2012) (TJRJ-2013) (TJRN-2013) (TJSP-2009/2014) (TJDFT-2014)

(TJSP-2018-VUNESP): Com relação aos direitos e deveres dos magistrados, pode-se afirmar que a garantia
da imparcialidade é estabelecida pelo art. 95, § único, da CF/1988 sob a forma de vedações aos juízes, às
quais se acrescentam aquelas previstas no art. 36 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LC 35/75).
BL: art. 95, § único, CF c/c art. 36 da LC 35.

##Atenção: Vide art. 36 da LC 35/79: “Art. 36. É vedado ao magistrado: I - exercer o comércio ou participar de
sociedade comercial, inclusive de economia mista, exceto como acionista ou quotista; II - exercer cargo de direção ou
técnico de sociedade civil, associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, e
sem remuneração; III - manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento,
seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica
nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.”

211
##Atenção: ##TJSP-2018: ##VUNESP: As vedações do art. 36 da LOMAN foram sim recepcionadas. Por
duas razões: 1) São compatíveis com a CF/88; e 2) O art. 95 da CF/88 não regulou integralmente a matéria,
de forma que permanecem válidas as vedações já existentes na LOMAN.

Art. 96. COMPETE PRIVATIVAMENTE:

I - aos tribunais:

a) ELEGER seus órgãos diretivos e ELABORAR seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, DISPONDO sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; (MPPB-2010) (TJPR-2011) (TJMG-
2012) (TJMA-2013)

(TJRS-2018-VUNESP): Em relação à jurisprudência, aos crimes e infrações administrativas previstas no


ECA, e à Organização Judiciária e demais peculiaridades e competências do Poder Judiciário do Rio
Grande do Sul, é correto afirmar: o Conselho da Magistratura do Rio Grande do Sul pode,
excepcionalmente, atribuir às varas da Infância e Juventude competência para processar e julgar o crime
de estupro de vulnerável cuja vítima seja criança ou adolescente. BL: art. 96, I, “a”, CF e Entend. Jurisp.

##Atenção: ##STF: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. LEI ESTADUAL.


TRANSFERÊNCIA DE COMPETÊNCIA. DELITOS SEXUAIS DO CÓDIGO PENAL PRATICADOS
CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES. JUIZADOS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE. VIOLAÇÃO DO
ART. 22 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E OFENSA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. NÃO
OCORRÊNCIA. ORDEM DENEGADA. I – A lei estadual apontada como inconstitucional conferiu ao Conselho
da Magistratura poderes para atribuir aos 1º e 2º Juizados da Infância e Juventude, entre outras competências, a de
processar e julgar crimes de natureza sexuais praticados contra crianças e adolescentes, nos exatos limites da
atribuição que a Carta Magna confere aos Tribunais. II – Não há violação aos princípios constitucionais da
legalidade, do juiz natural e do devido processo legal, visto que a leitura interpretativa do art. 96, I, a , da
Constituição Federal admite que haja alteração da competência dos órgãos do Poder Judiciário por
deliberação dos Tribunais. Precedentes. [...] (HC 113018, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª T., j. 29/10/13).

(TJDFT-2014-CESPE): Em relação ao Poder Judiciário, seus tribunais e magistrados, assinale a opção


correta: Tribunais de justiça estaduais e TRFs não podem ampliar, por meio de normas regimentais
internas, o leque de possíveis concorrentes à eleição para seus respectivos cargos diretivos. BL: art. 96, I,
“a”, CF e entendimento jurisprudencial.

##Atenção: ##STF: “(...) o regramento relativo à escolha dos cargos diretivos dos tribunais brasileiros, por tratar
de tema eminentemente institucional, situa-se como matéria própria ao Estatuto da Magistratura, dependendo,
portanto, para uma nova regulamentação, da edição de lei complementar federal, nos termos do que dispõe a
Constituição. Por fim, enfatizou que somente os magistrados mais antigos seriam elegíveis aos cargos diretivos.”
(STF, Rcl 9723/RS, rel. Min. Luiz Fux, 27.10.11).

b) ORGANIZAR suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes FOREM vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva; (TJSC-2010)

(TJPB-2011-CESPE): Assinale a opção em que é apresentada disposição do Código Eleitoral em


consonância com a CF: Compete, privativamente, ao TSE organizar a sua secretaria e a corregedoria-geral
e propor ao Congresso Nacional a criação e a extinção dos cargos administrativos e a fixação dos
respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei. BL: art. 96, I, “b”, CF c/c art. 23, II, Código Eleitoral.

OBS: Vejamos o teor do art. 23, II do Código Eleitoral: “Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal
Superior: (...) II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Congresso Nacional a criação ou
extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei;”

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;

d) PROPOR a criação de novas varas judiciárias; (TJRS-2009) (MPSE-2010)

212
##Atenção: ##STF: ##TRF1-2009: ##TRF2-2009: ##CESPE: O Poder Judiciário tem competência para
dispor sobre especialização de varas, porque é matéria que se insere no âmbito da organização judiciária
dos Tribunais. O tema referente à organização judiciária não se encontra restrito ao campo de incidência
exclusiva da lei, eis que depende da integração dos critérios preestabelecidos na CF/1988, nas leis e nos
regimentos internos dos tribunais. A leitura interpretativa do disposto nos arts. 96, I, a e d, II, d, da
CF/1988, admite que haja alteração da competência dos órgãos do Poder Judiciário por deliberação do
tribunal de justiça, desde que não haja impacto orçamentário, eis que houve simples alteração promovida
administrativamente, constitucionalmente admitida, visando a uma melhor prestação da tutela
jurisdicional, de natureza especializada. STF. 2ª T., HC 91024, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 05/08/08.
(TRF1-2009-CESPE): No tocante ao Poder Judiciário brasileiro, assinale a opção correta: Em consonância com
o entendimento do STF, o Poder Judiciário pode dispor acerca da especialização de varas, desde que não haja
impacto orçamentário, por se tratar de matéria inserida no âmbito da organização judiciária dos tribunais.
BL: Entend. Jurisprud.

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169,
parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em
lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem
imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça PROPOR ao
PODER LEGISLATIVO RESPECTIVO, observado o disposto no art. 169: (MPPR-2008)

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; (MPPR-2008)

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes
forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais
inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) (TJAL-2008) (MPPR-
2008) (MPPE-2008) (TJAM-2016)

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; (TJRS-2009) (TJAM-2016)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional lei estadual, de origem (iniciativa) parlamentar, que
discipline a organização e o funcionamento do Tribunal de Contas estadual (TCE). Isso porque os
Tribunais de Contas possuem reserva de iniciativa (competência privativa) para apresentar os projetos
de lei que tenham por objetivo tratar sobre a sua organização ou o seu funcionamento (art. 96, II c/c arts.
73 e 75 da CF/88). Os Tribunais de Contas, conforme reconhecido pela CF/88 e pelo STF, gozam das
prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o que inclui, essencialmente, a iniciativa privativa para
instaurar processo legislativo que pretenda alterar sua organização e funcionamento. STF. Plenário. ADI
4643/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, j. 15/5/19 (Info 940).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Os Tribunais de Contas possuem reserva de iniciativa (competência


privativa) para deflagrar o processo legislativo que tenha por objeto alterar a sua organização ou o seu
funcionamento (art. 96, II c/c arts. 73 e 75 da CF/88). Trata-se de uma prerrogativa que decorre da
independência e autonomia asseguradas às Cortes de Contas. Assim, é inconstitucional lei estadual ou
mesmo emenda à Constituição do Estado, de iniciativa parlamentar, que trate sobre organização ou
funcionamento do TCE. A promulgação de emenda à Constituição Estadual não constitui meio apto
para contornar (burlar) a cláusula de iniciativa reservada. STF. Plenário. ADI 5323/RN, Rel. Min. Rosa
Weber, j. 11/4/19 (Info 937).

##Questiona-se: ##DOD: Mas esse art. 96 da CF/88 aplica-se aos Tribunais de Contas? SIM. Por força de
expressa remissão feita pelo art. 73 da CF/88: “O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros,
tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que
couber, as atribuições previstas no art. 96.” Desse modo, os Tribunais de Contas, assim como o Poder
Judiciário, possuem competência privativa para iniciar o processo legislativo relativamente às matérias

213
previstas no art. 96, II, da CF/88. Logo, uma emenda constitucional aprovada pela Assembleia
Legislativa, de iniciativa parlamentar, ao tratar sobre as competências do Tribunal de Constas, viola a
reserva de iniciativa legislativa privativa do próprio Tribunal de Contas.

##Questiona-se: ##DOD: O art. 73 fala que o art. 96 é aplicado para o Tribunal de Contas da União... Ele
pode ser utilizado também para os Tribunais de Contas dos Estados? SIM. Os Tribunais de Contas dos
Estados são organizados pelas Constituições Estaduais. Contudo, por força do princípio da simetria, as
regras do TCU também são aplicadas, no que couber, aos TCE’s, conforme determina o art. 75 da CF:
“Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios. Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão
integrados por sete Conselheiros.” Assim, o art. 96 da CF/88, que se aplica ao TCU (por força do art. 73)
também vale para os TCE´s, com base no art. 75.

##Questiona-se: ##DOD: Esse mesmo raciocínio acima explicado vale para uma emenda constitucional?
Se os Deputados Estaduais tivessem apresentado uma proposta de EC tratando sobre a organização e o
funcionamento do TCE e esta proposição fosse aprovada, ela também seria inconstitucional? SIM. No
modelo federativo a autonomia dos Estados não é plena, uma vez balizada pela CF/1988. Assim, o poder
constituinte reformador nos Estados não ostenta a mesma amplitude do poder constituinte reformador
da Constituição Federal. Desse modo, as regras de reserva de iniciativa previstas na Constituição Federal
não podem ser burladas pelo poder constituinte reformador dos Estados. Em virtude disso, não é
possível que uma emenda à Constituição Estadual, de iniciativa parlamentar, trate sobre os assuntos
previstos no art. 96, II, da CF/88. É o que foi decidido no Info 937 do STF (vide resumo do julgado acima).

III - aos Tribunais de Justiça JULGAR os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, RESSALVADA a
competência da Justiça Eleitoral. (TJPR-2008) (MPPE-2008) (MPPR-2008) (TJAP-2009) (MPES-2010) (MPF-
2011) (TJAC-2012) (MPSP-2015)

(MPSC-2014): Ressalvada a competência da Justiça Eleitoral, compete privativamente aos Tribunais de


Justiça dos Estados julgar juízes estaduais e promotores de Justiça estaduais por crimes comuns, como
homicídio e outros contra a vida, e de responsabilidade. BL: art. 96, III, CF.

(TJCE-2012-CESPE): Assinale a opção correta acerca da organização político-administrativa do Estado


brasileiro, de acordo com o posicionamento do STF: Cabe ao tribunal de justiça, como juiz natural ou
constitucional dos magistrados locais, processá-los e julgá-los, mesmo na hipótese de prática de crime de
competência da justiça federal. BL: art. 96, III, CF e Entendimento do STF.

##Atenção: ##STF: “(...) Matéria criminal. Crime de competência da Justiça Federal praticado por magistrado. Art.
96, inciso III, da Constituição Federal. Competência do Tribunal de Justiça estadual. Juiz Natural. Precedentes. 1. O
acórdão recorrido está em perfeita consonância com a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que ‘mesmo
nas hipóteses que configurem crimes de competência da Justiça Federal, cabe ao Tribunal de Justiça, como
juiz natural ou constitucional dos magistrados locais, processá-los e julgá-los pela prática de tais infrações’.”
(HC nº 68.935/RJ, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 25/10/91). 2. Agravo regimental
não provido. (AI-AgR 809602, DIAS TOFFOLI, grifos acrescidos)

(TJDFT-2011): Da competência pelo lugar da infração. Juiz de Direito Substituto do Distrito Federal, em
férias na cidade de Fortaleza/CE, que se envolvendo em acidente de trânsito abate a tiros seu antagonista
causando-lhe a morte, foi preso em flagrante. Anote a opção correta: Por haver sido preso em flagrante, o
magistrado deve ser processado e julgado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios –
TJDFT. BL: art. 96, III, CF.

Art. 97. SOMENTE pelo VOTO DA MAIORIA ABSOLUTA de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial PODERÃO os tribunais DECLARAR a INCONSTITUCIONALIDADE de lei ou
ato normativo do Poder Público. (MPPE-2008) (TJMG-2009) (MPCE-2009) (TJSC-2010) (MPBA-2010)
(MPPB-2010) (MPF-2011) (TJBA-2012) (TJAC-2012) (MPMG-2012) (MPSP-2006/2013) (MPDFT-2013)
(TJDFT-2014) (TJPR-2014) (TJCE-2014) (TJRR-2015) (TJSP-2008/2014/2015) (TJAM-2016) (TJAC-2012/2019)
(TJRO-2019) (TJMS-2008/2020)

214
Súmula Vinculante nº 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.
Art. 949 do CPC/2015: Art. 949. Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a
arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo
Tribunal Federal sobre a questão.

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJMS-2020: ##FCC: O afastamento de norma legal por órgão fracionário,
de modo a revelar o esvaziamento da eficácia do preceito, implica contrariedade à cláusula de reserva
de plenário e ao Enunciado 10 da Súmula Vinculante. Caso concreto: a 4ª Turma do TRF da 1ª Região,
ou seja, um órgão fracionário do TRF1, ao julgar apelação, permitiu que uma empresa comercializasse
determinada espécie de cigarro mesmo isso sendo contrário às regras do Decreto 7.212/10. Embora não
tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade do Decreto, a 4ª Turma afirmou que ele seria
contrário ao princípio da livre concorrência, que é previsto no art. 170, IV, da CF/88. Ao desobrigar a
empresa de cumprir as regras do decreto afirmando que ele violaria o princípio da livre iniciativa, o que
a 4ª Turma fez foi julgar o decreto inconstitucional. Ocorre que isso deveria ter sido feito respeitando-
se a cláusula de reserva de plenário, conforme dispõe a SV 10. STF. 1ª T. RE 635088 AgR-segundo/DF,
rel. Min. Marco Aurélio, j. 4/2/20 (Info 965).

##Atenção: ##STF: ##TJAC-2019: ##VUNESP: Segundo o STF, não há falar em contrariedade à Súmula
Vinculante 10, a autorizar o cabimento da reclamação, nos moldes do art. 103-A, §3º, da CF/1988, quando
o ato judicial reclamando se utiliza de raciocínio decisório de controle de constitucionalidade, deixando
de aplicar a lei, quando já existente pronunciamento acerca da matéria por este STF. STF. 1 ª T. Rcl 16.526,
Rel. Min. Rosa Weber, j. 07/03/17.

##Atenção: ##STF: ##MPBA-2010: ##TJAC-2019: ##TJRO-2019: ##VUNESP: Apenas há que se falar na


incidência da cláusula de reserva de plenário para evitar a proclamação de inconstitucionalidade. É
nesse sentido a posição do STF: “(...) É que as regras que, em prestígio da presunção de constitucionalidade
das leis, restringem a atuação dos órgãos fracionários dos Tribunais, a exemplo do art. 97 da CF/88, dos arts.
480 e seguintes do CPC e dos arts. 176 e 177 do RISTF, apenas incidem para evitar a proclamação de
inconstitucionalidade (...).”STF. Plenário. AgR-segundo no RE 636.359/AP, Rel. Min. Luiz Fux, j.
03/11/11.
(TJRO-2019-VUNESP): Suponha que o Estado de São Paulo tenha, mediante a Lei Estadual Z, aprovado o
reajuste da cobrança do Imposto X, de sua competência. Matteo, por entender que a mencionada lei viola a
CF/1988, ajuíza uma ação ordinária com pedido de devolução de todos os valores pagos a título do Imposto
X perante a Fazenda Pública do Estado de São Paulo em desfavor do Estado, defendendo como causa de pedir
a inconstitucionalidade da lei. Ao analisar o pedido inicial, o Juiz de primeiro grau entendeu que a Lei
Estadual Z respeitou os ditames estabelecidos pela Constituição Estadual e julgou improcedentes os pedidos
iniciais. Inconformado com a questão, Matteo interpõe recurso de apelação perante o Tribunal de Justiça do
Estado, pedindo a revisão do julgado. A partir desse caso hipotético e considerando as regras a respeito da
Cláusula da Reserva de Plenário, assinale a alternativa correta: Caso entenda pela constitucionalidade da
norma, a Câmara/Turma do Tribunal pode dispensar a aplicação da cláusula da reserva de plenário. BL: art.
97, CF e Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##PGM-Salvador/BA-2015: ##CESPE: ##DPEPR-2017: ##TJMS-2020:


##FCC: Não viola a Súmula Vinculante 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão fracionário
do Tribunal que deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsunção aos
fatos ou, ainda, que a incidência normativa seja resolvida mediante a sua mesma interpretação, sem
potencial ofensa direta à Constituição. Além disso, a reclamação constitucional fundada em afronta à
SV 10 não pode ser usada como sucedâneo (substituto) de recurso ou de ação própria que analise a
constitucionalidade de normas que foram objeto de interpretação idônea e legítima pelas autoridades
jurídicas competentes. STF. 1ª T. Rcl 24284/SP, rel. Min. Edson Fachin, j. 22/11/16 (Info 848).

##Atenção: ##STF: ##Repercussão Geral: ##Tema 856: ##TJAC-2019: ##VUNESP: ##TJMS-2020: ##FCC:
É desnecessária a submissão à regra da reserva de plenário quando a decisão judicial estiver fundada
em jurisprudência do Plenário ou em Súmula deste Supremo Tribunal Federal. (STF. Plenário. ARE
914045 RG, Min. Rel. Edson Fachin, j. 15/10/15). Portanto, temos a seguinte premissa básica: se o STF já
teve a oportunidade de se manifestar acerca da inconstitucionalidade de determinada norma, seguindo o
Tribunal local este entendimento, não seria necessária a obediência da regra do full bench. Assim, se mesmo

215
os julgamentos isoladamente considerados do STF são suficientes a afastar a norma em comento, com
muito mais razão esta seria afastada se o tema já fosse sumulado: a edição de súmula sobre a matéria
pressupõe a deliberação (reiterada, unânime ou ambas) do STF sobre o tema.

##Atenção: ##DOD: ##STF (julgado antes do CPC/15): ##TJRJ-2014: ##TJSP-2014: ##VUNESP: ##Anal.
Judic./TJDFT-2015: ##CESPE: Se já houve pronunciamento anterior, emanado do Plenário do STF ou do
órgão competente do TJ local declarando determinada lei ou ato normativo inconstitucional, será
possível que o Tribunal julgue que esse ato é inconstitucional de forma monocrática (um só Ministro)
ou por um colegiado que não é o Plenário (uma câmara, p. ex.), sem que isso implique violação à cláusula
da reserva de plenário. Ora, se o próprio STF, ou o Plenário do TJ local, já decidiram que a lei é
inconstitucional, não há sentido de, em todos os demais processos tratando sobre o mesmo tema,
continuar se exigindo uma decisão do Plenário ou do órgão especial. Nesses casos, o próprio Relator
monocraticamente, ou a Câmara (ou Turma) tem competência para aplicar o entendimento já
consolidado e declarar a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo. STF. 2ª T. Rcl 17185 AgR/MT,
Rel. Min. Celso de Mello, j. 30/9/14 (Info 761).
(Anal. Judic./TJDFT-2015-CESPE): O STF, mitigando norma constitucional, entende que é dispensável a
submissão da demanda judicial à regra da reserva de plenário quando a decisão do tribunal basear-se em
jurisprudência do plenário ou em súmula do STF. BL: art. 949, § único, CPC, Info 761 do STF e art. 97, CF.
(TJRJ-2014-VUNESP): A cláusula de reserva de plenário pode ser afastada pelo órgão fracionário do tribunal
quando houver pronunciamento anterior do STF a respeito da inconstitucionalidade da lei ou do ato
normativo. BL: art. 949, § único, CPC, Info 761 do STF e art. 97, CF.

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJMS-2020: ##FCC: A simples ausência de aplicação de uma dada norma
jurídica ao caso sob exame não caracteriza, apenas por isso, violação da orientação firmada pelo STF.
Para caracterização da contrariedade à SV 10, do STF, é necessário que a decisão fundamente-se na
incompatibilidade entre a norma legal tomada como base dos argumentos expostos na ação e a
Constituição. (STF. Plenário. Rcl 6944, Min. Rel. Cármen Lúcia, j. 23/6/10). Segundo a Min. Cármen Lúcia,
“é possível que dada norma não sirva para desate do quadro submetido ao crivo jurisdicional pura e
simplesmente porque não há subsunção”. (Rcl 6944), isto é, a lei ou ato normativo não se enquadra no
caso concreto. Logo, conclui-se que, para que haja violação da cláusula de reserva de plenário, é
necessário que o órgão fracionário do tribunal tenha afastado a lei ou ato normativo sob o argumento,
expresso ou implícito, de que a norma infraconstitucional é incompatível com os critérios previstos na
CF/88. Se o afastamento da lei ou ato normativo foi por causa de falta de subsunção, não há ofensa ao
art. 97 da CF/88.

(TJMS-2020-FCC): A cláusula de reserva de plenário (regra do full bench), nos termos da Constituição
Federal e da jurisprudência do STF, tem aplicabilidade à decisão que declara a inconstitucionalidade de
lei, ainda que parcial, inexistindo violação à referida cláusula na decisão de órgão fracionário quando
houver declaração anterior proferida pela maioria absoluta do órgão especial ou Plenário do Tribunal
respectivo. BL: SV 10, STF e RE 544.246/SE do STF c/c art. 97, CF/88.

##Atenção: ##STF: O STF entende que mesmo a declaração parcial de inconstitucionalidade, pressupõe a
obediência à norma do art. 97 da CF (STF. 1ª T. RE 544.246/SE, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 13.02.07).
Por outro lado, não há violação da regra se houve manifestação do órgão especial ou do plenário do
tribunal respectivo; é justamente essa a aplicação literal do art. 97 da CF/88.

(ABIN-2018-CESPE): No que se refere ao controle de constitucionalidade, julgue o item subsequente. A


decisão de órgão fracionário de tribunal de justiça que deixa de aplicar lei por motivo de
inconstitucionalidade não precisa observar a regra da reserva de plenário, caso se baseie em jurisprudência
consolidada do plenário do STF. BL: art. 949, § único, NCPC e art. 97, CF.

##Atenção: Exceções à cláusula de reserva de plenário: Existem duas mitigações à cláusula de reserva de
plenário, ou seja, duas hipóteses em que o órgão fracionário poderá decretar a inconstitucionalidade sem
necessidade de remessa dos autos ao Plenário (ou órgão especial): i) quando o Plenário (ou órgão especial)
do Tribunal que estiver decidindo já tiver se manifestado pela inconstitucionalidade da norma; ii)
quando o Plenário do STF já tiver decidido que a norma em análise é inconstitucional. Tais exceções
estão também consagradas no § único do art. 949 do CPC/15.

(DPEPR-2017-FCC): Sobre a aplicação da cláusula de reserva de plenário, é correto afirmar: Há precedente


do STF afirmando que, mesmo sendo órgãos fracionários, as Turmas do STF não se submetem à cláusula
de reserva de plenário. BL: STF, RE 361.829-ED e art. 97, CF.

216
##Atenção: ##STF: ##MPBA-2010: ##MPF-2011: ##DPEPR-2017: ##FCC: ##TJAC-2019: ##VUNESP: O
STF, em sede de julgamento de Recurso Extraordinário, deve observar a cláusula de reserva de plenário?
Pelo teor da CF/88, deveria. Entretanto, no julgamento do RE n. 361829/ED, o STF adotou o entendimento
de que a própria Turma poderia declarar a inconstitucionalidade, pois seria da própria natureza do STF
declarar a inconstitucionalidade. O envio da questão ao Plenário, no entendimento do STF, é uma
faculdade. Vejamos: O encaminhamento de recurso extraordinário ao Plenário do STF é procedimento que
depende da apreciação, pela Turma, da existência das hipóteses regimentais previstas e não, simplesmente,
de requerimento da parte. O STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando
do julgamento do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários competência regimental
para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF. STF. 2ª T. RE 361829 ED, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 02/03/10).
(MPF-2011): O princípio da reserva de plenário não se aplica ao próprio STF, no julgamento de recursos
extraordinários. BL: STF, RE 361.829-ED e art. 97 da CF.

(DPESC-2017-FCC): A cláusula de reserva de plenário estabelece que somente pelo voto da maioria
absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. BL: art. 97, CF/88.

(TRF5-2015-CESPE): Desde a Constituição de 1937, adotou-se, no Brasil, a chamada cláusula de reserva de


plenário (full bench), prevista atualmente no art. 97 da CF, que preceitua que “somente pelo voto da maioria
absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público”. A respeito dessa cláusula, assinale a opção
correta: A cláusula de reserva de plenário não atinge juizados de pequenas causas e juizados especiais,
pois, segundo a configuração que lhes foi atribuída pelo legislador, esses juizados não funcionam, na esfera
recursal, sob o regime de plenário ou de órgão especial. BL: art. 97 da CF e STF, RE AgR n. 453.744.

##Atenção: ##STF: ##TJMG-2005: ##TJAC-2019: ##VUNESP: ##TJMS-2020: ##FCC: Conforme o STF, O


art. 97 da CF/88, ao subordinar o reconhecimento da inconstitucionalidade de preceito normativo a
decisão nesse sentido da “maioria absoluta de seus membros ou dos membros dos respectivos órgãos especiais”,
está se dirigindo aos tribunais indicados no art. 92 e aos respectivos órgãos especiais de que trata o art. 93,
XI. A referência, portanto, não atinge juizados de pequenas causas (art. 24, X) e juizados especiais (art.
98, I), os quais, pela configuração atribuída pelo legislador, não funcionam, na esfera recursal, sob
regime de plenário ou de órgão especial. [ARE 792.562 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-3-2014, 2ª T,
DJE de 2-4-2014.]

(TJPA-2014-VUNESP): O princípio constitucional da reserva de plenário exige sua observância no controle


difuso e concentrado da constitucionalidade. BL: art. 97 da CF.

##Atenção: ##TJSP-2015: ##VUNESP: Marcelo Novelino leciona que: "(...) A exigência, conhecida como
cláusula de reserva de plenário, deve ser observada não apenas no controle difuso, mas também no
concentrado, sendo que neste a Lei n. 9.868/99 exigiu o quórum de maioria absoluta também para a hipótese de
declaração de constitucionalidade.”

(Anal. Judic./TRT2-2014-FCC): No âmbito do controle difuso de constitucionalidade praticado no Brasil,


a cláusula da reserva de plenário não impede que os órgãos fracionários de Tribunal Regional do Trabalho,
caso não tenha havido manifestação a respeito pelo respectivo plenário ou órgão especial, deixem de
aplicar a multa e os juros decorrentes da mora no pagamento de contribuição sindical definidos no art. 600
da CLT (com a redação dada pela Lei no 6.181/1974) em virtude de não guardar compatibilidade com a
ordem constitucional em vigor.

##Atenção: A assertiva está correta pelo fato de que o art. 600 da CLT, editado em 1974, ser um dispositivo
PRÉ-CONSTITUCIONAL. portanto não se faz juízo de constitucionalidade, e sim, de RECEPÇÃO ou
NÃO-RECEPÇÃO do dispositivo em tela. Logo, não há necessidade de se utilizar da cláusula de reserva
de plenário quando o incidente versar sobre recepção ou não recepção de norma ou dispositivo anterior à
CFRB. Ademais, o Tribunal Pleno desta Corte (STF, RE 667.687), ao analisar o incidente de
inconstitucionalidade (TST-IIN-E-RR-15900-86.2007.5.09.0459), inclina-se no sentido de que o art. 600 da
CLT não foi recepcionado pela Constituição Federal, tendo em vista nele haver previsão de multa
progressiva, hipótese em que o seu valor pode superar valor principal, o que vai de encontro com o
entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca da proporcionalidade entre o desrespeito na norma
tributária e a multa aplicada. Nesse sentido, é a jurisprudência atual desta Corte." Desse modo, no caso em
tela, os órgãos fracionários podem afastar a aplicação da multa prevista no art. 600 da CLT, uma vez que
já houve pronunciamento do Pleno do STF sobre o tema.

217
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados CRIARÃO:

I - JUIZADOS ESPECIAIS, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em
lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; (DPECE-2008) (TJSC-2013)
(DPESP-2015)

II - JUSTIÇA DE PAZ, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto,
com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, CELEBRAR casamentos, VERIFICAR,
de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e EXERCER atribuições
conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. (MPF-2005) (TJAL-2008)
(TJPR-2011) (TJES-2011) (PCSC-2014)

##Atenção: ##STF: ##TJAL-2008: ##CESPE: (...) Lei estadual que disciplina os procedimentos
necessários à realização das eleições para implementação da justiça de paz [art. 98, II, da CB/88] não
invade, em ofensa ao princípio federativo, a competência da União para legislar sobre direito eleitoral
[art. 22, I, da CB/88]. (...) ADI 2938, Relator Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, j. 9/06/05.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º As CUSTAS e EMOLUMENTOS SERÃO DESTINADOS EXCLUSIVAMENTE ao custeio dos


serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(TJDFT-2015-CESPE): A União alterou o Regimento de Custas da Justiça do DF, estabelecendo que 5% da


arrecadação decorrente do pagamento de custas da justiça deveriam ser repassados à uma associação
representativa de um segmento de serventuários da justiça. Nessa situação hipotética, a alteração do
regimento deve ser considerada inválida porque o produto da arrecadação em questão não pode ser
revertido em benefício de pessoas jurídicas de direito privado, a exemplo da Associação de Magistrados
X. BL: art. 98, §2º da CF e Entendimento do STF (ADI 2982).

##Atenção: ##TRF4-2009: De fato, é vedada a destinação do produto das taxas judiciárias a entidades
privadas ou de representação de classes (STF, ADI 2982). No mais, a CF exige que o produto de custas e
emolumentos (taxas judiciárias) sejam destinados ao custeio dos serviços públicos ligados à prestação
jurisdicional, nos termos do §2º do art. 98.

##Atenção: ##TRF4-2009: As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécie tributária,


são TAXAS, segundo a jurisprudência iterativa do STF. Precedentes do STF. A Constituição, art. 167,
IV, não se refere a tributos, mas a impostos. Sua inaplicabilidade às taxas. Impossibilidade da
destinação do produto da arrecadação, ou de parte deste, a instituições privadas, entidades de classe e
Caixa de Assistência dos Advogados. Permiti-lo, importaria ofensa ao princípio da igualdade.
Precedentes do STF. STF. Plenário. Rel. Min. Carlos Velloso, j. 03/10/02.

##Atenção: ##TRF4-2009: Primeiramente, temos que conhecer a natureza jurídica das custas que, segundo
o STF (STF ADI MC 1378/ES), têm natureza de taxa remuneratória de serviço público, ou seja, a sua
cobrança está vinculada à prestação daquele destino, sendo inconstitucional vinculação de sua arrecadação
para outro fim (como o apresentado na questão acima – tributo de arrecadação vinculada), cuja
competência para sua alteração caberá a União. A propósito, vale lembrar que a justiça do DF quem legisla
é a União, nos termos art. 22, XVII da CF.

Art. 99. Ao PODER JUDICIÁRIO É ASSEGURADA autonomia administrativa e financeira. (TJMS-


2008) (MPSE-2010) (TJAC-2012) (TJAM-2013) (TJSC-2010/2017)

§ 1º Os tribunais ELABORARÃO SUAS PROPOSTAS ORÇAMENTÁRIAS dentro dos limites


estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. (TRF1-2009) (TRF2-
2009) (TRF4-2009) (TRF5-2009) (MPSE-2010) (TJAC-2012) (TJAM-2013) (TJDFT-2014) (TJSC-2017)

(TJMG-2018-Consulplan): No tocante à auto-organização da magistratura, a Constituição da República


não veda o legislador estadual de legislar sobre as garantias institucionais do Poder Judiciário,
218
consubstanciadas na autonomia orgânico-administrativa e financeira preconizadas pela “Lex Mater”. BL:
art. 99, §1º, CF.

##Atenção: As garantias institucionais são a autonomia administrativa e financeira, previstas no artigo 99


da CF e que podem realmente tratadas pelo legislador estadual, pois a ele o Tribunal de Justiça encaminha
sua proposta orçamentária. As garantias institucionais não se confundem com as garantias FUNCIONAIS
(vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios), as quais não cabe ao legislador estadual
tratar.

(TRF1-2015-CESPE): No exercício da autonomia administrativa e financeira de que dispõe o Poder


Judiciário, os tribunais têm competência para elaborar suas propostas orçamentárias dentro dos limites
estipulados conjuntamente com os demais poderes na lei de diretrizes orçamentárias. BL: art. 99, §1º, CF.

§ 2º O ENCAMINHAMENTO DA PROPOSTA, OUVIDOS os outros tribunais interessados,


COMPETE: (TRF4-2009) (TRF5-2009) (TJDFT-2014)

I - NO ÂMBITO DA UNIÃO, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais


Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; (TRF4-2009) (TRF5-2009) (TJDFT-2014)

II - NO ÂMBITO DOS ESTADOS e no DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS, aos Presidentes


dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais. (TRF4-2009) (TJDFT-2014)

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º NÃO ENCAMINHAREM as RESPECTIVAS PROPOSTAS


ORÇAMENTÁRIAS dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo
CONSIDERARÁ, PARA FINS DE CONSOLIDAÇÃO da proposta orçamentária anual, os valores
aprovados na lei orçamentária vigente, AJUSTADOS de acordo com os limites estipulados na forma do §
1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TRF4-2009) (TRF5-2009) (TJAC-2012)

§ 4º Se as PROPOSTAS ORÇAMENTÁRIAS de que trata este artigo FOREM ENCAMINHADAS


em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo PROCEDERÁ aos ajustes
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004) (TJAM-2013) (TJSC-2017)

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a


assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, EXCETO
SE previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPMG-2010)

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, FAR-SE-ÃO EXCLUSIVAMENTE na ordem cronológica de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009) (MPMG-2010) (MPDFT-2011)
(MPF-2012) (TRT14-2014) (TRF1-2009/2015) (TJDFT-2014/2015) (TJPB-2015)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional determinação judicial que decreta a constrição de bens
de sociedade de economia mista prestadora de serviços públicos em regime não concorrencial, para fins
de pagamento de débitos trabalhistas. Sociedade de economia mista prestadora de serviço público não
concorrencial está sujeita ao regime de precatórios (art. 100, CF/88) e, por isso, impossibilitada de sofrer
constrição judicial de seus bens, rendas e serviços, em respeito ao princípio da legalidade orçamentária
(art. 167, VI, CF/88) e da separação funcional dos poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III). STF. Plenário. ADPF
275/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 17/10/18 (Info 920).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de
personalidade jurídica de direito privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que
exerçam atividade econômica sem monopólio e com finalidade de lucro. STF. 1ª T. RE 892727/DF, rel.
orig. Min. Alexandre de Morais, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, j. 7/8/18 (Info 910).

##Atenção: ##STF: ##Contribuição @mafaldaleitora: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


REPERCUSSÃO GERAL. (...) SISTEMÁTICA DOS PRECATÓRIOS (ART. 100, CF). EXECUÇÃO

219
PROVISÓRIA DE DÉBITOS DA FAZENDA PÚBLICA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. SENTENÇA COM
TRÂNSITO EM JULGADO. EMENDA CONSTITUCIONAL 30/2000. 1. Fixação da seguinte tese ao Tema
45 da sistemática da repercussão geral: “A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda
Pública não atrai o regime constitucional dos precatórios.” 2. A jurisprudência do STF firmou-se no
sentido da inaplicabilidade ao Poder Público do regime jurídico da execução provisória de prestação de
pagar quantia certa, após o advento da Emenda Constitucional 30/2000. Precedentes. 3. A sistemática
constitucional dos precatórios não se aplica às obrigações de fato positivo ou negativo, dado a
excepcionalidade do regime de pagamento de débitos pela Fazenda Pública, cuja interpretação deve ser
restrita. Por consequência, a situação rege-se pela regra regal de que toda decisão não autossuficiente pode
ser cumprida de maneira imediata, na pendência de recursos não recebidos com efeito suspensivo. 4. Não
se encontra parâmetro constitucional ou legal que obste a pretensão de execução provisória de sentença
condenatória de obrigação de fazer relativa à implantação de pensão de militar, antes do trânsito em
julgado dos embargos do devedor opostos pela Fazenda Pública. 5. Há compatibilidade material entre o
regime de cumprimento integral de decisão provisória e a sistemática dos precatórios, haja vista que este
apenas se refere às obrigações de pagar quantia certa. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
(STF, Tribunal Pleno, RE 573872, Rel. Min. Edson Fachin, j. 24/05/2017).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista
prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF. Plenário. ADPF
387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 23/3/17 (Info 858).

(TRF2-2017): Pagamentos devidos pela fazenda pública federal, estadual, distrital e municipal em virtude
de sentença judiciária deverão ser feitos exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios. Conforme o entendimento do STF, é aplicável o regime de precatório apenas à União, aos
estados, ao Distrito Federal, aos municípios, às autarquias, às fundações públicas, às empresas públicas e
às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado. BL: art. 100, CF e Info
858, STF.

(MPRS-2014): O sistema de precatórios requisitórios é a fórmula adotada, nos termos da Constituição


Federal, para que a Fazenda Pública pague a seus credores quantia certa à qual foi condenada por decisão
transitada em julgado, assegurado o recebimento pelo orçamento público. BL: art. 100, CF.

##Atenção: Segundo Alexandre Herculano Verçosa, “a adoção doutrinária da expressão “precatório-


requisitório”, embora contraditória, parece querer minimizar os efeitos que a sinonímia constitucional adotada para
este instrumento poderia, eventualmente, deixar transparecer, no sentido de favor, de solicitação.” (Fonte:
http://jus.com.br/artigos/21606/precatorio-requisitorio-e-requisicao-de-pequeno-valor-
rpv#ixzz3IHoOXX00)

§ 1º Os DÉBITOS DE NATUREZA ALIMENTÍCIA COMPREENDEM aqueles decorrentes de


salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou por invalidez, FUNDADAS em responsabilidade civil, em virtude de sentença
judicial transitada em julgado, e SERÃO PAGOS COM PREFERÊNCIA sobre todos os demais débitos,
EXCETO sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009). (TRF5-2009) (MPMG-2010) (MPF-2012) (TJSC-2010/2013) (TRT14-2014) (TRF1-2009/2015)

§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham
60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim
definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente
ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, ADMITIDO o FRACIONAMENTO
para essa finalidade, sendo que o restante SERÁ PAGO na ordem cronológica de apresentação do
precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) (MPMG-2010) (MPF-2012) (TJSC-
2010/2013) (DPEPR-2014) (TRT14-2014) (MPRS-2014) (TRF1-2009/2015)

§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIOS NÃO SE


APLICA aos pagamentos de obrigações definidas em leis como DE PEQUENO VALOR que as Fazendas
referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009). (PGESP-2009) (MPMG-2010) (MPF-2012) (TJRN-2013) (PGEPR-2015) (TRF1-
2015) (PGEMT-2016)

(MPPI-2019-CESPE): De acordo com as normas constitucionais para os pagamentos devidos em


decorrência de sentença judiciária, deve a administração pública pagar seus débitos da seguinte forma:
220
inicialmente os créditos equivalentes a requisições de pequeno valor e, depois, os demais. BL: art. 100, §3º,
CF.

##Atenção: ORDEM DE PAGAMENTO DOS PRECATÓRIOS (art. 100, §§ 1º e 2º, CF):


1) Débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim
definidos na forma da lei - até o valor equivalente a 3x o valor considerado para fins de RPV;
2) Débitos de natureza alimentícia (decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas
em responsabilidade civil);

##Atenção: Não se encaixam na ordem de pagamento acima, conforme art. 100, § 3º, CF: os pagamentos
de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude
de sentença judicial transitada em julgado. Assim sendo, as obrigações equivalentes a requisições de
pequeno valor serão pagas primeiro e, depois, as demais (segundo a ordem prevista pelo art. 100, §§ 1º e
2º, CF).

§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às
entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor
do maior benefício do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
62, de 2009). (TRF2-2009) (MPMG-2010) (MPMS-2011) (PGEPR-2015)

(AGU-2012-CESPE): No que se refere à execução contra a fazenda pública, julgue o item seguinte:
Considere que, em fase de execução de sentença, apresentados os cálculos pelo exequente, a fazenda
pública tenha se insurgido por meio de embargos apenas contra parte do valor. Nesse caso, entende o STF
que é constitucional a expedição de precatório relativo à parte pela qual houve concordância. BL: art. 100,
§4º, CF/88 e jurisprudência do STF.

##Atenção: É certo que havendo impugnação apenas de parte do valor cobrado em execução de sentença,
a parcela incontroversa do mesmo deve ser paga imediatamente pelo Poder Público, seja na forma de
precatórios, seja por meio de requisição de pequeno valor. Este é o entendimento do STF: “PROCESSO
CIVIL – EXECUÇÃO – EMBARGOS À EXECUÇÃO PARCIAIS – PRECATÓRIO - PARTE
INCONTROVERSA – ADMISSIBILIDADE – INCIDÊNCIA DO § 2º DO ART. 739 DO CPC – INEXISTÊNCIA
DE OFENSA AO ART. 100 DA CF. 1. A jurisprudência de ambas as Turmas que compõem a Primeira Seção deste
Tribunal é firme no sentido de ser admissível, quando se cuidar de embargos apenas parciais, a expedição de precatório
no tocante à parte incontroversa da dívida, tendo em vista a alteração prevista na Lei nº 8.953, de 13.12.94. Incidência
do disposto no § 2º do art. 739 do CPC. Precedentes. 2. A expedição de precatório da parte incontroversa do
valor da execução não ofende o disposto no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, eis que tal dispositivo
refere-se à proibição de fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, com vistas à expedição
do requisitório de pequeno valor. 3. Agravo de instrumento improvido. [...]" (STF. RE nº 458.110. Info 433).

§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao


pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios
judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando
terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
(TJDFT-2014) (TJPR-2017)

Súmula Vinculante 17: Durante o período previsto no parágrafo 1º (obs: atual § 5º) do artigo 100 da
Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.

§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder


Judiciário, CABENDO ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o
pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento
de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito,
o SEQUESTRO da quantia respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (TRF2-
2009) (PGESP-2009) (MPMG-2010) (PGEAM-2010) (TRF5-2015)

(TJSP-2017-VUNESP): Sobre a impenhorabilidade dos bens públicos, pode-se afirmar que admite exceção
para a hipótese de sequestro de bens, nos termos do artigo 100, parágrafo 6°, da CF/88, e para a concessão

221
de garantia, em condições especialíssimas, em operações de crédito externo, cabendo ao Senado Federal
dispor sobre limite e concessões, nos termos do art. 52, VIII, da CF/88. BL: art. 52, VIII c/c art. 100, §6º, CF.

##Atenção: Exceções:
➢ A autorização do sequestro da quantia em caso de preterimento do direito de precedência ou de
não alocação orçamentária, prevista no § 6º do art. 100, é sanção excepcional, que confirma a regra.
➢ Em ação para fornecimento de medicamentos, o juiz pode determinar o bloqueio e sequestro de
verbas públicas em caso de descumprimento da decisão. Tratando-se de fornecimento de
medicamentos, cabe ao Juiz adotar medidas eficazes à efetivação de suas decisões, podendo, se
necessário, determinar, até mesmo, o sequestro de valores do devedor (bloqueio), segundo o seu
prudente arbítrio, e sempre com adequada fundamentação. STJ. 1ª S. REsp 1.069.810-RS, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, j. 23/10/13 (recurso repetitivo).

Vale ressaltar que o Poder Judiciário não deve compactuar com a desídia do Estado, que condenado pela
urgência da situação a entregar medicamentos imprescindíveis à proteção da saúde e da vida de cidadão
necessitado, revela-se indiferente à tutela judicial deferida e aos valores fundamentais da vida e da saúde.
Nesse sentido: AgRg no REsp 1002335/RS, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 22.09.2008.

Mas os bens públicos não são impenhoráveis? Isso não seria uma forma de penhora de bens públicos?
Ademais, não haveria uma quebra na regra dos precatórios? Sim. No entanto, entendeu-se que o direito à
saúde, garantido constitucionalmente (arts. 6º e 196), deveria prevalecer sobre princípios de Direito
Financeiro ou Administrativo.

§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, RETARDAR ou


TENTAR FRUSTRAR a liquidação regular de precatórios INCORRERÁ em CRIME DE
RESPONSABILIDADE e RESPONDERÁ, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (TRF4-2009) (TJSC-2010) (Cartórios/TJRS-2015) (Anal. Judic./TRT6-
2018)

§ 8º É VEDADA a EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIOS complementares ou suplementares de valor


pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento
de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo [obs.: o §3º trata das obrigações definidas em leis como
de pequeno valor]. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (MPMG-2010) (TRT8-2013) (TJDFT-
2015) (TRF5-2015) (PGEPR-2015) (Anal. Judic./TRT6-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Não é possível fracionar o crédito de honorários advocatícios em


litisconsórcio ativo facultativo simples em execução contra a Fazenda Pública por frustrar o regime do
precatório. A quantia devida a título de honorários advocatícios é uma só, fixada de forma global, pois
se trata de um único processo, e, portanto, consiste em título a ser executado de forma una e indivisível.
STF. Plenário. RE 919269 ED-EDv/RS, ARE 930251 AgR-ED-EDv/RS, ARE 797499 AgR-EDv/RS, RE
919793 AgR-ED-EDv/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 7/2/19 (Info 929).

(TJMG-2018-Consulplan): Avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas: I) “Não ofende o
preconizado pelo art. 100, §8º, da Constituição da República – segundo o qual é vedado o fracionamento, repartição
ou quebra de valores da execução, para fins de enquadramento – a execução individual de sentença condenatória
genérica proferida em ação coletiva que tem, como objeto, a tutela a direitos individuais homogêneos.” PORQUE, II)
“Na hipótese, a sentença de mérito limita-se à análise do núcleo dos direitos controvertidos.”. A respeito dessas
asserções, assinale a alternativa correta: As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a
primeira. BL: art. 100, §8º, CF/88.

##Atenção: Vide o trecho de julgado do STF, que fundamenta a questão: "No recurso extraordinário,
sustenta-se violação do art. 100, § 8º, CF/88. Decido. A irresignação não merece prosperar, uma vez que o
Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do ARE nº 925.754/PR, o Ministro Teori Zavascki, reconheceu
a repercussão geral do tema em debate e reafirmou o entendimento desta Suprema Corte no sentido da
constitucionalidade da execução individual de sentença condenatória genérica proferida contra a Fazenda
Pública em ação coletiva que visa a tutela de direitos individuais homogêneos (...). Conforme sustentei em
sede doutrinária, a diferença é que, enquanto no litisconsórcio ativo facultativo, a sentença fará juízo não apenas sobre
o núcleo de homogeneidade dos direitos afirmados na demanda, mas também sobre as suas particularidades próprias,
a sua margem de heterogeneidade, na ação coletiva, há repartição da atividade cognitiva, de modo que a sentença de
mérito limitar-se-á à análise do núcleo de homegeneidade dos direitos controvertidos, devendo o restante

222
ser enfrentado e decidido por outra sentença, proferida em outra ação...".(...) (STF. ARE 965589, Rel. Min.
Dias Toffoli, j. 01/06/16).

§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá


ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em
dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas
vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação
administrativa ou judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). [Obs.: declarado
INCONSTITUCIONAL pelo STF]

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para
resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que
preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009). [Obs.: declarado INCONSTITUCIONAL pelo STF]

##Atenção: ##STF: ##DOD: O STF entendeu que os §§ 9º e 10 do art. 100 da CF/1988 são
INCONSTITUCIONAIS. Para o STF, este regime de compensação obrigatória trazido pelos §§ 9º e 10,
ao estabelecer uma enorme superioridade processual à Fazenda Pública, viola a garantia do devido
processo legal, do contraditório, da ampla defesa, da coisa julgada, da isonomia e afeta o princípio da
separação dos Poderes. STF. Plenário. ADI 4357/DF, ADI 4425/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, rel. Min.
Ayres Britto, 6 e 7/3/13.

§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega
de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Cartórios/TJRS-2015)

§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios,


após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão
juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a
incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). [Obs.: expressões
riscadas foram declaradas INCONSTITUCIONAIS pelo STF]

##Atenção: ##STF: ##DOD: O § 12 do art. 100, inserido pela EC 62/09, também foi questionado. O que
decidiu a Corte? O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “índice oficial de remuneração
básica da caderneta de poupança”, constante do § 12 do art. 100 da CF. Para os Ministros, o índice oficial
da poupança não consegue evitar a perda de poder aquisitivo da moeda.
Este índice é fixado ex ante, ou seja, previamente, a partir de critérios técnicos não relacionados com a
inflação considerada no período. Todo índice definido ex ante é incapaz de refletir a real flutuação de
preços apurada no período em referência. Dessa maneira, como este índice (da poupança) não consegue
manter o valor real da condenação, ele afronta à garantia da coisa julgada, tendo em vista que o valor
real do crédito previsto na condenação judicial não será o valor real que o credor irá receber
efetivamente quando o precatório for pago (este valor terá sido corroído pela inflação). A finalidade da
correção monetária consiste em deixar a parte na mesma situação econômica que se encontrava antes.
Nesse sentido, o direito à correção monetária é um reflexo imediato da proteção da propriedade. Vale
ressaltar, ainda, que o Poder Público tem seus créditos corrigidos pela taxa SELIC, cujo valor supera,
em muito, o rendimento da poupança, o que reforça o argumento de que a previsão do § 12 viola a
isonomia. O art. 1º-F. da Lei 9.494/97, com redação dada pelo art. 5º da Lei 11.960/09, também previa que,
nas condenações impostas à Fazenda Pública, os índices a serem aplicados eram os da caderneta de
poupança. Logo, com a declaração de inconstitucionalidade do § 12 do art. 100 da CF, o STF também
declarou inconstitucional, por arrastamento (ou seja, por consequência lógica), o art. 5º da Lei
11.960/2009, que deu a redação atual ao art. 1º-F. da Lei n.° 9.494/97. O STF também declarou a
inconstitucionalidade da expressão “independentemente de sua natureza”, presente no § 12 do art. 100
da CF, com o objetivo de deixar claro que, para os precatórios de natureza tributária se aplicam os
mesmos juros de mora incidentes sobre o crédito tributário. STF. Plenário. ADI 4357/DF, ADI 4425/DF,
ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, rel. Min. Ayres Britto, 6 e 7/3/13.

§ 13. O credor PODERÁ CEDER, total ou parcialmente, seus créditos EM PRECATÓRIOS A


TERCEIROS, INDEPENDENTEMENTE da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o
disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (TJSC-2010) (MPF-2012) (AGU-
2012) (Cartórios/TJRS-2015)
223
(TRF1-2015-CESPE): Aos sessenta e cinco anos de idade, Antônio foi atropelado culposamente por um
automóvel da administração pública federal o que lhe ocasionou invalidez para o exercício do trabalho. A
vítima ingressou com uma ação fundada em responsabilidade civil do Estado, na qual logrou êxito, uma
vez que a sentença que condenou a União a lhe pagar indenização transitou em julgado. O precatório
gerado foi inscrito no orçamento aprovado para o exercício fiscal do ano de 2015. Considerando essa
situação hipotética, assinale a opção correta em conformidade com a disciplina constitucional dos
precatórios: Antônio, independentemente da concordância do ente ou órgão devedor, poderá ceder seu
precatório a terceiros. BL: art. 100, §13, CF.

§ 14. A cessão de precatórios SOMENTE PRODUZIRÁ EFEITOS após comunicação, por meio de
petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 62, de 2009). (TRF1-2015)

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá
estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e
Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O Supremo declarou inconstitucionais o § 15 do art. 100 da CF/88 e todo o
art. 97 do ADCT. STF. Plenário. ADI 4357/DF, ADI 4425/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, rel. Min. Ayres
Britto, 6 e 7/3/13.

§ 16. A SEU CRITÉRIO EXCLUSIVO e NA FORMA DE LEI, a UNIÃO PODERÁ ASSUMIR


DÉBITOS, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, REFINANCIANDO-OS
DIRETAMENTE. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) (TJSC-2010) (Cartórios/TJRS-2015)

(Anal. Judic./TRT6-2018-FCC): À luz do que dispõe a CF/88 quanto ao regime de precatórios judiciais, a
seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de
Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. BL: art. 100, §16, CF.

§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios AFERIRÃO MENSALMENTE, EM


BASE ANUAL, o comprometimento de suas respectivas receitas correntes líquidas COM O
PAGAMENTO DE PRECATÓRIOS e OBRIGAÇÕES DE PEQUENO VALOR. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016) (Anal. Judic./TRT6-2018)

§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório das receitas
tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de transferências
correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal,
verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência e os 11 (onze)
meses precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de
2016)

I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por determinação
constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para
custeio de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação
financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94,
de 2016)

§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e


obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento
percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse
percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam os incisos VI e VII
do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando

224
a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos precatórios
apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos
até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas
de juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação
de Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que
em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na
regulamentação editada pelo ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Art. 101. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COMPÕE-SE de onze Ministros, ESCOLHIDOS


dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber
jurídico e reputação ilibada. (TJSP-2008) (MPPR-2008) (TRF1-2009) (TJPR-2010)

Parágrafo único. Os MINISTROS do Supremo Tribunal Federal SERÃO NOMEADOS pelo


Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela MAIORIA ABSOLUTA do Senado Federal.
(TJSC-2009)

Art. 102. COMPETE ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, A GUARDA DA


CONSTITUIÇÃO, cabendo-lhe: [rol taxativo] (TJSC-2009) (MPPR-2011) (TJPI-2012) (TJPR-2013)

(TJSP-2017-VUNESP): No âmbito do direito constitucional brasileiro, pode-se afirmar que o Supremo


Tribunal Federal desempenha dois papéis distintos: I) – o primeiro na teoria constitucional, denominado
de contra majoritário, que implica proteção às regras da vida democrática e dos direitos fundamentais; II)
– o outro papel, denominado representativo, implica o atendimento de demandas sociais e anseios
políticos que não foram objeto de deliberação pelo Parlamento, não podendo deixar de decidir em face da
garantia de acesso à jurisdição. BL: art. 102, CF.

##Atenção: "O que cabe destacar aqui é que Corte desempenha, claramente, dois papéis distintos e
aparentemente contrapostos. O primeiro papel é apelidado, na teoria constitucional, de contramajoritário:
em nome da Constituição, da proteção das regras do jogo democrático e dos direitos fundamentais, cabe
a ela a atribuição de declarar a inconstitucionalidade de leis (i. e., de decisões majoritárias tomadas pelo
Congresso) e de atos do Poder Executivo (cujo chefe foi eleito pela maioria absoluta dos cidadãos). Vale
dizer: agentes públicos não eleitos, como juízes e Ministros do STF, podem sobrepor a sua razão à dos
tradicionais representantes da política majoritária. Daí o termo contramajoritário. O segundo papel, menos
debatido na teoria constitucional, pode ser referido como representativo. Trata-se, como o nome sugere,
do atendimento, pelo Tribunal, de demandas sociais e de anseios políticos que não foram satisfeitos a
tempo e a hora pelo Congresso Nacional”. (Fonte: livro do Min. Barroso).

I - processar e julgar, originariamente:

a) a AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE de lei ou ato normativo FEDERAL ou


ESTADUAL E a AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE de lei ou ato normativo
FEDERAL; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (MPF-2005) (MPMT-2008) (TJAP-2009)
(TJGO-2009) (TRF4-2009) (TJSC-2009/2010) (TJMS-2010) (TJPR-2010) (MPPB-2010) (MPRO-2010) (TJRJ-
2011) (MPMG-2011) (MPPR-2011) (MPSC-2010/2012) (TJPI-2012) (TJPA-2014) (MPRS-2016) (MPMS-2018)

(MPGO-2016): O fato de a ação declaratória ter sido criada pela EC nº 3/1993, não a impede de ter por
objeto lei ou ato normativo produzido anteriormente à data da promulgação da referida emenda, desde
que posterior ao parâmetro constitucional invocado (adaptada).

(MPGO-2016): Podem ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade as decisões proferidas em


processo administrativo, quando a extensão dessas mesmas decisões seja tal que as torne um verdadeiro
ato administrativo normativo genérico.

225
##Atenção: A ADC, no âmbito do STF, pode versar apenas sobre norma federal (art. 102, I, “a”).

(TJMS-2015-VUNESP): No tocante ao controle concentrado de constitucionalidade, é correto afirmar sobre


a ação direta de inconstitucionalidade (ADI): ato normativo, de caráter autônomo, geral e abstrato
expedido por pessoa jurídica de direito público estadual e decreto editado com força de lei podem ser
objeto de ADI perante STF. BL: art. 102, I, “a”, CF.

##Atenção: Com a ADI 4049-DF, o STF passou a admitir qualquer LEI, inclusive leis de efeitos concretos
(aquela que tem um objeto certo e o destinatário determinado). Para o ato normativo, há a necessidade de
GENERALIDADE e ABSTRAÇÃO (a lei pode ter efeito concreto, o ato normativo não) e a violação à
Constituição deve ser DIRETA, não pode ser apenas indireta (tem que violar diretamente a Constituição).

(Anal. Judic./STF-2013-CESPE): Cabe ação direta de inconstitucionalidade contra resolução do Senado


Federal que, ao suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF, extrapole os limites da
decisão a que faz referência. BL: ADI 3.929-MC, STF.

##Atenção: Quando o STF, em sede de controle difuso de constitucionalidade, declara a


inconstitucionalidade de uma lei, tal decisão terá, em regra, validade apenas para o caso concreto. Dizemos
“em regra” porque o Senado Federal poderá expandir os efeitos dessa decisão, atribuindo-lhe eficácia
“erga omnes”. Para isso, o Senado Federal tem a faculdade de editar resolução, a qual terá o condão de
atribuir eficácia geral à decisão do STF, suspendendo o ato inconstitucional. Conforme afirma o
enunciado, caso essa resolução extrapole os limites da decisão do STF, ela poderá ser objeto de ação direta
de inconstitucionalidade. Ademais, a resolução do Senado Federal, por ser geral e abstrata, é um ato
normativo federal e pode ser alvo de controle de constitucionalidade.

##Atenção: Ação direta de inconstitucionalidade. Medida cautelar concedida. Referendo. Res. 7, de 21-6-
07, do Senado Federal. Suspensão erga omnes da eficácia de todo o texto de leis relativas à cobrança do
ICMS no Estado de São Paulo. Declaração de inconstitucionalidade anteriormente estendida, no exercício
do controle difuso, apenas aos dispositivos que haviam prorrogado a majoração de alíquota e a sua
vinculação a uma finalidade específica. Plausibilidade jurídica da alegação de ofensa ao art. 52, X, da CF.
Perigo na demora igualmente demonstrado. O ato normativo impugnado, ao conferir eficácia erga omnes
a um julgado singular, revela sua feição geral e obrigatória, sendo, portanto, dotado de generalidade,
abstração e impessoalidade. Precedentes. O exame minucioso das decisões plenárias proferidas nos autos
dos RE 183.906, 188.443 e 213.739 demonstra que a declaração de inconstitucionalidade dos atos
normativos que sucederam à Lei estadual paulista 6.556/89 alcançaram, tão somente, os dispositivos que
tratavam, exclusivamente, da majoração da alíquota do ICMS e sobre a vinculação desse acréscimo
percentual ao fundo criado para o desenvolvimento de determinado programa habitacional. O Senado
Federal, em grande parte orientado por comunicações provenientes da Suprema Corte, acabou por retirar
do mundo jurídico dispositivos das Leis paulistas 7.003/90 e 7.646/91, que, embora formalmente
abarcados pela proclamação da inconstitucionalidade do próprio Diploma em que inseridos, em nenhum
momento tiveram sua compatibilidade com a CF efetivamente examinada por este STF. Plausibilidade da
tese de violação ao art. 52, X, da Carta Magna. Deferimento de medida cautelar referendado pelo Plenário."
(ADI 3.929-MC, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 29-8-2007, Plenário, DJ de 11-10-2007.)

(Anal. Judic./TRF5-2012-FCC): Considera-se mecanismo de controle de constitucionalidade jurisdicional


repressivo, previsto na CF/1988, a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual, de competência originária do STF. BL: art. 102, I, “a”, CF.

b) nas infrações penais COMUNS, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do


Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; (MPPE-2008) (MPSE-
2010) (MPSC-2013) (TJMS-2015)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A competência originária do STF para processar e julgar parlamentar
federal alcança a supervisão de investigação criminal. Atos investigatórios praticados sem a supervisão
do STF são nulos. STF. 1ª T. Inq 3.438, Rel. Min. Rosa Weber, j. 11/11/14.

##Atenção: O Procurador-Geral da República será julgado:


➢ Nas infrações penais: pelo STF (art. 102, I, 'b', CF).
➢ Nos "crimes" de responsabilidade (infrações político-administrativas): pelo Senado (art. 52, II, CF).

226
c) nas infrações penais COMUNS e nos crimes DE RESPONSABILIDADE, os Ministros de Estado
e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, RESSALVADO o disposto no art. 52, I, os
membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática
de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) (MPPE-2008) (MPRR-
2008) (TJMT-2009) (MPGO-2010) (TJPB-2011) (TJPA-2012) (TJMS-2015) (TJDFT-2011/2016) (TJRO-2019)
(TJAC-2019)

(TJAC-2012-CESPE): Compete ao STF processar e julgar originariamente os ministros de Estado nas


infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade. BL: art. 102, I, “c”, CF. (proc. penal)

(MPDFT-2004): Em caso de contravenção penal comum cometido por Ministro do Supremo Tribunal
Federal, membro do Conselho Nacional de Justiça, cabe ao STF o julgamento. BL: art. 102, I, “c”, CF.

##Atenção: Cumpre ressaltar que os ministros dos Tribunais Superiores serão julgados, originariamente,
perante o STF, nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, a teor do art. 102, I, “c”, CF.
Desse modo, caso um desses ministros for nomeado para ser membro do CNJ, ele continuará sendo julgado
pelo STF nas infrações penais comuns. Entretanto, a competência será deslocada para o Senado Federal em
se tratando de crimes de responsabilidade, consoante dispõe o art. 52, II da CF.

d) o HABEAS CORPUS, SENDO PACIENTE qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores;
o MANDADO DE SEGURANÇA e o HABEAS DATA CONTRA ATOS do Presidente da República, das
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; (TJDFT-2008) (MPRO-2008) (TJSP-2009)
(MPBA-2010) (TJES-2011/2012) (TJPI-2012) (TJRJ-2012) (TJPA-2012) (STM-2013) (Cartórios/TJPI-2013)
(TJMT-2014) (TJCE-2014) (TJSE-2008/2015) (TJMS-2015) (TJPR-2017) (TJAC-2019)

(TJRJ-2011-VUNESP): Na hipótese de um Deputado Federal e um membro do Tribunal de Contas do


Estado serem pacientes do habeas corpus, a competência originária para processar e julgar esse remédio
constitucional será, respectivamente do STF e do STJ. BL: art. 102, I “d” e art. 105, I, “c”, CF.

(TJPA-2009-FGV): Caio Túlio, brasileiro, casado, economista, residente à Rua do Bispo nº 01, Belém/PA,
pretende candidatar-se ao cargo de Procurador da República, sem que ter concluído o tempo de atividade
jurídica exigido após a EC nº 45, que incluiu tal requisito. O edital do concurso foi redigido em obediência
à decisão do CNMP. A autoridade coatora indicada foi o Procurador-Geral da República. A medida liminar
foi deferida e o candidato obteve aprovação em todas as fases do concurso público. A decisão final do
Tribunal competente concluiu que não houve a caracterização de ato abusivo ou ilegal por parte da
autoridade indicada no mandamus. Observado o enunciado acima, analise a afirmativa a seguir: Sendo a
autoridade impetrada o Procurador-Geral da República, o órgão competente para julgamento seria o STF.
BL: art. 102, I “d”, CF. (proc. civil)

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito


Federal ou o Território; (TJSC-2010) (MPMS-2011) (TRF4-2014) (TJMS-2015) (TJGO-2015) (MPSC-2019)

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, INCLUSIVE as respectivas entidades da ADMINISTRAÇÃO INDIRETA; (AGU-2007) (MPRO-
2008) (MPRN-2009) (TJSC-2010) (TJPR-2010) (TJRO-2011) (MPMS-2011) (MPSC-2012) (TJMS-2015)
(TJDFT-2014/2016) (TJAC-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Não compete ao STF julgar ação proposta contra a União e o Banco do Brasil
para obrigar que a instituição financeira cumpra lei estadual que determina o repasse de parte dos
valores dos depósitos judiciais para o caixa único do Estado. Trata-se de controvérsia meramente
patrimonial, não justificando sequer a presença da União no polo passivo. STF. Plenário. ACO 989/BA,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2019 (Info 951).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Compete ao STF processar e julgar “as causas e os conflitos entre a União
e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da
administração indireta” (art. 102, I, “f”, CF/88). O STF confere interpretação restritiva a esse dispositivo
e entende que, para se caracterizar a hipótese do art. 102, I, “f”, da CF/88 é indispensável que, além de
haver uma causa envolvendo União e Estado, essa demanda tenha densidade suficiente para abalar o
pacto federativo. Em outras palavras, não é qualquer causa envolvendo União contra Estado que irá ser

227
julgada pelo STF, mas somente quando essa disputa puder resultar em ofensa às regras do sistema
federativo. Configura conflito federativo a ação na qual a União e o Estado-membro, em polos
antagônicos, discutem se determinado projeto se enquadra como atividade de transporte de gás
canalizado (art. 177, IV, da CF/88) ou fornecimento de gás canalizado (art. 25, § 2º). STF. 2ª T. Rcl 4210/SP,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 26/3/19 (Info 935).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Para se caracterizar a hipótese do art. 102, I, “f”, da CF/88, é indispensável
que, além de haver uma causa envolvendo União e Estado/DF ou Estado contra Estado, essa demanda
deve ter densidade suficiente para abalar o pacto federativo. Diferença entre conflito entre entes
federados e conflito federativo: enquanto no primeiro, pelo prisma subjetivo, observa-se a litigância
judicial promovida pelos membros da Federação, no segundo, para além da participação desses na lide,
a conflituosidade da causa importa em potencial desestabilização do próprio pacto federativo. Há,
portanto, distinção de magnitude nas hipóteses aventadas, sendo que o legislador constitucional
restringiu a atuação da Corte à última delas, nos moldes fixados na CF/88, e não incluiu os litígios e as
causas envolvendo Municípios como ensejadores de conflito federativo apto a exigir a competência
originária da Corte. STF. Plenário. ACO 1.295-AgR-segundo, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 14/10/10.

##Atenção: ##STF: ##DOD: Quadro-resumo:


Mero conflito entre entes federados Conflito federativo
Trata-se da disputa judicial envolvendo União (ou Trata-se da disputa judicial envolvendo União (ou
suas entidades) contra Estado-membro (ou suas suas entidades) contra Estado-membro (ou suas
entidades). entidades) e que, em razão da magnitude do tema
discutido, pode gerar uma desestabilização do
próprio pacto federativo.
Em regra, é julgado pelo juiz federal de 1ª instância. É julgado pelo STF (art. 102, I, “f” da CF/88).

(PGESP-2012-FCC): A ação judicial envolvendo duas pessoas jurídicas de direito público de esferas
diversas de poder e que implique conflito federativo será processada e julgada pelo STF. BL: art. 102, I “f”,
CF.

##Atenção: ##DOD: Podemos imaginar as seguintes situações que serão de competência do STF com base
na previsão acima:
a) União contra Estado(s);
b) União contra Distrito Federal;
c) Estado(s) contra Estado(s);
d) Estado(s) contra Distrito Federal.

##Atenção: ##DOD: Não importa quem seja o autor ou o réu; se as partes acima estiverem em polos
antagônicos, estará preenchida a hipótese do art. 102, I, “f”.

##Atenção: ##DOD: A ação poderá envolver a administração direta ou indireta da União, Estados ou DF.
Ex: uma ação judicial do IPHAN (autarquia federal) contra o Estado do Amazonas (STF Rcl 12957/AM).

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; (TJPR-2013)

h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

i) o HABEAS CORPUS, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente FOR
autoridade ou funcionário cujos atos ESTEJAM SUJEITOS diretamente à JURISDIÇÃO do Supremo
Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999) (TJPA-2012) (TJDFT-2014)

(MPSC-2012): Ao STF cabe processar e julgar, originariamente, o habeas corpus quando o coator ou o
paciente for funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do STF. BL: art. 102, I, “i”, CF.

j) a REVISÃO CRIMINAL e a AÇÃO RESCISÓRIA de seus julgados; (TJPR-2008) (TJRR-2015)

l) a RECLAMAÇÃO para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões; (AGU-2007) (MPRO-2008) (DPESC-2012) (TJAM-2013) (TRF4-2014) (TJDFT-2015)
228
m) a EXECUÇÃO DE SENTENÇA nas causas de sua competência originária, FACULTADA a
delegação de atribuições para a prática de atos processuais; (TRF2-2011)

n) a AÇÃO em que todos os membros da magistratura SEJAM direta ou indiretamente interessados,


e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem ESTEJAM impedidos ou SEJAM
direta ou indiretamente interessados; (TJPR-2011) (TJDFT-2014/2016) (TJAC-2019) (TJPA-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Compete ao STF julgar a apelação criminal interposta contra sentença de
1ª instância caso mais da metade dos membros do Tribunal de Justiça estejam impedidos ou sejam
interessados (art. 102, I, “n”, CF/88). STF. 2ª T. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 3/9/19 (Info 950).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Compete ao STF julgar mandado de segurança impetrado pelo Tribunal de
Justiça contra ato do Governador do Estado que atrasa o repasse do duodécimo devido ao Poder
Judiciário. Nesta hipótese, todos os magistrados do TJ possuem interesse econômico no julgamento do
feito, uma vez que o pagamento dos subsídios está condicionado ao cumprimento do dever constitucional
de repasse das dotações consignadas ao Poder Judiciário estadual pelo chefe do Poder Executivo
respectivo. Logo, a situação em tela se amolda ao art. 102, I, "n", da CF/88. STF. 1ª T. MS 34483-MC/RJ,
Rel. Min. Dias Toffoli, j. 22/11/16 (Info 848).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O STF tem competência para processar e julgar causas em que se discute
prerrogativa dos juízes de portar arma de defesa pessoal, por se tratar de ação em que todos os membros
da magistratura são direta ou indiretamente interessados (art. 102, I, “n”, CF/88). STF. Plenário. Rcl 11323
AgR/SP, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ ac. Min. Teori Zavascki, j. 22/4/15 (Info 782).

o) os CONFLITOS DE COMPETÊNCIA entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais,


entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; (MPRO-2008) (DPECE-2008) (TJPB-
2011) (TCEPB-2014) (TJAC-2019)

##Atenção: Compete ao STF resolve os conflitos de competência entre o STJ e quaisquer tribunais, entre
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal.

p) o PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR das ações diretas de inconstitucionalidade; (Anal.


Judic./STM-2011) (MPSC-2012)

(TJMT-2014-FMP): É possível a concessão de medida liminar nas ações diretas de inconstitucionalidade


de lei ou ato normativo federal. BL: art. 10, Lei 9868/99 e art. 102, I, “p”, CF.

q) o MANDADO DE INJUNÇÃO, quando a elaboração da norma regulamentadora FOR atribuição


do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das
Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores,
ou do próprio Supremo Tribunal Federal; (TJPI-2012) (TJMT-2014) (TJAC-2019)

r) as ações CONTRA o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério


Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-2007) (MPPE-2008) (TJSP-2008/2009)
(PGEPA-2012) (TJRN-2013) (TJPR-2017) (TJCE-2012/2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O STF conferia interpretação restritiva ao art. 102, I, “r”, da CF/88 e afirmava
que ele (STF) somente seria competente para julgar as ações em que o próprio CNJ ou CNMP figurassem
no polo passivo. Seria o caso de mandados de segurança, habeas corpus e habeas data contra os
Conselhos. No caso de serem propostas ações ordinárias para impugnar atos do CNJ e CNMP, a
competência seria da Justiça Federal de 1ª instância, com base no art. 109, I, da CF/88. Novos precedentes
indicam a alteração do entendimento jurisprudencial e o abandono dessa interpretação restritiva. Não
se sabe, ainda, qual será o alcance exato do novo entendimento do STF. No entanto, no Info 961, foi
divulgado acórdão no qual a 2ª Turma do STF decidiu que: Compete ao STF apreciar ação ordinária
ajuizada contra ato do Conselho Nacional de Justiça. STF. 2ª T. Rcl 15551 AgR/GO, Rel. Min. Cármen
Lúcia, j. 26/11/2019 (Info 961).

##Atenção: ##Cuidado: O que for decidido sobre a competência para julgar as ações contra o CNJ será
também aplicado ao CNMP.

229
##Atenção: ##DOD: Resumindo essa posição restritiva, até então, prevalente: Competência para julgar
ações contra o CNJ e CNMP:
• MS, HS e habeas data: competência do STF (art. 102, I, “r”, da CF/88);
• Ações ordinárias: competência do Juiz federal (1ª instância) (art. 109, I, da CF/88).

##Atenção: ##STF: ##DOD: No julgamento da Rcl 15564 AgR/PR, a 1ª Turma do STF também mitigou a
antiga posição restritiva do STF. Em regra, as ações ordinárias contra atos do CNJ devem ser processadas
e julgadas na Justiça Federal. Isso é fundamental para resguardar a capacidade decisória do STF, evitar
a banalização da jurisdição extraordinária e preservar a própria funcionalidade da Corte. No entanto,
será de competência originária do STF julgar as ações ordinárias:
• que impugnem atos do CNJ que possuam caráter normativo ou regulamentar;
• que desconstituam ato normativo de tribunal local; e
• que envolvam interesse direto e exclusivo de todos os membros do Poder Judiciário.
Por outro lado, não são de competência do STF as demandas contra atos do CNJ:
• que atinjam tão somente servidores dos órgãos fiscalizados ou mesmo as serventias
extrajudiciais;
• que não digam respeito a interesse exclusivo de toda magistratura ou
• que revejam atos administrativos gerais dos tribunais, assim considerados os que não se
sujeitam a regulamentação distinta do Poder Judiciário, de que seriam exemplo os relacionados
a concursos públicos ou licitações dos tribunais locais.
STF. 1ª T. Rcl 15564 AgR/PR, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, j. 10/9/19 (Info 951).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Rcl 37.840: Em 06/11/19, o Min. Luiz Fux deferiu medida liminar na Rcl 37.840
aplicando o mesmo raciocínio para as ações envolvendo o CNMP. Em outras palavras, a intepretação
restritiva deveria ser abandonada não apenas nas ações contra o CNJ mas também nas demandas contra o
CNMP.

##Atenção: ##STF: ##DOD: Medida cautelar na ADI 4412: O Min. Gilmar Mendes, na ADI 4412/DF,
concedeu medida cautelar para determinar “a suspensão de todas as ações ordinárias, em trâmite na
justiça federal, que impugnem atos do CNJ praticados no âmbito de suas competências constitucionais
estabelecidas no art. 103-B, §4º, da CF”. Para o Ministro, como base nos precedentes acima mencionados,
percebe-se que o STF está fazendo uma revisão de sua jurisprudência desta Corte quanto à competência
para julgar as ações envolvendo os atos dos Conselhos constitucionais. Segundo propõe o Min. Gilmar
Mendes, passaria a ser de competência do STF julgar as ações que impugnem os atos do CNJ relacionados
às diretrizes constitucional-administrativas, mais notadamente ao § 4º do art. 103-B da CF. STF. Decisão
monocrática. ADI 4412 MC, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 27/11/2019.

##Atenção: ##STF: ##DOD: A competência para julgar mandados de segurança impetrados contra o CNJ
e o CNMP é do STF (art. 102, I, “r”, CF/88). Algumas vezes o interessado provoca o CNJ ou o CNMP, mas
tais órgãos recusam-se a tomar alguma providência no caso concreto porque alegam que não tem
competência para aquela situação ou que não é hipótese de intervenção. Nessas hipóteses, dizemos que a
decisão do CNJ ou CNMP foi “NEGATIVA” porque ela nada determina, nada aplica, nada ordena, nada
invalida. Nesses casos, a parte interessada poderá impetrar MS contra o CNJ/CNMP no STF? NÃO. O STF
não tem competência para processar e julgar ações decorrentes de decisões negativas do CNMP e do CNJ.
Segundo entende o STF, como o conteúdo da decisão do CNJ/CNMP foi “negativo”, ele não decidiu
nada. Se não decidiu nada, não praticou nenhum ato. Se não praticou nenhum ato, não existe ato do
CNJ/CNMP a ser atacado no STF. STF. 1ª Turma. MS 33163/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
acórdão Min. Roberto Barroso, j. 5/5/15 (Info 784).

(TJRS-2018-VUNESP): Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre o Conselho Nacional de


Justiça: O Conselho Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre o STF e seus ministros, sendo
esse o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está sujeito. BL: arts. 102, caput, I, “r e art.
103-B, §4º, CF e ADI 3367, STF.

##Atenção: ##TJDFT-2016: ##TJCE-2018: ##CESPE: Vejamos a ADI 3.367, julgada pelo STF: "(...) CNJ.
Órgão de natureza exclusivamente administrativa. Atribuições de controle da atividade administrativa, financeira e
disciplinar da magistratura. Competência relativa apenas aos órgãos e juízes situados, hierarquicamente,
abaixo do STF. Preeminência deste, como órgão máximo do Poder Judiciário, sobre o Conselho, cujos atos e decisões
estão sujeitos a seu controle jurisdicional. Inteligência dos arts. 102, caput, I, r, e 103-B, § 4º, da CF. O CNJ não
tem nenhuma competência sobre o STF e seus ministros, sendo este o órgão máximo do Poder Judiciário
nacional, a que aquele está sujeito." (ADI 3.367, rel. min. Cezar Peluso, j. 13-4-2005, P, DJ de 22-9-2006). A
propósito, colaciona-se seguinte do referido julgado: “Como consectário do princípio da unidade do

230
Judiciário como Poder nacional, o Conselho [CNJ] recebeu ainda competência de reexame dos atos
administrativos dos órgão judiciais inferiores, ou seja, o poder de controle interno da constitucionalidade
e legitimidade desses atos Ora, tal competência em nada conflita com as competências de controle exterior e
posterior, atribuídas ao Legislativo e aos tribunais de contas".

II - JULGAR, em RECURSO ORDINÁRIO: (PGM-São Paulo/SP-2014) (MPF-2015)

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção DECIDIDOS


EM ÚNICA INSTÂNCIA pelos Tribunais Superiores, SE DENEGATÓRIA a decisão; (DPU-2007) (MPRO-
2008/2010) (MPBA-2010) (MPPB-2010) (MPSC-2012) (MPMG-2012) (TJSC-2013) (Cartórios/TJES-2013)
(TJMT-2014) (TJRS-2016) (TJMSP-2016) (TJRJ-2019)

(TRF4-2014): Nos mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, só cabe
recurso ordinário quando for denegatória a decisão, cabendo, nas hipóteses de concessão, recurso
extraordinário, desde que preenchidos os seus pressupostos. BL: art. 102, II, “a” e III, CF. (proc. civil)

(MPSC-2013): Serão julgados em recurso ordinário pelo STF, os mandados de segurança, os habeas data e
os mandados de injunção decididos em única instância pelos Tribunais superiores, quando denegatória a
decisão. BL: art. 102, II, “a”, CF. (proc. civil)

b) o crime político; (DPU-2007) (MPSC-2012)

III - JULGAR, mediante RECURSO EXTRAORDINÁRIO, as causas decididas em única ou última


instância, quando a decisão recorrida: (TJAP-2009) (TJPI-2012) (MPPR-2013) (MPF-2013) (TRT6-2015)

a) CONTRARIAR dispositivo desta Constituição; (TJSP-2014) (TJPR-2014)

(TCEAP-2010-FCC): O art. 102, III, "a", da CF, diz que compete ao STF a guarda da Constituição, cabendo-
lhe precipuamente julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição. Essa competência é absoluta
e funcional. BL: art. 102, III, “a”, CF/88. (proc. civil)

b) DECLARAR a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; (MPMG-2010) (MPMT-2012) (MPF-


2013) (TJPR-2014)

c) JULGAR VÁLIDA lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. (DPU-2007)
(TJPR-2014)

d) JULGAR VÁLIDA lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004) (TJDFT-2007) (AGU-2007) (DPU-2007) (DPEMS-2008) (Cartórios/TJAC-2012) (PGEGO-2013)
(TJPR-2014) (TJPA-2014) (DPEGO-2014) (TJGO-2015) (DPEPA-2015) (TCECE-2015)

(TJSP-2014-VUNESP): Assinale, dentre as opções seguintes, aquela que contém modelo de decisão
impugnável por recurso extraordinário, segundo a CF/88: Decisão colegiada do Tribunal de Justiça que
julgar válida lei local contestada em face de lei federal. BL: art. 102, III, “d”, CF.

(DPESC-2012-FEPESE): O STF é competente para: julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
BL: art. 102, III, “d”, CF. (proc. civil)

(MPMG-2011): Concedida a ordem no mandado de segurança – em cujo feito foi considerada inválida lei
local contestada em face de lei federal – e interposto recurso de apelação, o Tribunal de Justiça, por maioria,
reformou a sentença. Indaga-se: qual o meio processual adequado para a impugnação do respectivo
acórdão? Recurso extraordinário. BL: art. 102, III, “d”, CF.

##Atenção: Em outras palavras, pode-se dizer o seguinte: O TJ, ao reformar a sentença em sede de
apelação, inverteu a decisão prolatada no mandado de segurança, daí a conclusão de que julgou "válida
lei local contestada em face de lei federal", cabendo, neste caso, o Recurso Extraordinário.

##Dica2:

231
➢ LEI X LEI (lei local X lei federal) = STF = REXT.
➢ LEI X ATO ( lei federal X ato de governo local) = STJ

##Dica2:
➢ RESP: STJ : Julgar ato de governo local contestado em face de lei federal.
➢ REXT: STF : julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

§ 1º. A ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, decorrente desta


Constituição, SERÁ APRECIADA pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado do
parágrafo único em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93) (MPPE-2008) (TJPB-2011) (TJDFT-
2012) (MPMG-2010/2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##Contribuição da @mafaldaleitora: Cabe ADPF para declarar a


constitucionalidade de dispositivo de lei cuja eficácia já foi exaurida. Dado o seu perfil subsidiário, a
ADPF se apresenta como medida processual mais adequada para afirmar a constitucionalidade do art.
38 da Lei 8.880/94, dispositivo de natureza transitória e de eficácia já exaurida que instrumentalizou a
instituição do Plano Real. STF. Plenário. ADPF 77/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 16/5/19 (Info 940).

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##Contribuição da @mafaldaleitora: É possível que seja celebrado um


acordo no bojo de uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)? SIM. É possível
a celebração de acordo num processo de índole objetiva, como a ADPF, desde que fique demonstrado
que há no feito um conflito intersubjetivo subjacente (implícito), que comporta solução por meio de
autocomposição. Vale ressaltar que, na homologação deste acordo, o STF não irá chancelar ou legitimar
nenhuma das teses jurídicas defendidas pelas partes no processo. O STF irá apenas homologar as
disposições patrimoniais que forem combinadas e que estiverem dentro do âmbito da disponibilidade
das partes. A homologação estará apenas resolvendo um incidente processual, com vistas a conferir
maior efetividade à prestação jurisdicional. STF. Plenário. ADPF 165/DF, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, j. 1º/3/18 (Info 892).

(MPRS-2016): Consoante preceituam os arts. 102 e 103 da Carta da República, assinale a alternativa
CORRETA: A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente da Constituição Federal,
será apreciada pelo STF, na forma da lei. BL: art. 102, §1º, CF. [adaptada]

§ 2º As DECISÕES DEFINITIVAS DE MÉRITO, PROFERIDAS pelo Supremo Tribunal Federal,


nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade
PRODUZIRÃO EFICÁCIA CONTRA TODOS e EFEITO VINCULANTE, relativamente aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJMG-2005) (MPF-2005) (DPU-2007)
(MPMT-2008) (TJSC-2009) (AGU-2009) (PGEAM-2010) (TJRO-2011) (MPMG-2011) (TJCE-2012) (TJRJ-
2012) (TJRS-2009/2016) (MPSC-2010/2016) (TJAL-2019)

(MPMG-2018): É correto afirmar que as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade, produzirão eficácia
contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. BL: art. 102, §2º, CF.

(DPESC-2017-FCC): As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. BL: art. 102, §2º, CF.

(MPRS-2016): Consoante preceituam os artigos 102 e 103 da Carta da República, assinale a alternativa
correta: As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF, nas ações diretas de inconstitucionalidade
e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal. BL: art. 102, §2º, CF. [adaptada]

##Atenção: De acordo com a jurisprudência do STF, as decisões definitivas de mérito, por ele proferidas
nas ações diretas de inconstitucionalidade, produzem eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e aos do Poder Executivo, quando proferidas após a

232
vigência da EC n.º 3, de 17.03.93. Em outras palavras, o efeito vinculante veio com a EC 45/04, mas o STF,
desde a EC 03/93, que criou a ADC com eficácia erga omnes e efeito vinculante, já entendia que a ADIN e
ADC eram ações de sinais trocados e tinham a mesma natureza, por conta desse entendimento o efeito
vinculante da ADC foi estendido à ADIN.

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente DEVERÁ DEMONSTRAR a REPERCUSSÃO GERAL


das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a
admissão do recurso, SOMENTE PODENDO RECUSÁ-LO pela manifestação de dois terços de seus
membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPF-2005) (DPU-2007) (DPEMS-2008)
(MPCE-2009) (AGU-2009) (MPSC-2010) (TJRO-2011) (TJRJ-2012) (TJGO-2012) (TJDFT-2012) (TJPR-2014)

(TJSP-2014-VUNESP): Assinale a opção correta a respeito da repercussão geral das questões


constitucionais discutidas em recurso extraordinário: A repercussão geral deve ser demonstrada pelo
recorrente em preliminar de recurso extraordinário, e o STF só pode inadmitir o recurso pela manifestação
de dois terços de seus membros. BL: art. 102, §3º, CF.

##Atenção: Segundo o art. 543-A, § 2º, CPC/73, o recorrente deveria arguir obrigatoriamente em
preliminar de recurso extraordinário a existência da repercussão geral das questões constitucionais nele
versadas, demonstrando a relevância dessa questão do ponto de vista econômico, político, social ou
jurídico, ou ainda a circunstância de essas questões ultrapassarem os interesses subjetivos da causa;
elementos alternativos para configurar a repercussão geral. Todavia, no § 2.º do art. 1.035, do Novo CPC,
ainda que seja mantida a exigência de demonstração da existência de repercussão geral pelo recorrente,
é suprimida a previsão de que tal demonstração seja elaborada como preliminar do recurso. Pode-se
argumentar que a mudança tem pouca repercussão prática, porque o recorrente continua obrigado a
demonstrar a repercussão geral, podendo fazê-lo em parte final do recurso extraordinário – o que sempre
pareceu mais lógico, considerando-se que a repercussão geral é demonstrada pelas razões recursais – e não
mais em sede preliminar. (Fonte: Daniel Amorim Assumpção Neves – Manual Direito Processual Civil –
Vol. Único – 8 ed., 2016). Embora o novo CPC tenha suprimido a exigência da demonstração da
repercussão geral, no recurso extraordinário, em preliminar de recurso, o Regimento Interno do STF
manteve a previsão, no seu art. 327, que dispõe o seguinte: “A Presidência do Tribunal recusará recursos que
não apresentem preliminar formal e fundamentada de repercussão geral, bem como aqueles cuja matéria carecer de
repercussão geral, segundo precedente do Tribunal, salvo se a tese tiver sido revista ou estiver em procedimento de
revisão”. No entanto, temos um Enunciado do FPPC em sentido contrário, vejamos: “Enunciado 224 - FPPC
- (art. 1.035, § 2º) A existência de repercussão geral terá de ser demonstrada de forma fundamentada, sendo
dispensável sua alegação em preliminar ou em tópico específico. (Grupo: Recursos Extraordinários)”.

Art. 103. PODEM PROPOR a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de


constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJGO-2009) (MPSP-2010)

I - o Presidente da República; (MPPR-2008) (TJSC-2009) (PGEAM-2010) (TJPR-2012)

(PCPR-2007-UFPR): Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de


constitucionalidade as pessoas e órgãos adiante nominados, exceto o Vice-Presidente da República.

II - a Mesa do Senado Federal; (MPPR-2008) (TJSC-2009) (TJPR-2012) (TJBA-2012)

III - a Mesa da Câmara dos Deputados; (MPPR-2008) (TJSC-2009) (TJPR-2012) (TJBA-2012)

##Atenção: A Mesa do Congresso Nacional não tem legitimidade para propor estas ações.

IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJSC-2009) (TJDFT-2011) (TJBA-2012) (MPAP-2012)

V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004) (TJSC-2009) (PGEAM-2010) (MPMS-2018)

##Atenção: ##TJAC-2019: ##VUNESP: ##STF: “Embora dos legitimados especiais, como o Governador de
Estado, devam comprovar a pertinência temática, “os Estados-membros da Federação não estão no rol dos
legitimados a agir como sujeitos processuais em sede de controle concentrado de constitucionalidade,
233
sendo indevida, no modelo de processo objetivo, a intervenção de terceiros subjetivamente interessados
no feito” (STF. Plenário. ADI 3.013 ED-AgR, rel. Min. Ellen Gracie, j. 31.05.06).

VI - o Procurador-Geral da República; (MPPR-2008) (TJSC-2009) (TJPR-2010) (MPRS-2012)

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (DPU-2007) (MPPR-2008) (TJSC-2009)
(PGEAM-2010) (TJMA-2013)

(TJGO-2009-FCC): Conforme a disciplina do controle de constitucionalidade no ordenamento jurídico


brasileiro, o Conselho Federal da OAB pode propor ADI, ADC e ADPF, perante o STF, sem exigência de
pertinência temática. BL: art. 103, VII, CF.

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; (MPPR-2008) (MPRO-2008) (TJSC-
2009) (PGEAM-2010) (TJRJ-2011) (MPSC-2012) (TJMA-2008/2013)

(TJAC-2019-VUNESP): Assinale a alternativa que está de acordo com o direito pátrio no que tange ao
controle de constitucionalidade concentrado: A perda superveniente A perda superveniente de
representação parlamentar de Partido Político não o desqualifica para permanecer no polo ativo da ação
direta de inconstitucionalidade. BL: art. 2º, § único, VIII, Lei 9868; art. 103, VIII, CF e entendimento
jurisprudencial.

##Atenção: ##STF: Conforme o STF, “Partido político. Legitimidade ativa. Aferição no momento da sua
propositura. Perda superveniente de representação parlamentar. Não desqualificação para permanecer no polo ativo
da relação processual. Objetividade e indisponibilidade da ação” (ADI 2.618 AgR-AgR, rel. min. Gilmar Mendes,
j. 12/8/04).

(TJMS-2015-VUNESP): Segundo a CF/88 e a jurisprudência do STF, são dois exemplos de legitimados


universais para a propositura da ação declaratória de constitucionalidade: o Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil e os partidos políticos com representação no Congresso Nacional. BL: art. 2º, §
único, VII e VIII da Lei 9868 e art. 103, VII e VIII, CF.

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. (TJSC-2009) (PGEAM-2010)


(TJCE-2012) (MPSC-2012)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A jurisprudência do STF construiu a tese de que alguns dos legitimados do
art. 103 da CF/88 poderiam ajuizar ações diretas de inconstitucionalidade questionando leis ou atos
normativos que tratassem sobre todo e qualquer assunto. Tais legitimados seriam, portanto, legitimados
ativos universais. Por outro lado, o STF afirmou que os demais legitimados, ao proporem a ADI, deveriam
comprovar que possuem legítimo interesse na ação. São, por isso, chamados de legitimados ativos
especiais. Este legítimo interesse que precisa ser demonstrado é chamado de pertinência temática.

##Atenção: ##DOD: Quadro-resumo sobre os legitimados ativos da ADI e da ADC:


Legitimados ativos da ADI e ADC
UNIVERSAIS (NEUTROS) ESPECIAIS (NÃO UNIVERSAIS)
São aqueles que podem propor ADI e ADC contra São aqueles que somente podem propor ADI e ADC
leis ou atos normativos que versem sobre contra leis ou atos normativos que tratem sobre matérias
qualquer matéria, sem a necessidade de que digam respeito às funções ou objetivos do órgão ou
comprovar interesse específico no julgamento da entidade. O autor especial terá que provar o seu interesse
ação. específico no julgamento daquela ação.
Terá que ser provada a pertinência temática entre a
norma impugnada e os objetivos do autor da ação.
Quem são os legitimados universais: Quem são os legitimados especiais:
• Presidente da República; • Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara
• Mesa do Senado e Mesa da Câmara; Legislativa do DF;
• Procurador-Geral da República; • Governador de Estado/DF;
• Conselho Federal da OAB • Confederação sindical;
• Partido político com representação no CN. • Entidade de classe de âmbito nacional.

##Atenção: ##STF: ##TJCE-2012: ##CESPE: Conforme o STF, “(...) os sindicatos e as federações, mercê de
ostentarem abrangência nacional, não detêm legitimidade ativa ad causam para o ajuizamento de ação

234
direta de inconstitucionalidade, na forma do art. 103, IX, da CF/88. 2. As confederações sindicais organizadas na
forma da lei ostentam legitimidade ad causam exclusiva para provocar o controle concentrado da constitucionalidade
de normas”. (Precedentes: ADI n. 1.343-MC, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ de 6.10.95; ADI n. 1.562-QO, Rel.
Min. Moreira Alves, DJ de 9.5.97 e ADI n. 3.762-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 24.11.06).

##Atenção: ##STF: ##DOD: A entidade de classe de âmbito nacional, por ser um legitimado especial,
deverá provar que a legislação questionada guarda relação de pertinência temática com as finalidades
institucionais dessa entidade (STF. Plenário. ADI 2903, Rel. Min. Celso de Mello, j. 1/12/05).

(TJRS-2012): Com exceção de confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional e de


partidos políticos com representação no Congresso Nacional, todos os demais legitimados para propor
ação direta de inconstitucionalidade dispõem de capacidade postulatória especial, podendo praticar, no
processo, quaisquer atos ordinariamente privativos de advogados. BL: art. 103, VIII e IX, CF. (PGERS-
2011)

§ 1º O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA DEVERÁ SER previamente ouvido nas ações de


inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. (MPMT-
2008) (DPEMS-2008) (MPSC-2010) (TJPR-2010/2012) (TJAC-2012) (MPMG-2011/2018)

(PGM-Itatiba/SP-2015-VUNESP): No sistema de controle de constitucionalidade, com relação a suas


funções constitucionais, o Procurador-Geral da República deve ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade. BL: art. 103, §1º, CF/88.

(TJMA-2008): O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de


inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do STF, o qual também pode propor ações
diretas de inconstitucionalidade ou ações declaratórias de constitucionalidade. BL: art. 103, inciso VI e
§1º, CF.

§ 2º DECLARADA a INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO de medida para tornar efetiva


norma constitucional, SERÁ DADA ciência ao Poder competente para a adoção das providências
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para FAZÊ-LO em trinta dias. (TJPR-2008) (TJGO-
2009) (MPGO-2010) (TJRO-2011) (TJCE-2014) (TJDFT-2015) (MPMG-2011/2018) (MPSC-2016/2019) (TJAC-
2019)

(MPRS-2016): Consoante preceituam os artigos 102 e 103 da Carta da República, assinale a alternativa
correta: Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se
tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. BL: art. 103, §2º, CF. [adaptada]

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal APRECIAR a inconstitucionalidade, em tese, de norma


legal ou ato normativo, CITARÁ, previamente, o ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO, que DEFENDERÁ o
ato ou texto impugnado. (AGU-2004) (TJSE-2008) (TJPR-2008) (DPEMS-2008) (TJSC-2009) (MPSC-2010)
(TJRO-2011) (TJMT-2014) (TJRR-2015) (Anal. Judic./TRF1-2017) (TJAC-2019)

##Atenção: ##STF: ##CESPE: ##TRF1-2009: ##CESPE: ##TJAC-2019: ##VUNESP: A regra é de que tanto
o AGU, em âmbito federal, quanto o PGE, em nível estadual, defendam a constitucionalidade da norma.
A jurisprudência do STF, no entanto, criou uma exceção, retirando a obrigatoriedade da defesa da
constitucionalidade da norma quando já houver manifestação anterior da Suprema Corte no sentido da
inconstitucionalidade da lei ou ato normativo. É o que se observa: “(...) O múnus a que se refere o imperativo
constitucional (CF, art. 103, § 3º) deve ser entendido com temperamentos. O Advogado-Geral da União não está
obrigado a defender tese jurídica se sobre ela esta Corte já fixou entendimento pela sua
inconstitucionalidade. (...). Nesse contexto, o STF entende ser dispensável a atuação do Advogado-Geral da
União em ADI na hipótese de já haver pronunciamento prévio da Corte sobre a (in)constitucionalidade
da norma” (ADI 1616, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, j. 24/5/01). De outro lado, a doutrina
costuma defender a dispensa do AGU nas ações diretas de inconstitucionalidade por omissão. Isso
porque a função do AGU se resume, em síntese, à defesa da norma cuja constitucionalidade fora
arguida; deve ele defender a presunção de constitucionalidade das leis. No caso da ADO, não há lei a ser
presumida constitucional, não subsistindo a função primordial do AGU.
(TRF1-2009-CESPE): Quanto às funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir: A norma constitucional
que impõe a citação prévia do advogado-geral da União para promover a defesa de ato ou texto impugnado

235
em ação direta de inconstitucionalidade é compreendida com moderação, pelo STF, pois o advogado-geral
da União não está obrigado a defender tese jurídica se sobre a inconstitucionalidade dela a Corte Suprema já
fixou entendimento. BL: art. 103, §3º, CF e Entend. STF.

##Atenção: O AGU não atua na ADC porque não existe ato impugnado, pois quem propôs esta ação já
levou os motivos da constitucionalidade da lei.

##Atenção: Na ADPF o AGU não é citado, pois segundo a lei, a própria autoridade responsável pela
elaboração do ato é que irá defender.

##Atenção: Importante ressaltar que na ADI por omissão, ADC e ADPF o AGU não será citado para
defender o ato, mas poderá ser ouvido.

(MPRS-2016): Consoante preceituam os arts 102 e 103 da CF/1988, assinale a alternativa correta: Quando
o STF apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o
Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. BL: art. 103, §3º, CF/88. [adaptada]

(MPPR-2011): Relativamente à ação direta de inconstitucionalidade é correto afirmar: No desenrolar do


processo perante o STF deve ser citado o Advogado Geral da União para proceder a defesa do ato ou texto
impugnado. BL: art. 103, §3º, CF.

(TJMA-2008): O Advogado Geral da União não tem legitimidade para propor ação direta de
inconstitucionalidade, perante o STF. BL: art. 103, §3º da CF/88.

##Atenção: O AGU não tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade, perante o STF,
pois, nos termos do art. 103, §3º, cabe a ele a defesa do ato ou texto impugnado.

§ 4.º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal PODERÁ, de ofício ou por provocação, mediante decisão
de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, APROVAR
SÚMULA que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, TERÁ EFEITO VINCULANTE em relação
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como PROCEDER à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em
lei. (Incluído pela EC nº 45, de 2004) (MPF-2005) (DPU-2007) (TJMT-2009) (MPRN-2009) (MPGO-2010)
(MPSE-2010) (TJSP-2011) (MPPR-2008/2011) (TJMS-2008/2012) (TJPR-2010/2012) (MPSP-2012) (MPMG-
2012) (MPRS-2012) (TJSC-2009/2013) (TJRN-2013) (STM-2013) (PGEGO-2013) (TJAP-2014) (MPSC-2014)
(TRF4-2014) (TJAL-2015) (TJDFT-2007/2012/2015/2016) (TJCE-2018) (MPPI-2019)

(PGEPE-2018-CESPE): A súmula vinculante, aprovada pelo STF e publicada na imprensa oficial, produz
efeito vinculante em relação aos órgãos da administração pública direta e indireta em todas as esferas
federativas. BL: art. 103-A, CF/88.

(TCESP-2017-FCC): Suponha que o STF, de ofício, mediante a decisão de 2/3 de seus membros, após o
julgamento de um caso de grande repercussão, tenha aprovado súmula vinculante. Nessa hipótese, é
correto afirmar que a edição da Súmula Vinculante desrespeitou a CF/1988, pois a edição da Súmula
Vinculante exige reiteradas decisões sobre a matéria constitucional aventada, o que não foi cumprido ao
se decidir em apenas 1 caso. BL: art. 103-A, CF/88.

##Atenção: ##DPU-2007: ##CESPE: Segundo professor Marcelo Novelino, no tocante ao aspecto espacial,
em que pese a ausência de referência expressa ao Distrito Federal, tanto na Constituição Federal (art.103-
A), quanto da Lei 11.417/06 (art. 2º), a súmula vinculante produz efeitos em todo o território brasileiro.
Seria descabida uma interpretação no sentido de que a súmula produz efeitos nas esferas federal,
estadual e municipal, mas não se aplica no Distrito Federal ou mesmo nos Territórios que venham a ser
criados.

##Atenção:
SÚMULA VINCULANTE: 2/3 dos ministros do STF, portanto, 8 ministros precisam votar no sentido de
concretizar a súmula vinculante.

APLICA-SE o EFEITO VINCULANTE:


236
• PODER EXECUTIVO e
• DEMAIS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO.

NÃO SE APLICA o EFEITO VINCULANTE:


• PRÓPRIO STF que, em determinadas circunstâncias, PODERÁ REVER SUAS DECISÕES.
• PODER LEGISLATIVO (legislador) que, em tese, poderá editar uma nova lei com conteúdo
material idêntico ao do texto normativo declarado inconstitucional.

##Atenção: Qual o requisito deve ser observado para que as atuais súmulas do STF produzam efeito
vinculante? Para que as mencionadas súmulas produzam efeito vinculante, devem as mesmas ser
confirmadas por 2/3 de seus integrantes e publicadas na imprensa oficial. É o que dispõe o art. 8° da EC
nº 45/04: “Art. 8º As atuais súmulas do Supremo Tribunal Federal somente produzirão efeito vinculante após sua
confirmação por dois terços de seus integrantes e publicação na imprensa oficial.”.

(TJSP-2013-VUNESP): Súmula do STF aprovada por 2/3 de seus membros, com efeito vinculante, nos
termos do art. 103-A, da Constituição Federal, não pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade.
BL: art. 103-A, CF.

##Atenção: O entendimento doutrinário-jurisprudencial majoritário é no sentido de não ser possível a


propositura de ADI contra súmulas vinculantes. Dois são os fundamentos básicos: 1º) As súmulas
vinculantes não são marcadas pela generalidade e abstração, requisitos indispensáveis dos atos normativos
combatidos pela ADI; 2º) Existe um procedimento próprio para atacá-las, que é o pedido de cancelamento
de SV (CF, art. 103-A e Lei 11.417/06)

##Atenção: Possibilidade de recurso: Há uma decisão monocrática tomada no HC – 96301/SP, em que a


Ministra Ellen Gracie entendeu ser possível a propositura de ADI contra Súmula Vinculante. Porém, a
questão em exame questionou o teor do que consta na CF/88.

§ 1º A súmula TERÁ POR OBJETIVO a validade, a interpretação e a eficácia de normas


determinadas, acerca das quais HAJA CONTROVÉRSIA ATUAL entre órgãos judiciários ou entre esses e
a administração pública que ACARRETE grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (DPU-2007) (MPSP-
2012) (MPPI-2019)

(TJPR-2012): Constitui requisito para a aprovação de súmulas vinculantes a existência de controvérsia


atual sobre a matéria em questão entre órgãos judiciários ou entre estes e a Administração Pública, que
esteja a suscitar grave insegurança jurídica. BL: art. 103-A, §1º, CF.

##Atenção: Qual o objeto da denominada Súmula vinculante? Referida Súmula terá por objeto a validade,
a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica (art. 103-A, §1º, da CF, com redação dada pela EC
n.45/04).

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de
súmula PODERÁ SER PROVOCADA por aqueles que PODEM PROPOR a AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (DPU-2007) (TJMT-
2009) (MPSE-2010) (TJPR-2010/2011) (MPMG-2012) (TJSP-2011/2013/2014)

##Atenção: Vejamos o teor do art. 3º da Lei 11.417/2006, que dispõe acerca dos legitimados para propor a
edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante:
Art. 3o São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula
vinculante:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;

237
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios,
os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e
os Tribunais Militares.
§ 1o O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição,
a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do
processo.
§ 2o No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado da súmula vinculante, o
relator poderá admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

(MPPI-2019-CESPE): Acerca de súmula vinculante, assinale a opção correta: Aprovação, revisão ou


cancelamento de súmula vinculante poderá ser provocado pelos mesmos legitimados para propor ação
direta de inconstitucionalidade. BL: art. 103-A, §2º, CF.

(MPSP-2005): Sobre o Poder Judiciário, é correto dizer que a súmula com efeito vinculante pode ser
aprovada por provocação de entidade de classe de âmbito nacional. BL: art. 103-A, §2º e art. 103, IX da CF.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que


indevidamente a aplicar, CABERÁ RECLAMAÇÃO ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL que,
JULGANDO-A PROCEDENTE, ANULARÁ o ato administrativo ou CASSARÁ a decisão judicial
reclamada, e DETERMINARÁ que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o
caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (DPU-2007) (MPRO-2008) (TJMG-2009) (TJMT-
2009) (TJSC-2013) (MPSC-2013) (TJSP-2011/2014) (TJAP-2014) (TRF4-2014) (PGEPR-2015) (TJDFT-
2007/2016) (TJAM-2016) (MPPI-2019) (TJMS-2020)

(PGM-Marília/SP-2017-VUNESP): Segundo o disposto na CF/88, se um ato administrativo aplicar


indevidamente determinada súmula vinculante do STF, é correto afirmar que poderá ser anulado por meio
de reclamação ao STF. BL: art. 103-A, §3º, CF.

(PGM-Campinas/SP-2016-FCC): Caberá reclamação perante o STF em face ato administrativo, de instância


final, praticado com base em lei declarada previamente inconstitucional em sede de ação direta de
inconstitucionalidade pelo próprio STF. BL: art. 103-A, CF.

(PGM-Campinas/SP-2016-FCC): Caberá reclamação perante o STF em face decisão administrativa que


condiciona a interposição de recurso, em sede de processo administrativo fiscal, à realização de depósito
prévio da quantia tida como devida pelo Fisco. BL: art. 103-A, CF.

(TJPA-2014-VUNESP): A inobservância da súmula vinculante em sentença proferida por juiz singular


pode ser corrigida mediante Reclamação ao STF. BL: art. 103-A, CF.

(DPESP-2012-FCC): Cabe reclamação ao STF para impugnar decisão de órgão fracionário do Tribunal de
Justiça que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte. BL: art. 103-A, §3º, CF e SV 10.

(TJMT-2009-VUNESP): Um Município teve questionada, em mandado de segurança na justiça estadual,


uma lei que instituiu um tributo municipal. O Tribunal de Justiça, pela 2.ª Câmara de Direito Público,
entendendo que a exigência tributária não estava de acordo com a repartição constitucional de
competências, afastou a cobrança do tributo dando provimento à apelação do contribuinte, mas no acórdão
não houve declaração expressa de inconstitucionalidade. Nesse caso, portanto, nos moldes da Constituição
e do entendimento do STF, cabe ao Município ajuizar uma Reclamação perante o STF, com fundamento na
violação da cláusula de reserva de plenário. BL: SV 10, STF e arts. 97 e 103-A, §3º, CF.

##Atenção: Houve o descumprimento do teor da SV 10 do STF. E, nos termos do art. 103-A, §3º, da CF, do
ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar,
caberá reclamação ao STF.

238
Art. 103-B. O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA COMPÕE-SE de 15 (quinze) membros com
mandato de 2 (dois) anos, ADMITIDA 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 61, de 2009) (TJRS-2009) (MPF-2011) (TJMS-2012) (TJPR-2010/2013) (TRF4-2014) (MPSP-
2015) (TJDFT-2016) (TJRS-2016) (TJSP-2009/2011/2018) (TJRO-2019)

##Atenção: ##TJRS-2018: ##VUNESP: O STF declarou ser constitucional a criação do CNJ, a sua forma
de composição e as suas competências. Ademais, consignou-se que a composição de membros de outros
poderes no CNJ “não pode equiparar-se a nenhuma forma de intromissão incompatível com a ideia de
política e o perfil constitucional da separação e independência dos Poderes”, bem como que o Legislativo
“sempre teve o poder superior de fiscalização dos órgãos jurisdicionais quanto às atividades de ordem
orçamentária, financeira e contábil” – e se isso não é violação de autonomia, também não o é a mera
representação de outros Poderes no CNJ. (trechos do julgado: STF. Plenário. ADI 3.367/DF, rel. Min. Cezar
Peluso, j. 13.04.2005).

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de
2009) (TJPR-2010) (TJRO-2019)

II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

X - UM membro do Ministério Público da União, INDICADO pelo Procurador-Geral da República;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPDFT-2004) (TJRS-2016)

XI - UM membro do Ministério Público estadual, ESCOLHIDO pelo Procurador-Geral da República


dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (MPDFT-2004) (TJRS-2016)

##Atenção: Segundo art. 103-B, incisos X e XI da CF/88, o CNJ é composto por um membro do MP da
União, indicado pelo Procurador-Geral da República e um membro do MP Estadual, escolhido pelo
Procurador-Geral da República dentre nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição
estadual. Nesse caso, NÃO SÃO AMBOS INDICADOS PELO PROCURADOR-GERAL DA
REPÚBLICA.

XII - DOIS advogados, INDICADOS pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPDFT-2004)

239
(TJRO-2019-VUNESP): A partir do quanto previsto pela CF/88 a respeito do Conselho Nacional de Justiça,
assinale a alternativa correta: Dos 15 membros que integram o órgão, dois deles serão advogados indicados
pelo Conselho Federal da OAB. BL: art. 103-B, XII, CF.

XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Composição do CNJ:
➢ 1 Presidente do STF - Preside o CNJ e é substituído pelo Vice-Presidente do STF nas ausências
e impedimentos
➢ 1 Ministro STJ - Este será também corregedor do conselho
➢ 1 Ministro TST
➢ 2 Juiz do Trabalho e Desembargador TRT - Escolhido pelo TST
➢ 2 Juiz de direito e Desembargador TJ - Escolhido pelo STF
➢ 2 Juiz Federal e Juiz do TRF - Escolhido pelo STJ
➢ 1 Membro MPE - Escolhido pelo PGR
➢ 1 Membro MPU - Escolhido pelo PGR
➢ 1 Cidadão - Escolhido pela Câmara
➢ 1 Cidadão - Escolhido pelo Senado
➢ 2 Advogados - Escolhido pelo Conselho Federal da OAB
➢ = 15 Membros

##Atenção: O PGR não é membro do Conselho Nacional de Justiça.

§ 1º O Conselho SERÁ PRESIDIDO pelo PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL e,


nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) (TJRS-2012) (TJBA-2012) (TJPR-2013) (TRF4-2014) (TJRO-2019)

§ 2º Os demais membros do Conselho SERÃO NOMEADOS pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA,


depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 61, de 2009) (TJBA-2012) (TJRO-2019)

(TJAC-2012-CESPE): No que concerne à organização e às competências dos órgãos do Poder Judiciário e


do CNJ, assinale a opção correta: O CNJ é presidido pelo presidente do STF e, na ausência ou no
impedimento deste, pelo seu vice-presidente; os demais membros do CNJ serão nomeados pelo presidente
da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. BL: art. 103-B, §§1ºe 2º, CF.

(TJSP-2011-VUNESP): Sobre o CNJ, é correto afirmar que será presidido pelo Presidente do STF, sendo os
demais membros do Conselho nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação
pela maioria absoluta do Senado Federal. BL: art. 103-B, §§1ºe 2º, CF.

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo
Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º COMPETE ao CONSELHO o controle da atuação administrativa e financeira do Poder


Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, CABENDO-LHE, além de outras
atribuições que LHE FOREM CONFERIDAS pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (MPRN-2009) (TRF2-2009) (TJSC-2010) (MPF-2005/2011) (TJMS-2012) (TPA-
2012) (TJRS-2012) (DPESE-2012) (TJSC-2013) (MPSP-2015) (TJDFT-2015/2016) (TJSP-2017/2018) (TJPR-
2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJCE-2018: ##CESPE: Não cabe ao CNJ, cujas atribuições são
exclusivamente administrativas, o controle de controvérsia que está submetida à apreciação do Poder
Judiciário. STF. 1ª T. MS 28845/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 21/11/17 (Info 885).

##Atenção: ##TJSP-2018: ##VUNESP: O CNJ não pode criar novas vedações para os juízes, com base no
§4º do art. 103-B da CF/88. O que o CNJ pode fazer é regulamentar e explicitar as vedações já existentes.
Exemplo é a recomendação recentemente emanada pelo CNJ para que os juízes adotem postura mais
comedida nas redes sociais durante as eleições. Trata-se de regulamentação da vedação de atividade
político-partidária. Note que não foi criada nova vedação, somente regulamentada uma já existente.

240
(TJSP-2018-VUNESP): Com relação aos tribunais estaduais, pode-se afirmar que sua atuação
administrativa e financeira está sujeita a controle do Conselho Nacional de Justiça, enquanto a fiscalização
contábil, financeira e orçamentária é feita pelo Legislativo dos respectivos Estados, com o auxílio dos
respectivos Tribunais de Contas. BL: art. 103-B, §4º c/c arts. 70, 71, 74 e 75 da CF42.

(TJRS-2018-VUNESP): Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre o Conselho Nacional de


Justiça: O Conselho Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre o STF e seus ministros, sendo
esse o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está sujeito. BL: arts. 102, caput, I, “r e art.
103-B, §4º, CF e ADI 3367, STF.

##Atenção: Vejamos a ADI 3.367, julgada pelo STF: "(...) CNJ. Órgão de natureza exclusivamente
administrativa. Atribuições de controle da atividade administrativa, financeira e disciplinar da magistratura.
Competência relativa apenas aos órgãos e juízes situados, hierarquicamente, abaixo do STF. Preeminência
deste, como órgão máximo do Poder Judiciário, sobre o Conselho, cujos atos e decisões estão sujeitos a seu controle
jurisdicional. Inteligência dos arts. 102, caput, I, r, e 103-B, § 4º, da CF. O CNJ não tem nenhuma competência
sobre o STF e seus ministros, sendo este o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está
sujeito." (ADI 3.367, rel. min. Cezar Peluso, j. 13-4-2005, P, DJ de 22-9-2006).

I - ZELAR pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura,


PODENDO EXPEDIR ATOS REGULAMENTARES, no âmbito de sua competência, ou RECOMENDAR
providências; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJSP-2017)

##Atenção: O CNJ, embora seja órgão integrante do Poder Judiciário possui atribuições meramente
administrativas. O que o CNJ possui é atuação em todo território nacional, mas não jurisdição em todo
território nacional.

II - zelar pela observância do art. 37 e APRECIAR, de ofício ou mediante provocação, a LEGALIDADE


DOS ATOS ADMINISTRATIVOS praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, PODENDO
DESCONSTITUÍ-LOS, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, SEM PREJUÍZO da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJMT-2014) (TJCE-2012/2018) (TJPR-2019)

##Atenção: ##STF: ##TJPA-2012: ##TJDFT-2015: ##TJCE-2012/2018: ##TJPR-2019: ##CESPE: O CNJ,


embora seja órgão do Poder Judiciário, nos termos do art. 103-B, § 4º, II, da CF/88, possui, tão somente,
atribuições de natureza administrativa e, nesse sentido, não lhe é permitido apreciar a
constitucionalidade dos atos administrativos, mas somente sua legalidade. STF. Plenário. MS 28872 AgR,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 24/02/2011.

(TJRS-2016-Faurgs): Assinale a alternativa correta sobre os Conselhos Nacionais de Justiça e do Ministério


Público, de acordo com as previsões dos arts. 103-B e 130-A: Os Conselhos têm competência para
desconstituir atos administrativos ilegais praticados pelos órgãos das instituições a que pertencem, sem
prejuízo da competência dos Tribunais de Contas. BL: arts. 103-B, §4º, II e 130, §2º II, CF.

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra
seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por
delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos
tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e
aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019) (TJSE-2008) (MPRN-2009) (TJPR-2011) (MPF-2011) (TJMS-2012) (TJPI-2012) (TJSC-2013)
(TJAM-2013) (TJDFT-2014/2016) (TJSP-2011/2017) (TJRS-2018) (TJPR-2019)

42Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades
da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder. (...) Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com
o auxílio do Tribunal de Contas da União. (...) Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de
forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: (...). Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção
aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do
Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. (...)
241
IV - REPRESENTAR ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de
abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPRN-2009) (TJDFT-2016)

V - REVER, de ofício ou mediante provocação, os PROCESSOS DISCIPLINARES de juízes e


membros de tribunais JULGADOS há menos de um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004) (MPSP-2005) (TJSE-2008) (TJPR-2013) (TJAM-2013) (TJRN-2013) (TJMT-2014) (TJDFT-2016) (TJRO-
2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O prazo de 1 ano previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88 incide apenas para
revisões de PADs, não se aplicando para atuação originária do CNJ. A competência originária do CNJ
para a apuração disciplinar, ao contrário da revisional, não se sujeita ao parâmetro temporal previsto no
art. 103-B, § 4º, V da CF/88. STF. 2ª T. MS 34685 AgR/RR, rel. Min. Dias Toffoli, j. 28/11/17 (Info 886).

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJCE-2018: ##CESPE: Competência originária e concorrente do CNJ: A


CF conferiu competência originária e concorrente ao CNJ para aplicação de medidas disciplinares.
Assim, a competência do CNJ é autônoma (e não subsidiária). Logo, o CNJ pode atuar mesmo que não
tenha sido dada oportunidade para que a corregedoria local pudesse investigar o caso.
(TJCE-2018-CESPE): A respeito da organização, das funções e das decisões do CNJ, assinale a opção correta:
É concorrente a competência da corregedoria do CNJ para o exercício do poder correicional e disciplinar. BL:
Info 875, STF.

##Atenção: ##STF: Segundo o STF, o prazo estabelecido no art. 103-B, § 4º, V, da CF/88 para o CNJ rever
processo disciplinar instaurado contra magistrado começa a fluir da publicação da decisão do TJ em órgão
oficial. [MS 26.540, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-6-2014, 2ª T, DJE de 1º-8-2014.]

##Atenção: ##STF: O pedido de revisão disciplinar para o CNJ deve ser feito até um ano após o julgamento
do processo disciplinar pelo respectivo Tribunal, nos termos do art. 103-B, § 4º, V, da CF/88. Dessa forma,
esgotado tal prazo só restará ao interessado socorrer-se da via judicial para discutir a punição que lhe foi
aplicada. [MS 27.767 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 23-3-11, P, DJE de 8-4-2011.]

##Atenção: ##STF: "A jurisprudência desta Corte firmou entendimento no sentido de que o Conselho
Nacional de Justiça detém competência originária e concorrente com os Tribunais de todo o país para
instaurar processos administrativo-disciplinares em face de magistrados. Precedentes: MS 29.187/DF,
Min. Rel. Dias Toffoli, Plenário, DJe 18/2/14, MS 28.513/DF, Min. Rel. Teori Zavascki, 2ª T, DJe 25/9/15".

(TJSP-2017-VUNESP): A emenda constitucional 45, ao criar o Conselho Nacional de Justiça, alocou-o entre
os órgãos do Poder Judiciário, circunstância da qual decorre a seguinte consequência: o Conselho Nacional
de Justiça poderá rever, de ofício ou por provocação, os processos disciplinares em curso e os já julgados
há menos de um ano. BL: arts. 103-B, §4º, V, CF.

VI - ELABORAR semestralmente RELATÓRIO ESTATÍSTICO sobre processos e sentenças


prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (TJRO-2019)

VII - ELABORAR RELATÓRIO ANUAL, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da
sessão legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJRO-2019)

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça EXERCERÁ a função de MINISTRO-


CORREGEDOR e FICARÁ EXCLUÍDO da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além
das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (TJSE-2008) (TJSP-2011) (TJRS-2009/2012) (TJPI-2012) (TJPR-2013)

I - RECEBER as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos


serviços judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-2008)

II - EXERCER funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-2008)

242
III - REQUISITAR e DESIGNAR magistrados, DELEGANDO-LHES atribuições, e requisitar
servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-2008) (TJMS-2012)

§ 6º JUNTO AO CONSELHO OFICIARÃO o Procurador-Geral da República e o Presidente do


Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(TJSE-2008) (TJDFT-2011) (MPSC-2014)

§ 7º A União, INCLUSIVE no Distrito Federal e nos Territórios, CRIARÁ OUVIDORIAS DE


JUSTIÇA, competentes para receber RECLAMAÇÕES e DENÚNCIAS de qualquer interessado contra
membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, REPRESENTANDO
diretamente ao CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004) (TJES-2011) (TJRS-2018)

##Atenção: O art. 103-B, §7º, da CF/88 prevê que as reclamações e denúncias poderão ser encaminhadas
tanto para as ouvidorias dos Tribunais locais quanto diretamente para o CNJ.

Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os MINISTROS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SERÃO NOMEADOS


pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, DEPOIS DE APROVADA a escolha pela maioria
absoluta do SENADO FEDERAL, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-
2014)

(TJSP-2014-VUNESP): Assinale a opção correta: Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão


nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta
e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal. BL: art. 104, § único, CF.

##Atenção: RESUMO SOBRE A NOMEAÇÃO NOS TRIBUNAIS SUPERIORES/REGIONAIS, PGR e


AGU:
(1) 30 : TRT e TRF. Nomeados pelo Presidente da República.
(2) 35 : TST, STJ e STF. Nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria
absoluta do Senado Federal.
(3) Idade > 35: PGR. Nomeado pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta
do Senado Federal.
(4) Idade > 35: AGU. De livre nomeação pelo Presidente da República.

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; (TJMT-2009) (TJDFT-2014)

II - um terço, EM PARTES IGUAIS, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,


Estadual, do Distrito Federal e Territórios, ALTERNADAMENTE, indicados na forma do art. 94. (TJMT-
2009) (TJDFT-2014)

(TJSC-2009): O STJ é composto de um terço de desembargadores federais, outro terço de desembargadores


estaduais e o terço restante, de metade de advogados e metade de membros do Ministério Público. BL: art.
104,§ único, I e II, CF.

Art. 105. COMPETE ao SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

I - PROCESSAR e JULGAR, ORIGINARIAMENTE:

a) NOS CRIMES COMUNS, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos DE
RESPONSABILIDADE, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
243
os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que OFICIEM perante tribunais; (TJPR-2008)
(MPPE-2008) (TJMG-2009) (TJRS-2009) (TJSP-2009) (TRF1-2009) (TJPB-2011) (TJCE-2012) (MPMG-2012)
(MPF-2011/2013) (TJPE-2013) (TJSC-2013) (TJDFT-2011/2014) (TJMS-2015) (MPDFT-2015) (TJRO-
2011/2019) (TJAC-2019)

##Atenção: ##STF: ##TJCE-2012: ##CESPE: ##CPP: O STF decidiu que “compete, originariamente, ao
STJ, processar e julgar os membros dos Tribunais de Contas estaduais nos crimes de responsabilidade e
nos ilícitos penais comuns, assim definidos em legislação emanada da União Federal. Mostra-se incompatível
com a Constituição da República - e com a regra de competência inscrita em seu art. 105, I, "a" - o
deslocamento, para a esfera de atribuições da Assembleia Legislativa local, ainda que mediante emenda à
Constituição do Estado, do processo e julgamento dos Conselheiros do Tribunal de Contas estadual nas infrações
político-administrativas”. (ADI 4190 MC-REF, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, j. 10/03/10).

##Atenção: ##STJ: ##TRF1-2009: ##CESPE: ##CPP: Os juízes de 1º grau, quando convocados para os
Tribunais de Justiça para exercer a função de desembargador, não possuem a prerrogativa de foro
previsto pelo art. 105, I, da CF/88. A prerrogativa de foro é inerente ao cargo, e não a eventual exercício da
função em substituição, uma vez que o convocado mantém sua investidura no cargo de origem, ou seja,
juiz de 1º grau. Precedente citado: HC 86.218-DF, DJ 2/8/07. STJ. AgRg na RP 368/BA , Rel. Min. Arnaldo
Esteves Lima, j. 5/3/08.

(TJPA-2014-VUNESP): Imagine que magistrado integrante do TRE, durante sessão de julgamento e em


razão de controvérsia relativa a votos divergentes, atente dolosamente contra a vida de seu colega. A
competência para julgamento é do STJ. BL: art. 105, I, “a”, CF. (proc. penal)

(TRF4-2014): Assinale a alternativa correta: Incumbe ao STJ o julgamento, em matéria penal, dos
Governadores dos Estados. BL: art. 105, I, “a”, CF.

b) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato de Ministro de Estado, dos


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 23, de 1999) (MPRO-2008) (PGEPB-2008) (TJSP-2009) (MPBA-2010) (PGEGO-
2010) (DPEAM-2011) (TJES-2011) (MPSC-2012) (DPESC-2012) (TJPA-2014) (TJMS-2015) (TJGO-2015)
(TJRS-2016)

(TJAL-2008-CESPE): Compete ao STJ julgar, originariamente, o habeas data impetrado contra Ministro de
Estado. BL: art. 105, I, “b”, CF.

c) os HABEAS CORPUS, quando o coator ou paciente FOR qualquer das pessoas mencionadas na
alínea "a", ou quando o coator FOR tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante
da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, RESSALVADA a competência da JUSTIÇA ELEITORAL;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) (TJDFT-2014) (TJMT-2014) (TJGO-2015)

(TJRJ-2011-VUNESP): Na hipótese de um Deputado Federal e um membro do Tribunal de Contas dos


Estados serem pacientes do habeas corpus, a competência originária para processar e julgar esse remédio
constitucional será, respectivamente do STF e do STJ. BL: art. 102, I “d” e art. 105, I, “c”, CF.

d) os CONFLITOS DE COMPETÊNCIA entre quaisquer tribunais, RESSALVADO o disposto no


art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
diversos; (MPRO-2008) (MPDFT-2009) (MPPB-2010) (TJSC-2013) (TJDFT-2015) (TJRJ-2014/2016) (TJAC-
2019) (TJRO-2019)

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
I - processar e julgar, originariamente: (...)
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

(Anal. Judic./TRETO-2017-CESPE): Determinado cidadão impetrou, na justiça cível estadual, mandado


de segurança contra ato do presidente do partido político ao qual é filiado, que lhe teria negado o direito
244
de concorrer ao cargo de vereador. Na oportunidade, questionou, ainda, a validade da convenção
partidária na qual foram escolhidos os candidatos do partido. Ao receber a petição inicial, o juízo declinou
sua competência para a justiça eleitoral. Posteriormente, o juízo da zona eleitoral, por entender que a
matéria referente a critérios do partido político para a escolha de candidatos diz respeito à validade de ato
interno do partido, suscitou conflito de competência por entender que a competência seria do juízo que a
havia declinado. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com a legislação
em vigor e com a jurisprudência dos tribunais superiores: O conflito de competência deve ser decidido
pelo STJ, e a competência para exame do mandado de segurança é da justiça eleitoral. BL: art. 105, I, “d”,
CF e Info 596 do STJ.

##Atenção: ##STJ: ##DOD: Em regra, as ações tratando sobre divergências internas ocorridas no âmbito
do partido político são julgadas pela Justiça Estadual. Exceção: se a questão interna corporis do partido
político puder gerar reflexos diretos no processo eleitoral, então, neste caso a competência será da Justiça
Eleitoral. Assim, compete à Justiça Eleitoral processar e julgar as causas em que a análise da controvérsia
é capaz de produzir reflexos diretos no processo eleitoral. STJ. 2ª Seção. CC 148.693-BA, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, j. 14/12/16 (Info 596).

##Atenção: ##TJRO-2019: ##VUNESP: Os TRE’s não são competentes para processar e julgar os conflitos
de competência verificados entre Juiz Eleitoral e o Juiz de Direito de Vara comum nos crimes eleitorais. De
fato, nos termos do art. 105, inc. I, alínea “d", da CF/88, o STJ é o juízo competente para processar e julgar
conflitos de competência entre juízes vinculados a tribunais diversos (Juiz de Direito - TJ e Juiz Eleitoral -
TRE).

e) as REVISÕES CRIMINAIS e as ações rescisórias de seus julgados; (MPF-2011) (TJRR-2015)

f) a RECLAMAÇÃO para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões; (AGU-2007) (TJRJ-2013) (TJAM-2013) (TRF5-2013)

g) os CONFLITOS DE ATRIBUIÇÕES entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou


entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as
deste e da União; (MPPR-2008) (TJSP-2009) (TJMS-2015)

h) o MANDADO DE INJUNÇÃO, quando a elaboração da norma regulamentadora FOR atribuição


de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, EXCETUADOS os CASOS
DE COMPETÊNCIA do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da
Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; (TJMT-2014) (TJSE-2015)

(TJSC-2010): Compete ao STJ julgar mandado de injunção quando a elaboração de norma


regulamentadora for atribuição do órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou
indireta, excetuados os casos de competência do STF e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral,
da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal. BL: art. 105, I “h”, CF.

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída


pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPPR-2008) (DPECE-2008) (TJSP-2009) (PGEPE-2009) (TJSC-
2010) (DPESC-2012) (AGU-2013) (TJPA-2014) (TJMS-2015) (TJGO-2015) (TJAM-2016) (TJRS-2016) (TRF2-
2017)

(TJAC-2019-VUNESP): É competência, respectivamente, do STF e do STJ processar e julgar,


originariamente, as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre
uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; e a homologação de sentenças
estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias. BL: art. 102, I, “f” e art. 105, I, “i”, CF.

II - JULGAR, em RECURSO ORDINÁRIO: (PGM-São Paulo/SP-2014) (MPF-2015)

a) os habeas corpus DECIDIDOS EM ÚNICA ou ÚLTIMA INSTÂNCIA pelos Tribunais Regionais


Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão FOR
DENEGATÓRIA; (MPRJ-2012) (TJGO-2015) (TJRS-2016) (TJMSP-2016)

245
(MPRS-2014): Virgilino, preso preventivamente por tráfico de entorpecentes em 05/06/14, através de
advogado, impetrou habeas corpus perante o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que foi denegado
por 2 a 1, em 25/06/14. O paciente, inconformado, contatou o causídico e solicitou que ele continuasse
buscando sua liberdade. O advogado, considerando a lei formal e a jurisprudência atual dos pretórios
superiores, deve usar o seguinte remédio jurídico: recurso ordinário constitucional perante o STJ. BL: art.
105, II, “a”, CF.

b) os mandados de segurança DECIDIDOS EM ÚNICA INSTÂNCIA pelos Tribunais Regionais


Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando DENEGATÓRIA a
decisão; (MPRR-2008) (MPRO-2008) (TJSE-2008) (TRF4-2012/2014) (TCEPB-2014) (Cartórios/TJES-2013)
(TJGO-2015) (TJMSP-2016) (Proc./ALERJ-2017) (DPEAM-2011/2018)

(TCEMG-2018): Analise o caso hipotético a seguir. Maria impetrou, junto ao órgão judicial competente,
mandado de segurança contra a Presidência da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais. A
matéria objeto do mandado de segurança não se refere à competência de justiça especializada. O órgão
judicial competente denegou o pedido da impetrante. Para reformar a decisão, Maria deverá interpor
recurso ordinário. BL: art. 105, II, “b”, CF/88.

(AGU-2007-CESPE): Quanto aos recursos no processo civil, julgue o item subsequente: Compete ao STJ
julgar, em recurso ordinário, os mandados de segurança decididos em única instância pelos TRFs, quando
essa decisão for denegatória. BL: art. 105, II, “b”, CF.

c) as causas em que FOREM partes ESTADO ESTRANGEIRO ou ORGANISMO


INTERNACIONAL, de um lado, e, do outro, MUNICÍPIO ou PESSOA RESIDENTE ou DOMICILIADA
no País; (TJSC-2010) (MPPB-2010) (TJDFT-2011) (MPRS-2012) (TJGO-2015) (MPSC-2012/2019) (TJRJ-2019)

(MPSC-2013): As causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional
e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País serão processadas e julgadas perante a
Justiça Federal de primeira instância, com recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça. BL: art.
105, II, “c”, CF.

(DPECE-2009-CESPE): Em relação aos tribunais superiores, julgue o item que se segue: O julgamento das
causas em que forem partes organismo internacional, de um lado, e de outro, um município será realizado
pela justiça federal, devendo eventual recurso ordinário interposto contra a sentença ser julgado pelo STJ.
BL: art. 105, II, “c”, CF.

##Atenção: RESUMO SOBRE COMPETÊNCIA JUDICIAL NOS CONFLITOS QUE ENVOLVAM


ESTADOS ESTRANGEIROS OU ORGANISMOS INTERNACIONAIS:

(1) Litígios entre a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território e Estado estrangeiro ou organismo
internacional:
STF: processar e julgar

(2) Causas que envolvam Município ou pessoa residente ou domiciliada no País com Estado estrangeiro
ou organismo internacional:
Juízes Federais: processar e julgar
STJ: julgar, em recurso ordinário

(3) Causas que envolvam tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional:
Juízes Federais: processar e julgar

##Atenção: Esquema:
Nomenclatura: EE = estado estrangeiro; OI = organismo internacional

EE ou OI x U, E, DF, T -> STF (originariamente)


EE ou OI x Município ou pessoas -> JF (originariamente) e STJ (recurso)
EE ou OI x U (tratado) -> JF (originariamente)

246
III - julgar, em RECURSO ESPECIAL, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida: (PGEES-2008) (MPSE-2010) (TJPI-2012) (TJRJ-2013) (TRT15-2013) (Cartórios/TJPE-2013)
(DPESP-2015) (TJMSP-2016) (MPF-2013/2015/2017)

a) CONTRARIAR tratado ou lei federal, ou NEGAR-LHES vigência; (MPSE-2010) (MPRS-2012)


(MPRJ-2012) (DPESC-2012) (MPF-2013)

(MPDFT-2004): Em relação à competência do Superior Tribunal de Justiça, segundo as normas de regência


e a jurisprudência da Corte, afigura-se correto afirmar: A expressão “lei federal” inscrita no Texto
Constitucional, para efeito de recurso especial, compreende não apenas a lei, mas também o decreto
federal. BL: art. 105, III, “a”, CF e entendimento do STJ.

##Atenção: STJ - AgRg no REsp 1.136.948/RS: “[...] 2. O conceito de lei federal, para fins de cabimento do
recurso especial, abrange ‘os atos normativos (de caráter geral e abstrato), produzidos por órgão da União com base
em competência derivada da própria Constituição, como são as leis (complementares, ordinárias, delegadas) e as
medidas provisórias, bem assim os decretos autônomos e regulamentares expedidos pelo Presidente da
República’...”.

b) JULGAR válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (DPU-2007) (MPSE-2010) (MPRJ-2012) (TJPA-2014) (DPEGO-2014) (TJGO-
2015)

c) DER a lei federal interpretação divergente da que lhe HAJA ATRIBUÍDO outro tribunal. (MPSE-
2010) (MPRJ-2012) (DPESC-2012) (MPPR-2013) (TCECE-2015) (MPF-2017)

##Atenção: ##STJ: ##MPF-2017: Segundo o STJ, “a falta de indicação dos dispositivos legais federais
que teriam dado causa a interpretações divergentes impede o conhecimento do recurso especial pela
alínea "c". Incidência da Súmula 284/STF". (AREsp 648.898/ES, Rel. Min. Og Fernandes, 2ª T., j.
20/02/2018).

(MPPR-2017): O Ministério Público foi cientificado de acórdão exarado pela 4ª Câmara Criminal do
Tribunal de Justiça do Paraná, que não acolheu pronunciamento da Procuradoria de Justiça e deu
provimento a recurso de apelação da Defesa do réu, por maioria de votos. Na análise da fundamentação
judicial, verifica-se que a solução dada pela Corte Paranaense beneficiou o réu e contrariou lei federal,
estando a matéria já prequestionada no acórdão. Discordando do que foi decidido, o recurso correto a ser
interposto pelo Ministério Público é o: Recurso especial dirigido ao STJ. BL: art. 105, III, CF. (proc. penal)

(PGERS-2011-FUNDATEC): Impetrado mandado de segurança perante o Tribunal de Justiça do Estado


do Rio Grande do Sul, contra ato de Secretário de Estado, a segurança é parcialmente concedida para
anular sanção imposta ao Impetrante, mantendo, porém, processo administrativo cuja extinção se
postulava no mandamus. A matéria possui repercussão geral. Neste caso, é correto afirmar que caberá
recurso ordinário do Impetrante e recursos especial e extraordinário do Estado. BL: art. 18, LMS e art. 105,
II, “b”, CF c/c arts. 105, III, e 102, III, CF.

##Atenção: Em razão de a ação de mandado de segurança ter sido decidida em única instância pelo
Tribunal de Justiça de Estado, e tendo ela denegado a segurança, será impugnável por meio de recurso
ordinário, dirigido ao STJ, por força do art. 105, II, “b", CF. É importante notar que a segurança foi denegada
ao impetrante, que sucumbiu em relação ao pedido de extinção do processo administrativo, motivo pelo
qual ele dispõe de interesse para interpor esse recurso. Por outro lado, ao Estado, réu da ação, não foi
denegada nenhuma segurança, motivo pelo qual ele não poderá lançar mão do recurso ordinário
mencionado, podendo apenas fazer uso do recurso especial ou do recurso extraordinário, caso a decisão
impugnada se enquadre em suas hipóteses de cabimento, elencadas no art. 105, III, e 102, III, da CF.

(TRF2-2009-CESPE): No que se refere ao Poder Judiciário, assinale a opção correta: O Conselho da Justiça
Federal funciona junto ao STJ, cabendo-lhe a supervisão administrativa e orçamentária da justiça federal
de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes de correição, cujas decisões
são dotadas de caráter vinculante. BL: art. 103-B, §4º, CF.

247
Parágrafo único. FUNCIONARÃO junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPPR-2008)

I - a ESCOLA NACIONAL DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE MAGISTRADOS,


cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - o CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL, CABENDO-LHE EXERCER, na forma da lei, a


supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões TERÃO CARÁTER VINCULANTE.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJSC-2010)

(TRF2-2009-CESPE): No que se refere ao Poder Judiciário, assinale a opção correta: O Conselho da Justiça
Federal funciona junto ao STJ, cabendo-lhe a supervisão administrativa e orçamentária da justiça federal
de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes de correição, cujas decisões
são dotadas de caráter vinculante. BL: art. 105, § único, II, CF.

Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I - os Tribunais Regionais Federais;

II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS COMPÕEM-SE de, no mínimo, sete juízes,
RECRUTADOS, quando possível, na respectiva região e NOMEADOS pelo Presidente da República
dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: (TJSP-2009) (TJAL-2019)

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por
antigüidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará
sua jurisdição e sede. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a JUSTIÇA ITINERANTE, com a realização de


audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(TJPI-2012)

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras


regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 108. COMPETE aos TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS:

I - PROCESSAR e JULGAR, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho,
nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral; (TJDFT-2011) (TJMSP-2016)

b) as REVISÕES CRIMINAIS e as AÇÕES RESCISÓRIAS de julgados seus ou dos juízes federais


da região; (TCERO-2013)

248
c) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato do próprio Tribunal ou de juiz
federal;

(TJRS-2016-Faurgs): Assinale a alternativa correta sobre as Ações Constitucionais: Compete aos Tribunais
Regionais Federais processar e julgar originariamente os habeas data contra ato do próprio Tribunal. BL:
art. 108, I, “c”, CF.

d) os HABEAS CORPUS, quando a autoridade coatora FOR juiz federal; (TJRJ-2013) (TJMT-2014)

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; (TRF2-2017)

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no
exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

Art. 109. Aos JUÍZES FEDERAIS COMPETE processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal FOREM


INTERESSADAS NA CONDIÇÃO DE autoras, rés, assistentes ou oponentes, EXCETO as de falência, as
de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; (TJPI-2007) (MPAM-2007)
(MPRO-2008) (PGECE-2008) (TJRS-2009) (TRF5-2009) (MPBA-2010) (MPMG-2011) (MPF-2011/2012)
(TJBA-2012) (MPRR-2012) (TRF1-2009/2013) (TJRN-2013) (MPMT-2014) (TJSC-2017) (TRF2-2011/2013/2017)
(TJMT-2018)

(PF-2013-CESPE): A respeito de competência, julgue o item subsecutivo: Em regra, a competência da


justiça federal decorre da identidade das partes envolvidas na relação processual, de modo que a natureza
da lide pode não ser fator determinante para a fixação da competência. BL: art. 109, I da CF. (CPC)

##Atenção: "O STJ orienta-se no sentido de que a competência da Justiça Federal, prevista no art. 109, I, da CF/88,
é fixada, em regra, em razão da pessoa (competência ratione personae), levando-se em conta não a natureza da lide,
mas a identidade das partes na relação processual." (STF, RE 737203/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 25/3/13).

(MPMS-2011): A competência para julgar ações que tenham a empresa pública federal como interessada
na condição de autora, ré, assistente ou oponente é da Justiça Federal, ressalvando as causas de falência,
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. BL: art. 109, I, CF. (adm.)

(TRF5-2009-CESPE): Um TRF, ao julgar determinado recurso interposto contra decisão de juiz federal,
reconheceu a ilegitimidade ad causam da União, que, até então, integrava a lide no polo passivo, em
litisconsórcio com outras pessoas. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta: Caso o
recurso julgado tivesse sido um agravo, não subsistiria motivo para justificar a competência da justiça
federal, devendo ocorrer a remessa dos autos à justiça estadual, visto que da lide não mais participa o ente
federal. BL: art. 109, I, CF (CPC)

##Atenção: Fredie Didier explica: “(...)se o TRF, ao julgar uma apelação interposta pela União, em processo em
que ela litiga em litisconsórcio com um ente privado, reconhecendo a sua ilegitimidade ad causam, excluí -la do feito,
não será caso de remessa dos autos à Justiça Estadual nem de reconhecimento de uma eventual incompetência absoluta
da Justiça Federal para ter processado a causa até então. Caberá ao TRF prosseguir no julgamento do recurso, a
despeito da exclusão do ente federal. Em primeiro lugar, cabe ao TRF, e não ao TJ, julgar o recurso interposto contra
decisão de juiz federal. Em segundo lugar, a Justiça Federal não era incompetente, pois até então a União estava no
processo, tanto que, no caso citado, o magistrado a quo lhe reconhecera legitimidade ad causam. Lembre-se: a
competência do TRF não é determinada em razão da pessoa; trata-se de competência funcional, hierárquica (julgar
recurso). A situação seria outra se o recurso fosse o agravo de instrumento: é que, excluído o ente federal, e
não tendo terminado o processo em primeira instância, que prosseguia, caberá ao juiz federal, tendo em vista
que não mais subsiste o fato que lhe imputava a competência (presença do ente federal no processo, art. 109, I, CF/88),
remeter os autos à Justiça Estadual.” (Fonte: http://www.frediedidier.com.br/wp-
content/uploads/2012/02/competencia-para-a-execucao-de-titulo-executivo-judicial.pdf)

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa


domiciliada ou residente no País; (DPU-2007) (TJSC-2010) (MPPB-2010) (TJDFT-2011) (TJRJ-2013) (MPGO-
2014) (TRF4-2014) (TJMS-2015) (PGEPR-2015) (PFN-2015) (TJRJ-2019) (MPSC-2019)

249
##Atenção: É importante frisar que a competência para julgar, as causas em que forem parte Estado
estrangeiro ou organismo internacional e MUNICÍPIO ou pessoa residente e domiciliada no país, é do
JUIZ FEDERAL segundo a CF em seu art. 109, II. Sendo o STJ responsável para julgar a questão, apenas,
em RECURSO ORDINÁRIO.

##Atenção: "Estado estrangeiro ou organismo internacional" X "Município ou pessoa residente ou


domiciliada no país"
➢ Competência: JUIZ FEDERAL (CF, art. 109, II)
➢ Recurso: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (CF, art. 105, II, c)

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional; (MPF-2011) (Anal. Judic./TJCE-2014) (PFN-2015)

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse


da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, EXCLUÍDAS as contravenções e
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; (AGU-2004) (MPSP-2006) (TJTO-2007)
(DPU-2007) (TJDFT-2008) (MPRR-2008) (TRF1-2009) (MPES-2010) (MPGO-2010) (MPRO-2010) (TJES-2011)
(MPSC-2012) (MPF-2005/2013) (TRF1-2015) (DPEAM-2018) (PCGO-2018) (TJBA-2019)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: Compete à Justiça Estadual julgar o crime de homicídio praticado contra
policiais militares estaduais, ainda que no contexto do delito federal de contrabando (STJ. 3ª Seção. CC
153.306/RS, Rel. p/ Acórdão Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 22/11/17). Ex: o sujeito ativo trazia
cigarros importados em seu veículo e, para fugir de uma blitz, atirou e matou um dos policiais militares.
Situação diversa, entretanto, é aquela em que o crime contra a vida em desfavor de agentes estatais,
consumado ou tentado, é praticado no contexto de crime de roubo armado contra órgãos, autarquias ou
empresas públicas da União. Isso porque, nesta hipótese, a íntima relação entre a violência, elementar
do crime de roubo, e o crime federal (roubo armado) atrai a conexão. Ex: o sujeito ativo cometeu roubo
contra os Correios (empresa pública federal); depois de consumado, passou a ser perseguido por
policiais militares e atirou contra eles, matando um e ferindo o outro. O roubo e os delitos de homicídio
serão julgados conjuntamente pela Justiça Federal. STJ. 3ª Seção. CC 165117-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
j. 23/10/19 (Info 659).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Para o STJ, as duas situações são diferentes. Na situação
em que o crime de homicídio ou tentativa de homicídio é praticado no contexto do delito federal de
contrabando, a competência para o julgamento do crime contra a vida é da Justiça Estadual, conforme vimos
acima: CC 153.306/RS. Porém, quando o crime contra a vida é executado ou tentado no contexto de crime de
roubo armado contra órgãos, autarquias ou empresas públicas da União, cuja tipificação traz as elementares
da violência ou da grave ameaça, o STJ entende que deve ser reconhecida a competência da Justiça Federal.
Segundo a doutrina, quando um crime ocorre para garantir a impunidade ou vantagem de outro, tem-se a
conexão objetiva consequencial ou sequencial. (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal. 4ª
ed. Salvador: Juspodvim, 2016, p. 555). No caso de roubo praticado em detrimento de empresa pública
federal (ECT), havendo a imediata perseguição com troca de tiros, eventual homicídio, consumado ou
tentado, implicará conexão consequencial entre os dois delitos. O crime contra a vida, nessa hipótese, só
existe em razão do delito contra a empresa federal e seu objetivo último é o exaurimento da infração
patrimonial. Em outras palavras, no mundo fenomenológico, esse homicídio gravita em torno do roubo em
detrimento da empresa pública federal em total dependência deste. Note-se que, mesmo que o delito do art.
121 do CP seja praticado contra Policial Militar estadual, este agente público está atuando na defesa da
esfera jurídico-patrimonial da empresa pública federal. Ademais, não é possível distinguir a linha tênue
entre os disparos integrantes do crime de roubo com o fim de intimidar (violência ou grave ameaça) e aqueles
efetuados com animus necandi contra o agente público estadual. Vale destacar que não se está adotando o
critério subjetivo para definição da competência, mas sim temporal e circunstancial. Ou seja, o que
repercute sobre a definição da competência não é a intenção do autor do delito, mas sim o fato objetivo de
o homicídio ou a tentativa de homicídio ter sido praticado(a), durante o roubo a empresa pública federal e
para assegurar a vantagem deste delito.

##Atenção: ##STF: ##DOD: O crime de corrupção passiva praticado por Senador da República, se não
estiver relacionado com as suas funções, deve ser julgado em 1ª instância (e não pelo STF). Não há foro
por prerrogativa de função neste caso. O fato de o agente ocupar cargo público não gera, por si só, a
competência da Justiça Federal de 1ª instância. Esta é definida pela prática delitiva. Assim, se o crime
não foi praticado em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas (inciso IV do art. 109, CF/88) e não estava presente nenhuma outra
hipótese do art. 109, a competência para julgar o delito será da Justiça comum estadual. STF. 1ª T. Inq
4624 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 8/10/19 (Info 955).

250
##Atenção: ##STJ: ##DOD: Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação penal
que versa sobre crime praticado no exterior, o qual tenha sido transferido para a jurisdição brasileira,
por negativa de extradição, aplicável o art. 109, IV, da CF/88. STJ. 3ª S. CC 154.656-MG, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, j. 25/4/18 (Info 625). STJ. 6ª T. RHC 88.432/AP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. 19/2/19.
##Diverge do STJ: ##Atenção: ##STF: ##DOD: O STF entende que compete à Justiça Estadual. O fato de o
delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai a competência da Justiça Federal.
Assim, em regra, compete à Justiça Estadual julgar o crime praticado por brasileiro no exterior e que lá não
foi julgado em razão de o agente ter fugido para o Brasil, tendo o nosso país negado a extradição para o
Estado estrangeiro. Somente será de competência da Justiça Federal caso se enquadre em alguma das
hipóteses do art. 109 da CF/88. STF. 1ª T. RE 1.175.638 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 2/4/19 (Info 936).

##Atenção: ##STJ: ##DOD: O fato de os agentes, utilizando-se de formulários falsos da Receita Federal,
terem se passado por Auditores desse órgão com intuito de obter vantagem financeira ilícita de
particulares não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal. Isso porque, em que pese tratar-se de
uso de documento público, observa-se que a falsidade foi empregada, tão somente, em detrimento de
particular. Assim sendo, se se pudesse cogitar de eventual prejuízo sofrido pela União, ele seria apenas
reflexo, na medida em que o prejuízo direto está nitidamente limitado à esfera individual da vítima,
uma vez que as condutas em análise não trazem prejuízo direto e efetivo a bens, serviços ou interesses da
União, de suas entidades autárquicas ou empresas públicas (art. 109, IV, da CF). STJ. 3ª S. CC 141.593-RJ,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 26/8/15 (Info 568).

##Atenção: ##STJ: ##DOD: As juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao Governo


Estadual e, tecnicamente, ao Departamento Nacional de Registro do Comércio (órgão federal). Os crimes
envolvendo a Junta Comercial somente serão de competência da Justiça Federal se houver ofensa
DIRETA a bens, serviços ou interesses da União, conforme o art. 109, IV, CF/88. Nos demais casos, a
competência será da Justiça Estadual. STJ. 3ª S. CC 130.516-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, j. 26/2/14
(Info 536).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Segundo o tratado internacional assinado e promulgado pelo nosso país
(Convenção de Viena sobre Relações Consulares), a proteção das repartições consulares é de incumbência
e interesse do Estado receptor, ao qual compete impedir eventuais invasões e atentados aos Consulados e
respectivos agentes, assim como o ocorrido no caso em análise. Em outras palavras, o Brasil comprometeu-
se, por tratado internacional, a proteger as repartições consulares. Logo, é responsabilidade da União
garantir a incolumidade de agentes e agências consulares, já que o funcionamento de uma repartição
consular é decorrência direta das relações diplomáticas que a União mantém com Estados estrangeiros.
Dessa feita, as condutas ilícitas praticadas ofenderam diretamente interesse da União, situação na qual
se fixa a competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, IV, da CF/88. STF. Decisão Monocrática.
RE 831996, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 12/11/15.

(MPF-2013): Não obstante evidente conexão entre crimes de competência da Justiça Federal e
contravenções penais, compete à Justiça Estadual julgar acusado da contravenção penal, devendo haver
desmembramento da persecução penal. BL: art. 109, IV, da CF e S. 38, STJ. (proc. penal)

(TJES-2011-CESPE): Assinale a opção correta com referência ao Poder Judiciário: São da competência da
justiça comum estadual o processo e o julgamento de todas as contravenções penais, ainda que tenham
sido praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União. BL: art. 109, IV, CF e S. 38, STJ.

##Atenção: Súmula 38-STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o
processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades.

##Atenção: ##TJBA-2019: ##CESPE: Todas as contravenções penais são apuradas pela Justiça Comum
Estadual, ainda que atinjam bens, serviços ou interesses da União. Isso porque o art. 109 , IV, da CF/88
exclui a competência da Justiça Federal para o julgamento das contravenções penais. Entretanto, há uma
exceção: se o autor da contravenção tiver foro especial na Justiça Federal (ex. juiz federal) a competência
para julgamento será da Justiça Federal. (Maciel, Silvio. Legislação Criminal Especial. Vol. 6, Editora
Revista dos Tribunais, São Paulo: 2009, p. 53). A propósito, a prática de contravenção penal contra bens
e serviços da União em conexão probatória com crime de competência da justiça federal resultará na
separação dos processos, cabendo à justiça estadual processar e julgar a contravenção penal. Vale
registrar a seguinte decisão do STJ: “É da competência da Justiça estadual o julgamento de contravenções penais,

251
mesmo que conexas com delitos de competência da Justiça Federal.” (STJ. 3ª S. CC 120406-RJ, Rel. Min. Alderita
Ramos de Oliveira (Desa. conv. do TJ-PE), j. 12/12/2012).

(TJSP-2009-VUNESP): No caso de roubo praticado na cidade de São Paulo contra agência bancária da
Caixa Econômica Federal, em que tenha havido a subtração de dinheiro do caixa, a competência para a
ação penal é da Justiça Federal. BL: art. 109, IV da CF/88. (proc. penal)

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o


resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; (MPES-2010) (TJRJ-2016)

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (DPU-2007) (MPF-2012) (TJRN-2013) (MPPR-2014)

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema
financeiro e a ordem econômico-financeira; (DPEMG-2009) (TRF4-2009) (TRF1-2009) (MPF-2012)
(DPEAM-2018)

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier
de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os
casos de competência dos tribunais federais; (TRF1-2009)

IX - os crimes COMETIDOS A BORDO de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça


Militar; (MPRO-2008) (MPF-2012)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: Compete à Justiça Estadual o julgamento de crimes ocorridos a bordo de
balões de ar quente tripulados. Os balões de ar quente tripulados não se enquadram no conceito de
“aeronave” (art. 106 da Lei 7.565/86 – Código Brasileiro de Aeronáutica), razão pela qual não se aplica a
competência da Justiça Federal prevista no art. 109, IX, da CF. STJ. 3ª S. CC 143.400-SP, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, j. 24/04/19 (Info 648).

##Atenção: ##STJ: ##MPRO-2008: ##CESPE: A expressão "a bordo de navio", constante do art. 109,
inciso IX, da CF/88, significa interior de embarcação de grande porte. Realizando-se uma interpretação
teleológica da locução, tem-se que a norma visa abranger as hipóteses em que tripulantes e passageiros,
pelo potencial marítimo do navio, possam ser deslocados para águas territoriais internacionais. Se à vítima
não é implementado este potencial de deslocamento internacional, inexistindo o efetivo ingresso no
navio, resta afastada a competência da Justiça Federal. Conflito conhecido para declarar a competência
do Juízo de Direito da 6ª Vara Criminal da Comarca de Santos/SP, suscitante. STJ. 3ª S. CC 43.404/SP, Rel.
Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 14/02/05.

(MPRS-2014): Uma embarcação nacional de grande calado, destinada ao comércio internacional, viajava
de Itajaí/SC para o porto de Rio Grande para receber alguns contêineres e depois rumar para a África do
Sul. Contudo, nas proximidades de Rio Grande, o marinheiro Temístocles, natural de Porto Alegre, se
envolveu numa luta corporal contra o colega Guido, acabando por assassiná-lo. A ação penal deverá ser
processada no Tribunal do Júri da Justiça Federal de Rio Grande. BL: art. 109, IX, CF c/c arts. 74, §1º e 89,
CPP.

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após


o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive
a respectiva opção, e à naturalização; (TJSP-2009) (TRF1-2009) (MPF-2011) (TRT1-2016)

(TRF2-2017): Ainda que o litígio envolva apenas pessoas de direito privado e interesses privados, a carta
rogatória deve ser cumprida por juiz federal. BL: art. 965, NCPC e art. 109, X, CF (CPC).

##Atenção: Vejamos o teor do Art. 965 do NCPC: "Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á
perante o juízo federal competente, a requerimento da parte, conforme as normas estabelecidas para o cumprimento
de decisão nacional.". A propósito, ao ler o inciso X do art. 109 da CF, percebe-se que a norma não faz
distinção entre a natureza jurídica das partes envolvidas ou dos interesses em jogo, ou seja, O Min. Rel.

252
Humberto Gomes de Barros, julgando o CC 89791/SP, assim se pronunciou: “(...) A teor do Art. 109, X, da
Constituição Federal aos juízes federais compete dar cumprimento a carta rogatória após o exequatur. A
Constituição não faz ressalvas ou reservas: qualquer que seja o tema de direito discutido na lide que deu
origem à rogatória, a competência para cumprimento, após o exequatur , será da Justiça Federal. (...)” (CC
89.791/SP, 2ª S., j. 14/11/2007).

XI - a disputa sobre direitos indígenas. (DPU-2007) (TRF4-2010) (MPF-2008/2011) (TRF3-2011) (TRF1-


2011)

(AGU-2015-CESPE): A respeito do meio ambiente e dos direitos e interesses das populações indígenas,
julgue o item seguinte: Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingresso em
juízo em defesa de seus direitos e interesses, competindo à justiça federal processar e julgar os crimes
relacionados aos direitos dos índios. BL: art. 109, XI e art. 232, CF.

##Atenção: A alternativa está correta, já que é a justiça federal aquela encarregada de julgar delitos
cometidos em face de direitos indígenas. Devemos ter cuidado com um detalhe: o simples fato de um índio
ter sido vítima do delito não desloca a competência para a justiça federal, devendo haver relação do crime
com a condição de indígena de seu sujeito passivo.

##Atenção: ##Dica:
➢ Crime contra direitos dos índios (ou que sofreu por ser índio) = Justiça Federal.
➢ Crime "comum" contra índios (índio que foi na cidade e foi morto em assalto) = Justiça Estadual.

§ 1º As causas em que a União FOR AUTORA SERÃO AFORADAS na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte. (PGEPB-2008) (MPMG-2011) (TRF2-2011) (TJPI-2012)

##Atenção: ##DOD: Se a União for a autora: As causas em que a União for autora serão proposta na
seção (ou subseção) judiciária onde tiver domicílio a outra parte, ou seja, no foro do domicílio do réu
(art. 109, §1º, CF).

§ 2º As causas intentadas CONTRA a União PODERÃO SER AFORADAS na seção judiciária em que
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde
esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. (DPEMG-2009) (MPMG-2011) (TRT2-2011) (TJMA-
2013)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O art. 109, § 2º, da Constituição Federal encerra a possibilidade de a ação
contra a União ser proposta no domicílio do autor, no lugar em que ocorrido o ato ou fato ou em que
situada a coisa, na capital do estado-membro, ou ainda no Distrito Federal. Desse modo, o autor, se
quiser ajuizar demanda contra a União, terá cinco opções, podendo propor a ação: a) no foro do
domicílio do autor; b) no lugar em que ocorreu o ato ou fato que deu origem à demanda; c) no lugar em
que estiver situada a coisa; d) na capital do Estado-membro; ou e) no Distrito Federal. STF. 1ª T. RE
463101 AgR-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 27/10/15. STF. 2ª T. ARE 1151612 AgR/SP, Rel. Min. Cármen
Lúcia, j. 19/11/19 (Info 960).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Se a União for a ré: Pela redação literal do § 2º, o autor teria
quatro opções. A jurisprudência, no entanto, acrescenta uma quinta opção: se o autor for domiciliado no
interior, ele poderá também propor a ação na capital do Estado. Logo, a parte autora pode optar pelo
ajuizamento da ação contra a União na capital do Estado-membro, mesmo que exista Vara Federal instalada
no município em que ela for domiciliada. Cada Estado-membro constitui uma seção judiciária, sediada em
sua Capital (art. 110, CF). O processo de descentralização da Justiça Federal, com a instalação de diversas
Varas em cidades do interior dos Estados não configura regra de competência absoluta, podendo, mesmo
assim, o autor da demanda, optar por propô-la na Capital do respectivo Estado.

##Atenção: ##STF: ##DOD: A regra de competência prevista no § 2º do art. 109 da CF também se aplica
às ações propostas contra autarquias federais. Vale ressaltar que o § 2º do art. 109 foi idealizado pelo
legislador constituinte para facilitar a propositura das ações pelo jurisdicionado contra o ente público.
Logo, excluir as ações intentadas contra as autarquias federais do âmbito de incidência do § 2º significaria
minar a intenção do constituinte de simplificar o acesso à Justiça. Assim, apesar de o dispositivo somente
falar em “União”, o STF entende que a regra de competência prevista no § 2º do art. 109 da CF/88
também se aplica às ações propostas contra autarquias federais. STF. Plenário. RE 627709/DF, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, j. 20/8/2014 (Info 755).

253
##Atenção: ##STJ: ##DOD: O § 2º do art. 109 da CF/88 se aplica também para mandados de segurança?
SIM! A competência para conhecer do mandado de segurança é absoluta e, de forma geral, define-se de
acordo com a categoria da autoridade coatora e pela sua sede funcional. Todavia, considerando a
jurisprudência do STF no sentido de que, nas causas aforadas contra a União, pode-se eleger a seção
judiciária do domicílio do autor (RE 627.709/DF), esta Corte de Justiça, em uma evolução de seu
entendimento jurisprudencial, vem se manifestando sobre a matéria no mesmo sentido. (...) STJ. 1ª S. AgInt
no CC 150.269/AL, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 14/06/2017.

§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem parte
instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual quando a
comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

##Atenção: ##TRF1-2011: ##TRF5-2011: ##TRF2-2013: ##TJRJ-2014: ##DPERN-2015: ##MPPR-2019:


A 1ª Seção do STJ, no julgamento dos EDcl no CC 27676/BA, deliberou pelo cancelamento da Súmula 183
do STJ43, com alicerce na decisão do Pleno do STF (RE 228955/RS. Rel.: Min. Ilmar Galvão. DJ 24.3.01), in
verbis:
"AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROMOVIDA PELO MPF. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. ART.
109, I E § 3º, DA CF/88. ART. 2º DA LEI 7.347/85. O dispositivo contido na parte final do § 3º do art. 109
da CF/88 é dirigido ao legislador ordinário, autorizando-o a atribuir competência (rectius jurisdição) ao Juízo
Estadual do foro do domicílio da outra parte ou do lugar do ato ou fato que deu origem à demanda, desde que
não seja sede de Varas da Justiça Federal, para causas específicas dentre as previstas no inciso I do referido
art. 109. No caso em tela, a permissão não foi utilizada pelo legislador que, ao revés, se limitou, no art. 2º da
Lei 7.347/85, a estabelecer que as ações nele previstas "serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano,
cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa". Considerando que o Juiz Federal
também tem competência territorial e funcional sobre o local de qualquer dano, impõe-se a
conclusão de que o afastamento da jurisdição federal, no caso, somente poderia dar-se por meio de
referência expressa à Justiça Estadual, como a que fez o constituinte na primeira parte do
mencionado § 3º em relação às causas de natureza previdenciária, o que no caso não ocorreu.
Recurso conhecido e provido.

##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Entendeu-se, no caso, que art. 109, § 3º, in fine, da CF seria
dirigido ao legislador ordinário, autorizando-o a atribuir competência ao Juízo Estadual do foro do domicílio
da outra parte ou do lugar do ato ou fato que deu origem à demanda, desde que não seja sede de Varas da
Justiça Federal, para causas específicas dentre as previstas no inciso I do referido art. 109. No caso da
competência para o julgamento de ACP, a permissão não foi utilizada pelo legislador que, ao revés, se
limitou, no art. 2º da Lei nº 7.347/85, a estabelecer que as ações nele previstas "serão propostas no foro do local
onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa". Considerando que o Juiz
Federal também tem competência territorial e funcional sobre o local de qualquer dano, impõe-se a
conclusão de que o afastamento da jurisdição federal, no caso, somente poderia dar-se por meio de
referência expressa à Justiça Estadual, como a que fez o constituinte na primeira parte do mencionado § 3º
em relação às causas de natureza previdenciária, o que no caso não ocorreu.

##Atenção: ##TRF2-2013: ##CESPE: O STJ orienta-se no sentido de que a competência da Justiça Federal,
prevista no art. 109, I, da CF/88, é fixada, em regra, em razão da pessoa (competência ratione personae),
levando-se em conta não a natureza da lide, mas, sim, a identidade das partes na relação processual. Na
hipótese, cuida-se de ação civil pública em que figura como um dos autores o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional - Iphan, autarquia federal criada pelas Leis 8.029/90 e 8.113/90, na qual
se busca a proteção do imóvel conhecido como "Casa do Barão de Vassouras", localizado no município de
Vassouras-RJ, tombado pelo Poder Público federal. Figurando como parte uma autarquia federal, a
competência para processar e julgar a ação é da Justiça Federal, consoante disposto no art. 109, I, da
CF/88. 4. A interpretação do art. 2º da Lei 7.347/85 - que disciplina a ação civil pública de responsabilidade
por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico -, deve ser realizada à luz do disposto no art. 109, I, § 3º, da CF/88,
consoante precedentes do STF e desta Corte. Conflito conhecido para declarar competente a Justiça
Federal, anulando-se a decisão proferida pelo Juízo estadual. (CC 105.196/RJ, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, 1ª Seção, j. 9/12/09)”

43Súmula 183-STJ: Compete ao Juiz Estadual, nas Comarcas que não sejam sede de vara da Justiça Federal,
processar e julgar ação civil pública, ainda que a União figure no processo. (CANCELADA)
254
(TJMS-2015-VUNESP): Nas Comarcas que não sejam sede de Vara da Justiça Federal, é competente para
processar e julgar ação civil pública, objetivando a proteção ao meio ambiente em que a União figure no
processo, o juiz federal da Seção Judiciária Federal que tenha jurisdição sobre a área territorial onde
ocorreu o dano. BL: art. 109, I c/c §3º, CF (CPC)

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível SERÁ SEMPRE para o TRIBUNAL


REGIONAL FEDERAL na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. (TRF5-2011) (PFN-2012)

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a


finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos
humanos dos quais o Brasil seja parte, PODERÁ SUSCITAR, perante o SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA, em qualquer fase do inquérito ou processo, INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE
COMPETÊNCIA para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (DPU-2007)
(MPRO-2008) (TJMT-2009) (TRF2-2009) (TJSP-2011) (TRF3-2011) (MPF-2005/2008/2011/2012) (MPMT-2012)
(PGESP-2012) (MPPR-2014)

(MPCE-2020-CESPE): Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, a fim de se assegurar o


cumprimento de obrigações decorrentes de tratado internacional, o incidente de deslocamento de
competência para a justiça federal poderá ser suscitado ao STJ pelo procurador-geral da República. BL: art.
109, §5º, CF.

(TJRN-2013-VUNESP): Considerando o disposto na EC n.º 45/04, assinale a opção correta: Nas hipóteses
de grave violação de direitos humanos, o procurador-geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo
Brasil, poderá suscitar, perante o STJ, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a justiça federal. BL: art. 109, §5º, CF.

(TJRJ-2013-VUNESP): Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos humanos: A CF/88 admite a
federalização dos crimes graves contra os direitos humanos em qualquer fase do inquérito ou processo.
BL: art. 109, §5º, CF.

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede
a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais
caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção V
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais


do Trabalho e dos Juízes do Trabalho

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juizes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

§§ 1º a 3º (Revogados pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

255
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJPR-2010)

II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira,
indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.(Incluído pela Emenda


Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre


outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão


administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus,
como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação para


a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 92, de 2016)

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-2015)

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições
de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Art. 114. COMPETE à JUSTIÇA DO TRABALHO processar e julgar: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da


administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPAM-2007) (DPU-2007) (DPEMS-2008) (MPCE-2009)
(MPGO-2010) (TJRJ-2013) (TRF4-2014) (TJPE-2015)

II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TRF2-2011)

IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria
sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.
102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (DPEMS-2008) (MPGO-2010) (PGERS-2010)

256
VII - as ações relativas às PENALIDADES ADMINISTRATIVAS impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (DPU-
2007) (TRF4-2009) (TRF2-2011)

VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos
legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas,


de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o


Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir
o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (DPECE-2008)

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais
de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento,


alternadamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a JUSTIÇA ITINERANTE, com a realização de


audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(TJPI-2012)

§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo


Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

(TJMG-2012-VUNESP): É correto afirmar que a criação da Justiça Eleitoral ocorreu após a Revolução de
1930, durante o governo de Getúlio Vargas.

##Atenção: A Revolução de 1930 tinha como um dos princípios a moralização do sistema eleitoral. Um
dos primeiros atos do governo provisório foi a criação de uma comissão de reforma da legislação eleitoral,
cujo trabalho resultou no primeiro Código Eleitoral do Brasil. O Código Eleitoral de 1932 criou a Justiça
Eleitoral, que passou a ser responsável por todos os trabalhos eleitorais – alistamento, organização das

257
mesas de votação, apuração dos votos, reconhecimento e proclamação dos eleitos. Além disso, regulou em
todo o país as eleições federais, estaduais e municipais.

Art. 118. SÃO ÓRGÃOS da Justiça Eleitoral: (TJMS-2010) (MPPB-2010) (TJRO-2011) (TJPR-2011)
(MPSP-2012)

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

III - os Juízes Eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais. (TJMS-2012) (TJCE-2018)

Art. 119. O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL COMPOR-SE-Á, no mínimo, de sete membros,


escolhidos: (TJMT-2009) (TJDFT-2014)

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; (TJBA-2012) (TJMA-2013) (TJPR-
2019)

(TRF4-2014): Assinala a alternativa correta: O Tribunal Superior Eleitoral é integrado por, no mínimo, sete
membros, dentre os quais três escolhidos entre os Ministros do STF. BL: art. 119, I, “a”, CF.

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; (TJBA-2012) (TJMA-2013) (TJPR-
2019)

II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, INDICADOS pelo Supremo Tribunal Federal. (TJMS-2012) (TJMA-2013)
(TJDFT-2014) (TJMG-2014) (MPAM-2015) (TJAL-2019) (TJPR-2019)

##Atenção: ##TJPR-2019: ##CESPE: A composição do TSE é diferenciada. Assim, não há previsão em lei
de membro do Ministério Público como ministro do TSE (art. 16 do Código Eleitoral e art. 119 da CF/1988).

Parágrafo único. O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL ELEGERÁ seu Presidente e o Vice-


Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros
do Superior Tribunal de Justiça. (TJAP-2009) (TJMS-2010) (TJPB-2011) (TJRN-2013) (TJMA-2013) (MPSC-
2014) (TJRR-2015)

(TJDFT-2014-CESPE): Com relação à composição do TSE, determinada pela CF, assinale a opção correta:
O texto constitucional fixou em sete o número mínimo de ministros que devem compor o TSE, mas não
estabeleceu um número exato de ministros para esse colegiado. BL: art. 119, caput e § único, CF (eleitoral).

##Atenção: ##TJDFT-2014: ##CESPE: ##DICA: Eleição no TSE:


Presidente e Vice: Ministros do STF
Corregedor Eleitoral: Ministros do STJ

##Atenção: ##TJDFT-2014: ##CESPE: Composição do TSE:


➢ 3 Membros do STF (escolhidos por voto secreto, dos quais DOIS serão também escolhidos o
presidente e vice);
➢ 2 Membros do STJ (escolhidos por voto secreto, dos quais UM será escolhido o corregedor geral).
➢ 2 Membros da classe dos advogados (juristas), sendo 6 indicados pelos ministro do STF, sendo
que o Presidente da República irá nomear DOIS.

(TRF4-2014): Assinale a alternativa correta: O Corregedor do Tribunal Superior Eleitoral é um Ministro do


STJ. BL: art. 119, § único, CF.

258
##Atenção: ##TJBA-2012: ##TJDFT-2014: ##CESPE: Segundo o § único do art. 119 da CF, o Corregedor
Eleitoral deverá ser um dos ministros do STJ, enquanto o vice-presidente do TSE será um dos ministros do
STF. Portanto, não há que se falar em acúmulo da função de corregedor eleitoral pelo vice-presidente do
TSE.

##Atenção: ##TJDFT-2014: ##CESPE: Segundo o § único do art. 119 da CF, a presidência do TSE será
exercida, mediante eleição, por um dos três ministros do STF.

##Atenção: É válido lembrar que seus “suplentes” também deverão ser escolhidos na mesma ocasião e
obedecendo a mesma regra.

Art. 120. HAVERÁ um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
(TJPR-2010)

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais COMPOR-SE-ÃO: (TJAL-2008) (TJPR-2010) (TJES-2011)


(TJMS-2010/2012) (TJGO-2012)

I - mediante eleição, pelo VOTO SECRETO:

a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; (MPPE-2008) (TJGO-2012)


(TJAM-2016)

(TJMT-2009-VUNESP): Assinale a alternativa correta no que tange ao disposto na CF/88 sobre o Poder
Judiciário: Dois desembargadores estaduais deverão compor o Tribunal Regional Eleitoral mediante
eleição, pelo voto secreto. BL: art. 120, §1º, I, “a”, CF.

b) de dois juízes, dentre juízes de direito, ESCOLHIDOS pelo Tribunal de Justiça; (MPPE-2008)
(TJCE-2014) (TJAM-2016)

II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal,
ou, NÃO HAVENDO, de juiz federal, ESCOLHIDO, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal
respectivo; (MPPE-2008) (TJPR-2010) (TJCE-2014) (TJAM-2016)

(TJMA-2013-CESPE): Considerando a composição e o funcionamento dos órgãos da justiça eleitoral,


assinale a opção correta: Entre os membros de cada tribunal regional eleitoral inclui-se um juiz federal. BL:
art. 120, §1º, II, “b”, CF.

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, INDICADOS pelo Tribunal de Justiça. (TJPI-2012) (TJMS-2012) (TJRN-
2013) (TJCE-2014) (MPAM-2015) (TJAM-2016)

(TJPA-2014-VUNESP): Os Tribunais Regionais Eleitorais são compostos por dois juízes dentre os
desembargadores; dois juízes dentre juízes de direito; um juiz federal escolhido pelo Tribunal Regional
Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal e por dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicado pelo Tribunal de Justiça e nomeado pelo Presidente
da República. BL: art. 120, §1º, CF. (eleitoral)

(TJSP-2011-VUNESP): Os Tribunais Regionais Eleitorais são órgãos da Jurisdição Eleitoral em cada


Estado, compostos de sete membros: dois desembargadores eleitos entre os desembargadores do Tribunal
de Justiça; dois entre os juízes de direito escolhidos pelo Tribunal de Justiça; um juiz federal escolhido pelo
respectivo Tribunal Regional Federal e dois advogados nomeados pelo Presidente da República, dentre
seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. BL: art.
120, §1º, CF. (eleitoral)

##Atenção: ##DICA: Não há participação da OAB na indicação dos advogados para o TSE ou TRE's.

§ 2º - O TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL ELEGERÁ seu Presidente e o Vice-Presidente dentre


os desembargadores. (TJAL-2019)

259
Art. 121. LEI COMPLEMENTAR DISPORÁ sobre a organização e competência dos tribunais, dos
juízes de direito e das juntas eleitorais. (TJDFT-2008) (TJMS-2010/2012)

§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício
de suas funções, e no que lhes for aplicável, GOZARÃO DE PLENAS GARANTIAS e SERÃO
INAMOVÍVEIS. (TJRO-2011) (TJPR-2011) (TJCE-2018) (TJPR-2019)

§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, SALVO MOTIVO JUSTIFICADO, SERVIRÃO por dois anos,
NO MÍNIMO, e NUNCA por mais de dois biênios consecutivos, SENDO os substitutos ESCOLHIDOS
na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. (TJDFT-2008) (TJPR-
2019)

##Atenção: ##TJPR-2019: ##CESPE: No âmbito da Justiça Eleitoral, não há vitaliciedade, mas


temporariedade das funções eleitorais, nos termos do §2º do art. 121 da CF/88. Nesse sentido, a garantia
da vitaliciedade é do juiz de direito e a função eleitoral é sempre temporária. A inamovibilidade, por sua
vez, encontra-se assegurada no § 1º do art. 121 da CF/88

§ 3º SÃO IRRECORRÍVEIS as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, SALVO as que


CONTRARIAREM esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.
(TJDFT-2008) (MPPR-2008) (TJMT-2009) (TJPR-2010) (MPPB-2010) (TJRS-2016)

##Atenção: Vide art. 281 do Código Eleitoral: “Art. 281. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior, salvo
as que declararem a invalidade de lei ou ato contrário à Constituição Federal e as denegatórias de "habeas corpus" ou
mandado de segurança, das quais caberá recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, interposto no prazo de
3 (três) dias. § 1º Juntada a petição nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes, os autos serão conclusos ao presidente
do Tribunal, que, no mesmo prazo, proferirá despacho fundamentado, admitindo ou não o recurso. § 2º Admitido o
recurso será aberta vista dos autos ao recorrido para que, dentro de 3 (três) dias, apresente as suas razões. § 3º Findo
esse prazo os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal.”

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente CABERÁ RECURSO quando: (TJMT-
2009) (TJPR-2010)

##Atenção: Vide art. 276 do Código Eleitoral: “Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são terminativas,
salvo os casos seguintes em que cabe recurso para o Tribunal Superior: I - especial: a) quando forem proferidas contra
expressa disposição de lei; b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais.
II - ordinário: a) quando versarem sôbre expedição de diplomas nas eleições federais e estaduais; b) quando denegarem
habeas corpus ou mandado de segurança. § 1º É de 3 (três) dias o prazo para a interposição do recurso, contado da
publicação da decisão nos casos dos nº I, letras a e b e II, letra b e da sessão da diplomação no caso do nº II, letra a. §
2º Sempre que o Tribunal Regional determinar a realização de novas eleições, o prazo para a interposição dos recursos,
no caso do nº II, a, contar-se-á da sessão em que, feita a apuração das sessões renovadas, fôr proclamado o resultado
das eleições suplementares.”

I - FOREM PROFERIDAS contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; (TJRO-2011)

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;

(TJSP-2014-VUNESP): Sobre o recurso especial em matéria eleitoral, assinale a opção correta: Tem
cabimento, dentre outras hipóteses, contra decisão dos Tribunais Regionais Eleitorais que forem proferidas
contra disposição expressa da Constituição Federal ou de lei. BL: art. 276, I, “a” e “b”, CE c/c art. art. 121,
§ 4.º, I e II da CF. (eleitoral)

(TJAL-2008-CESPE): A CF prevê a utilização de mandado de injunção na justiça eleitoral. (eleitoral).

III - VERSAREM sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
(MPPB-2011)

IV - ANULAREM diplomas ou DECRETAREM a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;


(TJRO-2011)

260
V - DENEGAREM habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.
(MPPE-2008) (TJRO-2011) (TJMT-2014)

(TJAL-2008-CESPE): A CF prevê a utilização de mandado de injunção na justiça eleitoral. (eleitoral).

Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: (STM-2013)

I - o Superior Tribunal Militar;

II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. (MPPB-2010)

Art. 123. O SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR COMPOR-SE-Á de quinze Ministros vitalícios,


nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três
dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais
da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. (STM-2013) (Téc.
Judic./STM-2018)

##Atenção: Para que um tribunal constitua um Órgão Especial é necessário no mínimo 25 membros. Como
o STM possui apenas 15 ministros, não é possível criar um órgão especial.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros
maiores de trinta e cinco anos, sendo: (STM-2013)

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça
Militar.

Art. 124. À JUSTIÇA MILITAR COMPETE processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
(DPU-2007) (DPEBA-2010)

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.

Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Art. 125. Os Estados ORGANIZARÃO SUA JUSTIÇA, OBSERVADOS os princípios estabelecidos


nesta Constituição. (MPPR-2008) (TJAM-2013)

§ 1º A COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS SERÁ DEFINIDA na Constituição do Estado, sendo a lei


de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. (TJDFT-2007) (MPPR-2008) (MPPB-2010)
(TJAC-2012) (TJAM-2013) (TJPI-2012/2015)

(TJSC-2010): Os Estados organizarão sua justiça, observados os princípios estabelecidos na Constituição


da República, e a competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado.. BL: art. 125 e §1º,
CF.

§ 2º CABE aos Estados a instituição de REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE de


leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, VEDADA a atribuição
da legitimação para agir a um único ÓRGÃO. (TJAP-2008) (MPRO-2008) (TJSC-2010) (TJRJ-2011) (TJMS-
2010/2012) (TJPR-2012) (MPPR-2008/2014) (TJDFT-2014) (TJRR-2015)

261
(MPSP-2019): Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual. BL: art. 125, §2º, CF/88

(DPEAM-2018-FCC): Considere que o Prefeito de determinado Município do Estado do Amazonas ajuíza


ação direta de inconstitucionalidade, perante o Tribunal de Justiça do Estado, em face de lei municipal que
instituíra a obrigatoriedade de os veículos de uso oficial pela Administração serem licenciados no
Município. Fundamenta a ação em dispositivo da Constituição estadual que veda ao Estado e aos
Municípios que o integram criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. O Tribunal de Justiça
julga a ação improcedente, por entender inexistir ofensa ao dispositivo constitucional em questão. Nessa
hipótese, à luz da Constituição do Estado, bem como do que dispõe a Constituição Federal e da
jurisprudência do STF, estaria o Prefeito legitimado para interpor recurso extraordinário em face do
acórdão do Tribunal de Justiça, que exerceu controle de constitucionalidade de lei municipal em face de
norma da Constituição estadual que reproduz norma constitucional federal de observância obrigatória
pelos Estados, adotando interpretação que contraria o sentido e o alcance desta. BL: art. 19, III, c/c art. 125,
§2º, CF e STF, RE 246903 AgR.

##Atenção: Estaria o Prefeito (POR SIMETRIA AO "GOVERNADOR" CONSTANTE DO ROL DO art. 103
da CF/88) legitimado para interpor recurso extraordinário em face do acórdão do Tribunal de Justiça.

##Atenção: STF, RE 246903 AgR: [...] Tratando-se de ação direta de inconstitucionalidade da competência do
Tribunal de Justiça local – lei estadual ou municipal em face da Constituição estadual –, somente é admissível o
recurso extraordinário diante de questão que envolva norma da Constituição Federal de reprodução
obrigatória na Constituição estadual. [...]

(TJPI-2015-FCC): O Tribunal de Justiça do Estado pode conhecer de representação para fiscalização


abstrata de inconstitucionalidade ajuizada individualmente por Deputado Estadual, caso assim permita a
Constituição do Estado. BL: art. 125, §2º, CF/88 e RE 261677/PR, STF.

##Atenção: Vejamos o RE n.º 261.677/PR: “[...] Legitimação ativa de Deputado Estadual para propor ação
direta de inconstitucionalidade de normas locais em face da Constituição do Estado, à vista do art. 125, §
2.º da Constituição Federal. Precedente: ADI 558- 9 MC, Pertence, DJ 26.3.93".

(TJSE-2015-FCC): Lei de Município sergipano disciplinou a exploração, direta ou mediante concessão, de


serviços locais de gás canalizado. À luz das disposições normativas pertinentes e considerando que a
Constituição do Estado reproduziu a disciplina da Constituição Federal nessa matéria, referida Lei
municipal é incompatível com a Constituição da República e com a Constituição do Estado, por ofensa à
competência atribuída ao Estado-membro, sendo passível de questionamento mediante ação direta de
inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Estado. BL: art. 125§2º c/c art. 25, §2º da CF/88.

(Proc. Legisl-Câm. São Paulo/SP-2014-FCC): Lei municipal que viole norma da CF/88 de observância
obrigatória pelos Estados, cujo conteúdo foi reproduzido na Constituição Estadual, poderá ser objeto de
ação direta de inconstitucionalidade ajuizada perante o Tribunal de Justiça do Estado, em face da
Constituição Estadual, sendo cabível recurso extraordinário ao STF contra o acórdão proferido pelo
Tribunal local se preenchidos os requisitos constitucionais e legais. BL: art. 125, §2º, CF e RE 246903 AgR,
STF (citado acima).

(DPEMS-2014-VUNESP): No que tange ao controle de constitucionalidade no âmbito estadual, é correto


afirmar que cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação
para agir a um único órgão. BL: art. 125, §2º da CF/88.

(MPPR-2011): Relativamente à ação direta de inconstitucionalidade é correto afirmar: É possível a


representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais diante da
Constituição Estadual perante os Tribunais de Justiça dos Estados. BL: art. 125, §2º, CF.

§ 3º A LEI ESTADUAL PODERÁ CRIAR, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a JUSTIÇA


MILITAR ESTADUAL, CONSTITUÍDA, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de
Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, OU por Tribunal de Justiça Militar NOS
ESTADOS em que o efetivo militar SEJA SUPERIOR a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-2007) (MPPR-2008) (MPPB-2010) (TJBA-2012)
262
§ 4º COMPETE à JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, RESSALVADA a
COMPETÊNCIA DO JÚRI quando a vítima FOR civil, CABENDO ao tribunal competente DECIDIR sobre
a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-2007) (DPU-2007) (MPRR-2008) (MPPR-2008) (MPPB-2010) (DPEBA-
2010) (MPSC-2013) (TJMSP-2016) (TJPR-2017) (TJBA-2012/2019)

§ 5º COMPETE aos JUÍZES DE DIREITO DO JUÍZO MILITAR PROCESSAR e JULGAR,


singularmente, os CRIMES MILITARES cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, CABENDO ao CONSELHO DE JUSTIÇA, sob a presidência de juiz de direito,
PROCESSAR e JULGAR os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(MPPR-2008) (MPBA-2010) (MPES-2010) (MPPB-2010) (DPEBA-2010) (TJDFT-2014) (TJMSP-2016) (TJPR-
2017)

§ 6º O Tribunal de Justiça PODERÁ FUNCIONAR DESCENTRALIZADAMENTE,


CONSTITUINDO Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas
as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJSC-2009/2010)

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a JUSTIÇA ITINERANTE, com a realização de audiências e demais


funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, SERVINDO-SE de
equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJDFT-2007)

(TJPI-2012-CESPE): A CF permite que os tribunais de justiça, os tribunais regionais federais e os tribunais


regionais do trabalho instalem a justiça itinerante, visando à realização de audiências e demais funções
jurisdicionais, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, e autoriza que, para esse fim, sejam
utilizados equipamentos públicos e comunitários. BL: art. 107, §2º; art. 115, §1º e art. 125, §7º, CF.

Art. 126. Para dirimir CONFLITOS FUNDIÁRIOS, o Tribunal de Justiça PROPORÁ a criação de
varas especializadas, com COMPETÊNCIA EXCLUSIVA para questões agrárias. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPAM-2007) (TJPA-2009) (TJSC-2010)

(TJRO-2011-PUCPR): Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. BL: art. 126, CF.

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz FAR-SE-Á
PRESENTE no local do litígio. (TJPA-2009)

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

(TJSC-2009): Sobre as chamadas "funções essenciais à justiça" é correto afirmar que elas são exercidas pelo
Ministério Público, Advocacia Pública, Advocacia e Defensoria Pública. BL: art. 127 a 134, CF (Capítulo
IV do Título IV da CF/88).

SEÇÃO I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
INCUMBINDO-LHE a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis. (MPRO-2008) (MPRR-2008) (MPMT-2008) (MPDFT-2009) (MPCE-2009)
(MPRN-2009) (MPF-2005/2011) (MPSP-2008/2011) (MPRJ-2012) (TJMA-2013) (TJAM-2016) (MPGO-2016)

(MPMG-2010): Em se tratando de proteção e defesa da saúde pública, pode-se afirmar que compete ao
Ministério Público promover todas as medidas necessárias visando garantir à coletividade o direito à
saúde pública. BL: art. 127, CF.

(MPSE-2010-CESPE): Acerca das autonomias constitucionais, da estrutura organizacional e do regime


jurídico do MP na CF, julgue o item a seguir: A CF conferiu elevado status constitucional ao MP,
263
desvinculando-o dos capítulos dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. BL: “CAPÍTULO IV - DAS
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA. SEÇÃO I - DO MINISTÉRIO PÚBLICO” (arts. 127 e ss da CF).

§ 1º SÃO PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a


independência funcional. (MPF-2005) (MPDFT-2009) (MPES-2010) (MPRO-2010) (MPSE-2010) (MPPR-
2011) (MPRJ-2012) (MPSC-2016) (TJBA-2019) (MPCE-2009/2020)

(MPCE-2020-CESPE): Um membro do Ministério Público que atua em tribunal de justiça discorda do


decidido em um acórdão da corte e pretende recorrer. Percebe, contudo, que o tribunal acolhera
integralmente o que fora preconizado para o caso pelo promotor com atuação no primeiro grau. Nesse
caso, o membro do parquet poderá recorrer, devido ao princípio institucional da independência funcional.
BL: art. 127, §1º, CF.

##Atenção: ##MPDFT-2009: ##MPRO-2010: ##MPSE-2010: ##CESPE: ##MPPR-2011: ##MPSC-2016:


##STF: O princípio do promotor natural está implícito no ordenamento jurídico. Sua concepção deriva
do conhecido princípio do juiz natural, segundo o qual “ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente” (art. 5º, LIII, CF). Pelo princípio do promotor natural, a designação de um membro
do MP para atuar em determinado processo deve obedecer a regras objetivas, segundo critérios
preestabelecidos. Com isso, busca-se evitar designações casuísticas e arbitrárias, impedindo-se, dessa
maneira, a figura do “acusador de exceção”. O promotor deve ser escolhido por critérios objetivos e
abstratos, previamente definidos na Legislação específica, não sendo autorizada a escolha deste ou
daquele Promotor para exercer suas funções em determinado processo. Assim, tal princípio limita os
Poderes do Chefe do MP, que não poderá designar Promotor diverso do que o previamente definido de
acordo com a lei. O Promotor Natural consagra a garantia de imparcialidade dos Membros do MP,
impedindo designações casuístas e arbitrárias (retirar um Promotor de um caso para colocar outro que
atenda a determinados interesses). O entendimento do STF é o de que o princípio do promotor natural
está implícito no ordenamento jurídico e não viola o princípio da indivisibilidade. O membro do MP
pode ser substituído no decorrer do processo, mas tal substituição não poderá ser arbitrária. As bases
sobre as quais se assentam o princípio do promotor natural são a independência funcional e a garantia
de inamovibilidade dos membros do MP. Nesse sentido, o STF já reconheceu que “a matriz constitucional
desse princípio assenta-se nas cláusulas da independência funcional e da inamovibilidade dos membros
da instituição” (HC 67.759/RJ). (Fontes: Prof Nádia Carolina /Prof. Ricardo Gomes).44
(MPDFT-2009): Assinale a alternativa correta: O princípio do “promotor natural” materializa-se na garantia
da inamovibilidade do membro do Ministério Público, a impedir designações aleatórias e afastamento
imotivado do cargo ou funções estabelecidas em lei.

##Atenção: ##MPSE-2010: ##TJBA-2019: ##CESPE: ##STJ: ##CPP: Para o STJ, “(...) O princípio da
unidade e da indivisibilidade do Ministério Público não implica vinculação de pronunciamentos de seus
agentes no processo, de modo a obrigar que um promotor que substitui outro observe obrigatoriamente a
linha de pensamento de seu antecessor." (RHC 8025/PR, 6.ª T, Rel. Min. Vicente Leal, DJ 18/12/98). A
circunstância de o Promotor Público, com atuação no processo, na fase das alegações finais, ter formulado
pedido de absolvição, o qual foi acolhido na sentença, não impede que um outro membro do Parquet
interponha recurso pugnando para que se preserve a acusação inicial. (...).”. (AgRg no Ag 1322990/RJ, Rel.
Min. Laurita Vaz, 5ª T., j. 12/4/11).

##Atenção: ##STF: ##MPCE-2009: ##FCC: PROMOTOR NATURAL - ALCANCE. O princípio do


promotor natural está ligado à persecução criminal, não alcançando inquérito, quando, então, ocorre o
simples pleito de diligências para elucidar dados relativos à prática criminosa. A subscrição da denúncia
pelo promotor da comarca e por promotores auxiliares não a torna, ante a subscrição destes últimos, à
margem do Direito. STF. 1ª T., RHC 93247, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 18/3/08.

(MPSE-2010-CESPE): Julgue o item a seguir, relativo aos princípios institucionais do MP: Pelo princípio
da unidade, todos os membros de determinado MP formam parte de único órgão, sob a direção do mesmo
chefe, guiados pelos mesmos fundamentos e com as mesmas finalidades, constituindo, pois, uma única
instituição. BL: art. 127, §1º, CF.

44##Atenção: ##MPSE-2010: ##CESPE: A violação ao princípio do promotor natural visa a impedir que haja
designação de promotor ad hoc ou de exceção com a finalidade de processar uma pessoa ou caso específico. (...)
STF. 1ª T., HC 95447, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 19/10/10.
264
(MPSE-2010-CESPE): Julgue o item a seguir, relativo aos princípios institucionais do MP: Pelo princípio
da indivisibilidade, quem está presente em qualquer processo é o MP, ainda que por intermédio de
determinado promotor ou procurador de justiça, podendo os membros da instituição ser substituídos uns
por outros no processo, nos casos legalmente previstos, sem que isso constitua alteração processual. BL:
art. 127, §1º, CF.

(MPRO-2010-CESPE): A respeito do MP, assinale a opção correta: Os membros do MP não se vinculam


aos processos em que atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros na forma prevista na lei. BL: art.
127, §1º, CF.

§ 2º Ao Ministério Público É ASSEGURADA AUTONOMIA FUNCIONAL e ADMINISTRATIVA,


PODENDO, observado o disposto no art. 169, PROPOR ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus
cargos e serviços auxiliares, PROVENDO-OS por concurso público de provas ou de provas e títulos, a
política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPMT-2008) (MPSP-2008) (MPCE-2009)
(MPDFT-2009) (MPSE-2010) (TJSC-2017)

§ 3º O Ministério Público ELABORARÁ SUA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA dentro dos limites


estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. (MPMT-2008) (MPRN-2009) (MPES-2010) (MPSC-2013)
(TJSC-2009/2017)

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo


estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPCE-2009)
(MPRN-2009)

(TJDFT-2007): Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação
da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, de acordo com os
limites legais. BL: art. 127, §4º, CF.

§ 5º Se a PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA de que trata este artigo FOR ENCAMINHADA em


desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo PROCEDERÁ aos ajustes
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004) (TJSC-2017)

(MPSC-2013): Se a proposta orçamentária do MP for encaminhada em desacordo com os limites


estipulados na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para
fins de consolidação da proposta orçamentária anual. BL: art. 127, §§3º e 5º, CF.

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a


assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, EXCETO
SE previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPMG-2010)

Art. 128. O MINISTÉRIO PÚBLICO ABRANGE:

I - o Ministério Público da União, que COMPREENDE: (MPDFT-2009) (MPRN-2009) (TJMSP-2016)


(TCM/BA-2018)

a) o Ministério Público Federal; (MPRN-2009)

b) o Ministério Público do Trabalho; (MPRN-2009)

c) o Ministério Público Militar; (MPRN-2009)

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; (MPRN-2009)

265
II - os Ministérios Públicos dos Estados. (MPRN-2009) (TCM/BA-2018)

(MPSE-2010-CESPE): Assinale a opção correta acerca das atribuições, da autonomia e da estrutura


organizacional do MP: Inexiste, no Brasil, MP eleitoral como instituição; existem apenas funções eleitorais
do MP. BL: art. 128, caput, CF.

##Atenção: Não existe Ministério Público Eleitoral como instituição. O MPF exerce as funções de
Ministério Público perante a Justiça Eleitoral. Entretanto, os membros do Ministério Público estadual
recebem delegações federais para atuarem como Promotores eleitorais, estando submetidos à Procuradoria
Regional Eleitoral quando no desempenho de tais funções. Enfim, o MP Eleitoral trabalha para garantir
que a vontade do eleitor seja expressa livremente (sem coação), para isso, combatendo o abuso de poder
econômico e político e a corrupção eleitoral.

§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo
Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de
seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, PERMITIDA
a recondução. (MPPE-2008) (MPRR-2008) (MPES-2010) (TJRO-2011) (MPMG-2012) (MPRS-2014) (TJAM-
2016) (TJPR-2019)

(TJCE-2012-CESPE): Acerca das funções essenciais à justiça, assinale a opção correta: O MP do Trabalho
não dispõe de legitimidade para atuar perante o STF, atribuição privativa do procurador-geral da
República. BL: art. 128, §1º, CF e Entendimento do STF.

##Atenção: ##STF: O MPT não dispõe de legitimidade para atuar perante o STF, porque a representação
institucional do MPU, nas causas instauradas nesta Corte, inclusive em tema de reclamação, está
inserida na esfera de atribuições do Procurador-Geral da República, chefe do MPU (CF, art. 128, § 1º) e
em cujo âmbito está estruturado o MPT. Com base nesse entendimento, o Tribunal, por maioria, não
conheceu de agravo regimental interposto pelo MPT contra decisão que deferira pedido de medida liminar
em reclamação proposta pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Iema do Espírito
Santo. A reclamante sustenta que o Juízo da 10ª Vara do Trabalho de Vitória/ES — ao reconhecer, em sede
de ação civil pública ajuizada pelo MPT, a competência da Justiça do Trabalho para apreciar e julgar
referida ação, que veio a ser declarada procedente, em tema de contratações, sem concurso público, de
pessoal temporário e de investidura, alegadamente inconstitucional, de servidores públicos em cargos
comissionados — teria desrespeitado a eficácia vinculante que é inerente aos pronunciamentos do
Supremo em sede de fiscalização normativa abstrata (ADI 3395/DF). (...) (STF, Rcl 5873 AgR/ES, rel. Min.
Celso de Mello, 9.12.2009. (Rcl-5873).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O MPT tem legitimidade para atuar diretamente no STF e STJ? NÃO. A
jurisprudência continua entendendo que o MPT não pode atuar diretamente no STF e STJ. Nesse
sentido: STF. Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 17/9/14 (repercussão geral) (Info 759).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Se for necessário, por exemplo, propor uma reclamação no
STF e que seja do interesse do MPT, quem deve manejar essa reclamação é o Procurador-Geral da República.
O Procurador do Trabalho não pode atuar diretamente no STF (nem mesmo o Procurador-Geral do Trabalho).
O exercício das funções do MPU junto ao STF cabe privativamente ao Procurador-Geral da República (ou aos
Subprocuradores por ele designados), nos termos do art. 46 da LC 75/93.

§ 2º A DESTITUIÇÃO do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da


República, DEVERÁ SER PRECEDIDA de AUTORIZAÇÃO da maioria absoluta do Senado Federal.
(MPCE-2009) (MPES-2010) (MPMT-2012) (MPSC-2013)

##Atenção: ##Dica: NOMEAÇÃO e DESTITUIÇÃO do Procurador-Geral da República (PGR):


➢ Nomeação: O PGR será nomeado pelo PR (Presidente) após aprovação por MAIORIA ABSOLUTA
do SENADO FEDERAL.
➢ Destituição: O PGR será destituído por iniciativa do PR (Presidente) após aprovação por MAIORIA
ABSOLUTA do SENADO FEDERAL.

##Atenção: ##Dica: Lembrem-se: Princípio da Paridade das formas.

266
##Atenção: Em complemento, vide § único do art. 25 da LC 75: “Parágrafo único. A exoneração, de ofício, do
Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da
maioria absoluta do Senado Federal, em votação secreta.”

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios FORMARÃO LISTA


TRÍPLICE dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha DE SEU PROCURADOR-
GERAL, que SERÁ NOMEADO pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, PERMITIDA
UMA RECONDUÇÃO. (MPSP-2008) (MPPR-2008) (TJGO-2009) (MPBA-2010) (MPMG-2010/2012) (TJAM-
2016)

§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios PODERÃO SER


DESTITUÍDOS POR DELIBERAÇÃO da maioria absoluta DO PODER LEGISLATIVO, na forma da lei
complementar respectiva. (MPBA-2010) (MPES-2010) (TJCE-2012) (MPSC-2012/2016)

(MPSP-2012): É garantia institucional dos Ministérios Públicos estaduais, visando a sua independência de
atuação, o modo de nomeação e destituição do Procurador-Geral de Justiça, que será nomeado pelo Chefe
do Poder Executivo, a partir de escolha em lista tríplice composta por integrantes da carreira, na forma da
lei respectiva, para mandato de dois anos, permitida uma recondução, e que somente poderá ser destituído
por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva. BL:
art. 128, §§3º e 4º, CF.

(MPMG-2010): Considerando os princípios institucionais do Ministério Público, é correto afirmar: Os


Procuradores-Gerais de Justiça poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder
Legislativo respectivo. BL: art. 128, §4º, CF.

§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja INICIATIVA É FACULTADA aos respectivos
Procuradores-Gerais, ESTABELECERÃO a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério
Público, observadas, relativamente a seus membros: (MPF-2008) (MPCE-2009) (MPDFT-2009) (TRF4-2009)
(MPSE-2010) (MPSP-2010) (MPMG-2010) (MPSC-2013) (MPPR-2014)

##Atenção: ##STF: ##TJSC-2019: ##CESPE: “(...) 1. Competência exclusiva do Procurador-Geral de


Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul para propor a ação civil pública contra autoridades estaduais
específicas. (...) 4. A Lei Complementar objeto desta ação não configura usurpação da competência
legislativa da União ao definir as atribuições do Procurador-Geral. Não se trata de matéria processual.
A questão é atinente às atribuições do Ministério Público local, o que, na forma do art. 128, § 5º, da
CF/88, é da competência dos Estados-membros.” (STF. Plenário. ADI 1916, Rel. Min. Eros Grau, j.
14/04/10). (STF. Decisão monocrática. Reclamação 13.100/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j.
25/6/14).

I - as seguintes GARANTIAS:

a) VITALICIEDADE, após dois anos de exercício, NÃO PODENDO PERDER o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado; (MPSP-2008) (MPCE-2009) (MPDFT-2009) (MPRN-2009) (MPBA-
2010) (MPPR-2011) (MPF-2011) (MPSC-2016)

b) INAMOVIBILIDADE, SALVO por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão


colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPSP-2008) (MPCE-2009)
(MPDFT-2009) (MPMG-2010) (MPBA-2010) (MPPR-2011) (TJSC-2017)

c) IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos
arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPF-
2005) (MPBA-2010) (MPPR-2011)

II - as seguintes VEDAÇÕES:

a) RECEBER, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas


processuais; (PCDFT-2015)

267
b) EXERCER a advocacia; (MPPR-2008) (MPCE-2009)

c) PARTICIPAR de sociedade comercial, na forma da lei; (TRF2-2011)

d) EXERCER, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, SALVO uma de
magistério; (MPCE-2009) (MPRO-2010) (MPSC-2016)

(TJSE-2008-CESPE): Em relação às funções essenciais à justiça, assinale a opção correta: É vedado o


afastamento de membro do Ministério Público para exercer cargo de secretário de Estado. BL: art. 128, §5º,
“d”, CF.

##Atenção: ##STF: Vide o seguinte julgado do STF: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.


LEI COMPLEMENTAR DO ESTADO DE SERGIPE. MP ESTADUAL. EXERCÍCIO DE OUTRA FUNÇÃO.
ART. 128, § 5º, II, d, DA CF/88. I. O afastamento de membro do Parquet para exercer outra função pública viabiliza-
se apenas nas hipóteses de ocupação de cargos na administração superior do próprio MP. II. Os cargos de Ministro,
Secretário de Estado ou do Distrito Federal, Secretário de Município da Capital ou Chefe de Missão
Diplomática não dizem respeito à administração do Ministério Público, ensejando, inclusive, se
efetivamente exercidos, indesejável vínculo de subordinação de seus ocupantes com o Executivo. III. Ação
direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade dos itens 2 e 3 do § 2º do art. 45 da Lei Complementar
sergipana 2/90. (ADI 3574, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, j. 16/5/07). Vejamos, a
propósito, julgado mais recente do STF: “Membros do Ministério Público não podem ocupar cargos
públicos fora do âmbito da Instituição, salvo cargo de professor e funções de magistério. A Resolução
72/2011 do CNMP, ao permitir que membro do Parquet exerça cargos fora do MP, é flagrantemente contrária ao art.
128, § 5º, II, "d", da CF/88. Consequentemente, a nomeação de membro do MP para o cargo de Ministro da
Justiça viola o texto constitucional.” (STF. Plenário. ADPF 388, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 9/3/16).

e) EXERCER atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(MPSP-2008) (MPPR-2008) (MPDFT-2009) (MPMG-2010) (MPSC-2016)

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas
ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º APLICA-SE aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. [obs.:
a denominada “quarentena”.] (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPCE-2009) (MPDFT-
2009) (MPMG-2010) (MPRO-2010) (MPSE-2010) (TJMA-2013) (Assist. Téc./MPBA-2017)

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: (...)


Parágrafo único. Aos juízes é vedado: (...)
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

(MPRN-2009-CESPE): Assinale a opção correta com relação ao que dispõe a CF acerca do MP: Quando
um membro do MP se aposenta, é vedado a ele advogar no juízo ou tribunal em que atuava, antes de que
hajam transcorrido três anos da aposentadoria. BL: art. 128, §6º c/c art. 95, § único, V45, da CF.

Art. 129. SÃO FUNÇÕES INSTITUCIONAIS do Ministério Público:

I - PROMOVER, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; (TJSP-2008) (MPRN-2009)


(MPSP-2006/2010) (MPSE-2010) (MPF-2005/2011) (TJDFT-2014) (TCEMG-2018) (TJPA-2019)

II - ZELAR pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados nesta Constituição, PROMOVENDO as medidas necessárias a sua garantia; (MPSP-
2010)

(MPSE-2010-CESPE): Acerca das autonomias constitucionais, da estrutura organizacional e do regime


jurídico do MP na CF, julgue o item a seguir: Cabe ao MP zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos

45Art. 95. (...). Parágrafo único. Aos juízes é vedado: (...) V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
268
e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na CF e promover as medidas necessárias à
sua garantia. Essa é função autenticamente de defensor do povo, o chamado ombudsman. BL: art. 129, II,
CF.

III - PROMOVER o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; [Atenção: não é privativa!] (MPF-2005)
(MPRO-2008) (TJPA-2009) (MPDFT-2009) (MPRN-2009) (TRF5-2009) (MPSP-2006/2010) (MPSE-2010)
(MPPB-2010) (TJPI-2012) (TJBA-2012) (MPAL-2012) (MPSC-2012) (TJPR-2011/2013) (Cartórios/TJPE-2013)
(TJCE-2014) (TRF3-2016) (TJRJ-2011/2016/2019)

##Atenção: ##Reperc. Geral/STF – Tese 561: ##DOD: ##TJSC-2019: ##CESPE: O MP tem legitimidade
para ajuizar ação civil pública que vise anular ato administrativo de aposentadoria que importe em
lesão ao patrimônio público (art. 129, III, CF). STF. Plenário. RE 409356/RO, Rel. Min. Luiz Fux, j.
25/10/18 (Info 921).

(MPTO-2012-CESPE): Tendo em vista que o membro do MP está sujeito às mesmas regras de impedimento
e suspeição dos juízes, assinale a opção correta: A participação de membro do MP em inquérito civil não
impede a sua atuação na ACP. BL: art. 129, III, CF (proc. civil)

##Atenção: Segundo Hugo Mazzilli, o inquérito civil é uma investigação administrativa a cargo do MP,
que tem como finalidade básica a reunião de elementos de convicção para eventual propositura de ação
civil pública. De maneira subsidiária, serve para que o MP: (i) prepare a tomada de compromissos de
ajustamento de conduta ou realize audiências públicas e expeça recomendações dentro de suas atribuições;
(ii) colha elementos necessários para o exercício de qualquer ação pública ou para se equipar ao exercício
de qualquer outra atuação de sua competência.

##Atenção: ##Dica:
➢ InquErito civil = Exclusivo MP
➢ Ação Civil pública = Concorrente
➢ Ação Penal = Privativo
➢ MP não instaura IP

(TJSP-2011-VUNESP): O som produzido por templo religioso durante os ofícios causa desconforto a
moradores da vizinhança. O MP propõe ação civil pública e a defesa argui sua ilegitimidade, além de
invocar a liberdade de culto – inciso VI do art. 5º da CF/88. A decisão adequada à espécie deverá julgar
procedente a ação civil pública, pois o MP é parte legítima e o som excessivo configura poluição sonora.
BL: art. 5º, LACP e art. 129, I e III da CF/88 e art. 54, caput da Lei 9605/98. (ambiental)

##Atenção: Consoante o art. 129, I da CF, é função institucional do MP, privativamente, promover ação
penal pública, na forma da lei. De acordo com o art. 129, III da CF, é função institucional do MP “promover
o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos”. Além disso, o art. 54 da Lei 9605/98 prevê a configuração do crime de poluição
para o ato causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar à saúde
humana.

(TJMG-2009): O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública destinada a garantir
direitos das crianças e dos idosos. BL: art. 129, III, CF.

(TJMS-2008): O MP está legitimado a defender os interesses do consumidor, sejam tais interesses difusos,
coletivos ou, ainda, individuais homogêneos. (difusos)

##Atenção: Não existe divergência acerca da legitimidade do MP para tutelar direitos difusos e coletivos,
visto que a CF, em seu art. 129, III, determina que é função do MP proteger tais interesses. Quanto aos
individuais homogêneos é que reside alguma dúvida, devendo-se destacar que a jurisprudência do STJ,
majoritariamente, se posicionou no seguinte sentido: o MP detém legitimidade para ajuizar ACP em defesa
de interesses individuais homogêneos, desde que os mesmos possuam uma “relevância social”. Em
complemento, tem-se que o mesmo STJ, majoritariamente, entende que, se os direitos individuais
homogêneos decorrerem de uma relação de consumo, tal “relevância social” é presumida ou pressuposta.
Tal entendimento faz sentido, pois a CF afirma que é dever do Estado a proteção do consumidor (art. 5º,
XXXII) e o MP é um ente estatal.

269
IV - PROMOVER a AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE ou REPRESENTAÇÃO para fins de
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; (TJPA-2009) (TCEMG-2018)

(MPES-2010-CESPE): Com relação ao perfil constitucional do MP, assinale a opção correta: Constitui
função institucional do MP promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de
intervenção da União, nas hipóteses constitucionalmente estabelecidas. BL: art. 129, IV, CF.

V - DEFENDER judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; (MPF-2005) (TJPA-


2009) (MPSP-2010) (TRF1-2011) (MPAP-2012) (TCEMG-2018)

VI - EXPEDIR notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,


REQUISITANDO informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
(TJPA-2009) (MPF-2005/2013) (MPSC-2016)

VII - EXERCER o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada
no artigo anterior; (MPF-2005) (TJPA-2009) (MPSE-2010) (MPSP-2010) (TJSP-2014) (TCEMG-2018)

(MPPR-2014): Pela CF/1988, é função institucional do “parquet” exercer o controle externo da atividade
policial, na forma da lei complementar, a qual estabelecerá a organização, as atribuições e o estatuto de
cada Ministério Público. BL: art. 129, VII c/c art. 128, §5º da CF.

(TJMG-2008): Ao Ministério Público compete, dentre outras funções institucionais, exercer o controle
externo da atividade policial, na forma da lei complementar. BL: art. 129, VII, CF.

VIII - REQUISITAR diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, INDICADOS


os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; (MPRN-2009) (MPSE-2010) (MPF-2005/2013)
(MPSC-2016) (TCEMG-2018)

IX - EXERCER outras funções que lhe forem conferidas, DESDE QUE compatíveis COM SUA
FINALIDADE, SENDO-LHE VEDADA a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades
públicas. (MPCE-2009) (TRF1-2009) (MPRO-2010) (MPSE-2010) (MPAP-2012)

##Atenção: ##Reperc. Geral/STF – Tese 184: ##DOD: ##TJPB-2011: ##MPPR-2012: ##TJAL-2015:


##FCC: ##TRF4-2016: ##Téc./MPRJ-2016: ##FGV: ##TJPR-2017: ##CESPE: O STF reconheceu a
legitimidade do MP para promover, por autoridade própria, investigações de natureza penal, mas
ressaltou que essa investigação deverá respeitar alguns parâmetros que podem ser a seguir listados: 1)
Devem ser respeitados os direitos e garantias fundamentais dos investigados; 2) Os atos investigatórios
devem ser necessariamente documentados e praticados por membros do MP; 3) Devem ser observadas
as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição, ou seja, determinadas diligências somente podem
ser autorizadas pelo Poder Judiciário nos casos em que a CF/88 assim exigir (ex: interceptação telefônica,
quebra de sigilo bancário etc); 4) Devem ser respeitadas as prerrogativas profissionais asseguradas por
lei aos advogados; 5) Deve ser assegurada a garantia prevista na Súmula vinculante 14 do STF (“É direito
do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados
em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa”); 6) A investigação deve ser realizada dentro de prazo razoável;
7) Os atos de investigação conduzidos pelo MP estão sujeitos ao permanente controle do Poder
Judiciário. Portanto, o MP dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo
razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a
qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado. A tese fixada em repercussão geral
foi a seguinte: “O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por
prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que
assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por
seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas
profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º,
notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no
Estado democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente
documentados (Enunciado 14 da Súmula Vinculante), praticados pelos membros dessa Instituição.” STF.
Plenário. RE 593727/MG, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, j. 14/5/15
(Info 785).

270
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: A CF/88 expressamente menciona que o MP tem poder para
investigar crimes? A CF/88 não fala isso de forma expressa. Adota-se aqui a teoria dos poderes implícitos.
Segundo essa doutrina, nascida nos EUA (Mc CulloCh vs. Maryland – 1819), se a Constituição outorga
determinada atividade-fim a um órgão, significa dizer que também concede todos os meios necessários
para a realização dessa atribuição. A CF/88 confere ao MP as funções de promover a ação penal pública
(art. 129, I). Logo, ela atribui ao Parquet também todos os meios necessários para o exercício da denúncia,
dentre eles a possibilidade de reunir provas para que fundamentem a acusação. Ademais, a CF/88 não
conferiu à Polícia o monopólio da atribuição de investigar crimes. Em outras palavras, a colheita de provas
não é atividade exclusiva da Polícia. Desse modo, não é inconstitucional a investigação realizada
diretamente pelo MP. Esse é o entendimento do STF e do STJ.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Qual é o fundamento constitucional? Além da doutrina dos
poderes implícitos, podemos citar como fundamento constitucional que autoriza, de forma implícita, o
poder de investigação do MP, o art. 129, incisos I, VI, VII, VIII e IX da CF/88.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Existe algum fundamento legal? O art. 8º, incisos I, V e VII
da LC 75/1993,46 também de forma implícita, autoriza a realização de atos de investigação.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Resolução 181/2017 do CNMP: A Resolução 181/2017
disciplina a instauração e tramitação do procedimento investigatório criminal a cargo do MP.

(Téc./MPRJ-2016-FGV): Chega notícia através da Ouvidoria do Ministério Público da prática de determinado


crime e que possivelmente haveria omissão da Delegacia de Polícia na apuração. Em razão disso, o Promotor
de Justiça instaura procedimento de investigação criminal no âmbito da própria Promotoria. Sobre o poder
investigatório do MP, de acordo com a atual jurisprudência dos Tribunais Superiores, a conduta do promotor
foi legal, pois tem o MP poder de investigação direta, respeitados os direitos constitucionais do investigado,
assim como eventual foro por prerrogativa de função. BL: Info 785 e Info 787, STF.
(TRF4-2016): O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria e por prazo
razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e as garantias que assistem a
qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes,
as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham
investidos, em nosso País, os advogados, sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado
Democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados,
praticados pelos membros daquela instituição. BL: Info 785 e Info 787, STF.
(TJAL-2015-FCC): A investigação de uma infração penal poderá ser conduzida pelo Ministério Público,
conforme recente decisão do STF. BL: Info 785 e Info 787, STF.

(MPDFT-2009): Assinale a alternativa correta: As funções institucionais do MP elencadas no art. 129 da


CF/88 não têm rol taxativo, pois permitem o exercício de outras funções compatíveis com a finalidade da
Instituição. BL: art. 129, IX, CF.

##Atenção: ##TRF1-2009: ##MPRO-2010: ##CESPE: O rol das funções institucional é exemplificativo,


consoante teor do inciso IX do art. 129 da CF.

§ 1º A LEGITIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO para as ações civis previstas neste artigo NÃO
IMPEDE a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. (MPF-2005)
(TJMG-2008) (MPRN-2009) (MPSP-2010) (TJPI-2012) (TJPA-2012) (TRT6-2013) (TJCE-2014)

(MPSP-2017): A Constituição Federal atribui, de forma expressa e direta, legitimidade ativa para a
propositura de ação civil pública para a defesa de interesses difusos, ao Ministério Público, permitindo a
instituição de concorrência de iniciativas no âmbito legal. BL: art. 129. III e §1º da CF.

##Atenção: Pela literalidade do art. 129, III da CF, o único legitimado ativo expresso para a propositura de
ação civil pública é o MP. Por outro lado, consoante dispõe o §1º do art. 129 da CF, assegura-se a
possibilidade de as ações civis previstas no referido dispositivo serem propostas, também, por terceiros,
sendo certo que a definição desses terceiros foi delegada à legislação infraconstitucional, o que pode ser
visto pela análise do microssistema de tutela coletiva brasileiro.

46Art. 8º Para o exercício de suas atribuições, o Ministério Público da União poderá, nos procedimentos de sua
competência: I - notificar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva, no caso de ausência injustificada; (...) V
- realizar inspeções e diligências investigatórias; (...) VII - expedir notificações e intimações necessárias aos
procedimentos e inquéritos que instaurar;

271
§ 2º As FUNÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO SÓ PODEM SER EXERCIDAS por integrantes da
carreira, que DEVERÃO RESIDIR na comarca da respectiva lotação, SALVO autorização do chefe da
instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJPR-2008) (TJSE-2008) (MPRN-
2009) (MPSC-2013)

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos,
assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de
classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (TJMG-2012)

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público SERÁ IMEDIATA. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 45, de 2004) (MPSP-2005/2008)

Art. 130. Aos membros do Ministério Público JUNTO AOS TRIBUNAIS DE CONTAS APLICAM-
SE as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura. (MPSP-2005)
(TJDFT-2015) (TJMSP-2016)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O Ministério Público de Contas não tem legitimidade para impetrar
mandado de segurança em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua. STF. Plenário
virtual. RE 1178617 RG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 25/4/19 (repercussão geral).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O MP junto ao Tribunal de Contas não dispõe de fisionomia institucional
própria, não integrando o conceito de MP enquanto ente despersonalizado de função essencial à Justiça
(CF/88, art. 127), cuja abrangência é disciplina no art. 128 da CF/88. STF. 2ª Turma. Rcl 24162 AgR, Rel.
Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016.

##Atenção: ##DOD: Ausência de autonomia: As autonomias previstas no art. 127, § 2º, da CF/88 não se
aplicam ao Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas. Assim, esse “Parquet” continua
sendo, na linha da tradição jurídica consagrada pela prática republicana, parte integrante da própria
estruturação orgânica dos Tribunais de Contas (Min. Celso de Mello).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Nos termos do art. 128 da CF/88, o MP junto aos Tribunais de Contas não
compõe a estrutura do Ministério Público comum da União e dos Estados, sendo apenas atribuídas aos
membros daquele as mesmas prerrogativas funcionais deste (art. 130). As atribuições do Ministério
Público comum, entre as quais se inclui sua legitimidade processual extraordinária e autônoma, não se
estendem ao Ministério Público junto aos Tribunais de Contas, cuja atuação está limitada ao controle
externo a que se refere o art. 71 da CF/88. STF. 1ª T. Rcl 24159 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 8/11/16.

Art. 130-A. O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO COMPÕE-SE de quatorze


membros NOMEADOS pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta
do Senado Federal, para um mandato de dois anos, ADMITIDA UMA RECONDUÇÃO, sendo: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (MPF-2005) (MPSP-2005) (MPCE-2009) (MPMG-2012/2014)
(TJRS-2016) (MPSC-2016)

I - o Procurador-Geral da República, que o preside; (MPDFT-2004) (MPRN-2009) (MPMG-2012/2014)


(MPCE-2020)

II - QUATRO MEMBROS do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma


de suas carreiras; (MPDFT-2004) (MPSP-2005) (MPSC-2016)

III - TRÊS MEMBROS do Ministério Público dos Estados; (MPDFT-2004) (MPSP-2005) (MPBA-2010)
(MPMG-2014)

IV - DOIS JUÍZES, INDICADOS um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal
de Justiça; (MPMG-2014) (TJRS-2016) (MPCE-2020)

272
V - DOIS ADVOGADOS, INDICADOS pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
(MPBA-2010) (MPCE-2020)

##Atenção: ##MPCE-2020: ##CESPE: Na composição do CNMP não há exigência obrigatória que os


advogados sejam PÚBLICOS. Na CF/88 há menção apenas da indicação de 2 advogados pelo Conselho
Federal da OAB.

VI - DOIS CIDADÃOS de notável saber jurídico e reputação ilibada, INDICADOS um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (MPDFT-2004) (MPBA-2010) (MPSE-2010) (MPMG-2014)

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos


Ministérios Públicos, na forma da lei.

§ 2º COMPETE ao CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO o controle da atuação


administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus
membros, CABENDO-LHE: (MPRO-2008) (MPBA-2010) (MPMG-2010) (MPSE-2010) (MPSC-2013)

(MPCE-2020-CESPE): Segundo a CF, o Conselho Nacional do Ministério Público é competente para


exercer o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público. BL: art. 130-A, §2º, CF.

I - ZELAR pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, PODENDO EXPEDIR


atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou RECOMENDAR providências; (MPDFT-2004)
(MPRO-2008) (TJSC-2009) (MPMG-2010) (MPCE-2020)

(MPRS-2016): Nos termos do art. 130-A da CF/88, compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o
controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres
funcionais de seus membros, cabendo lhe zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério
Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências. BL: art. 130-A, §2º, I da CF.

II - ZELAR pela observância do art. 37 e APRECIAR, de ofício ou mediante provocação, a


LEGALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS praticados por membros ou órgãos do Ministério
Público da União e dos Estados, PODENDO DESCONSTITUÍ-LOS, revê-los ou fixar prazo para que se
adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, SEM PREJUÍZO da competência dos
Tribunais de Contas; (MPBA-2010) (MPSE-2010) (MPSC-2013/2016)

(TJRS-2016-Faurgs): Assinale a alternativa correta sobre os Conselhos Nacionais de Justiça e do Ministério


Público, de acordo com as previsões dos artigos 103-B e 130-A: Os Conselhos têm competência para
desconstituir atos administrativos ilegais praticados pelos órgãos das instituições a que pertencem, sem
prejuízo da competência dos Tribunais de Contas. BL: arts. 103-B, §4º, II e 130, §2º II, da CF/88.

(MPRS-2016): Nos termos do art. 130-A da CF/88, compete ao CNMP o controle da atuação administrativa
e financeira do MP e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe zelar pela
observância do artigo 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados,
podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas. BL: art. 130-A, §2º, II, da CF.

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou
dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional
da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade
e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019) (MPRN-2009) (MPBA-2010) (MPMG-2010) (MPSC-2013) (MPRS-2016)

IV - REVER, de ofício ou mediante provocação, os PROCESSOS DISCIPLINARES de membros do


Ministério Público da União ou dos Estados JULGADOS há menos de um ano; (TJAM-2013) (MPMG-
2010/2014) (MPSC-2013/2016) (MPCE-2020)

273
##Atenção: ##STF: ##DOD: O CNMP não possui competência para rever processos disciplinares
instaurados e julgados contra servidores do Ministério Público pela Corregedoria local. A competência
revisora conferida ao CNMP limita-se aos processos disciplinares instaurados contra os membros do
Ministério Público da União ou dos Estados (inciso IV do § 2º do art. 130-A da CF), não sendo possível a
revisão de processo disciplinar contra servidores. STF. 1ª T. MS 28827/SP, rel. Min. Cármen Lúcia, j.
28/8/12 (Info 677).

(MPRS-2016): Nos termos do art. 130-A da CF/88, compete ao CNMP o controle da atuação administrativa
e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-
lhe rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público
da União ou dos Estados julgados há menos de um ano. BL: art. 130-A, §2º, IV, CF.

V - ELABORAR RELATÓRIO ANUAL, propondo as providências que julgar necessárias sobre a


situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista
no art. 84, XI.

(MPRS-2016): Nos termos do artigo 130-A da Constituição Federal, compete ao Conselho Nacional do
Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do
cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe elaborar relatório anual, propondo as
providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do
Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no artigo 84, inciso XI, da Carta (compete
privativamente ao Presidente da República remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional
por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que
julgar necessárias). BL: art. 130-A, §2º, V c/c art. 84, XI, da CF.

§ 3º O Conselho ESCOLHERÁ, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do


Ministério Público que o integram, VEDADA a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe
forem conferidas pela lei, as seguintes: (MPSP-2005) (MPBA-2010) (MPSE-2010) (TJRS-2016) (MPSC-
2014/2019) (MPCE-2020)

I - RECEBER reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do


Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;

II - EXERCER funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;

III - REQUISITAR e DESIGNAR membros do Ministério Público, DELEGANDO-LHES


atribuições, e REQUISITAR servidores de órgãos do Ministério Público.

§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil OFICIARÁ junto ao


Conselho.

(MPMG-2014): O Conselho Nacional do Ministério Público é presidido pelo Procurador-Geral da


República, e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados oficiará junto ao Conselho. BL:
art. 130-A, I c/c §4º, CF.

§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive
contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Seção II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
REPRESENTA a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que
dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do
Poder Executivo. (TJMG-2009) (TJGO-2009) (MPSE-2010) (TJPI-2012) (TJPA-2012) (TJMS-2012) (TCM/BA-
2018)

274
(TJPB-2011-CESPE): A AGU é o órgão que, de modo direto, ou mediante órgão vinculado, representa a
União, judicial e extrajudicialmente, cumprindo-lhe realizar a consultoria e o assessoramento jurídico do
Poder Executivo. BL: art. 131, CF/88.

§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo
Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação
ilibada. (TJBA-2012) (TJMA-2013)

§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante
concurso público de provas e títulos.

§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União CABE à


PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL, observado o disposto em lei.

(Téc. Legisl./ALESE-2018-FCC): A instituição prevista na Constituição Federal que, diretamente ou por


meio de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei
complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e
assessoramento jurídico do Poder Executivo, é a Advocacia-Geral da União. BL: art. 131, CF/88.

##Atenção: ##Resumo: ##QConcursos: AGU:


→ Representa a União, judicial e extrajudicialmente.
→ Realiza as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo, nos termos de lei
complementar.
→ Chefe - Advogado-Geral da União - Nomeado dentre CIDADÃOS pelo PR.
→ Deve possuir + de 35 anos (não tem idade máxima).
→ Reputação ilibada + notável saber jurídico.
→ O mandato NÃO tem prazo determinado.
→ ADVOCACIA PÚBLICA NÃO TEM, AUTONOMIA FUNCIONAL, ADMINISTRATIVA E
FINANCEIRA.

(TJRO-2011-PUCPR): Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe


à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei. BL: art. 131, §3º, CF.

Art. 132. Os PROCURADORES DOS ESTADOS e DO DISTRITO FEDERAL, organizados em


carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem
dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, EXERCERÃO a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(TJDFT-2007) (TJPB-2011)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional lei estadual que confira à Procuradoria-Geral do Estado
(PGE) competência para controlar os serviços jurídicos e para fazer a representação judicial de empresas
públicas e sociedades de economia mista, inclusive com a possibilidade de avocação de processos e
litígios judiciais dessas estatais. Essa previsão cria uma ingerência indevida do Governador na
administração das empresas públicas e sociedades de economia mista, que são pessoas jurídicas de
direito privado. O art. 132 da CF/88 confere às Procuradorias dos Estados/DF atribuição para as
atividades de consultoria jurídica e de representação judicial apenas no que se refere à administração
pública direta, autárquica e fundacional. STF. Plenário. ADI 3536/SC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j.
2/10/19 (Info 954).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: O art. 132 da CF/88 abrange quais órgãos e entidades da
Administração Pública? Administração direta, autárquica e fundacional. Assim, a PGE (PGDF) é
responsável pela representação judicial e pela consultoria jurídica da (s): a) administração direta (órgãos); b)
autarquias; e c) fundações. Nesse sentido: “A Constituição Federal estabeleceu um modelo de exercício exclusivo,
pelos procuradores do estado e do Distrito Federal, de toda a atividade jurídica das unidades federadas estaduais e distrital
– o que inclui as autarquias e as fundações -, seja ela consultiva ou contenciosa”. STF. Plenário. ADI 145, Rel. Min.
Dias Toffoli, julgado em 20/06/2018.

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que “a
representação judicial e extrajudicial dos órgãos da administração indireta é de competência dos
profissionais do corpo jurídico que compõem seus respectivos quadros e integram advocacia pública
cujas atividades são disciplinadas em leis especificas.” Essa previsão viola o princípio da unicidade da
representação judicial dos Estados e do Distrito Federal. O art. 132 da CF/88 atribuiu aos Procuradores
275
dos Estados e do DF exclusividade no exercício da atividade jurídica contenciosa e consultiva não
apenas dos órgãos, mas também das entidades que compõem a administração pública indireta. STF.
Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 27 e 28/3/19 (Info 935)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que cria o cargo de
procurador autárquico em estrutura paralela à Procuradoria do Estado. Também é inconstitucional
dispositivo de Constituição Estadual que transforma os cargos de gestores jurídicos, advogados e
procuradores jurídicos em cargos de procuradores autárquicos. STF. Plenário. ADI 5215/GO, Rel. Min.
Roberto Barroso, j. 27 e 28/3/19 (Info 935).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que os
procuradores autárquicos e os advogados de fundação terão competência privativa para a representação
judicial e o assessoramento jurídico dos órgãos da Administração Estadual Indireta aos quais
vinculados, e que, para os efeitos de incidência de teto remuneratório, eles serão considerados
“procuradores”, nos termos do art. 37, XI, da CF/88. STF. Plenário. ADI 4449/AL, Rel. Min. Marco Aurélio,
j. 27 e 28/3/19 (Info 935).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que a
Procuradoria Geral do Estado ficará responsável pelas atividades de representação judicial e de
consultoria jurídica apenas “do Poder Executivo”. Essa previsão viola o princípio da unicidade da
representação judicial dos Estados e do Distrito Federal. De acordo com o art. 132 da CF/88 as atribuições
da PGE não ficam restritas ao Poder Executivo, abrangendo também os demais Poderes. Desse modo,
compete à PGE a representação estadual como um todo, independentemente do Poder. STF. Plenário.
ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 27 e 28/3/19 (Info 935).

##Atenção: ##DOD: Princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal:
Segundo tal “princípio”, os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal serão os únicos responsáveis
pela representação judicial e pela consultoria jurídica das respectivas unidades federadas, ou seja, só
um órgão pode desempenhar as funções de representação judicial e de consultoria jurídica nos Estados
e DF e este órgão é a Procuradoria-Geral do Estado (ou PGDF). Este “princípio” está previsto no art. 132
da CF/88.

##Atenção: ##DOD: Exceções: A jurisprudência do STF reconhece a existência de duas exceções ao


princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal:
➢ Primeira exceção: Procuradorias do Legislativo e do Tribunal de Contas: é uma criação
jurisprudencial e consiste na possibilidade de criação de procuradorias vinculadas ao Poder
Legislativo e ao Tribunal de Contas, para a defesa de sua autonomia e independência perante os
demais Poderes, hipótese em que se admite a consultoria e assessoramento jurídico dos órgãos
por parte de seus próprios procuradores.
➢ Segunda exceção: art. 69 do ADCT: Encontra-se prevista expressamente na CF/88, mais
especificamente no art. 69 do ADCT: “Será permitido aos Estados manter consultorias jurídicas
separadas de suas Procuradorias-Gerais ou Advocacias-Gerais, desde que, na data da promulgação da
Constituição, tenham órgãos distintos para as respectivas funções”. O art. 69 do ADCT foi uma exceção
transitória ao princípio da unicidade orgânica da Procuradoria estadual. Esta exceção foi
prevista com o objetivo de garantir a continuidade dos serviços de representação e consultoria
jurídicas que existiam na Administração Pública no período logo em seguida à promulgação
da CF/88, quando algumas Procuradorias estaduais ainda não estavam totalmente estruturadas.
Em outras palavras, foi pensada como uma forma de evitar lacunas e uma desorganização da
Administração Pública. Vale ressaltar que só foram mantidas as consultorias jurídicas que já
existiam antes da promulgação da Constituição.

##Atenção: ##TJMA-2013: ##CESPE: A forma de provimento do cargo de Procurador-Geral do Estado,


não prevista pela Constituição Federal (art. 132), pode ser definida pela Constituição Estadual,
competência esta que se insere no âmbito de autonomia de cada Estado-membro, orientação que já havia
sido afirmada no julgamento da ADI 2.581. Asseverou-se, assim, que o Estado-membro não está obrigado
a observar o modelo federal para o provimento do cargo de Advogado-Geral da União (art. 131, § 1º). (STF,
Plenário, ADI 2682, Min. Rel. Gilmar Mendes, j. 12/02/09).

##Atenção: ##TJPB-2011: ##CESPE: "Representação judicial não excludente da Constituição de mandatário ad


judicia para causa específica. Ao conferir aos procuradores dos Estados e do Distrito Federal a sua representação
judicial, o art. 132 da CF/1988 veicula norma de organização administrativa, sem tolher a capacidade de tais

276
entidades federativas para conferir mandato ad judicia a outros advogados para causas especiais." (STF,
Pet 409-AgR, Rel. p/ o ac. Min. Sepúlveda Pertence, j. 18-4-90, Plenário, DJ de 29-6-90)

(TCM/BA-2018-CESPE): No que se refere às funções essenciais à justiça, é correto afirmar que. os


procuradores dos estados são servidores públicos concursados incumbidos da função de representação
judicial e consultoria jurídica às respectivas unidades federadas. BL: art. 132, CF/88.

(TJDFT-2015-CESPE): A respeito do Poder Judiciário, do controle de constitucionalidade e das funções


essenciais à justiça, assinale a opção correta considerando a CF e a jurisprudência do STF: Se o resultado
de uma eleição para a presidência de um tribunal de justiça estadual for questionado judicialmente,
competirá à procuradoria-geral do estado a representação do tribunal de justiça para defender o ato
impugnado. BL: art. 132, CF.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo É ASSEGURADA ESTABILIDADE após
três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório
circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJDFT-2007)

SEÇÃO III
DA ADVOCACIA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 133. O ADVOGADO é indispensável à administração da justiça, SENDO INVIOLÁVEL por


seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. (TJMG-2008) (TJSP-2008) (TJSC-
2009) (TJGO-2015)

(TJDFT-2007): No trato das Funções Essenciais à Justiça, tal como preconizado na CF/1988, é correto
afirmar: A lei pode disciplinar a inviolabilidade do advogado por seus atos e manifestações exarados no
exercício da profissão. BL: art. 133, CF.

##Atenção: O advogado é indispensável à administração da justiça, mas não é inviolável por todos os atos,
sendo apenas em relação àqueles praticados no exercício da profissão.

SEÇÃO IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 134. A DEFENSORIA PÚBLICA é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a
orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial,
dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV
do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) (TJCE-2014)
(TJDFT-2014) (DPECE-2014) (DPEAL-2017)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: Custos vulnerabilis significa “guardiã dos vulneráveis” (“fiscal dos
vulneráveis”). Enquanto o MP atua como custos legis (fiscal ou guardião da ordem jurídica), a
Defensoria Pública possui a função de custos vulnerabilis. Assim, segundo a tese da Instituição, em
todo e qualquer processo onde se discuta interesses dos vulneráveis seria possível a intervenção da
Defensoria Pública, independentemente de haver ou não advogado particular constituído. Quando a
Defensoria Pública atua como custos vulnerabilis, a sua participação processual ocorre não como
representante da parte em juízo, mas sim como protetor dos interesses dos necessitados em geral. O STJ
afirmou que deve ser admitida a intervenção da DPU no feito como custos vulnerabilis nas hipóteses
em que há formação de precedentes em favor dos vulneráveis e dos direitos humanos. STJ. 2ª S. EDcl no
REsp 1712163-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, j. 25/09/19 (Info 657).

##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJSC-2019: ##CESPE: A Defensoria Pública tem legitimidade para
propor ação civil pública em defesa de interesses individuais homogêneos de consumidores idosos que
tiveram plano de saúde reajustado em razão da mudança de faixa etária, ainda que os titulares não sejam
carentes de recursos econômicos. A atuação primordial da Defensoria Pública, sem dúvida, é a
assistência jurídica e a defesa dos necessitados econômicos. Entretanto, também exerce suas atividades
em auxílio a necessitados jurídicos, não necessariamente carentes de recursos econômicos. A expressão

277
"necessitados" prevista no art. 134, caput, da CF/88, que qualifica e orienta a atuação da Defensoria
Pública, deve ser entendida, no campo da Ação Civil Pública, em sentido amplo. Assim, a Defensoria
pode atuar tanto em favor dos carentes de recursos financeiros como também em prol do necessitado
organizacional (que são os "hipervulneráveis"). STJ. Corte Especial. EREsp 1.192.577-RS, Rel. Min. Laurita
Vaz, j. 21/10/15 (Info 573)
(TJSC-2019-CESPE): A respeito da defesa do consumidor em juízo, assinale a opção correta: A Defensoria
Pública tem legitimidade para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos individuais homogêneos de
consumidores idosos, independentemente da comprovação de hipossuficiência econômica dos beneficiários.
BL: Info 573, STJ.

##Atenção: ##STJ: ##DOD: O STJ, ao interpretar os requisitos legais para a atuação coletiva da
Defensoria Pública, adota exegese ampliativa da condição jurídica de “necessitado”, de modo a
possibilitar sua atuação em relação aos necessitados jurídicos em geral, não apenas aos hipossuficientes
sob o aspecto econômico. STJ. 1ª T. AgInt nos EDcl no REsp 1.529.933/CE, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
j. 20/5/19.

##Atenção: ##STJ: ##DOD: A expressão “necessitados” (art. 134, caput, da CF/88), que qualifica, orienta
e enobrece a atuação da Defensoria Pública, deve ser entendida, no campo da Ação Civil Pública, em
sentido amplo, de modo a incluir, ao lado dos estritamente carentes de recursos financeiros - os
miseráveis e pobres -, os hipervulneráveis (isto é, os socialmente estigmatizados ou excluídos, as
crianças, os idosos, as gerações futuras), enfim todos aqueles que, como indivíduo ou classe, por conta
de sua real debilidade perante abusos ou arbítrio dos detentores de poder econômico ou político,
'necessitem' da mão benevolente e solidarista do Estado para sua proteção, mesmo que contra o próprio
Estado. Vê-se, então, que a partir da ideia tradicional da instituição forma-se, no Welfare State, um novo
e mais abrangente círculo de sujeitos salvaguardados processualmente, isto é, adota-se uma
compreensão de minus habentes impregnada de significado social, organizacional e de dignificação da
pessoa humana. STJ. 2ª Turma. REsp 1.264.116/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 18/10/11.

##Atenção: ##STF: ##TRF1-2009: ##CESPE: Norma estadual que atribui à Defensoria Pública do estado
a defesa judicial de servidores públicos estaduais processados civil ou criminalmente em razão do
regular exercício do cargo extrapola o modelo da CF/1988 (art. 134), o qual restringe as atribuições da
Defensoria Pública à assistência jurídica a que se refere o art. 5º, LXXIV. STF. Plenário. ADI 3022, Rel.
Min. Joaquim Barbosa, j. 02/08/04.

§ 1º Lei complementar ORGANIZARÁ a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos


Territórios e PRESCREVERÁ normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira,
providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, ASSEGURADA a seus
integrantes a garantia da inamovibilidade e VEDADO o EXERCÍCIO DA ADVOCACIA fora das
atribuições institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(TJSE-2008) (TJRO-2011) (TJMG-2005/2012) (TJPI-2012) (TJAC-2012) (TJSC-2013/2017) (TCM/BA-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro
por prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE,
Defensores Públicos e Delegados de Polícia. A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa
de foro para as autoridades federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados
possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. STF. Plenário. ADI
2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 15/5/19 (Info 940).

##Atenção: ##STJ: ##DOD: Os Defensores Públicos NÃO precisam de inscrição na OAB para exerceram
suas atribuições. O art. 3º, § 1º, da Lei 8.906/94 deve receber interpretação conforme à Constituição de
modo a se concluir que não se pode exigir inscrição na OAB dos membros das carreiras da Defensoria
Pública. O art. 4º, § 6º, da LC 80/94 afirma que a capacidade postulatória dos Defensores Públicos
decorre exclusivamente de sua nomeação e posse no cargo público, devendo esse dispositivo prevalecer
em relação ao Estatuto da OAB por se tratar de previsão posterior e específica. Vale ressaltar que é válida
a exigência de inscrição na OAB para os candidatos ao concurso da Defensoria Pública porque tal
previsão ainda permanece na Lei. STJ. 2ª T. REsp 1.710.155-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 1/3/18
(Info 630).

(DPECE-2009-CESPE): Em relação à Defensoria na CF/1988, julgue o item que se segue: Aos defensores
públicos é assegurada a garantia da inamovibilidade. BL: art. 134, § 1º, CF.

278
§ 2º Às DEFENSORIAS PÚBLICAS ESTADUAIS SÃO ASSEGURADAS autonomia funcional e
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004) (TJMG-2008) (TJSE-2008) (DPEMS-2008) (TJGO-2009) (TJSC-2013/2017)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: Ao impor a nomeação de Defensores para atuar em processos na Justiça
Militar do Distrito Federal, em discordância com critérios de alocação de pessoal previamente
aprovados pelo Conselho Superior da Defensoria Pública do DF, a autoridade judiciária interfere na
autonomia funcional e administrativa do órgão. Reconhecida a inexistência de profissionais
concursados em número suficiente para atender toda a população do DF, os critérios indicados pelo
Conselho Superior da Defensoria Pública do DF para a alocação e distribuição dos Defensores Públicos
(locais de maior concentração populacional e de maior demanda, faixa salarial familiar até 5 salários
mínimos) revestem-se de razoabilidade. STJ. 5ª T. RMS 59.413-DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
j. 7/5/19 (Info 648).

##Atenção: ##STJ: ##DOD: A autonomia administrativa e a independência funcional asseguradas


constitucionalmente às defensorias públicas não permitem a ingerência do Poder Judiciário acerca da
necessária opção de critérios de atuação pelo Defensor Geral e a independência da atividade da
advocacia. STJ. 6ª T. HC 310.901/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. 16/06/2016.

(TJDFT-2007): Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e


a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias. BL: art. 134, § 2º, CF.

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 74, de 2013) (TJSC-2017)

§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência


funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta
Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo SERÃO
REMUNERADOS na forma do art. 39, § 4º [obs.: por subsídio]. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

(DPECE-2009-CESPE): Em relação à Defensoria na Constituição Federal de 1988, julgue o item que se


segue: O defensor público é remunerado por meio de subsídio. BL: art. 135 c/c art. 39, §4º, CF.47

TÍTULO V
Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas

CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO

Seção I
DO ESTADO DE DEFESA

Art. 136. O Presidente da República PODE, OUVIDOS o Conselho da República e o Conselho de


Defesa Nacional, DECRETAR ESTADO DE DEFESA para PRESERVAR ou PRONTAMENTE
RESTABELECER, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social AMEAÇADAS por
grave e iminente instabilidade institucional ou ATINGIDAS por calamidades de grandes proporções na
natureza. (TJMG-2007) (TJTO-2007) (TJSC-2009) (MPGO-2010) (TJCE-2012) (TJRN-2013) (TJSP-2013)
(MPMG-2013) (MPSC-2014/2019) (TJAL-2019)

47Art. 39. (...) § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o
acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
279
##Atenção: ##Dica:
➢ SÍTIO- S DE SOLICITA
➢ DEFESA- D DE DECRETA

##Atenção: É competência privativa do Presidente da República decretar o estado de defesa (art. 84, IX,
CF).

§ 1º O decreto que INSTITUIR o ESTADO DE DEFESA DETERMINARÁ o tempo de sua duração,


ESPECIFICARÁ as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas
a vigorarem, dentre as seguintes: (MPGO-2010) (TJRN-2013)

(TJES-2011-CESPE): O estado de defesa é instituído por decreto do presidente da República, após oitiva
do Conselho da República e do CDN, devendo constar, no referido ato presidencial, entre outras
determinações, o tempo de sua duração e as áreas a serem abrangidas. BL: art. 136, §1º, CF.

I - RESTRIÇÕES aos direitos de:

a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; (TJES-2011) (TJAC-2012) (TJMS-2012)
(TJDFT-2012) (MPMG-2013) (TJPR-2014)

b) sigilo de correspondência; (TJES-2011) (TJMS-2012) (TJPR-2014)

c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; (TJES-2011) (TJMS-2012) (TJPR-2014)

(TJAL-2008-CESPE): O estado de defesa autoriza a restrição ao direito de reunião, ainda que exercida no
seio das associações, ao sigilo de correspondência e ao sigilo de comunicação telegráfica e telefônica. BL:
art. 136, §1º, CF.

II - OCUPAÇÃO e USO TEMPORÁRIO de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade


pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. (TJDFT-2007)

(TJMS-2008-FGV): É inadmissível a requisição de hospitais municipais pela União, em situação de


normalidade institucional, sem a decretação de Estado de Defesa ou Estado de Sítio. BL: art. 136, II e art.
139, da CF.

§ 2º O tempo de duração DO ESTADO DE DEFESA NÃO SERÁ superior a trinta dias, PODENDO
SER PRORROGADO uma vez, por igual período, SE PERSISTIREM as razões que justificaram a sua
decretação. (TJMG-2007) (TJRN-2013) (TJMA-2013)

(MPSC-2014): O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa


Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional
ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. O decreto que instituir o estado de
defesa determinará o tempo de sua duração, que não poderá ser superior 30 dias, podendo ser renovado,
por igual período, sempre que persistirem as razões que justificaram a sua decretação. BL: art. 136, §2º,
CF/88.

§ 3º Na vigência do estado de defesa:

I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada
imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de
corpo de delito à autoridade policial;

(TJRS-2009): Durante a vigência do estado de defesa, é constitucional a prisão efetuada sem ordem judicial,
ainda que não em flagrante delito. BL: art. 136, § 3º, I da CF/88.

##Atenção: Nos termos do art. 136, §3º, I da CF, na vigência do estado de defesa a prisão por crime contra
o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz

280
competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à
autoridade policial.

II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do


detido no momento de sua autuação;

III - a PRISÃO ou DETENÇÃO de qualquer pessoa NÃO PODERÁ SER superior a dez dias, SALVO
quando autorizada pelo PODER JUDICIÁRIO; (TJMG-2007) (TJRS-2009)

IV - É VEDADA a incomunicabilidade do preso. (MPDFT-2009)

§ 4º DECRETADO o ESTADO DE DEFESA ou SUA PRORROGAÇÃO, o Presidente da República,


dentro de vinte e quatro horas, SUBMETERÁ o ato com a respectiva justificação AO CONGRESSO
NACIONAL, que DECIDIRÁ por maioria absoluta. (TJTO-2007) (MPGO-2010) (TJCE-2012) (TJSC-2019)

(TJPA-2019-CESPE): No que se refere ao estado de defesa e ao estado de sítio, julgue o item a seguir: O
estado de defesa, decretado pelo presidente da República, deve ser aprovado pelo Congresso Nacional.
BL: art. 136, § 4º, CF.

##Atenção: ##Dica:
➢ SÍTIO- S DE SOLICITA
➢ DEFESA- D DE DECRETA

(TJMG-2007): Quanto ao estado de defesa, é correto afirmar que o tempo de duração do estado de defesa
não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as
razões que justificaram a sua decretação. BL: art. 136, § 4º, CF.

§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de


cinco dias.

(TJSE-2015-FCC): Na hipótese de o Presidente da República decretar, no mês de janeiro, estado de exceção


em determinada região do país, em função de ameaças à ordem pública e paz social decorrentes de
desastres provocados pelas chuvas torrenciais do início do ano, sem que tenha havido anterior decreto de
exceção pelo mesmo fato, deverá o Congresso Nacional ser convocado, extraordinariamente, no prazo de
cinco dias, pelo Presidente do Senado Federal, para decidir, por maioria absoluta, sobre o estado de defesa.
BL: art. 136, §§ 4º e 5º da CF/88.

§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento,
devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.

§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Seção II
DO ESTADO DE SÍTIO

Art. 137. O Presidente da República PODE, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de


Defesa Nacional, SOLICITAR ao Congresso Nacional AUTORIZAÇÃO PARA DECRETAR o ESTADO
DE SÍTIO nos casos de: (TJMG-2007) (TJTO-2007) (MPGO-2010) (TJRN-2013) (TJMA-2013)

(TJPA-2019-CESPE): No que se refere ao estado de defesa e ao estado de sítio, julgue o item a seguir: O
presidente da República deve solicitar ao Congresso Nacional a autorização para decretar o estado de sítio.
BL: art. 137, CF.

##Atenção: ##TJRN-2013: ##CESPE: É necessária a prévia autorização do Congresso Nacional para a


decretação de sítio, nos termos do caput do art. 137 da CF.

##Atenção: É competência privativa do Presidente da República decretar o estado de sítio (art. 84, IX, CF).

##Atenção: ##Dica:
281
➢ SÍTIO- S DE SOLICITA
➢ DEFESA- D DE DECRETA

I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que COMPROVEM a ineficácia de


medida tomada durante o estado de defesa; (MPGO-2010) (TJCE-2012) (TJSC-2019)

(TJSP-2013-VUNESP): É caso de decretação do Estado de Sítio: ocorrência de fatos que comprovem a


ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa. BL: art. 137, I, CF.

##Atenção: ##TJCE-2012: ##CESPE: “Depois de publicado o decreto de instituição do estado de sítio, o


Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. Dessa forma
as áreas abrangidas pelo estado de sítio não precisarão constar, especificamente, do decreto que o instituir,
devendo ser ulteriormente designadas pelo Presidente da República. Em verdade, a motivação para a
decretação do estado de sítio será, em regra, uma anormalidade de caráter nacional (em princípio, na
hipótese de a anormalidade atingir apenas locais restritos e determinados, será cabível apenas a
decretação do estado de defesa). Não obstante, apesar de os pressupostos para a decretação de estado de
sítio serem situações de alcance ou repercussão nacional, as medidas coercitivas não necessariamente
abrangerão todas as áreas do território nacional (mas podem ter tal abrangência, se necessário,
diferentemente do que ocorre na decretação de estado de defesa). Sejam quais forem as áreas abrangidas
pelas medidas, repita-se, o Presidente da República só precisará designá-las depois de editado o decreto
de instituição do estado de sítio.” (Fonte: Direito Constitucional Descomplicado. Vicente Paulo & Marcelo
Alexandrino – 4ª Ed. Ed. Método, p. 862).

II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. (MPGO-2010) (TJSC-


2019)

Parágrafo único. O Presidente da República, AO SOLICITAR autorização para decretar o ESTADO


DE SÍTIO ou SUA PRORROGAÇÃO, RELATARÁ os motivos determinantes do pedido, DEVENDO o
Congresso Nacional DECIDIR por MAIORIA ABSOLUTA. (TJTO-2007) (TJSC-2009) (TRF2-2009)
(MPGO-2010)

Art. 138. O decreto do ESTADO DE SÍTIO INDICARÁ sua duração, as normas necessárias a sua
execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, DEPOIS DE PUBLICADO, o Presidente
da República DESIGNARÁ o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. (MPGO-2010) (TJES-
2011) (MPF-2011) (TJMA-2013)

(TJRN-2013-CESPE): A respeito da defesa do Estado e das instituições democráticas, assinale a opção


correta: No decreto do estado de sítio, devem constar a duração da medida, as normas necessárias a sua
execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, devendo o presidente da República, após a
publicação do decreto, designar o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. BL: art. 138, CF.

(TJCE-2012-CESPE): Assinale a opção correta acerca dos preceitos relativos à defesa do Estado e das
instituições democráticas: As especificações da amplitude do estado de sítio podem ser feitas após a sua
decretação. BL: art. 138, parte final, CF.

##Atenção: A questão, ao falar em “amplitude do estado de sítio”, deve estar se referindo à área de
abrangência. Portanto, no Estado de Defesa, o decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo
de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas
coercitivas a vigorarem. Porém, o decreto de estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias
a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas e, depois de publicado, o Presidente
da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. Está no art. 138, caput,
parte final da CF.

§ 1º. O ESTADO DE SÍTIO, no caso do art. 137, I, NÃO PODERÁ SER DECRETADO por mais de
trinta dias, NEM prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, PODERÁ SER DECRETADO
por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira. (MPGO-2010) (TJPI-2015)

§ 2º. SOLICITADA autorização para decretar o ESTADO DE SÍTIO durante o recesso parlamentar,
o Presidente do SENADO FEDERAL, DE IMEDIATO, CONVOCARÁ EXTRAORDINARIAMENTE o

282
Congresso Nacional PARA SE REUNIR dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. (TJSC-2009) (TRF2-
2009) (TJMA-2013) (TJPI-2015)

##Atenção: Controle político PRÉVIO (leitura conjunta dos art. 137, § único e art. 138, §2º, CF).

§ 3º. O Congresso Nacional PERMANECERÁ EM FUNCIONAMENTO até o término das medidas


coercitivas. (TRF2-2009)

Art. 139. Na vigência do ESTADO DE SÍTIO decretado com fundamento no art. 137, I, SÓ
PODERÃO SER TOMADAS contra as pessoas as seguintes medidas:

I - obrigação de permanência em localidade determinada; (DPEAL-2009)

II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;

III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação


de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; (TJMS-2012)

IV - suspensão da liberdade de reunião; (TJAC-2012)

V - busca e apreensão em domicílio;

VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; (DPEAL-2009)

VII - requisição de bens.

Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de
parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

(TJTO-2007-CESPE): Acerca da defesa do Estado e das instituições democráticas, assinale a opção correta:
Conforme a doutrina majoritária, o Poder Judiciário pode reprimir abusos e ilegalidades cometidos nos
estados de defesa e de sítio, mas não pode perquirir acerca da existência ou não da conveniência e
oportunidade política para a sua decretação.

##Atenção: Segundo Alexandre de Moraes, “será possível ao Poder Judiciário reprimir eventuais abusos e
ilegalidades cometidas durante a execução das medidas do Estado de Defesa ou de Sítio, inclusive por meio de mandado
de segurança e habeas corpus. Em relação, porém, à análise do mérito discricionário do Poder Executivo (no caso de
Estado de Defesa) e desse juntamente com o Poder Legislativo (no caso de Estado de Sítio), a doutrina dominante
entende impossível, por parte do Poder Judiciário, a análise da conveniência e oportunidade política para a decretação”.

##Atenção: Para decretar o Estado de Defesa e o Estado de Sítio, o Presidente da República deve ouvir,
sem caráter vinculativo, os Conselhos da República e da Defesa Nacional (arts. 136 e 137 da CF.

Seção III
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, OUVIDOS os líderes partidários, DESIGNARÁ


COMISSÃO COMPOSTA de cinco de seus membros para ACOMPANHAR e FISCALIZAR a execução
das medidas referentes ao ESTADO DE DEFESA e ao ESTADO DE SÍTIO. (MPGO-2010) (TJPI-2015)

##Atenção: Controle político SIMULTÂNEO ou CONCOMITANTE (leitura dos art. 140 e art. 138, §3º, CF).

(MPSC-2019): Decretado o estado de defesa pelo Presidente da República, a mesa do Congresso Nacional,
ouvidos os líderes partidários, designará comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar
e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa. BL: arts. 13648 e 140, CF.

48Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
283
Art. 141. CESSADO o ESTADO DE DEFESA ou o ESTADO DE SÍTIO, CESSARÃO TAMBÉM seus
efeitos, SEM PREJUÍZO da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
(TJCE-2012)

(TJSC-2019-CESPE): A respeito da organização dos poderes e da defesa do estado e das instituições


democráticas, assinale a opção correta: É viável o controle judicial da legalidade dos atos praticados por
agentes públicos na vigência de estado de sítio. BL: art. 141, CF.

##Atenção: O estado de sítio não atua à revelia da Constituição ou do Estado de Direito. É uma situação
constitucionalmente prevista e constitucionalmente delimitada – de modo que eventual excesso, durante
sua vigência, deve ser reprimido.

Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua
vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com
especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das
restrições aplicadas. (TJCE-2012)

##Atenção: Controle político POSTERIOR (art. 141, § único, CF).

(TJPI-2015-FCC): O estado de sítio será objeto de controle a posteriori pelo Congresso Nacional, com base
em mensagem enviada pelo Presidente da República, na qual serão especificadas as medidas adotadas e
os sujeitos atingidos. BL: art. 141, § único da CF.

(TRF2-2009-CESPE): Quanto à defesa do Estado e das instituições democráticas, assinale a opção correta:
De acordo com a doutrina, no estado de sítio há controle político prévio, concomitante e sucessivo. BL: art.
137, § único; art. 138, §§2º e 3º e art. 141, § único da CF.

##Atenção: Marcelo Novelino explica que “a decretação do estado de sítio - assim como a do estado de defesa -,
embora seja ato discricionário do Presidente da República, submete-se ao controle dos demais poderes. O controle
político, exercido pelo Congresso Nacional, pode realizar-se em três momentos distintos. O controle prévio consiste
na análise das circunstancias a fim de autorizar a decretaç.3o da medida (CF, art. 137, parágrafo único). Caso
solicitada durante o período de recesso parlamentar, o Congresso deve se reunir em até cinco dias para a apreciação
do ato (CF, art. 138, § 2.°). O controle simultâneo é realizado por comissão de cinco parlamentares designados pela
Mesa do Congresso Nacional para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas adotadas (CF, art. 140). Enquanto
subsistirem as medidas coercitivas, o Congresso deverá permanecer em funcionamento (CF, art. 138, § 3. º). O
controle posterior a cessação do estado de sítio ocorre através da análise das medidas e restrições aplicadas durante
sua vigência, devendo o Presidente da República especificar e justificar as providências adotadas, além de apresentar
a relação nominal dos atingidos (CF, art. 141, parágrafo único). O controle jurisdicional pode ocorrer
simultaneamente à execução do estado de sítio, caso seja cometida alguma arbitrariedade por seus agentes e executores,
ou em momento posterior à cessação, para fins de responsabilização por eventuais ilícitos praticados (CF, art. 141). ”
(Fonte: Manual de Direito Constitucional, 14ª Ed. 2019, p. 867).

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a
autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e


no emprego das Forças Armadas.

§ 2º NÃO CABERÁ HABEAS CORPUS em relação a punições disciplinares militares. (MPAM-2007)


(MPSP-2010) (TJSP-2011) (MPF-2012) (TJMT-2014) (TJMS-2015) (TJCE-2018)

pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades
de grandes proporções na natureza. (...)
284
(TJMT-2018-VUNESP): É correto afirmar a respeito do habeas corpus que é incabível para discutir o
mérito de decisão administrativa que imponha sanções disciplinares a integrante de corporação. BL: art.
142, §2º, CF. (CPP)

##Atenção: ##STF: ##MPF-2012: Não há que se falar em violação ao art. 142, § 2º, da CF, se a concessão
de habeas corpus, impetrado contra punição disciplinar militar, volta-se tão-somente para os
pressupostos de sua legalidade, excluindo a apreciação de questões referentes ao mérito. Concessão de
ordem que se pautou pela apreciação dos aspectos fáticos da medida punitiva militar, invadindo seu
mérito. A punição disciplicar militar atendeu aos pressupostos de legalidade, quais sejam, a hierarquia, o
poder disciplinar, o ato ligado à função e a pena susceptível de ser aplicada disciplinarmente, tornando,
portanto, incabível a apreciação do habeas corpus. Recurso conhecido e provido. (STF. 2ª T., RE 338840,
Rel. Min. Ellen Gracie, j. 19/08/03).

##Atenção: ##MPAM-2007: ##MPSP-2010: ##MPF-2012: #TJMS-2015: ##TJMT-2018: ##VUNESP:


##TJCE-2018: ##CESPE: ##CPP: Via de regra, não cabe habeas corpus contra punição disciplinar
aplicada a militar. Essa é a mesma redação contida na CF/88. No entanto, excepcionalmente, os tribunais
superiores admitem o HC para tal, desde que se trate de manifesta ilegalidade (exemplo: incompetência).
De acordo com o STJ, "não obstante o disposto no art. 142, § 2º, da CF, admite-se habeas corpus contra
punições disciplinares militares para análise da regularidade formal do procedimento administrativo
ou de manifesta teratologia." (Fonte: Site do STJ, Jurisprudência em Teses, Edição nº 36: Habeas Corpus, nº
08). No mesmo sentido, vejamos recente julgado do STJ: O STF e o STJ não têm admitido o habeas corpus
como sucedâneo do meio processual adequado, seja o recurso ou a revisão criminal, salvo em situações
excepcionais, quando manifesta a ilegalidade ou sendo teratológica a decisão apontada como coatora. STJ.
5ª T., HC 418.896/MA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 06/02/2018.

§ 3º Os membros das Forças Armadas SÃO DENOMINADOS MILITARES, APLICANDO-SE-


LHES, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998) (TRF1-2009)

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da
República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos
os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) (TRF1-2009)

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada
a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

(TJSP-2009-VUNESP): O militar em atividade, que tomar posse em cargo ou emprego público civil
permanente, será transferido para a reserva, nos termos da lei. BL: art. 142, § 3º, II da CF.

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso
XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação,
ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e
transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a
reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

IV - ao militar SÃO PROIBIDAS a sindicalização e a greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº


18, de 1998) (TJSP-2009) (TJPA-2014) (TJMSP-2016)

##Atenção: ##Reperc. Geral/STF – Tema 541: ##DOD: ##TJBA-2019: ##CESPE: O exercício do direito de
greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos
que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do Poder Público em
mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165
do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min.
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 5/4/17 (repercussão geral) (Info 860).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: ##Pergunta-se: 1º) A greve é um direito de todos os
servidores públicos? NÃO. Existem determinadas categorias para quem a greve é proibida; 2º)
Os policiais militares podem fazer greve? NÃO. A CF/88 proíbe expressamente que os Policiais Militares,

285
Bombeiros Militares e militares das Forças Armadas façam greve (art. 142, 3º, IV c/c art. 42, § 1º); 3º) O art.
142, § 3º, IV, da CF/88 não menciona os policiais civis. Em verdade, não existe nenhum dispositivo na
Constituição que proíba expressamente os policiais civis de fazerem greve. Diante disso, indaga-se:
os policiais civis possuem direito de greve? NÃO. Apesar de não haver uma proibição expressa na CF/88, o
STF decidiu que os policiais civis não podem fazer greve. Aliás, o Supremo foi além e afirmou que nenhum
servidor público que trabalhe diretamente na área da segurança pública pode fazer greve. É o que foi decidido
no STF.

V - o militar, ENQUANTO EM SERVIÇO ATIVO, NÃO PODE ESTAR FILIADO a partidos


políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) (MPAM-2007) (TJSP-2009) (TRF4-2009)
(MPPB-2010) (TJMSP-2016) (TJPA-2014/2019)

VI - o oficial SÓ PERDERÁ o posto e a patente SE FOR JULGADO INDIGNO do oficialato ou COM


ELE INCOMPATÍVEL, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de
tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois
anos, por sentença transitada em julgado, SERÁ SUBMETIDO ao julgamento previsto no inciso anterior;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(TJPA-2014-VUNESP): Segundo o que estabelece o texto constitucional em relação às forças armadas, é


correto afirmar que o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior
a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido a julgamento por Tribunal Militar e só
perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível. BL: art. 142, § 3º,
VI e VII, CF.

VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37,
incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso
XVI, alínea "c"; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

##Atenção: ##STF: ##TJAM-2016: ##CESPE: As servidoras públicas e empregadas gestantes,


independentemente do regime jurídico de trabalho, têm direito à licença-maternidade de cento e vinte dias
e à estabilidade provisória desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, conforme o art.
7º, XVIII, da Constituição e o art. 10, II, b, do ADCT. Demonstrada a proteção constitucional às
trabalhadoras em geral, prestigiando-se o princípio da isonomia, não há falar em diferenciação entre
servidora pública civil e militar. (STF. 1ª T., RE 597989 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 09/11/10).
A estabilidade provisória advinda de licença-maternidade decorre de proteção constitucional às
trabalhadoras em geral. O direito amparado pelo art. 7º, XVIII, da CF, nos termos do art. 142, VIII, da
CF/88, alcança as militares. (STF. 2ª T., RE 523.572-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 6/10/09).

IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras
condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as
prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades,
inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998) (TJMSP-2016)

Art. 143. O SERVIÇO MILITAR É obrigatório nos termos da lei.

§ 1º Às FORÇAS ARMADAS COMPETE, na forma da lei, ATRIBUIR serviço alternativo aos que,
EM TEMPO DE PAZ, após alistados, ALEGAREM IMPERATIVO DE CONSCIÊNCIA, ENTENDENDO-
SE como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de
atividades de caráter ESSENCIALMENTE MILITAR. (Regulamento)

(MPGO-2019): Conforme a CF/88, o serviço militar é obrigatório nos termos da lei e que as Forças
Armadas compete atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem

286
imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção
filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. BL: art. 143, caput
e §1º, CF.

(MPMT-2012): A norma “Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos
que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo - se como tal o
decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de
caráter essencialmente militar” (art. 143, § 1º, CF/88) é de eficácia limitada.

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos FICAM ISENTOS do SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO em


tempo de paz, SUJEITOS, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. (Regulamento) (TJSP-2009)

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A SEGURANÇA PÚBLICA, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, É


EXERCIDA para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
dos SEGUINTES ÓRGÃOS: (MPSE-2010) (TJSP-2011/2014)

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

VI - polícias PENAIS federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104,
de 2019)

§ 1º A POLÍCIA FEDERAL, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, DESTINA-SE a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - APURAR infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja
prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser
em lei; (TRF2-2009) (TRF5-2009) (Escrivão Políc. Fed.-2013)

(Perito Criminal/DPF-2013-CESPE): Julgue o próximo item relativo à defesa do Estado e das instituições
democráticas. A apuração de infrações penais cometidas contra os interesses de empresa pública federal
insere-se no âmbito da competência da Polícia Federal. BL: art. 144, §1º, I, CF.

##Atenção: ##Dica:
➢ Empresa Pública → Caixa Econômica Federal; Correios = Polícia federal
➢ Sociedade de Economia Mista → Banco do Brasil = Polícia civil

##Atenção: ##STF: ##DOD: Em regra, os crimes cometidos contra as sociedades de economia mista
federal são julgados pela Justiça Estadual. Excepcionalmente, competirá à Justiça Federal julgar o delito
praticado contra sociedade de economia mista federal quando ficar demonstrado que existe interesse
jurídico da União no fato. Isso ocorre nos casos em que os delitos praticados contra a sociedade de
economia mista estiverem relacionados com: a) os serviços de concessão, autorização ou delegação da
União; ou b) se houver indícios de desvio das verbas federais recebidas por sociedades de economia
mista e sujeitas à prestação de contas perante o órgão federal. STF. 1ª Turma. RE 614115 AgR/PA, Rel.
Min. Dias Toffoli, j. 16/9/2014 (Info 759).

287
II - PREVENIR e REPRIMIR o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, SEM PREJUÍZO da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
competência;

(TJDFT-2007): Sobre Segurança Pública, nos termos da Constituição Federal, é correto afirmar: Compete à
Polícia Federal prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
competência. BL: art. 144, §1º, II, CF.

III - EXERCER as funções de POLÍCIA MARÍTIMA, AEROPORTUÁRIA e DE FRONTEIRAS;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV - EXERCER, COM EXCLUSIVIDADE, as funções de POLÍCIA JUDICIÁRIA DA UNIÃO.


(MPSE-2010) (TJSP-2011) (TJMA-2013)

##Atenção: ##DOD: A Polícia Federal investiga apenas crimes de competência da Justiça Federal? NÃO.
Em regra, a Polícia Federal é responsável pela investigação dos crimes que são de competência da Justiça
Federal. Isso porque uma das principais funções da PF é exercer, com exclusividade, as funções de
polícia judiciária da União. No entanto, a Polícia Federal investiga também outros delitos que não são
de competência da Justiça Federal. As atribuições da Polícia Federal estão previstas inicialmente no art.
144 da CF/88.

##Atenção: ##DOD: Inciso I do § 1º do art. 144 da CF/88: Se você observar a redação do inciso I do § 1º
do art. 144 da CF, verá que ela é bem ampla, especialmente na sua parte final, que diz que compete à
Polícia Federal apurar “outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e
exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei”. Desse modo, a Polícia Federal tem atribuição para
investigar crimes que tenham repercussão interestadual ou internacional e exijam repressão uniforme.

##Atenção: ##DOD: Que crimes são esses? A CF/88 afirma que a relação desses crimes deverá ser
prevista em lei.

##Atenção: ##DOD: Que lei é esta? A Lei 10.446/02, cuja ementa é a seguinte: “Dispõe sobre infrações
penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão uniforme, para os fins do
disposto no inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição.” A Lei 10.446/02, em seu art. 1º, traz uma lista de
crimes que foram escolhidos pelo legislador e que podem ser investigados pela Polícia Federal. No caso
dos delitos previstos neste art. 1º, não importa se eles serão ou não julgados pela Justiça Federal. A
atribuição para investigá-los poderá ser da Polícia Federal independentemente disso.49

##Atenção: ##DOD: A Polícia Federal irá investigá-los sem prejuízo da responsabilidade das Polícias
Militares e Civis dos Estados, ou seja, tais órgãos de segurança pública também poderão contribuir com
as investigações.

49
Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou
internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem
prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em
especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações
penais: I – seqüestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts. 148 e 159 do Código Penal), se o agente
foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da função pública exercida pela vítima; II –
formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990); e III – relativas à
violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de
tratados internacionais de que seja parte; e IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores,
transportadas em operação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou
bando em mais de um Estado da Federação. V - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais e venda, inclusive pela internet, depósito ou distribuição do produto
falsificado, corrompido, adulterado ou alterado (art. 273 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal). (Incluído pela Lei nº 12.894, de 2013); VI - furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo
agências bancárias ou caixas eletrônicos, quando houver indícios da atuação de associação criminosa em mais de
um Estado da Federação. (Incluído pela Lei nº 13.124, de 2015); VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede
mundial de computadores que difundam conteúdo misógino, definidos como aqueles que propagam o ódio ou a
aversão às mulheres. (Incluído pela Lei nº 13.642, de 2018) Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o
Departamento de Polícia Federal procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada
ou determinada pelo Ministro de Estado da Justiça.
288
##Atenção: ##DOD: ##STF: Caso concreto: A Polícia Federal, sob a supervisão do Ministério Público
estadual e do Juízo de Direito, conduziu inquérito policial destinado a apurar crimes de competência
da Justiça Estadual. Entendeu-se que a Polícia Federal não tinha atribuição para apurar tais delitos
considerando que não se enquadravam nas hipóteses do art. 144, § 1º da CF/88 e do art. 1º da Lei
10.446/02. A despeito disso, o STF entendeu que não havia nulidade na ação penal instaurada com base
nos elementos informativos colhidos. O fato de os crimes de competência da Justiça Estadual terem sido
investigados pela Polícia Federal não geram nulidade. Isso porque esse procedimento investigatório,
presidido por autoridade de Polícia Federal, foi supervisionado pelo Juízo estadual (juízo competente)
e por membro do Ministério Público estadual (que tinha a atribuição para a causa). O inquérito policial
constitui procedimento administrativo, de caráter meramente informativo e não obrigatório à regular
instauração do processo-crime, cuja finalidade consiste em subsidiar eventual denúncia a ser
apresentada pelo MP, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de regra, nulidade de
processo-crime. O art. 5º, LIII, da CF/88, afirma que “ninguém será processado nem sentenciado senão
pela autoridade competente”. Esse dispositivo contempla o chamado “princípio do juiz natural”,
princípio esse que não se estende para autoridades policiais, considerando que estas não possuem
competência para julgar. Logo, não é possível anular provas ou processos em tramitação com base no
argumento de que a Polícia Federal não teria atribuição para investigar os crimes apurados. A
desconformidade da atuação da Polícia Federal com as disposições da Lei 10.446/02 e eventuais abusos
cometidos por autoridade policial, embora possam implicar responsabilidade no âmbito administrativo
ou criminal dos agentes, não podem gerar a nulidade do inquérito ou do processo penal. STF. 1ª T. HC
169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 17/12/19 (Info 964).

(PF-2004-CESPE): Uma proposta de emenda à Constituição, apresentada com o apoiamento de 250


deputados, tem por conteúdo alteração das competências da Polícia Federal, retirando-lhe a função de
polícia de fronteira - art. 144, § 1.º, III, parte final - e transferindo essa competência para o Exército
brasileiro. Admitindo que essa proposta de emenda à Constituição, observadas as regras constitucionais
relativas ao processo legislativo desse tipo de proposição, venha a ser aprovada e promulgada, julgue o
item a seguir: Mesmo com a aprovação da referida emenda à Constituição, a transferência da função de
polícia de fronteira para o Exército brasileiro não implicaria a transferência da função de polícia judiciária
da União, porque, nos termos da Constituição Federal, essa competência é exercida com exclusividade pela
Polícia Federal. BL: art. 144, §1º, III e IV, CF.

##Atenção: A propósito, vejamos o seguinte julgado do STF: “A cláusula de exclusividade inscrita no art. 144,
§ 1º, inciso IV, da CF – que não inibe a atividade de investigação criminal do Ministério Público – tem por única
finalidade conferir à Polícia Federal, dentre os diversos organismos policiais que compõem o aparato repressivo da
União Federal (polícia federal, polícia rodoviária federal e polícia ferroviária federal), primazia investigatória na
apuração dos crimes previstos no próprio texto da Lei Fundamental ou, ainda, em tratados ou convenções
internacionais.” (HC 89.837, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 20-10-09, 2ª Turma, DJE de 20-11-09)

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJMA-2013)

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Às POLÍCIAS CIVIS, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, RESSALVADA


a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, EXCETO AS
MILITARES. (TJDFT-2007) (TJAL-2008)

(MPSE-2010-CESPE): Com relação à segurança pública, à polícia ostensiva e à polícia judiciária, assinale a
opção correta: Às polícias civis competem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. BL: art. 144, §4º, CF.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos CORPOS
DE BOMBEIROS MILITARES, além das atribuições definidas em lei, INCUMBE a execução de atividades
de defesa civil. (TJDFT-2007)

289
§ 5º-A. Às POLÍCIAS PENAIS, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade
federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 104, de 2019)

§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército


subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias PENAIS estaduais e distrital, aos Governadores
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019)

§ 7º A lei (ordinária) disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela


segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. (TJDFT-2012)

§ 8º Os Municípios PODERÃO CONSTITUIR GUARDAS MUNICIPAIS destinadas à proteção de


seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. (TJDFT-2007) (TRF2-2009) (MPSE-2010) (MPMG-
2012)

(TJSP-2011-VUNESP): Quanto à segurança pública: Os Municípios poderão constituir guardas municipais


destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações. BL: art. 144, §8º, CF.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada
na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas


em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 82, de 2014)

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

Seção I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS

(TJPB-2011-CESPE): Os princípios constitucionais tributários são expressão da soberania estatal e


traduzem-se em limitações ao poder de tributar, o que não impede que o Estado exija dos indivíduos, por
atividade vinculada, parcela do seu patrimônio.

##Atenção: ##DPEMG-2009: ##TRF4-2009: Os princípios constitucionais tributários, apresentam-se,


juntamente com as imunidades, em limitações constitucionais ao poder de tributar, podendo o Estado
exigir do particular mediante atividade vinculada, ou seja, através de lei (princípio da legalidade), o
pagamento dos tributos com a constrição de parte do seu patrimônio. Assim, por exemplo, as normas da
legalidade e da anterioridade tributárias constituem cláusulas pétreas que não podem ser retiradas do
ordenamento jurídico nem mesmo por emenda constitucional.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios PODERÃO INSTITUIR os


seguintes tributos:

290
(TJMA-2013-CESPE): São funções da CF outorgar competência tributária aos entes federados, inaugurar
as limitações constitucionais ao poder de tributar, enumerar exaustivamente as espécies tributárias e
prever as hipóteses de repartição de receita.

##Atenção: ##TRF4-2009: ##MPF-2012: A competência tributária pode ser conceituada como sendo a
delimitação do poder de tributar. Por sua vez, o poder de tributar compreende o poder de criação de um
tributo por lei própria. Desse modo, pode-se afirmar que apenas podem criar tributos os entes federativos.
A doutrina majoritária define competência tributária como a aptidão, isto é, a possibilidade outorgada
pela CF/88 para que o ente, mediante lei, crie tributos. Não há um tributo no país que seja pago por força
da Constituição, o que ela faz é outorgar competência, possibilitando ao ente federado a criação do tributo.
Portanto, a CF/88 não institui tributos, apenas citando quais são que podem ser instituídos e quem que
deve instituir, ou seja, a CF não criou nenhum tributo, ela apenas estabeleceu competência para que as
pessoas políticas os criassem através de lei. Além disso, as limitações constitucionais ao poder de tributar
também estão previstas no texto constitucional, que são as imunidades tributárias previstas no art. 150 e
seguintes da CF, bem como enumera exaustivamente as espécies tributárias. Por fim, também encontra-se
previsto na CF/88 a repartição de receitas (art. 157, CF), que envolvem questões referentes à própria
competência tributária.

(TJPI-2012-CESPE): O poder de criar tributos é repartido entre os vários entes políticos, e a CF assinala a
esfera de competência dos níveis federal, estadual e municipal. BL: art. 145, CF.

(MPF-2012): Ante a higidez como característica inerente ao Sistema Tributário Nacional, é correto
asseverar que, no texto constitucional, dentre as diferentes maneiras por meio das quais o legislador
constituinte outorga competência tributária, pode-se distinguir aquela exercitada mediante a exclusiva
identificação do aspecto material da hipótese de incidência do tributo. BL: art. 145, CF.

##Atenção: A CF delimita o fato gerador do tributo, isto é, o aspecto material da hipótese de incidência. É
o que ocorre, por exemplo, como os impostos (no Imposto de Renda o aspecto material é o acréscimo
patrimonial).

I - impostos;

II - TAXAS, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de


serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; (TJMG-
2008) (MPRO-2008) (TRF1-2009) (TJRJ-2013) (TJRS-2018) (Anal. Judic./STJ-2018) (TJSC-2017/2019) (TJRO-
2019)

Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos
da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma
base e outra.
Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção
e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal.

##Atenção: ##DOD: O que são as taxas? A taxa é uma espécie de tributo paga pelo contribuinte em
virtude de um serviço prestado pelo Poder Público ou em razão do exercício da atividade estatal de
poder de polícia.

##Atenção: ##DOD: Características: Diz-se que a taxa é um tributo bilateral, contraprestacional,


sinalagmático ou vinculado. Isso porque a taxa é um tributo vinculado a uma atividade estatal específica,
ou seja, a Administração só pode cobrar se, em troca, estiver prestando um serviço público ou exercendo
poder de polícia. Há, portanto, obrigações de ambas as partes. O poder público tem a obrigação de prestar
o serviço ou exercer poder de polícia e o contribuinte a de pagar a taxa correspondente.

##Atenção: ##DOD: Quem pode instituir taxa? A União, os Estados, o DF e os Municípios. Trata-se de
tributo de competência comum. A taxa será instituída de acordo com a competência de cada ente. Ex.:
Município não pode instituir uma taxa pela emissão de passaporte, uma vez que essa atividade é de
competência federal. Logo, a competência para a instituição das taxas está diretamente relacionada com as
competências constitucionais de cada ente.

291
##Atenção: ##DOD: Espécies de taxas: As taxas podem ter dois fatos geradores: a) o exercício regular do
poder de polícia; ou b) a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 77 do CTN). Com base nisso, pode-se dizer que existem
duas espécies de taxa: 1ª) taxa de polícia; e 2ª) taxa de serviço.

##Atenção: ##DOD: Base de cálculo das taxas: Base de cálculo é o valor sobre o qual a alíquota irá
incidir. Ex: a alíquota do tributo é de 5%. A base de cálculo é 1000 reais. Logo, o valor do tributo será 5%
de 1000 reais (50 reais). A base de cálculo deve estar prevista na própria lei.

##Atenção: ##DOD: Qual critério o legislador deve adotar par a fixar a base de cálculo das taxas? Vimos
acima que a taxa é um tributo contraprestacional. Logo, sua base de cálculo deve estar relacionada com o
custo do serviço ou do poder de polícia exercido. Vale ressaltar, no entanto, que não é necessário que a
base de cálculo seja exatamente igual ao custo do serviço público prestado. A base de cálculo da taxa
deve estar relacionada com o custo. Deve haver uma “equivalência razoável entre o custo real dos serviços e o
montante a que pode ser compelido o contribuinte a pagar.” (Min. Moreira Alves, STF Rp 1077/RJ). Assim, o
que não pode ocorrer é o valor da base de cálculo ser muito superior ao custo do serviço, uma vez que,
nesse caso, haveria enriquecimento sem causa por parte do Estado ou até mesmo uma forma de confisco
(STF. ADI 2551).

##Atenção: ##STF: ##DOD: É inconstitucional a criação de taxa de combate a incêndios. Logo, a


atividade desenvolvida pelo Estado no âmbito da segurança pública é mantida ante impostos, sendo
imprópria a substituição, para tal fim, de taxa. STF. Plenário. ADI 4411, Rel. Marco Aurélio, j. 18/08/20
(Info 992).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: ##STF: ##PCDF-2015: Prevenção e combate a incêndios é
atividade de segurança pública: A prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo
Corpo de Bombeiros, sendo consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º
da CF/88.50 A segurança pública é atividade essencial do Estado sendo, por isso, sustentada por meio de
impostos (e não por taxa). Nesse sentido: “(...) A jurisprudência do STF se consolidou no sentido de que a
atividade de segurança pública é serviço público geral e indivisível, logo deve ser remunerada mediante
imposto, isto é, viola o artigo 145, II, do Texto Constitucional, a exigência de taxa para sua fruição. (...)” STF. Plenário.
ADI 1942, Rel. Min. Edson Fachin, j. 18/12/15.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: ##Reperc. Geral/STF – Tema 16: O STF já tinha um
precedente envolvendo a proibição dos Municípios instituírem taxa nesse sentido: “A segurança pública,
presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e,
porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a
criação de taxa para tal fim.” STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 1º/8/17 (Info 871).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O STF declarou a inconstitucionalidade de Lei do Estado do Amapá, que
instituiu a Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Exploração e
Aproveitamento de Recursos Hídricos (TFRH). A Corte entendeu que o valor cobrado é muito superior
em relação ao custo da atividade estatal relacionada (fiscalização das empresas que exploram recursos
hídricos). Logo, não há proporcionalidade entre o custo da atividade estatal e o valor que será pago
pelos particulares pela taxa. Isso viola as características da taxa, que é um tributo orientado pelo
princípio da retributividade e que possui caráter contraprestacional e sinalagmático. Além disso, a lei
previa que apenas 30% dos valores arrecadados com a taxa seriam utilizados em atividades relacionadas
com a política de recursos hídricos e os 70% restantes iriam para a conta única do Tesouro Estadual. Isso
demonstra o caráter arrecadatório desta taxa. Por fim, ao onerar excessivamente as empresas que
exploram recursos hídricos, a referida taxa adquiriu feições verdadeiramente confiscatórias,
dificultando, ou mesmo inviabilizando, o desenvolvimento da atividade econômica. Houve, portanto,
violação ao que prevê o art. 150, IV, da CF/88, que proíbe que os tributos sejam utilizados com efeito de
confisco. STF. Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 4/12/19 (Info 962).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O pedágio não é taxa. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias
NÃO tem natureza tributária, mas de preço público, consequentemente, não está sujeito ao princípio da
legalidade estrita. STF. Plenário. ADI 800/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 11/6/14 (Info 750).

50 Art. 144. Asegurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: (...) V - polícias
militares e corpos de bombeiros militares. (...) § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação
da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução
de atividades de defesa civil.
292
##Atenção: ##STF: ##TJMA-2013: ##TJPR-2017: ##CESPE: ##TJRS-2018: ##VUNESP: ##TJMS-2020:
##FCC: O STF fixou balizas quanto à interpretação dada ao art. 145, II, da CF/88, no que concerne à
cobrança de taxas pelos serviços públicos de limpeza prestados à sociedade. Com efeito, a Corte entende
como específicos e divisíveis os serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo
ou resíduos provenientes de imóveis, desde que essas atividades sejam completamente dissociadas de
outros serviços públicos de limpeza realizados em benefício da população em geral (uti universi) e de forma
indivisível, tais como os de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos (praças, calçadas, vias,
ruas, bueiros). Decorre daí que as taxas cobradas em razão exclusivamente dos serviços públicos de
coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis são
constitucionais, ao passo que é inconstitucional a cobrança de valores tidos como taxa em razão de
serviços de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos. (STF. Plenário. RE 576321 RG-QO,
Min. Rel. Ricardo Lewandowski, j. 4.12.2008, com repercussão geral - tema 146). A denominada “taxa de limpeza
de logradouros” é inconstitucional por ser um serviço público uti universi e, assim como a taxa de
iluminação pública, não permite a real aferição da “quantidade de serviço” usufruída por cada
contribuinte. (STF. 2ª T. RE 433335 AgR, Min. Rel. Joaquim Barbosa, j. 03/03/2009).

##Atenção: ##STF: ##TJMG-2007: ##TRF4-2009: A jurisprudência do STF firmou orientação no sentido


de que as custas judiciais e os emolumentos concernentes aos serviços notariais e registrais possuem
natureza tributária, qualificando-se como taxas remuneratórias de serviços públicos, sujeitando-se, em
consequência, quer no que concerne à sua instituição e majoração, quer no que se refere à sua exigibilidade,
ao regime jurídico-constitucional pertinente a essa especial modalidade de tributo vinculado,
notadamente aos princípios fundamentais que proclamam, dentre outras, as garantias essenciais (a) da
reserva de competência impositiva, (b) da legalidade, (c) da isonomia e (d) da anterioridade. STF.
Plenário. ADI 1378 MC, Rel. Min. Celso de Mello, j. 30/11/95.
(TJMG-2007): A jurisprudência do STF consagrou, no domínio do sistema tributário nacional, a
obrigatoriedade de o Poder Público respeitar, como princípio para a instituição de taxas: isonomia. BL: STF,
ADI 1378-MC.

##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécie


tributária, são TAXAS, segundo a jurisprudência iterativa do STF. Precedentes do STF. A Constituição,
art. 167, IV, não se refere a tributos, mas a impostos. Sua inaplicabilidade às taxas. Impossibilidade da
destinação do produto da arrecadação, ou de parte deste, a instituições privadas, entidades de classe e
Caixa de Assistência dos Advogados. Permiti-lo, importaria ofensa ao princípio da igualdade.
Precedentes do STF. STF. Plenário. Rel. Min. Carlos Velloso, j. 03/10/02.

(TJAL-2008-CESPE): Os serviços públicos justificadores da cobrança de taxas são sempre específicos e


divisíveis. BL: art. 145, II da CF e art. 77, CTN.

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1º SEMPRE QUE POSSÍVEL, os IMPOSTOS TERÃO caráter pessoal e SERÃO GRADUADOS


segundo a capacidade econômica do contribuinte, FACULTADO à administração tributária,
ESPECIALMENTE para conferir efetividade a esses objetivos, IDENTIFICAR, RESPEITADOS os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
[obs.: princípio da capacidade contributiva.] (TJMG-2006) (MPDFT-2009) (TRF4-2009) (TJRO-2011) (TJCE-
2012) (TJPA-2012) (DPESC-2012) (TJMA-2013) (TCEPR-2016) (TJSC-2013/2019) (TJMS-2020)

##Atenção: ##Repercussão Geral – STF – Tema 21: ##DOD: ##TJMS-2020: ##FCC: A lei pode prever a
técnica da progressividade tanto para os impostos pessoais como também para os reais. O § 1º do art.
145 da CF/88 não proíbe que os impostos reais sejam progressivos. O ITCMD (que é um imposto real)
pode ser progressivo mesmo sem que esta progressividade esteja expressamente prevista na CF/88. Ao
contrário do que ocorria com o IPTU (Súmula 668-STF), não é necessária a edição de uma EC para que
o ITCMD seja progressivo. Portanto, é constitucional a previsão de sistema progressivo de alíquotas
para o imposto sobre a propriedade territorial rural mesmo antes da EC 42/03. O STF fixou a seguinte
tese em sede de repercussão geral: “É constitucional a fixação de alíquota progressiva para o Imposto
sobre Transmissão Causa Mortis e Doação — ITCD.” STF. Plenário. RE 562045/RS, rel. orig. Min. Ricardo
Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, 6/2/13 (Info 694).
(TJMS-2020-FCC): A respeito dos impostos estaduais e municipais, é correto afirmar: O Estado-Membro pode
instituir Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) progressivo, com base no valor da
doação ou da sucessão causa morte. BL: Info 694, STF.

293
(TJSP-2018-VUNESP): Com relação à administração tributária, é correto afirmar que a CF/88 dispõe que
à administração tributária é facultado identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas
do contribuinte com a finalidade precípua de assegurar o respeito ao caráter de pessoalidade dos impostos
e à capacidade econômica do contribuinte. BL: art. 145, §1º, CF.

##Atenção: Este tipo de fiscalização é para dar efetividade ao princípio da capacidade contributiva. Além
disso, a administração tributária pode se valer de meios materiais de fiscalização.

(PGEAC-2017-FMP): Em relação ao princípio da capacidade contributiva do contribuinte é correta a


afirmação: Para cumprir os objetivos do princípio da capacidade contributiva, é facultado à administração
identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. BL: art. 145, §1º, CF.

##Atenção: Segundo Ricardo Alexandre, "em matéria de tributação, o principal parâmetro de desigualdade a ser
levado em consideração para a atribuição de tratamento diferenciado às pessoas é, exatamente, sua capacidade
contributiva. É exato, portanto, afirmar que o princípio da capacidade contributiva está umbilicalmente
ligado ao da isonomia, dele decorrendo diretamente.” (Fonte: Ricardo Alexandre, Direito Tributário, 2017,
p. 147-148).

(TJPA-2012-CESPE): Dados os princípios da personalização e da capacidade contributiva, os impostos


devem, sempre que possível, ter caráter pessoal e ser graduados de acordo com a capacidade econômica
do contribuinte, sendo facultado à administração, respeitados os direitos individuais e os termos da lei,
identificar os rendimentos do contribuinte, seu patrimônio e suas atividades econômicas. BL: art. 145, §1º,
CF.

(MPRN-2009-CESPE): A instituição de tributo com alíquotas progressivas sem ser exageradamente


oneroso, não podendo, portanto, ser considerado confisco, faz transparecer, no direito tributário, na
instituição do referido tributo, o cuidado com o princípio da capacidade contributiva. BL: art. 145, §1º, CF.

§ 2º As TAXAS NÃO PODERÃO ter base de cálculo própria de impostos. (TJMG-2008) (TJPA-2009)
(MPPR-2011) (TJGO-2012) (MPF-2012) (TJPR-2017) (TJRS-2012/2018) (TJMS-2020)

Súmula vinculante 29-STF: “É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais


elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade
entre uma base e outra.”

(TJRS-2018-VUNESP): O prefeito do Município X pretende instituir uma taxa para custear o serviço de
coleta, remoção e destinação do lixo doméstico produzido no Município. A taxa será calculada em função
da frequência da realização da coleta, remoção e destinação dos dejetos e da área construída do imóvel ou
da testada do terreno. Acerca dessa taxa, é correto afirmar que ela é legal se houver equivalência razoável
entre o valor cobrado do contribuinte e o custo individual do serviço que lhe é prestado. BL: art. 145, §2º,
CF; SV 29 do STF e RE 232.393/SP.

##Atenção: Acerca da base de cálculo das taxas, o STF, no RE 232.393/SP, analisou um caso muito
interessante, em que o Município de São Carlos/SP criou uma taxa pela coleta domiciliar de lixo que era
calculada em função da área construída do imóvel, de modo que, quanto maior a área, maior seria a taxa
a ser paga por aquele imóvel. Em contestação, foi alegado pelos contribuintes que tal taxa estava sendo
calculada, levando em conta um elemento utilizado também para firmar a base de cálculo do IPTU, o que
acarretaria a violação da CF/1988, no art. 145, § 2º, que dispõe que taxas não podem ter as bases de cálculo
próprias de imposto. Assim, do que foi analisado no RE 232.393/SP pelo STF, podemos extrair três
conclusões:
1º) É razoável presumir que imóveis maiores produzam mais lixo que os menores, sendo justa a
cobrança da taxa com valores proporcionais a essa utilização presumida do serviço;
2º) A Corte Suprema percebeu que, ao cobrar a taxa proporcionalmente à área do imóvel, a taxa
acaba sendo graduada de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. A CF, em seu art.
145, § 1º, conforme interpretação do dispositivo, diz que não há proibição para que as taxas sejam
graduadas, apesar de o princípio da capacidade contributiva referir-se aos impostos. Perceba que,
em relação aos impostos, há obrigatoriedade da aplicação do princípio da capacidade
contributiva, se possível (para o ICMS, por exemplo, não é possível a aplicação tal princípio);

294
3º) A CF/1988 proíbe que as taxas possuam base de cálculo idêntica a dos impostos. A base de
cálculo da taxa – levando em conta a área – é igual à base de cálculo do imposto? Não. Na base de
cálculo da taxa, a área foi utilizada apenas como um elemento. E mesmo que a base de cálculo
fosse exatamente a área, ainda assim, não seria idêntica à base de cálculo do IPTU. Desse modo, a
área é só um elemento para se chegar à base de cálculo do IPTU (utilização do valor venal). Portanto,
o STF afirmou que não é inconstitucional utilizar para fixar uma taxa um ou mais elementos
próprios da base de cálculo do imposto, desde que não haja integral correspondência entre uma
base e outra., entendimento esse que, em 2008, resultou na edição da Súmula Vinculante 29 do
STF. (Fonte: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 14ª ed. 2020, p. 70/71).

##Atenção: ##STF: O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU - a
metragem da área construída do imóvel - que é o valor do imóvel (CTN, art. 33), ser tomado em linha de
conta na determinação da alíquota da taxa de coleta de lixo, não quer dizer que teria essa taxa base de
cálculo igual à do IPTU: o custo do serviço constitui a base imponível da taxa. Todavia, para o fim de
aferir, em cada caso concreto, a alíquota, utiliza-se a metragem da área construída do imóvel, certo que a
alíquota não se confunde com a base imponível do tributo. Tem-se, com isto, também, forma de realização
da isonomia tributária e do princípio da capacidade contributiva: C.F., artigos 150, II, 145, § 1º. II. - R.E.
não conhecido. (STF. Plenário. RE 232393/SP, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 12/08/99). A propósito, vejamos
o seguinte trecho do julgado: “Numa outra perspectiva, deve-se entender que o cálculo da taxa de lixo, com
base no custo do serviço dividido proporcionalmente às áreas construídas dos imóveis, é forma de
realização da isonomia tributária, que resulta na justiça tributária (CF, art. 150, II). É que a presunção é no
sentido de que o imóvel de maior área produzirá mais lixo do que o imóvel menor. O lixo produzido, por
exemplo, por imóvel com mil metros quadrados de área construída, será maior do que o lixo produzido por imóvel de
cem metros quadrados. A previsão é razoável e, de certa forma, realiza também o princípio da capacidade
contributiva do art. 145, §1º, da C.F., que, sem embaraço de ter como destinatária os impostos, nada impede
que possa aplicar-se, na medida do possível, às taxas.” (...)

(MPMT-2012): A norma “As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos” (art. 145, § 2º,
CF/88) é de eficácia plena e aplicabilidade imediata. BL; art. 145, §2º, CF.

Art. 146. CABE à LEI COMPLEMENTAR: (TJBA-2012) (TJMA-2013) (MPSP-2015)

I - DISPOR sobre CONFLITOS DE COMPETÊNCIA, em matéria tributária, entre a União, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (TJMG-2005) (MPPE-2008) (TJRS-2009) (TJES-2011) (MPPR-
2014) (MPSP-2015) (MPRR-2017) (DPEAC-2017) (PGEAC-2017) (TCEMG-2018)

(PGEAC-2017-FMP): No que tange ao direito tributário, é correto dizer que cabe à lei complementar
resolver eventuais conflitos de competência que possam surgir entre a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios. BL: art. 146, I CF/88.

II - REGULAR as limitações constitucionais ao poder de tributar; (TRF1-2009) (TJES-2011) (TCEPR-


2016) (PGEAC-2017) (TJPA-2019)

(PGM-Porto Ferreira/SP-2017-VUNESP): A CF/88 confere poder de tributar à União, aos Estados, ao


Distrito Federal e aos Municípios, mas estabelece limitações ao exercício desse mesmo poder. Nesse
sentido, é correto afirmar que a tarefa de regular as limitações constitucionais ao poder de tributar é
matéria que a Constituição Federal confere à lei complementar. BL: art. 146, II, CF/88.

(TJDFT-2014-CESPE): O DF promulgou lei ordinária, na qual se estabelecia que não estariam abrangidos
pela imunidade tributária os serviços prestados, no DF, por instituição de educação ou de assistência social
sem fins lucrativos a tomadores de serviços sediados fora do território nacional. O Hospital Beneficente X,
sem fins lucrativos, celebrou contrato de R$ 1.000.000 para prestar assistência médica e hospitalar a
funcionários credenciados pela FIFA, tendo sido autuado por não recolher o tributo. Em relação a essa
situação hipotética, assinale a opção correta. A definição dos limites da regra constitucional de imunidade
é matéria reservada a lei complementar, sendo, portanto, inconstitucional a lei ordinária em questão. BL:
art. 146, II, CF/88.

III - ESTABELECER NORMAS GERAIS em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:


(DPU-2007) (MPPR-2011) (TJSP-2018) (TJPA-2019)

295
##Atenção: ##Repercussão Geral - STF – Tema 13: ##TJMS-2020: ##FCC: (...) 5. O art. 135, III, do CTN
responsabiliza apenas aqueles que estejam na direção, gerência ou representação da pessoa jurídica e
tão-somente quando pratiquem atos com excesso de poder ou infração à lei, contrato social ou estatutos.
Desse modo, apenas o sócio com poderes de gestão ou representação da sociedade é que pode ser
responsabilizado, o que resguarda a pessoalidade entre o ilícito (mal gestão ou representação) e a
consequência de ter de responder pelo tributo devido pela sociedade. 6. O art. 13 da Lei 8.620/93 não se
limitou a repetir ou detalhar a regra de responsabilidade constante do art. 135 do CTN, tampouco cuidou
de uma nova hipótese específica e distinta. Ao vincular à simples condição de sócio a obrigação de
responder solidariamente pelos débitos da sociedade limitada perante a Seguridade Social, tratou a
mesma situação genérica regulada pelo art. 135, III, do CTN, mas de modo diverso, incorrendo em
inconstitucionalidade por violação ao art. 146, III, da CF. (…) 8. Reconhecida a inconstitucionalidade do
art. 13 da Lei 8.620/93 na parte em que determinou que os sócios das empresas por cotas de
responsabilidade limitada responderiam solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto à
Seguridade Social. STF. Plenário. RE 562276, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 03/11/10 (Info 607).
(TJMS-2020-FCC): À luz do CTN e da jurisprudência atualmente sedimentada a respeito da responsabilidade
dos sócios de empresas limitadas e desconsideração da personalidade jurídica, por ser matéria afeita a lei
complementar, lei ordinária não pode criar hipótese de responsabilidade solidária relativa a sócio sem poder
de gestão em empresa constituída na forma de sociedade limitada. BL: art. 135, III, CTN51 e art. 146, III da
CF e Info 607, STF.

(TJAC-2019-VUNESP): A respeito da hierarquia das normas tributárias no ordenamento jurídico


brasileiro, é correto afirmar, com base no CTN, que o CTN é formalmente lei ordinária, mas materialmente
lei complementar, motivo pelo qual apenas pode ser alterado por lei complementar no que refere às
normas gerais sobre tributação. BL: art. 146, III, CF/88 e art. 2º do CTN.

##Atenção: Com fundamento na teoria da recepção, segundo a qual as normas materialmente compatíveis
com a nova Constituição seriam por esta recepcionadas, passando a ter o mesmo status da espécie
legislativa exigida pela nova Carta para disciplinar a matéria. Desse modo, recepcionada uma lei ordinária
que trata de uma matéria cuja disciplina o novo ordenamento atribui à lei complementar, a lei ordinária
não deixa de ser ordinária, mas passa a ter status de lei complementar, somente podendo ser revogada
ou alterada por esta espécie normativa. Por conta disso, é correto afirmar que as normas gerais em matéria
tributária constante do CTN possuem, hoje, status de lei complementar, só podendo ser alteradas por lei
complementar. Porém, é errado afirmar que o CTN é lei complementar. A maneira correta de se referir ao
fenômeno ocorrido com o CTN é afirmar que foi editado como lei ordinária (Lei 5.172/66), tendo sido
recepcionado com força de lei complementar pela Constituição Federal de 1967, e mantido tal status com
o advento da Constituição Federal de 1988, uma vez que, tanto esta quanto aquela Magna Carta reservaram
à lei complementar a veiculação das normas gerais em matéria tributária, a regulação das limitações ao
poder de tributar e as disposições sobre conflitos de competência. Portanto, o CTN não foi recepcionado
com força de lei complementar pela CF/1988, mas sim pela Constituição Federal de 1967, que criou no
direito brasileiro a espécie normativa da lei complementar, isto é, a atual CF/1988 apenas manteve o status
de lei complementar. (Fonte: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 14ª ed. 2020, p. 262/263).

(TJSC-2010): Dentre as afirmações abaixo, qual está de acordo com a teoria da recepção das normas gerais
contidas no CTN: O Código Tributário Nacional continua sendo lei ordinária, mas com força de lei
complementar. BL: art. 146, III, CF/88 e art. 2º do CTN.

(MPDFT-2009): Segundo a CF/1988 a edição de normas gerais em matéria de direito tributário depende
de lei complementar, e mesmo tendo sido o Código Tributário Nacional editado como lei ordinária no ano
de 1966, essa lei foi recepcionada pela CF/1988. BL: art. 146, III, CF/88 e art. 2º do CTN.

##Atenção: De acordo com a jurisprudência, o CTN é lei ordinária recepcionada pelas Constituições de
1967 e 1988 com “status de lei complementar”. Isso significa dizer que as normas gerais em matéria de
legislação tributária contidas no referido Código somente podem ser alteradas por lei complementar.
Entretanto, segundo o entendimento do STF, se eventualmente a matéria contida no CTN, ou em qualquer
lei complementar, não foi reservada pela Constituição para lei complementar, ela poderá ser alterada por
lei ordinária.

51Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de
atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: (...) III - os diretores, gerentes
ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
296
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos IMPOSTOS discriminados
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; (MPRO-2008)
(TJMG-2009) (TRF1-2009) (DPEAC-2017) (PGEAC-2017) (TCEMG-2018) (MPSC-2019) (TJMS-2020)

(Aud. Fiscal-Rec. Estadual/MA-2016-FCC): A Constituição Federal atribuiu às leis complementares


federais várias funções, dentre as quais, a de estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre a definição de tributos e de suas espécies. BL: art. 146, III, “a”, CF.

##Atenção: A fixação da alíquota não está reservada à lei complementar, mas sim à lei ordinária.

(Fiscal Tributário-Osasco/SP-2014-FGV): No âmbito tributário, a expressão monetária sobre a qual deve


ser aplicado o percentual para que se possa apurar o montante do tributo a pagar, definido por meio de
Lei Complementar, é denominada base de cálculo. BL: art. 146, III, “a”, CF.

##Atenção: Em Direito tributário, a base de cálculo é a grandeza econômica sobre a qual se aplica a
alíquota para calcular a quantia a pagar prevista em lei complementar (Art. 146, III, a)

##Atenção: Em Previdência Social, a base de cálculo é o salário de contribuição e serve para a fixação dos
valores das prestações asseguradas aos beneficiários. Nada mais é do que a média aritmética de todo o
período contributivo a partir de 1994. Antes desse período, se considerará as 80% maiores contribuições,
corrigidas mês a mês.

(TJMA-2013-CESPE): A CF não cria tributo, mas outorga competência tributária a cada ente federado,
devendo o exercício dessa competência ser regulado por lei, por expressa previsão constitucional. BL: art.
146, III, CF.

##Atenção: A CF/88, de fato, não institui nenhum tributo, pois este é instituído, em regra, por meio de lei
ordinária pelo ente político que detém a competência tributária descrita na CF/88. Cumpre ressaltar que,
nos termos do art. 146, III da CF, dispõe que lei complementar estabelecerá as normas gerais em matéria
tributária, que, no caso é o CTN (Lei Ordinária com status de Lei Complementar).

(DPU-2007-CESPE): Consoante o texto constitucional, a definição da espécie tributária empréstimo


compulsório cabe à lei complementar. BL: art. 146, III, “a”, CF/88.

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; (MPRN-2009) (TRF4-2009)


(TJPR-2008/2013) (MPRR-2017) (TJPA-2019) (TJMS-2020)

Súmula Vinculante 8: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei 1.569/77 e os


artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.

(MPSC-2014): A Constituição Federal reserva à lei complementar federal aptidão para dispor sobre
decadência em matéria tributária, de forma que será inconstitucional a norma Estadual, Distrital ou
Municipal, mesmo que trate exclusivamente de espécie de tributo da própria competência tributária, que
estabelecer hipótese de decadência do crédito tributário não prevista em lei complementar federal. BL: art.
146, III, “b” da CF/88.

##Atenção: Nesse sentido: “Ação direta de inconstitucionalidade. Direito tributário. ICMS. Lei estadual
7.098, de 30-12-1998, do Estado de Mato Grosso. Inconstitucionalidade formal. Matéria reservada à
disciplina de lei complementar. Inexistência. Lei complementar federal (não estadual) é a exigida pela
Constituição (arts. 146, III, e 155, § 2º, XII) como elo indispensável entre os princípios nela contidos e as
normas de direito local.” (STF. Plenário. ADI 1.945-MC, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, j. 26-5-10)”.

(TJPI-2012-CESPE): Qualquer alteração no CTN deve ser feita por lei complementar ou por normas
superiores, dada a determinação constitucional acerca da fixação de normas gerais de direito tributário.

##Atenção: O art. 146, inciso III da CF/88 deixa para lei complementar a disciplina de expedir normas
gerais em matéria tributária.

(MPRN-2009-CESPE): Com base na CF e considerando que lei ordinária estadual tenha criado
contribuição previdenciária e estabelecido em 10 anos o prazo prescricional do crédito tributário, assinale

297
a opção correta: É inconstitucional a alteração do prazo prescricional, pois a alteração deveria ser feita
apenas por lei complementar federal. BL: SV 8, STF e art. 146, III, “b”, CF.

##Atenção: ##MPRN-2009: ##CESPE: ##TJRO-2011: ##TJMS-2020: ##FCC: O art. 146, III, “b”, CF, que
trata das normas gerais de direito tributário, sendo que esse dispositivo expressamente nomeia a prescrição
e decadência como temas que demandam edição de lei complementar. O STF, analisando o tema, acabou
editando a SV 8 e, por via de consequência, julgou inconstitucional leis ordinárias que tratavam de
prescrição e decadência de crédito tributário.

c) adequado tratamento tributário ao ATO COOPERATIVO praticado pelas sociedades


cooperativas. (TJDFT-2011) (TJSC-2013) (TJMA-2013) (MPRS-2014) (TJPA-2019)

(TJDFT-2007): Sobre o Sistema Constitucional Tributário: Cabe à lei complementar estabelecer normas
gerais em matéria tributária sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas. BL: art. 146, III, “c”, CF.

##Atenção: ##STF: ##TJMA-2013: ##CESPE: O STF, em repercussão geral, assentou que “o adequado
tratamento tributário referido no art. 146, III, “c” da CF/88 é dirigido ao ato cooperativo. A norma constitucional
concerne à tributação do ato cooperativo, e não nos tributos dos quais as cooperativas possam vir a ser contribuintes”.
(RE 599.362).

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de


pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II
[ICMS], das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (AGU-2004) (MPES-2010) (DPEAC-2017)

(TJPR-2008): Cabe à lei complementar a definição de tratamento diferenciado e favorecido para as


microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. BL: art. 146, III, “d”, CF.

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também PODERÁ INSTITUIR um
REGIME ÚNICO de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(TJSE-2008-CESPE): A lanchonete Comer Bem é uma empresa de pequeno porte enquadrada entre aquelas
às quais a CF oferece tratamento diferenciado, nos termos de legislação complementar. Essa empresa está
sujeita, em razão de seu porte, a norma constitucional aplicável especificamente a esse grupo, que se refere
a regime único de arrecadação de impostos e contribuições federais.. BL: art. 146, III, “d” e § único, CF.
(trib.)

I - SERÁ OPCIONAL para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
(DPU-2007) (TJAP-2008)

II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes


aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados,


adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(TJSC-2010): A União pode, por lei complementar, instituir um regime único de arrecadação dos impostos
e contribuições da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, para as microempresas e empresas de
pequeno porte. BL: art. 146, § único, CF.

298
Art. 146-A. Lei complementar PODERÁ ESTABELECER critérios especiais de tributação, com o
objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei,
estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

(TCEMG-2018): Lei complementar pode estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de
prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer
normas de igual objetivo. BL: art. 146-A, CF.

(PGEAC-2017-FMP): O princípio da isonomia tributária impacta diretamente os princípios da livre


concorrência e da livre iniciativa, uma vez que o Estado deve garantir as mesmas regras do jogo para todos
os contribuintes. BL: art. 146-A, CF.

Art. 147. COMPETEM à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos
municipais. (TJPI-2007/2012) (TJAM-2016) (MPSC-2016)

OBS: Vide art. 32 da CF/88.


Distrito Federal: Vedada a sua divisão em Municípios, tal ente político acumula as competências tributárias
dos Estados e dos Municípios.
• Tem competência para instituir 6 Tributos: 3 estaduais (art. 155) e 3 municipais (art. 156).
• Tem competência para instituir taxas e contribuição de melhoria de competência dos Estados e
Municípios, a contribuição previdenciária dos seus servidores e a contribuição de iluminação
pública.

Territórios: A regra é semelhante. Hoje inexistentes, mas de criação possível (art. 18, §2º, CF). Não são
entes políticos, não tendo status de membros da federação, os impostos estaduais que lhe caberiam fazem
parte da competência da União, assim como os impostos municipais, caso o Território não seja dividido
em municípios. Se o for, os impostos municipais caberão a cada município.
• A mesma observação: os demais tributos estaduais (e municipais, em caso de não divisão do
território e municípios) também serão de competência da União.

(TJDFT-2007): Sobre o Sistema Constitucional Tributário: Competem à União, em Território Federal, os


impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos
municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. BL: art. 147, CF.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, PODERÁ INSTITUIR EMPRÉSTIMOS


COMPULSÓRIOS: (MPDFT-2009) (MPF-2005/2008/2012) (TJBA-2012) (TRF4-2014) (TRF3-2016)
(Cartórios/TJMG-2017) (DPEAC-2017) (TCEMG-2018) (TJMT-2018)

(Anal. Judic./TRERJ-2017-Consulplan): A CF/88 previu, em seu art. 148, o empréstimo compulsório como
uma das espécies tributárias. Esse tributo tem como particularidade a previsão de resgate do valor
arrecadado pelo contribuinte, nos termos do parágrafo único, Art. 15 do CTN. Assinale a alternativa
correta em termos constitucionais acerca do instituto: Somente a União poderá institui-lo. BL: art. 148, CF.

OBS: Competência exclusiva.

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de CALAMIDADE PÚBLICA, de GUERRA


EXTERNA ou SUA IMINÊNCIA; (MPDFT-2009) (MPGO-2010) (TRF4-2014) (TJDFT-2015)
(Cartórios/TJMG-2017) (MPRR-2017)

(TJPA-2019-CESPE): Assinale a opção que apresenta hipótese de instituição de empréstimos compulsórios


prevista na Constituição Federal de 1988: guerra externa. BL: art. 148, I, CF.

(DPESP-2010-FCC): Nos termos do artigo 148, inciso I da CF/88, a União poderá, mediante lei
complementar, instituir empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias, sem sujeição ao
princípio da anterioridade tributária, anual e nonagesimal, em situação de iminência de guerra externa.
BL: art. 148, I, CF.

299
II - no caso de INVESTIMENTO PÚBLICO de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
OBSERVADO o disposto no art. 150, III, "b" [Obs.: anterioridade e noventena – vide art. 150, §1º, CF].
(MPDFT-2009) (DPESP-2010) (TRF4-2014) (Cartórios/TJMG-2017) (TJPA-2019)

(DPU-2015-CESPE): Se, devido a necessidade urgente, a União instituir empréstimo compulsório para
custear um investimento público de relevante interesse nacional em determinada data, nesse caso, devido
ao princípio da anterioridade, a aplicação do referido tributo só poderá ocorrer no início do exercício fiscal
subsequente. BL: art. 148, II, CF.

(Anal./SERPRO-2010-CESPE): Considerando que a União institua empréstimo compulsório em razão de


investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, julgue o item a seguir: O referido
tributo deve obediência aos princípios da anterioridade e da irretroatividade. BL: art. 148, II, CF.

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO SERÁ


VINCULADA à despesa que fundamentou sua instituição. (TJDFT-2007) (MPF-2012) (TRF4-2014)

(Cartórios/TJMG-2017-CONSULPLAN): Relativamente aos empréstimos compulsórios, é certo dizer: A


aplicação dos recursos arrecadados é vinculada às despesas que fundamentaram sua instituição. BL: art.
148, § único, CF.

(TJSP-2015-VUNESP): Quanto ao chamado empréstimo compulsório, assinale a opção correta. Seu


aspecto mais relevante é a restituibilidade, podendo-se falar em uma simultaneidade de deveres; um, para
o contribuinte, que é o dever de pagar; outro, para o fisco, que é a devolução da quantia paga. BL: art. 148,
§ único, CF.

##Atenção: ##DOD: A lei complementar que instituir o empréstimo compulsório já deverá fixar o seu
prazo e as condições de resgate (art. 15, parágrafo único, do CTN).

Art. 149. COMPETE EXCLUSIVAMENTE À UNIÃO INSTITUIR contribuições sociais, de


intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I (legalidade)
e III (irretroatividade, anterioridade e noventena), e SEM PREJUÍZO do previsto no art. 195, § 6º
(noventena), relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (TJMG-2008) (MPDFT-2009) (TRF2-
2009) (TRF4-2009) (TRF5-2009) (MPRO-2010) (TJPA-2012) (MPF-2012) (DPETO-2013) (TJSC-2017) (TJMT-
2018) (TJSP-2018)

##Atenção: ##DOD: ##STF: ##TRF2-2018: No caso específico do SEBRAE, para fins de concurso
público, não há dúvida de que se trata de uma contribuição de intervenção no domínio econômico
porque se trata da posição do STF: “A contribuição do SEBRAE - Lei 8.029/90, art. 8º, § 3º, redação das Leis
8.154/90 e 10.668/03 - é contribuição de intervenção no domínio econômico, não obstante a lei a ela se referir
como adicional às alíquotas das contribuições sociais gerais relativas às entidades de que trata o art. 1º do D.L.
2.318/86, SESI, SENAI, SESC, SENAC. Não se inclui, portanto, a contribuição do SEBRAE, no rol do art. 240,
C.F”. STF. Plenário. RE 396266, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 26/11/03. (...) “A contribuição destinada ao
SEBRAE possui natureza de contribuição de intervenção no domínio econômico (art. 149 da CF/88) e não
necessita de edição de lei complementar para ser instituída”. STF. Plenário. RE 635682/RJ, Rel. Min. Gilmar
Mendes, j. 25/4/2013 (Info 703).
(TRF2-2018): A contribuição ao SEBRAE é qualificada, pelo STF, como tendo natureza de contribuição de
intervenção no domínio econômico — CIDE, e não como contribuição social de interesse de categorias
profissionais e econômicas. BL: art. 149, CF e Entend. Jurisprud.

(TJBA-2019-CESPE): Conforme a CF, as contribuições de intervenção no domínio econômico são de


competência exclusiva da União. BL: art. 149, caput, CF (trib.).

##Atenção ##CESPE: ##TRF2-2009: ##TJBA-2019: ##CESPE: As contribuições de intervenção sobre o


domínio econômico são espécies tributárias. Por isso devem observar o art. 150, II, CF, que trata da
isonomia tributária. Nesse dispositivo está expressa a proibição de qualquer distinção em razão de
ocupação profissional.

300
##Atenção: ##TRF4-2009: A CIDE foi instituída para custear a intervenção do Estado, em atividades e
programas definidos, pela própria Constituição, como de interesse direto dos atingidos pela tributação,
aos quais se reverte um benefício específico. Não se avista, pois, mero interesse fiscal de arrecadação, mas
hipótese congruente de extrafiscalidade, motivo bastante para legitimar a cobrança de tal contribuição.

(TJSP-2018-VUNESP): Com relação às contribuições sociais, pode-se afirmar: constituem espécie de


tributo e diferem dos impostos pela destinação do produto da arrecadação. BL: art. 149, caput c/c art. 19552
e art. 167, IV53 da CF (trib.).

##Atenção: Os impostos são tributos não vinculados, não destinados e não restituíveis, ao passo que as
contribuições especiais são tributos não vinculados, destinados e não restituíveis. Logo, a diferença entre
as contribuições especiais e os impostos reside na destinação do produto da sua arrecadação.

##Atenção: ##TJSP-2018: ##VUNESP: A CF/88 fixa a natureza tributária das contribuições sociais ao
estabelecer, com base em seu art. 149, que estas só poderiam ser exigidas por meio de lei complementar,
respeitando-se os princípios da irretroatividade da lei e da anterioridade (art. 150, inciso III, alíneas a e
b). Além disso, o referido art. 149 exige a observância ao inciso III do art. 146 da CF/88 (exigência de
observância a Lei Complementar para fixação do fato gerador, base de cálculo e contribuinte). Por serem
espécies de tributos, as normas gerais de direito tributário também são aplicáveis às contribuições
sociais. Acrescente, ainda, que as contribuições sociais possuem função parafiscal, pois suprem entidades
paraestatais com recursos vinculados a atividades especificas de interesse do Estado.

(TJRJ-2012-VUNESP): As contribuições especiais, estabelecidas constitucionalmente, são tributos


finalisticamente afetados.

##Atenção: Significa que são tributos de receita vinculada e que devem atender a quatro pressupostos
para a sua validade: a) finalidade adequada ao Texto Constitucional; b) existência de um grupo ou setor
que receberá a atuação do destino do tributo; c) entidade específica para o setor beneficiado; d) arrecadação
destinada à finalidade.

(DPECE-2008-CESPE): Em relação ao Sistema Tributário Nacional, julgue o item subsequente: Somente a


União pode instituir contribuição de intervenção no domínio econômico. BL: art. 149, CF.

§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios INSTITUIRÃO, por meio de lei,


CONTRIBUIÇÕES PARA CUSTEIO DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, COBRADAS
dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que PODERÃO TER ALÍQUOTAS
PROGRESSIVAS de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de
pensões. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)

§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá
incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)

§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial, é
facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos,
dos aposentados e dos pensionistas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)

§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente com
outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua
instituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)

52 Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais: (...)
53 Art. 167. São vedados: (...) IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a

repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
301
§ 2º As CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS e DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO de que
trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (TJRO-2011) (TJSC-2013)

I - NÃO INCIDIRÃO sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 33, de 2001) (TJMG-2007) (TRF5-2009) (MPRO-2010) (TJRO-2011) (MPF-2011) (TJSC-2013)
(TCEPR-2016) (TJBA-2019)

(TRF3-2016): As contribuições sociais e as contribuições de intervenção no domínio econômico não


incidirão sobre receitas decorrentes de exportação. BL: art. 149, §2º, I, CF/88.

II - INCIDIRÃO TAMBÉM sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TRF5-2009) (MPRO-2010) (TJRO-2011) (TJSC-2013)
(TCEPR-2016) (TJBA-2019)

III - PODERÃO TER ALÍQUOTAS: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

a) AD VALOREM [obs.: aplica um percentual sobre o valor a ser tributado], tendo por base o
faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (TJMG-2007) (TJSC-2013) (TJBA-2019)

(TJRO-2011): As contribuições de intervenção no domínio econômico poderão ter alíquotas ad valorem,


tendo por base o valor da operação, e no caso de importação, o valor aduaneiro. BL: art. 149, §2º, III, “a”,
CF.

b) ESPECÍFICA [obs.: tomam por base a unidade de medida adotada], tendo por base a unidade de
medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (TJRO-2011) (TJBA-2019)

(TJMG-2007): As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, cuja instituição é de


competência da União poderão ter alíquota específica, tendo por base a unidade de medida adotada. BL:
art. 149, §2º, III, “b”, CF/88.

##Atenção: ##DOD: A alteração promovida pela EC 33/01 no art. 149, § 2º, III da CF/88 não estabeleceu
delimitação exaustiva das bases econômicas passíveis de tributação por toda e qualquer contribuição
social e de intervenção do domínio econômico (CIDE). Em outras palavras, o inciso III do § 2º do art. 149
da CF/88 não exclui a possibilidade de que as contribuições sociais incidam sobre outras bases
econômicas. A taxatividade pretendida por uma interpretação meramente literal aplica-se tão somente,
nos termos da EC 33/01 e em conjunto com o art. 177, § 4º, da CF/88, em relação às contribuições
incidentes sobre a indústria do petróleo e seus derivados. Porém, para as CIDEs e as contribuições em
geral, a EC 33/01 manteve a mera exemplificação, não esgotando todas as possibilidades legislativas.
Portanto, a materialidade econômica para a incidência dessas contribuições não se esgota na previsão
de faturamento, receita bruta, valor da operação e valor aduaneiro (no caso de importação), podendo
comportar, também, a incidência sobre folha de salários. Por essa razão, o art. 149, § 2º, III, da CF/88
utiliza a expressão “poderão ter alíquotas”. Assim, garante a ideia de facultatividade a abranger tanto as
alíquotas quanto as bases de cálculo das contribuições sociais e das CIDEs. Além disso, a exposição de
motivos da EC 33/01 demonstra que as alterações implementadas pretenderam apenas possibilitar a
cobrança da CIDE-combustíveis quando da importação de derivados do petróleo e do gás natural,
retirando obstáculos à tributação de insumos vindos do exterior.

§ 3º A pessoa natural DESTINATÁRIA das operações de importação PODERÁ SER EQUIPARADA


a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (TJRO-2011)

§ 4º A LEI DEFINIRÁ as hipóteses em que as contribuições INCIDIRÃO uma única vez. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (TJMG-2007)

Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal PODERÃO INSTITUIR CONTRIBUIÇÃO, na forma


das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e
III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) (TJMG-2008) (MPRO-2010) (MPSE-2010) (TJRS-
2009/2012) (TJAC-2012) (DPERO-2017) (TJAL-2019)

302
(PGM-Porto Ferreira/SP-2017-VUNESP): Na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de
iluminação pública, a Constituição Federal autoriza os Municípios e o Distrito Federal a instituir
contribuição. BL: art. 149-A, CF.

(DPECE-2008-CESPE): Em relação ao Sistema Tributário Nacional, julgue o item subsequente: Lei


municipal pode instituir contribuição de iluminação pública para o custeio da iluminação pública. BL: art.
149-A, CF.

##Atenção: Competência privativa.

Parágrafo único. É FACULTADA a COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO a que se refere o caput, na


fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) (TJAC-2012)

(TJBA-2012-CESPE): Aos municípios e ao DF é permitido instituir contribuição, na forma das respectivas


leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, sendo facultado cobrar o valor da contribuição na
fatura de consumo de energia elétrica. BL: art. 149-A, CF.

(TJDFT-2007): Sobre o Sistema Constitucional Tributário: Os Municípios e o Distrito Federal poderão


instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para custeio do serviço de iluminação pública, sendo
facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica. BL: art. 149-A, CF.

Seção II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

(TJPI-2012-CESPE): Apesar de não constar do elenco de direitos fundamentais previstos expressamente


no art. 5.º da CF, o princípio da anterioridade tributária constitui garantia individual fundamental,
conforme reconhece a jurisprudência do STF. BL: art. 150, III, “b”, CF.

##Atenção: ##DPESP-2006: ##TJPI-2012: ##FCC: ##CESPE: O STF entende que os direitos e garantias
individuais, considerados cláusulas pétreas pela CF não se restringem àqueles expressos no elenco do
art. 5º, admitindo interpretação extensiva para definição de direitos análogos, o que restou claro na ADI
939/93, que considerou direito e garantia individual a anterioridade tributária, consoante art. 5º, §2º; art.
60, §4º, IV e art. 150, III, “b”, todos da CF.

(TJRS-2012): As limitações constitucionais ao poder de tributar são direitos e garantias fundamentais do


cidadão, mesmo fora do catálogo do Título II da CF/1988. (tributário)

Art. 150. Sem prejuízo DE OUTRAS GARANTIAS asseguradas ao contribuinte, É VEDADO à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - EXIGIR ou AUMENTAR TRIBUTO sem lei que o estabeleça; (TJMS-2008/2012) (TJAC-2012)


(TJPR-2013) (TJMT-2018) (TJRS-2018) (MPMG-2018) (TJSC-2019)

##Atenção: ##STF: ##Repercussão Geral – Tema 829: ##DOD: ##TJSC-2019: ##CESPE: ##TJMS-2020:
##FCC: Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo
infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que
não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices
de correção monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, j.
19/10/16 (repercussão geral) (Info 844).
(TJMS-2020-FCC): Mostra-se compatível com as normas constitucionais que regem o Sistema Tributário
Nacional a edição de lei que, ao instituir taxa pelo exercício de poder de polícia, fixa-lhe o limite máximo e
prescreve que o respectivo valor será definido em regulamento a ser editado pelo Poder Executivo estadual,
em proporção razoável com os custos da atuação estatal. BL: Infos 842 e 844, STF.
(TJSC-2019-CESPE): Determinada lei tributária prevê o valor do teto para a cobrança de uma taxa de
fiscalização, permitindo que ato do Poder Executivo fixe o valor específico do tributo e autorizando o ministro
da Economia a corrigir monetariamente, a partir de critérios próprios, esse valor. A respeito dessa lei
hipotética, considerando-se a jurisprudência do STF acerca do princípio da legalidade tributária, é correto
afirmar que a fixação do valor da taxa por ato normativo infralegal, se em proporção razoável com os custos
da atuação estatal, é permitida, devendo sua correção monetária ser atualizada em percentual não superior
aos índices legalmente previstos. BL: Infos 842 e 844, STF.
303
##Atenção: ##STF: Ao remeter a disciplina do parcelamento às regras atinentes à moratória, a lei
complementar exigiu que a legislação definidora do instituto promovesse a especificação mínima das
condições e dos requisitos para sua outorga em favor do contribuinte. Em matéria de delegação
legislativa, a jurisprudência da Corte tem acompanhado um movimento de maior flexibilização do
Princípio da Legalidade, desde que o legislador estabeleça um desenho mínimo que evite o arbítrio. O
grau de indeterminação com que operou a Lei estadual 11.453/00, ao meramente autorizar o Poder
Executivo a conceder o parcelamento, provocou a degradação da reserva legal, consagrada pelo art. 150,
I, da CF. Isso porque a remessa ao ato infralegal não pode resultar em desapoderamento do legislador no
trato de elementos essenciais da obrigação tributária. Para o respeito do princípio da legalidade, seria
essencial que a lei (em sentido estrito), além de prescrever o tributo a que se aplica (IPVA) e a categoria de
contribuintes afetados pela medida legislativa (inadimplentes), também definisse o prazo de duração da
medida, com indicação do número de prestações, com seus vencimentos, e as garantias que o contribuinte
deva oferecer, conforme determina o art. 153 do CTN. STF. Plenário. ADI 2304, Min. Rel. Dias Toffoli, j.
12/04/18.

##Atenção: ##STF: ##TJAC-2019: ##VUNESP: A instituição dos emolumentos cartorários pelo Tribunal
de Justiça afronta o princípio da reserva legal. Somente a lei pode criar, majorar ou reduzir os valores
das taxas judiciárias. Inércia da União Federal em editar normas gerais sobre emolumentos. Vedação aos
Estados para legislarem sobre a matéria com fundamento em sua competência suplementar. Inexistência.
STF. Plenário. ADI 1709, Min. Rel. Maurício Corrêa, j. 10/02/00.

(TJPA-2019-CESPE): Assinale a opção que indica matéria de ordem tributária que pode ser
instrumentalizada por lei ordinária, conforme a CF: Instituição de impostos expressamente previstos na
CF.

##Atenção: A utilização da expressão “lei”, pura e simplesmente, pela CF/88, remete a elaboração da “lei
ordinária”. Isso porque a CF/88 disciplina expressamente as hipóteses em que a instrumentalização se dá
por meio de “lei complementar”. Desse modo, via de regra, a instituição de impostos expressamente
previstos na CF é realizada através de lei ordinária, à luz do princípio da legalidade (art. 150, I, da CF e art.
97, do CTN).

(TJPE-2013-FCC): Prefeito Municipal que entrou em exercício no dia 01/01/13 baixou um decreto
corrigindo monetariamente, conforme índice de correção lá indicado, a Planta Genérica de Valores
utilizada para apuração da base de cálculo do IPTU e sobre o ITBI. Fez constar o Prefeito que a vigência
do decreto é imediata, a partir da data da publicação, já valendo para o exercício de 2013. Inconformados
com esta medida, que acabou por majorar a base de cálculo do IPTU e do ITBI, alguns proprietários
ingressaram em juízo questionando a constitucionalidade do decreto. Considerando-se os fatos relatados,
é correto afirmar que esse decreto é constitucional porque a correção monetária da base de cálculo não
equivale a majoração, razão pela qual não se submete às regras de anterioridade e da legalidade. BL: art.
97, §2º, CTN e S. 160, STJ. (tributário)

##Atenção: ##MPMG-2018: O inciso I, do art. 150 da CF/88 não faz referência a diminuir tributos. Apenas
há vedação para exigir ou aumentar sem lei que o estabeleça.

(TJPR-2012-PUCPR): É proibido à União, Estados, Distrito Federal e Municípios instituir tributo sem lei
que o estabeleça, sem exceção. BL: art. 150, I da CF. (tributário)

##Atenção: Instituir tributo através de lei não possui exceção. As hipóteses que majoram alíquota (através
de decreto ou outro ato do poder executivo) é que sofrem mitigações. Contudo, a assertiva mencionou
“instituir tributo”.

(TJES-2011-CESPE): No sistema jurídico brasileiro, é juridicamente possível a instituição de determinados


tributos por meio de leis complementares. (tributário)

##Atenção: Regra geral, os tributos são instituídos por lei ordinária. Excepcionalmente serão instituídos
por LC: 1) Impostos sobre grandes fortunas; II) Impostos residuais da União; III) Contribuições da
seguridade social) e IV) empréstimos compulsórios.

##Atenção: O conteúdo taxativo do princípio da legalidade tributária está previsto no art. 97 do CTN.

304
II - INSTITUIR tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
PROIBIDA QUALQUER DISTINÇÃO em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
INDEPENDENTEMENTE da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; (TJRS-2009)
(MPMS-2011) (TJDFT-2014) (MPRS-2017) (PGESE-2017) (TJAC-2012/2019) (TJSC-2013/2019) (TJBA-2019)
(MPCE-2020)

##Atenção: ##STF: ##TJAC-2019: ##VUNESP: Concessão de isenção à operação de aquisição de


automóveis por oficiais de justiça estaduais. (...) A isonomia tributária (CF, art. 150, II) torna inválidas as
distinções entre contribuintes “em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida”, máxime
nas hipóteses nas quais, sem qualquer base axiológica no postulado da razoabilidade, engendra-se
tratamento discriminatório em benefício da categoria dos oficiais de justiça estaduais. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada procedente. STF. Plenário. ADI 4276, Min. Rel. Luiz Fux, j. 20/08/14

(MPMG-2018): Consoante o art. 150 da CF/88, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, instituir tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos. BL: art. 150, II, CF. (tributário)

(TJAM-2016-CESPE): Acerca da competência tributária no âmbito constitucional, assinale a opção correta:


É vedada qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida pelos contribuintes,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. BL: art. 150, II, CF.

(TJMA-2013-CESPE): Segundo o STF, não haverá ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei
complementar, por motivos extrafiscais, imprimir tratamento desigual a microempresas e empresas de
pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime diferenciado aquelas cujos sócios
tenham condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado. BL: STF, AI 496183 AgR.
(tributário)

III - COBRAR TRIBUTOS:

a) em relação a fatos geradores ocorridos ANTES do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado; (TJMS-2008) (MPDFT-2009) (TRF1-2009) (MPMS-2011) (TJPA-2012) (TJPR-2013)
(TJDFT-2014) (TJPB-2015) (MPRS-2017) (TJMG-2018) (TJMT-2018) (TJSC-2019)

(MPSC-2016): A CF/88 houve por limitar o poder de tributar da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, vedando, dentre outras hipóteses, a exigência ou o aumento de tributo sem prévia
previsão legislativa, bem como a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do
início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. BL: art. 150, I e III, “a”, CF.

(AGU-2015-CESPE): Conforme o princípio da irretroatividade da lei tributária, não se admite a cobrança


de tributos em relação a fatos geradores ocorridos em período anterior à vigência da lei que os instituiu ou
aumentou. Entretanto, o Código Tributário Nacional admite a aplicação retroativa de lei que estabeleça
penalidade menos severa que a prevista na norma vigente ao tempo da prática do ato a que se refere, desde
que não tenha havido julgamento definitivo. BL: art. 150, III, “a” da CF/88 e art. 106, II, “c” do CTN.

b) no mesmo exercício financeiro em que HAJA SIDO PUBLICADA a lei que os instituiu ou
aumentou; (MPDFT-2009) (TRF1-2009) (TRF5-2009) (DPESP-2010) (TJPB-2011) (MPF-2011) (TJPR-2013)
(TRF4-2009/2014) (TJDFT-2014) (MPPR-2014) (PGESE-2017) (TJMT-2018) (TJSP-2018) (TJAC-2019) (TJRO-
2019) (TJMS-2020)

c) antes de decorridos noventa dias da data em que HAJA SIDO PUBLICADA a lei que os instituiu
ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
(MPDFT-2009) (TRF1-2009) (TRF5-2009) (TJES-2011) (TJPB-2011) (MPPB-2011) (MPF-2011) (TJDFT-2014)
(TJMT-2018) (TJSP-2018) (TJRO-2019) (TJMS-2020)

##Atenção: ##STF: ##Reperc. Geral – Tema 382: ##TJMS-2020: ##FCC: A postergação do direito do
contribuinte do ICMS de usufruir de novas hipóteses de creditamento, por não representar aumento
do tributo, não se sujeita à anterioridade nonagesimal prevista no art. 150, III, c, da CF/88. (STF. Plenário.
RE 603917, Rel. Min. Rosa Weber, j. 25/10/19). Porém, cumpre consignar que alguns precedentes mais
305
recentes da 1ª Turma adotaram entendimento mais amplo para o princípio da anterioridade
nonagesimal. É o caso do RE 564.225, julgado em 02.9.14, da relatoria do Min. Marco Aurélio, onde a
maioria concluiu no sentido de que revogação de benefício fiscal equivale a aumento indireto do tributo,
pelo que necessária a observância da anterioridade nonagesimal. Essa decisão, porém, além de não
proveniente do Plenário e ter sido adotada por maioria, diz respeito a caso diverso do presente, embora
com ele guarde semelhança. No precedente, tratava-se de efetivo aumento da carga tributária por força
da eliminação de isenção. No caso sob exame, a questão diz respeito à postergação de esperada redução
dos níveis reais do imposto.

(Cartórios/TJMG-2017-Consulplan): Em geral, os tributos submetem-se tanto à anterioridade anual


quanto à nonagesimal. BL: art. 150, III, “b” e “c”, CF.

##Atenção: ##TJSP-2018: ##VUNESP: O princípio da anterioridade (de exercício ou nonagesimal) se


aplica a tributos em geral, e não exclusivamente a impostos (art. 150, III, ‘b’ e ‘c’) Além disso, existem
diversas exceções, como os impostos de importação e exportação (art. 150, §1º, CF54).

##Atenção: ##TJMA-2013: ##CESPE: A necessidade de prévia autorização orçamentária era exigência do


princípio da ANUALIDADE, previsto no art. 141, § 34, 2ª parte, da Constituição de 1946. Entretanto, o
referido princípio foi revogado expressamente pela Emenda Constitucional de 1969. No ordenamento
constitucional atual vigora o princípio da ANTERIORIDADE.

(TJBA-2012-CESPE): Considere que determinada lei, publicada no dia 30/12/11, que instituiu taxa de
coleta domiciliar de lixo, tenha sido omissa em relação à data de início de sua vigência. Nesse caso, é correto
afirmar que a taxa somente poderá ser cobrada a partir de 90 dias após a data de publicação dessa lei. BL:
art. 149-A, § único c/c art. 150, III, “c” CF/88. (tributário)

##Atenção: ##TRF1-2009: ##CESPE: A taxa só poderá ser cobrada 90 dias após a data de publicação da
lei, em abono ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal, previsto no art. 150, III, “c”, CF.

(TJDFT-2007): Sobre as limitações constitucionais do poder de tributar: É vedado ao Distrito Federal cobrar
tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observada a regra segundo a qual a cobrança não pode recair no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. BL: art. 150, III, “b” e “c”, CF.

IV - UTILIZAR tributo com efeito de confisco; (MPCE-2009) (TRF2-2009) (TJMG-2012) (TJCE-2012)


(TJPA-2012) (MPMG-2018)

##Atenção: ##STF: ##TJSP-2018: ##VUNESP: O STF entende ser inconstitucional a multa cujo valor é
superior ao do tributo devido, por violação ao princípio do não-confisco. (STF. 1ª T. RE 833106 AgR, Min.
Rel. Marco Aurélio, j. 25/11/14; STF. 2ª T. RE 754.554/GO, rel. Min. Celso de Mello, j. 21/08/13). Além
disso, o STF entende que valor da obrigação principal deve funcionar como limitador da norma
sancionatória, de modo que a abusividade se revela nas multas arbitradas acima do montante de 100%.
(STF. 1ª T., AI 838302 AgR, Min. Rel. Roberto Barroso, j. 25/02/14).
(TJSP-2018-VUNESP): Com relação à competência tributária e aos princípios e limitações constitucionais ao
poder de tributar, é correto afirmar: o STF tem adotado entendimento no sentido de que, embora o confisco
seja conceito jurídico indeterminado, o princípio da vedação do confisco deve ser utilizado para limitar o
percentual de multa imposta ao contribuinte. BL: art. 150, IV, CF e Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STF: ##AGU-2015: ##CESPE: ADI. §§ 2.º E 3.º DO ART. 57 DO ADCT DA CONSTITUIÇÃO
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. FIXAÇÃO DE VALORES MÍNIMOS PARA MULTAS PELO NÃO-
RECOLHIMENTO E SONEGAÇÃO DE TRIBUTOS ESTADUAIS. VIOLAÇÃO AO INCISO IV DO ART.

54 Art. 150. (...) § 1º A VEDAÇÃO DO INCISO III, b [obs.: Anterioridade de Exercício], NÃO SE APLICA aos
tributos previstos nos arts. 148, I, [Emp. Compuls. dec. calam. púb, guerra ext. ou a sua iminência], 153, I [II], II
[IE], IV [IPI] e V [IOF]; e 154, II [impostos extraordinários, na iminência ou no caso de guerra externa]; e a
VEDAÇÃO DO INCISO III, c, [obs.: Anterioridade Nonagesimal] NÃO SE APLICA aos tributos previstos nos
arts. 148, I [Emp. Compuls. dec. calam. púb, guerra ext. ou a sua iminência], 153, I [II], II [IE], III [IR] e V [IOF]; e
154, II [impostos extraordinários, na iminência ou no caso de guerra externa], NEM à fixação da base de cálculo
dos impostos previstos nos arts. 155, III [IPVA], e 156, I [IPTU]. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
306
150 DA CARTA DA REPÚBLICA. A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua
consequência jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do
contribuinte, em contrariedade ao mencionado dispositivo do texto constitucional federal. STF.
Plenário. ADI 551, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 24/10/02.
(AGU-2015-CESPE): O princípio da vedação à utilização de tributo com efeito de confisco, previsto
expressamente na CF, aplica-se igualmente às multas tributárias, de modo a limitar, conforme jurisprudência
pacífica do STF, o poder do Estado na instituição e cobrança de penalidades. BL: art. 150, IV, CF e ADI 551/RJ.

##Atenção: ##STF: ##TJRN-2013: ##CESPE: A proibição constitucional do confisco em matéria tributária


nada mais representa senão a interdição, pela Carta Política, de qualquer pretensão governamental que
possa conduzir, no campo da fiscalidade, à injusta apropriação estatal, no todo ou em parte, do patrimônio
ou dos rendimentos dos contribuintes, comprometendo-lhes, pela insuportabilidade da carga tributária, o
exercício do direito a uma existência digna, ou a prática de atividade profissional lícita ou, ainda, a regular
satisfação de suas necessidades vitais (educação, saúde e habitação, por exemplo). A identificação do
efeito confiscatório deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mediante verificação da
capacidade de que dispõe o contribuinte - considerado o montante de sua riqueza (renda e capital) - para
suportar e sofrer a incidência de todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de determinado período,
à mesma pessoa política que os houver instituído (a União Federal, no caso), condicionando-se, ainda, a
aferição do grau de insuportabilidade econômico-financeira, à observância, pelo legislador, de padrões de
razoabilidade destinados a neutralizar excessos de ordem fiscal eventualmente praticados pelo Poder
Público. Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre que o efeito
cumulativo - resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal -
afetar, substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte. STF.
Plenário. ADC 8 MC, Rel. Min. Celso de Mello, j. 13/10/99.
(TJRN-2013-FCC): O princípio do não confisco deve ser observado em relação à totalidade da carga tributária,
levando-se em consideração a capacidade de que dispõe o contribuinte para suportar e sofrer a incidência de
todos os tributos instituídos pelo mesmo ente político. BL: art. 150, IV, CF e ADC 8 MC.

##Atenção: ##STF: ##TJSP-2009: ##VUNESP: ##MPRO-2010: ##MPPI-2012: ##TJPA-2012: ##CESPE:


##TJCE-2012: ##FCC: É cabível, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o STF
examinar se determinado tributo ofende, ou não, o princípio constitucional da não-confiscatoriedade
consagrado no art. 150, IV, da CF/88. Hipótese que versa o exame de diploma legislativo (Lei 8.846/94,
art. 3º e seu § único) que instituiu multa fiscal de 300% (trezentos por cento). A proibição constitucional
do confisco em matéria tributária - ainda que se trate de multa fiscal resultante do inadimplemento, pelo
contribuinte, de suas obrigações tributárias - nada mais representa senão a interdição, pela Carta Política,
de qualquer pretensão governamental que possa conduzir, no campo da fiscalidade, à injusta apropriação
estatal, no todo ou em parte, do patrimônio ou dos rendimentos dos contribuintes, comprometendo-lhes,
pela insuportabilidade da carga tributária, o exercício do direito a uma existência digna, ou a prática de
atividade profissional lícita ou, ainda, a regular satisfação de suas necessidades vitais básicas. O Poder
Público, especialmente em sede de tributação (mesmo tratando-se da definição do "quantum" pertinente
ao valor das multas fiscais), não pode agir imoderadamente, pois a atividade governamental acha-se
essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade que se qualifica como verdadeiro parâmetro
de aferição da constitucionalidade material dos atos estatais. STF. Plenário. ADI 1075 MC, Rel. Min. Celso
de Mello, j. 17/06/98.
(TJPA-2012-CESPE): Considerando a majoração, para o patamar de 25%, da contribuição previdenciária dos
servidores públicos de determinado ente federado, associada à incidência do imposto de renda de 27,5%,
assinale a opção correta a respeito do efeito confiscatório e da contribuição previdenciária: A vedação do efeito
confiscatório aplica-se tanto aos tributos propriamente ditos quanto às multas pelo descumprimento da
legislação tributária. BL: STF, ADI 1.075-MC, j. 17/06/98.
(MPPI-2012-CESPE): O princípio da vedação do confisco é extensível às multas, apesar de estas terem
natureza jurídica diversa dos tributos. BL: ADI 1.075 MC.
(TJSP-2009-VUNESP): O art. 150, IV, da CF/88, impõe a vedação ao confisco. Pode-se concluir que o conceito
“efeito de confisco” permite que o Poder Judiciário o reconheça em sede de controle normativo abstrato, ainda
que se trate de multa fiscal. BL: STF, ADI 1075-MC.

(MPMA-2014): O tributo de cunho confiscatório não se define por intermédio de um percentual, mas pelo
ônus econômico que se torne insuportável para o contribuinte.

(MPMA-2014): A dificuldade de se aferir o caráter confiscatório de um tributo encontra-se justamente na


determinação prática do que se deve entender como grau abusivo de exigência do patrimônio do
contribuinte, sendo que tal determinação deve se processar em cada situação concreta. BL: STF, Ag.Reg.
no RE com Ag. 712.285.

307
(Téc. Tributário/RO-2018-FGV): Lei de determinado Estado da Federação cria taxa de expediente no valor
de R$ 10,00 por veículo, cobrando este valor das empresas seguradoras pelo fornecimento de dados de
cadastro de proprietários de veículos automotores, para fins de cobrança do DPVAT – Seguro Obrigatório.
Está provado que o custo do serviço é de R$ 0,50 e que o valor exigido suplanta a parcela do prêmio do
seguro obrigatório que toca às seguradoras. Nesse caso, a taxa de expediente é inconstitucional, por seu
caráter confiscatório e inviabilizador da atividade empresarial. BL: art. 150, IV, CF.

##Atenção: As taxas têm caráter contraprestacional, remunerando o Estado por uma atividade
especificamente voltada para o contribuinte. Justamente por conta disso, a verificação de caráter
confiscatório da taxa é feita comparando-se o custo da atividade estatal com o valor cobrado a título de
taxa." Deste modo, verificada uma desproporcionalidade do valor real e o valor cobrado se verifica a
utilização do tributo com efeito confiscatório (Art. 150, IV, CF). (Fonte: Ricardo Alexandre, 2017).

(MPMA-2014): O tributo de cunho confiscatório não se define por intermédio de um percentual, mas pelo
ônus econômico que se torne insuportável para o contribuinte.

(MPMA-2014): A dificuldade de se aferir o caráter confiscatório de um tributo encontra-se justamente na


determinação prática do que se deve entender como grau abusivo de exigência do patrimônio do
contribuinte, sendo que tal determinação deve se processar em cada situação concreta. BL: STF, Ag.Reg.
no RE com Ag. 712.285.

V - ESTABELECER limitações ao TRÁFEGO DE PESSOAS ou BENS, por meio de tributos


interestaduais ou intermunicipais, RESSALVADA a cobrança DE PEDÁGIO pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público; (TJPE-2011) (TJPR-2013) (TJMG-2012/2014) (MPRS-2017) (TJMT-2018)
(TCEMG-2018)

(MPMG-2018): Consoante o art. 150 da CF/88, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estabelecer limitações
ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público. BL: art. 150, II, CF. (trib.)

(TJES-2011-CESPE): A cobrança do pedágio justifica-se constitucionalmente pelo fato de ser gravame


exigido pela utilização das rodovias conservadas pelo poder público, e não pela mera transposição de
município ou de estado. BL: art. 150, V, CF/88.

##Atenção: Princípio da Liberdade do Tráfego de Pessoas ou Bens.

##Atenção: Pedágios: É uma tarifa (preço público), sem natureza tributária. Não tem natureza de taxa.
Não se submete ao regime jurídico tributário (ADI 800, j. 11.06.2014).

VI - instituir IMPOSTOS sobre: (MPF-2011) (MPMG-2018)

(MPRS-2014): As imunidades constam em diversos artigos do texto constitucional, e, conforme o


dispositivo, dizem respeito a impostos, a contribuições ou mesmo a taxa, não se podendo, onde a
imunidade é relativa a impostos, pretender estendê-la a outras espécies tributárias. BL: art. 150, VI, CF.

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; [imunidade recíproca] (TRF1-2009) (TJPB-2011)
(MPF-2011/2012) (TJPA-2012) (TJMG-2012) (TJRN-2013) (TJDFT-2014) (TJPR-2014) (TJRS-2018) (MPMG-
2018) (TJMT-2018) (TJAL-2008/2019) (TJMS-2008/2020) (MPCE-2009/2020)

##Atenção: ##Reperc. Geral/STF – Temas 737: ##TJRS-2018: ##VUNESP: Incide o IPTU, considerado
imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica de direito privado, devedora do
tributo. STF. Plenário. RE 601720, Rel. Min. Edson Fachin, Rel. p/ Ac. Marco Aurélio, j. 19/4/17).

##Atenção: ##Reperc. Geral/STF – Temas 385: ##TJRS-2018: ##VUNESP: A imunidade recíproca,


prevista no art. 150, VI, a, da CF/88 não se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público,
quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional
a cobrança do IPTU pelo Município. STF. Plenário. RE 594015/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 6/4/17 (Info
860).
308
(TJRS-2018-VUNESP): O governo estadual quer fomentar as áreas de lazer e turismo do Estado com a
construção de um complexo multiuso com arena coberta que comporte a realização de shows e outros eventos
de lazer, além de um aquário. Para tanto, pretende conceder à iniciativa privada a realização das obras de
construção do complexo, que deverá ser levantado em área pública predefinida, e sua posterior exploração
pelo prazo de 30 (trinta anos). O concessionário será remunerado exclusivamente pelas receitas advindas da
exploração econômica do novo equipamento, inclusive acessórias. Para que o projeto tenha viabilidade
econômica, está prevista a possibilidade de construção de restaurantes, de um centro comercial, de pelo
menos um hotel dentro da área do novo complexo, além da cobrança de ingresso para visitação do aquário e
dos eventos e shows que vierem a ser realizados na nova arena. Há previsão de pagamento de outorga para
o Estado em razão da concessão. Em relação à cobrança do IPTU pelo município onde se situa a área do
complexo, é correto afirmar que apesar do imóvel ser de propriedade do Estado, o Município poderá cobrar
IPTU porque a área foi cedida a pessoa jurídica de direito privado para a realização de atividades com fins
lucrativos, sendo o concessionário o contribuinte do imposto. BL: Entendimento do STF.
(Anal. Judic./TRERJ-2017-Consulplan): A imunidade recíproca não se estende à empresa privada
arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. BL:
Entendimento do STF.

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJRS-2018: ##VUNESP: A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI,
“a”, da CF/88, não se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela
exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do
IPTU pelo Município. Ex: a União, proprietária de um grande terreno localizado no Porto de Santos,
arrendou este imóvel para a Petrobrás (sociedade de economia mista), que utiliza o local para armazenar
combustíveis. Antes do arrendamento, a União não pagava IPTU com relação a este imóvel em virtude
da imunidade tributária recíproca. Depois que houve o arrendamento, a Petrobrás passa a ter que pagar
o imposto. STF. Plenário. RE 594015/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 6/4/17 (repercussão geral) (Info 860).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao
Programa de Arrendamento Residencial (PAR), criado pela Lei 10.188/01, beneficiam-se da imunidade
tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da CF/88. STF. 1ª Turma. RE 928902/SP, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, j. 17/10/2018 (Info 920).

##Atenção: ##STF: ##DOD: As Caixas de Assistência de Advogados encontram-se tuteladas pela


imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, “a”, da CF/1988. A Caixa de Assistência dos Advogados é
um “órgão” integrante da estrutura da OAB, mas que possui personalidade jurídica própria. Sua
finalidade principal é prestar assistência aos inscritos no respectivo no Conselho Seccional (art. 62 da
Lei 8.906/94). As Caixas de Assistências prestam serviço público delegado e possuem status jurídico de
ente público. Vale ressaltar ainda que elas não exploram atividades econômicas em sentido estrito com
intuito lucrativo. Diante disso, devem gozar da imunidade recíproca, tendo em vista a impossibilidade
de se conceder tratamento tributário diferenciado a órgãos integrantes da estrutura da OAB. STF.
Plenário. RE 405267/MG, Rel. Min. Edson Fachin, j. 6/9/2018 (Info 914).

##Atenção: Cuidado com o §2º do art. 150: “§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e
às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes”. Se houver esse vínculo à
finalidade essencial, haverá imunidade. Ela é presumida. O ônus é do fisco. Destaca-se o julgado do STJ:
DIREITO TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. ÔNUS DA PROVA RELACIONADO AO
AFASTAMENTO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PREVISTA NO § 2º DO ART. 150 DA CF. O
ônus de provar que o imóvel não está afetado a destinação compatível com os objetivos e
finalidades institucionais de entidade autárquica recai sobre o ente tributante que pretenda,
mediante afastamento da imunidade tributária prevista no § 2º do art. 150 da CF, cobrar IPTU
sobre o referido imóvel. Isso porque, conforme orientação jurisprudencial predominante no STJ,
presume-se que o imóvel de entidade autárquica está afetado a destinação compatível com seus
objetivos e finalidades institucionais. STJ, AgRg no AREsp 304.126-RJ, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, j. 13/8/13. (Info 527).

##Atenção: Empresas públicas e sociedades de economista mista (ECT, Infraero, GHC): prestadoras de
serviço público típico em regime de monopólio ou em caráter gratuito, sem concorrência com o setor
privado, gozam da imunidade em apreço:
“As características determinantes para afastamento da proteção constitucional são (a) o intuito
lucrativo da operação (distribuição de lucros, ainda que ao Estado) e (b) a lesão à livre iniciativa e
à concorrência, desequilibradas artificialmente pelo benefício” (STF, ACO 2179 TA/DF).

309
##Atenção: ##STF: ##MPRO-2010: ##TJMA-2013: ##CESPE: A imunidade tributária, inclusive a
recíproca, restringe-se aos impostos, não abrangendo as contribuições. STF. 1ª T., RE 450314 AgR, Rel.
Min. Dias Toffoli, j. 25/09/12. (...) É da jurisprudência do STF que o princípio da imunidade tributária
recíproca (CF, art. 150, VI, a) - ainda que se discuta a sua aplicabilidade a outros tributos, que não os
impostos - não pode ser invocado na hipótese de contribuições previdenciárias. STF. Plenário. ADI 2024,
Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, j. 03/05/07. Portanto, a vedação à tributação recíproca está
adstrita apenas aos impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, de modo que não abrange as
contribuições.
(TJMA-2013-CESPE): O princípio da imunidade tributária recíproca não pode, à luz do posicionamento
firmado pelo STF, ser invocado na hipótese de contribuições previdenciárias. BL: art. 150 VI, “a”, CF e Entend.
Jurisprud.
(MPRO-2010-CESPE): Assinale a opção correta com relação aos preceitos constitucionais e à jurisprudência
referentes a tributação e orçamento: A imunidade tributária conferida aos entes da Federação diz respeito aos
impostos, não alcançando as contribuições. BL: art. 150 VI, “a”, CF e Entend. Jurisprud.

(TCEMG-2018): A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios poderão instituir taxas, em


contraprestação à prestação de serviços públicos, uns dos outros.

##Atenção: ##MPCE-2020: ##CESPE: Pela CF/88, a imunidade recíproca veda a cobrança de IMPOSTOS
um dos outros, e não de taxa, o que é completamente admissível. Em outras palavras, a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir taxas para contraprestação dos serviços prestados uns
aos outros.

(PGESE-2017-CESPE): Considerando-se as limitações ao poder de tributar previstas no texto


constitucional, é juridicamente admissível que um ente público estadual institua a cobrança de taxa
referente a um serviço prestado à União. BL: art. 150, VI, “a”, CF/88.

(PGM-Fortaleza/CE-2017-CESPE): A imunidade tributária recíproca que veda à União, aos estados, ao DF


e aos municípios instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros é cláusula pétrea.
BL: STF AgRg 174, 808 rel. Min, Mauricio Correia.

(TJSP-2009-VUNESP): A imunidade tributária recíproca, sob o prisma teleológico, assegura, confirma e


preserva o regime constitucional federativo. BL: art. 1º, § único c/c art. 150, VI, “a”, CF (trib.)

##Atenção: ##TJMS-2008: ##FGV: A imunidade tributária recíproca consiste na vedação constitucional


de se instituir imposto sobre o patrimônio, renda ou serviços dos entes federativos entre si. Nesse sentido,
ela assegura, confirma e preserva o regime constitucional federativo. Em outras palavras, a garantia
constitucional da imunidade recíproca entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios é corolário do
princípio federativo.

(TJPR-2009): A imunidade recíproca veda a instituição do imposto sobre propriedade predial e territorial
urbana sobre imóvel de propriedade da União. BL: art. 150, VI, “a”, CF. (trib.) (TJAL-2008)

b) templos de qualquer culto; [imunidade religiosa] (DPECE-2008) (TRF4-2009) (TJPA-2012) (TJMG-


2012) (TJDFT-2014) (MPMG-2018)

##Atenção: Imóveis locados, lotes vagos e prédios comerciais: também são imunes desde que existente
vínculo com as finalidades essenciais (art. 150, § 4º, CF) (*);

##Atenção: Art. 150, § 4º, CF. As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem somente o
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas.

##Atenção: ##TJSP-2017: ##VUNESP: Cemitérios como extensões de entidades de cunho religioso:


imunidade aplicável (STF, RE 578.562);

##Atenção: ##TJSP-2017: ##VUNESP: Templo maçônico: não é imune (ideologia de vida e não uma
religião) - STF, RE 562351/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 4.9.2012.

310
(TJPE-2013-FCC): A imunidade sobre o templo de qualquer culto apenas alcança os impostos, sendo
devidas, portanto, as taxas e contribuição de melhoria incidentes sobre o imóvel destinado ao templo. BL:
art. 150, VI, “b”, CF/88. (trib.)

##Atenção: Eduardo Sabbag explica que “Não é demasiado relembrar que a imunidade para os templos de
qualquer culto trata da desoneração de impostos que possam recair sobre a propriedade daqueles bens imóveis. Nessa
medida, não estão exonerados os demais tributos, diversos dos impostos, que terão a normal incidência, pois, uma vez
que o texto constitucional fala em ‘impostos’, relaciona-se ao fato de tal imunidade (...) não se aplicar ‘às taxas,
contribuições de melhoria, às contribuições sociais ou parafiscais e aos empréstimos compulsórios’”.
(Manual de Direito Tributário. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 322)

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, INCLUSIVE suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei; [imunidades de partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e instituições
de educação e assistência social] (TJTO-2007) (TJMG-2009) (TJMS-2012) (TJPE-2013) (TJSC-2013) (TJPR-
2014) (TJDFT-2014/2016) (MPMG-2018) (TJRO-2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Somente as entidades fechadas de previdência social privada nas quais não
há contribuição dos beneficiários gozam de imunidade tributária (Súmula 730 do STF). STF. 1ª Turma.
RE 163164 AgR/SP, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, j. 12/6/12.

##Atenção: Súmula Vinculante 52 do STF: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c” da Constituição Federal,
desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas
(antiga Súmula 724 do STF). Atenção: É aplicável a referida súmula também para a alínea “b”.

##Atenção: “fundos de pensão” (COMSHELL): caráter não contributivo (art. 203 da CF): imunidade. É
um regime de assistência social, diferente do regime previdenciário, que cobra a contribuição de seus
beneficiários. Nesse sentido, é o que consta da Súmula 730 do STF: “A imunidade tributária conferida a
instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança
as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.”

(DPERO-2017-VUNESP): Estado da Federação aprovou lei autorizando a cobrança de contribuição para


custeio do serviço de iluminação pública, com publicação em 31 de dezembro de 2016. Com base nessa lei,
instituição de assistência social sem fins lucrativos recebeu notificação de lançamento realizado em 1º de
janeiro de 2017, referente ao exercício anterior. As instituições de assistência social não são imunes à
cobrança de contribuição para custeio do serviço de iluminação pública. BL: art. 150, VI, “c” da CF/88.

##Atenção: O principal dispositivo que trata sobre imunidades em nossa CF/88 é o art. 150, inciso VI; este
deixa claro que as imunidades ali abrangentes são em relação a IMPOSTOS. Sabemos que imposto é
uma espécie do gênero tributo, ao lado das contribuições e taxas (aqui adotando superficialmente a teoria
tripartida que é a que obedece à literalidade da CF). Sendo assim, tratando o enunciado da instituição de
CONTRIBUIÇÃO para custeio do serviço de iluminação pública, a instituição em questão não estaria
abrangida por qualquer imunidade, ante a falta de previsão constitucional nesse sentido. Ademais, por
tratar-se de contribuição, mais especificamente aquela prevista no art. 149-A da CF (COSIP), deverá
obedecer regularmente aos princípios da anterioridade e também da noventena, tendo em vista que tal
tributo não é tratado pela CF como exceção a essas regras.

(MPRR-2017-CESPE): A imunidade tributária assegurada às instituições de educação sem fins lucrativos


garante imunidade apenas para os impostos, não vedando a instituição de outras modalidades de tributos.
BL: art. 150, VI, “c”, CF/88.

(Cartórios/TJRS-2015-faurgs): As entidades educacionais imunes não têm de comprovar, no momento da


aquisição de terreno, que destinarão o imóvel para a promoção das suas finalidades essenciais, a fim de
que seja dispensada a cobrança do ITBI.

311
(TJCE-2012-CESPE): Está abrangida pela imunidade estabelecida na CF eventual renda que, obtida por
instituição de assistência social mediante cobrança de estacionamento de veículos em área interna da
entidade, destine-se ao custeio das atividades desta. BL: STF, 1ª Turma, RE 144900, j. 22/04/97. (trib.)

(TJES-2011-CESPE): A obtenção do registro no TSE é condição para a fruição da imunidade pelos partidos
políticos. (trib.)

(TJRJ-2011-VUNESP): A instituição de assistência social “Criança Feliz” não paga IPTU porque não tem
fins lucrativos e, atendendo aos requisitos da lei, está abrangida pela imunidade. BL: art. 150, VI, “c” e §4º
da CF/88 e art. 14 do CTN. (trib.)

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão [imunidade cultural]. (TRF4-2009)
(MPRO-2010) (TJPE-2013) (TJDFT-2016) (PGESE-2017) (MPMG-2018) (MPCE-2009/2020)

Súmula Vinculante 57: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à
importação e comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes
exclusivamente utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam
funcionalidades acessórias.
Súmula 657-STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos
necessários à publicação de jornais e periódicos.

##Atenção: ##TJRS-2016: Imunidade objetiva ou real.

##Atenção: Conteúdo: informações genéricas de utilidade pública; álbum de figurinhas; manuais técnicos;
periódicos fesceninos (revista pornográfica);

##Atenção: ##STF: ##DOD: A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da CF, não abarca o
maquinário utilizado no processo de produção de livros, jornais e periódicos. A imunidade tributária
visa à garantia e efetivação da livre manifestação do pensamento, da cultura e da produção cultural,
científica e artística. Assim, é extensível a qualquer material assimilável a papel utilizado no processo
de impressão e à própria tinta especial para jornal, mas não é aplicável aos equipamentos do parque
gráfico, que não são assimiláveis ao papel de impressão, por não guardarem relação direta com a
finalidade constitucional do art. 150, VI, “d” da CF. STF. 1ª T. ARE 1100204/SP, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 29/5/18 (Info 904).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Os livros eletrônicos gozam de imunidade tributária. Desse modo, a
imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da CF/88, aplica-se ao livro eletrônico (“e-book”),
inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. STF. Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias
Toffoli, j. 8/3/17 (repercussão geral) (Info 856).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Os componentes eletrônicos que fazem parte de curso em fascículos de
montagem de placas gozam de imunidade tributária. Em outras palavras, a imunidade da alínea “d” do
inciso VI do art. 150 da CF/88 alcança componentes eletrônicos destinados, exclusivamente, a integrar
unidade didática com fascículos. STF. Plenário. RE 595676/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 8/3/17
(repercussão geral) (Info 856).

##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: ##MPRO-2010: ##CESPE: O STF entende que o fato de as edições das
listas telefônicas veicularem anúncios e publicidade não afasta o benefício constitucional da
imunidade. A inserção visa a permitir a divulgação das informações necessárias ao serviço público a custo
zero para os assinantes, consubstanciando acessório que segue a sorte do principal. .STF, 2.ª T., RE
199.183/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 17.04.1998.
(TRF4-2009): Assinale a alternativa correta: O STF iterativamente asseverou que a imunidade constitucional
concernente à publicação de periódicos abrange a cobrança de ISS (Imposto sobre Serviços) sobre as listas
telefônicas. BL: Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STF: Imunidade tributária e serviço de impressão gráfica: As prestadoras de serviços de


composição gráfica, que realizam serviços por encomenda de empresas jornalísticas ou editoras de livros,
não estão abrangidas pela imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF. Com base nesta
orientação, a 2ª Turma, em conclusão de julgamento e por maioria, negou provimento a agravo regimental
em recurso extraordinário em que discutida a exigibilidade do ISS relativamente à confecção/impressão
(insumos intangíveis) de jornais para terceiros — v. Informativos 497, 541 e 550. A Turma destacou que a

312
garantia da imunidade estabelecida pela Constituição, em favor dos livros, dos jornais, dos periódicos e
do papel destinado à sua impressão revestir-se-ia de significativa importância de ordem político-jurídica,
destinada a preservar e a assegurar o próprio exercício das liberdades de manifestação do pensamento e
de informação jornalística. Pontuou que a mencionada imunidade objetivaria preservar direitos
fundamentais — como a liberdade de informar e o direito do cidadão de ser informado —, a evitar situação
de submissão tributária das empresas jornalísticas. Frisou que, no ponto, os serviços de composição gráfica
realizados por empresas contratadas para realizar esses trabalhos, seriam meros prestadores de serviço e,
por isso, a eles não se aplicaria a imunidade tributária. Vencido o Ministro Eros Grau, que dava provimento
ao recurso. (STF, RE 434826 AgR/MG, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Celso de Mello,
19.11.2013). (Informativo 729, 2ª Turma).

(TJSP-2017-VUNESP): Considerando-se o disposto no artigo 150, VI, “d” da CF/88, notadamente a


expressão “...e o papel destinado à sua impressão”, é de se concluir corretamente que a imunidade deve ser
estendida também aos livros com suportes em CD e outros meios eletrônicos, em face das interpretações
evolutiva e teleológica. BL: Info 856 do STF.

(MPSC-2013): Não incide ICMS - (Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação), imposto de
competência dos Estados e do Distrito Federal, quanto a operações com livros, jornais e periódicos,
inclusive sobre o papel destinado exclusivamente à impressão de tais produtos. BL: art. 150, VI, “d” da CF
e Súmula 657 do STF.

e) FONOGRAMAS e VIDEOFONOGRAMAS MUSICAIS produzidos no Brasil CONTENDO


obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, SALVO NA ETAPA
DE REPLICAÇÃO INDUSTRIAL de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 75, de 15.10.2013) [Obs.: imunidade musical] (TJMS-2015) (TJRR-2015)

##Atenção: Quadro-resumo (Fonte: site qconcursos):


LOCAL AUTOR OBRA
Produzido no Brasil (requisito obrigatório) Autor brasileiro Brasileira = IMUNIDADE
Produzido no Brasil (requisito obrigatório) Autor estrangeiro Brasileira = IMUNIDADE
Produzido no Brasil (requisito obrigatório) Autor brasileiro Estrangeira = IMUNIDADE
Produzido no Brasil (requisito obrigatório) Autor estrangeiro Estrangeira = NÃO TÊM IMUNIDADE

##Atenção: Necessidade da presença dos elementos de conexão nacional.

##Atenção: Detém aplicabilidade imediata (é norma constitucional de eficácia jurídica plena); não se
sujeita à anterioridade tributária;

##Atenção: Não-incidência sobre bens/operações até a fase de replicação – ICMS, ISS, IPI;

(MPRS-2017): Considerando o regramento constitucional sobre limitações do poder de tributar, é correto


afirmar que é vedado: à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre
fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais
de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas
de leitura a laser. BL: art. 150, VI, “e”, CF. (trib.)

(TJCE-2014-FCC): Raquel, violonista, Flávia, flautista e Beatriz, pianista, também são cantoras de música
popular brasileira. Essas três artistas brasileiras decidiram, em novembro de 2013, gravar um DVD com
canções, cujas letras e melodias são de autores brasileiros. Decidiram produzir o DVD no Estado do Ceará,
porque, além de ser mais barato do que produzi-lo em outro Estado, ou até mesmo no exterior, foram
informadas de que o DVD já estaria nas lojas a tempo para as vendas de Natal. A criação desse DVD está
sujeita ao Imposto sobre Produtos Industrializados, na fase de multiplicação industrial de seus suportes
materiais gravados. BL: art. 150, VI, “e”, parte final, CF. (trib.)

§ 1º A VEDAÇÃO DO INCISO III, b [obs.: Anterioridade de Exercício], NÃO SE APLICA aos tributos
previstos nos arts. 148, I, [Emp. Compuls. dec. calam. púb, guerra ext. ou a sua iminência], 153, I [II], II [IE],
IV [IPI] e V [IOF]; e 154, II [impostos extraordinários, na iminência ou no caso de guerra externa]; e a
VEDAÇÃO DO INCISO III, c, [obs.: Anterioridade Nonagesimal] NÃO SE APLICA aos tributos previstos
313
nos arts. 148, I [Emp. Compuls. dec. calam. púb, guerra ext. ou a sua iminência], 153, I [II], II [IE], III [IR] e V
[IOF]; e 154, II [impostos extraordinários, na iminência ou no caso de guerra externa], NEM à fixação da
base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III [IPVA], e 156, I [IPTU]. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (DPEMG-2009) (TRF1-2009) (TJES-2011) (TJPB-2011) (TJPA-2012)
(TJDFT-2014) (TJSP-2018) (TJRO-2019) (TJMS-2020)

##Atenção: Exceções à Anterioridade:


• II, IE, IPI e IOF;
• Imposto Extraordinário de Guerra;
• Empréstimo Compulsório: i) guerra ou; ii) calamidade;
• Contribuições para Financiamento da Seguridade Social (art. 195, §6º);
• ICMS monofásico sobre Combustíveis (Exceção parcial, ver CF/88, art. 155, §4º, inc. IV);
• CIDE-Combustíveis (Exceção parcial, ver CF/88, art. 177, §4º, inciso I, “b”).

##Atenção: Exceções à Noventena:


• II, IE, IOF;
• Imposto Extraordinário de Guerra;
• Empréstimo Compulsório: i) guerra ou; ii) calamidade;
• Imposto de Renda;
• Base de Cálculo do IPTU;
• Base de Cálculo do IPVA;

##Atenção: ##DICA:
Não respeita nada (Nem a anterioridade nem a noventena) (bagunceiro)
1- II
2- IE
3- IOF
4- Guerra e calamidade: Empréstimo Compulsório e Imposto extraordinário

Não respeita anterioridade, mas respeita 90 dias (noventena) (respeita o filho – noventena - mas não
respeita a mãe - anterioridade)
1- ICMS combustíveis
2- CIDE combustíveis
3- IPI
4- Contribuição Social
5- investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional: Empréstimo Compulsório.

Não respeita noventena, mas respeita a anterioridade (respeita a mãe - anterioridade - mas não respeita
o filho - noventena)
1- IR
2- IPVA base de calculo
3- IPTU base de calculo

(MPCE-2020-CESPE): Considerando as limitações constitucionais ao poder de tributar, assinale a opção


correta: A fixação da base de cálculo do IPVA está sujeita à anterioridade anual, mas não à anterioridade
nonagesimal. BL: art. 150, §1º c/c art. 155, III, CF.

(TJRO-2019-VUNESP): A vedação constitucional à cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias


da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou aplica-se, entre outros, aos seguintes
tributos: aos impostos residuais criados pela União, às taxas, às contribuições previdenciárias e ao imposto
sobre circulação de bens e serviços. BL: art. 150, §1º, CF.

(TJPR-2019-CESPE): A CF/88 prevê exceções ao princípio tributário da anterioridade, como ocorre nos
casos dos impostos sobre importação e sobre exportação. Nesses casos, a exceção é justificada pela
necessidade de ajuste do tributo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. De acordo com a
doutrina majoritária, a referida hipótese de exceção ao princípio tributário da anterioridade é explicada
em razão de os tributos citados terem finalidade extrafiscal. BL: art. 150, §1º, CF.

##Atenção: ##TJMS-2020: ##FCC: As exceções à anterioridade anual são, em sua maioria, tributos
federais. Na forma do art. 150, §1º da CF/88, são os seguintes: II, IE, IPI, IOF, imposto de guerra e CIDE-
combustível. Entretanto, há mais uma exceção: o ICMS-monofásico (art. 155, §2º, XII, ‘h’), que, de acordo
314
com o art. 155, §4º, IV, ‘c’, da CF, somente está sujeito à anterioridade nonagesimal. Sendo o ICMS-
monofásico um tributo estadual, é incorreto afirmar que apenas tributos federais são indenes à regra.

(TJBA-2019-CESPE): De acordo com as limitações constitucionais ao poder de tributar, a fixação da base


de cálculo do IPVA se submete à anterioridade anual, sem necessidade de observância da anterioridade
nonagesimal. BL: art. 150, §1º c/c art. 155, III, CF. (trib.)

(MPRO-2017-FMP): É correto afirmar que o Princípio da Anterioridade Nonagesimal previsto no art. 150,
III, “c”, da CF/88, não se aplica aos empréstimos compulsórios que sirvam ao atendimento de despesas
extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ao imposto sobre
a importação de produtos estrangeiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou
nacionalizados; ao imposto sobre a renda e os proventos de qualquer natureza; ao imposto sobre operações
de crédito, câmbio, seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; aos impostos extraordinários,
previstos no art. 154, II, do Texto Constitucional; à fixação da base de cálculo do imposto sobre a
propriedade de veículos automotores e à fixação da base de cálculo do imposto sobre a propriedade predial
e territorial urbana. BL: art. 150, §1º, 2ª parte, CF/88. (trib.)

(MPRS-2016): No âmbito do exercício do poder de tributar, é conduta permitida cobrar imposto sobre
produtos industrializados no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou. BL: art. 150, III, “b” e §1º c/c art. 153, IV, CF.

(TJPA-2014-VUNESP): A Constituição veda que determinados tributos sejam cobrados no mesmo


exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Trata-se da limitação
constitucional ao poder de tributar conhecida por princípio da anterioridade. Assinale a alternativa da
qual consta um tributo que excepciona tal princípio. Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro,
ou relativas a títulos ou valores mobiliários. BL: art. 150, III, “b” e §1º c/c art. 153, V, CF. (trib.)

(MPRS-2012): O Imposto sobre Operações Financeiras não está sujeito ao princípio da anterioridade do
exercício financeiro. BL: art. 150, III, “b” e §1º c/c art. 153, V, CF. (trib.)

##Atenção: ##DPEMG-2009: Registre-se que uma elevação da alíquota do IOF pode ser exigida no dia
seguinte à publicação do decreto que promover o referido aumento, nos termos do §1º do art. 150 da CF.

(MPF-2012): É correto afirmar quanto ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que: Submete-se
ao princípio da anterioridade mitigada, a nonagesimal. BL: art. 150, III, “b”, §1º c/c art. 153, IV, CF55 (trib.)

(MPF-2011): Assinale a alternativa correta: o imposto de renda, de finalidade preponderantemente fiscal,


não se submete ao princípio da noventena. BL: art. 150, III, “b”, §1º c/c art. 153, III, CF. (trib.) (TJRO-2019)

(TJPE-2011-FCC): A regra da anterioridade, que veda cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em
que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou não se aplica aos impostos de importação e
exportação. BL: art. 150, III, “b”, §1º c/c art. 153, incisos I e II, CF (trib.)

(TRF5-2009-CESPE): Suponha que, em 28/12/08, tenha sido publicada uma lei que, destinada a
desestimular o uso de amianto, tenha elevado o IPI incidente sobre certos produtos industriais originários
daquela substância e reduzido o IPI sobre os mesmos produtos quando fabricados com PVC. Suponha,
ainda, que, em 25/1/09, tenha sido publicada a aprovação, pelo Brasil, de um tratado internacional que
isente de IPI os produtos que tenham como insumo o amianto e que as duas normas citadas traziam
cláusula de vigência a iniciar-se na respectiva publicação. Nessa situação, as indústrias produtoras de
caixas-d'água de PVC pagarão IPI reduzido sobre as vendas realizadas em 1.º/1/09. BL: art. 150, III, “b”
e “c/c §1º c/c art. 153, III, CF (trib.)

##Atenção: O IPI é uma exceção ao Princípio da Anterioridade, que pode ser cobrado no mesmo exercício
financeiro da lei que o haja majorado. Entretanto, o IPI deve observar as regras do Princípio da
Noventena, ou seja, deve respeitar o período de 90 dias para que ocorra sua cobrança. No caso em tela, foi
narrado que a lei foi publicada em 28/12/08, na parte que eleva o IPI incidente sobre produtos
industriais originários do amianto, somente terá eficácia após o dia 28/03/09. Porém, essa mesma lei, na
parte que reduz o IPI incidente sobre produtos industriais fabricados com PVC, terá eficácia a partir da
data de sua publicação, 28/12/08, tendo em vista que é mais benéfica ao contribuinte. Todavia, observa-

55 (TJMG-2009): Ao IPI não se aplica o princípio da anterioridade. BL: art. 150, II, “b” c/c art. 153, IV da CF.
315
se que posteriormente à referida Lei, houve a aprovação de um Tratado Internacional, isentando do IPI os
produtos fabricado com amianto, e de acordo com as disposições do CTN, os tratados e convenções
internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna. Dessa forma, a lei que aumentou
as alíquotas do IPI, e que produziria efeitos a partir de 28/03/09, acaba por ter sua eficácia suspensa em
função das disposições do Tratado Internacional que concedem isenções aos mesmos produtos. Em
resumo, temos as seguintes conclusões: i) a Lei de 28/12/08, na parte que majora o IPI sobre produtos com
amianto: está revogada pelo Tratado Internacional; ii) a Lei de 28/12/08, na parte que isenta do IPI sobre
produtos com PVC = Entra em vigor e produz efeitos já na data de sua publicação; e iii) O Tratado
Internacional: Entra em vigor e produz efeitos na data de sua publicação.

(TRF1-2009-CESPE): Assinale a opção correta com relação aos princípios constitucionais da anterioridade
e da legalidade: Atende ao princípio da anterioridade de exercício a publicação, no Diário Oficial, da lei
instituidora de imposto no dia 31/12, sábado, apesar de a sua circulação dar-se apenas na segunda-feira.
BL: art. 150, III da CF e Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STF: ##TRF1-2009: ##CESPE: Ricardo Alexandre explica que, além da garantia de que não
se cobrar tributo em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado (irretroatividade – art. 150, III, a, CF), o legislador constituinte apenas impediu a
cobrança no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que instituiu ou aumentou a
exação (anterioridade – CF, art. 150, III, b). Ocorre que, na prática, tal garantia mostrou-se frágil e
insuficiente. O costume de “deixar tudo para a última hora” fazia com que, em dezembro, o Governo
resolvesse desesperadamente em busca de aprovar no parlamento diversas inovações tributárias, já
sabendo que, se a aprovação ficasse para janeiro, os respectivos efeitos seriam adiados por um precioso
ano. Basta imaginar que, no dia 31/12/94, um sábado, o Presidente da República à época editou e fez
publicar a Medida Provisória 812/94, limitando a compensação de prejuízos no cálculo do Imposto de
Renda das Pessoas Jurídicas (tornando-o mais oneroso). O Diário Oficial daquele dia só circulou, de fato,
na segunda-feira, 02/01/95. O STJ analisou o caso, entendendo o seguinte: “(...) Quando da publicação da
Medida Provisória 812/94, em 31 de dezembro de 1994, ainda estava em curso o período de apuração do imposto de
renda do ano-base de 1994. Pouco importa que o Diário Oficial só tenha circulado no dia 02 de janeiro de 1995, pois,
o que determina a vigência da lei, neste caso, é a data de sua publicação. Recurso especial provido” (STJ, 2ª T., REsp
318.849/SP, Rel. Min. Franciulli Netto, j. 07.03.02). O STF também seguiu o mesmo entendimento (Info
184), o que denota que se a garantia, por si só, já era frágil, o modo como o Poder Judiciário a tratava
acabava por torná-la um quase inútil ornamento constitucional. (Fonte: ALEXANDRE, Ricardo. Direito
Tributário. 14ª ed. 2020, p. 161/162).

(TJRS-2009): As contribuições sociais de seguridade não estão sujeitas à exigência de anterioridade de


exercício. BL: art. 195, §6º, CF e art. 150, §1º da CF. (trib.)

(TJRR-2008-FCC): Diante da majoração da contribuição social sobre o lucro líquido das empresas através
de decreto presidencial, para que tenha eficácia no mesmo exercício financeiro da sua publicação, é
possível afirmar que é inconstitucional, pois depende de lei tal majoração, ainda que tenha eficácia no
mesmo exercício financeiro ao da sua publicação. (tributário)

##Atenção: A majoração da CSLL não se verifica como exceção ao princípio da legalidade, razão pela qual
imprescinde da previsão em lei formal. Ademais, conforme permissivo insculpido no art. 150, §1º da CF, a
referida contribuição, caso majorada, não se submete ao princípio da anterioridade do exercício financeiro,
apenas ao princípio da irretroatividade e da anterioridade nonagesimal, ou noventena.

§ 2º A VEDAÇÃO do inciso VI, "a" [obs.: imunidade recíproca], É EXTENSIVA às autarquias e às


fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos
serviços, VINCULADOS a SUAS FINALIDADES ESSENCIAIS ou às DELAS DECORRENTES. (TRF1-
2009) (TJPB-2011) (MPF-2011/2012) (TJPA-2012) (TJMG-2012) (TJRN-2013) (TJDFT-2014) (TJRS-2016)
(TJMS-2020)

##Atenção: ##STJ: A ECT, empresa pública federal, presta em exclusividade o serviço postal, que é um
serviço público e assim goza de algumas prerrogativas da Fazenda Pública, como prazos processuais,
custas, impenhorabilidade de bens e imunidade recíproca. STJ. 2ª T. AgRg no REsp 1400238/RN, Rel.
Min. Herman Benjamin, j. 05/05/2015.

##Atenção: ##STF: ##MPF-2011: ##TJMG-2012: ##VUNESP: ##TJRN-2013: ##CESPE: O STF entende


que a imunidade recíproca também abrange as empresas públicas e sociedades de economia mista

316
prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado (ex: Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos – ECT). (STF, RE 407.099/RS e AC 1550-2).
(TJMG-2012-VUNESP): Com relação ao entendimento do STF acerca dos serviços postais, assinale a
alternativa correta: O serviço postal é serviço público exclusivo da União, prestado pela Empresa Brasileira
de Correios e Telégrafos (ECT) em situação de privilégio.

##Atenção: ##MPMG-2018: Refere José do Santos Carvalho Filho que o art. 150, § 2º, da CF dispõe que o
princípio da imunidade tributária, relativa aos impostos sobre a renda, o patrimônio e os serviços federais,
estaduais e municipais (art. 150, VI, a), é extensivo às fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público. Empregando essa expressão, de amplo alcance e sem qualquer restrição, desnecessário se torna,
nesse aspecto, distinguir os dois tipos de fundações públicas. Ambas as modalidades fazem jus à referida
imunidade, não incidindo, pois, impostos sobre a sua renda, o seu patrimônio e os seus serviços. A despeito
da controvérsia existente, a jurisprudência se consolidou no sentido de que há uma presunção iuris
tantum em favor da imunidade das fundações públicas. Resulta, então, que caberá à Administração
tributária comprovar a eventual tredestinação dos bens protegidos pela imunidade, matéria,
obviamente, objeto de prova.

(TRF3-2015): A imunidade recíproca prevista para as pessoas políticas alcança empresas públicas e
sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos que atuam em regime de monopólio. BL:
STF, RE 407.099/RS e AC 1550-2.

(TJPR-2014): A imunidade recíproca das entidades políticas pode ser estendida às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. BL: art. 150, §2º, CF/88. (administrativo)

(TJMG-2012-VUNESP): O princípio da imunidade tributária recíproca é extensivo às autarquias e às


fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. BL: art. 150, §2º, CF. (tributário)

(MPSC-2010): A imunidade tributária sobre o patrimônio e a renda dos entes políticos é extensiva às suas
autarquias e fundações públicas. BL: art. 150, §2º, CF.

§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos
serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário,
nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. (TJDFT-
2007) (TRF1-2009) (TJPB-2011) (MPF-2012) (MPPI-2012) (TJMT-2018) (TJRS-2018)

(TJPR-2014): A imunidade recíproca das entidades políticas não se aplica ao patrimônio, à renda e aos
serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário. BL: art. 150, §3º, CF/88 (tributário)

(TRF3-2011-CESPE): Considere que, em determinada autarquia estadual cuja finalidade essencial seja a
prestação de serviços à população mediante pagamento de tarifas pelos beneficiários, a prestação dos
serviços não configure exploração de atividade econômica regida pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados. Nesse caso, a autarquia é imune ao pagamento do imposto predial e territorial
urbano. BL: art. 150, §3º, CF/88 (tributário)

§ 4º As VEDAÇÕES EXPRESSAS no inciso VI, alíneas "b" e "c", COMPREENDEM SOMENTE o


patrimônio, a renda e os serviços, RELACIONADOS com as FINALIDADES ESSENCIAIS das entidades
nelas mencionadas. (TJTO-2007) (DPECE-2008) (TRF1-2009) (TJPA-2012) (MPRS-2014) (TJRO-2019)

(TJSC-2013): É vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio,
renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, relacionados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. BL: art. 150, VI, alínea “b”, CF/88 c/c seu §4º. (tributário)

(TJPR-2013): A imunidade das entidades sem fins lucrativos compreende somente o patrimônio, a renda
e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais dos partidos políticos, inclusive suas fundações,

317
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, atendidos
os requisitos da lei. BL: art. 150, VI, “c”, CF/88. (tributário)

(MPCE-2011-CESPE): O patrimônio, a renda e os serviços relacionados às finalidades essenciais dos


templos de qualquer culto são imunes de impostos. BL: art. 150, VI, alínea “c”, CF c/c seu §4º. (tributário)

§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que
incidam sobre mercadorias e serviços.

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido,


anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, SÓ PODERÁ SER CONCEDIDO
mediante LEI ESPECÍFICA, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, SEM PREJUÍZO do disposto no art. 155, § 2.º,
XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (TJDFT-2007) (MPRO-2008) (TRF1-2009)
(MPF-2005/2011) (TJAC-2012) (MPRR-2012) (TJSC-2013) (TJSP-2013) (TJAM-2016) (TJAL-2019) (TJMS-
2020) (MPCE-2020)

(MPSC-2016): A isenção é uma das causas de exclusão do crédito tributário a qual depende de lei
específica, consoante se infere do art. 150, § 6°, da CF/1988. Contudo, ao excluir o crédito, não se afasta o
sujeito passivo de cumprir as obrigações acessórias. BL: art. 175, § único, CTN e art. 150, §6º da CF/88.

(TJRR-2008-FCC): Determinado Estado da Federação concedeu, em 2005, isenção de ICMS pelo período
de 5 anos para as indústrias automobilísticas que ali se instalassem e empregassem cinco mil funcionários.
Agora, em 2008, foi publicado no Diário Oficial do Estado um decreto revogando a isenção a partir de julho
de 2008, quando as indústrias enquadradas na isenção deverão passar a recolher o ICMS mensalmente.
Esta medida adotada pelo Fisco Estadual é incorreta, porque a isenção concedida nestas condições é
irrevogável e, ainda que não fosse, dependeria de lei. BL: arts. 176 e 178, CTN56 e art. 150, §6º, CF e S. 544
do STF. 57

§ 7º A lei PODERÁ ATRIBUIR a sujeito passivo de obrigação tributária A CONDIÇÃO DE


RESPONSÁVEL pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador DEVA OCORRER
POSTERIORMENTE, ASSEGURADA a imediata e preferencial restituição da quantia paga, CASO NÃO
SE REALIZE o fato gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (TJAP-2008)
(MPDFT-2009) (TJPR-2011) (TJMG-2014) (TJGO-2012/2015) (TJDFT-2015) (TJAM-2016) (TJRS-2018)
(TJMT-2018)

(TJMG-2018-Consulplan): De acordo com o art. 150, §7º, da CR, à luz da cláusula de restituição do excesso
e respectivo direito à restituição, é devido ao contribuinte passivo a diferença do pago a mais no regime
de substituição tributária para frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à que se concretize
empiricamente no fato gerador presumido. BL: art. 150, §7º e Info 844 do STF.

##Atenção: O STF, no RE 593.849, j. 19/10/16 “É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação
de mercadorias e serviços - ICMS - pago a mais no regime de substituição tributária para frente se a base de cálculo
efetiva da operação for inferior à presumida”. Segundo o STF, de acordo com o Art. 150, §7º, in fine, da CF, a
cláusula de restituição do excesso e respectivo direito à restituição se aplicam a todos os casos em que o
fato gerador presumido não se concretize empiricamente da forma como antecipadamente tributado.

(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): O instituto denominado substituição para frente se refere à antecipação


do pagamento de uma obrigação tributária por um substituto localizado na cadeia econômica em posição
anterior à do contribuinte. BL: art. 150, §7º da CF/88.

##Atenção: A substituição tributária progressiva, também chamada de substituição tributária para a frente
ou subsequente, é uma técnica de arrecadação de alguns impostos, em especial o ICMS. Na substituição
tributária para a frente, a lei prevê que o tributo deverá ser recolhido antes mesmo que ocorra o fato

56 Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições
e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. (...) Art.
178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou
modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
57 Súmula 544-STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas.

318
gerador. Desse modo, primeiro há o recolhimento do imposto e, em um momento posterior, ocorre o fato
gerador. Diz-se, então, que o fato gerador é presumido porque haverá́ o pagamento do tributo sem se ter
certeza de que ele irá acontecer.

(MPF-2017): Sobre a responsabilidade tributária, é correto afirmar que a lei poderá atribuir a sujeito
passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição,
cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia
paga, caso não se realize o fato gerador presumido. BL: art. 150, §7º, CF.

(TRF4-2009): Assinale a alternativa correta: A responsabilidade tributária por substituição comporta


espécie apelidada “para trás”, em que há postergação do pagamento do tributo, transferindo-se a terceiro
a obrigação de reter e recolher o montante devido.

##Atenção: O professor Ricardo Alexandre que, na responsabilidade tributária por substituição para
trás, regressiva ou antecedente ocorrerá nos casos em que as pessoas ocupantes das posições anteriores
nas cadeias de produção e circulação são substituídas, no dever de pagar tributo, por aquelas que
ocupam as posições posteriores nessas mesmas cadeias. Por outro lado, na responsabilidade tributária
para frente, progressiva ou subsequente ocorrerá nos casos em que as pessoas ocupantes das posições
posteriores das cadeias de produção e circulação são substituídas, no dever de pagar tributo, por aquelas
que ocupam as posições anteriores nessas mesmas cadeias. (Fonte: ALEXANDRE, Ricardo. Direito
Tributário. 14ª ed. 2020, p. 394 e 396).

Art. 151. É VEDADO à UNIÃO:

I - INSTITUIR tributo que NÃO SEJA UNIFORME em todo o território nacional ou que IMPLIQUE
DISTINÇÃO ou PREFERÊNCIA em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento
de outro, ADMITIDA a CONCESSÃO DE INCENTIVOS FISCAIS DESTINADOS A PROMOVER o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; (TJPR-2008) (TJMS-
2008) (TJRS-2009) (TRF1-2009) (TRF2-2009) (MPRO-2010) (TJES-2011) (TJPB-2011) (MPF-2008/2012) (TJBA-
2012) (TJAC-2012) (TJDFT-2012) (TJSC-2013) (TJMG-2014)

##Atenção: Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação.

(TJMT-2018-VUNESP): As limitações ao poder de tributar são decorrência do direito fundamental à


propriedade, previsto na Constituição Federal, protegendo os cidadãos contra a expropriação de seus bens
sem que estejam presentes os pressupostos autorizadores da ação arrecadatória do Estado. A esse respeito,
é correto afirmar que é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País. BL: art. 151, I, CF.

(PGEAC-2017-FMP): Em matéria de direito constitucional tributário é CORRETO afirmar que a lei


tributária pode ser editada com o objetivo de prevenir distorções de concorrência mercadológica. BL: art.
151, I, CF.

(Auditor Fiscal/RJ-2011-FGV): Considere a seguinte situação hipotética: lei federal fixou alíquotas
aplicáveis ao IPI e estabeleceu que a alíquota relativa aos carros de luxo produzidos no Estado de Sergipe
é de 12%, e a dos produzidos nos demais Estados da região Nordeste é de 18%. Tal enunciado normativo
viola o princípio constitucional da uniformidade geográfica da tributação. BL: art. 151, I, CF.

II - TRIBUTAR a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, EM NÍVEIS
SUPERIORES aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; (TJDFT-2012) (MPRS-2017)

(TJSC-2013): É vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios tributar a renda das obrigações da
dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos
dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus
agentes. BL: art. 151, II, CF/88.

319
III - INSTITUIR ISENÇÕES de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios. (TRF1-2009) (TRF4-2009) (TJRO-2011) (MPF-2011/2012) (TJBA-2012) (TJSP-2013) (TJAL-2019)
(TJRJ-2019) (TJMS-2020)

##Atenção: Princípio da Vedação de Isenções Heterônomas ou Heterotópicas.

##Atenção: ##TJRJ-2019: ##VUNESP: Há previsão constitucional de restrição à concessão de isenções


heterônomas pela União. Está no art. 151, III, CF. Além disso, a CF elenca duas exceções expressas à regra,
ambas referentes à exportação, ambas partes integrantes da diretriz econômica universalmente seguida de
que não se deve exportar tributos, mas sim mercadorias, a saber:
i) Possibilita que a União conceda, por meio de lei complementar, isenção heterônoma do ICMS sobre
serviços e outros produtos destinados ao exterior; às operações que destinem mercadorias ao
exterior; e aos serviços prestados a destinatários no exterior (art. 155, § 2º, XII, “e”, CF);
ii) Possibilita que a União conceda, também por meio de lei complementar, isenção heterônoma do ISS,
da competência dos municípios, nas exportações de serviços para o exterior (art. 156, § 3º, II, CF).

##Atenção: ##STF: ##TJRJ-2019: ##VUNESP: ##TJMS-2020: ##FCC: A cláusula de vedação inscrita no


art. 151, inciso III, da CF - que proíbe a concessão de isenções tributárias heterônomas - é inoponível ao
Estado Federal brasileiro (vale dizer, à República Federativa do Brasil), incidindo, unicamente, no plano
das relações institucionais domésticas que se estabelecem entre as pessoas políticas de direito público
interno. Doutrina. Precedentes. - Nada impede, portanto, que o Estado Federal brasileiro celebre tratados
internacionais que veiculem cláusulas de exoneração tributária em matéria de tributos locais (como o
ISS, p. ex.), pois a República Federativa do Brasil, ao exercer o seu treaty-making power, estará praticando
ato legítimo que se inclui na esfera de suas prerrogativas como pessoa jurídica de direito internacional
público, que detém - em face das unidades meramente federadas - o monopólio da soberania e da
personalidade internacional. - Considerações em torno da natureza político-jurídica do Estado Federal.
Complexidade estrutural do modelo federativo. Coexistência, nele, de comunidades jurídicas parciais
rigorosamente parificadas e coordenadas entre si, porém subordinadas, constitucionalmente, a uma ordem
jurídica total. Doutrina. (STF. 2ª T., RE 543943 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 30/11/10).
(TJRJ-2019-VUNESP): O Presidente da República Federativa do Brasil assina tratado internacional de
comércio no qual se compromete a isentar os impostos federais, estaduais e municipais incidentes sobre os
bens e serviços importados de país estrangeiro. Posteriormente, o referido tratado é ratificado pelo Poder
Legislativo federal. Considerando o previsto na Constituição Federal e a jurisprudência do STF, é correto
afirmar que não se aplica a vedação à concessão de isenções heterônomas pela União quando esta atua como
representante da República Federativa do Brasil. BL: art. 151, III, CF e Entend. jurisprud.
##Atenção: ##Explicação: A CF veda que os entes da federação concedam isenções heterônomas, ou seja,
nenhum ente federado pode dar a isenção de um tributo que não lhe pertence. Deve-se seguir a
regra: apenas pode isentar o ente que pode tributar. Nessa linha, um Estado não poderia conceder isenção
de IPTU, imposto pertencente aos Municípios. Em se tratando de impostos estaduais, apenas o estado pode
conceder a isenção. O que se buscou com tal preceito, trazido pela Constituição Federal de 1988, foi efetivar a
autonomia entres os entes da Federação e, eliminar, definitivamente, as ingerências da União nos temas de
interesses dos Estados, DF e Municípios. Trata-se de decorrência lógica do princípio do federalismo.
Contudo, nenhuma restrição haverá nas hipóteses em que a União agir em nome da República Federativa
do Brasil, no âmbito internacional. Para ficar mais fácil a percepção, imagine um Tratado Internacional
celebrado entre o Brasil e a Bolívia, acerca da importação de gás natural. Por ser derivado de petróleo,
haveria nessa operação a incidência de ICMS, imposto próprio dos Estados. No entanto, visando baratear os
custos desse produto, a União pode prever a isenção desse tributo. Isso é possível, porque a União está
agindo em nome do Brasil (STF, RE 543.943).

##Atenção: ##STF: ##MPF-2012: ##TJSP-2015: ##VUNESP: ##Aud. Fiscal-Rec.Estadual/MA-2016:


##FCC: A isenção de tributos estaduais prevista no Acordo Geral de Tarifas e Comércio para as
mercadorias importadas dos países signatários quando o similar nacional tiver o mesmo benefício foi
recepcionada pela CF/1988. O art. 98 do CTN "possui caráter nacional, com eficácia para a União, os
Estados e os Municípios" (voto do eminente Ministro Ilmar Galvão). No direito internacional apenas a
República Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados (art. 52, § 2º, da CF/1988), dela não
dispondo a União, os Estados-membros ou os Municípios. O Presidente da República não subscreve
tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência de uma
isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, inc. III, da CF/1988. STF. Plenário. RE 229096, Min. Rel. Ilmar
Galvão, Rel. p/ Ac. Cármen Lúcia, j. 16/08/07.
(Aud. Fiscal-Rec. Estadual/MA-2016-FCC): Tratado internacional em matéria tributária pode criar hipótese
de isenção de tributos estaduais e municipais. BL: art. 151, III, CF e Entend. jurisprud.

320
##Atenção: ##STF: A vedação da isenção heterônoma que alude a CF no art. 151, III é para União (presidente
na qualidade de chefe de governo), Todavia, quando o Presidente age na qualidade de chefe de estado, ele não é
alcançando pela referida vedação, sendo possível, assim criar hipótese de isenção de tributos estaduais e
municipais. (RE 229.096/RS).
(TJSP-2015-VUNESP): Na hipótese da União, mediante tratado internacional, abrir mão de tributos de
competência de Estados e Municípios, nos termos do decidido pelo STF (RE 229096), é correto afirmar que se
insere a medida na competência privativa do Presidente da República, sujeita a referendo do Congresso
Nacional, com prevalência dos tratados em relação à legislação tributária interna. BL: art. 151, III, CF e
Entend. jurisprud.

##Atenção: ##STF: ##MPF-2012: Tratados internacionais (STF, ADI 1600): Cabível a isenção, tratando-se
a União de pessoa jurídica na ordem internacional (externo). Logo, no âmbito externo, não há qualquer
problema em relação ao óbice do inciso III do art. 151 da CF/88. Vejamos: “OPERAÇÕES DE TRÁFEGO
AÉREO INTERNACIONAL. TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL DE CARGAS. TRIBUTAÇÃO DAS
EMPRESAS NACIONAIS. QUANTO ÀS EMPRESAS ESTRANGEIRAS, VALEM OS ACORDOS
INTERNACIONAIS - RECIPROCIDADE. VIAGENS NACIONAL OU INTERNACIONAL - DIFERENÇA DE
TRATAMENTO. (...) ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO ART. 151, CF É O DAS RELAÇÕES DAS
ENTIDADES FEDERADAS ENTRE SI. NÃO TEM POR OBJETO A UNIÃO QUANDO ESTA SE
APRESENTA NA ORDEM EXTERNA. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
TRANSPORTE AÉREO, DE PASSAGEIROS - INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E
INTERNACIONAL. INCONSTITUCIONALIDADE DA EXIGÊNCIA DO ICMS NA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL DE CARGAS PELAS EMPRESAS AÉREAS
NACIONAIS, ENQUANTO PERSISTIREM OS CONVÊNIOS DE ISENÇÃO DE EMPRESAS
ESTRANGEIRAS.” (STF. Plenário. ADI 1600, Rel. Min. Sydney Sanches, Rel. p/ Ac.: Nelson Jobim, j.
26/11/01).

(MPPR-2016): É vedado à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em
níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes, assim como instituir isenções de
tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. BL: art. 151, II e III, CF.

Art. 152. É VEDADO aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios ESTABELECER
DIFERENÇA TRIBUTÁRIA entre bens e serviços, de qualquer natureza, EM RAZÃO DE sua procedência
ou destino. (DPECE-2008) (TJAC-2012) (MPSC-2013/2014) (TJRN-2013) (DPU-2013) (TJDFT-2012/2014)
(TJMG-2014) (TJSC-2015) (TJPB-2015) (MPPR-2016) (TJMT-2018)

(MPRS-2017): Considerando o regramento constitucional sobre limitações do poder de tributar, é correto


afirmar que é vedado: aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. BL: art. 152, CF.
(trib.)

(TJDFT-2016-CESPE): O estabelecimento de diferença tributária entre bens de qualquer natureza, em


razão de sua procedência ou de seu destino, é proibido aos estados, ao DF e aos municípios. BL: art. 11,
CTN e art. 152, CF/88.

##Atenção: Princípio da não-diferença tributária ou princípio da não-discriminação baseada na


procedência ou destino. Esse princípio é aplicável exclusivamente aos Estados, DF e Municípios. Se tem
também uma importante regra protetiva do pacto federativo, visto que se proíbe que os entes locais se
discriminem entre si. Entretanto, a União - e somente ela - está autorizada a estipular tratamento tributário
diferenciado entre os Estados da federação tendo por meta diminuir as desigualdades socioeconômicas
tão comuns no Brasil.

##Atenção: A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido da impossibilidade dos Estados-membros e do


Distrito Federal estabelecerem alíquotas de IPVA diferenciadas entre veículos nacionais e importados (STJ,
RMS 13.502). Idem o STF, AI 203845.

Seção III
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO

Art. 153. COMPETE à UNIÃO instituir impostos sobre: (MPPR-2014)

321
I - importação de produtos estrangeiros; (II) (TJRO-2011) (DPESP-2019)

(TCETO-2009-CESPE): De acordo com o princípio tributário da legalidade, a lei ordinária institui imposto
sobre produtos industrializados. BL: art. 153, I, CF.

##Atenção: Caráter extrafiscal.

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; (IE) (TJRO-2011)

##Atenção: Caráter extrafiscal.

III - renda e proventos de qualquer natureza; (IR)

##Atenção: Caráter fiscal.

##Atenção: ##STJ: ##TRF4-2009: O imposto de renda é tributo cujo fato gerador tem natureza
complexiva. Assim, a completa materialização da hipótese de incidência de referido tributo ocorre apenas
em 31 de dezembro de cada ano-calendário (STJ. 2ª T., AgRg no AgRg no Ag 1395402/SC, Rel. Min. Eliana
Calmon, j. 15/10/2013.

IV - produtos industrializados; (IPI) (TJMG-2009) (TRF5-2009) (MPSP-2010) (DPERS-2018)

##Atenção: ##MPF-2011: Caráter extrafiscal – divergência doutrinária.

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; (IOF)

##Atenção: Caráter extrafiscal.

VI - propriedade territorial rural; (ITR)

##Atenção: Caráter extrafiscal.

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. (IGF) (MPSE-2010) (MPMG-2012)

§ 1º É FACULTADO ao Poder Executivo, ATENDIDAS as condições e os limites estabelecidos em


lei, ALTERAR as ALÍQUOTAS DOS IMPOSTOS enumerados nos incisos I, II, IV e V. (II, IE, IPI, IOF)
(MPF-2011) (TJCE-2012) (TJSC-2015) (DPESP-2019)

(TCEPR-2016-CESPE): É facultado ao Poder Executivo, respeitados as condições e os limites legais, alterar


as alíquotas do imposto sobre produtos industrializados. BL: art. 153, §1º, CF.

(TJPA-2012-CESPE): A respeito dos impostos da União, assinale a opção correta: Está de acordo com a CF
norma infraconstitucional que atribua a órgão integrante do Poder Executivo da União a faculdade de
estabelecer as alíquotas do imposto de exportação. BL: art. 153, §1º, CF.

##Atenção: ##STF: O STF entende como compatível com a Carta Magna, sobretudo o art. 153, §1°, a norma
infraconstitucional que atribui a órgão integrante do Poder Executivo da União a faculdade de estabelecer
as alíquotas do Imposto de Exportação, uma vez que não é competência que não é privativa do Presidente
da República (RE 570.680, DJE de 4-12-2009).

(MPRR-2012-CESPE): As alíquotas do imposto de exportação podem ser alteradas pelo Poder Executivo
federal por decreto, desde que obedecidos os limites e condições estabelecidos por lei. BL: art. 153, §1º, CF.

(TJSP-2008-VUNESP): Sobre o princípio da legalidade, é correto afirmar que o Poder Executivo poderá,
respeitados os limites legais, alterar alíquota do imposto sobre produtos industrializados. BL: art. 153, §1º,
CF.

322
§ 2º O imposto previsto no inciso III: (IR)

I - SERÁ INFORMADO pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na


forma da lei; (TJSP-2018)

§ 3º O imposto previsto no inciso IV: (IPI)

I - SERÁ SELETIVO, em função da essencialidade do produto; (TJMS-2008) (TJPE-2011) (TJRJ-2011)

(TJPE-2015-FCC): O chamado critério da seletividade é uma das técnicas de tributação expressamente


previstas na Constituição Federal de 1988 para a concretização do princípio da capacidade contributiva.

(TJSC-2015-FCC): Wagner, pequeno empresário, domiciliado na cidade de Mafra/SC, desejando ampliar


seus negócios, pensou em transformar seu estabelecimento comercial em estabelecimento industrial. Sua
preocupação era ter de pagar um imposto que até então lhe era desconhecido: o IPI. Para melhor conhecer
esse imposto, conversou com alguns amigos que também eram proprietários de indústria e cada um deles
lhe passou as informações que tinham sobre esse imposto. Disseram-lhe, por exemplo, que a competência
para instituir esse imposto está prevista na CF/88 e que, de acordo com o texto constitucional, o IPI é imposto
seletivo, em função da essencialidade do produto, mas não o é em função do porte do estabelecimento
industrial que promove seu fato gerador. BL: art. 153, §3º, I da CF/88.

(TJES-2011-CESPE): A forma de concretização do postulado da capacidade contributiva de certos tributos


indiretos é a seletividade, de natureza obrigatória para o imposto sobre produtos industrializados.

##Atenção: A seletividade consiste num critério de variação de alíquotas em função da essencialidade dos
produtos, aplicada sobre o consumo, consoante dispõe o art. 153, §3º, I da CF. E essencialidade está
completamente ligada à ideia de capacidade contributiva, pois pessoas com pouco poder aquisitivo tendem
a comprar bens mais essenciais do que supérfluos.

II - SERÁ NÃO-CUMULATIVO, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante
cobrado nas anteriores; (TRF5-2009) (TJPE-2011) (TJSC-2015)

Súmula Vinculante 58: Inexiste direito a crédito presumido de IPI relativamente à entrada de insumos
isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis, o que não contraria o princípio da não cumulatividade.

##Atenção: ##STJ e STF: ##DOD: ##TJPA-2019: ##CESPE: Incide o IPI em importação de veículos
automotores por pessoa natural, ainda que não desempenhe atividade empresarial, e o faça para uso
próprio. STF. Plenário. RE 723651/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 03/02/16 (Info 813). Incide IPI sobre
veículo importado para uso próprio, haja vista que tal cobrança não viola o princípio da não
cumulatividade nem configura bitributação. STJ. 1ª S. REsp 1396488-SC, Rel. Min. Francisco Falcão, j.
25/09/19 (recurso repetitivo – revisão Tema 695) (Info 657).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Não há bitributação e o princípio da não cumulatividade não
autoriza a dispensa do imposto: A cobrança do IPI não afronta o princípio da não cumulatividade nem implica
bitributação. Não há que se falar em bitributação porque o IPI só incidirá uma vez: no momento do
desembaraço aduaneiro. Caso posteriormente ele decida vender o carro, não terá que pagar novamente o IPI.
Não há que se falar em não exigência do imposto por conta do princípio da não cumulatividade. Isso porque
o fato de não haver uma operação posterior na qual o importador pudesse fazer o abatimento do valor pago
na importação não conduz à conclusão de que o tributo, nesta hipótese, será indevido, pois tal conclusão
equivaleria a conceder uma isenção de tributo, ao arrepio da lei. Nas importações para uso próprio, o
importador age como substituto tributário do exportador, que não pode ser alcançado pelas leis brasileiras,
descaracterizando o IPI como tributo indireto, em tais hipóteses.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Princípio da isonomia: A cobrança do IPI para importação de
veículos está de acordo com o princípio da isonomia, uma vez que promove igualdade de condições tributárias
entre o fabricante nacional, já sujeito ao imposto em território nacional, e o fornecedor estrangeiro. Isso
porque o fornecedor estrangeiro, como está exportando o produto, não paga imposto no país de origem e este
chegaria ao Brasil em condições muito mais favoráveis que os produtos produzidos na indústria nacional.
(TJPA-2019-CESPE): Segundo a assentada jurisprudência do STJ, quando um cidadão brasileiro importa
diretamente um veículo automotor, a incidência de imposto sobre produtos industrializados (IPI) é imponível,
mesmo que o bem se destine a uso próprio. BL: Info 657, STJ.

323
##Atenção: ##DOD: O IPI é um imposto não cumulativo (art. 153, § 3º, II, da CF/88), o que significa que é
possível compensar o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores, ou seja,
o valor pago na operação imediatamente anterior pode ser abatido do mesmo imposto em operação
posterior (art. 49 do CTN).

(TJRO-2011): A isenção do IPI não tem disciplina expressa e explícita sobre seu crédito no texto
constitucional. BL: art. 153, IV e §3º, II, CF.

##Atenção: De fato, a CF/88 não trata da questão dos créditos de IPI nos casos de isenção. O IPI está previsto
no art. 153, IV, da CF e suas regras estão no §3º do mesmo dispositivo. A não cumulatividade é tratada
apenas no inciso II e nada dispõe sobre isenção.

III - NÃO INCIDIRÁ sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

(TRF5-2009-CESPE): Entre as características de determinados impostos, estão a seletividade obrigatória, a não


cumulatividade e a não incidência quando o bem ou o serviço destina-se ao exterior. Assinale a opção em que é
apresentado imposto sobre o qual se aplicam as três características mencionadas: imposto sobre produtos
industrializados. BL: art. 153, IV e §3º, II, CF.

##Atenção: Imunidade.

IV - TERÁ REDUZIDO seu impacto sobre a aquisição de bens de capital PELO CONTRIBUINTE
DO IMPOSTO, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TJSC-2015)

(TJRO-2011): O IPI terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do
imposto. BL: art. 153, §3º, IV, CF.

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003) (ITR)

I - SERÁ PROGRESSIVO e TERÁ suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de


propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TJMS-2008)
(MPGO-2010) (TJMS-2012) (TJGO-2015)

II - NÃO INCIDIRÁ sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário
que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TJMS-2012)
(TCEPR-2016)

(TJRJ-2012-VUNESP): A União não poderá exigir o ITR sobre pequenas glebas rurais, assim definidas em
lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel. A situação em questão diz respeito ao
instituto tributário da imunidade. BL: art. 153, §4º, II da CF/88 (tributário)

III - SERÁ FISCALIZADO e COBRADO pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei,
desde que NÃO IMPLIQUE REDUÇÃO DO IMPOSTO ou qualquer OUTRA FORMA DE RENÚNCIA
FISCAL. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento) (MPGO-2010)

(TJSC-2009): O ITR será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde
que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. BL: art. 153, §4º, III da
CF (tributário)

§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se
exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V [IOF] do "caput" deste artigo, devido na
operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da
arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;

II - setenta por cento para o Município de origem.

324
(TJAL-2015-FCC): De acordo com a Constituição Federal, as operações com ouro sujeitam-se à incidência do
ICMS, exceto quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial. BL: art. 153, §4º, II c/c
art. 155, §2º da CF/88 (tributário)

##Atenção: Conforme a CF: “Art. 155 § 2º (ICMS) X - não incidirá: [...] c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas
no art. 153, § 5º. O art. 153, §5º, por sua vez, assim refere: “Art. 153 § 5º O ouro, quando definido em lei como
ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o
inciso V do "caput" [IOF] deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por
cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: [...]”

##Atenção: Resumindo:
➢ Ativo financeiro ou Instrumento cambial = IOF (alíquota de 1% na CF).
a) 30% Estados/DF de origem
b) 70% Municípios de origem

➢ Mercadoria = ICMS

Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante LEI COMPLEMENTAR, IMPOSTOS NÃO PREVISTOS NO ARTIGO ANTERIOR,


desde que SEJAM não-cumulativos e NÃO TENHAM fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição; (TJMG-2006) (TJAP-2008) (DPEMS-2008) (TRF4-2009) (MPRO-2010)
(MPF-2005/2011/2012) (TJBA-2012) (TJAM-2016) (TRF3-2016) (PGEAC-2017) (TJRO-2011/2019) (TJPA-2019)

(TJAC-2019-VUNESP): Os empréstimos compulsórios e os impostos residuais poderão ser instituídos pela


União, mediante lei complementar, nas hipóteses autorizadas pela CF/88. BL: arts. 148, I e 154, I, CF (trib.)

(TJSP-2015-VUNESP): Considerando o disposto no art. 24 da Constituição Federal, ao tratar da


competência concorrente da União, Estados e Municípios, em matéria tributária, é correto afirmar que a
competência residual tributária quanto aos impostos é da União, observado o disposto no art. 154, I, da
Constituição Federal. BL: art. 154, I da CF (tributário)

(TJSE-2015-FCC): Sobre a instituição de tributo que tenha como fato gerador a movimentação financeira
caracterizada por saques e transferências bancárias de dinheiro, é correto afirmar que pode ser instituído
pela União, no campo da competência residual, desde que por lei complementar e que não seja cumulativo,
pois o fato gerador não está discriminado na Constituição. BL: art. 154, I, da CF (tributário)

(TJPE-2011-FCC): Em nosso sistema tributário, os impostos designados residuais são de competência


privativa da União e só podem ser instituídos mediante lei complementar. BL: art. 154, I da CF (tributário)

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em


sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
(MPF-2005) (Cartórios/TJRO-2017)

(Anal. Judic./TRERJ-2017-Consulplan): No que tange à matéria tributária, a União, em caso de guerra,


poderá se utilizar de duas competências previstas na Constituição: a instituição de empréstimos
compulsórios e, especificamente na área de impostos, a utilização da competência extraordinária de guerra
(através da qual a União poderá instituir impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua
competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação). BL:
art. 148, I c/c art. 154, II, CF/88.

(TJSC-2015-FCC): Autoridades brasileiras constataram que as relações internacionais com determinado


país vizinho começaram a se deteriorar velozmente, e todas as medidas diplomáticas ao alcance de nossas
autoridades foram inúteis para reverter o quadro que apontava para a eclosão de guerra iminente. Em
razão disso, o País teve de começar a tomar medidas defensivas, visando a aparelhar as forças armadas
brasileiras de modo a que pudessem defender o território nacional e sua população. Os ministérios das
áreas competentes constataram que seria necessário incrementar a arrecadação de tributos em, pelo menos,
20%, para fazer face às despesas extraordinárias que essa situação estava ocasionando. Com base na
situação hipotética descrita e nas regras da Constituição Federal, a União, tendo ou não tendo despesas
extraordinárias a atender, poderá instituir, na iminência de guerra externa, mediante lei, impostos

325
extraordinários, dispensada a observância dos princípios da anterioridade e da noventena (anterioridade
nonagesimal). BL: art. 154, II c/c art. 150, §1º da CF (tributário)

Seção IV
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL

Art. 155. COMPETE aos ESTADOS e ao DISTRITO FEDERAL INSTITUIR IMPOSTOS sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (MPRN-2009) (MPSP-2010) (MPPR-2014)

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993) (ITCMD) (TJDFT-2007) (TJSP-2008) (TJSC-2009) (TJAM-2013) (TJRO-2019)
(TJMS-2020)

##Atenção: Caráter fiscal.

(Assist. Téc./DPEAM-2018-FCC): De acordo com a Constituição Federal, a instituição do imposto de


transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos compete aos Estados e ao Distrito Federal,
em qualquer hipótese.

##Atenção: O legislador não faz nenhuma ressalva ao exercício da referida competência.

(TJRS-2009): Compete aos Estados instituir impostos sobre transmissão causa mortis sobre quaisquer
direitos. BL: art. 155, I, CF/88.

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte


interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações SE INICIEM no
exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (ICMS) (MPF-2008) (TJSP-2009) (MPRN-
2009) (MPMG-2010) (TJRJ-2011) (TJRO-2011) (TJAC-2012) (TJPR-2013) (TJMA-2013) (TJAP-2014) (TJMG-
2009/2018) (TJCE-2018)

Súmula 112-STF: O imposto de transmissão “causa mortis” é devido pela alíquota vigente ao tempo da
abertura da sucessão.

##Atenção: ##STF: ##MPAM-2007: ##CESPE: As normas constitucionais, que impõem disciplina nacional
ao ICMS, são preceitos contra os quais não se pode opor a autonomia do Estado, na medida em que são
explícitas limitações. (STF, Plenário, ADI 2.377-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 22/2/01).

##Atenção: ##DOD: ##MPRN-2009: ##CESPE: Tributos indiretos: São aqueles que permitem a
transferência do seu encargo econômico para uma pessoa diferente daquela definida em lei como sujeito
passivo. Exemplos mais conhecidos: IPI, ICMS, ISS e IOF. Como explica Ricardo Alexandre: "O ICMS é
tributo indireto. Todo o seu ônus econômico-financeiro é transferido para o consumidor que, ao pagar o preço da
mercadoria, paga também o valor do imposto que naquele preço se acha embutido". (ob. cit., p. 225).

##Atenção: Caráter fiscal.

(TJMT-2018-VUNESP): Assinale a alternativa que está em conformidade com o disposto na Constituição


Federal acerca da Tributação e do Orçamento: Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos e sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. BL: art. 155, I e II, CF/88.

(TJRS-2016-Faurgs): Sobre o ITCD, assinale a alternativa correta: Havendo apenas bens móveis, o ITCD é
devido ao Estado em que o inventário será processado, apurando-se o imposto pela alíquota vigente por
ocasião da abertura da sucessão. BL: art. 155, II, CF e Súmula 112 do STF (citada acima).

III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
(IPVA) (DPECE-2008) (TJCE-2012) (DPETO-2013)

326
##Atenção: Caráter fiscal.

##Atenção: ##STF: ##TJDFT-2014: ##CESPE: IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores
(CF, art. 155, III; CF 69, art. 23, III e § 13, cf. EC 27/85): campo de incidência que não inclui embarcações e
aeronaves. (RE 134.509/AM, Pleno, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 29-5-2002).

§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (ITCMD)
(MPMG-2012)

I - relativamente a BENS IMÓVEIS e RESPECTIVOS DIREITOS, COMPETE ao Estado da situação


do bem, ou ao Distrito Federal; (TJTO-2007) (PGEGO-2010) (TJSC-2013) (TJRJ-2013) (TJCE-2014) (TJPA-
2014) (TJRR-2015) (TJAL-2015/2019)

II - relativamente a BENS MÓVEIS, TÍTULOS e CRÉDITOS, COMPETE ao Estado onde se processar


o inventário ou arrolamento, ou TIVER domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; (TJTO-2007) (TJSP-
2008) (PGEGO-2010) (TJRJ-2013) (TJPA-2014) (TJRR-2015) (TJAL-2015)

(TJRO-2019-VUNESP): Beltrano faleceu no Município de Maceió, Estado de Alagoas, onde viveu toda a sua
vida, deixando aos seus herdeiros como herança: (i) depósito em dinheiro em instituição financeira com sede
no Município de São Paulo, Estado de São Paulo; (ii) ações de companhia de capital aberto negociadas na
Bolsa de Valores de São Paulo, Estado de São Paulo; (iii) automóvel que se encontra em posse de seu filho
Beltraninho, domiciliado no Município de Cuiabá, Estado do Mato Grosso; e (iv) direito de superfície
constituído sobre imóvel rural localizado no Município de Apiúna, Estado de Santa Catarina. O inventário
e a partilha estão sendo processados no Município de Maceió, Estado de Alagoas, conforme as regras
processuais. A respeito da situação hipotética, é correto afirmar, com base nas normas de competência
tributária previstas na Constituição Federal, que o ITCMD sobre o depósito em dinheiro, sobre as ações e
sobre o automóvel deve ser recolhido ao Estado de Alagoas; e o ITCMD sobre o direito de superfície, ao
Estado de Santa Catarina. BL: art. 155, §1º, I e II, CF (trib.).

##Atenção: O ITCMD é um imposto de competência estadual, previsto no art. 155, I, CF. O fato gerador do
imposto é a transmissão não onerosa de quaisquer bens ou direitos, seja por causa mortis (herança), seja por
doação. Um aspecto importante para entender em qual Estado é devido o ITCMD é saber a natureza do bem
que está sendo transmitido. Se o bem for imóvel, o imposto compete ao Estado da situação do bem. Já se o
bem for móvel, o que inclui títulos e créditos, o imposto é devido no domicílio do doador, ou onde se
processar o inventário (se for causa mortis). No caso em tela, o depósito em dinheiro, as ações e o automóvel
são bens móveis. Logo, o imposto sobre esses bens deve ser recolhido ao Estado de Alagoas, que é onde se
processou o inventário. Já o direito de superfície é um direito real, conforme previsto no art. 1225, II, do
CC/02. Por conta disso, esse direito é considerado bem imóvel, nos termos do art. 80, I do CC/02.

(TJSC-2015-FCC): Klaus, viúvo, domiciliado em Blumenau/SC, faleceu em 2013 e deixou bens no valor de
R$ 1.800.000,00 a seus quatro filhos: Augusto, Maria, Marcos e Teresa. Augusto, domiciliado em
Chapecó/SC, em pagamento de seu quinhão, recebeu o terreno localizado em Maringá/PR. Maria,
domiciliada em Belo Horizonte/MG, renunciou a seu quinhão a favor de sua irmã, Teresa. Marcos,
domiciliado em São Paulo/SP, em pagamento de seu quinhão, recebeu o montante depositado na conta
corrente que Klaus mantinha em São Paulo e com o imóvel localizado à beira-mar, em Torres/RS. A Teresa,
domiciliada em Campo Grande/MS, em pagamento de seu quinhão, couberam os bens móveis deixados
pelo falecido. Marcos renunciou ao imóvel localizado em Torres a favor de sua irmã, Teresa. O processo
judicial de arrolamento dos bens deixados por Klaus correu em Blumenau/SC. Considerando as
informações acima e a disciplina estabelecida na Constituição Federal acerca da sujeição ativa do ITCMD,
compete ao Estado de Minas Gerais o imposto incidente sobre a transmissão inter vivos, não onerosa, de bens
móveis integrantes do quinhão recebido por Teresa, em razão da renúncia efetivada por Maria. BL: art. 155,
§1º, II, CF (trib.).

##Atenção: Minas Gerais o imposto incidente sobre a transmissão inter vivos, não onerosa, de bens móveis
integrantes do quinhão recebido por Teresa, em razão da renúncia efetivada por Maria. (CORRETO:
transmissão de bens móveis cabe ao Estado do Doador. No caso, Minas Gerais é o local de domicílio da
doadora Maria).

(TJSP-2013-VUNESP): A respeito do Imposto de Transmissão “Causa Mortis” e Doações, quando, ao tempo


do óbito, o de “cujus” era residente no Rio de Janeiro, seus herdeiros em Pernambuco, e foi a eles transferida

327
a titularidade de ações de Companhia sediada em São Paulo, a quem compete o lançamento do tributo? Rio
de Janeiro. BL: art. 155, §1º, II, CF (tributário).

##Atenção: Se a transmissão é decorrente de sucessão causa mortis, o ITCMD compete ao Estado em que se
processar o inventário ou arrolamento, haja vista a previsão contido no art. 155, § 1º, II da CF. Como a
assertiva afirma que o "de cujus" era residente no Rio de Janeiro, a este Estado compete o lançamento do
tributo.

III - TERÁ competência para sua instituição regulada por LEI COMPLEMENTAR:

a) se o doador TIVER domicilio ou residência no exterior; (PGEGO-2010) (TJPA-2014)

b) se o de cujus POSSUÍA bens, ERA residente ou domiciliado ou TEVE o seu inventário processado
no exterior; (TJRJ-2013)

(TJPA-2014-VUNESP): No que respeita ao imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer
bens ou direitos (ITCMD), cuja titularidade impositiva pertence aos Estados e ao Distrito Federal, é correto
afirmar que terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar se o de cujus possuía
bens, era residente ou domiciliado ou teve seu inventário processado no exterior. BL: art. 155, §1º, III, “b”,
CF (tributário).

##Atenção: Definição do Estado (ou Distrito Federal) competente para a cobrança do ITCMD :

Bens Imóveis e A competência é do Estado


respectivos Direitos onde se encontra o imóvel.

A competência é do Estado em que for


Causa mortis processado o arrolamento ou inventário.
Bens Móveis,
Títulos e Créditos
Doação A competência é do Estado onde for
domiciliado o doador.

Casos do art. 155, Enquanto não editada, cada


§1º, inciso III da Definição em lei Estado define a competência
CF/88 complementar em lei própria.

IV - TERÁ suas ALÍQUOTAS MÁXIMAS fixadas pelo Senado Federal; [Obs.: O exercício desta
competência senatorial é obrigatório.] (TJSC-2009) (PGEGO-2010) (TJRJ-2013) (TJPA-2014) (TJMS-
2008/2020)

(MPGO-2010): No imposto previsto no art. 155, I, da CF/88 (transmissão causa mortis), a competência
estadual é limitada, pois as alíquotas máximas são fixadas pelo Senado Federal. BL: art. 155, §1º, IV, CF.

##Atenção: ##TJMS-2020: ##FCC: É permitida e, portanto, constitucional a instituição de alíquotas


progressivas para o ITCMD, apesar de se tratar de um imposto real, considerando inexistir vedação pelo
art. 145, § 1º da CF. A técnica da progressividade não se mostra exclusiva para os impostos pessoais. STF.
Plenário. RE 562045/RS, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, j.
6/2/2013 (Info 694). Acrescente-se, ainda, que competirá ao Senado Federal fixar as alíquotas máximas do
ITCMD, nos termos do art. 155, § 1º, IV da CF.

(TJSP-2008-VUNESP): O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis tem suas alíquotas máximas fixadas
pelo Senado Federal. BL: art. 155, §1º, IV, CF.

328
§ 2º O imposto previsto no inciso II ATENDERÁ ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993) [ICMS]

I - SERÁ NÃO-CUMULATIVO, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à


circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou
outro Estado ou pelo Distrito Federal; (TRF5-2009) (TJRO-2011) (TJSC-2013) (TJPR-2014) (TJPA-2014)
(TJAL-2015) (TJMG-2018)

(TJMG-2012-VUNESP): Trata-se de uma imposição constitucional a não cumulatividade do ICMS. BL:


art. 155, §2º, I, CF. (tributário)

II - a ISENÇÃO ou NÃO-INCIDÊNCIA, SALVO determinação em contrário da legislação:

a) NÃO IMPLICARÁ crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes; (TJMT-2009) (MPSC-2010) (MPMG-2010) (TJRO-2011) (TJSC-2013) (TJPR-2014) (TJPA-2014)
(TJRS-2009/2016)

(TJMG-2009): Quanto ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, é correto afirmar:
A isenção ou não-incidência não implicará crédito para compensação com o montante devido nas
operações ou prestações seguintes. BL: art. 155, II, “a”, CF. (tributário)

b) ACARRETARÁ a ANULAÇÃO DO CRÉDITO relativo às operações anteriores; [obs.: Esta


“anulação de crédito” é denominada de “estorno de crédito”.] (TJRO-2011) (TJSC-2013) (TJPR-2014) (TJRS-
2016)

(TJCE-2018-CESPE): Segundo a CF, a isenção do ICMS, salvo previsão legal específica, acarretará a
anulação do crédito relativo às operações anteriores e não implicará crédito para compensação com o
montante devido nas operações seguintes. BL: art. 155, caput, II c/c §2º, II, alíneas “a” e “b”, CF. (trib.)

(DPU-2017-CESPE): A isenção ou não incidência do ICMS acarretará a anulação do crédito relativo às


operações anteriores, salvo se houver determinação legal em contrário. BL: art. 155, caput, II c/c §2º, II,
alínea “b”, CF. (trib.)

##Atenção: ##TJRO-2011: Consoante dispõe o art. 155, §2º, I, CF, o ICMS é imposto não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa às operações anteriores. Entretanto, o inciso
II desse dispositivo prevê que no caso de isenção não haverá direito ao crédito para compensação e
acarretará a anulação do crédito relativo às operações seguintes.

III - PODERÁ SER SELETIVO, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; (TJMG-
2009) (TJRS-2009) (TJMT-2009) (TRF5-2009) (TJSC-2010) (MPMG-2010) (TJRJ-2011) (TJPR-2014) (TJPA-
2014) (TJAP-2014)

(TJRJ-2014-VUNESP): De acordo com o regramento constitucional, é correto afirmar, a respeito do ICMS


(imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviço de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação), que atenderá ao seguinte: poderá ser seletivo, em função
da essencialidade das mercadorias e dos serviços. BL: art. 155, §2º, III, CF (trib.)

(MPRN-2009-CESPE): Acerca do ICMS, segundo a CF e o CTN, assinale a opção correta: O tributo pode
ser cobrado considerando a essencialidade das mercadorias objeto da operação comercial. BL: art. 155, §2º,
III da CF (trib.)

IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República OU de um terço dos


Senadores, APROVADA pela maioria absoluta de seus membros, ESTABELECERÁ as ALÍQUOTAS
aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação; [Obs.: O exercício da competência
senatorial, nesse caso, é obrigatório – vide art. 155, §2º, “a”.]. (MPMG-2010) (TJPB-2011) (TJRN-2013)
(TJPR-2014) (TJDFT-2014) (TJRR-2015) (TJRJ-2019) (TJMS-2020)

(TJAC-2012-CESPE): No que concerne às disposições constitucionais sobre o Sistema Tributário Nacional,


assinale a opção correta: As alíquotas de ICMS aplicáveis às operações interestaduais e de exportação de
329
mercadorias e sobre prestação de serviços são estabelecidas por resolução do Senado Federal. BL: art. 155,
§2º, IV, CF (tributário)

##Atenção: Segundo Ricardo Alexandre, o exercício da competência senatorial, nesse caso, é obrigatório.
Entretanto, com o advento da EC 42/03, a imunidade das exportações ao ICMS (CF, art. 155 § 2.º, X, a)
passou a abranger todas as mercadorias. Assim, não mais faz sentido a atribuição do Senado de fixar as
alíquotas de exportação, dada a impossibilidade constitucional de incidência do ICMS sobre operações que
destinem mercadorias para o exterior. É mais uma das várias falhas da EC 42/03. Como o citado art. 155,
§2º, IV da CF não foi expressamente alterado, as bancas de concurso continuam considerando a atribuição
senatorial existente.

##Atenção: ##TJMS-2020: ##FCC: O que o Senado Federal poderá fazer é estabelecer as alíquotas
aplicáveis às operações e prestações interestaduais (art. 155, §2º, IV, CF), não podendo, nos dias atuais,
estabelecer as aplicáveis às exportações, porque a EC 42/03 trouxe regra de imunidade nestas situações.
Ademais, “as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal”
(art. 155, §4º, IV, CF), competência essa atualmente desempenhada pelo CONFAZ. Por fim, apenas o ICMS-
monofásico será desobrigado da anterioridade anual; as demais hipóteses devem obediência tanto à regra
da noventena quanto da anualidade.

##Atenção: ##TJRR-2015: ##FCC: A fixação das alíquotas interestaduais e das operações destinadas ao
exterior no ICMS, ocorrerá obrigatoriamente por resolução do Senado Federal (art. 155, § 2º, IV, da CF).
INICIATIVA - do presidente ou 1/3 dos membros do Senado Federal;
APROVAÇÃO – Maioria Absoluta.

V - É FACULTADO ao Senado Federal:

a) ESTABELECER ALÍQUOTAS MÍNIMAS nas operações internas, mediante resolução de iniciativa


de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; [Obs.: O exercício da competência
senatorial, nesse caso, é facultativo.]. (TJMS-2008) (TJSP-2009) (TJSC-2010) (MPSC-2010) (TJPB-2011)
(TJRR-2015)

b) FIXAR ALÍQUOTAS MÁXIMAS nas mesmas operações para resolver conflito específico que
ENVOLVA interesse de Estados, mediante RESOLUÇÃO de iniciativa da maioria absoluta e APROVADA
por dois terços de seus membros; [Obs.: O exercício da competência senatorial, nesse caso, é facultativo].
(TJSP-2009) (MPSC-2010) (TJPB-2011) (TJSC-2013) (TJRR-2015)

##Atenção: ##TJRR-2015: ##FCC: Quanto à fixação das alíquotas internas mínima e máxima, tal se dará
facultativamente por resolução do SF (art. 155, § 2º, V, da CF). No caso de alíquota mínima, a iniciativa é
de 1/3 do Senado Federal e aprovação por maioria. No caso de alíquota máxima, a iniciativa é da maioria
absoluta do Senado Federal e aprovação de 2/3 dos seus membros.

VI - SALVO deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no
inciso XII, "g", as ALÍQUOTAS INTERNAS, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas
prestações de serviços, NÃO PODERÃO SER INFERIORES às previstas para as operações interestaduais;
(MPRN-2009) (TJSC-2010) (TJPB-2011) (TJAP-2014) (TJCE-2014)

VII - nas operações e prestações que DESTINEM bens e serviços a consumidor final, contribuinte
ou não do imposto, LOCALIZADO em outro Estado, ADOTAR-SE-Á a ALÍQUOTA INTERESTADUAL e
CABERÁ ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a
ALÍQUOTA INTERNA do Estado destinatário e a ALÍQUOTA INTERESTADUAL; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 87, de 2015) (TJAL-2015) (MPGO-2016)

a) e b) (revogadas); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)

VIII - a responsabilidade pelo recolhimento [= pelo pagamento] do imposto correspondente à


diferença entre a ALÍQUOTA INTERNA e a INTERESTADUAL de que trata o inciso VII SERÁ
ATRIBUÍDA: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)

a) ao DESTINATÁRIO, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 87, de 2015)

330
b) ao REMETENTE, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 87, de 2015)

(TJRO-2019-VUNESP): A empresa ABC Ltda., contribuinte do ICMS, por meio de estabelecimento sediado
em específico estado da Federação, vendeu, no ano de 2019, à empresa XYZ Ltda., sediada em outro estado
da Federação e não contribuinte do ICMS, mercadorias sujeitas à alíquota no estado de origem e no
estado de destino de 18%. A alíquota interestadual para vendas com origem no estado do estabelecimento
da empresa ABC Ltda. com destino para o estado do estabelecimento da empresa XYZ Ltda. é de 12%.
Considerando que a empresa XYZ Ltda. seja a consumidora final das mercadorias, é correto afirmar que
se adotará a alíquota interestadual de 12% e caberá ao estado de localização do destinatário o imposto
correspondente a 6%, que deverá ser recolhido pela empresa ABC Ltda., remetente das mercadorias. BL:
art. 155, §2º, VII e VII, “b”, CF. (trib.)

##Atenção: Na primeira situação narrada deve ser aplicada a alíquota interestadual, que é de 12%,
consoante dispõe o art. 155, §2º, VII da CF. Esse valor é recolhido ao Estado de origem da mercadoria. Já
ao Estado de destino deve ser recolhido o diferença de alíquota, também conhecido como DIFAL, que é a
subtração entre a alíquota interna e a alíquota interestadual. Nesse caso, a alíquota interna é de 18%, e a
interestadual é de 12%. Assim, o DIFAL é de 6% (18 - 12). Como o destinatário (XYZ) não é contribuinte
do ICMS, caberá ao remetente (ABC), que é contribuinte do ICMS, a responsabilidade pelo recolhimento
do imposto, nos termos do art. 155, §2º, VIII, “b” da CF.

IX - INCIDIRÁ também:

a) sobre A ENTRADA DE BEM ou MERCADORIA IMPORTADOS DO EXTERIOR por pessoa


física ou jurídica, ainda que NÃO SEJA contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade, assim como sobre o SERVIÇO PRESTADO NO EXTERIOR, CABENDO O IMPOSTO AO
ESTADO onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou
serviço; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (TJMG-2006) (MPF-2008) (TJGO-2009)
(TJMT-2009) (TJPR-2010/2012) (TJAL-2015/2019) (TJMS-2020)

##Atenção: ##Repercussão Geral/STF – Tese 171: ##TJSP-2018: ##VUNESP: ##TJMS-2020: ##FCC: Após
a EC 33/01, é constitucional a incidência de ICMS sobre operações de importação efetuadas por pessoa,
física ou jurídica, que não se dedica habitualmente ao comércio ou à prestação de serviços. (STF.
Plenário. RE 439796, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 06/11/13).58 Alguns pontos importantes extraídos da
ementa julgado:
1. Existência e suficiência de legislação infraconstitucional para instituição do tributo (violação dos arts.
146, II e 155, XII, § 2º, i da CF). A validade da constituição do crédito tributário depende da existência
de lei complementar de normas gerais (LC 114/02) e de legislação local resultantes do exercício da
competência tributária, contemporâneas à ocorrência do fato jurídico que se pretenda tributar.
2. Modificações da legislação federal ou local anteriores à EC 33/2001 não foram convalidadas, na
medida em que inexistente o fenômeno da “constitucionalização superveniente” no sistema jurídico
brasileiro. A ampliação da hipótese de incidência, da base de cálculo e da sujeição passiva da regra-
matriz de incidência tributária realizada por lei anterior à EC 33/2001 e à LC 114/2002 não serve de
fundamento de validade à tributação das operações de importação realizadas por empresas que não
sejam comerciais ou prestadoras de serviços de comunicação ou de transporte intermunicipal ou
interestadual. (##Atenção: Caiu no TJSP-2018!!!)
3. A tributação somente será admissível se também respeitadas as regras da anterioridade e da
anterioridade, cuja observância se afere com base em cada legislação local que tenha modificado
adequadamente a regra-matriz e que seja posterior à LC 114/2002.

58 ##Atenção: ##DOD: ##Repercussão Geral/STF – Tese 171: ##TJSP-2018: ##VUNESP: ##TJMS-2020: ##FCC:
Após a EC 33/01, é CONSTITUCIONAL a instituição do ICMS incidente sobre a importação de bens, sendo
irrelevante a classificação jurídica do ramo de atividade da empresa importadora. Antes da EC 33/2001 essa prática
era inconstitucional. As leis estaduais anteriores à EC 33/01 que previam a cobrança de ICMS importação para
pessoas que não fossem contribuintes habituais de imposto são inválidas, considerando que o sistema jurídico
brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. Para ser constitucionalmente válida a
incidência do ICMS sobre operações de importação de bens, as modificações no critério material na base de cálculo
e no sujeito passivo da regra-matriz deveriam ter sido realizadas em lei posterior à EC 33/01. A súmula 660 do STF
está superada. STF. Plenário. RE 439796/PR; RE 474267/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 6/11/2013 (Info 727).

331
(TJSP-2018-VUNESP): Com relação à operação de importação por não contribuinte, é correto afirmar que,
segundo a jurisprudência consolidada do STF, a EC 33/01 criou nova competência tributária para estender o
campo de incidência do ICMS à operação de importação de bem por não contribuinte, cuja tributação há de
ter fundamento de validade em lei complementar de normas gerais e legislação local supervenientes. BL: art.
155, §2º, IX da CF e Entend. STF.

##Atenção: ##DOD: LC 114/2002: A fim de adequar a legislação do ICMS à nova disciplina da EC 33/01,
o Congresso Nacional editou a LC 114/02, alterando a LC 87/96 (que trata do ICMS) para regular os casos
de ICMS importação. Dessa forma, a LC 114/02, que entrou em vigor em 17/12/02, foi editada com o
objetivo de prever expressamente, na legislação infraconstitucional, a possibilidade de ICMS sobre a
importação.

##Atenção: ##STF: ##TJSP-2018: ##VUNESP: ##TJMS-2020: ##FCC: O STF, ao julgar o RE 474.267/RS-


RG (Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de 20/3/14), fixou a orientação de que o ICMS previsto no art. 155, §
2º, IX, “a”, da CF/88 somente é exigível às importações ocorridas após a edição de legislação local
estadual (ou distrital) que tenha cumprido as previsões da EC 33/01 e da LC 114/02. (STF. 2ª T., RE 797294
AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, j.. 24/02/15).

##Atenção: ##STF: ##TJAL-2019: ##FCC: Para o STF, o sujeito ativo da relação jurídico-tributária do
ICMS é o Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário jurídico da
mercadoria (alínea 'a' do inciso IX do § 2º do art. 155 da CF/88); pouco importando se o desembaraço
aduaneiro ocorreu por meio de ente federativo diverso. (RE 299.079-5/RJ; Rel. Min. Carlos Britto; v.u.; j.
30/6/04; DJ 16/6/06). Destaca-se do voto do Min. Rel. Carlos Britto: “8. O ICMS, incidente na importação de
mercadoria, não tem como sujeito ativo da relação jurídico-tributária o Estado onde ocorreu o desembaraço aduaneiro
– momento do fato gerador –, mas o Estado onde se localiza o sujeito passivo do tributo; ou seja, aquele que promove
juridicamente o ingresso do produto. No presente caso, o Estado de Pernambuco. 9. De mais a mais, o dispositivo
constitucional, ao se referir a ‘estabelecimento destinatário’, não especifica o tipo de estabelecimento: se é o final, ou
se não é. 10. Dessa forma, quando a operação se inicia no Exterior, o ICMS é devido ao Estado em que está
localizado o destinatário jurídico do bem, isto é, o importador. (...). 11. Assim, em face do exposto, confirmo o
Estado de Pernambuco como sujeito ativo da relação tributária e nego provimento ao recurso extraordinário.”.
Também foi essa a conclusão adotada pelo Min. Marco Aurélio: “No caso, trata-se de tributo sobre a
importação, e não possuindo a recorrida estabelecimento no Estado do Rio de Janeiro, mas em Pernambuco, a este cabe
o imposto. Impossível valorizar-se o desembarque de modo a se afastar do cenário jurídico a norma
constitucional definidora do Estado titular do tributo.”

(TJMG-2018-Consulplan): Acerca do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e


sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS),
assinale a alternativa correta: O imposto incidirá também sobre a entrada de bem ou mercadoria
importadas do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto,
qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao
Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou
serviço. BL: art. 155, §2º, IX, “a”, CF e art. 2º, §1º e art. 11, IV, LC 87/96. (tribut.)

##Atenção: Vide o teor do art. 2º, §1º e art. 11 da LC/87/96 (Lei Kandir): “Art. 2º, §1º: O imposto incide
também: I - sobre a entrada de mercadoria ou de bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que
não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; (...) II - sobre o serviço prestado no
exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; (...) “Art. 11: O local da operação ou da prestação, para efeitos
da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, é: (...) IV - tratando-se de serviços prestados ou
iniciados no exterior, o do estabelecimento ou do domicílio do destinatário.”

(TJPA-2014-VUNESP): Assinale a alternativa correta acerca do imposto sobre operações relativas à


circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação (ICMS), segundo a disciplina constitucional que lhe é conferida: Incidirá sobre a entrada de
bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte
habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior,
cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da
mercadoria, bem ou serviço. BL: art. 155, §2º, IX, “a”, CF (tribut.)

(TJMG-2009): Em relação ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias -ICMS: Incide
sobre a entrada de bem ou mercadorias importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não
seja contribuinte habitual do imposto. BL: art. 155, §2º, IX, “a”, CF (tribut.)

332
b) sobre o VALOR TOTAL DA OPERAÇÃO, quando mercadorias FOREM FORNECIDAS com
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; (MPMG-2010) (TJMG-2009/2018)

X - NÃO INCIDIRÁ:

a) sobre operações que DESTINEM MERCADORIAS PARA O EXTERIOR, NEM sobre SERVIÇOS
PRESTADOS A DESTINATÁRIOS NO EXTERIOR, ASSEGURADA a manutenção e o aproveitamento
do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TJMG-2009) (TJMT-2009) (MPF-2011) (TJPR-2010/2012) (TJBA-2012)
(MPPI-2012) (TJPA-2014) (TJAP-2014) (TJAL-2019)

(TJRS-2016-Faurgs): As operações que destinem mercadorias para o exterior não são isentas de ICMS. BL:
art. 155, §2º, X, “a”, CF.

##Atenção: Operações de exportação são IMUNES, e não isentas, de ICMS, já que a vedação à tributação
advém da CF, e não por meio de lei, pressuposto básico para caracterização de uma isenção.

(TJRS-2009): À luz das disposições em vigor da CF/88 com relação ao imposto sobre operações relativas
à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação é correto afirmar que não incide sobre operações que destinem mercadorias para o
exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento dos créditos relativos às operações e prestações
anteriores. BL: art. 155, §2º, X, “a”, CF.

b) sobre operações que DESTINEM a outros Estados PETRÓLEO, INCLUSIVE LUBRIFICANTES,


COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS E GASOSOS dele derivados, e ENERGIA ELÉTRICA; (TJRO-2011) (TJPR-
2010/2012) (TJAL-2019)

(TJPR-2011): A imunidade de ICMS sobre operações de combustíveis e lubrificantes derivados de petróleo


em operações interestaduais poderá ser afastada por lei complementar, mas o imposto incidirá, neste caso,
uma única vez, qualquer que seja sua finalidade. BL: art. 155, §2º, X, “b”, CF c/c inciso XII, “h” da CF.

(TJMG-2009): Em relação ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias -ICMS: Não
incide sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, combustíveis dele derivados e energia
elétrica. BL: art. 155, §2º, X, “b”, CF.

c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; (TJPR-2012/2014)

(TJAL-2015-FCC): De acordo com a Constituição Federal, as operações com ouro sujeitam-se à incidência do
ICMS, exceto quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial. BL: art. 153, §4º, II c/c
art. 155, §2º da CF/88 (tributário)

##Atenção: Conforme a CF: “Art. 155 § 2º (ICMS) X - não incidirá: [...] c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas
no art. 153, § 5º. O art. 153, §5º, por sua vez, assim refere: “Art. 153 § 5º O ouro, quando definido em lei como
ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o
inciso V do "caput" [IOF] deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por
cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: [...]”

##Atenção: Resumindo:
➢ Ativo financeiro ou Instrumento cambial = IOF (alíquota de 1% na CF).
c) 30% Estados/DF de origem
d) 70% Municípios de origem
➢ Mercadoria = ICMS

d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e


imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TJPR-
2011/2014) (TJAL-2015)

333
(TJPE-2011-FCC): O art. 155, §2º, “d” da CF/88, enuncia que o ICMS “não incidirá” sobre prestação de
serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão e transmissão de imagens. Bem observado, o
dispositivo consagra, segundo a melhor doutrina do direito, imunidade tributária.

##Atenção: Trata-se de imunidade tributária específica do ICMS. A imunidade é uma limitação


constitucional ao Poder de Tributar que corresponde a uma hipótese de incompetência das pessoas
políticas para instituir tributos, ou seja, é norma constitucional que afasta a tributação.

XI - NÃO COMPREENDERÁ, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos


industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à
industrialização ou à comercialização, CONFIGURE FATO GERADOR dos dois impostos; (MPMG-2010)
(TJPR-2012) (TJAP-2014)

XII - CABE à LEI COMPLEMENTAR:

a) DEFINIR seus contribuintes; (TJMG-2009) (TJRR-2015)

b) DISPOR sobre substituição tributária; (TJRR-2015) (TJMG-2009/2018)

(TJMG-2005): O ICMS é imposto que admite o regime de substituição tributária, com antecipação do
tributo. BL: art. 155, §2º, XII, “’b”, CF.

c) DISCIPLINAR o regime de compensação do imposto; (TJRR-2015)

d) FIXAR, para efeito de sua COBRANÇA e DEFINIÇÃO DO ESTABELECIMENTO


RESPONSÁVEL, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
(TJRR-2015)

e) EXCLUIR da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos
além dos mencionados no inciso X, "a"; [obs.: isenção heterônoma] (TJRS-2009) (MPF-2012) (TJRR-2015)
(TJRJ-2019)

(Advogado/TRANSPETRO-2018-Cesgranrio): Os governos do Brasil e do Canadá celebram um tratado


que, entre outras disposições, prevê a isenção de ICMS em relação a determinadas mercadorias importadas
que sejam pertencentes ao mesmo gênero de produtos nacionais, quando estes também possuírem isenção
do imposto. Nessa condição, o(a) tratado respeita a competência legislativa dos estados, pois a União
representa os interesses dos entes federativos ao se apresentar na ordem externa. BL: art. 155, §2º, XII, “e”,
CF c/c art. 151, III da CF.

f) PREVER CASOS DE MANUTENÇÃO DE CRÉDITO, relativamente à remessa para outro Estado


e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; (TJRR-2015)

g) REGULAR A FORMA como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções,
incentivos e benefícios fiscais SERÃO concedidos e revogados. (TJSP-2008) (MPRO-2008) (TJAC-2012)
(TJAP-2014) (TJDFT-2014) (TJRR-2015) (TJAM-2016)

(MPRN-2009-CESPE): Lei complementar estadual, de forma autônoma e sem outro fundamento anterior,
instituiu benefício fiscal para os contribuintes do ICMS, em virtude da necessidade de se aumentar as
receitas desse estado, o que ocasionou a redução da alíquota abaixo da alíquota mínima já estabelecida e
cobrada nas operações geradoras do referido tributo e a diminuição da arrecadação de ICMS nos estados
vizinhos. Com relação a essa lei, assinale a opção correta: O ICMS é um tributo que tem importância
nacional e, por isso, deve seguir regulamentação estabelecida na CF, o que não ocorreu no referido caso.
BL: art. 155, caput c/c §2º, XII, “g”, CF. (trib.)

##Atenção: ##MPRN-2009: ##CESPE: "O artigo 155, parágrafo 2º, XII, “g” da Constituição Federal determina
que cabe a lei complementar regular a forma como – mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal – isenções,
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados, em matéria de ICMS. Essa lei a que alude o dispositivo já
havia sido editada antes da entrada em vigor da Constituição de 1988 que a recepcionou. Trata-se da Lei
Complementar n. 24/75, que prevê a necessidade de convênios (celebrados no Conselho Nacional de

334
Política Fazendária – CONFAZ), com aprovação unânime de todos os Estados, para que isenções e
benefícios fiscais sejam concedidos. Ela veicula, assim, norma geral em matéria tributária, pois uniformiza a
disciplina desse assunto no sistema jurídico tributário brasileiro. Trata-se de norma fundada no princípio da
homogeneidade que deve presidir um modelo federativo, como assina Tércio Ferraz Júnior, eis que a União fixa padrões
legais harmônicos na matéria, objetivando impedir a ocorrência da guerra fiscal entre os Estados componentes da
Federação. Há um risco permanente de que, na disciplina de benefícios fiscais, uma unidade federativa possa prejudicar
outra". (Seabra de Moura, Frederico Araújo. LEI COMPLEMENTAR TRIBUTÁRIA. p. 275)

##Atenção: ##PGEAM-2016: ##CESPE: Os convênios citados no art. 100 do CTN (normas


complementares), abrangidos pela expressão “legislação tributária”, se destinam à mútua colaboração entre
os entes políticos no que concerne à administração dos seus tributos, podendo dispor, por exemplo, sobre
troca de informações sigilosas ou sobre a extraterritorialidade de legislação tributária, bem como outras
regras relativas à fiscalização tributária. Contudo, no que diz respeito aos Convênios ICMS, regulados
na Lei Complementar nº 24, de 1975, e com previsão constitucional no art. 155, §2º, XII, “g”, da CF/88,
aqueles são considerados como normas primárias, com status semelhante aos das leis em sentido estrito,
que inovam no ordenamento jurídico. Logo, eles não são normas que complementam o sentido de outras
leis, de tratados e de convenções internacionais, e muito menos de decretos executivos. No mesmo sentido,
Ricardo Alexandre assim refere: "No que concerne ao ICMS, alguns convênios têm previsão
constitucional, sendo, portanto, normas primárias, de hierarquia legal, não podendo ser classificados
como atos meramente complementares."

(TJSP-2013-VUNESP): A respeito das isenções de ICMS, é correto afirmar que somente podem ser
instituídas após aprovação de convênio autorizativo no Conselho Nacional de Política Fazendária. BL: art.
155, §2º, XII, “’g”, CF. (tributário)

(TJAL-2008-CESPE): O governador de determinado estado decidiu criar uma política fiscal atrativa de
investimentos para sua unidade federada e, sem nenhum procedimento anterior, encaminhou, por meio
de projeto de lei, proposta de concessão de benefícios fiscais em relação ao tributo de ICMS para empresas
que se instalarem em seu território. Com relação a essa situação hipotética e às normas que regem os
benefícios fiscais, assinale a opção correta: Qualquer benefício fiscal concedido ao tributo de ICMS depende
de deliberação entre os estados e o DF, o que é pressuposto para a criação da legislação específica. BL: art.
155, §2º, XII, “’g”, CF. (tributário)

h) DEFINIR os COMBUSTÍVEIS e LUBRIFICANTES sobre os quais o imposto INCIDIRÁ uma


única vez [obs.: monofásica], qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que NÃO SE APLICARÁ o
disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (MPF-2008/2011) (TJAL-
2015/2019)

(TJRO-2011): A imunidade dos ICMS sobre combustíveis e lubrificantes, quando em operação


interestadual, pode ser afastada por determinação expressa em lei complementar, que também fixará
incidência única desse imposto sobre esses produtos, independentemente de sua finalidade. BL: art. 155,
§2º, X, “b” c/c art. 155, §2º, XII, “h”, CF. (tributário)

##Atenção: O art. 155, §2º, X, b, da CF, dispõe que o ICMS não incidirá sobre operações interestaduais com
combustíveis e lubrificantes. No entanto, o inciso XII, alínea h, do mesmo dispositivo, prevê que cabe à lei
complementar definir quais combustíveis e lubrificantes terão incidência única (i.e., monofásica), não se
aplicando a imunidade prevista no inciso X, alínea b, do mesmo parágrafo.

i) FIXAR a BASE DE CÁLCULO, de modo que o montante do imposto a integre, também na


importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

(TJRR-2015-FCC): O ICMS é imposto de competência estadual. Não obstante isso, a Constituição Federal
estabelece que determinadas matérias deverão ser disciplinadas por meio de lei complementar federal.
Assim, dentre as matérias que devem ser necessariamente disciplinadas por meio de lei complementar,
encontram-se: A fixação de sua base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também
na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço; a definição de seus contribuintes; a disciplina
do regime de compensação do imposto. BL: art. 155, §2º, XII, “a”, “c” e “i”, CF. (tribut.)

§ 3º À EXCEÇÃO DOS IMPOSTOS de que tratam o inciso II [ICMS] do caput deste artigo e o art.
153, I e II [II e IE], nenhum outro imposto PODERÁ INCIDIR sobre operações relativas a ENERGIA

335
ELÉTRICA, SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES, DERIVADOS DE PETRÓLEO, COMBUSTÍVEIS e
MINERAIS do País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (TRF5-2009) (TJRO-2011)
(TJMG-2009/2012) (TJRS-2012) (TJAP-2014) (TJMT-2018)

(TJAL-2019-FCC): A Constituição do Estado de Alagoas estabelece que os Municípios têm competência


para instituir o imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto sobre o óleo
diesel, determina que esse imposto compete ao Município em que se completa sua venda a varejo e ainda
estabelece que o referido imposto não exclui a incidência concomitante do ICMS sobre as mesmas
operações. Por sua vez, a Lei Orgânica do Município de Maceió estabelece que compete ao Município
instituir o imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos ou gasosos, exceto sobre o óleo diesel,
quando o negócio se completar no território do Município de Maceió, que sua incidência não exclui a
incidência do ICMS sobre a mesma operação e que suas alíquotas não poderão ultrapassar os limites
superiores estabelecidos em lei complementar federal. De acordo com a Constituição Federal, os
Municípios não têm competência para instituir esse imposto em seus territórios.

##Atenção: O caso em tela, tenta induzir a acreditar estarem os entes federados – Estado de Alagoas e
Município de Maceió – no exercício regular de sua competência tributária, notadamente ao afirmar que a
incidência do tributo municipal não excluiria a incidência do tributo estatual (o ICMS). Pela narrativa do
caso, a questão leva a crer que se está tratando de instituição de ISSQN “sobre vendas a varejo de combustíveis
líquidos e gasosos, exceto sobre o óleo diesel”. Entretanto, a questão cobrou unicamente o conhecimento de um
caso específico de imunidade previsto na CF/88. Vejamos: “Art. 155, §3º. À exceção dos impostos de que
tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis
e minerais no País”. Portanto, salvo o ICMS, o II e o IE, nenhum outro imposto poderá incidir sobre
combustíveis líquidos e gasosos – de modo que as previsões da Constituição Estadual e a legislação
municipal são, neste contesto, inconstitucionais. Por fim, vale registrar que, no caso de combustíveis, é
possível a instituição do chamado ICMS monofásico, cuja competência é dos Estados (art. 155, §2º, XII, ‘h’,
da CF/88).

##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: O Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e


Gasosos (IVVC) é um extinto imposto brasileiro extinto pela EC 03/93: “Art. 4.º A eliminação do imposto
sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, de competência dos Municípios, decorrente desta
Emenda Constitucional, somente produzirá efeitos a partir de 1.º de janeiro de 1996, reduzindo-se a correspondente
alíquota, pelo menos, a um e meio por cento no exercício financeiro de 1995.” Portanto, os municípios não têm
mais competência para instituir tal tributo, no entanto, ainda consta em algumas Leis Orgânicas
municipais. Como se sabe, as leis orgânicas dos municípios são normas que regulam a vida política na
cidade, sempre respeitando a Constituição Federal e a Constituição do Estado em que o município está
inserido.

(TJDFT-2007): À exceção do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre


prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS) e dos impostos sobre importação de produtos
estrangeiros (II) e de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE), nenhum
outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. BL: art. 155, §3º, CF.

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, OBSERVAR-SE-Á o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional


nº 33, de 2001)

XII - cabe à lei complementar:


h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer
que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

I - nas operações com os LUBRIFICANTES e COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE PETRÓLEO, o


imposto CABERÁ ao Estado onde ocorrer o consumo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
(TJAL-2019)

II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes
e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem
336
e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (TJAL-2019)

III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não
incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto CABERÁ ao Estado de
origem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (MPF-2008)

IV - as ALÍQUOTAS DO IMPOSTO SERÃO DEFINIDAS mediante deliberação dos Estados e


Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 33, de 2001) (TJMT-2018) (TJMS-2020)

a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da
operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre
concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

c) PODERÃO SER reduzidas e restabelecidas, NÃO SE LHES APLICANDO o disposto no art. 150,
III, b.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (MPF-2011) (TJCE-2014) (TJMS-2020)

(TJSP-2017-VUNESP): Sobre a hipótese de ICMS incidente sobre operações com combustíveis e


lubrificantes, é correto afirmar: incide a anterioridade especial no que se refere à diminuição e
reestabelecimento de alíquotas. BL: art. 155, §4º, IV, “c”, CF/88.

##Atenção: No caso do ICMS-Combustíveis, aplica-se o princípio da anterioridade especial.

##Atenção: ##TJMS-2020: ##FCC: O que o Senado Federal poderá fazer é estabelecer as alíquotas aplicáveis
às operações e prestações interestaduais (art. 155, §2º, IV, CF), não podendo, nos dias atuais, estabelecer as
aplicáveis às exportações, porque a EC 42/03 trouxe regra de imunidade nestas situações. Ademais, “as
alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal” (art. 155, §4º, IV,
CF), competência essa atualmente desempenhada pelo CONFAZ. Por fim, apenas o ICMS-monofásico será
desobrigado da anterioridade anual; as demais hipóteses devem obediência tanto à regra da noventena
quanto da anualidade.

(TJRO-2011): O ICMS poderá ser aumentado no mesmo exercício financeiro em que foi publicada a lei que
o instituiu ou aumentou, quando se tratar de combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá
uma única vez. BL: art. 155, §5º, IV, c, CF/88.

§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação


do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º,
XII, g. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
[IPVA]

I - TERÁ ALÍQUOTAS MÍNIMAS fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) [Obs.: O exercício desta competência senatorial é obrigatório.] (TJSC-
2009) (TJRO-2011)

II - PODERÁ TER ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS em função do tipo e utilização. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TJDFT-2007) (DPECE-2008) (TJCE-2012)

Seção V
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS

Art. 156. COMPETE aos MUNICÍPIOS instituir impostos sobre: (TJSP-2013) (MPPR-2014)

337
I - propriedade predial e territorial urbana; (IPTU) (TJAC-2012) (TJAM-2016) (TJRO-2019) (TJMS-
2020)

##Atenção: Caráter fiscal e extrafiscal.

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, POR ATO ONEROSO, de bens imóveis, por natureza
ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, EXCETO os de garantia, bem como cessão de direitos a
sua aquisição; (ITBI) (TJMG-2005) (DPECE-2008) (TJSC-2009) (MPMG-2012) (TJAM-2013) (TJGO-2015)
(TJRS-2016) (TJMT-2018) (TJAC-2019)

##Atenção: Caráter fiscal.

##Atenção: Se for gratuito, cabe ITCMD, de competência dos Estados (art. 155, CF).

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (ISSQN) (MPDFT-2009)

(PGESE-2017-CESPE): Os tributos cuja instituição compete aos municípios incluem o IPTU, o ITBI e o
ISSQN. BL: art. 156, CF.

(TJSP-2009-VUNESP): Na ADI 3089/DF, o STF inclinou-se pela orientação de que os serviços de registros
públicos, notariais e cartorários embora públicos, não são imunes ao ISSQN. (tributário)

##Atenção: O STF, em julgado veiculado no Info 494, compreende como constitucional os Municípios
instituírem ISSQN sobre os serviços de registros públicos, cartorários e notariais, entendendo que, no caso,
trata-se de atividade estatal delegada, tal como a exploração de serviços públicos essenciais, mas que,
enquanto exercida em caráter privado, com intuito lucrativo, seria serviço sobre o qual incidiria o ISSQN
(ADI 3089).

(TJMG-2009): Quanto ao imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS, marque a alternativa
CORRETA: Incide sobre a prestação de serviços de informática e congêneres. BL: art. 156, III, CF e Item 1
da LC 116/03.

##Atenção: Vide teor do Item 1 da Lei 116/03: “Serviços de informática e congêneres.”

IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 1º Sem prejuízo da PROGRESSIVIDADE NO TEMPO a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II
[Obs.: progressividade no tempo], o imposto previsto no inciso I [Obs.: IPTU] PODERÁ: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) (TJMG-2009) (TJGO-2015)

I – SER PROGRESSIVO em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000) (TJSC-2009) (MPGO-2010) (TJGO-2012)

(TJSP-2017-VUNESP): Considerando o disposto no artigo 156, parágrafo 1° , inciso I, da Constituição


Federal, pode-se afirmar que foi instituída a denominada progressividade fiscal específica do IPTU. BL:
art. 156, §1º, CF (tributário).

##Atenção: Vejamos a diferença entre progressividade fiscal e extrafiscal no IPTU:


PROGRESSIVIDADE FISCAL: A EC 29/00 autorizou, no art. 156, § 1º, I, da CF/88, que as alíquotas do
IPTU sejam progressivas em razão do valor do imóvel. No que concerne à progressividade de alíquotas
com base no valor do imóvel, devem ser observados os seguintes requisitos e características:
a) somente é legítima a partir do advento da Emenda Constitucional 29, de 13 de setembro de 2000 -
conforme a Súmula 668, STF
b) tem objetivo fiscal, pois, ao aumentar as alíquotas incidentes sobre os imóveis mais valiosos -
presumivelmente pertencentes a pessoas de maior capacidade econômica-, visa a incrementar a
arrecadação, retirando mais de quem mais pode pagar;
c) deve-se ater aos limites do razoável, sob pena de incidir em efeito confiscatório, vedado pelo art.
150, IV, da CF/88.
338
PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL: Segundo o art. 182, § 4º, da CF, é facultado ao Poder Público
municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,
do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento. A previsão desse art. 182, § 4º, já constava do texto originário da CF/88 não decorrendo
de emenda. No caso de o particular não atender à exigência do Poder Público, o próprio dispositivo prevê
um conjunto de providências sucessivas. A segunda delas, logo após o parcelamento ou edificação
compulsórios, é a adoção de IPTU progressivo no tempo:
a) Tem objetivo extrafiscal, pois o escopo da regra é estimular o cumprimento da função social da
propriedade por meio de um agravamento da carga tributária suportada pelo proprietário do solo
urbano que não promove seu adequado aproveitamento. A arrecadação advinda de tal situação é mero
efeito colateral do tributo.
b) O parâmetro para a progressividade não é o valor do imóvel, mas, sim, o passar do tempo sem o
adequado aproveitamento do solo urbano.

##Atenção: Logo, na PROGRESSIVIDADE FISCAL prevista no art. 156, § 1º, I, da CF, quanto mais
valioso o imóvel, maior a alíquota incidente. Já na PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL, prevista no
art. 182, § 4º, II, da CF, quanto mais tempo mantida a situação agressiva à finalidade social da
propriedade, maior será a alíquota aplicável no lançamento do lPTU.

(TJRS-2009): À luz das disposições em vigor da Constituição Federal, com relação ao imposto sobre a
propriedade predial e territorial urbana, é correto afirmar que são admitidas tanto a sua progressividade
fiscal quanto a extrafiscal. BL: art. 156, I, §1º, I c/c art. 182, §4º, II, CF. (tributário).

II – TER ALÍQUOTAS DIFERENTES [obs.: = seletivas] de acordo com a localização e o uso do


imóvel. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) (TJSC-2009) (MPGO-2010) (TJGO-2012)
(TJRO-2019)

(MPSC-2016): Estabelecendo divisão de tributos entre os entes federativos, a Constituição Federal conferiu
aos Municípios a instituição de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, permitindo sua
progressividade em razão do valor do imóvel, bem como a diferenciação de alíquotas de acordo com a
localização e o uso do imóvel. BL: art. 156, §1º, CF.

(MPSP-2015): O imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana pode ser progressivo no tempo
e em razão do valor do imóvel, bem como ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do
imóvel. BL: art. 156, §1º, CF.

(TJGO-2015-FCC): O IPTU, poderá ter alíquotas progressivas em razão do valor venal do imóvel ou no
tempo, e seletivas de acordo com a localização e o uso do imóvel, conforme o caso. BL: art. 156, §1º, CF.

(MPRS-2014): Considere a seguinte afirmação sobre o sistema tributário nacional: Em relação ao IPTU, a
CF/88 contempla dois critérios a serem atendidos na aplicação da progressividade e outros dois na
diferenciação de alíquotas, respectivamente: tempo e valor, localização e uso. BL: art. 156, §1º c/c art. 182,
§4º, II, CF.

§ 2º O imposto previsto no inciso II:

I - NÃO INCIDE sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa


jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, SALVO SE, nesses casos, a ATIVIDADE
PREPONDERANTE do adquirente FOR a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil; (TJMS-2008) (TJGO-2015) (TJRS-2016)

(TJAC-2019-VUNESP): Determinado investidor realiza investimento em empresa do ramo imobiliário por


meio do aporte, nesta empresa, de imóvel de sua propriedade. A empresa investida extrai e sempre extraiu
100% da sua receita a partir de transações imobiliárias. A respeito dessa situação hipotética, é correto
afirmar, com base na Constituição Federal, que incide imposto de competência dos municípios sobre a
transferência do imóvel à empresa em realização do seu capital. BL: art. 156, II c/c art. §2º, I, CF.

339
##Atenção: De início, cumpre destacar que a transmissão da propriedade imóvel de forma onerosa e inter
vivos é fato gerador de ITBI (art. 156, II da CF). O art. 156, §2º, I da CF/88 prevê que não incide ITBI sobre
a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital,
nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa
jurídica. Trata-se de imunidade. Ocorre que no próprio dispositivo há exceção que diz que, “se, nesses casos,
a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
arrendamento mercantil”, haverá incidência do ITBI. O enunciado da questão exigiu conhecimento previsto
na CF/88, de modo que a situação fática narrada deixa claro que o objetivo do investimento (transmissão
do imóvel) foi o de integralizar capital na pessoa jurídica e que a empresa atua no ramo de comercialização
de imóveis.

(DPECE-2008-CESPE): Em relação ao Sistema Tributário Nacional, julgue o item subsequente: Não incide
imposto de transmissão inter vivos sobre bens que não tenham relação com a atividade da empresa e sejam
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital. BL: art. 156, §2º, I, CF.

(TJMG-2005): A CF/88, literalmente, prevê a imunidade: da transmissão de bens imóveis decorrente de


extinção de pessoa jurídica, a não ser que o adquirente tenha como atividade preponderante a compra e
venda e a locação de imóveis ou o arrendamento mercantil, em relação ao ITBI (Imposto sobre a
Transmissão de Bens Imóveis). BL: art. 156, §2º, I, CF.

II - COMPETE ao Município da situação do bem. (TJGO-2015)

(MPPE-2002-FCC): João e Maria compraram um apartamento de 150 m2, e respectiva vaga na garagem,
pelo preço de R$ 60.000,00, cujos proprietários eram Paulo e Sílvia. O imóvel situa-se em Recife, mas a
escritura de venda e compra foi lavrada no Tabelião de Caruaru, onde foi feito o pagamento do negócio, e
também local de domicílio e residência dos compradores e vendedores. Nesse caso, considerando o fato
gerador da obrigação principal, terá incidência o imposto sobre transmissão inter vivos, a qualquer título,
de bem imóvel, que deverá ser recolhido em Recife. BL: art. 156, II c/c §2º, II, CF/88.

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo [ISSQN], CABE à LEI
COMPLEMENTAR: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) (TJDFT-2007)

I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de
2002) (TJAM-2016)

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. [obs.: isenção heterônoma]
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (TJDFT-2007) (MPRO-2008) (MPF-2011) (TJPR-
2010/2013) (TJRS-2016) (TJRJ-2019)

III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (TJAM-2016)

§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Seção VI
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Art. 157. PERTENCEM aos ESTADOS e ao DISTRITO FEDERAL:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,


incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações
que instituírem e mantiverem; (TJPR-2011) (TJPE-2015)

(TJRO-2011): Sobre a repartição das receitas tributárias: Os recursos arrecadados pelas Fundações
Distritais a título de imposto de renda sobre os rendimentos pagos aos seus servidores, diretamente na
fonte, ficam nos cofres do Distrito Federal. BL: art. 157, II, CF/88.

340
##Atenção: Nos termos do art. 157, I, CF, o produto do imposto de renda incidente na fonte pago pelo
Distrito Federal ou suas fundações são arrecadação do próprio ente, e não devem ser repassados para a
União Federal.

II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da
competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. (DPEMS-2008)

##Atenção: A competência residual da União Federal está prevista no art. 154, I, CF. Segundo o art. 157,
II, CF, no caso de a União Federal instituir imposto residual, 25% do produto da arrecadação pertencem
aos Estados e ao DF.

Art. 158. PERTENCEM aos MUNICÍPIOS:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,


incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações
que instituírem e mantiverem; (TJPR-2011) (TJRO-2011) (MPMG-2012) (TJPE-2015)

(TJMT-2014-FMP): A competência tributária não se confunde com a repartição das receitas tributárias. A
competência diz respeito à instituição de tributos; a repartição das receitas, à divisão do produto da sua
arrecadação. A Constituição Federal, ao dispor sobre a repartição das receitas tributárias, prevê que
determinados impostos da competência da União serão repartidos com os Estados e com os Municípios e
que determinados impostos estaduais serão repartidos com os Municípios. Sobre a matéria, é correto
afirmar que pertence aos Municípios o produto da arrecadação do imposto de renda incidente na fonte,
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e fundações que instituírem e
mantiverem, do que é exemplo o retido no pagamento dos vencimentos dos seus servidores. BL: art. 158,
I, CF.

##Atenção: Nos termos do art. 158, I, CF, o produto do imposto de renda incidente na fonte pago pelos
Municípios ou suas autarquias são arrecadação do próprio ente, e não devem ser repassados para a União
Federal.

II - CINQÜENTA POR CENTO do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade


territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que
se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (MPSC-2010)
(TJAC-2012) (TJMT-2014) (TJSC-2017)

III - CINQÜENTA POR CENTO do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a


propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; (MPAM-2007) (MPRO-2010) (TJMT-
2014)

IV - VINTE E CINCO POR CENTO do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação. (TJDFT-2007) (TJSP-2008) (TJRO-2011) (TJRN-2013) (TJMT-2014) (TJSC-
2017)

Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão
creditadas conforme os seguintes critérios: (TJRO-2011) (TJRN-2013)

I - 65% (sessenta e cinco por cento), no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações
relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

II - até 35% (trinta e cinco por cento), de acordo com o que dispuser lei estadual, observada,
obrigatoriamente, a distribuição de, no mínimo, 10 (dez) pontos percentuais com base em indicadores de
melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico
dos educandos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 159. A UNIÃO ENTREGARÁ: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)

341
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre
produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 84, de 2014)

a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS
E DO DISTRITO FEDERAL; (MPAM-2007) (DPEMS-2008) (MPSC-2013) (TJAM-2016)

b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS
MUNICÍPIOS; (TJRO-2011) (MPSC-2013) (TJAM-2016) (TJPA-2019)

##Atenção: Nos termos do art. 159, I, CF, a União Federal entregará 49% do produto da arrecadação do
Imposto de Renda e IPI. Porém, esse valor não se destina apenas ao Fundo de Participação dos Municípios.
Desse total, apenas 22,5% se destinam ao FPM (art. 159, I, b, CF).

c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com
os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos
recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; (TJAM-2016)

d) um por cento ao FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS, que SERÁ ENTREGUE no


primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
(TJPR-2011)

e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio
do mês de julho de cada ano; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)

II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados
e ao Distrito Federal, PROPORCIONALMENTE ao valor das respectivas exportações de produtos
industrializados. (MPAM-2007) (TJPR-2011)

III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no


art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei,
observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 44, de 2004) (MPAM-2007) (TJPR-2011)

§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á a
parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I.

§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante
a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes,
mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.

§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que
receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
(MPAM-2007)

§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento
serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (MPAM-2007)

Art. 160. É VEDADA a RETENÇÃO ou QUALQUER RESTRIÇÃO à entrega e ao emprego dos


recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, NELES
COMPREENDIDOS adicionais e acréscimos relativos a impostos. (TJPA-2012)

Parágrafo único. A VEDAÇÃO prevista neste artigo NÃO IMPEDE a União e os Estados de
CONDICIONAREM a entrega de recursos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
(TJES-2011) (TJSC-2017)

342
I – ao pagamento de seus créditos, INCLUSIVE de suas autarquias; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000) (TJPA-2012) (TJSC-2017)

II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 29, de 2000) (TJSC-2017)

Art. 198. (...)


§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços
públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere
o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas
que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se
refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)

Art. 161. Cabe à lei complementar:

I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I;

II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os
critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico
entre Estados e entre Municípios;

III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das
participações previstas nos arts. 157, 158 e 159.

Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos de
participação a que alude o inciso II.

Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês
subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os
valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio.

Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os
dos Estados, por Município.

CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Seção I
NORMAS GERAIS

Art. 163. LEI COMPLEMENTAR DISPORÁ sobre: (TRF2-2009)

I - finanças públicas; (TJPI-2012) (TJPA-2012)

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades
controladas pelo Poder Público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 40, de 2003)

343
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios; (TJRO-2019)

VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. (TRF2-2009)

Art. 163-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações
e dados contábeis, orçamentários e fiscais, conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo
órgão central de contabilidade da União, de forma a garantir a rastreabilidade, a comparabilidade e a
publicidade dos dados coletados, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso
público. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 164. A competência da União para emitir moeda SERÁ EXERCIDA EXCLUSIVAMENTE pelo
BANCO CENTRAL. (MPAM-2007) (MPCE-2009) (TRF5-2009) (TJMS-2012)

(TJMG-2006): Relativamente às finanças públicas, é correto afirmar que a competência da União para
emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central. BL: art. 164, CF.

§ 1º É VEDADO ao banco central CONCEDER, direta ou indiretamente, EMPRÉSTIMOS ao


Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. (MPPE-2002) (TJMG-
2006) (MPCE-2009) (TJAC-2012) (TJMS-2012)

§ 2º O banco central PODERÁ COMPRAR e VENDER títulos de emissão do TESOURO


NACIONAL, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. (TJMG-2006) (MPCE-2009)
(TJAC-2012)

(MPPE-2002-FCC): A União tem competência para emitir moeda. Essa competência é exercida, com
exclusividade, pelo Banco Central, que pode comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional,
com o objetivo de regular a oferta de moeda. BL: art. 164, §2º, CF.

##Atenção: Apenas para esclarecimento: A Casa da Moeda não emite moeda! Trata-se apenas de uma
empresa pública (uma gráfica, na verdade) que imprime o papel moeda. Quem faz a emissão da moeda é
o Banco Central.

§ 3º As disponibilidades de caixa da União SERÃO DEPOSITADAS NO BANCO CENTRAL; as dos


Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas
por ele controladas, EM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS OFICIAIS, ressalvados os casos previstos em lei.
(TJMG-2006) (MPPE-2008)

Seção II
DOS ORÇAMENTOS

Art. 165. Leis [= leis ordinárias] de iniciativa do Poder Executivo ESTABELECERÃO: (TRF2-2009)
(Anal. Téc./AGU-2018)

I - o plano plurianual; (TRF2-2009)

II - as diretrizes orçamentárias; (TRF2-2009)

III - os orçamentos anuais. (TRF2-2009) (TRF5-2009) (TJPB-2015) (TJSC-2017)

##Atenção: ##TJSC-2017: ##FCC: O princípio da anualidade compreende, em suma, que as receitas e as


despesas, correntes e de capital, devem ser previstas com base em planos e programas com duração de um
ano (art. 2º da Lei 4.320/6459 e art. 165, III da CF/88).

59Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade universalidade e
anualidade.
344
§ 1º A lei que INSTITUIR o PLANO PLURIANUAL estabelecerá, de forma regionalizada, as
diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. (TRF2-2009)

##Atenção: ##TRF2-2009: ##CESPE: A lei que institui o Plano Plurianual (PPA) é uma lei ORDINÁRIA,
nos termos do art. 165, §1º da CF.

§ 2º A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS compreenderá as metas e prioridades da


administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente,
ORIENTARÁ a elaboração da lei orçamentária anual, DISPORÁ sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. (TJBA-2012)
(TJPB-2015)

(PGESP-2002-FCC): NÃO cabe à Lei de Diretrizes Orçamentárias alterar a legislação tributária existente.
BL: art. 165, §2º, CF.

##Atenção: A Lei de Responsabilidade Fiscal, portanto, preconiza que a LDO não cuida de alterar a
legislação tributária.

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária. (STM-2013)

§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão


elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL COMPREENDERÁ: (MPRN-2009) (TJPI-2012) (TJPB-2015)

I - o ORÇAMENTO FISCAL referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; (MPRN-
2009) (TRF5-2009) (TJPB-2015)

(TJRJ-2016-VUNESP): O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades
da Administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público está
compreendido na lei do orçamento anual. BL: art. 165, §5º, CF.

II - o ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO das empresas em que a União, direta ou indiretamente,


detenha a maioria do capital social com direito a voto; (MPRN-2009) (TJPB-2015)

III - o ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela


vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
Poder Público. (MPRN-2009) (TJPB-2015)

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre


as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão
entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

§ 8º A lei orçamentária anual NÃO CONTERÁ dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, NÃO SE INCLUINDO na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. [obs.: orçamento
“rabilongo” ou “cauda orçamentária”.] (MPRN-2009) (TRF1-2009) (TRF4-2009) (STM-2013) (TJDFT-2014)
(MPRS-2017)

(Anal./CRBio-1ª Região-2017-VUNESP): Insculpido na Constituição Federal, é princípio orçamentário


que proíbe que a lei orçamentária anual contenha dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa e que excepciona de tal proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e

345
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Trata-se do
princípio da exclusividade. BL: art. 165, §8º, CF.

##Atenção: A lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária ou financeira. Ou seja, dela
deve ser excluído qualquer dispositivo estranha à estimativa de receita e à fixação de despesa. O objetivo
deste princípio é evitar a presença de "caldas e rabilongos". Não se inclui na proibição a autorização para
abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita. Este princípio encontra-se expresso no art. 165, § 8º da CF/88.

(PGM-Várzea Paulista/SP-2016-VUNESP): Os princípios orçamentários constituem-se nas premissas que


devem ser observadas na concepção da proposta orçamentária. Dentre eles, aquele que determina que a
lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária ou financeira, não contendo dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, é denominado princípio da exclusividade. BL: art.
165, §8º, CF.

§ 9º CABE à LEI COMPLEMENTAR: (TRF2-2009)

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano


plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; (TRF2-2009) (TRF4-2009)

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como
condições para a instituição e funcionamento de fundos. (TRF4-2009)

III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados
quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações
de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 100, de 2019)

§ 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as


medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019)

§ 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que estabeleçam metas fiscais


ou limites de despesas e não impede o cancelamento necessário à abertura de créditos adicionais;

II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica devidamente justificados;

III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.

§ 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os
2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos para
investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em
andamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo aplica-se exclusivamente aos
orçamentos fiscal e da seguridade social da União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de
2019) (Produção de efeito)

§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com a
especificação dos investimentos plurianuais e daquele sem andamento. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

§ 15. A União organizará e manterá registro centralizado de projetos de investimento contendo, por
Estado ou Distrito Federal, pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e informações sobre a
execução física e financeira. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

346
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais SERÃO APRECIADOS pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma
do regimento comum. (MPF-2005) (MPCE-2009) (TJAC-2012) (TJPI-2012)

##Atenção: O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual e os créditos adicionais


devem ser aprovados mediante projetos de lei.

§ 1º CABERÁ a uma COMISSÃO MISTA PERMANENTE de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República; (TJAC-2012)

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. (TJAC-2012)

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas,
na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

§ 3º As EMENDAS ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem


SOMENTE PODEM SER APROVADAS caso: (TJES-2011) (TJDFT-2014) (TJPE-2015)

I - SEJAM compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; (TJPE-2015)

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,


excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º As EMENDAS ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias NÃO PODERÃO SER


APROVADAS quando incompatíveis com o plano plurianual. (TJES-2011) (TJDFT-2014) (TJPE-2015)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJPR-2017: ##CESPE: Salvo em situações graves e excepcionais, não cabe
ao Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio da separação de Poderes, interferir na função do
Poder Legislativo de definir receitas e despesas da Administração Pública, emendando projetos de leis
orçamentárias, quando atendidas as condições previstas no art. 166, §§ 3º e 4º, da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5468/DF, Rel. Min. Luiz Fux, j. 29 e 30/6/2016 (Info 832).

§ 5º O Presidente da República PODERÁ ENVIAR mensagem ao Congresso Nacional para propor


modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista,
da parte cuja alteração é proposta. (MPCE-2009) (TJBA-2012)

§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão
enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se
refere o art. 165, § 9º.

§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as
demais normas relativas ao processo legislativo.
347
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,
ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais
ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de
saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive
custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para
pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos
na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações
incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal,
no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execução
obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução deverão
observar, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação de eventuais
impedimentos das programações e demais procedimentos necessários à viabilização da execução dos
respectivos montantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

I - (revogado);

II - (revogado);

III - (revogado);

IV - (revogado).

§ 15. (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos §§ 11
e 12 deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do
ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação
dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão
ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos por
cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, para as programações das emendas
individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para as programações das emendas de iniciativa
de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento
da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11
e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto
das demais despesas discricionárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção
de efeito)

348
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe critérios
objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas,
independentemente da autoria. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de
investimentos com duração de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada,
deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão da obra ou do
empreendimento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)

I - transferência especial; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

II - transferência com finalidade definida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado, do
Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal
ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer
caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no pagamento de: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

II - encargos referentes ao serviço da dívida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração de


convênio ou de instrumento congênere; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)

III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do
ente federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)

§ 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste
artigo poderá firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da execução
orçamentária na aplicação dos recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo, os
recursos serão: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

I - vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 105, de 2019)

II - aplicados nas áreas de competência constitucional da União. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 105, de 2019)

§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I do caput
deste artigo deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do
§ 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

Art. 167. SÃO VEDADOS:

I - o INÍCIO DE PROGRAMAS ou PROJETOS não incluídos na lei orçamentária anual; (TJPA-2019)


(TJRO-2019)

349
II - a REALIZAÇÃO DE DESPESAS ou a ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÕES DIRETAS que
EXCEDAM os créditos orçamentários ou adicionais; (TJPA-2019)

III - a REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITOS que EXCEDAM o montante das despesas de


capital, RESSALVADAS as autorizadas mediante CRÉDITOS SUPLEMENTARES ou ESPECIAIS com
finalidade precisa, APROVADOS pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; (MPRS-2016) (TJSC-2017)

(TJPA-2019-CESPE): Conforme as normas constitucionais a respeito do orçamento público, é possível a


realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, se autorizadas
mediante créditos suplementares com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo. BL: art. 167,
V, CF.

IV - a VINCULAÇÃO DE RECEITA DE IMPOSTOS a órgão, fundo ou despesa, RESSALVADAS a


repartição do produto da arrecadação dos impostos a que SE REFEREM os arts. 158 e 15960, a
DESTINAÇÃO DE RECURSOS para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como
determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TRF1-2009) (MPRO-2010) (TJPI-2012)
(TJDFT-2014) (MPRS-2014) (TJSC-2017) (TJSP-2018) (TJAL-2019)

Art. 158. Pertencem aos Municípios:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações
que instituírem e mantiverem;
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade
territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que
se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de
veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação.
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão
creditadas conforme os seguintes critérios:
I - 65% (sessenta e cinco por cento), no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações
relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
II - até 35% (trinta e cinco por cento), de acordo com o que dispuser lei estadual, observada,
obrigatoriamente, a distribuição de, no mínimo, 10 (dez) pontos percentuais com base em indicadores de
melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico
dos educandos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)


I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre
produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 84, de 2014)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito
Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com
os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos
recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio
do mês de dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro
decêndio do mês de julho de cada ano; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)

60 Os arts. 158 e 159 da CF/88 tratam da repartição constitucional de tributos.


350
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados
e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos
industrializados.
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no
art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da
lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 44, de 2004)
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á
a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I.
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do
montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais
participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que
receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento
serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
III - participação da comunidade. (...)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços
públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo
previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas
de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do
ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos
termos do plano nacional de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do
salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
53, de 2006)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão
distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas
redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
§ 7º É vedado o uso dos recursos referidos no caput e nos §§ 5º e 6º deste artigo para pagamento de
aposentadorias e de pensões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
§ 8º Na hipótese de extinção ou de substituição de impostos, serão redefinidos os percentuais
referidos no caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212-A, de modo que resultem recursos
vinculados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, bem como os recursos subvinculados aos
fundos de que trata o art. 212-A desta Constituição, em aplicações equivalentes às anteriormente
praticadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
§ 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, de avaliação e de controle das despesas com educação
nas esferas estadual, distrital e municipal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 37. (...)


XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão

351
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 165. (...)


§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação
de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

(TCEPE-2017-CESPE): Violará o princípio da não afetação da receita a promulgação de lei estadual que
impuser aos municípios a aplicação em financiamento de programa habitacional estadual de 50% do ICMS
a eles destinado.

##Atenção: A teor do disposto no inciso IV do art. 167 da CF, é vedado vincular receita de impostos a
órgão, fundo ou despesa. A regra apanha situação concreta em que lei local implicou majoração do ICMS,
destinando-se o percentual acrescido a um certo propósito – aumento de capital de caixa econômica,
para financiamento de programa habitacional. Inconstitucionalidade dos arts. 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º e 9º da
Lei 6.556, de 30/11/1989, do Estado de São Paulo." (RE 183.906, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 18-9-97,
Plenário, DJ de 30-4-1998.).

(TJSE-2008-CESPE): Por regra, aos estados é vedado criar vinculações da receita de impostos; todavia, há
casos em que a CF o admite, tais como prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita. BL: art. 167, IV, CF (tributário)

(TJAP-2008-FGV): Com base na Atividade Financeira do Estado, assinale a alternativa correta: É vedada,
como regra, a vinculação da receita proveniente de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo hipóteses
autorizadas pela Constituição Federal de 1988, como, por exemplo, para realização de atividades da
administração tributária. BL: art. 167, IV, CF. (tributário)

V - a abertura de CRÉDITO SUPLEMENTAR ou ESPECIAL sem prévia autorização legislativa e sem


indicação dos recursos correspondentes; (TJMS-2008) (TJPA/Reaplic-2019)

(Auditor/TCU-2011-CESPE): A respeito dos orçamentos e da ordem econômica e financeira, julgue o item


seguinte: A abertura de crédito suplementar ou especial depende de autorização legislativa. BL: art. 167,
V, CF.

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de RECURSOS de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, SEM PRÉVIA autorização legislativa; (MPSE-2010)
(MPMG-2011)

(TJPI-2012-CESPE): É vedada a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma


categoria para outra, ou de um órgão para outro, salvo mediante prévia autorização legislativa. BL: art.
167, VI da CF.

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos
mencionados no art. 165, § 5º; (TRF2-2009) (MPRS-2016)

IX - a INSTITUIÇÃO DE FUNDOS DE QUALQUER NATUREZA, sem prévia autorização


legislativa. (MPRS-2016)

X - a TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA DE RECURSOS e a CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS,


INCLUSIVE por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJPA/Reaplic-2019)

352
(TJPB-2015-CESPE): A respeito da disciplina constitucional sobre finanças públicas e orçamentos, assinale
a opção correta: É vedada a concessão de empréstimos pelas instituições financeiras públicas para
pagamento de despesas com pessoal ativo e inativo dos estados, do DF e dos municípios. BL: art. 167, X,
CF.

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II,
para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (TRF1-2011) (TJPA-2012)

XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40, a utilização de recursos
de regime próprio de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art. 249,
para a realização de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fundo
vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua organização e ao seu funcionamento; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as garantias e as subvenções pela


União e a concessão de empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras federais aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios na hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e de
funcionamento de regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

§ 1º NENHUM INVESTIMENTO cuja execução ULTRAPASSE um exercício financeiro PODERÁ


SER INICIADO sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, SOB PENA
de CRIME DE RESPONSABILIDADE. (TRF4-2009) (MPSE-2010) (TJAC-2012)

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso
em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subseqüente.

§ 3º A abertura de CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO SOMENTE SERÁ ADMITIDA para atender a


despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62. (TJMS-2008) (MPCE-2009) (TRF5-2009) (TJPA-2014/2019)

(PGM/AM-2018-CESPE): Conforme as disposições pertinentes ao orçamento municipal, a abertura de


crédito extraordinário é admitida apenas nas hipóteses de atendimento a despesas de natureza urgente e
imprevisível, tais como aquelas que decorram de situação de calamidade pública. BL: art. 167, §3º da CF
(financeiro).

OBS: Vejamos o teor do art. 62 da CF/88: “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.”

§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155
e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou
contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
3, de 1993)

§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação


para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo
de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem
necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)

(MPRS-2016): Tendo em vista o tratamento constitucional dos orçamentos, admite-se, sem a necessidade
de prévia autorização legislativa, a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o
objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo.
(financeiro).

353
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público
e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei
complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(DPEMS-2008) (TRF4-2009)

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios NÃO PODERÁ exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (TJAC-2012) (TJPB-
2015)

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e


funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer
título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, INCLUSIVE fundações instituídas e
mantidas pelo poder público, SÓ PODERÃO SER FEITAS: (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (MPSC-2013) (TJPA-2019)

I - SE HOUVER prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de


pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPSC-2013)
(TJPA-2019)

II - SE HOUVER autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, RESSALVADAS as


empresas públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(MPSC-2013) (TJPA-2019)

§ 2º DECORRIDO o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação
aos parâmetros ali previstos, SERÃO IMEDIATAMENTE SUSPENSOS todos os repasses de verbas
federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que NÃO OBSERVAREM os
referidos limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJDFT-2007) (MPF-2011)

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes
providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPSC-2013)

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998) (Vide Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (TJPB-2015)

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o SERVIDOR ESTÁVEL PODERÁ
PERDER o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (TJDFT-2007) (TJAP-2008) (TJPR-2010) (TJRJ-2011) (MPMG-2011) (MPSC-
2012/2013) (TJPB-2015)

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, VEDADA
a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(TJSP-2017-VUNESP): Atingindo-se o limite global de despesas com pessoal, nos termos do artigo 169 da
CF/88, os cargos públicos objeto de redução serão extintos e só poderão ser criados após 4 (quatro) anos,
respeitado o limite de gastos com pessoal. BL: art. 169, §§3º, 4º e 6º, CF/88.

354
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

TÍTULO VII
Da Ordem Econômica e Financeira

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Art. 170. A ORDEM ECONÔMICA, FUNDADA na valorização do trabalho humano e na livre


iniciativa, TEM por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
OBSERVADOS os SEGUINTES PRINCÍPIOS: (TRF2-2009) (MPES-2010) (TJDFT-2007/2016) (MPF-2017)
(TJAL-2019)

(MPSP-2015): Nos termos da Constituição Federal: A ordem econômica nacional tem por finalidade
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social. BL: art. 170, caput, CF.

(Proc./BACEN-2013-CESPE): Acerca do regime jurídico-comercial em sede constitucional, assinale a opção


correta: Os valores sociais do trabalho e da iniciativa privada constituem fundamento não só da ordem
econômica, mas também da própria República Federativa do Brasil. BL: art. 1º, IV61 c/c art. 170, caput, CF.

I - soberania nacional; (MPPR-2011) (MPSP-2013) (TJMT-2014) (TJDFT-2016) (MPF-2017) (MPMG-


2018)

II - propriedade privada; (TRF1-2009) (TJPR-2010) (MPPR-2011) (TJMT-2014) (MPSP-2015) (TJDFT-


2016) (MPF-2005/2017)

III - função social da propriedade; (TJPR-2010/2011) (MPPR-2011) (TJGO-2012) (MPMT-2012)


(MPSP-2013) (TJRS-2016) (TJDFT-2016) (TJAM-2016) (MPF-2005/2017) (MPMG-2018) (TJAC-2019)

IV - livre concorrência; (TJSP-2009) (TRF1-2009) (MPES-2010) (MPPR-2011) (DPESE-2012) (TJMT-


2014) (TJCE-2014) (TJDFT-2008/2016) (MPF-2005/2017) (TJAL-2008/2019) (MPMG-2010/2019)

##Atenção: ##STF: ##DOD: São inconstitucionais leis municipais que proíbam o serviço de transporte
de passageiros mediante aplicativo. Em outras palavras, a proibição ou restrição da atividade de
transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é inconstitucional, por violação
aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência. STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz
Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 8 e 9/5/19 (repercussão geral) (Info 939).

##Atenção: ##TRF1-2009: ##CESPE: A livre iniciativa é fundamento da ordem econômica, enquanto a


livre concorrência é princípio desta (art. 170, IV, da CF).

##Atenção: ##CESPE: Para o STF, "em face da atual Constituição, para conciliar o fundamento da livre
iniciativa e do princípio da livre concorrência com os da defesa do consumidor e da redução das
desigualdades sociais, em conformidade com os ditames da justiça social, pode o Estado, por via
legislativa, regular a política de preços de bens e de serviços, abusivo que é o poder econômico que visa
ao aumento arbitrário dos lucros." (ADI 319-QO, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 30/04/93)

V - defesa do consumidor; (TJPI-2007) (TJMS-2008) (MPPR-2011) (TJMT-2014) (TJDFT-2016) (TJAM-


2016) (MPF-2005/2017) (MPMG-2018) (TJAL-2019)

##Atenção: ##STF: ##MPPR-2019: Vejamos o seguinte julgado do STF: “(...) Estabelecimento de norma
para a consignação em folha de pagamento de empregados pertencentes ao quadro de pessoal das
empresas públicas e sociedades de economia mista do Distrito Federal. Exclusividade de concessão de
empréstimo consignado pactuado entre determinada instituição financeira e o ente federado.

61Art. 1º CF. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) IV - os valores sociais
do trabalho e da livre iniciativa; (...)
355
Inconstitucionalidade declarada pelo tribunal de origem. Violação dos princípios da livre concorrência e
da livre escolha do consumidor. O acórdão do Tribunal de origem não divergiu do entendimento que vem
sendo firmado pela Suprema Corte no sentido de que os contratos de exclusividade pactuados entre
instituição financeira e ente federado violam os princípios da livre concorrência e da livre escolha do
consumidor”. (STF, 2ª T. ARE 884.000 AgR-segundo, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 8/6/18.).
(MPPR-2019): Viola o princípio da livre iniciativa contrato pactuado entre ente federativo e instituição
financeira, que assegura exclusividade de concessão de empréstimo consignado em folha de pagamento aos
servidores da pessoa jurídica. BL: STF, ARE 884.000 AgR-segundo.

(TJPA-2012-CESPE): A defesa do consumidor é um princípio fundamental da ordem econômica. BL: art.


170, V, CF. (consumidor)

(TRF1-2009-CESPE): Acerca dos princípios gerais da atividade econômica, assinale a opção correta: O
princípio da defesa do consumidor é corolário da livre concorrência, sendo princípio de integração e defesa
de mercado. BL: art. 170, V, CF.

##Atenção: A CF/88 estabelece a defesa do consumidor como princípio explícito (art. 170, V, da CF), que
tem íntima ligação com o princípio da livre concorrência. Assim, trata-se de um princípio integrador e de
proteção.

VI - defesa do meio ambiente, INCLUSIVE mediante tratamento diferenciado conforme o impacto


ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TJAP-2008) (TJMS-2008) (MPDFT-2009) (MPMG-2010) (TJPR-
2011) (TJRO-2011) (MPPR-2011) (MPSP-2011/2013) (TJMT-2014) (TJDFT-2008/2016) (TJRS-2016) (MPF-
2017) (TJCE-2014/2018) (TJAL-2019)

(TJBA-2019-CESPE): De acordo com a jurisprudência do STF, o conceito de meio ambiente inclui as noções
de meio ambiente cultural, artificial, natural e do trabalho. BL: art. 170, VI da CF e Entend. STF.

##Atenção: ##STF: ##TJMS-2008: ##MPSP-2011: ##TJBA-2019: ##CESPE: A atividade econômica não


pode ser exercida em desarmonia com os princípios destinados a tornar efetiva a proteção ao meio
ambiente. A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais nem
ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a
atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros
princípios gerais, àquele que privilegia a “defesa do meio ambiente” (CF, art. 170, VI), que traduz
conceito amplo e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio
ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral. Doutrina. Os instrumentos jurídicos de
caráter legal e de natureza constitucional objetivam viabilizar a tutela efetiva do meio ambiente, para que
não se alterem as propriedades e os atributos que lhe são inerentes, o que provocaria inaceitável
comprometimento da saúde, segurança, cultura, trabalho e bem-estar da população, além de causar graves
danos ecológicos ao patrimônio ambiental, considerado este em seu aspecto físico ou natural. (STF.
Plenário. ADI 3.540-MC, Rel. Min. Celso de Mello, j. 1-9-05). Portanto, entre os princípios gerais da
atividade econômica está o da defesa do meio ambiente, lato sensu, ou seja, abrangendo a noção de meio
ambiente natural, cultural, artificial e laboral.

(TJSE-2015-FCC): Determinado Banco público estabeleceu uma linha de crédito com juros diferenciados
para empresas de acordo com o impacto ambiental gerado pelos respectivos produtos e serviços, bem
como pelo impacto ambiental gerado pelos processos de elaboração e prestação destes produtos e serviços.
Segundo a CF/1988, é possível estabelecer este tipo de tratamento diferenciado, que encontra amparo em
um dos princípios da ordem econômica. BL: art. 170, VI, CF. (amb.)

##Atenção: Tem-se, nesse ponto, previsão expressa de tratamento diferenciado, conforme impacto
ambiental. Essa norma possibilita tratamento diferenciado tanto para o mal quanto para o bem. Isto é,
aquele que polui pode ser tratado de forma mais gravosa. E aquele que evita poluição, pode ser
compensado por isso. Como exemplo de tratamento favorecido, tem-se o IPVA ecológico, com redução
de alíquotas para veículos que utilizem fontes alternativas de combustível à gasolina e ao diesel.

356
(TRF5-2009-CESPE): Com relação às normas constitucionais relativas à proteção ambiental, julgue o item
a seguir: A defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, é princípio constitucional
que fundamenta a atividade econômica. BL: art. 170, VI, CF. (amb.)

##Atenção: O art. 170, caput e inciso VI da CF, conjugado com o art. 225 formam o princípio do
desenvolvimento sustentável.

VII - redução das desigualdades regionais e sociais; (MPPR-2011) (TJRS-2016) (TJDFT-2016) (MPF-
2005/2017)

VIII - busca do pleno emprego; (TRF1-2009) (MPPR-2011) (MPSP-2013/2015) (TJDFT-2016) (MPF-


2017) (MPMG-2018)

##Atenção: ##TRF1-2009: ##CESPE: A CF/88 estabelece o primado do trabalho como a base da ordem
social (art. 193, caput, da CF), nascendo daí a relação com a seguridade social e a busca do pleno emprego.

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte CONSTITUÍDAS sob as leis


brasileiras e que TENHAM sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 6, de 1995) (MPES-2010) (MPPR-2011) (TJPI-2012) (TJPA-2012) (TJMT-2014) (MPSP-2015) (TJDFT-
2014/2016) (MPF-2017)

(TJAP-2008-FGV): Conforme a CF/88, são princípios da ordem econômica a soberania nacional, a


propriedade privada, a função social da propriedade, a livre concorrência, a defesa do consumidor, a
defesa do meio ambiente, a redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego,
tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras que tenham
sua sede e administração no País.

Parágrafo único. É ASSEGURADO a todos o LIVRE EXERCÍCIO de qualquer atividade econômica,


INDEPENDENTEMENTE de autorização de órgãos públicos, SALVO nos casos previstos em lei. (TRF2-
2009) (MPSP-2010/2015) (TJPE-2015) (TJDFT-2016)

##Atenção: ##STF: ##TJMS-2020: ##FCC: O STF tem reiteradamente entendido que é inconstitucional
restrição imposta pelo Estado ao livre exercício de atividade econômica ou profissional, quanto aquelas
forem utilizadas como meio de cobrança indireta de tributos. (...) (STF. Plenário. ARE 914045 RG, Min.
Rel. Edson Fachin, j. 15/10/15 – repercussão geral).

##Atenção: ##CESPE: Considerado um princípio implícito da ordem econômica (art. 170 da CF), o
Princípio da Subsidiariedade determina que cabe ao Poder Público, enquanto agente regulador, atuar
na ordem econômica apenas de forma subsidiária à iniciativa privada. Assim, a intervenção somente será
cabível em casos expressamente previstos na Constituição. Sendo assim, o Estado só deve atuar quando o
particular não tiver condições de atuar sozinho, hipótese em que deve estimular, ajudar, subsidiar a
iniciativa privada. [...] de um lado, a de respeito aos direitos individuais, pelo reconhecimento de que a
iniciativa privada [...] tem primazia sobre a iniciativa estatal; em consonância com essa ideia, o Estado
deve abster-se de exercer atividades que o particular tem condições de exercer por sua própria iniciativa
e com seus próprios recursos; em consequência, sob esse aspecto, o princípio implica uma limitação à
intervenção estatal. (FONTE: Di Pietro. Direito Administrativo. p. 79).

(Analista-CRBio/1ªRegião-2017-VUNESP): Nos termos do disposto na Constituição Federal quanto à


Ordem Econômica e Financeira, é assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. BL: art. 170, VI
da CF/88.

Art. 171. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)

Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro,
incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros. (Analista-CRBio/1ªRegião-2017)

357
Art. 173. RESSALVADOS os casos previstos nesta Constituição, a EXPLORAÇÃO DIRETA de
ATIVIDADE ECONÔMICA PELO ESTADO SÓ SERÁ PERMITIDA quando necessária aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. (TJRR-2008) (MPPR-
2008) (TJAP-2008/2009) (TRF5-2009) (MPES-2010) (MPMS-2011) (PGEPR-2011) (TJMS-2012) (TJPE-2013)
(MPSC-2013) (MPSP-2013) (TRF4-2014) (TJAL-2015) (TJPB-2015) (MPBA-2015) (TJDFT-2015/2016) (TJSP-
2008/2018) (TJMT-2018) (TJPA-2014/2019)

(MPSP-2015): Nos termos da Constituição Federal: Ressalvados os casos previstos na Constituição, a


exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.. BL: art.
173, caput, CF.

##Atenção: A exploração de atividade econômica pelo Estado é marcada pela subsidiariedade, somente
sendo permitida quando necessária à segurança nacional e a relevante interesse coletivo. BL: art. 173, CF.

(TJSP-2009-VUNESP): Estabelecido no texto constitucional que a atividade econômica pertence à


iniciativa privada sob regime da livre concorrência, é de se concluir que a intervenção direta do Estado no
domínio econômico ocorre por exceção e justificadamente. BL: art. 173, CF.

§ 1º A lei ESTABELECERÁ o ESTATUTO JURÍDICO da empresa pública, da sociedade de


economia mista e de suas subsidiárias que EXPLOREM atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (MPES-2010) (TJAC-2012) (MPSC-2013) (MPSP-2013) (TJPA-2014) (TRF4-
2014) (TJAL-2015) (TJPB-2015) (TJDFT-2015/2016) (TJSP-2008/2018)

(MPT-2017): A exploração direta de atividade econômica pelo Estado somente será permitida quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, ressalvados casos
previstos na Constituição da República. Em todos os casos, a exploração direta de atividade econômica
pelo Estado será exclusivamente realizada mediante empresa pública, sociedade de economia mista e suas
subsidiárias. BL: art. 173 e §1º, CF. (adm.)

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, INCLUSIVE quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(TJPI-2007) (MPPR-2008) (TJAC-2012) (TJAL-2015) (TJDFT-2015)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: A Caixa Econômica Federal, embora vinculada como empresa pública ao
Estado, executa uma atividade econômica em ambiente de concorrência. A terceirização pela Caixa
Econômica Federal dos serviços jurídicos não se revela ilegal, considerando que esses serviços não estão
relacionados com a atividade-fim da empresa. STJ. 2ª T. REsp 1318740-PR, Rel. Min. Herman Benjamin,
Rel. Acd. Min. Og Fernandes, j. 16/10/18 (Info 659).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Finalidade da CEF: É uma empresa pública criada para
funcionar como instituição financeira. Sua atividade principal, portanto, não é de natureza jurídica. As
atividades jurídicas envolvendo a CEF, embora importantes para a consecução dos seus objetivos, não são
consideradas como sua atividade-fim. A atividade-fim da referida empresa é a prestação de serviços
bancários. A CEF é uma instituição financeira que visa ao lucro. Assim, ainda que a contratação de seus
empregados deva ser feita mediante aprovação em concurso público, por força de norma constitucional, não
há como proibir a terceirização, especialmente em épocas nas quais a CEF possui uma demanda bastante
elevada, e comumente sazonal, de serviços jurídicos.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Terceirização é necessária para que a CEF possa manter sua
competitividade em relação aos demais bancos: Como empresa pública inserida no cenário econômico, sujeito
à concorrência com outros bancos, não pode ser impedida, mesmo observada a necessidade de admitir
empregados de seu quadro de pessoal mediante concurso público, de lançar mão, em determinadas
situações, dessa ferramenta gerencial, mesmo porque o art. 173, § 1º, II, da CF, afirma que a empresa pública
que explore atividade econômica sujeita-se ao regime próprio das empresas privadas. Assim, tanto a
realização de concurso público para provimento de emprego de advogado, quanto a terceirização, mediante
contratação de escritórios de advocacia, são alternativas legais à CEF, e em conformidade com a moralidade
administrativa. O que se exige é que essa decisão seja tomada levando-se em consideração o princípio da

358
economicidade, especialmente considerando-se ser a CEF uma empresa pública que, por definição, visa ao
lucro e à qual devem ser garantidas condições de manter-se no mercado concorrencial em que se insere.

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da


administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (MPSC-2013) (TJDFT-2015)

IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de


acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.(Incluído pela


Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

##Atenção: ##STF: ##DOD: As sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de atuação
própria do Estado e de natureza não concorrencial submetem-se ao regime de precatório. O caso concreto
no qual o STF decidiu isso envolvia uma sociedade de economia mista prestadora de serviços de
abastecimento de água e saneamento que prestava serviço público primário e em regime de
exclusividade. O STF entendeu que a atuação desta sociedade de economia mista correspondia à própria
atuação do Estado, já que ela não tinha objetivo de lucro e o capital social era majoritariamente estatal.
Logo, diante disso, o STF reconheceu que ela teria direito ao processamento da execução por meio de
precatório. STF. 2ª T. RE 852302 AgR/AL, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 15/12/15 (Info 812).

§ 2º As EMPRESAS PÚBLICAS e as SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA NÃO PODERÃO


GOZAR de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. (MPF-2005) (TJMS-2008) ((MPSP-2013)
(TJPA-2014) (TJDFT-2007/2015) (TJMT-2018) (TJSP-2018)

(Anal. Gestão/COMPESA-2016-FGV): Viola o princípio da isonomia a concessão de privilégios fiscais às


empresas públicas e às sociedades de economia mista, não extensivos às empresas do setor privado. BL:
art. 173, §2º, CF.

##Atenção: As sociedades de economia mista e empresas públicas que explorem atividade econômica em
regime de concorrência com congêneres do setor privado não podem gozar de privilégios fiscais não
aplicáveis aos particulares, sob pena de afronta à isonomia e à livre concorrência (art. 173, §2º, CF).

(TJRR-2008-FCC): É vedada a concessão às sociedades de economia mista e empresas públicas de


privilégios fiscais que não sejam extensivos às empresas do setor privado. BL: art. 173, §2º, CF.

(TJSP-2008-VUNESP): A respeito da ordem econômica e financeira, assinale a opção correta: Considere a


seguinte situação hipotética: O Estado de São Paulo é o único acionista de uma empresa pública que
explora determinada atividade econômica, relevante para a sociedade. Devido ao interesse do Estado de
São Paulo no bom funcionamento e também no aperfeiçoamento dessa atividade, sua Assembleia
Legislativa aprovou lei concedendo determinados incentivos fiscais apenas àquela empresa, não às outras
do mesmo segmento econômico. Nesse caso, apesar dos relevantes fundamentos que pudesse haver em
favor da empresa, a lei seria inconstitucional. BL: art. 173, §2º, CF.

§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.

§ 4º - A lei REPRIMIRÁ o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. (MPF-2005/2008) (MPES-2010) (TJMS-2012)
(MPPR-2019)

##Atenção: ##STF: ##MPPR-2019: Vejamos o seguinte julgado do STF: “O percentual de desconto


obrigatório e linear nas vendas de determinados medicamentos ao Poder Público, chamado Coeficiente de
Adequação de Preço (CAP), opera como fator de ajuste de preços, permitindo, assim, que se chegue ao
“Preço Máximo de Venda ao Governo” (PMVG), o que vai ao encontro da reprovação constitucional do
aumento arbitrário de lucros (art. 173, § 4º, CF/88). 4. A CF/88 agrega preocupação social aos princípios gerais
da atividade econômica, resultando em legítima atuação do Estado na promoção do acesso universal e igualitário à

359
saúde, direito social garantido pelo art. 196 da CF/88, cuja responsabilidade é partilhada pelo Estado e por toda a
sociedade.” (STF, 1ª T. RMS 28487, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 26/02/13.).
(MPPR-2019): O percentual de desconto obrigatório e linear nas vendas de determinados medicamentos ao
poder público, chamado Coeficiente de Adequação de Preço (CAP), opera como fator de ajuste de preços,
permitindo, assim, que se chegue ao Preço Máximo de Venda ao Governo (PMVG), o que vai ao encontro da
reprovação constitucional do aumento arbitrário de lucros (art. 173, § 4º, CF/1988).. BL: STF, RMS 28487.

§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá
a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra
a ordem econômica e financeira e contra a economia popular. (TRF4-2009) (TJPR-2012)

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado EXERCERÁ, na
forma da lei, as FUNÇÕES de fiscalização, incentivo e planejamento, SENDO este DETERMINANTE para
o setor público e INDICATIVO para o setor privado. (MPF-2005) (TJAP-2008) (TJRR-2008) (MPES-2010)
(MPDFT-2011) (TJPB-2015) (MPSC-2016) (MPRS-2017) (TJAL-2019)

(TJAL-2015-FCC): No âmbito do regime constitucional brasileiro em matéria de intervenção do Estado no


domínio econômico, considere: Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento. BL: art. 174, CF.

##Cuidado: ##MPSC-2016: ##TJAL-2015: O planejamento realizado pelo Estado é:


- determinante para o setor PÚBLICO;
- indicativo para o setor PRIVADO.

(TJPA-2014-VUNESP): No que se refere à possibilidade da Intervenção do Estado na economia,


disciplinada pela CF/1988, é correto afirmar que a intervenção estatal na economia pode ocorrer como
agente econômico e como agente normativo regulador. BL: art. 174, CF.

§ 1º A lei ESTABELECERÁ as diretrizes e bases do PLANEJAMENTO DO DESENVOLVIMENTO


NACIONAL EQUILIBRADO, o qual INCORPORARÁ e COMPATIBILIZARÁ os planos nacionais e
regionais de desenvolvimento. (MPRS-2017)

(TJAL-2015-FCC): No âmbito do regime constitucional brasileiro em matéria de intervenção do Estado no


domínio econômico, considere: A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do
desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e
regionais de desenvolvimento. BL: art. 174, §1º, CF.

§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo. (MPRS-2017)

§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a


proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros. (MPRS-2017)

§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão


para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e
naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei. (MPRS-2017)

Art. 175. INCUMBE ao Poder Público, na forma da lei, DIRETAMENTE ou sob regime de
CONCESSÃO ou PERMISSÃO, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. [obs.: Não
há exigência de licitação na autorização de serviços públicos]. (MPPR-2008) (TJMS-2012) (TJRJ-2012/2013)
(PGEGO-2013) (MPSC-2013/2014) (TJCE-2014) (TJPB-2015) (TJDFT-2016) (TJSC-2017) (TJMT-2014/2018)
(TJSP-2018) (TJPR-2011/2012/2019) (TJPA-2012/2019) (TJBA-2019) (TJRO-2019)

##Atenção: ##STF: ##TJMT-2018: ##TJRO-2019: ##VUNESP: (...) 2. Os setores de saúde (CF, art. 199,
caput), educação (CF, art. 209, caput), cultura (CF, art. 215), desporto e lazer (CF, art. 217), ciência e
tecnologia (CF, art. 218) e meio ambiente (CF, art. 225) configuram serviços públicos sociais, em relação
aos quais a Constituição, ao mencionar que “são deveres do Estado e da Sociedade” e que são “livres à
iniciativa privada”, permite a atuação, por direito próprio, dos particulares, sem que para tanto seja

360
necessária a delegação pelo poder público, de forma que não incide, in casu, o art. 175, caput, da
Constituição. STF. Plenário. ADI 1923, Rel. Min. Ayres Britto, Rel. p/ Ac. Luiz Fux, j. 16/04/15 (Info 781).
(TJRO-2019-VUNESP): De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as áreas da saúde,
educação, cultura, desporto e lazer, ciência e tecnologia e meio ambiente configuram serviços sociais, para os
quais a Constituição Federal autoriza que particulares atuem, por direito próprio, sem que, para tanto, seja
necessária delegação pelo poder público. BL: Info 781, STF.
(TJMT-2018-VUNESP): De acordo com a jurisprudência do STF, os serviços públicos sociais admitem a
atuação, por direito próprio, dos particulares, sem que para tanto seja necessária delegação pelo poder público
sob regime de concessão ou permissão. BL: Info 781, STF.

##Atenção: ##TJBA-2019: ##CESPE: O fornecimento de água é um serviço que poderá ser prestado por
pessoa jurídica de direito privado, ainda que não integrante da Administração Pública, visto que, para a
sua prestação, não há necessidade de exercício de poder de autoridade estatal. Incide, na espécie, a norma
do art. 175 da CF/88, nos termos do qual, em suma, caberá ao Estado decidir pela prestação direta do
serviço ou pela maneira indireta, via concessões ou permissões, sempre através de licitação.

##Atenção: A doutrina é uníssona no sentido de que a inexigibilidade e as hipóteses de dispensa de


licitação, da Lei 8.666/93, são inaplicáveis às concessões de serviços públicos, por uma interpretação literal
do art. 175 da CF/88.

Parágrafo único. A lei DISPORÁ sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de


seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão
ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - política tarifária; (TJMA-2013)

IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica
CONSTITUEM propriedade distinta da do solo, PARA EFEITO de exploração ou aproveitamento, e
PERTENCEM à UNIÃO, GARANTIDA ao concessionário a propriedade do produto da lavra. (TJTO-2007)
(TRF5-2009) (MPDFT-2011) (TRF1-2011) (MPF-2005/2012) (TJPI-2012) (TJPA-2012) (TJPR-2012) (MPSP-
2006/2013) (TJRR-2008/2015) (TJDFT-2016) (TJSP-2018)

(TJPA-2019-CESPE): De acordo com a CF/1988, as jazidas em lavra e demais recursos minerais e potenciais
de energia hidráulica constituem, para efeito de exploração e aproveitamento, propriedade distinta da do
solo e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. BL: art. 176, CF.

(TRF4-2016): Assinale a alternativa correta: Embora a Constituição Federal estabeleça que os recursos
minerais, inclusive os do subsolo, sejam bens da União Federal, fica garantida, ao concessionário da lavra,
a propriedade do produto de sua exploração. BL: art. 176 c/c art. 20, IX da CF.62

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o


"caput" deste artigo SOMENTE PODERÃO SER EFETUADOS mediante AUTORIZAÇÃO ou
CONCESSÃO da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições
específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995) (TRF5-2009) (MPDFT-2009/2011) (TJPA-2012) (TJPR-2012)
(MPF-2012) (TJDFT-2015/2016) (TJSP-2018)

§ 2º - É ASSEGURADA participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no


valor que dispuser a lei. (MPDFT-2011) (MPF-2005/2012)

62 Art. 20. São bens da União: (...) IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
361
(TJRJ-2011-VUNESP): A intervenção na propriedade privada é todo ato do Poder Público que, fundado
em lei, compulsoriamente retira ou restringe direitos dominiais privados ou sujeita o uso de bens
particulares a uma destinação de interesse público. Um dos meios de intervenção na propriedade privada
se dá pela desapropriação e, nesse sentido, é correto afirmar que a desapropriação de áreas de jazidas de
petróleo e minérios nucleares deve ser precedida de ocupação provisória. Não havendo a autorização de
lavra, não cabe indenização por jazidas de minério existentes no subsolo do imóvel desapropriado, pois a
lavra, em si, é um bem de domínio da União. BL: art. 176 e §§1º e 2º, CF.

##Atenção: José dos Santos Carvalho Filho explica: “No que tange às jazidas, é preciso partir do mandamento
contido do art. 176/CF. Segundo esse dispositivo, as jazidas, em lavra ou não, constituem propriedade distinta do
solo, para efeito de exploração e aproveitamento, e pertencem à União, sendo, contudo, assegurada ao concessionário
a propriedade do produto da lavra. Emana daí que, no caso de desapropriação, não cabe indenização das jazidas
existentes no subsolo do imóvel. Entretanto, se já tiver sido outorgada a autorização para a lavra, garantida será a
indenização ao concessionário, vez que o título que formaliza o ato é passível de apreciação econômica, o que não ocorre
com a lavra em si”.

§ 3º A AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA SERÁ sempre por prazo determinado, e as


AUTORIZAÇÕES e CONCESSÕES previstas neste artigo NÃO PODERÃO SER CEDIDAS ou
TRANSFERIDAS, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente. (MPDFT-2011) (MPF-
2012) (TJDFT-2015)

§ 4º NÃO DEPENDERÁ de AUTORIZAÇÃO ou CONCESSÃO o aproveitamento do potencial de


energia renovável de capacidade reduzida. (MPDFT-2011) (TJSP-2013) (MPSP-2013) (TJDFT-2014)

##Atenção: ##TJSP-2013: ##VUNESP: "Não há no texto constitucional exigência de autorização de outro


Poder para celebração de contrato administrativo que tenha por objeto construção de obra (...). É
importante esclarecer, entretanto, que a ausência de previsão constitucional exigindo autorização
legislativa não infirma a possibilidade, respeitado o princípio da razoabilidade, de a lei estabelecer
hipótese de exigência de autorização legislativa para a contratação em determinados casos. Assim, por
exemplo, o faz a Lei n. 11.079/2004 (lei de parcerias público-privadas), que, em seu artigo 10, § 3º, dispõe
que as licitações patrocinadas em que mais de 70% da remuneração do parceiro privado for paga pela
Administração Pública dependerão de autorização legislativa". (Fonte: Revisaço VUNESP, Editora
Juspodivm, 2018, pg. 285).

Art. 177. CONSTITUEM MONOPÓLIO DA UNIÃO:

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; (MPF-
2008) (MPDFT-2011) (TRF4-2014) (TJDFT-2015)

II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; (MPDFT-2011) (TRF4-2014) (TJDFT-2015/2016)

(TJPI-2007-CESPE): No que concerne à ordem econômica e financeira do Estado, assinale a opção correta:
Constitui monopólio da União a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro. BL: art. 177, II, CF.

III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas
nos incisos anteriores; (MPDFT-2011) (TRF4-2014) (TJDFT-2015)

IV - o TRANSPORTE MARÍTIMO do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de


petróleo produzidos no País, bem assim o TRANSPORTE, POR MEIO DE CONDUTO, de petróleo bruto,
seus derivados e gás natural de qualquer origem; (TJRS-2009) (MPDFT-2011) (TRF4-2014) (TJDFT-2015)

(TRF2-2009-CESPE): Com referência à ordem econômica, assinale a opção correta: Constitui monopólio
da União o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer
origem. BL: art. 177, IV, CF.

##Atenção: ##Dica:
✓ Transporte marítimo de petróleo bruto = só nacional

✓ Transporte por meio de conduto de petróleo bruto = qualquer origem

362
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios e minerais nucleares e seus derivados, COM EXCEÇÃO DOS RADIOISÓTOPOS cuja produção,
comercialização e utilização PODERÃO SER AUTORIZADAS sob regime DE PERMISSÃO, conforme as
alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006) (MPF-2008) (TJPR-2014) (TRF4-2014) (TJDFT-2015) (TJAM-2016)

§ 1º A UNIÃO PODERÁ CONTRATAR com empresas estatais ou privadas a REALIZAÇÃO DAS


ATIVIDADES previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995) (TJRS-2009) (MPMG-2010) (TJPR-2014) (TJDFT-
2015/2016)

(TJSP-2018-VUNESP): É correto afirmar que, em seu Título VII (Da Ordem Econômica e Financeira), a
Constituição dispõe que a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos
fluidos constituem monopólio da União, que poderá contratar a sua realização com empresas estatais ou
privadas, observadas as condições estabelecidas em lei. BL: art. 177, I c/c §1º, CF.

(TJAC-2012-CESPE): Considerando as disposições constitucionais sobre finanças públicas, orçamentos e


princípios gerais da atividade econômica, assinale a opção correta: A CF estabelece o monopólio da União
na pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural, permitindo, entretanto, a contratação de empresas
estatais e privadas para a realização dessas atividades, observadas as condições estabelecidas em lei. BL:
art. 177, I e §1º, CF.

(TJMG-2005): Constitui monopólio da União, indelegável a empresas estatais ou privadas, a realização


das atividades de industrialização e comércio de derivados de minerais nucleares. BL: art. 177, V e c/c §1º
da CF.

##Atenção: ##TJMG-2005: ##TJRS-2009: O transporte, por meio de conduto, de gás natural, de qualquer
origem, constitui monopólio da União, mas poderá ser contratado com empresas estatais ou privadas,
nos termos do art. 177, §1º da CF.

##Atenção: Como regra, é vedada a formação de monopólios e oligopólios, restringindo-se a admissão de


monopólios públicos (mas, não privados) às hipóteses taxativamente previstas no texto constitucional (art.
177, CF).

§ 2º A lei a que se refere o § 1º DISPORÁ sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

II - as condições de contratação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 9, de 1995) (MPMG-2010) (TJRN-2013)

§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território nacional.


(Renumerado de § 2º para 3º pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

§ 4º A lei que INSTITUIR CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO


relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001) (MPAM-2007) (TJDFT-2008) (TRF1-2009) (MPRO-2010)

(TRF5-2009-CESPE): Suponha que uma empresa de combustíveis, além de produzir álcool e combustíveis
fósseis e realizar compras e vendas de petróleo e desses combustíveis no mercado internacional, também
possua um laboratório que preste serviços de análise da qualidade de combustíveis para outras empresas.
Nessa situação, assinale a opção que apresenta um tributo que deve ser aplicado à empresa e o seu
correspondente fato gerador: contribuição de intervenção no domínio econômico, em razão da importação
de petróleo. BL: art. 177, §4º, CF.

363
##Atenção: A CF/1988 alberga a viabilidade de criação, exclusivamente através de lei, de contribuição de
intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e
seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (art. 177, §4º, CF).

I - a ALÍQUOTA DA CONTRIBUIÇÃO PODERÁ SER: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33,


de 2001)

a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) REDUZIDA e RESTABELECIDA por ato do Poder Executivo, NÃO SE LHE APLICANDO o


disposto no art. 150, III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (TRF1-2009) (MPF-2011)
(TJMT-2018)

(TJCE-2014-CESPE): De acordo com a CF/88, a alíquota da contribuição de intervenção no domínio


econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e de seus derivados, de
gás natural e de seus derivados e de álcool combustível - CIDE-COMBUSTÍVEL - poderá ser reduzida e
restabelecida por ato do Poder Executivo da União, não se lhe aplicando o princípio da anterioridade. BL:
art. 177, §4º, I, da CF.

##Atenção: ##TRF1-2009: ##CESPE: O Executivo poderá apenas reduzir e restabelecer as alíquotas da


CIDE-Combustíveis e, ainda assim, nas condições previstas em lei.

II - os recursos arrecadados SERÃO DESTINADOS: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de


2001)

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus


derivados e derivados de petróleo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 33, de 2001) (MPAM-2007)

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto
à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da
reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)

Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o


transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações
estrangeiras. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios DISPENSARÃO às microempresas


e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, TRATAMENTO JURÍDICO DIFERENCIADO,
VISANDO A INCENTIVÁ-LAS pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias,
previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. (DPU-2007) (TRF2-
2009) (TJSC-2017)

(Anal. Gestão/COMPESA-2016-FGV): O tratamento diferenciado e favorecido a empresas de acordo com


o seu porte, não viola o princípio da isonomia. BL: art. 179, CF.

(TJDFT-2015-CESPE): Com base no disposto na CF e na jurisprudência do STF, assinale a opção correta


acerca da ordem econômica: Com a edição da norma jurídica que instaurou o regime do SIMPLES
Nacional, concretizou-se a diretriz do texto constitucional que institui a obrigatoriedade de tratamento
favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte. BL: art. 179, CF.

Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo
como fator de desenvolvimento social e econômico.

364
(TJDFT-2016-CESPE): Considerando-se as normas contidas na CF acerca da ordem econômica, é correto
afirmar que a União, os estados, o DF e os municípios devem incentivar o turismo, como fator de
desenvolvimento social e econômico. BL: art. 180, CF.

Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de natureza comercial, feita por
autoridade administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no
País dependerá de autorização do Poder competente.

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA

Art. 182. A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO, EXECUTADA pelo Poder Público


municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, TEM POR OBJETIVO ORDENAR o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e GARANTIR o bem-estar de seus habitantes. (MPES-
2010) (TJBA-2012) (MPMG-2013) (TJRO-2019)

(TJPI-2012-CESPE): A política de desenvolvimento urbano deve ficar a cargo do município, a partir de


diretrizes comuns fixadas por lei federal. BL: art. 182 c/c art. 21, XX, CF.63

§ 1º O PLANO DIRETOR, APROVADO pela Câmara Municipal, OBRIGATÓRIO para cidades com
mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
(TJPI-2007) (MPES-2010) (MPSP-2010) (MPMG-2010/2011/2012) (TJBA-2012) (TJPA-2012) (MPSC-2012)
(DPEMA-2018) (MPMT-2019)

(MPSC-2016): Quanto à política urbana, dispôs a Constituição Federal que o instrumento básico da política
de desenvolvimento e de expansão urbana é o plano diretor, que será obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes. BL: art. 182, §1º, CF/88.

(TJPA-2012-CESPE): Considerando que o município A, com 30.000 habitantes e sem plano diretor, decida
utilizar instrumentos de política urbana previstos no Estatuto da Cidade ao detectar que diversos imóveis
localizados em seu perímetro urbano não são utilizados, o que configura claro desrespeito à função social
de propriedade, neste caso o referido município deverá elaborar plano diretor. BL: art. 182, §4º, CF (amb.).

##Atenção: O referido município deve elaborar plano diretor, já que este é o instrumento básico da política
de desenvolvimento e expansão urbana, obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes, onde o
Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no §4º do art. 182 da CF/88 (que
estabelece as diretrizes gerais da política urbana).

§ 2º A PROPRIEDADE URBANA CUMPRE sua função social quando ATENDE às exigências


fundamentais de ordenação da cidade EXPRESSAS NO PLANO DIRETOR. (MPPE-2002) (TJMS-2008)
(TJSC-2009) (MPES-2010) (MPMG-2010) (MPSP-2011) (TRF1-2011) (TJPR-2012) (TJCE-2012) (MPMT-2012)
(TJDFT-2007/2014) (DPEMA-2009/2018) (TJAC-2019) (TJRO-2019)

§ 3º As desapropriações de IMÓVEIS URBANOS SERÃO FEITAS com prévia e justa indenização


em dinheiro. (MPPE-2002) (TJMS-2008) (TJPR-2012) (TJPA-2012) (TJAL-2015) (TJDFT-2015) (TJAM-2016)
(DPEMA-2018)

§ 4º É FACULTADO ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou
não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, SOB PENA, SUCESSIVAMENTE, de: (TRF2-
2009) (MPMG-2010) (TJRJ-2011) (TJPA-2012) (TJGO-2012) (TJSC-2013) (TJPR-2017) (TJSP-2018)

I - parcelamento ou edificação compulsórios; (MPPE-2002)

63Art. 21. Compete à União: (...) XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos;
365
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana PROGRESSIVO NO TEMPO; (MPSP-
2011) (TJGO-2015) (TJSP-2018)

(TJSP-2017-VUNESP): O princípio da função social da propriedade tem incidência no âmbito do direito


tributário, uma vez que pressupõe manifestação de riqueza e se liga à ideia de justiça distributiva. BL: art.
182, §4º, CF/88 (tributário).

##Atenção:
- CF | Art. 182. (...) § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de: (...) II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo
no tempo;
- CF | Art. 156. (...) § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º,
inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo em razão do valor do imóvel;
e II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
- Súmula 668 do STF - É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda
Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o
cumprimento da função social da propriedade urbana.

- CONCLUSÃO: A questão da progressividade (no tempo/espaço/valor) do IPTU é um exemplo no


Direito Tributário de contribuição efetiva para a concretização da função social da propriedade urbana.

(MPMG-2013): A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu artigo XXV, nº1, diz: “Toda pessoa
tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação,
vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle”.
Expressamente, a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 6º, por introdução da
Emenda Constitucional nº 26, prevê a moradia como direito social, no mesmo patamar da educação, da
saúde, do trabalho, do lazer, da segurança, da previdência social, da proteção à maternidade e à infância e
da assistência aos desamparados. Com base no ordenamento constitucional brasileiro, pode-se afirmar
Pelo ordenamento constitucional brasileiro, a propriedade é um direito fundamental, mas não possui um
caráter absoluto, pois deve cumprir uma função social, que se dá, entre outras formas, pelo atendimento
das exigências fundamentais de ordenamento das cidades, expressadas nos planos diretores, podendo
estes estabelecerem áreas para que o Poder Público municipal, mediante lei específica, exija do proprietário
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova o seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente de parcelamento ou edificação compulsórios, imposto sobre a
propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo e desapropriação com pagamento mediante
títulos da dívida pública. BL: art. 182, §4º, CF.

(TJRS-2009): À luz das disposições em vigor da Constituição Federal, com relação ao imposto sobre a
propriedade predial e territorial urbana, é correto afirmar que são admitidas tanto a sua progressividade
fiscal quanto a extrafiscal. BL: art. 156, I, §1º, I c/c art. 182, §4º, II, CF. (tributário).

(TJPI-2007-CESPE): O IPTU pode ser progressivo no tempo, sendo essa uma das formas de apenação em
caso de descumprimento de exigência pelo poder público municipal de adequado aproveitamento de solo
urbano não-edificado, subutilizado ou não-utilizado. BL: art. 182, §4º, II, CF. (tributário).

III - desapropriação COM PAGAMENTO mediante títulos da dívida pública de emissão


previamente aprovada pelo Senado Federal, COM PRAZO DE RESGATE de até dez anos, em parcelas
anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. (TJRR-2008) (MPRO-
2008) (TRF2-2009) (TJMS-2008/2012) (TJPA-2012) (TJGO-2015) (TJPR-2017) (TJSP-2018)

(TJAL-2008-CESPE): O município poderá desapropriar o imóvel urbano que não esteja cumprindo a sua
função social, com pagamento em títulos da dívida pública, nos termos da CF e do zoneamento urbano, se
houver lei específica que o autorize e após serem esgotadas as possibilidades de parcelamento ou
edificação compulsórios e da imposição do IPTU progressivo no tempo. BL: art. 182, §4º, CF.

(MPPE-2002-FCC): Em se tratando da política de desenvolvimento urbano, que deve ser executada pelo
poder público municipal, é CORRETO que a subutilização de solo urbano pode dar causa, em

366
determinadas circunstâncias e atendidos certos parâmetros, à desapropriação com pagamento mediante
títulos da dívida pública. BL: art. 182, §4º, CF. (direito urbanístico)

Art. 183. Aquele que POSSUIR como sua ÁREA URBANA de até duzentos e cinqüenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, UTILIZANDO-A para SUA MORADIA ou
DE SUA FAMÍLIA, ADQUIRIR-LHE-Á O DOMÍNIO, desde que NÃO SEJA proprietário de outro imóvel
urbano ou rural. (TJPI-2007) (MPES-2010) (MPPR-2012) (MPMG-2010/2013) (TJAP-2014) (TJDFT-2014)
(TJGO-2015) (TJCE-2012/2018)

(MPPE-2002-FCC): A Constituição Federal contempla uma figura de usucapião de área urbana que,
diferentemente dos usucapiões ordinário e extraordinário do Código Civil, além de outros requisitos,
exige sua utilização para moradia do possuidor ou de sua família. BL: art. 183, caput, CF.

§ 1º O TÍTULO DE DOMÍNIO e a CONCESSÃO DE USO SERÃO CONFERIDOS ao homem ou à


mulher, ou a ambos, INDEPENDENTEMENTE do estado civil. (MPMG-2010) (MPSC-2012) (DPEMA-
2018)

§ 2º Esse direito NÃO SERÁ RECONHECIDO ao mesmo possuidor mais de uma vez. (MPAM-2007)

##Atenção: ##MPAM-2007: ##CESPE: Essa restrição é apenas para a usucapião especial urbana (art. 183,
CF). Logo, não se aplica para a usucapião rural constitucional, prevista no art. 191 da CF.

§ 3º Os imóveis públicos NÃO SERÃO ADQUIRIDOS POR USUCAPIÃO. (MPAM-2007) (MPRR-


2008) (TJMS-2008) (TJRS-2009) (MPDFT-2009) (TRF1-2009) (MPES-2010) (MPSP-2010) (TJPB-2011) (TJAP-
2014) (TJPR-2017) (DPEMA-2018)

(TJRJ-2019-VUNESP): Foi registrado um loteamento que, entretanto, nunca foi implantado. Judas e sua
família construíram e começaram a morar numa área que seria destinada a ser um logradouro público.
Após 10 anos de ocupação mansa e pacífica, mediante moradia com sua família, Judas ajuizou uma ação
de usucapião. É correto afirmar que a usucapião não poderá ser reconhecida, pois os bens públicos são
imprescritíveis. BL: art. 22, caput e § único da LPS64 e art. 102, CC e arts. 183, §3º e 191, CF e art. 200, do
DL 9.760/46 e Súmula 340 do STF.

##Atenção: Em se tratando de registro de área de uso público em loteamento irregular, temos os seguintes
requisitos cumulativos: i) o parcelamento de solo implantado e não registrado; ii) a apresentação de planta
de parcelamento elaborado pelo loteador ou aprovada pelo Município; iii) declaração do Município de que
o parcelamento se encontra implantado. Cumpre ressaltar que, ao contrário do que normalmente ocorre,
quem prove o registro das áreas destinadas ao uso público em loteamento irregular implantado é o próprio
Município, e não o loteador. No caso em tela, cumpre destacar que o loteamento nunca foi implantado e
que a área seria destinada a um logradouro público. Como o referido loteamento foi registrado e mesmo
que não tenha sido implantado, já é considerado um bem público. Logo, a área construída pelo Judas e sua
família não poderá ser adquirida por usucapião, nos termos da Súmula 340 do STF. Por outro lado, caso o
loteamento não tivesse sido registrado, não seria considerado bem público e poderia ser adquirido por
usucapião.

(TJSC-2017-FCC): A propósito do uso dos bens públicos pelos particulares, é correto afirmar que o
concessionário de uso de bem público exerce posse ad interdicta, mas não exerce posse ad usucapionem. BL:
art. 102, CC e arts. 183, §3º e 191, CF/88. (adm.)

##Atenção: A posse ad interdicta é aquela por meio da qual o possuidor poderá se valer dos interditos
possessórios na defesa da posse, seja para recuperar o poder sobre a coisa, no caso da reintegração, seja
para conservar a posse (manutenção), seja, ainda, para fins de se defender de violência iminente. Por outro
lado, a posse ad usucapionem é aquela que permite gerar o direito à usucapião, sendo necessário, portanto,

64Art. 22. Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do Município as vias e praças, os
espaços livres e as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do
memorial descritivo. Parágrafo único. Na hipótese de parcelamento do solo implantado e não registrado [obs.:
RREGULAR], o Município poderá requerer, por meio da apresentação de planta de parcelamento elaborada pelo
loteador ou aprovada pelo Município e de declaração de que o parcelamento se encontra implantado, o registro
das áreas destinadas a uso público, que passarão dessa forma a integrar o seu domínio..
367
que o agente detenha o poder de fato sobre a coisa com o chamado animus domini. Partindo da análise de
tais noções conceituais mínimas, é correto afirmar que o concessionário de uso de bem pública ostenta a
posse ad interdicta, na medida em que está autorizado a defender sua posse perante terceiros que venham
a molestá-la. Nada obstante, jamais deterá a posse ad usucapionem, já que bens públicos não são, por
expressa vedação constitucional, sujeitos à usucapião (CF/88, arts. 183, §3º e 191, § único). Trata-se da
característica da imprescritibilidade dos bens públicos. Por fim, vale registrar os ensinamentos de Maria
Sylvia Di Pietro: “A extracomerciabilidade exclui a posse ad usucapionem (porque incompatível com a
inalienabilidade dos bens públicos), porém admite a posse ad interdicta à medida que seja necessária para proteger a
pública destinação dos bens.” (Fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 26ª ed. São
Paulo: Atlas, 2013. p. 759 e 771).

(TJAL-2015-FCC): No ano de 1963, o STF adotou, em sua Súmula, o seguinte enunciado, sob o n° 340:
“Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por
usucapião”. Independentemente de eventual opinião doutrinária minoritária em sentido contrário, tal
conclusão, atualmente, resta compatível com o direito vigente, eis que a CF/88 prevê a não sujeição à
usucapião dos bens públicos imóveis, e o CC/02 prevê a mesma não sujeição quanto aos bens públicos em
geral, sem excepcionar os dominicais. BL: art. 102, CC e arts. 183, §3º e 191, CF e S. 340, STF e art. 200, do
DL 9.760/46.

##Atenção: Ainda como garantia decorrente dos privilégios estatais, seus bens não se sujeitam a
usucapião, gozando da prerrogativa de imprescritibilidade. Essa norma está estampada no art. 102 do CC,
que estabelece genericamente que os bens públicos não se sujeitam à usucapião e também no art. 200, do
Decreto lei 9.760/46, que trata da imprescritibilidade de bens imóveis. Ainda nesses termos, o art. 183, §3°
e art. 191, § único, CF/88 define que "Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião”.

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA

Art. 184. COMPETE à UNIÃO DESAPROPRIAR por interesse social, para fins de reforma agrária,
o imóvel rural que NÃO ESTEJA CUMPRINDO sua função social, mediante PRÉVIA e JUSTA
INDENIZAÇÃO em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, RESGATÁVEIS
no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
(TJSE-2008) (MPRR-2008) (DPEMS-2008) (TJRS-2009) (TRF2-2009) (MPRO-2008/2010) (TJRJ-2011) (MPSP-
2011) (TRF1-2011) (TJMG-2012) (MPMT-2012) (TJSC-2013) (TJPA-2009/2014) (TJRR-2008/2015) (TJDFT-
2012/2015) (TJGO-2012/2015) (TJAM-2016) (TJMT-2018) (TJSP-2018) (DPEMA-2018) (TJPR-2019)

##Atenção: ##STF: ##TJMT-2018: ##VUNESP: Os Estados-membros e os Municípios não dispõem do


poder de desapropriar imóveis rurais, por interesse social, para efeito de reforma agrária, inclusive para
fins de implementação de projetos de assentamento rural ou de estabelecimento de colônias agrícolas.
STF. 2ª T., RE 496861 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 30/06/15.

##Atenção: ##STF: ##MPAM-2007: ##CESPE: Para o STF, “a teor do disposto no art. 184 da CF/88, o
alvo da reforma agrária é o ‘imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social', pouco
importando a existência, sob o ângulo da propriedade, de condomínio.” (MS 24503, Rel. Min. Marco
Aurélio, j. 7/8/03, Plenário). No mesmo sentido: MS 26087, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 1º/8/13).

(MPRS-2012): O Município, com finalidade de promover a reforma agrária, não tem competência para
declarar de interesse social um imóvel rural situado nos limites de sua circunscrição. BL: art. 184, CF

§ 1º As benfeitorias ÚTEIS e NECESSÁRIAS SERÃO INDENIZADAS em dinheiro. (TJMG-2008)


(MPRR-2008) (TJPA-2009) (TJDFT-2012) (TJGO-2012)

(TJRJ-2014-VUNESP): A desapropriação por interesse social do imóvel rural que não cumpra sua função
social importa prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, e as benfeitorias úteis e necessárias
serão indenizadas em dinheiro. BL: art. 184, caput e §1º, CF (adm.)

(TJCE-2012-CESPE): No que se refere aos direitos fundamentais na ordem jurídica nacional, assinale a
opção correta: Tratando-se de desapropriação para fins de reforma agrária, a indenização das benfeitorias
úteis e necessárias será prévia e em dinheiro, ao passo que a das voluptuárias será paga em títulos da
dívida agrária. BL: art. 184, caput e §1º, CF

368
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária,
AUTORIZA a União a propor a ação de desapropriação. (TJSP-2008) (TJRR-2008) (TJGO-2012)

§ 3º CABE à LEI COMPLEMENTAR [obs.: LC nº 76/1993] ESTABELECER procedimento


contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. (TJMG-2007) (AGU-
2007) (TJRR-2008) (MPRR-2008) (TJGO-2012) (TJPA-2012)

§ 4º O ORÇAMENTO FIXARÁ ANUALMENTE o volume total de títulos da dívida agrária, assim


como o montante de recursos PARA ATENDER ao programa de reforma agrária no exercício. (TJGO-2012)

(TJMG-2007): A reforma agrária observará o seguinte: O orçamento fixará anualmente o volume total de
títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária
no exercício. BL: art. 184, §4º, CF

§ 5º SÃO ISENTAS de IMPOSTOS FEDERAIS, ESTADUAIS e MUNICIPAIS as operações de


transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. (TJMG-2007) (TJRR-2008) (MPRR-
2008) (TRF2-2009) (TJPI-2007/2012) (MPF-2012) (MPPR-2016)

(TJGO-2012-FCC): Relativamente à desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária, são
isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis
desapropriados para fins de reforma agrária. BL: art. 184, §5º, CF .

Art. 185. SÃO INSUSCETÍVEIS de DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA:

I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, DESDE QUE seu proprietário NÃO
POSSUA outra; (MPAM-2007) (TJMG-2007/2008) (TJSE-2008) (TJSP-2008) (TJRR-2008) (TJRS-2009) (TJPA-
2009/2012) (TJGO-2012) (TJSC-2013) (TJDFT-2014)

II - a propriedade PRODUTIVA. (MPAM-2007) (TJMG-2008) (TJPA-2012) (TJGO-2012) (TJSC-2013)


(TJDFT-2014)

Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o
cumprimento dos requisitos relativos a sua função social. (MPMT-2012)

Art. 186. A FUNÇÃO SOCIAL É CUMPRIDA quando a propriedade rural ATENDE,


SIMULTANEAMENTE, segundo critérios e graus de exigência ESTABELECIDOS em lei [norma de
eficácia limitada], aos seguintes requisitos: (TJMG-2006) (MPAM-2007) (TJMS-2008) (MPMG-2011)
(MPPR-2011) (MPSP-2011) (TJGO-2012) (TJPR-2012) (MPMT-2012) (TJSC-2009/2013) (TJPA-2014) (TJDFT-
2014) (TJSP-2018) (DPEMA-2018)

I - aproveitamento racional e adequado; (MPAM-2007) (DPEMA-2009) (MPMG-2011) (MPPR-2011)


(MPSP-2011) (TJGO-2012) (TJSP-2018)

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; (MPAM-
2007) (TJMG-2008) (TJAP-2008) (DPEMA-2009) (MPMG-2011) (MPPR-2011) (MPSP-2011) (TJGO-2012)
(TJAM-2016) (TJSP-2014/2018) (TJAC-2019)

(TJGO-2015-FCC): Joaquim é proprietário de um imóvel rural cortado por diversos cursos d’água com 150
hectares integralmente utilizados para o plantio de soja. Joaquim ganhou prêmio de produtor rural do ano,
diante da alta produtividade de seu imóvel rural. Segundo a CF/1988, seu imóvel rural não cumpre com
sua função social, diante da ausência de preservação do meio ambiente. BL: art. 186, II, CF (agrário)

III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; (MPAM-2007) (DPEMA-2009)
(MPMG-2011) (MPPR-2011) (MPSP-2011) (TJGO-2009/2012) (PGEPA-2012) (TJSP-2018)

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. (TJPI-2007) (MPAM-
2007) (DPEMA-2009) (MPMG-2011) (MPPR-2011) (MPSP-2011) (TJGO-2012) (TJSP-2018)

369
(TJPI-2015-FCC): José é proprietário de um imóvel rural situado no interior do Estado do Piauí, no qual
explora, com sucesso econômico, a pecuária de corte extensiva. A propriedade possui reserva legal e áreas
de preservação permanente. Possui trinta funcionários regulares, que, todavia, são submetidos a uma
intensa e contínua exposição ao sol, o que tem provocado sérios problemas de saúde. Neste cenário,
segundo a Constituição Federal, a propriedade rural em questão não cumpre com sua função social, diante
da existência de condição que não favorece o bem-estar de seus trabalhadores. BL: art. 186, IV, CF (agrário)

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva
do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de
comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente: (TJSC-2013)

I - os instrumentos creditícios e fiscais;

II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;

III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;

IV - a assistência técnica e extensão rural;

V - o seguro agrícola;

VI - o cooperativismo;

VII - a eletrificação rural e irrigação; (TJSC-2013)

VIII - a habitação para o trabalhador rural.

§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais, agropecuárias, pesqueiras e


florestais.

§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.

Art. 188. A destinação de TERRAS PÚBLICAS e DEVOLUTAS SERÁ COMPATIBILIZADA com a


política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.

(TJGO-2015-FCC): A destinação de terras devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o
plano nacional de reforma agrária. BL: art. 188, CF (agrário)

§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, DE TERRAS PÚBLICAS com área superior a dois
mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, AINDA QUE por interposta pessoa, DEPENDERÁ
de PRÉVIA APROVAÇÃO do Congresso Nacional. (TJPI-2012) (TJGO-2015)

§ 2º EXCETUAM-SE do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras


públicas PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. (TJGO-2015)

Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela REFORMA AGRÁRIA


RECEBERÃO títulos de domínio ou de concessão de uso, INEGOCIÁVEIS pelo prazo de dez anos. (TJSC-
2013) (MPSC-2014)

(TJPI-2015-FCC): Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão


APENAS títulos de domínio ou de concessão de uso, sendo ambos inegociáveis pelo prazo de dez anos. BL:
art. 189, CF (agrário)

(TJPA-2012-CESPE): No que diz respeito à política urbana, agrícola e fundiária e à reforma agrária,
assinale a opção correta: Os imóveis rurais desapropriados para fins de reforma agrária serão distribuídos
mediante título de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos, nos termos e
condições previstos em lei. BL: art. 189, CF.

370
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher,
ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei. (TJSC-2013)

Art. 190. A lei REGULARÁ e LIMITARÁ a aquisição ou o arrendamento DE PROPRIEDADE


RURAL por pessoa física ou jurídica estrangeira e ESTABELECERÁ os casos que DEPENDERÃO de
autorização do Congresso Nacional. (TJGO-2012) (MPSC-2014)

Art. 191. Aquele que, NÃO SENDO proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por
cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, EM ZONA RURAL, não superior a cinqüenta
hectares, TORNANDO-A PRODUTIVA por seu trabalho ou de sua família, TENDO nela sua moradia,
ADQUIRIR-LHE-Á a propriedade. (MPAM-2007) (TJMG-2009) (MPSP-2010) (MPPR-2012) (PGEPA-2012)
(TJGO-2015) (TJCE-2018)

(MPSP-2019): Em relação à aquisição da propriedade imóvel, assinale a alternativa correta: Adquire a


propriedade de área de terra em zona rural não superior a 50 hectares aquele que a possua como sua, por
cinco anos ininterruptos, sem oposição, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo
nela sua moradia, desde que não seja proprietário de imóvel rural ou urbano. BL: art. 1239, CC e art. 191,
CF.

(TJGO-2012-FCC): Assinale a alternativa correta: A procedência do pedido na ação de usucapião especial


rural ocorrerá quando: não for o autor proprietário de imóvel rural ou urbano, for a posse quinquenária,
ininterrupta e sem oposição, estiver o imóvel em zona rural, não for a área superior a 50 hectares, tiver o
autor tornado o imóvel produtivo com seu trabalho ou de sua família, for o imóvel sua morada e, por fim,
não se tratar de imóvel público. BL: art. 191, CF e art. 1239, CC (agrário)

(TJPA-2009-FGV): No que diz respeito à usucapião especial rural, ou pro labore, é correto afirmar que
dispensa tanto o justo título como a posse de boa-fé. BL: art. 191, CF e art. 1239, CC (agrário)

##Atenção: ##DOD: Requisitos: a) 50 hectares: a pessoa deve estar na posse de uma área rural de, no
máximo, 50ha; b) 5 anos: a pessoa deve ter a posse mansa e pacífica dessa área por, no mínimo, 5 anos
ininterruptos, sem oposição de ninguém; c) tornar a terra produtiva: o possuidor deve ter tornado a terra
produtiva por meio de seu trabalho ou do trabalho de sua família, tendo nela sua moradia. Em outras
palavras, o possuidor, além de morar no imóvel rural, deve ali desenvolver alguma atividade produtiva
(agricultura, pecuária, extrativismo etc). d) Não ter outro imóvel: a pessoa não pode ser proprietária de
outro bem imóvel (urbano ou rural). Não se exige que a pessoa prove que tinha um justo título ou que
estava de boa-fé.

Parágrafo único. Os IMÓVEIS PÚBLICOS NÃO SERÃO ADQUIRIDOS por usucapião. (TJMS-
2008) (TJPA-2009) (MPDFT-2009) (TRF1-2009) (MPSP-2010) (TJGO-2012) (TJAL-2015) (TJSC-2017) (TJRJ-
2019)

(TJGO-2009-FCC): Segundo enunciado da Súmula nº 340, do STF, aprovada em 13/12/63, "desde a vigência
do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião". Esse
entendimento permanece válido face à CF/88, que expressamente veda a aquisição por usucapião de
imóveis públicos urbanos e rurais, bem como face ao novo Código Civil, que afirma não estarem os bens
públicos sujeitos a usucapião. BL: S. 340, STF e art. 183, §3º c/c art. 191, § único, CF.

CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento


equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo
as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a
participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 40, de 2003)

I a VIII - (Revogados). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

§ 1° a 3º - (Revogados) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

371
TÍTULO VIII
Da Ordem Social

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##Judicialização da Política: ##Contribuição @mafaldaleitora: O Estado


de Coisas Inconstitucional ocorre quando verifica-se a existência de um quadro de violação
generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, causado pela inércia ou incapacidade reiterada e
persistente das autoridades públicas em modificar a conjuntura, de modo que apenas transformações
estruturais da atuação do Poder Público e a atuação de uma pluralidade de autoridades podem modificar
a situação inconstitucional. O STF reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado
de Coisas Inconstitucional", com uma violação generalizada de direitos fundamentais dos presos. As
penas privativas de liberdade aplicadas nos presídios acabam sendo penas cruéis e desumanas. Vale
ressaltar que a responsabilidade por essa situação deve ser atribuída aos três Poderes (Legislativo,
Executivo e Judiciário), tanto da União como dos Estados-Membros e do Distrito Federal. A ausência de
medidas legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representa uma verdadeira "falha
estrutural" que gera ofensa aos direitos dos presos, além da perpetuação e do agravamento da situação.
Assim, cabe ao STF o papel de retirar os demais poderes da inércia, coordenar ações visando a resolver
o problema e monitorar os resultados alcançados. Diante disso, o STF, em ADPF, concedeu parcialmente
medida cautelar determinando que: 1º) juízes e Tribunais de todo o país implementem, no prazo
máximo de 90 dias, a audiência de custódia; 2º) a União libere, sem qualquer tipo de limitação, o saldo
acumulado do Fundo Penitenciário Nacional para utilização na finalidade para a qual foi criado,
proibindo a realização de novos contingenciamentos. Na ADPF havia outros pedidos, mas estes foram
indeferidos, pelo menos na análise da medida cautelar. STF. Plenário. ADPF 347 MC/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, j. 9/9/15 (Info 798)

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 193. A ORDEM SOCIAL TEM como BASE o primado do trabalho, e como OBJETIVO o bem-
estar e a justiça sociais. (MPF-2005) (PCPR-2007) (TRF1-2009) (MPMS-2011)

(Investig. de Polícia/PCBA-2018-VUNESP): Sob a ótica da classificação doutrinária e com base na


Constituição Federal brasileira, assinale a alternativa que representa uma norma constitucional de
natureza programática: A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar
e a justiça sociais. BL: art. 193, CF.

(TJPR-2010): O ser humano deve ter um padrão de vida capaz de "assegurar saúde e bem-estar", conceito
este ligado ao "bem-estar social" contemplado na Declaração Universal dos Direitos do Homem subscrita
pelo Brasil. BL: art. 193, CF e art. 29, 2 da Decl.

##Atenção: O bem-estar social foi contemplado pela CF/88 em seu art. 193, e na Declaração Universal no
número 2 do artigo 29, abaixo colacionado : “2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará
sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e
respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem -
estar de uma sociedade democrática.”

Parágrafo único. O Estado exercerá a função de planejamento das políticas sociais, assegurada, na
forma da lei, a participação da sociedade nos processos de formulação, de monitoramento, de controle e de
avaliação dessas políticas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 194. A SEGURIDADE SOCIAL COMPREENDE um conjunto integrado de ações de iniciativa


dos Poderes Públicos e da sociedade, DESTINADAS A ASSEGURAR os direitos relativos à Saúde, à
Previdência e à Assistência social. [Dica Mnemônica: “PAS”] (DPU-2007) (DPECE-2008) (TRF1-2009)
(TRF4-2009) (PCSP-2014) (TJPB-2015) (MPSC-2013/2016) (TJCE-2018)

372
(Cartórios/TJPR-2019-UFPR): Tratando da temática da Ordem Social na Constituição de 1988, Carolina
Zancaner Zockun faz interessante observação no sentido de que “a bipartição do mundo em nações
desenvolvidas e subdesenvolvidas fez nascer uma outra geração de direitos, assentados sob as ideias de fraternidade e
solidariedade” (ZOCKUN, 2009). Levando em consideração a posição da autora, assinale a alternativa
correta: As ideias de fraternidade e solidariedade mencionadas pela autora, no sistema positivo brasileiro,
são compatíveis com a tríade que compõe o Capítulo da Seguridade Social, composto pela saúde, pela
previdência social e pela assistência social, que devem ser tratadas atualmente como direitos subjetivos e
não como meros favores estatais. BL: art. 194, CF.

##Atenção: A parte "social" da nossa CF/88 deriva logicamente do desenvolvimento dos direitos
fundamentais de segunda geração.

(TRF2-2018): Marque a opção certa: A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à Previdência
social, assistência social e saúde. BL: art. 194, CF.

Parágrafo único. COMPETE ao Poder Público, nos termos da lei, ORGANIZAR a SEGURIDADE
SOCIAL, com base nos SEGUINTES OBJETIVOS:

I - universalidade da cobertura e do atendimento; (TJMG-2005) (TRF1-2009) (MPSC-2013/2016)

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; (MPSC-


2016) (TJCE-2018) (DPEMA-2018)

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; (MPSC-2016) (DPEMA-


2018)

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; (TJMG-2005) (MPSC-2016)

V - eqüidade na forma de participação no custeio; (MPSC-2016)

VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para


cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado
o caráter contributivo da previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante GESTÃO


QUADRIPARTITE, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (TJMG-2005)
(TRF1-2009) (MPRO-2010) (MPSC-2016)

##Atenção: ##Dica: Gestão Quadripartite: = G-A-T-E = Governo; Aposentados; Trabalhadores;


Empregadores

Art. 195. A SEGURIDADE SOCIAL SERÁ FINANCIADA por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: (DPECE-2008) (TRF1-
2009) (TRF2-2009) (MPRO-2010) (MPF-2012) (TJSC-2017)

(TJSP-2018-VUNESP): Com relação às contribuições sociais, pode-se afirmar: constituem espécie de


tributo e diferem dos impostos pela destinação do produto da arrecadação. BL: art. 149, caput65 c/c art. 195
e art. 167, IV66 da CF (trib.).

65 Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
contribuições a que alude o dispositivo. (...)
66 Art. 167. São vedados: (...) IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a

repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
373
##Atenção: Os impostos são tributos não vinculados, não destinados e não restituíveis, ao passo que as
contribuições especiais são tributos não vinculados, destinados e não restituíveis. Logo, a diferença entre
as contribuições especiais e os impostos reside na destinação do produto da sua arrecadação.

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (TJPI-2012) (TJSC-2017)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à


pessoa física que LHE PRESTE SERVIÇO, MESMO sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998) (MPRO-2010) (MPF-2012) (TJPE-2013) (TJSC-2017)

b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (MPF-2012) (TJSC-
2017)

c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (MPF-2012) (TJSC-2017)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É constitucional a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL),
instituída pela Lei 7.689/88, sendo também constitucionais as majorações de alíquotas efetivadas pela
Lei 7.856/89, por obedecerem à anterioridade nonagesimal. Por sua vez, a ampliação da base de cálculo,
conforme o art. 1º, II, da Lei 7.988/89, a fim de se compatibilizar com a anterioridade nonagesimal, só
pode ser efetivada a partir do ano base de 1990. STF. Plenário. RE 211446 ED-ED/GO, Rel. Min. Luiz Fux,
j. 20/9/18 (Info 916).

##Atenção: A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é um tributo federal instituído pela Lei
7.689/88. A Lei 7.689/88 foi fruto da MP 22/88. Veja o que diz o art. 1º da Lei: “Art. 1º Fica instituída
contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas, destinada ao financiamento da seguridade social”. Tem
como fundamento constitucional o art. 195, I, “c” da CF.

##Características principais da CSLL:


➢ Tributo de competência da União;
➢ É tributo pessoal, direto, proporcional, complexivo e com finalidade fiscal;
➢ Fato gerador: é o lucro das pessoas jurídicas (por isso, é assemelhado ao imposto de renda);
➢ Base de cálculo: é o valor do resultado do exercício (“lucro líquido”), antes da provisão para o
imposto de renda;
➢ Contribuintes: pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas pela
legislação tributária.
➢ Lançamento: lançamento por homologação;
➢ Destinação: a arrecadação da CSLL é destinada ao financiamento da seguridade social;
➢ Aplicam-se à CSLL, no que couber, as disposições da legislação do imposto de renda referentes
à administração, ao lançamento, à consulta, à cobrança, às penalidades, às garantias e ao
processo administrativo.

(Advogado Trabalhista/HCPA-2016-FAURGS): A contribuição social sobre o lucro é uma das fontes de


custeio da seguridade social. Além dessa, existem outras fontes de financiamento, como aquelas oriundas
do orçamento da União. BL: art. 195, I, “c” CF.

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas
progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

III - sobre a receita de concursos de prognósticos. (TJPI-2012) (TJSC-2017)

##Atenção: ##STF: ##DPEMA-2015: Conforme entende o STF, “(...) de fato, o art. 195, III, da Carta Magna,
estabeleceu tão somente a possibilidade da seguridade social ser financiada por receitas de prognóstico. Por

atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
374
conseguinte, tal disposição não se refere à exploração de jogos de azar mediante pagamento, feita por
particular, a qual, além disso, não se constitui sequer como atividade autorizada por lei”. (RE 502.271 AgR,
voto da rel. min. Ellen Gracie, j. 10-6-2008, 2ª T, DJ de 27-6-2008).

IV - do importador de bens ou serviços DO EXTERIOR, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (MPF-2012) (TJSC-2017)

§ 1º. As RECEITAS dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios DESTINADAS à


SEGURIDADE SOCIAL CONSTARÃO dos respectivos orçamentos, NÃO INTEGRANDO o orçamento
da União. (TRF2-2009) (MPRO-2010) (MPMG-2012)

§ 2º. A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. (TRF2-
2009)

§ 3º A pessoa jurídica EM DÉBITO COM O SISTEMA DA SEGURIDADE SOCIAL, como


estabelecido em lei, NÃO PODERÁ CONTRATAR com o Poder Público NEM DELE RECEBER benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios. (TJPI-2007)

§ 4º A lei PODERÁ INSTITUIR outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão DA


SEGURIDADE SOCIAL, OBEDECIDO o disposto no art. 154, I. (TRF4-2009) (MPF-2011) (TJPI-2012)
(TJBA-2012) (TJSC-2017)

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

(MPRO-2010-CESPE): A respeito da ordem social na CF, assinale a opção correta: A União pode instituir,
mediante lei complementar, outras fontes destinadas à obtenção de receita para a manutenção da
seguridade social, além das previstas na CF. BL: art. 195, §4º c/c art. 154, I, CF.

##Atenção: Novas contribuições para a seguridade social – deve ser por lei complementar, nos termos do
art. 154, I da CF.

§ 5º NENHUM benefício ou serviço da seguridade social PODERÁ SER CRIADO, MAJORADO ou


ESTENDIDO SEM a correspondente fonte de custeio total. (TRF2-2009) (MPRO-2010) (TRF1-2011)

§ 6º As CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS de que trata este artigo SÓ PODERÃO SER EXIGIDAS após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, NÃO SE
LHES APLICANDO o disposto no art. 150, III, "b". (TRF2-2009) (MPF-2011) (TJPA-2012) (TJSP-2014)
(TJRO-2019)

(TJSE-2015-FCC): À luz da CF/88 e da jurisprudência do STF, a alteração do prazo de recolhimento


de contribuição social incidente sobre o faturamento da empresa, de modo a antecipá-lo em relação ao
vigente, não requer edição de lei complementar, tampouco se sujeita a qualquer anterioridade, sendo
passível de exigência imediata. BL: art. 195, I, “b” e §6º da CF/88 e Súmula Vinculante 50 do STF.

(DPU-2015-CESPE): A União pode instituir uma contribuição social cobrada do empregador e incidente
sobre as aplicações financeiras da empresa, desde que se submeta ao princípio da anterioridade
nonagesimal. BL: art. 195, caput, I, “c” e §§4ºe 6º, CF (trib.).

(TJRS-2009): As contribuições sociais de seguridade não estão sujeitas à exigência de anterioridade de


exercício. BL: art. 195, §6º, CF e art. 150, §1º da CF. (trib.)

§ 7º SÃO ISENTAS de CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIAL as entidades


beneficentes de assistência social que ATENDAM às exigências estabelecidas em lei.

375
##Atenção: ##DOD: Imunidade para entidades beneficentes de assistência social: O art. 195, §7º da CF/88
conferiu imunidade para as entidades beneficentes de assistência social afirmando que elas estão
dispensadas de pagar contribuições para a seguridade social.

##Atenção: ##DOD: Requisitos do § 7º do art. 195: O § 7º do art. 195 da CF/88 traz dois requisitos para o
gozo desta imunidade:
1) que se trate de pessoa jurídica que desempenhe atividades beneficentes de assistência social.67
2) que esta entidade atenda a parâmetros previstos na lei [lei complementar].

##Atenção: ##DOD: A lei complementar é forma exigível para a definição do modo beneficente de
atuação das entidades de assistência social contempladas pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmente no
que se refere à instituição de contrapartidas a serem por elas observadas. STF. Plenário. RE 566622/RS,
Rel. Min. Marco Aurélio, j. 23/2/17 (repercussão geral – Tema 32) (Info 855). STF. Plenário. RE 566622
ED/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, j. 18/12/19 (Info 964).

(TJPE-2013-FCC): Possui imunidade de contribuição social para seguridade social a entidade beneficente
de assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei sobre a folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício. BL: art. 195, §7º, ambos da CF/88. (trib.)

##Atenção: Dispõe exatamente a imunidade contida no art. 195, §7º da CF, referindo-se especificamente
às contribuições da previdência social estipuladas pelo inciso I, alínea “a” do caput do dispositivo.

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os


respectivos cônjuges, que EXERÇAM suas atividades EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR, sem
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre
o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (MPRO-2010)

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas
diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa
ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo
diferenciadas apenas no caso das alíneas "b" e "c" do inciso I do caput. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de
assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)

§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de
lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso I e o
inciso II do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma
dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de
Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal
exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

67##Atenção: ##DOD: A assistência social é tratada no art. 203 da CF/88. O STF, contudo, confere um sentido
mais amplo e afirma que os objetivos da assistência social elencados nos incisos do art. 203 podem ser
conseguidos também por meio de serviços de saúde e educação. Assim, se a entidade prestar serviços de saúde
ou educação também poderá, em tese, ser classificada como de “assistência social”.
376
Seção II
DA SAÚDE

Art. 196. A SAÚDE É direito de todos e dever do Estado, GARANTIDO mediante POLÍTICAS
SOCIAIS e ECONÔMICAS que VISEM à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às AÇÕES e SERVIÇOS para sua promoção, proteção e recuperação. (MPF-2005)
(MPPR-2008) (MPMT-2008) (MPDFT-2009) (MPMG-2010) (MPRO-2010) (MPSP-2011) (TJRS-2012) (MPSC-
2013) (TJAM-2016) (TJCE-2018)

(TJAM-2016-CESPE): Tendo em vista que o direito à vida — valor central do ordenamento jurídico —
desdobra-se em direito à existência física e direito a uma vida digna, assinale a opção correta: O direito à
saúde efetiva-se mediante ações distributivas e alocativas relacionadas à promoção, proteção e recuperação
da saúde. BL: art. 196, caput, parte final, CF.

(MPMG-2010): Em se tratando de proteção e defesa da saúde pública, pode-se afirmar que o dever do
Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem
à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. BL: art.
196, CF.

Art. 197. SÃO DE RELEVÂNCIA PÚBLICA as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. (MPPR-
2008) (MPMG-2010) (MPSP-2011) (MPSC-2013)

(TJRS-2016-Faurgs): Considere a seguinte afirmação referente à saúde, tendo em vista as normas previstas
no Título VIII, Da Seguridade Social: São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua
execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado. BL: art. 197, CF.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde INTEGRAM uma rede regionalizada e hierarquizada
e CONSTITUEM UM SISTEMA ÚNICO, ORGANIZADO de acordo com as SEGUINTES DIRETRIZES:
(MPDFT-2009) (TRF5-2009) (MPSP-2011) (TJGO-2015) (TJAM-2016)

(MPRS-2014): Considere as seguintes afirmações sobre Ordem Social: Enunciado no art. 198 da CF/1988,
o Sistema Único de Saúde assume a condição de garantia institucional fundamental, inclusive como limite
material à reforma constitucional. BL: art. 198, CF.

##Atenção: Cumpre registrar que o direito fundamental à saúde é concretizado pelo SUS. Desse modo,
sua existência é protegida pelo limite material imposto à reforma constitucional. Pedro Lenza explica:
“Deve ser observado o princípio da vedação do retrocesso, isso quer dizer, uma vez concretizado o direito, ele não
poderia ser diminuído ou esvaziado, consagrando aquilo que a doutrina francesa chamou de effet cliquet”. (LENZA,
2013, p. 1167). Sendo assim, por sua íntima ligação com o direito à vida e com a dignidade da pessoa
humana, o direito à saúde possui um caráter de fundamentalidade que o inclui, não apenas dentre os
direitos fundamentais sociais (art. 6º CF), mas também no seleto grupo de direitos que compõem o mínimo
existencial. É norma principiológica que estabelece fins a serem buscados pelo Estado sem, no entanto,
especificar os meios a serem utilizados para tanto.

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; (MPDFT-2009) (TJDFT-2012)


(TJAM-2016)

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, SEM PREJUÍZO dos
serviços assistenciais; (MPDFT-2009)

III - participação da comunidade. (MPDFT-2009)

§ 1º O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SERÁ FINANCIADO, nos termos do art. 195, com recursos do
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de

377
outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) (MPPR-
2008) (MPSP-2010/2011) (TJDFT-2012) (DPEMS-2014) (TJRO-2019)

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios APLICARÃO, ANUALMENTE, em


ações e serviços públicos de saúde RECURSOS MÍNIMOS derivados da aplicação de percentuais
calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) (TJMG-2009) (TJGO-2015) (TJRO-
2019)

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser
inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o
art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que
forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) (TJGO-
2015)

III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se
refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000) (TJMG-2009) (TJRO-2019)

##Atenção: ##MPPR-2008: ##Sanitário: A EC nº 29/2000 incluiu o parágrafo 2º ao art. 198 da CF e


estabeleceu critérios específicos de retirada de recursos para a destinação deles ao financiamento na área
da saúde nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal.

§ 3º Lei complementar, que SERÁ REAVALIADA pelo menos a cada cinco anos, ESTABELECERÁ:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 86, de 2015)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##Contribuição @mafaldaleitora: A LC federal 141/12 fixa os valores


mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e
serviços públicos de saúde. O art. 11 desta Lei estabelece que as Constituições dos Estados ou as Leis
Orgânicas dos Municípios podem fixar valores mais altos do que o previsto na LC 141/12 de repasses
em prol da saúde. O STF julgou inconstitucional esse art. 11 da LC 141/12 porque, segundo o art. 198, §
3º, I, da CF/88, os percentuais mínimos que os Estados, DF e Municípios são obrigados a aplicar na
saúde devem estar previstos em lei complementar federal editada pelo Congresso Nacional, não
podendo isso ser delegado para os Estados/DF e Municípios. Além disso, o STF afirmou que são
inconstitucionais normas da Constituição Estadual que prevejam percentuais de aplicação mínima na
saúde em patamares diferentes daquele fixado pela Lei complementar federal. STF. Plenário. ADI
5897/SC, Rel. Min. Luz Fux, j. 24/4/19 (Info 938).

II – os CRITÉRIOS DE RATEIO DOS RECURSOS da União vinculados à saúde DESTINADOS aos


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, E dos Estados DESTINADOS a seus respectivos Municípios,
OBJETIVANDO a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 29, de 2000)

(TJGO-2015-FCC): Ao estabelecer saúde e educação como direitos de todos e um dever do Estado, a


Constituição da República determina que lei complementar, a ser reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a
progressiva redução das disparidades regionais. BL: art. 198, §3º, II, CF.

III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal,
estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

378
§ 4º Os GESTORES LOCAIS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE PODERÃO ADMITIR agentes
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo
com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 51, de 2006) (MPMG-2010/2012)

(TJMG-2009): Quanto à Saúde, é CORRETO afirmar: Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
admitir agentes comunitários e agentes de combate às endemias, por meio de processo seletivo público.
BL: art. 198, §4º, CF.

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para
os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate
às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o


servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às
endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para
o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

Art. 199. A ASSISTÊNCIA À SAÚDE É LIVRE à iniciativa privada. (TRF4-2009) (TRF5-2009) (TJRS-
2012) (MPSC-2013) (MPMG-2010/2014) (TJGO-2015) (MPSP-2015) (TJMT-2018) (TJRO-2011/2019)

§ 1º As instituições privadas PODERÃO PARTICIPAR de forma complementar do SISTEMA


ÚNICO DE SAÚDE, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, TENDO
PREFERÊNCIA as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. (TRF5-2009) (MPMG-2010) (TJRS-2012)
(TJPI-2012) (MPSC-2013) (TJRO-2011/2019)

§ 2º É VEDADA a DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS para auxílios ou subvenções às


instituições privadas com fins lucrativos. (TJMG-2009) (MPMG-2010) (TJPI-2012) (TJGO-2015) (TJRO-
2019)

(MPSC-2016): A Constituição Federal estabeleceu que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada,
sendo vedada, contudo, a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições
privadas com fins lucrativos. BL: art. 199, §2º, CF/88.

##Atenção: ##TJPI-2012: ##CESPE: O §2º do art. 199 da CF/88 é uma regra sem exceção.

§ 3º - É VEDADA a participação direta ou indireta DE EMPRESAS ou CAPITAIS ESTRANGEIROS


NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO PAÍS, SALVO nos casos previstos em lei. [Atenção: não é uma regra
absoluta.] (TJMG-2009) (MPMG-2010) (TJDFT-2012) (TJAL-2015)

(TJRS-2016-Faurgs): Considere a seguinte afirmação referente à saúde, tendo em vista as normas previstas
no Título VIII, Da Seguridade Social: É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. BL: art. 199, § 3º, CF.

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e
transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. (MPBA-2010)

##Atenção: ##STF: ##MPBA-2010: ##TJPR-2017: ##CESPE: A CF/88, em seu art. 199, §4º, veda todo tipo
de comercialização de sangue, entretanto, estabelece que a lei infraconstitucional disporá sobre as
condições e requisitos que facilitem a coleta de sangue. Segundo o STF, é constitucional a lei estadual que
garante meia-entrada aos doadores regulares de sangue, uma vez que, na composição entre o princípio
da livre iniciativa e o direito à vida, há de ser preservado o interesse da coletividade. A Egrégia Corte
entendeu que essa lei é uma tentativa de incentivar as pessoas a doar sangue e considerou constitucionais
todos os seus dispositivos. Além disso, afastou o argumento apresentado pelo governador de que a
concessão de meia entrada seria uma remuneração ao doador de sangue, o que é proibido pela CF/88. Isso

379
porque o ato normativo estadual não determina recompensa financeira à doação ou estimula a
comercialização de sangue. (...) (ADI 3512, Rel. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, j. 15/02/2006).
(MPBA-2010): Adote como premissa verdadeira que um Estado-membro, através de lei estadual, incentiva a
doação de sangue, mediante instituição de ½ (meia) entrada para doadores regulares, em locais públicos de
cultura, esporte e lazer, mantidos por entidades e órgãos das administrações direta e indireta. Sobre esta
afirmação, marque a resposta correta: A norma é constitucional porque não estimula a comercialização de
sangue. BL: Entend. STF.

Art. 200. Ao SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE COMPETE, além de outras atribuições, nos termos da
lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar


da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - EXECUTAR as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do


trabalhador; (TJGO-2009)

(MPMG-2010): Em se tratando de proteção e defesa da saúde pública, pode-se afirmar que as ações e
serviços de saúde são de relevância pública, competindo ao Sistema Único de Saúde executar as ações de
vigilância sanitária e epidemiológica. BL: art. 197 c/c art. 200, § único, II, CF.

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - PARTICIPAR da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; (TJGO-


2009) (TJDFT-2014)

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a


inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - FISCALIZAR e INSPECIONAR alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional,


bem como bebidas e águas para consumo humano;

(TJRS-2016-Faurgs): Considere a seguinte afirmação referente à saúde, tendo em vista as normas previstas
no Título VIII, Da Seguridade Social: Compete ao Sistema Único de Saúde fiscalizar e inspecionar
alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
humano.. BL: art. 200, § único, VI, CF.

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e


produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; (TJGO-2009)

(TJRS-2016-Faurgs): Considere a seguinte afirmação referente à saúde, tendo em vista as normas previstas
no Título VIII, Da Seguridade Social: São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua
execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado. BL: art. art. 197, CF.

VIII - COLABORAR na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. (TJGO-2009)

(TJRS-2016-Faurgs): Considere a seguinte afirmação referente à saúde, tendo em vista as normas previstas
no Título VIII, Da Seguridade Social: Compete ao Sistema Único de Saúde, nos termos da lei, colaborar na
proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. BL: art. 200, VIII, CF.

(TJCE-2012-CESPE): Ao estabelecer a tutela do meio ambiente, a CF dispõe que a proteção do meio


ambiente, nele compreendido o meio ambiente do trabalho, constitui um dos objetivos do Sistema Único
de Saúde. BL: art. 200, VIII, CF. (ambiental)

380
Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (MPPR-
2008) (TRF1-2009) (TJPB-2015) (TJCE-2018)

##Atenção: ##TJPB-2015: ##TJCE-2018: ##CESPE: A ASSISTÊNCIA SOCIAL (art. 203, CF) “será prestada
a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social”. A PREVIDÊNCIA SOCIAL
(art. 201, CF), por sua vez, “será organizada sob a forma de regime geral, de CARÁTER CONTRIBUTIVO e de
filiação obrigatória”.

I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade


avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº


20, de 1998)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes,


observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (TRF4-2009)

§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada,


nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da
regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe


multiprofissional e interdisciplinar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou
ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do


segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998) (DPESP-2006) (TJAM-2016)

##Atenção: ##DOD: ##TJAM-2016: ##CESPE: O art. 7º, IV da CF afirma que é vedada a vinculação do
salário mínimo para qualquer fim. É nesse sentido o teor da Súmula Vinculante 4 do STF dispõe: “Salvo
nos casos previstos na Constituição, o salário-mínimo não pode ser utilizado como indexador de base de cálculo de
vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial”. Há, no entanto, no
próprio texto constitucional situações em que o salário mínimo é utilizado como parâmetro (ex: art. 201,
§2º).

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente


atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (DPESP-2006)

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor


real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

381
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de
pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

§ 6º A GRATIFICAÇÃO NATALINA dos aposentados e pensionistas TERÁ por base o valor dos
proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
(MPMG-2012)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas
as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher,
observado tempo mínimo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os
trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos
o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o
professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio fixado em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição entre
o Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e destes entre si, observada
a compensação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo
de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão
contagem recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida
entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais
regimes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados, inclusive os
decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência
Social e pelo setor privado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 11. Os GANHOS HABITUAIS do empregado, a qualquer título, SERÃO INCORPORADOS ao


salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na
forma da lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (MPMG-2012)

§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para
atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e
àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-
mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios
previdenciários e de contagem recíproca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios
previdenciários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

382
§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia
mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo
mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma
estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma
em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que
garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998) (TRF5-2009) (MPMG-2014)

§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de
entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos,


regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de
trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração
dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 3º É VEDADO o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e
outras entidades públicas, SALVO NA QUALIDADE DE PATROCINADOR, situação na qual, em
hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998) (PF-2004)

§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,
inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou
indiretamente, enquanto patrocinadores de planos de benefícios previdenciários, e as entidades de
previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas


permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de planos de
benefícios em entidades de previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

§ 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das
entidades fechadas de previdência complementar instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4º e
disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam
objeto de discussão e deliberação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para a designação
dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos
participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e
deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Seção IV
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 203. A ASSISTÊNCIA SOCIAL SERÁ PRESTADA a quem dela necessitar,


INDEPENDENTEMENTE de contribuição à seguridade social, e TEM POR OBJETIVOS: (DPU-2007)
(MPPR-2008) (MPMG-2012) (MPSP-2015) (TJSC-2015) (TJCE-2018)

DICA: A ASSISTÊNCIA SOCIAL (art. 203, CF) “será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social”. A PREVIDÊNCIA SOCIAL (art. 201, CF), por sua vez, “será organizada
sob a forma de regime geral, de CARÁTER CONTRIBUTIVO e de filiação obrigatória”.

(TJMG-2009): A assistência social será prestada a quem dela necessitar, mesmo ausente contribuição à
seguridade social. BL: art. 203, CF.

383
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; (DPU-2007) (MPSP-2011)
(DPEMA-2018)

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração


à vida comunitária; (DPU-2007)

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à PESSOA PORTADORA DE


DEFICIÊNCIA e ao IDOSO que COMPROVEM NÃO POSSUIR meios de prover à própria manutenção
ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. (DPU-2007) (MPRO-2008) (MPCE-2009)
(MPSP-2011)

Art. 204. As AÇÕES GOVERNAMENTAIS na área da assistência social serão realizadas com
recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com
base NAS SEGUINTES DIRETRIZES:

I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera


federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como
a entidades beneficentes e de assistência social; (TJAC-2012)

(PGM-Várzea Paulista/SP-2016-VUNESP): As ações governamentais na área da assistência social


possuem como diretriz, entre outras, a descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e
as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas
estadual e municipal. BL: art. 204, I, CF.

II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas


e no controle das ações em todos os níveis. (PGM-Várzea Paulista/SP-2016) (DPEMA-2018)

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão
e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, VEDADA A APLICAÇÃO
desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (PGM-Várzea
Paulista/SP-2016)

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
(PGM-Várzea Paulista/SP-2016)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

Seção I
DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (MPF-2005) (MPPR-2008)

Art. 206. O ensino SERÁ MINISTRADO com base nos SEGUINTES PRINCÍPIOS:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

384
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e


privadas de ensino; (MPSP-2011)

##Atenção: ##Trecho ADPF 548 MC-Ref/DF: ##Info 922, STF: ##DOD: A liberdade de cátedra (também
chamada de liberdade acadêmica) é um princípio segundo o qual o professor deve ter a liberdade de
pesquisar e ensinar, ou seja, divulgar seu pensamento, arte e saber. Por outro lado, o aluno tem também
a liberdade de aprender e pesquisar, sem a imposição de censuras. A liberdade de cátedra está prevista
nos incisos II e III do art. 206 da CF/88.

(TJSP-2008-VUNESP): Quanto à ordem social, assinale a alternativa correta: O ensino será ministrado com
base, dentre outros, nos princípios da igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; da
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber e do pluralismo de
idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. BL: art.
206, I a III, CF.

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira,
com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade.

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos
de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (TRF4-2009) (MPF-2012)

IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 108, de 2020)

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da


educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 53, de 2006)

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão


financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
(TRF2-2009)

##Atenção: ##STF: ##DOD: É constitucional lei estadual que preveja o cargo em comissão de
Procurador-Geral da universidade estadual. Esta previsão está de acordo com o princípio da autonomia
universitária (art. 207 da CF/88). STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 27 e 28/3/19
(Info 935)

##Atenção: ##STF: ##DOD: São inconstitucionais os atos judiciais ou administrativos que determinem
ou promovam:
• o ingresso de agentes públicos em universidades públicas e privadas;
• o recolhimento de documentos (ex: panfletos);
• a interrupção de aulas, debates ou manifestações de docentes e discentes universitários;
• a realização de atividade disciplinar docente e discente e a coleta irregular de depoimentos desses
cidadãos pela prática de manifestação livre de ideias e divulgação do pensamento nos ambientes
universitários ou em equipamentos sob a administração de universidades públicas e privadas.
STF. Plenário. ADPF 548 MC-Ref/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 31/10/18 (Info 922).

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJBA-2019: ##CESPE: É inconstitucional lei estadual que preveja que o
escritório de prática jurídica da Universidade Estadual deverá manter plantão criminal nos finais de
semana e feriados para atender pessoas hipossuficientes que sejam presas em flagrante. Esta lei viola a
385
autonomia administrativa, financeira, didática e científica assegurada às universidades no art. 207 da
CF/88 (inconstitucionalidade material). Além disso, contém vício de iniciativa (inconstitucionalidade
formal), na medida em que foi usurpada a iniciativa privativa do Governador (art. 61, § 1º, II, "c", CF).
STF. Plenário. ADI 3792/RN, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 22/9/16 (Info 840).
(TJBA-2019-CESPE): Considerando a pouca quantidade de defensores públicos indispensáveis ao
atendimento adequado dos necessitados na forma da lei, determinado estado da Federação aprovou o
respectivo projeto e sancionou a lei Y, que criou a obrigatoriedade de estágio curricular no atendimento da
assistência jurídica gratuita por núcleo de prática jurídica integrante do departamento de direito de
universidade estadual, estabelecendo sua organização, seu funcionamento e seus horários, inclusive
determinando sua atuação em regime de plantão, bem como vinculando a certificação da conclusão do curso
de bacharelado pelos alunos ao cumprimento do referido estágio. Conforme a CF, a doutrina e a
jurisprudência do STF, a lei Y é inconstitucional por ferir a autonomia didático-científica e administrativa da
universidade. BL: Info 840, STF.

##Atenção: ##STF: ##TJMS-2020: ##FCC: A transferência de alunos entre universidades congêneres é


instituto que integra o sistema geral de ensino, não transgredindo a autonomia universitária, e é
disciplina a ser realizada de modo abrangente, não em vista de cada uma das universidades existentes
no País, como decorreria da conclusão sobre tratar-se de questão própria ao estatuto de cada qual. (...) (STF.
1ª T. RE 362074 AgR, Min. Rel. Eros Grau, j. 29/03/05).

##Atenção: ##Teses nº 57 de Repercussão Geral - STF: ##TJMS-2020: ##FCC: É constitucional a previsão


legal que assegure, na hipótese de transferência ex officio de servidor, a matrícula em instituição pública,
se inexistir instituição congênere à de origem.

§ 1º É FACULTADO às UNIVERSIDADES ADMITIR professores, técnicos e cientistas estrangeiros,


na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996) (TRF2-2009) (TRF4-2009) (TJRJ-2014)

§ 2º O disposto neste artigo APLICA-SE às instituições de pesquisa científica e tecnológica. (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996) (TRF2-2009)

Art. 208. O DEVER DO ESTADO COM A EDUCAÇÃO SERÁ EFETIVADO mediante a garantia de:

I - EDUCAÇÃO BÁSICA OBRIGATÓRIA e GRATUITA dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de


idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
(MPDFT-2009) (MPPB-2010) (TJRR-2015) (TJGO-2015) (TJAM-2016) (MPPI-2019)

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 14, de 1996) (MPF-2005) (TJRR-2015)

(TJMG-2007): O dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia da progressiva
universalização do ensino médio gratuito. BL: art. 208, II, CF.

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, PREFERENCIALMENTE


na rede regular de ensino; (MPPB-2010) (MPSP-2013) (TJRR-2015) (MPPI-2019)

IV - EDUCAÇÃO INFANTIL, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (TJMG-2007) (MPPB-2010) (MPSP-2013) (TJRR-
2015) (TJRJ-2019) (MPPI-2019)

(MPSP-2015): A educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos de idade, é obrigatória e
gratuita. BL: art. 208, IV, CF e art. 4º, II da Lei 9394.

V - ACESSO AOS NÍVEIS MAIS ELEVADOS do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo
a capacidade de cada um; (MPSP-2013) (TJRR-2015) (MPPI-2019)

VI - oferta de ensino NOTURNO REGULAR, ADEQUADO às CONDIÇÕES DO EDUCANDO;


(TJMG-2007)

386
VII - atendimento ao educando, EM TODAS AS ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, por meio de
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (MPPI-2019)

§ 1º O acesso ao ensino OBRIGATÓRIO e GRATUITO É direito público subjetivo. (MPF-2005)


(MPDFT-2009)

(MPSP-2015): O acesso ao ensino infantil (creche e pré-escola) constitui direito público subjetivo. BL: art.
208, §1º, CF.

§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada


e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

##Atenção: ##STF: ##DOD: Não é possível, atualmente, o ensino domiciliar (homeschooling) como
meio lícito de cumprimento, pela família, do dever de prover educação. Não há, na CF/88, uma vedação
absoluta ao ensino domiciliar. A CF/88, apesar de não o prever expressamente, não proíbe o ensino
domiciliar. No entanto, o ensino domiciliar não pode ser atualmente exercido porque não há legislação
que regulamente os preceitos e as regras aplicáveis a essa modalidade de ensino. Assim, o ensino
domiciliar somente pode ser implementado no Brasil após uma regulamentação por meio de lei na qual
sejam previstos mecanismos de avaliação e fiscalização, devendo essa lei respeitar os mandamentos
constitucionais que tratam sobre educação. STF. Plenário. RE 888815/RS, rel. orig. Min. Roberto Barroso,
red. p/ o acórdão Min. Alexandre de Moraes, j. 12/9/18 (repercussão geral) (Info 915).

Art. 209. O ensino É LIVRE à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: (MPMG-2014)
(TJMT-2018)

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar
formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

§ 1º O ENSINO RELIGIOSO, de matrícula facultativa, CONSTITUIRÁ disciplina dos horários


normais das escolas públicas de ENSINO FUNDAMENTAL. (MPRS-2014) (Anal. Judic./STJ-2018)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##Anal. Judic./STJ-2018: ##MPSC-2019: ##MPGO-2019: ##DPESP-2019:


##FCC: A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). Diante disso, nas escolas
públicas são oferecidas aulas de ensino religioso, normalmente vinculadas a uma religião específica. É
o chamado ensino religioso confessional. O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse conferida
interpretação conforme a Constituição ao art. 33, §§ 1º e 2º da LDB e ao art. 11, § 1º do acordo Brasil-
Santa Sé. Na ação, o PGR afirmava que não é permitido que se ofereça ensino religioso confessional
(vinculado a uma religião específica). Para o autor, o ensino religioso deve ser voltado para a história e
a doutrina das várias religiões, ensinadas sob uma perspectiva laica e deve ser ministrado por
professores regulares da rede pública de ensino, e não por pessoas vinculadas às igrejas. O STF julgou
improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza
confessional, ou seja, pode sim ser vinculado a religiões específicas. A partir da conjugação do binômio
Laicidade do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá assegurar o
cumprimento do art. 210, § 1º, CF/88, autorizando na rede pública, em igualdade de condições o
oferecimento de ensino confessional das diversas crenças, mediante requisitos formais previamente
fixados pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser permitido aos alunos, que expressa e
voluntariamente se matricularem, o pleno exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso como
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo com
os princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente credenciados a partir
de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público. Dessa forma, o
STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que ensine

387
os dogmas ou valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se garanta
oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF. Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso,
red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 27/9/17 (Info 879).
(MPGO-2019): Segundo jurisprudência recente do STF, o ensino religioso nas escolas públicas de ensino
fundamental, que constituirá disciplina dos horários normais, poderá ter natureza confessional, na medida
que sua matrícula é facultativa nos termos do artigo 210, § 1°, da CF/88. BL: Info 879, STF.
(DPESP-2019-FCC): O art. 19, I, CF/88, proíbe que a União, Estados, Distrito Federal e Municípios
estabeleçam cultos religiosos ou igrejas, que os subvencionem ou mantenham com eles relação de
dependência ou aliança. Ao mesmo tempo, a CF/88 garante a liberdade de consciência e de crença (art. 5º,
VI), bem como assegura que ninguém pode ser privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política (art. 5º , VIII). Tais normas compõem o que se denomina de Estado Laico. Sobre
a laicidade estatal, no julgamento da ADI 4439, entendeu-se que o ensino religioso nas escolas públicas não
viola a laicidade estatal sob o argumento, dentre outros, de que seria de matrícula facultativa, podendo ser
até mesmo confessional, pois a laicidade estatal tem significado de “neutralidade” e não de “oposição” ou
“beligerância” às religiões. BL: Info 879, STF.

(TJSC-2015-FCC): É inconstitucional lei que proíba o ensino religioso como disciplina a ser ministrada nos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. BL: art. 210, §1º, CF.

(MPRS-2014): Considere a seguinte afirmação sobre Direitos Fundamentais: Uma das posições
jusfundamentais que decorre do regime constitucional da liberdade religiosa é o direito subjetivo ao ensino
religioso em escola pública de ensino fundamental. BL: art. 210, §1º, CF.

(DPERR-2013-CESPE): O ensino religioso deve existir obrigatoriamente nas escolas públicas de ensino
fundamental, sem que tal circunstância caracterize afronta à liberdade de crença. BL: art. 210, §1º, CF.

§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades


indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração
seus sistemas de ensino. (TJGO-2015)

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de


ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a
garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante
assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 14, de 1996)

§ 2º Os Municípios ATUARÃO PRIORITARIAMENTE no ensino fundamental e na educação


infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) (MPMG-2012) (TJRJ-2014) (MPSP-
2012/2013/2015) (TJSC-2016)

##Atenção: ##STF: ##DOD: Poder Judiciário pode obrigar Município a fornecer vaga em creche: O
Poder Judiciário pode obrigar o Município a fornecer vaga em creche a criança de até 5 anos de idade.
A educação infantil, em creche e pré-escola, representa prerrogativa constitucional indisponível
garantida às crianças até 5 anos de idade, sendo um dever do Estado (art. 208, IV, da CF/88). Os
Municípios, que têm o dever de atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil (art.
211, § 2º, da CF/88), não podem se recusar a cumprir este mandamento constitucional, juridicamente
vinculante, que lhes foi conferido pela Constituição Federal. STF. Decisão monocrática. RE 956475, Rel.
Min. Celso de Mello, julgado em 12/05/2016 (Info 827).

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal ATUARÃO PRIORITARIAMENTE no ensino fundamental e


médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) (TJRJ-2014) (MPSP-2013/2015)

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


definirão formas de colaboração, de forma a assegurar a universalização, a qualidade e a equidade do ensino
obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

388
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)

§ 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão ação redistributiva em relação a


suas escolas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

§ 7º O padrão mínimo de qualidade de que trata o § 1º deste artigo considerará as condições adequadas
de oferta e terá como referência o Custo Aluno Qualidade (CAQ), pactuados em regime de colaboração na
forma disposta em lei complementar, conforme o parágrafo único do art. 23 desta Constituição. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 212. A UNIÃO APLICARÁ, anualmente, NUNCA MENOS DE DEZOITO, e os ESTADOS, o


DISTRITO FEDERAL e os MUNICÍPIOS VINTE E CINCO POR CENTO, no mínimo, da receita resultante
de impostos, COMPREENDIDA a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento DO
ENSINO. (TJMG-2007) (TJRR-2008) (TJGO-2015)

(MPRS-2016): Nos moldes fixados pelo artigo 212 da Carta da República, é CORRETO afirmar que a União
aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e
cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. BL: art. 212, caput, da CF. [adaptada]

OBS: Dica:
➢ A União = Nunca menos de 18%
➢ Os Estados/DF e Municípios = No mínimo, 25%

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, NÃO É CONSIDERADA, para efeito do
cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. (TJRR-2008)

(MPRS-2016): Nos moldes fixados pelo artigo 212 da Carta da República, é CORRETO afirmar que a
parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo
previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. BL: art. 212, §1º da CF. [adaptada]

§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de
ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS ASSEGURARÁ prioridade ao atendimento


das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade
e equidade, nos termos do PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)

(MPRS-2016): Nos moldes fixados pelo artigo 212 da Carta da República, é CORRETO afirmar que a
distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino
obrigatório, no que se refere à universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos
do plano nacional de educação. BL: art. 212, §3º da CF. [adaptada]

§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.

§ 5º A EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA TERÁ como fonte adicional de financiamento a


CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO, RECOLHIDA pelas empresas na forma da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

(MPRS-2016): Nos moldes fixados pelo artigo 212 da Carta da República, é CORRETO afirmar que a
educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-
educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. BL: art. 212, §5, CF. [adaptada]

389
§ 6º As COTAS ESTADUAIS e MUNICIPAIS da arrecadação da contribuição social do salário-
educação SERÃO DISTRIBUÍDAS proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação
básica nas respectivas REDES PÚBLICAS DE ENSINO. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006) (MPRS-2016)

(TJRR-2008-FCC): Sobre a aplicação de recursos públicos na educação, estabelece a Constituição da


República que as cotas estaduais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão
distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica na respectiva rede
de ensino. BL: art. 212, §6º, CF.

§ 7º É vedado o uso dos recursos referidos no caput e nos §§ 5º e 6º deste artigo para pagamento de
aposentadorias e de pensões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

§ 8º Na hipótese de extinção ou de substituição de impostos, serão redefinidos os percentuais referidos


no caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212-A, de modo que resultem recursos vinculados à
manutenção e ao desenvolvimento do ensino, bem como os recursos subvinculados aos fundos de que trata
o art. 212-A desta Constituição, em aplicações equivalentes às anteriormente praticadas. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

§ 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, de avaliação e de controle das despesas com educação
nas esferas estadual, distrital e municipal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere
o caput do art. 212 desta Constituição à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação básica e à
remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 108, de 2020)

I - a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal, os Estados e seus


Municípios é assegurada mediante a instituição, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(Fundeb), de natureza contábil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

II - os fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento)
dos recursos a que se referem os incisos I, II e III do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os incisos
II, III e IV do caput do art. 158 e as alíneas "a" e "b" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

III - os recursos referidos no inciso II do caput deste artigo serão distribuídos entre cada Estado e seus
Municípios, proporcionalmente ao número de alunos das diversas etapas e modalidades da educação básica
presencial matriculados nas respectivas redes, nos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos
§§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição, observadas as ponderações referidas na alínea "a" do inciso X
do caput e no § 2º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

IV - a União complementará os recursos dos fundos a que se refere o inciso II do caput deste
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

V - a complementação da União será equivalente a, no mínimo, 23% (vinte e três por cento) do total de
recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, distribuída da seguinte forma: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

a) 10 (dez) pontos percentuais no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, sempre que o valor anual
por aluno (VAAF), nos termos do inciso III do caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido
nacionalmente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

b) no mínimo, 10,5 (dez inteiros e cinco décimos) pontos percentuais em cada rede pública de ensino
municipal, estadual ou distrital, sempre que o valor anual total por aluno (VAAT), referido no inciso VI
do caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido nacionalmente; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 108, de 2020)

390
c) 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos percentuais nas redes públicas que, cumpridas
condicionalidades de melhoria de gestão previstas em lei, alcançarem evolução de indicadores a serem
definidos, de atendimento e melhoria da aprendizagem com redução das desigualdades, nos termos do
sistema nacional de avaliação da educação básica; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

VI - o VAAT será calculado, na forma da lei de que trata o inciso X do caput deste artigo, com base nos
recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, acrescidos de outras receitas e de transferências
vinculadas à educação, observado o disposto no § 1º e consideradas as matrículas nos termos do inciso III
do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

VII - os recursos de que tratam os incisos II e IV do caput deste artigo serão aplicados pelos Estados e
pelos Municípios exclusivamente nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos
§§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

VIII - a vinculação de recursos à manutenção e ao desenvolvimento do ensino estabelecida no art. 212


desta Constituição suportará, no máximo, 30% (trinta por cento) da complementação da União, considerados
para os fins deste inciso os valores previstos no inciso V do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 108, de 2020)

IX - o disposto no caput do art. 160 desta Constituição aplica-se aos recursos referidos nos incisos II e
IV do caput deste artigo, e seu descumprimento pela autoridade competente importará em crime de
responsabilidade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

X - a lei disporá, observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput e no § 1º do art.
208 e as metas pertinentes do plano nacional de educação, nos termos previstos no art. 214 desta Constituição,
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

a) a organização dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo e a distribuição proporcional de
seus recursos, as diferenças e as ponderações quanto ao valor anual por aluno entre etapas, modalidades,
duração da jornada e tipos de estabelecimento de ensino, observados as respectivas especificidades e os
insumos necessários para a garantia de sua qualidade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

b) a forma de cálculo do VAAF decorrente do inciso III do caput deste artigo e do VAAT referido no
inciso VI do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

c) a forma de cálculo para distribuição prevista na alínea "c" do inciso V do caput deste artigo; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

d) a transparência, o monitoramento, a fiscalização e o controle interno, externo e social dos fundos


referidos no inciso I do caput deste artigo, assegurada a criação, a autonomia, a manutenção e a consolidação
de conselhos de acompanhamento e controle social, admitida sua integração aos conselhos de
educação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

e) o conteúdo e a periodicidade da avaliação, por parte do órgão responsável, dos efeitos


redistributivos, da melhoria dos indicadores educacionais e da ampliação do atendimento; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

XI - proporção não inferior a 70% (setenta por cento) de cada fundo referido no inciso I do caput deste
artigo, excluídos os recursos de que trata a alínea "c" do inciso V do caput deste artigo, será destinada ao
pagamento dos profissionais da educação básica em efetivo exercício, observado, em relação aos recursos
previstos na alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, o percentual mínimo de 15% (quinze por cento) para
despesas de capital; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

XII - lei específica disporá sobre o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério
da educação básica pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

XIII - a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 desta Constituição para a
complementação da União ao Fundeb, referida no inciso V do caput deste artigo, é vedada. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
391
§ 1º O cálculo do VAAT, referido no inciso VI do caput deste artigo, deverá considerar, além dos
recursos previstos no inciso II do caput deste artigo, pelo menos, as seguintes disponibilidades: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

I - receitas de Estados, do Distrito Federal e de Municípios vinculadas à manutenção e ao


desenvolvimento do ensino não integrantes dos fundos referidos no inciso I do caput deste
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

II - cotas estaduais e municipais da arrecadação do salário-educação de que trata o § 6º do art. 212 desta
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

III - complementação da União transferida a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios nos termos da
alínea "a" do inciso V do caput deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

§ 2º Além das ponderações previstas na alínea "a" do inciso X do caput deste artigo, a lei definirá outras
relativas ao nível socioeconômico dos educandos e aos indicadores de disponibilidade de recursos vinculados
à educação e de potencial de arrecadação tributária de cada ente federado, bem como seus prazos de
implementação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

§ 3º Será destinada à educação infantil a proporção de 50% (cinquenta por cento) dos recursos globais
a que se refere a alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 108, de 2020)

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
comunitárias, confessionais ou filantrópicas, DEFINIDAS em lei, que: (TJRR-2008)

I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional,


ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

§ 1º - Os recursos de que trata este artigo PODERÃO SER DESTINADOS a bolsas de estudo para o
ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando
houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o
Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade. (TJRR-2008)

§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por


universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro
do Poder Público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de
articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e
estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos
níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas
federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do


produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

392
Seção II
DA CULTURA

Art. 215. O Estado GARANTIRÁ a todos o PLENO EXERCÍCIO dos direitos culturais e ACESSO ÀS
FONTES da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
(MPPR-2008) (TRF1-2009) (MPF-2011)

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de


outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. (MPF-2011) (MPMG-2013)

§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes
segmentos étnicos nacionais.

§ 3º A lei estabelecerá o PLANO NACIONAL DE CULTURA, de duração plurianual, visando ao


desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

I - defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48,
de 2005)

II - produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de
2005)

III - formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

IV - democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de
2005)

(Anal. Judic./TRETO-2017-CESPE): O Plano Nacional de Cultura, estabelecido em lei, visa ao


desenvolvimento cultural do país e à integração das ações do poder público que conduzem à
democratização do acesso aos bens de cultura. BL: art. 215, §3º, IV, CF.

V - valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

Art. 216. CONSTITUEM PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO os bens de natureza material e


imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: (TJAP-2008)
(TJDFT-2012) (TJRJ-2012) (MPMG-2010/2012/2013) (TJMT-2014) (MPAM-2015)

(MPMG-2018): O patrimônio cultural brasileiro é constituído pelos bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. BL: art. 216, CF.

I - as formas de expressão; (MPMG-2010)

II - os modos de criar, fazer e viver; (MPMG-2010)

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; (MPMG-2010)

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações


artístico-culturais; (MPMG-2010)

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,


paleontológico, ecológico e científico. (MPMG-2010/2013) (TJMT-2014) (MPAM-2015)

§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, PROMOVERÁ e PROTEGERÁ o


PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e
393
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. (TJTO-2007) (MPPB-2010) (MPMG-
2010/2012) (TJRJ-2012) (TJMA-2013) (TJAP-2014) (TJPR-2014) (MPSC-2014) (MPRS-2017) (TJMG-2018)

(MPMG-2018): São formas de promoção e de proteção do patrimônio cultural brasileiro o inventário, o


registro, a vigilância, o tombamento e a desapropriação, sem prejuízo de outras formas de acautelamento
e preservação. BL: art. 216, §1º, CF.

(TJDFT-2016-CESPE): Assinale a opção correta, segundo a qual a modalidade de intervenção na


propriedade privada sujeita o bem, cuja conservação seja de interesse público, por sua importância
histórica, artística, arqueológica, bibliográfica ou etnológica, a restrições parciais, mediante procedimento
administrativo: tombamento. BL: art. 216, §1º, CF e art. 1º do Dec.-Lei 25/3768.

(TJCE-2014-FCC): O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de determinado Município estudou uma


dança folclórica típica do local, pretendendo preservá-la. Para tanto, poderá registrar tal dança folclórica
por se tratar de patrimônio imaterial. BL: art. 216, I e II, CF.

##Atenção: O Decreto 3.551/00 foi instituído justamente por conta da lacuna constitucional em afirmar
qual instrumento adequado para a proteção de bem imaterial, onde constam as formas de expressão (inciso
I), e os modos de criar, fazer e viver (inciso II), ambos do art. 216 da CF. Para tanto, o referido decreto
instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial.

##Atenção: O registro do patrimônio imaterial é comumente confundido com o tombamento. No entanto,


diferencia-se deste, pois por considerar manifestações puramente simbólicas, não se presta a imobilizar ou
impedir modificações nessa forma de patrimônio. Seu propósito é inventariar e registrar as características
dos bens intangíveis, de modo a manter viva e acessível as tradições e suas referências culturais. No Brasil,
o registro em nível federal foi instituído pelo Decreto 3.551/00 (Fonte: Wikipedia).

(TJDFT-2012): Sobre intervenção do Estado na propriedade, é correto afirmar: Tombamento e


desapropriação, dentre outras, são ferramentas por meio das quais o Poder Público, com a colaboração da
comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro. BL: art. 216, §1º, CF.

§ 2º CABEM à ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, na forma da lei, a gestão da documentação


governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. (MPRS-2017)

§ 3º A lei ESTABELECERÁ INCENTIVOS para a produção e o conhecimento de bens e valores


culturais. (MPRS-2017)

§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei. (MPF-2011)

§ 5º FICAM TOMBADOS todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas


dos ANTIGOS QUILOMBOS. (TJAP-2008) (MPF-2011) (MPMG-2010/2013) (MPRS-2017) (TJMG-2018)
(TJRS-2018)

##Atenção: ##Doutrina: ##STF: ##TJRS-2018: ##VUNESP: Possibilidade ou não de instituição do


tombamento por meio da lei: A doutrina majoritária entende que ressalvado a hipótese instituída pelo
art. 216, §5º da CF/8869, o tombamento somente poderá ser instituído por ato do Poder Executivo, sendo
inviável a formalização por meio da legislação. Um dos argumentos contrários à impossibilidade
tombamento legal diz respeito à necessidade de análise técnica da presença do valor cultural do bem, o
que se dá por meio da instauração do devido processo administrativo perante o órgão ou entidade
administrativa composta por especialistas no assunto, com a observância da ampla defesa e do
contraditório. Portanto, ressalvada a hipótese trazida pela CF/88, o tombamento apenas será instituído
por meio de atos administrativos. (OLIVEIRA, Rafael. Curso de Direito Administrativo. Ed. Método, 2020,
p. 596-597). Todavia, o STF já admitiu o tombamento provisório por lei de efeitos concretos, o que
demandaria a continuidade dos atos de pelo Poder Executivo. É nesse sentido, a conclusão que se extrai

68 Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no
país e cuja conservação seja de interêsse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil,
quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
69 Art. 216. (...) § 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas

dos antigos quilombos.


394
do seguinte trecho da ACO 1208, julgada pelo STF: “a Lei estadual 1.526/1994 configura tombamento de ofício
e provisório, o qual é possível de ocorrer por ato legislativo, necessitando de posterior implementação pelo
Poder Executivo, mediante notificação ao ente federativo proprietário do bem, nos termos do art. 5º do Decreto-Lei
25/37, oportunidade em que será exercido o contraditório e a ampla defesa.” Desse modo, o Relator entendeu que
não existe vedação ao tombamento feito por ato legislativo, visto que tal providência possui caráter
provisório, ficando o tombamento permanente, este sim, restrito a ato do Executivo.

§ 6º É FACULTADO aos Estados e ao Distrito Federal VINCULAR a FUNDO ESTADUAL DE


FOMENTO À CULTURA até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o
financiamento de programas e projetos culturais, VEDADA a aplicação desses recursos NO
PAGAMENTO DE: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (TRF1-2009) (MPMG-2013)
(MPRS-2017)

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
(MPMG-2013) (MPRS-2017)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (MPMG-2013)


(MPRS-2017)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (MPRS-2017)

Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma


descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de
cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo
promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012)

§ 1º O SISTEMA NACIONAL DE CULTURA FUNDAMENTA-SE na política nacional de cultura e


nas suas diretrizes, ESTABELECIDAS no Plano Nacional de Cultura, e REGE-SE pelos SEGUINTES
PRINCÍPIOS: Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012) (TJSC-2015)

I - diversidade das expressões culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012 (MPRS-
2014) (TJPE-2015)

II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº
71, de 2012 (TJPE-2015)

III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural;
Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas;


Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº
71, de 2012 (TJPE-2015)

VII - transversalidade das políticas culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

IX - transparência e compartilhamento das informações; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71,


de 2012

395
(TJPE-2015-FCC): Nos termos do texto constitucional, o Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na
política nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se,
entre outros, pelos princípios da transversalidade das políticas culturais e da transparência e
compartilhamento das informações. BL: art. 216-A, §1º, VII e IX, CF.

X - democratização dos processos decisórios com participação e controle social; Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012 (TJMT-2014) (TJPE-2015)

XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura. Incluído
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012 (TJPE-2015)

##Atenção: ##Cartórios/TJPR-2019: O Sistema Nacional de Cultural é orientado, de modo primordial,


pelo plano nacional de cultura, que tem duração plurianual. A Lei Rouanet é apenas um dos instrumentos
de um sistema de cultura.

§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação:


Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

I - órgãos gestores da cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

II - conselhos de política cultural; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

III - conferências de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

IV - comissões intergestores; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

V - planos de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VI - sistemas de financiamento à cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VII - sistemas de informações e indicadores culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012

VIII - programas de formação na área da cultura; e Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

IX - sistemas setoriais de cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua
articulação com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo. Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura


em leis próprias. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

Seção III
DO DESPORTO

Art. 217. É DEVER do Estado FOMENTAR práticas desportivas formais e não-formais, como direito
de cada um, observados: (TJDFT-2014)

I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e


funcionamento;

396
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos
específicos, para a do desporto de alto rendimento;

III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;

IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.

§ 1º O Poder Judiciário SÓ ADMITIRÁ ações relativas à DISCIPLINA e às COMPETIÇÕES


DESPORTIVAS após esgotarem-se as instâncias DA JUSTIÇA DESPORTIVA, regulada em lei. (TJDFT-
2007) (TJPA-2012) (MPMG-2013) (TJMT-2014) (MPRS-2014) (TJMS-2020)

(TJAL-2019-FCC): Em relação à jurisdição, é correto afirmar que só haverá atividade jurisdicional relativa
à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva reguladas
em lei. BL: art. 217, §1º, CF (proc. civil).

(TRF4-2009): Até que sejam esgotadas as instâncias legais da justiça desportiva, no prazo constitucional,
não caberá ao Poder Judiciário conhecer de ações relativas à disciplina e às competições esportivas. BL: art.
217, §1º, CF.

§ 2º A JUSTIÇA DESPORTIVA TERÁ o prazo máximo de sessenta dias, CONTADOS da


instauração do processo, para proferir decisão final. (MPMG-2013)

§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação


científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista
o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
85, de 2015)

§ 2º A PESQUISA TECNOLÓGICA VOLTAR-SE-Á preponderantemente para a solução dos


problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional. (MPPB-2010)
(TJAL-2015) (Cartórios/TJPR-2019)

§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e
inovação, inclusive por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e CONCEDERÁ aos que delas
se ocupem meios e condições especiais de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de
2015) (TJAL-2015)

§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada
ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração
que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da
produtividade de seu trabalho. (TJAL-2015) (Cartórios/TJPR-2019)

§ 5º É FACULTADO aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a
entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica. (TRF2-2009)

(TRF5-2009-CESPE): No que concerne à ordem social, assinale a opção correta: É facultado aos estados e
ao DF vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa
científica e tecnológica. BL: art. 218, §5º, CF.

397
§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput , estimulará a articulação entre entes, tanto
públicos quanto privados, nas diversas esferas de governo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de
2015)

§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das instituições públicas de ciência,


tecnologia e inovação, com vistas à execução das atividades previstas no caput. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219. O MERCADO INTERNO integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a
viabilizar o desenvolvimento cultural e socioeconômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica
do País, nos termos de lei federal.

(TJDFT-2014-CESPE): Acerca do direito concorrencial, assinale a opção correta: Por disposição


constitucional, o mercado interno integra o patrimônio nacional e deve ser incentivado, de forma a
viabilizar o desenvolvimento socioeconômico do país. BL: art. 219, CF (empresarial).

Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas, bem
como nos demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos
e de demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a criação,
absorção, difusão e transferência de tecnologia. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar instrumentos de
cooperação com órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o compartilhamento
de recursos humanos especializados e capacidade instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de
desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante contrapartida financeira ou não financeira
assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em regime
de colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o desenvolvimento
científico e tecnológico e a inovação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) (TJAL-2015)

(TJSC-2015-FCC): Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação − SNCTI, segundo expressa


disposição constitucional, será organizado em regime de colaboração entre entes, tanto públicos quanto
privados, com vistas a promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação. BL: art. 219-B,
CF.

§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85,
de 2015)

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorrentemente sobre suas


peculiaridades. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

##Atenção: Há na CF/88 uma previsão expressa de competência legislativa concorrente do MUNICÍPIO


(art. 219-B, CF).

CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma,
processo ou veículo NÃO SOFRERÃO QUALQUER RESTRIÇÃO, observado o disposto nesta
Constituição. (TJPR-2008) (TRF5-2009) (MPSP-2011) (TJBA-2019)

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação
jornalística em qualquer veículo de comunicação social, OBSERVADO o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e
XIV. (TJBA-2019)

Art. 5º. (...).


IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

398
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem; (...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (...)
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional; (...)

§ 2º É VEDADA toda e qualquer CENSURA de natureza política, ideológica e artística. (TJBA-2019)

§ 3º COMPETE à LEI FEDERAL: (TJMG-2005) (TJPR-2008) (TRF5-2009)

I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza
deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre
inadequada; (TJPR-2008) (TRF5-2009)

II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de


programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da
propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente. (TJMG-
2005)

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará


sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário,
advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.

§ 5º Os meios de comunicação social NÃO PODEM, direta ou indiretamente, SER objeto de


MONOPÓLIO ou OLIGOPÓLIO. (MPSP-2011)

§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação INDEPENDE DE LICENÇA de autoridade.


(TJPR-2008) (TRF4-2009)

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes
princípios: (TJMG-2005)

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; (TJMG-2005)

II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua
divulgação; (TJMG-2005)

III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos


em lei; (TJMG-2005)

IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. (TJMG-2005)

Art. 222. A propriedade de EMPRESA JORNALÍSTICA e de RADIODIFUSÃO sonora e de sons e


imagens É PRIVATIVA de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
CONSTITUÍDAS sob as leis brasileiras e que TENHAM sede no País. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 36, de 2002) (TRF1-2009) (TRF2-2009) (TJDFT-2011) (TJSE-2015) (MPSC-2019) (Aud.
Fiscal-SEFAZ/RS-2019)

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das
atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de
2002)

399
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são
privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação
social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para a


prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que
também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o § 1º. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão comunicadas ao


Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

Art. 223. COMPETE ao Poder Executivo OUTORGAR e RENOVAR CONCESSÃO, PERMISSÃO e


AUTORIZAÇÃO para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da
complementaridade dos sistemas privado, público e estatal. (TRF2-2009) (TRF4-2009) (MPF-2012) (TJSE-
2015)

(Aud. Fiscal-SEFAZ/RS-2019-CESPE): A exploração de serviços de radiodifusão sonora bem como de sons


e imagens pode ocorrer mediante autorização, permissão e concessão. BL: arts. 21, XII, “a” e art. 223, CF.

§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da
mensagem.

§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois


quintos do Congresso Nacional, em votação nominal. (TJSE-2015)

§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso
Nacional, na forma dos parágrafos anteriores. (TRF2-2009) (MPF-2012)

§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial.

§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para
as de televisão.

(TJSE-2015-FCC): Ao disciplinar a exploração do serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, a


Constituição da República estabelece que, o prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as
emissoras de rádio e de quinze para as de televisão, dependendo de decisão judicial o cancelamento da
concessão ou da permissão, antes de vencido o prazo. BL: art. 223, §§ 4º e 5º da CF/88.

OBS: PRAZO DA CONCESSÃO OU PERMISSÃO:


• 10 ANOS = RÁDIO
• 15 ANOS = TELEVISÃO

- Só pode extinguir antes do prazo por meio de decisão judicial.

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional INSTITUIRÁ, como seu
órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei. (TJSE-2015)

CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. TODOS TÊM direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, IMPONDO-SE ao PODER PÚBLICO e à COLETIVIDADE
o dever de DEFENDÊ-LO e PRESERVÁ-LO para as presentes e futuras gerações. (TJAP-2008) (MPMT-
2008) (MPCE-2009) (MPDFT-2009) (TRF1-2009) (TRF5-2009) (TJSC-2010) (MPES-2010) (MPGO-2010)
(MPRO-2010) (TJRO-2011) (MPSP-2011) (MPF-2011) (TJPR-2010/2011/2012) (TJBA-2012) (TJRJ-2011/2013)
400
(TJRN-2013) (TJPE-2013) (TJCE-2012/2014) (TJDFT-2014) (TJAM-2016) (TJRS-2016) (TJSP-2014/2017)
(MPBA-2018) (MPMG-2010/2019) (TJAC-2019)

#Atenção: #STF: #DOD: #TJCE-2018: #TJSC-2019: #CESPE: As leis estaduais que proíbem o uso do
amianto são constitucionais. O art. 2º da Lei federal 9.055/95, que autorizava a utilização da crisotila
(espécie de amianto), é inconstitucional. Houve a inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica
material) da Lei 9.055/95, por ofensa ao direito à saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao dever estatal de redução
dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança (art. 7º, inciso XXII,
CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88). Com isso, é proibida, em todo o Brasil, a
utilização de qualquer forma de amianto. STF. Plenário. ADI 3937/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red.
p/ o ac. Min. Dias Toffoli, j. 24/8/17 (Info 874). STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa
Weber, j. 29/11/17 (Info 886).

#Atenção: #STF: #TJMG-2012: #VUNESP: ##MPRO-2010: #TJPR-2017: #CESPE: Em ação ambiental,


impõe-se a inversão do ônus da prova, cabendo ao empreendedor, no caso concreto o próprio Estado,
responder pelo potencial perigo que causa ao meio ambiente, em respeito ao princípio da precaução.70
(STJ. 2ª T., REsp 1237893/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 24/09/13).
(TJPR-2017-CESPE): O MP ajuizou ACP por dano ambiental contra um estado federado que permitiu a uma
empresa agrícola reflorestar uma grande área degradada com mudas de árvores transgênicas. O MP alegou
que, quando crescessem, tais árvores poderiam ter impacto na hidrologia da região, entre outras repercussões
desconhecidas, por serem mudas modificadas. Na defesa, o réu alegou que a empresa agrícola tinha de ser
citada em litisconsórcio necessário; que o MP não se desincumbiu do ônus de provar o dano à hidrologia do
terreno; que a utilização das mudas transgênicas decorreu de força maior, por terem as nativas sido destruídas
em um incêndio pouco antes da época própria para o plantio. Nessa situação hipotética, de acordo com a
jurisprudência do STJ, é aplicável o princípio da precaução, impondo-se a inversão do ônus probatório. BL:
art. 225, caput da CF e Entendimento do STJ.
(TJMG-2012-VUNESP): Em se considerando que o princípio da precaução e o princípio da prevenção já se
encontram instrumentalizado no art. 225, caput, da CF/1988, é correto afirmar que o princípio da precaução
pressupõe a inversão do ônus probatório. BL: art. 225, caput da CF e Entendimento do STJ.
(MPRO-2010-CESPE): O princípio da precaução pode ser invocado para inverter o ônus da prova em
procedimento ambiental. BL: art. 225, caput da CF e Entendimento do STJ.
#Atenção: O princípio da precaução determina que não se podem produzir intervenções no meio ambiente
antes que as incertezas científicas sejam equacionadas, de modo que a intervenção não seja adversa ao meio
ambiente. Assim, transfere-se àquele que pretende utilizar os recursos naturais todo o encargo de provar que
sua conduta não foi lesiva. Cabe, na situação, a inversão do ônus da prova calcada no princípio da precaução.

(TJPR-2019-CESPE): Considerando-se o surgimento e a evolução dos direitos fundamentais em gerações,


é correto afirmar que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado, pela doutrina,
direito de terceira geração. BL: art. 225, CF.
(TJPA-2019-CESPE): Segundo a jurisprudência do STF, o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado constitui um direito fundamental de terceira geração, pautado na solidariedade. BL: art. 225, CF.
(TJSP-2013-VUNESP): O direito ao meio ambiente, como direito de terceira geração ou terceira dimensão,
apresenta uma estrutura bifronte, cujo significado consiste em contemplar direito de defesa e direito
prestacional.
##Atenção: #MPRO-2010: #TJPA-2019: #TJPR-2019: #CESPE: O direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado é exemplo de direito de terceira geração/dimensão, com expressa previsão na CF/88. Trata-se de
um direito de defesa (ou seja, que busca defender o meio ambiente por meio de proibições às pessoas) e
prestacional (exige prestações comissivas ou positivas do Estado e da coletividade).

(TJRO-2019-VUNESP): O art. 225 da CF/1988 constitui inovação no direito constitucional nacional, uma
vez que, utilizando-se de instrumentos existentes na Lei 6.938/81 (Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente), elevou ao plano da Constituição a temática ambiental. (Maria Luiza Machado Granziera,
Direito Ambiental, 5ª edição ver. e atual., editora Foco, 2019, p. 71) Sobre Constituição e o Meio Ambiente,
é correto afirmar que a expressão “bem de uso comum do povo”, que define o meio ambiente na
Constituição, refere-se muito mais a interesse, ou necessidade, do que a propriedade ou domínio. BL: art.
225, CF.

70 Trecho de outro julgado do STJ sobre o tema: “(...) O princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus
probatório, competindo a quem supostamente promoveu o dano ambiental comprovar que não o causou ou que a substância
lançada ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva.” (STJ. 2ª T., REsp 1060753/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, j.
01/12/09)
401
#Atenção: O art. 225, caput da CF/88, ao proteger o meio ambiente e elevar a sua proteção - como efeito da
constitucionalização, que subtrai os temas que normatiza de um exclusivo debate político-legislativo
ordinário. A expressão “bem de uso comum do povo” não possui a conotação que lhe é atribuída pelo
CC/02 e usualmente manejada no Direito Administrativo, prevista no art. 99, I, do CC/02. Nessa
tradicional conotação, bem de uso comum do povo consiste numa espécie de bem público, e portanto
inserido na temática da dominialidade ou propriedade dos bens pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno (art. 98, CC). A adequada interpretação, segundo balizada doutrina ambientalista,
é no sentido de que o meio ambiente é um bem difuso, de titularidade difusa e de interesse de todos e,
ademais, na esteira da jurisprudência do STF, um bem necessário à realização da própria dignidade da
pessoa humana. Segundo CANOTILHO, as constituições protetivas do meio ambiente entabulam um
estado constitucional socioambiental.

(TJMT-2018-VUNESP): A Declaração de Estocolmo, marco na abordagem do meio ambiente como um


todo e objeto de preocupação de toda humanidade, estabeleceu 26 princípios. No princípio 1, fixa-se a
obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações presentes e futuras, inspirando o caput
do art. 225 da CF/1988, que trata do meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito de todos,
impondo-se ao poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações. O princípio aí tratado identifica-se com o do meio ambiente como um direito humano.
BL: art. 225, caput, CF e Princípio 1 da Declaração de Estocolmo de 197271.

#Atenção: Princípio do Meio Ambiente como um Direito Humano: há autores que o identificam como
Dignidade da Pessoa Humana, como Paulo de Bessa Antunes. Embora tenha sido tímida nos avanços
concretos em relação a regras de Direito Ambiental se comparada à Rio 92, a Declaração de Estocolmo
considerou desde logo que “os dois aspectos do meio ambiente humano, o natural e o artificial, são essenciais para
o bem-estar do homem e para o gozo dos direitos humanos fundamentais, inclusive o direito à vida mesma”. E
inaugura os seus princípios com: “O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de
condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de
bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras”.
Inspirado neste princípio da Declaração de Estocolmo (depois reafirmado na Declaração do Rio) - seja
considerando-o como direito humano ou subprincípio da dignidade da pessoa humana - o constituinte
elaborou o caput do artigo 225 da CF/88.

(TJMG-2018-Consulplan): O meio ambiente ecologicamente equilibrado, como prevê o Art. 225 da


Constituição da República Federativa do Brasil, pressupõe limitação da propriedade privada. BL: art. 1228,
§1º, CC/02 c/c art. 225, CF. (ambiental)

(TJRJ-2016-VUNESP): No que diz respeito ao direito ambiental e à aplicação das normas constitucionais
ambientais, assinale a opção correta: O reconhecimento material do direito fundamental ao ambiente
justifica-se na medida em que tal direito é extensão do direito à vida, sob os aspectos da saúde e da
existência digna com qualidade de vida, ostentando o status de cláusula pétrea, consoante entendimento
do STF. BL: art. 225, CF e RE 134297 do STF. (ambiental)

#Atenção: #TJDFT-2014: #CESPE: “[...] adequadas condições de vida em um ambiente saudável ou, na
literalidade da lei, ‘ecologicamente equilibrado’, como disposto no caput do artigo 225 da Constituição
Federal, fazem parte dos direitos e deveres individuais e coletivos dispostos no artigo 5º da Magna Carta,
direito esse já reconhecido na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, no ano de
1972. Por estar umbilicalmente ligado ao direito à vida, a fundamentalidade do Direito Ambiental
ostenta, a nosso ver, o status de verdadeira cláusula pétrea”. (MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente. 2. Ed.
– São Paulo: Editora RT, 2001. P. 44-48).

(TJRS-2016-Faurgs): Acerca dos princípios de Direito Ambiental, assinale a alternativa correta: O princípio
da solidariedade intergeracional está interligado ao princípio da sustentabilidade, considerando que a
preocupação dos defensores do princípio da solidariedade intergeracional (intergenerational equity) é
assegurar o aproveitamento racional dos recursos ambientais, de forma que as gerações futuras também
possam deles tirar proveito. BL: Princípio 3 da Declaração e art. 225, caput da CF/88.

71Princípio 1: O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida
adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar,
tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. A este
respeito, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão
colonial e outras formas de opressão e de dominação estrangeira são condenadas e devem ser eliminadas.
402
#Atenção: Segundo a doutrina, o Princípio 3 da Declaração do Rio72 refere-se ao desenvolvimento
sustentável, levando-nos a concluir que ele está, como diz a assertiva, interligado ao princípio da
solidariedade intergeracional.

(TJRR-2015-FCC): Tomando por fato real e cientificamente comprovado que o rápido avanço do
desmatamento irregular da floresta amazônica é um fator gerador da grave e crescente crise hídrica que
atinge as regiões nordeste e sudeste brasileiras, essa atividade fere o Princípio da Solidariedade
Intergeracional. BL: art. 225, CF/88.

#Atenção: ##MPSP-2011: As presentes gerações devem preservar o meio ambiente e adotar políticas
ambientais para a presente e as futuras gerações. Para tanto, não podem utilizar os recursos ambientais de
maneira irracional, de modo a privar seus descendentes do seu desfrute. Nesse sentido, a CF/88 consagra
o princípio da solidariedade intergeracional, ao conferir ao Poder Público e à coletividade o dever de
defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, conforme se extrai da parte
final do caput do art. 225 da Lei Suprema ("defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações").

(TJSC-2015-FCC): O Meio Ambiente, bem de uso comum do povo, consistente no equilíbrio ecológico e na
higidez do meio e dos recursos naturais, é bem comum, geral, difuso, indivisível, indisponível e
impenhorável.

#Atenção: O legislador constituinte reconheceu expressamente o direito fundamental ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado (art. 225, caput), de terceira dimensão, pois coletivo, transindividual, com
aplicabilidade imediata, vez que sua incidência independe de regulamentação. O bem ambiental é
autônomo, imaterial e de natureza difusa, transcendendo à tradicional classificação dos bens em públicos
(das pessoas jurídicas de direito público) e privados, pois toda a coletividade é titular desse direito (bem
de uso comum do povo). Assim sendo, o meio ambiente ecologicamente equilibrado foi afetado ao uso
comum do povo, não podendo ser desafetado, sob pena de violação constitucional. O direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado é formalmente e materialmente fundamental, pois além de estar
previsto na Lei Maior (aspecto formal), é condição indispensável para a realização da dignidade da pessoa
humana (aspecto material), fonte da qual provêm todos os direitos fundamentais. Como direito
fundamental que é, possui as seguintes características: • Historicidade (decorre de conquistas por lutas
dos povos em prol da defesa do meio ambiente); • Universalidade (são dirigidos a toda a população
mundial, muito embora exista variações entre as legislações das nações); • Irrenunciabilidade (o povo não
poderá abrir mão do direito ao equilíbrio ambiental); • Inalienabilidade (está fora do comércio); •
Limitabilidade (são direitos relativos, pois nenhum direito fundamental é absoluto, podendo ceder, no
caso concreto, em razão de outro direito fundamental inconciliável na hipótese, mediante o juízo de
ponderação, norteada pela proporcionalidade); • Imprescritibilidade (não prescrevem pelo não exercício).

(TJAP-2014-FCC): Uma indústria emissora de gases poluentes possui projeto para se instalar em zona
industrial cuja capacidade de suporte de poluição já está saturada. Nesse caso, em obediência ao princípio
da prevenção, o projeto deverá ser rejeitado pelo órgão ambiental. (ambiental)

(TJCE-2014-FCC): A Defensoria Pública do Estado do Ceará ajuizou uma ação civil pública em face do
Estado do Ceará, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela, para paralisar o licenciamento ambiental
de uma rodovia estadual ao argumento de não haver sido considerada uma alternativa locacional
apontada pelo EIA-RIMA como mais adequada a se preservar a diversidade e a integridade de um
importante patrimônio genético em estudo. Como Juiz, deve ser concedida a tutela antecipada com
fundamento no princípio da prevenção. (ambiental)

(TJBA-2012-CESPE): A constitucionalização da proteção ambiental, de forma específica e global, ocorreu


sob a égide da Constituição de 1988.

(MPF-2012): A previsão do direito ao meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, na Constituição


brasileira de 1988. identifica-se com a concepção de uma "Constituição dirigente", segundo a qual a Estado
deve desempenhar um papel primordial na promoção e na realização de direitos e benefícios titularizados
pela coletividade. BL: art. 225, CF.

72PRINCÍPIO 3 - O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas
equitativamente as necessidades de gerações presentes e futuras.
403
(TJPA-2009-FGV): A CF/1988 assevera que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”. A esse respeito, é correto
inferir que a concepção constitucional sobre meio ambiente é antropocêntrica. (ambiental)

#Atenção: Essa concepção enxerga a natureza como um bem coletivo essencial, que merece ser preservado
como garantia de sobrevivência de bem-estar do homem.

§ 1º Para assegurar a EFETIVIDADE DESSE DIREITO, INCUMBE ao Poder Público: (MPSP-2011)

I - PRESERVAR e RESTAURAR os processos ecológicos essenciais e PROVER o manejo ecológico


das espécies e ecossistemas; (MPPE-2008) (TRF4-2009) (TJMA-2013) (TJSP-2015) (MPMG-2019)

II - PRESERVAR a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e FISCALIZAR as


entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (TRF4-2009) (TRF5-2009) (TJMA-
2013) (TJSP-2015) (TJRS-2016) (TJMT-2009/2018)

(TJAC-2019-VUNESP): Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (Caput do art. 225 da CF/88) Nesse
sentido, é correto afirmar que incumbe ao Poder Público preservar a diversidade e a integridade do
patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético. BL: art. 225, §1º, II, CF (amb.)

(TJBA-2012-CESPE): Como a CF determina que a fiscalização da pesquisa e da manipulação de material


genético deve ser realizada sob a perspectiva ambiental, aplica-se o princípio da precaução a esse tema.
(amb.)

#Atenção: O princípio da precaução é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado
atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados. A ausência de certeza científica absoluta não
deve servir de pretexto para postergar a adoção de medidas efetivas de modo a evitar a degradação
ambiental. É ele o princípio aplicável em caso de fiscalização da pesquisa e da manipulação de material
genético.

III - DEFINIR, em todas as unidades da Federação, ESPAÇOS TERRITORIAIS e seus componentes


a SEREM ESPECIALMENTE PROTEGIDOS, sendo a alteração e a supressão permitidas SOMENTE
através de lei, VEDADA qualquer utilização que COMPROMETA a integridade dos atributos que
JUSTIFIQUEM sua proteção; (TJPI-2007) (TRF5-2009) (MPF-2005/2011) (TJRJ-2011) (PGERS-2011) (TJPE-
2013) (TJSP-2015) (TJPB-2015) (TJAM-2016) (TJCE-2012/2018) (TJMT-2014/2018) (MPBA-2018) (TJPR-2019)

#Atenção: #STF: #DOD: É inconstitucional lei estadual prevendo que é possível a supressão de vegetal
em Área de Preservação Permanente (APP) para a realização de “pequenas construções com área máxima
de 190 metros quadrados, utilizadas exclusivamente para lazer”. Essa lei possui vícios de
inconstitucionalidade formal e material. Há inconstitucionalidade formal porque o Código Florestal
(lei federal que prevê as normas gerais sobre o tema, nos termos do art. 24, § 1º, CF/88) não permite a
instalação em APP de qualquer tipo de edificação com finalidade meramente recreativa. Existe também
inconstitucionalidade material porque houve um excesso e abuso da lei estadual ao relativizar a
proteção constitucional ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cujo titular é a coletividade, em
face do direito de lazer individual, violando o art. 225, caput e § 1º, III, da CF/88. STF. Plenário. ADI
4988/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 19/9/18 (Info 916).

#Atenção: #STF: #DOD: É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais


especialmente protegidos, como é o caso das unidades de conservação, por meio de medida provisória.
Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88. Assim, a redução ou supressão de unidade de conservação
somente é permitida mediante lei em sentido formal. A medida provisória possui força de lei, mas o art.
225, § 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido estrito. Portanto, é possível a edição de medidas provisórias
tratando sobre matéria ambiental, mas sempre veiculando normas favoráveis ao meio ambiente. A
proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não
conste expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. STF. Plenário. ADI
4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 5/4/18 (Info 896).

404
#Questiona-se: Mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 fala em espaços territoriais especialmente protegidos...
isso abrange as unidades de conservação? SIM. As unidades de conservação são uma das espécies de
espaços territoriais especialmente protegidos. Podemos citar outros dois exemplos:
• Áreas de Preservação Permanente (APP);
• Áreas de Reserva Legal.

(TJAL-2019-FCC): A disciplina constitucionalmente estabelecida para a proteção do meio ambiente


introduziu, como obrigação do poder público, a definição dos espaços territoriais a serem especialmente
protegidos, impondo tal obrigação a todas as unidades da federação, sem, contudo, estabelecer um
conceito único de espaço territorial especialmente protegido, podendo tal proteção alcançar áreas públicas
ou privadas. BL: art. 225, §1º, III, CF. (amb.)

(TJPE-2013-FCC): Suponha a existência de determinada lei ordinária que permita o exercício de


determinadas atividades econômicas em áreas de preservação permanente, sob o fundamento de interesse
público ou de indispensabilidade à segurança nacional. Esta lei ainda confere à autoridade ambiental a
competência de permitir, em cada caso concreto, o exercício dessas atividades econômicas sempre que o
permissivo legal estiver configurado. Tendo em vista a disciplina constitucional sobre a matéria,
semelhante lei, em tese, seria constitucional, desde que as atividades econômicas permitidas na área de
preservação permanente não comprometam a integridade dos atributos que justificaram a sua proteção
especial. BL: art. 225, §1º, III, CF. (amb.)

#Atenção: Transpondo-se o conteúdo do artigo especificamente para o caso em tela, pode-se declarar a
constitucionalidade da lei sob exame, já que a utilização econômica da APP, da forma como ventilada na
assertiva, não compromete a integridade dos atributos que justificaram a proteção especial.

(TJMA-2013-CESPE): As unidades de conservação são espécies do gênero definido como espaço territorial
especialmente protegido, que comporta, entre outros espaços protegidos, os territórios indígenas. BL: art.
2º, I, SNUC e art. 225, §1º, III, CF/88.

#Atenção: A CF/88 estabeleceu, no art. 225, §1º, III, que incumbe ao Poder Público o dever de definir, em
todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos.
O legislador pátrio, por sua vez, preconizou, no art. 2º, I da Lei 9985/00, que a unidade de conservação é
o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características
naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
Portanto, as unidades de conservação, assim como as áreas de preservação permanente, a reserva legal e
asa terras indígenas são espaços territoriais especialmente protegidos, com requisitos diferenciados para
sua exploração e preservação (art. 231, §3º, CF/88). Assim sendo, percebe-se que a unidade de conservação
é uma dentre várias espécies de espaço territorialmente protegido. Cumpre ressaltar que as terras
indígenas (assim como os sítios remanescentes de quilombos) não foram previstas na Lei 9985/00, razão
pela qual não são consideradas espécies de unidades de conservação da natureza. No entanto, constituem
espaços territorialmente protegidos.

IV - EXIGIR, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de


significativa degradação do meio ambiente, ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL, a que SE
DARÁ publicidade; (TJRR-2008) (MPPR-2008) (TRF1-2009) (MPES-2010) (MPRO-2010) (TJPB-2011)
(TJRO-2011) (PGERO-2011) (TJGO-2012) (TJPA-2012) (MPF-2012) (TJMA-2013) (TJAP-2008/2014) (TJDFT-
2014) (TJMT-2014) (TJSP-2008/2015) (TJRS-2016) (TJCE-2018) (MPBA-2018) (MPMG-2010/2019) (TJPA-
2019) (TJAC-2019)

(TJMS-2020-FCC): O MP ajuizou uma ação civil pública visando à declaração de nulidade de


licenciamento ambiental conduzido por estudo ambiental diverso do Estudo de Impacto Ambiental e
Respectivo Relatório (EIA-RIMA). O Magistrado deverá determinar a produção de prova pericial para
aferir a necessidade de elaboração do EIA-RIMA no licenciamento ambiental. BL: art. 3º, Res. 237/9773 e
art. 225, §1º, IV, CF.

73 Art. 3º. A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente
causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo
relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de
audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação. Parágrafo único. O órgão ambiental
405
#Atenção: ##MPF-2012: #TJMS-2020: #FCC: De início, vale ressaltar que apenas quando a obra o
atividade for potencialmente causadora de significativa degradação ambiental será imprescindível a
realização de estudo prévio de impacto ambiental, sob pena de nulidade da licença ambiental, nos
termos do art. 225, §1º, IV, da CF. Portanto, segundo a CF/88, nem sempre será exigido estudo de impacto
ambiental. Tal compreensão também pode ser extraída do art. 3º da Res. 237/97. Desta forma, a produção
de prova pericial é imprescindível para a aferição da necessidade ou não do EIA-RIMA.74

(MPCE-2020-CESPE): Ao avaliar um pedido de autorização do uso de determinado agrotóxico, o órgão


ambiental competente, pautado em estudos científicos, autorizou o uso do produto. Para decidir,
considerou que, no atual estágio do conhecimento científico, inexiste comprovação de efeitos nocivos à
saúde humana decorrentes da exposição ao referido agrotóxico, conforme parâmetros propostos pela
Organização Mundial de Saúde: Considerando-se que, nessa situação hipotética, o risco de exposição ao
agrotóxico possa ser mensurado, é correto afirmar, com base na jurisprudência do STF, que a decisão do
órgão ambiental está pautada no princípio da prevenção. BL: art. 225, §1º, IV, CF.

#Atenção: #TRF1-2009: #MPES-2010: ##MPRO-2010: #CESPE: #TJAC-2019: #VUNESP: O princípio da


PREVENÇÃO incide naquelas hipóteses em que os riscos são conhecidos e PREVISÍVEIS, gerando o
dever de o Estado exigir do responsável pela atividade a adoção de providências buscando ou eliminar
ou minimizar os danos causados ao meio ambiente. Por outro lado, o princípio da PRECAUÇÃO incide
nas situações em que os riscos são desconhecidos e IMPREVISÍVEIS. Por meio dele, impõe-se à
Administração um comportamento muito mais restritivo, fiscalizando atividades potencialmente
poluidoras e, inclusive, negando o pedido de licença ambiental, porquanto entende-se que o meio
ambiente deve ter em seu favor o benefício da dúvida no caso de incerteza (in dubio pro natura).

(MPPI-2019-CESPE): O estudo prévio de impacto ambiental é previsto expressamente na CF/88. BL: art.
225, §1º, IV, CF.

(TJMT-2018-VUNESP): O art. 225 da CF/88 impõe ao Poder Público diversas incumbências destinadas a
assegurar a efetividade do direito de todos a um meio ambiente sadio. Para assegurar a efetividade desse
direito, incumbe ao Poder Público: exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade. BL: art. 225, §1º, IV, CF.

(TJSP-2014-VUNESP): O EIA – Estudo de Impacto Ambiental constitui-se em um dos mais importantes


instrumentos de proteção ao meio ambiente. Sua existência encontra-se calcada no princípio da prevenção.
BL: art. 225, §1º, IV, da CF.

#Atenção: A relação do princípio da prevenção com o EIA é evidente. Existe, inclusive, lições doutrinária
que apresentam essa relação. Na prática, o princípio da prevenção tem como objetivo impedir a ocorrência
de danos ao meio ambiente, através da imposição de medidas acautelatórias, antes da implementação de
empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. O estudo de impacto
ambiental, previsto no art. 225, § 1º, IV, da CF/1988, é exemplo típico desse direcionamento preventivo
(MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 9ª ed. São Paulo, Revista dos Tribunais, 2014, p. 266).

(TJMG-2014): O estudo prévio de impacto ambiental constitui exigência feita pelo poder público em
cumprimento ao princípio da prevenção, de ordem constitucional. BL: art. 225, §1º, IV, da CF.

#Atenção: #MPES-2010: #CESPE: Indubitavelmente, este é um dos reflexos do princípio da prevenção,


segundo o qual é impossível ou extremamente difícil a reconstituição do meio ambiente, daí a necessidade
de adoção de medidas que previnam a possibilidade de danos ao meio ambiente.

(TJAP-2014-FCC): O Estudo de Impacto Ambiental e respectivo relatório (EIA-RIMA) é exigido no


licenciamento de obra ou atividade potencialmente causadora de significativo impacto ambiental. BL: art.
225, §1º, IV, da CF.

competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa


degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento.
74 (MPF-2012): Em se tratando de atividades ou obras potencialmente causadoras de significativa degradação do

meio ambiente, a ausência de estudo prévio de impacto ambiental vicia o procedimento de licenciamento,
sujeitando-o a nulidade. BL: art. 3º, Res. 237/97 e art. 225, §1º, IV, CF.
406
V - CONTROLAR a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
COMPORTEM RISCO para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (MPRO-2010) (TJMT-2018)
(MPCE-2020)

#Atenção: #MPCE-2020: #CESPE: Princípio do Limite: Estabelece que a fixação dos padrões ambientais
compatíveis com o meio ambiente equilibrado deve ser estabelecido pelo Poder Público. Cabe ao Poder
Público definir o limite do que se considera socialmente tolerável. Cuida-se do dever estatal de editar e
efetivar normas jurídicas que instituam padrões máximos de poluição, a fim de mantê-la dentro de bons
níveis para não afetar o equilíbrio ambiental e a saúde pública. Encontramos nas Resoluções do CONAMA
padrões relativos à qualidade da água, à emissão de ruídos, à emissão de gases poluentes, etc. Previsão
constitucional: Art. 225, § 1º, V da CF.

VI - PROMOVER a EDUCAÇÃO AMBIENTAL em todos os níveis de ensino e a conscientização


pública para a preservação do meio ambiente; (MPPR-2008) (MPRO-2010) (TJMT-2018) (MPMG-2019)

(TJPI-2012-CESPE): Em consonância com o princípio da participação e informação, a CF determina


expressamente que o Poder Público promova educação ambiental em todos os níveis de ensino. BL: art.
225, §1º, VI, CF. (ambiental)

(TJPB-2011-CESPE): A necessidade da educação ambiental é princípio consagrado pelas Nações Unidas e


pelo ordenamento jurídico brasileiro, e, nesse sentido, a CF determina ao poder público a incumbência de
promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino. BL: art. 225, §1º, VI, CF. (ambiental)

#Atenção: O marco inicial da educação ambiental em âmbito internacional é a Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972. A partir dessa data, a educação
ambiental foi conquistando uma importância crescente no âmbito internacional e nacional. A educação
ambiental é regulamentada pela Lei 9795/99, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental.

VII - PROTEGER a FAUNA e a FLORA, VEDADAS, na forma da lei, AS PRÁTICAS que


COLOQUEM em risco sua função ecológica, PROVOQUEM a extinção de espécies ou SUBMETAM os
animais a crueldade. (MPCE-2009) (TRF5-2009) (MPRO-2010) (MPF-2011) (PGERS-2011) (TJMG-2018)
(TJMT-2018) (MPMG-2010/2019)

(MPPE-2008-FCC): Tendo em vista os aspectos constitucionais relativos à necessidade de um meio


ambiente ecologicamente equilibrado, é correto afirmar que a edição de uma lei estadual, a exemplo
daquela que autorize ou regulamente a realização de “briga de galo” é considerada inconstitucional, em
razão das regras norteadoras do meio ambiente. BL: art. 225, §1º, VII, CF. (ambiental).

#Atenção: ##STF: ##MPPE-2008: ##MPCE-2009: ##FCC: ##MPF-2011: Lei 7.380/98, do Estado do Rio
Grande do Norte. Atividades esportivas com aves das raças combatentes. ‘Rinhas’ ou ‘Brigas de galo’.
Regulamentação. Inadmissibilidade. Meio ambiente. Animais. Submissão a tratamento cruel. Ofensa
ao art. 225, § 1º, VII, da CF. Ação julgada procedente. Precedentes. É inconstitucional a lei estadual que
autorize e regulamente, sob título de práticas ou atividades esportivas com aves de raças ditas
combatentes, as chamadas ‘rinhas’ ou ‘brigas de galo’. STF. Plenário. ADI 3.776, Rel. Min. Cezar Peluso,
j. 14-6-07. No mesmo sentido: STF. Plenário. ADI 1.856, Rel. Min. Celso de Mello, j. 26-5-11; ADI 2.514, Rel.
Min. Eros Grau, j. 29-6-05.

§ 2º Aquele que explorar RECURSOS MINERAIS FICA OBRIGADO a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. (MPF-
2005) (MPPE-2008) (TJAP-2009) (MPDFT-2009) (TJDFT-2011) (MPSP-2011) (TJPR-2012) (TJBA-2012)
(TJAM-2016) (MPAM-2016) (TJAC-2019)

(TJPR-2017-CESPE): Com relação à tutela constitucional ao meio ambiente e à PNMA, assinale a opção
correta: A recuperação de áreas degradadas é exigida das mineradoras por previsão constitucional
expressa e, sob aspectos gerais, é prevista na lei como um dos princípios da PNMA. BL: art. 225, §2º, CF e
art. 2º, VIII da Lei 6838/81 (PNMA)75 (ambiental).

75Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócioeconômico,
407
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente SUJEITARÃO os infratores,
PESSOAS FÍSICAS ou JURÍDICAS, a sanções penais e administrativas, INDEPENDENTEMENTE da
obrigação de reparar os danos causados. (TJMS-2008) (MPMT-2008) (MPPE-2008) (TJAP-2008/2009)
(TJMG-2009) (TRF4-2009) (MPES-2010) (MPGO-2010) (MPRO-2010) (MPSP-2006/2011) (TJSP-2011) (TJPB-
2011) (MPF-2012) (TJPR-2011/2012/2013) (TJRJ-2011/2014) (TJDFT-2011/2014) (TJPA-2012/2014) (TJSP-2014)
(MPSC-2014) (TJRS-2009/2012/2016) (TJAM-2016) (TJMT-2014/2018) (TJCE-2018) (TJRO-2011/2019) (TJBA-
2012/2019) (TJAL-2019)

#Atenção: #STJ: #DOD: ##TJRO-2019: ##VUNESP: A aplicação de penalidades administrativas não


obedece à lógica da responsabilidade objetiva da esfera cível (para reparação dos danos causados), mas
deve obedecer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser cometida pelo
alegado transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo, e com demonstração do nexo causal
entre a conduta e o dano. Assim, a responsabilidade CIVIL ambiental é objetiva; porém, tratando-se de
responsabilidade administrativa ambiental, a responsabilidade é SUBJETIVA. STJ. 1ª Seção. EREsp
1318051/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 8/5/19 (Info 650).
(TJRO-2019-VUNESP): Segundo o art. 225, § 3°, da CF/88, as condutas e atividades consideradas lesivas ao
Meio Ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas e jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Acerca da tríplice responsabilidade
ambiental, assinale a alternativa correta: A Primeira Seção do STJ consolidou o entendimento de que a
responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva. BL: Info 650, STJ.
#Comentários ao julgado acima: #DOD: Tríplice responsabilização ambiental: O art. 225, § 3º, da CF prevê
a tríplice responsabilização ambiental, estando, portanto, o causador de danos ambientais sujeito à
responsabilização administrativa, cível e penal, de modo independente e simultâneo. Portanto, a CF/88
previu a responsabilização do poluidor, em virtude do mesmo dano ambiental, nas esferas civil,
administrativa e penal, de forma independente. Eis a tríplice responsabilização. A responsabilidade civil por
dano ambiental é OBJETIVA. Por outro lado, as responsabilidades penal e administrativa são de natureza
SUBJETIVA.
#Comentários ao julgado acima: #DOD: Responsabilidade civil x responsabilidade administrativa: A
responsabilidade por danos ambientais na esfera cível é objetiva. Isso significa, por exemplo, que, se o MP
propuser uma ação contra determinado poluidor, ele não precisará provar a culpa ou dolo do réu. Por outro
lado, para a aplicação de penalidades administrativas, não se obedece a essa mesma lógica. A
responsabilidade administrativa ambiental apresenta caráter subjetivo, exigindo dolo ou culpa para sua
configuração. Assim, adota-se a sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, deverá ser comprovado o
elemento subjetivo do agressor, além da demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano. A diferença
entre os dois âmbitos de punição e suas consequências fica bem estampada da leitura do art. 14, caput e § 1º,
da Lei 6.938/81. No § 1º do art. 14 está prevista a responsabilidade na esfera cível. Lá ele fala que esta é
independente da existência de culpa. Já o caput do art. 14, que trata sobre a responsabilidade administrativa,
não dispensa a existência de culpa. Logo, interpreta-se que ele exige dolo ou culpa.
#Comentários ao julgado acima: #DOD: A aplicação e a execução das penas (responsabilidade
administrativa) limitam-se aos transgressores (somente podem ser aplicadas a quem efetivamente praticou
a infração). Por outro lado, a reparação ambiental, de cunho civil, pode atingir todos os poluidores, a quem
a própria legislação define como “a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável,
direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental” (art. 3º, V, Lei 6.938/81). Assim,
o uso do vocábulo “transgressores” no caput do art. 14, comparado à utilização da palavra “poluidor” no §
1º do mesmo dispositivo, deixa a entender aquilo que já se podia inferir da vigência do princípio da
intranscendência das penas: a responsabilidade civil por dano ambiental é subjetivamente mais
abrangente do que as responsabilidades administrativa e penal, não admitindo estas últimas que terceiros
respondam a título objetivo por ofensas ambientais praticadas por outrem.

#Atenção: #DOD: #Quadro-resumo:


RESPONSABILIDADE POR DANOS AMBIENTAIS
Responsabilidade CIVIL Responsabilidade Responsabilidade PENAL
ADMINISTRATIVA
Objetiva Subjetiva Subjetiva
§ 1º do art. 14 da Lei 6.938/81. Caput do art. 14 da Lei 6.938/81. É vedada a responsabilidade
penal objetiva.

#Atenção: #STJ: #TJPA-2019: #CESPE: A jurisprudência predominante no STJ é no sentido de que, em


matéria de proteção ambiental, há responsabilidade civil do Estado quando a omissão de cumprimento
adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o agravamento do dano

aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
(...) VIII - recuperação de áreas degradadas; (...)
408
causado pelo seu causador direto. Trata-se, todavia, de responsabilidade subsidiária, cuja execução
poderá ser promovida caso o degradador direto não cumprir a obrigação, “seja por total ou parcial
exaurimento patrimonial ou insolvência, seja por impossibilidade ou incapacidade, por qualquer razão, inclusive
técnica, de cumprimento da prestação judicialmente imposta, assegurado, sempre, o direito de regresso (art. 934 do
CC/02), com a desconsideração da personalidade jurídica, conforme preceitua o art. 50 do CC/02” (STJ. 2ª T., REsp
1071741/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 24/03/09; STJ. 1ª T. AgRg no REsp 1001780/PR, Rel. Min. Teori
Albino Zavaski, j. 27/09/11. 76

#Atenção: #Jurisprud. em Teses/STJ – Ed. 30: ##TJPA-2019: ##CESPE: Tese 08: Em matéria de proteção
ambiental, há responsabilidade civil do Estado quando a omissão de cumprimento adequado do seu
dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o agravamento do dano causado.
(TJPA-2019-CESPE): Com base na jurisprudência do STJ, é correto afirmar que, em matéria de proteção
ambiental em que se verifiquem omissão no cumprimento de fiscalizar, por falta de recursos, e, em
consequência, o agravamento do dano causado, o Estado poderá ser civilmente responsabilizado, em razão
da sua omissão no dever de fiscalizar. BL: REsp 1071741/SP e REsp 1001780/PR e Jurisprud. em tese.

#Atenção: #STJ: #DOD: #TJRS-2018: #VUNESP: As empresas adquirentes da carga transportada pelo
navio Vicuña no momento de sua explosão, no Porto de Paranaguá/PR, em 15/11/04, não respondem pela
reparação dos danos alegadamente suportados por pescadores da região atingida, haja vista a ausência
de nexo causal a ligar tais prejuízos (proibição temporária da pesca) à conduta por elas perpetrada (mera
aquisição pretérita do metanol transportado). Situação concreta: três indústrias químicas adquiriam uma
grande quantidade de “metanol”, substância utilizada como matéria-prima para a produção de alguns
medicamentos. Elas adquiriram o metanol da METHANEX CHILE LIMITED, empresa chilena que ficou
responsável tanto pela contratação quanto pelo pagamento do frete marítimo. O navio contratado pela
empresa chilena para o transporte foi o “BTG Vicuña”, de bandeira do Chile. Ocorre que quando já estava
atracado no porto de Paranaguá/PR, o navio explodiu. Isso provocou uma tragédia ambiental porque
houve o vazamento de milhões de litros de óleo e de metanol. Em razão do derramamento, a pesca na
região ficou temporariamente proibida. STJ. 2ª S. REsp 1.602.106-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
j. 25/10/17 (Info 615).

#Atenção: #STJ: #DOD: João é pescador artesanal e vive da pesca que realiza no rio Paranapanema, que
faz a divisa dos Estados de São Paulo e Paraná. A empresa "XXX", após vencer a licitação, iniciou a
construção de uma usina hidrelétrica neste rio. Ocorre que, após a construção da usina, houve uma
grande redução na quantidade de alguns peixes existentes no rio, em especial "pintados", "jaú" e
"dourados". Vale ressaltar que estes peixes eram os mais procurados pela população e os que davam
maior renda aos pescadores do local. Diante deste fato, João ajuizou ação de indenização por danos
morais e materiais contra a empresa (concessionária de serviço público) sustentando que a construção
da usina lhe causou negativo impacto econômico e sofrimento moral, já que ele não mais poderia exercer
sua profissão de pescador. O pescador terá direito à indenização em decorrência deste fato? Danos
materiais: SIM. Danos morais: NÃO. STJ. 4ª T. REsp 1371834-PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j. 5/11/15
(Info 574)

#Atenção: #STJ e STF: #DOD: #TJRS-2016: #TRF3-2016: #TJCE-2018: #CESPE: #TJRO-2019: #TJRJ-2019:
#VUNESP: É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais
independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Desse
modo, o art. 225, § 3º, da CF/88 não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes
ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa.
A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da "dupla imputação". STJ. 6ª T. RMS 39.173-BA, Rel.
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 6/8/15 (Info 566). STF. 1ª T. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, j.
6/8/13 (Info 714).

76 #Atenção: #STJ: #TJPA-2019: #CESPE: A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de reconhecer a


legitimidade passiva de pessoa jurídica de direito público (no caso, estado-membro) na ação que busca a
responsabilidade pela degradação do meio ambiente, em razão da conduta omissiva quanto a seu dever de fiscalizá-
lo. Essa orientação coaduna-se com o art. 23, VI, da CF/88, que firma ser competência comum da União, estados,
Distrito Federal e municípios a proteção do meio ambiente e o combate à poluição em qualquer de suas formas.
Anote-se que o art. 225, caput, da CF/88 prevê o direito de todos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado,
além de impor ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo em benefício das presentes e
futuras gerações. STJ. 2ª T. AgRg no REsp 958.766-MS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 16/3/10. O STJ
firmou o entendimento de que o ente federado tem o dever de fiscalizar e preservar o meio ambiente e combater
a poluição (CF/88, art. 23, VI, e art. 3º da Lei 6.938/81), podendo sua omissão ser interpretada como causa indireta
do dano (poluidor indireto), o que enseja sua responsabilidade objetiva. STJ, 2ª T. REsp 1666027/SP, Rel. Min.
Herman Benjamin, j. 19/10/17.
409
(TJRJ-2019-VUNESP): Acerca da responsabilidade em matéria ambiental, é correto afirmar que o STF
reconhece a possibilidade de se processar penalmente a pessoa jurídica, mesmo não havendo ação penal em
curso contra pessoa física com relação ao crime ambiental praticado. BL: Info 714, STF.
(TRF3-2016): Relativamente à responsabilidade penal da pessoa jurídica, é possível afirmar que: Independe
da responsabilização das pessoas físicas envolvidas, conforme decidiu o STF, ao julgar o RE 548181/PR, de
relatoria da Ministra Rosa Weber. BL: Info 714, STF.

#Atenção: #STJ: #DOD: #TJPR-2017: ##TJBA-2019: #CESPE: #TJMT-2018: #TJRS-2018: #VUNESP:


Determinada empresa de mineração deixou vazar resíduos de lama tóxica (bauxita), material que
atingiu quilômetros de extensão e se espalhou por cidades dos Estados do Rio de Janeiro e de Minas
Gerais, deixando inúmeras famílias desabrigadas e sem seus bens móveis e imóveis. O STJ, ao julgar a
responsabilidade civil decorrente desses danos ambientais, fixou as seguintes teses em sede de recurso
repetitivo: a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral,
sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato,
sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de
responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar; b) em decorrência do acidente, a empresa
deve recompor os danos materiais e morais causados e c) na fixação da indenização por danos morais,
recomendável que o arbitramento seja feito caso a caso e com moderação, proporcionalmente ao grau
de culpa, ao nível socioeconômico do autor, e, ainda, ao porte da empresa, orientando-se o juiz pelos
critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e
bom senso, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso, de modo que, de um lado, não
haja enriquecimento sem causa de quem recebe a indenização e, de outro, haja efetiva compensação
pelos danos morais experimentados por aquele que fora lesado. STJ. 2ª S. REsp 1.374.284-MG, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, j. 27/8/14 (Info 545).
(TJBA-2019-CESPE): Por equívoco de um de seus empregados, uma empresa alimentícia deixou vazar
acidentalmente parte de seu insumo em um rio, o que causou a morte de 5 t de peixes. Nessa situação
hipotética, relativamente à responsabilidade civil ambiental, a empresa responderá pelo dano, porque a
responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco integral. BL: Infos 538 e 545, STJ.
(TJRS-2018-VUNESP): Supondo-se que um grande navio com cargas explodiu em um porto brasileiro,
despejando milhões de litros de óleo e metanol que causou a degradação do meio ambiente marinho,
inviabilizando a pesca pelos moradores próximos ao local, pois o Poder Público estabeleceu uma proibição
temporária da pesca em razão da poluição ambiental. Em razão disso, os pescadores prejudicados
ingressaram com ação judicial, calcado em responsabilidade civil. De acordo com a jurisprudência dominante
do STJ, assinale a alternativa correta: A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria
do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na
unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes
de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar. BL: art. 225, §3º e Info 545, STJ.

#Atenção: #STJ: #DOD: #TJDFT-2015: #CESPE: O particular que deposite resíduos tóxicos em seu
terreno, expondo-os a céu aberto, em local onde, apesar da existência de cerca e de placas de sinalização
informando a presença de material orgânico, o acesso de outros particulares seja fácil, consentido e
costumeiro, responde objetivamente pelos danos sofridos por pessoa que, por conduta não dolosa,
tenha sofrido, ao entrar na propriedade, graves queimaduras decorrentes de contato com os resíduos. A
responsabilidade civil por danos ambientais, seja por lesão ao meio ambiente propriamente dito (dano
ambiental público), seja por ofensa a direitos individuais (dano ambiental privado), é objetiva, fundada
na teoria do risco integral, em face do disposto no art. 14, § 1º, Lei 6.938/81, que consagra o princípio do
poluidor-pagador. A teoria do risco integral constitui uma modalidade extremada da teoria do risco em
que o nexo causal é fortalecido de modo a não ser rompido pelo implemento das causas que
normalmente o abalariam (v.g. culpa da vítima; fato de terceiro, força maior). Essa modalidade é
excepcional, sendo fundamento para hipóteses legais em que o risco ensejado pela atividade econômica
também é extremado, como ocorre com o dano nuclear (art. 21, XXIII, "c", CF e Lei 6.453/77) (...) STJ. 3ª T.
REsp 1.373.788-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 6/5/14 (Info 544).
(TJDFT-2015-CESPE): Antônio depositou, a céu aberto, resíduos tóxicos em terreno de sua propriedade.
Embora a área fosse cercada e houvesse placas de sinalização informando a presença de material tóxico, o
acesso ao terreno era fácil, consentido e costumeiro. Joaquim, um morador que não conhecia bem a
vizinhança, passou pelo local e sofreu, por conduta não dolosa, graves queimaduras decorrentes do contato
com os resíduos tóxicos, pois, ao ver esse material, ficou curioso, se aproximou e o tocou. A conduta de
Antônio enquadra-se no conceito de dano ambiental e a ela devem ser aplicados o princípio do poluidor-
pagador e a responsabilidade objetiva por risco integral. BL: art. 225, §3º e Info 544, STJ.

#Atenção: #Rec. Repetitivo/STJ – Tema 680: #DOD: #TJMA-2013: #TJPR-2017: #TJBA-2019: #CESPE:
#TJMT-2018: #TJRS-2018: #VUNESP: A responsabilidade por dano ambiental é OBJETIVA, informada
pela teoria do RISCO INTEGRAL. Não são admitidas excludentes de responsabilidade, tais como o caso
fortuito, a força maior, fato de terceiro ou culpa exclusiva da vítima. O registro de pescador profissional
410
e o comprovante do recebimento do seguro-defeso são documentos idôneos para demonstrar que a
pessoa exerce a atividade de pescador. Logo, com tais documentos é possível ajuizar a ação de
indenização por danos ambientais que impossibilitaram a pesca na região. Se uma empresa causou
dano ambiental e, em decorrência de tal fato, fez com que determinada pessoa ficasse privada de pescar
durante um tempo, isso configura dano moral. O valor a ser arbitrado como dano moral não deverá
incluir um caráter punitivo. É inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais
caráter punitivo imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo.
Assim, não há que se falar em danos punitivos (punitive damages) no caso de danos ambientais. STJ. 2ª
S. REsp 1.354.536-SE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 26/3/14 (Info 538).
(TJBA-2019-CESPE): Por equívoco de um de seus empregados, uma empresa alimentícia deixou vazar
acidentalmente parte de seu insumo em um rio, o que causou a morte de 5 t de peixes. Nessa situação
hipotética, relativamente à responsabilidade civil ambiental, a empresa responderá pelo dano, porque a
responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco integral. BL: Infos 538 e 545, STJ.

#Atenção: #STJ: #DOD: ##MPF-2012: #TJMT-2018: #VUNESP: Na hipótese de ação civil pública
proposta em razão de dano ambiental, é possível que a sentença condenatória imponha ao responsável,
cumulativamente, as obrigações de recompor o meio ambiente degradado e de pagar quantia em
dinheiro a título de compensação por dano moral coletivo. STJ. 2ª T. REsp 1.328.753-MG, Rel. Min.
Herman Benjamin, j. 28/5/13 (Info 526).

#Atenção: #STJ: ##MPF-2012: #TJMT-2018: #VUNESP: A reparação ambiental deve ser feita da forma
mais completa possível, de modo que a condenação a recuperar a área lesionada não exclui o dever de
indenizar, sobretudo pelo dano que permanece entre a sua ocorrência e o pleno restabelecimento do
meio ambiente afetado (= dano interino ou intermediário), bem como pelo dano moral coletivo e pelo
dano residual (= degradação ambiental que subsiste, não obstante todos os esforços de restauração).
(STJ. 2ª T., REsp 1180078/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 02/12/10)

#Cuidado: #STJ: #DOD: A 2ª Turma do STJ decidiu que é possível que a sentença condene o infrator
ambiental ao pagamento de quantia em dinheiro a título de compensação por dano moral coletivo (STJ,
REsp 1.328.753-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 28/5/13). Assim, apesar de existirem precedentes da
1ª Turma em sentido contrário (STJ, AgRg no REsp 1305977/MG, julgado em 09/04/2013), a posição
majoritária (não pacífica) é no sentido de ser cabível a condenação por dano moral coletivo.

(TJAC-2019-VUNESP): Sobre os princípios constitucionais ambientais, é correto afirmar que o princípio


da responsabilização integral envolve o dever do poluidor, pessoa física ou jurídica, de arcar com as
consequências de sua conduta lesiva contra o meio ambiente, tanto na seara civil e administrativa, quanto
na penal. BL: art. 225, §3º, CF. (amb.)

#Atenção: A responsabilidade penal da pessoa jurídica está prevista no Direito Ambiental no art. 225, §3º
da CF/88 e no art. 3º da Lei 9605/98. O STF e o STJ admitem a responsabilidade penal da pessoa jurídica
em crimes ambientais.

(TJMT-2018-VUNESP): Sobre a responsabilidade civil ambiental, tem-se que, em matéria ambiental, o


dano pode decorrer de atividade lícita, pois o empreendedor, ainda que em situação regular, é responsável
em caso de dano provocado por sua atividade. BL: art. 225, §3º, CF. (amb.)

#Atenção: ##MPES-2010: ##CESPE: #MPF-2012: O dano poderá decorrer de atividade lícita ou ilícita.
Nesse sentido, basta imaginar a situação da atividade ambiental devidamente licenciada pela autoridade
ambiental competente e que, mesmo assim, causa danos ao meio ambiente. Mesmo que haja certa
discussão acerca da mitigação da indenização devida pelo dano ambiental – em razão o licenciamento
regular, no caso hipotético –, não se questiona haver responsabilidade do causador do dano, justamente
em razão da aplicação da teoria do risco integral.

(TJSC-2017-FCC): Lavrado Auto de Infração Ambiental por supressão ilegal de vegetação nativa em área
de preservação permanente, aplicou-se pena de multa, que foi adimplida pelo autuado. A Administração
Pública, neste caso, deverá noticiar o fato aos órgãos competentes (Ministério Público e Polícia Civil) para
verificar eventual prática de crime ambiental e buscar, administrativamente ou por meio do Poder

411
Judiciário, a reparação do dano ambiental. BL: art. 129, I77 c/c art. 225, §3º78, CF e art. 5º, III e IV, LACP.
(amb.)

(TJRS-2016-Faurgs): Quanto à proteção ambiental, assinale a alternativa correta: A cláusula contida no §


3º do artigo 225 da Constituição Federal consagra o regime da tríplice responsabilização do poluidor,
deixando patente o amplo feixe de imputações a que se sujeita o causador do agravo ambiental. BL: art.
225, §3º, CF. (amb.)

(MPGO-2014): A Constituição Federal não se limita a fazer uma declaração formal de tutela ao meio
ambiente, mas estabelece a imposição de medidas coercitivas aos transgressores, o que se denomina
mandato expresso de criminalização. BL: art. 225, §3º da CF. (amb.)

(MPSC-2014): Em caso de infração às normas ambientais, a Constituição Federal assegura a possibilidade


de tripla responsabilização: penal, civil e administrativa. BL: art. 225, §3º da CF. (amb.)

(TJSC-2013): A Constituição Federal de 1988 acolheu o princípio do poluidor-pagador ao determinar que


as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores a sanções penais e
administrativas, independentemente da responsabilidade civil (art. 225, §3º). BL: art. 225, §3º, CF. (amb.)

#Atenção: #MPPE-2008: #FCC: #MPGO-2010: #MPRO-2010: #CESPE: #MPF-2012: #TJRO-2019:


#VUNESP: O princípio do poluidor-pagador não configura o “direito de poluir mediante pagamento”, mas
representa o instrumento econômico que exige do poluidor, uma vez identificado, suportar não apenas as
despesas de reparação e de repressão, mas também aquelas relacionadas à prevenção dos danos
ambientais.

(TJPR-2012): O MP do Mato Grosso do Sul propôs Ação Civil Pública contra sociedade comercial que
explora posto de gasolina e que, segundo laudo do órgão ambiental estadual, vem causando poluição nas
águas subterrâneas decorrente do vazamento de seu tanque de armazenamento. A ré defendeu-se, dizendo
que comprou o posto havia 4 meses e que a responsabilidade é da empresa que a antecedeu, que explorou
o local por 15 anos. Em termos de responsabilidade civil pelo dano ambiental, a ré responderá civilmente,
em caráter solidário, porque, além de sucessora, omitiu-se no dever de preservação ambiental da
propriedade. (ambiental)

#Atenção: A responsabilidade por danos ambientais é solidária, o que, em tese, confere maior grau de
proteção ao meio ambiente, já que é particularmente difícil precisar qual foi exatamente a conduta do
poluidor, bem como quem foi seu autor.

(TJPE-2011-FCC): O MP propôs ação civil pública contra proprietário de indústria clandestina (sociedade
de fato), que vinha causando poluição hídrica e sonora na localidade em que estava instalada e também
contra o proprietário do imóvel arrendado pelo poluidor. Em termos de responsabilidade civil pelo dano
ambiental, o proprietário arrendador responde civilmente, em caráter solidário, porque omitiu-se no dever
de preservação ambiental da propriedade. BL: art. art. 4º, VII e 14, §1º da Lei 6839/81. (ambiental)

#Atenção: ##MPES-2010: ##CESPE: #MPF-2012: Além de objetiva e, para a maioria, calcada na teoria do
risco integral, a responsabilidade civil por dano ao meio ambiente no Brasil é também solidária, ou seja,
todos os responsáveis diretos ou indiretos pelo dano causado ao meio ambiente responderão
solidariamente, podendo a obrigação ser reclamada de qualquer dos devedores (poluidores). Tal artifício
técnico é utilizado para facilitar e agilizar a reparação do dano ambiental. No caso em apreço, o
proprietário arrendador será responsabilizado pela omissão em relação ao dever de preservação ambiental
da propriedade, ou seja, por ter deixado de agir no sentido de não provocar poluição hídrica e sonora na
localidade.

(MPSC-2010): A responsabilidade por dano ambiental no Brasil, diversamente de outros sistemas legais é
objetiva, logo, independe da aferição de culpa do causador do dano. BL: art. art. 14, §1º, Lei 6839/81 e art.
225, §3º, CF. (ambiental)

77 Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
forma da lei; (...)
78
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela Lei nº 11.448, de
2007). (...) III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007). IV - a
autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007)
412
(TRF5-2009-CESPE): Acerca da responsabilidade civil no direito ambiental, assinale a opção correta: A
responsabilidade civil por dano causado por atividade poluidora é objetiva, razão pela qual o poluidor é
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio
ambiente e a terceiros afetados por sua atividade. BL: art. art. 14, §1º da Lei 6839/81 e art. 225, §3º, CF.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense


e a Zona Costeira SÃO PATRIMÔNIO NACIONAL, e sua utilização FAR-SE-Á, na forma da lei, dentro
de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, INCLUSIVE quanto ao uso dos recursos
naturais. (MPPE-2008) (MPRO-2010) (TJRO-2011) (TJPB-2011) (MPF-2011) (TJRN-2013) (TJPR-2013/2014)
(TJMT-2014) (MPSC-2014) (MPAM-2015) (MPBA-2018) (TJAC-2019)

(MPGO-2010): De acordo com a Constituição Federal, são considerados patrimônio nacional: a Floresta
Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira. BL:
art. 225, §4º, CF (ambiental).

#Atenção: A Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
Costeira não são considerados bens da União, mas sim patrimônio nacional pela CF/88, sendo que
utilização dar-se-á na forma da lei e em condições tais que permitam a preservação de seus atributos
biológicos.

§ 5º SÃO INDISPONÍVEIS as TERRAS DEVOLUTAS ou ARRECADADAS pelos Estados, por


ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. (MPF-2005) (TJMS-2008) (MPPE-
2008) (TRF5-2009) (TJRO-2011) (TJDFT-2011) (TJBA-2012) (TJGO-2012) (TJCE-2014) (MPSP-2015) (TJAC-
2019)

(TJRN-2013-CESPE): No que concerne à tutela constitucional do meio ambiente e à repartição de


competência em matéria ambiental, assinale a opção correta: As terras devolutas ou arrecadadas pelos
estados por ações discriminatórias são indisponíveis quando necessárias à proteção dos ecossistemas
naturais. BL: art. 225, §5º, CF (ambiental).

§ 6º As USINAS que OPEREM com reator nuclear DEVERÃO ter sua localização definida em LEI
FEDERAL, sem o que NÃO PODERÃO ser instaladas. (MPF-2005) (TJMS-2008) (MPPE-2008) (TJRN-2013)
(TJDFT-2011/2014) (TJPR-2012/2014) (TJCE-2018) (ABIN-2018) (MPBA-2018)

(TJPI-2015-CESPE): Diante de uma crise energética gerada pela seca prolongada, as usinas que operam
com reator nuclear constituem uma alternativa possível, devendo sua localização ser definida em lei
federal. BL: art. 225, §6º, CF (ambiental).

#Atenção: #TJDFT-2014: #CESPE: A CF não exige lei específica para disciplinar a localização das usinas
que operem reator nuclear.

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, NÃO SE CONSIDERAM
cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que SEJAM MANIFESTAÇÕES CULTURAIS,
conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, REGISTRADAS como bem de natureza imaterial
integrante do PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO, DEVENDO SER REGULAMENTADAS por lei
específica que ASSEGURE o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
96, de 2017) (Téc. Judic./STJ-2018) (Anal. Judic./STM-2018)

(MPBA-2018): No que se refere ao dever imposto ao Poder Público e à coletividade quanto a defender e
preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, é correto afirmar que a Constituição
Federal autoriza práticas desportivas em que são utilizados animais, desde que sejam manifestações
culturais registradas como bem de natureza imaterial, devendo ainda ser regulamentadas por lei
específica, a fim de evitar a crueldade contra os animais. BL: art. 225, §7º, CF. (ambiental).

CAPÍTULO VII
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

413
Art. 226. A família, base da sociedade, TEM ESPECIAL PROTEÇÃO DO ESTADO.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. (MPRO-2010)

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

§ 4º ENTENDE-SE, também, como ENTIDADE FAMILIAR a comunidade formada por qualquer


dos pais e seus descendentes. (TJRS-2018)

OBS: Não só a CF/88 prevê também ser entidade familiar a comunidade formada por apenas um dos
genitores (e não ambos) e os filhos (art. 226, §4º), como o Supremo, em mais de uma oportunidade (veja-
se, v.g., o RE 878.694), afirmou que a Constituição abriga diversos modelos de família, dentre as quais
podemos incluir as famílias anaparental e monoparental, por exemplo.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional
nº 66, de 2010) (TJPB-2011) (MPSP-2011)

§ 7º FUNDADO nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o


PLANEJAMENTO FAMILIAR É LIVRE DECISÃO DO CASAL, COMPETINDO ao Estado PROPICIAR
recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, VEDADA QUALQUER FORMA
COERCITIVA por parte de instituições oficiais ou privadas. (TJMG-2008) (TJAL-2008) (TRF5-2009)
(MPSE-2010)

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

Art. 227. É DEVER da família, da sociedade e do Estado ASSEGURAR à criança, ao adolescente e ao


jovem, COM ABSOLUTA PRIORIDADE, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) (TJMG-2008) (MPPR-2008) (TRF5-2009)
(MPRO-2010) (MPSC-2010) (MPSP-2011) (TJMS-2012) (TJAC-2012) (TJRN-2013) (TJPR-2019)

(TJRJ-2016-VUNESP): Com relação à Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU, tratado


internacional de proteção de direitos humanos, com início de vigência em 1990, é correto afirmar que ao
estabelecer a obrigação dos Estados de respeitar responsabilidades, direitos e obrigações dos pais,
apropriados para o exercício, pela criança, dos direitos que contempla, adotou o princípio do best interest
of the child, encampada pelo artigo 227, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil. BL: art.
227, caput, CF c/c art. Art. 3º, item 2 da Conv. Internacional sobre os Direitos da Criança c/c art. 3º e 4º
do ECA.

(MPRO-2010-CESPE): Adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 20 de setembro de 1989, a
Convenção sobre os Direitos da Criança trata de matéria contemplada, em linhas gerais, em artigo da CF,
o qual é considerado síntese do tratado da Organização das Nações Unidas.

##Atenção: O art. 227 da CF afirma o princípio da prioridade absoluta dos direitos da criança, do
adolescente e do jovem, tendo como destinatários da norma a família, a sociedade e o Estado. Pretende,
pois, que a família responsabilize-se pela manutenção da integridade física e psíquica; a sociedade pela
convivência coletiva harmônica; e o Estado pelo constante incentivo à criação de políticas públicas. Trata-
se de uma responsabilidade que, para ser realizada, necessita de uma integração, de um conjunto
devidamente articulado de políticas públicas. Essa competência difusa, que responsabiliza uma
diversidade de agentes pela promoção da política de atendimento à criança e ao adolescente, tem por
objetivo ampliar o próprio alcance da proteção dos direitos infanto-juvenis. Dentro da estrutura chamada
414
ordem social, está englobada a chamada Seguridade Social, esta compreendida como um conjunto
integrado de ações de iniciativas dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social. E a assistência social, que será prestada
independentemente de contribuição à seguridade social, tem, dentre os seus objetivos, a proteção e amparo
à criança e ao adolescente, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a
execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal. E o ECA é uma dessas normas gerais,
pelo qual estabelece uma política de atendimento. Essa política de atendimento deve ser, segundo o art.
204 da CF, descentralizada política e administrativamente (sendo dever dos Estados, Municípios e das
entidades não governamentais de assistência social a coordenação e execução destes programas). Também
impõe a participação popular, por meio de organizações representativas, para formulação de políticas
públicas em todos os níveis. Já o §1º do art. 227 determina que o Estado promova, admitida a participação
da sociedade civil, programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente. A CF também
faz menção à assistência integral à saúde da criança e do adolescente, estabelecendo que parte dos recursos
públicos destinados à saúde será dirigida à assistência materno-juvenil, cabendo-lhe, ainda, a criação de
programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou
mental.

§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do


jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e
obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil;

(TJPR-2008): É dever do poder público assegurar, com prioridade a efetivação dos direitos fundamentais
referentes à criança e ao adolescente. A garantia de prioridade compreende a destinação privilegiada de
recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e a juventude. BL: art. 227, caput e §1º,
inc. I da CF/88. (ECA)

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de


deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de
deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e
serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação.
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

§ 2º A lei DISPORÁ sobre NORMAS DE CONSTRUÇÃO dos logradouros e dos edifícios de uso
público e DE FABRICAÇÃO de veículos de transporte coletivo, a fim de GARANTIR acesso adequado às
pessoas portadoras de deficiência. (TJRS-2018)

§ 3º O DIREITO A PROTEÇÃO ESPECIAL ABRANGERÁ os seguintes aspectos:

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; (MPPR-2008)

III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação


processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
(MPPR-2008)

V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de


pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; (MPPR-
2008)

VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos
termos da lei, ao ACOLHIMENTO, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
(MPPR-2008) (TJRS-2018)

415
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem
dependente de entorpecentes e drogas afins. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.

§ 5º A ADOÇÃO será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que ESTABELECERÁ casos e
condições de sua efetivação POR PARTE DE ESTRANGEIROS. (TJMG-2008)

##Atenção: Segundo a CF/88, a adoção por estrangeiros é permitida, nos termos da Lei Específica. É de se
registrar que o Brasil é signatário da Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em
Matéria de Adoção Internacional. O Estatuto foi alterado pela Lei 12.010/09, quando houve a inclusão das
regras da aludida convenção ao texto do Estatuto.

§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. (MPF-2005) (TJCE-2012)
(TJAM-2016)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPF-2017: Capacidade para suceder é regida pela lei da época da abertura
da sucessão: O art. 377 do CC/16 previa que o filho adotivo, nessa situação, não tinha direito à sucessão
hereditária. Essa regra vigorou e foi válida até a promulgação da CF/88, quando, então, não foi
recepcionada pelo art. 227, § 6º. Se a morte ocorreu antes da CF/88, o juiz, ao analisar se a pessoa tem ou
não capacidade para suceder (ser herdeiro), deverá levar em consideração o art. 377 do CC/16, não
podendo ser aplicado retroativamente o disposto no art. 227, § 6º, da CF/88 para considerar o art. 377
inválido. STF. Plenário. AR 1811/PB, rel. orig. Min. Eros Grau, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, j
3/4/14 (Info 741).

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPF-2017: A sucessão regula-se por lei vigente à data de sua abertura,
não se aplicando a sucessões verificadas antes do seu advento a norma do art. 227, § 6º, da CF/88, que
eliminou a distinção, até então estabelecida pelo Código Civil (art. 1.605 e § 2º), entre filhos legítimos e
filhos adotivos, para esse efeito. Discriminação que, de resto, se assentava em situações desiguais, não
afetando, portanto, o princípio da isonomia. STF. 1ª T., RE 163167, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 5/8/97.
(MPF-2017): O STF entendeu que a vedação constitucional à discriminação entre filhos não alcançava
inventários pendentes, de pessoas falecidas antes da promulgação da CF/88, tendo em vista o princípio de
que a sucessão deve ser regida pelas normas vigentes à época do óbito.

##Atenção: A CF estabelece a isonomia entre os filhos, independentemente da sua condição de havidos


ou não da relação de casamento.

§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o disposto no


art. 204.

§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; (Incluído Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)

II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do
poder público para a execução de políticas públicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Art. 228. SÃO PENALMENTE INIMPUTÁVEIS os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da
legislação especial. (TJPB-2015)

(MPSP-2019): A inimputabilidade penal do menor de 18 anos é absoluta e sua presunção decorre da lei,
por meio do critério etário. BL: art. 2º, ECA e art. 228, CF.

##Atenção: O art. 228 da CF estabelece a garantia da inimputabilidade aos menores de dezoito anos,
assegurando ao adolescente o direito de ser submetido a um tribunal especial, regido por uma legislação
especial e presidido por um juiz especial, o Juiz da Infância e da Juventude. Assim, por se tratar de direito

416
fundamental, não pode ser alterado, nem mesmo por Emenda Constitucional, de modo que, segundo
Luciano Rossato, faz-se impossível a redução da maioridade penal.

Art. 229. OS PAIS TÊM O DEVER de assistir, criar e educar os filhos menores, e OS FILHOS
MAIORES TÊM O DEVER de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. (TJPE-2011)

(MPBA-2018): À luz da doutrina e da jurisprudência contemporâneas aplicáveis ao direito das famílias,


assinale a alternativa correta: O princípio da solidariedade familiar que implica em cooperação e respeito
mútuos em relação aos membros das famílias, quando violado, justifica a imposição de reparação de danos.
BL: art. 3º, I c/c art. 229, CF (direito civil)

OBS: Ressalte-se que a solidariedade é um dos objetivos fundamentais da República, com previsão no art.
3º, I e, no âmbito familiar, tem previsão no art. 229 do texto constitucional. Flavio Tartuce, inclusive, tem
um artigo em que trata do referido princípio e, segundo ele, serve de fundamento para o REsp 1.159.242-
SP): “Penso que esse último acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça representa correta
concretização jurídica do princípio da solidariedade; sem perder de vista a função pedagógica ou de
desestímulo que deve ter a responsabilidade civil. Sempre pontuei, assim, que esse último posicionamento
deve prevalecer na nossa jurisprudência, visando também a evitar que outros pais abandonem os seus
filhos". (disponível em http://professorflaviotartuce.blogspot.com/2017/07).

(TJMG-2008): A Constituição da República dedica um capítulo especial à família, à criança, ao adolescente


e ao idoso e especifica normas de aplicabilidade imediata e outras dirigidas ao legislador ordinário: Os
pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. BL: art. 229, CF/88.

Art. 230. A família, a sociedade e o Estado TÊM o dever de amparar as PESSOAS IDOSAS,
ASSEGURANDO sua participação na comunidade, DEFENDENDO sua dignidade e bem-estar e
GARANTINDO-LHES o direito à vida. (TJSP-2008) (MPPE-2008) (MPRO-2008) (MPCE-2009) (TRF2-2009)
(TJRO-2011)

§ 1º Os PROGRAMAS DE AMPARO aos idosos SERÃO EXECUTADOS preferencialmente em seus


lares. (MPPE-2008) (TJRO-2011)

§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos É GARANTIDA a GRATUIDADE dos transportes


coletivos urbanos. (TJPI-2007) (TJMS-2008) (TJMG-2008) (MPCE-2009) (DPEAL-2009) (MPRO-2008/2010)
(TJRO-2011) (MPSP-2011) (TJRS-2018)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos, prevista no art. 40, I, do Estatuto do Idoso, não se limita ao
valor das passagens, abrangendo eventuais custos relacionados diretamente com o transporte, em que
se incluem as tarifas de pedágio e de utilização dos terminais. STJ. 1ª Turma. REsp 1543465-RS, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, j. 13/12/18 (Info 641).

##Atenção: ##DPEAL-2009: ##TRF1-2009: ##CESPE: ##MPSP-2011: O art. 230, § 2º, da CF estabelece que
aos maiores de 65 anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. Essa é uma norma de
eficácia plena, pois é capaz de produzir todos os seus efeitos desde o momento que entra em vigor. O
dispositivo não depende de norma infraconstitucional. Nesse sentido, vejamos trecho de julgado do STF:
“O art. 39 da Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso) apenas repete o que dispõe o § 2º do art. 230 da CF. A norma
constitucional é de eficácia plena e aplicabilidade imediata, pelo que não há eiva de invalidade jurídica na norma
legal que repete os seus termos e determina que se concretize o quanto constitucionalmente disposto. (...)”. (STF, ADI
3.768, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 19.09.07).
(TRF1-2009-CESPE): Assinale a opção correta acerca da ordem social e dos direitos constitucionais dos
trabalhadores: O direito subjetivo dos idosos à gratuidade do transporte coletivo urbano é assegurado pela
CF, em norma de eficácia plena. BL: art. 230, §2º, CF e Entend. Jurisprud.

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

417
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e
os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las,
proteger e fazer respeitar todos os seus bens. (TRF2-2009) (TRF5-2009) (MPF-2008/2012) (TJDFT-2012)
(TJRN-2013) (TJPB-2015) (TJDFT-2016)

(MPF-2011): Assinale a alternativa correta: A Constituição de 88 abre-se ao multiculturalismo, ao


reconhecer direitos culturais aos povos tradicionais, dentre os quais o respeito e a valorização dos seus
modos próprios de criar, fazer e viver. BL: art. 231 da CF e art. 68, ADCT.79

§ 1º SÃO TERRAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS PELOS ÍNDIOS as por eles habitadas em


caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos
recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo
seus usos, costumes e tradições. (TJSP-2008) (TRF5-2009) (MPF-2008/2011/2012) (TJDFT-2012) (TJRN-2013)
(TJPB-2015)

(MPRS-2016): São reconhecidos aos índios, nos moldes do art. 231 da CF/88, sua organização social,
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Com base nessa
informação, assinale a alternativa correta: São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles
habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. BL: art. 231, §1º da CF/88.

##Atenção: ##DOD: Vale ressaltar que se a terra já foi habitada pelos índios, porém quando foi editada a
CF/88 o aldeamento já estava extinto, ela não será considerada terra indígena. Confira: “Súmula 650-STF:
Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas
por indígenas em passado remoto.” Segundo critério construído pelo STF, somente são consideradas “terras
tradicionalmente ocupadas pelos índios” aquelas que eles habitavam na data da promulgação da CF/88
(marco temporal) e, complementarmente, se houver a efetiva relação dos índios com a terra (marco da
tradicionalidade da ocupação). Assim, se, em 05/10/1988, a área em questão não era ocupada por índios,
isso significa que ela não terá a natureza indígena de que trata o art. 231 da CF/88.

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios DESTINAM-SE a sua POSSE


PERMANENTE, CABENDO-LHES o USUFRUTO EXCLUSIVO das riquezas do solo, dos rios e dos lagos
nelas existentes. (TRF5-2009) (TJSP-2011) (MPF-2011/2012) (TJDFT-2012) (TJRN-2013) (TJRJ-2014)

(TJRS-2018-VUNESP): A Constituição Federal de 1988 propicia amparo a alguns grupos sociais


vulneráveis, sendo um exemplo disso a posse permanente, pelos índios, das terras por eles
tradicionalmente ocupadas, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos
nelas existentes. BL: art. 20, IX e art. 231, §2º da CF/88.

##Atenção: As populações indígenas têm posse das terras, e não sua propriedade. As terras
tradicionalmente ocupadas pelas populações indígenas são bens da União (art. 20, XI, CF).

(MPRS-2016): São reconhecidos aos índios, nos moldes do art. 231 da CF/88, sua organização social,
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Com base nessa
informação, assinale a alternativa correta: As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a
sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas
existentes. BL: art. 231, §2º, CF.

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, INCLUÍDOS os potenciais energéticos, a pesquisa e a


lavra das riquezas minerais em terras indígenas SÓ PODEM SER EFETIVADOS com autorização DO
CONGRESSO NACIONAL, OUVIDAS as COMUNIDADES AFETADAS, ficando-lhes assegurada
participação nos resultados da lavra, na forma da lei. (TRF2-2009) (TRF5-2009) (TJSP-2011) (MPF-2008/2012)
(TJDFT-2012/2014/2016)

79Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a
propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
418
(TJPB-2015-CESPE): Conforme está previsto na CF, os recursos minerais existentes em terras indígenas
pertencem à União, sendo permitido, na forma da lei, que atividades de mineração sejam exercidas nessas
áreas. BL: art. 20, IX e art. 231, §3º da CF. (ambiental)

§ 4º As terras de que trata este artigo SÃO INALIENÁVEIS e INDISPONÍVEIS, e os direitos sobre
elas, IMPRESCRITÍVEIS. (MPF-2012) (TJRN-2013)

(MPRS-2016): São reconhecidos aos índios, nos moldes do art. 231 da CF/88, sua organização social,
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Com base nessa
informação, assinale a alternativa correta: As terras de que trata o art. 231 da Carta da República são
inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. BL: art. 231, §4º, CF.

(TRF4-2016): Assinale a alternativa correta: Todas as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são
um bem público nacional. Elas são inalienáveis e indisponíveis. Entretanto, os índios têm a sua posse
permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
BL: art. 231, §§1º, 2º e 4º, CF.

##Atenção: ##DOD: Qual é a proteção conferida às terras tradicionalmente ocupadas por índios? A
CF/88 garante aos índios os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, exercendo
sobre elas o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos (§2º). Essas terras são
inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas são imprescritíveis (§4º). Para que os índios possam
exercer seus direitos compete à União fazer a demarcação dessas terras.

§ 5º É VEDADA a REMOÇÃO DOS GRUPOS INDÍGENAS DE SUAS TERRAS, SALVO, "ad


referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população,
ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, GARANTIDO, EM
QUALQUER HIPÓTESE, o retorno imediato logo que cesse o risco. [obs.: princípio da irremovibilidade
dos índios de suas terras.] (TJRO-2011) (TJPB-2011) ( (TJDFT-2012) (MPF-2012) (TJRN-2013)

(MPRS-2016): São reconhecidos aos índios, nos moldes do art. 231 da CF/88, sua organização social,
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Com base nessa
informação, assinale a alternativa correta: É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo,
ad referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua
população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em
qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. BL: art. 231, §5º, CF.

(TJSP-2011-VUNESP): Relativamente aos índios, assinale a alternativa correta: É vedada a remoção dos
grupos indígenas de suas terras, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou
epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do
Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. BL: art.
231, §5º, CF.

§ 6º SÃO NULOS e EXTINTOS, NÃO PRODUZINDO efeitos jurídicos, os atos que tenham por
objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas
naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, RESSALVADO RELEVANTE INTERESSE
PÚBLICO DA UNIÃO, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção
direito a indenização ou a ações contra a União, SALVO, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas
da ocupação de boa fé. (TJSE-2008) (TRF5-2009) (TJSP-2011) (MPF-2012) (TJRN-2013) (MPRS-2016)

§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.

Art. 232. Os ÍNDIOS, SUAS COMUNIDADES e ORGANIZAÇÕES SÃO PARTES LEGÍTIMAS


para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, INTERVINDO o Ministério Público em
todos os atos do processo. (MPAM-2007) (MPRO-2008/2010) (TJSP-2011)

(AGU-2015-CESPE): A respeito do meio ambiente e dos direitos e interesses das populações indígenas,
julgue o item seguinte: Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingresso em

419
juízo em defesa de seus direitos e interesses, competindo à justiça federal processar e julgar os crimes
relacionados aos direitos dos índios. BL: art. 109, XI e art. 232, CF.

##Atenção: A alternativa está correta, já que é a justiça federal aquela encarregada de julgar delitos
cometidos em face de direitos indígenas. Devemos ter cuidado com um detalhe: o simples fato de um índio
ter sido vítima do delito não desloca a competência para a justiça federal, devendo haver relação do crime
com a condição de indígena de seu sujeito passivo.

##Atenção: ##Dica:
➢ Crime contra direitos dos índios (ou que sofreu por ser índio) = Justiça Federal.
➢ Crime "comum" contra índios (índio que foi na cidade e foi morto em assalto) = Justiça Estadual.

TÍTULO IX
Das Disposições Constitucionais Gerais

Art. 233. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)

Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir, em decorrência da criação de Estado,
encargos referentes a despesas com pessoal inativo e com encargos e amortizações da dívida interna ou
externa da administração pública, inclusive da indireta.

Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, SERÃO OBSERVADAS as seguintes normas
básicas:

I - a Assembléia Legislativa será composta de dezessete Deputados se a população do Estado for


inferior a seiscentos mil habitantes, e de vinte e quatro, se igual ou superior a esse número, até um milhão
e quinhentos mil; (TJMG-2007)

II - o Governo terá no máximo dez Secretarias;

(TJMG-2007): A limitação constitucional à autonomia do Estado-Membro, consubstanciada em que o


Governo estadual terá no máximo dez Secretarias, aplica-se aos dez primeiros anos da criação de Estado.
BL: art. 235, II da CF (constitucional)

III - o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados, pelo Governador eleito, dentre brasileiros de
comprovada idoneidade e notório saber;

IV - o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores; (TJMG-2007)

(TJPI-2015-FCC): O Tribunal de Justiça do Estado será necessariamente composto por sete desembargadores
nos dez primeiros anos de criação da unidade federada. BL: art. 235, IV da CF (constitucional)

V - os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo Governador eleito, escolhidos da seguinte


forma:

a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco anos de idade, em exercício na área do novo
Estado ou do Estado originário;

b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e advogados de comprovada idoneidade e saber
jurídico, com dez anos, no mínimo, de exercício profissional, obedecido o procedimento fixado na
Constituição;

VI - no caso de Estado proveniente de Território Federal, os cinco primeiros Desembargadores poderão


ser escolhidos dentre juízes de direito de qualquer parte do País;

VII - em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o primeiro Promotor de Justiça e o primeiro Defensor
Público serão nomeados pelo Governador eleito após concurso público de provas e títulos;

420
VIII - até a promulgação da Constituição Estadual, responderão pela Procuradoria-Geral, pela
Advocacia-Geral e pela Defensoria-Geral do Estado advogados de notório saber, com trinta e cinco anos de
idade, no mínimo, nomeados pelo Governador eleito e demissíveis "ad nutum";

IX - se o novo Estado for resultado de transformação de Território Federal, a transferência de encargos


financeiros da União para pagamento dos servidores optantes que pertenciam à Administração Federal
ocorrerá da seguinte forma:

a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte por cento dos encargos financeiros para fazer
face ao pagamento dos servidores públicos, ficando ainda o restante sob a responsabilidade da União;

b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos de trinta por cento e, no oitavo, dos restantes
cinqüenta por cento;

X - as nomeações que se seguirem às primeiras, para os cargos mencionados neste artigo, serão
disciplinadas na Constituição Estadual;

XI - as despesas orçamentárias com pessoal não poderão ultrapassar cinqüenta por cento da receita do
Estado.

Art. 236. Os SERVIÇOS NOTARIAIS e DE REGISTRO SÃO EXERCIDOS em caráter privado, por
delegação do Poder Público. (MPSP-2011) (TJMG-2012)

(Cartórios/TJSP-2016-VUNESP): O artigo 236 da Constituição Federal de 1988 estabelece que os serviços


notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. O princípio do
exercício privado da delegação está presente nas disposições constitucionais gerais.

(TJSP-2009-VUNESP): O Supremo Tribunal Federal (in AG 655.378-AGR) estabeleceu premissas a respeito


da condição jurídico-administrativa dos registradores, cartorários e notariais, destacando que estes não são
servidores públicos.

OBS: "O art. 40, § 1º, II, da CF/1988, na redação que lhe foi conferida pela EC 20/1998, está restrito aos cargos efetivos
da União, dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios – incluídas as autarquias e fundações. Os serviços
de registros públicos, cartorários e notariais são exercidos em caráter privado por delegação do Poder Público – serviço
público não privativo. Os notários e os registradores exercem atividade estatal, entretanto não são titulares
de cargo público efetivo, tampouco ocupam cargo público. Não são servidores públicos, não lhes alcançando
a compulsoriedade imposta pelo mencionado art. 40 da CF/1988 – aposentadoria compulsória aos setenta
anos de idade." (ADI 2.602, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 24-11-2005, Plenário, DJ de 31-3-2006.)
No mesmo sentido: RE 478.392-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 14-10-2008, Segunda Turma, DJE de
21-11-2008; Rcl 5.526-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 25-6-2008, Plenário, DJE de 15-8-2008;
AI 655.378-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 26-2-2008, Segunda Turma, DJE de 28-3-2008.

§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais
de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.

§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados
pelos serviços notariais e de registro.

§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não
se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção,
por mais de seis meses.

##Atenção: ##STF: ##DOD: O concurso público é providência necessária tanto para o ingresso nas
serventias extrajudiciais quanto para a remoção e para a permuta (art. 236, § 3º, do CRFB/88). STF. Plenário.
Rel. Min. Luiz Fux, j. 31/8/18.

##Atenção: ##STF: ##DOD: A jurisprudência da Corte se consolidou no sentido da autoaplicabilidade do


art. 236, § 3º, da CF/88, e, portanto, de que, após a promulgação da CF/88, é inconstitucional o acesso a

421
serviços notarial e de registro, inclusive por remoção ou permuta, sem prévia aprovação em concurso
público. STF. 2ª T. MS 29083 ED-ED-AgR, Rel. p/ Ac. Min. Dias Toffoli, j. 16/5/17.

##Atenção: ##STF: ##DOD: Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório quando
a vacância do cargo ocorre na vigência da CF/88, que exige a submissão a concurso público (art. 236, § 3º).
O prazo decadencial do art. 54 da Lei 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta diretamente
a Constituição Federal. O art. 236, § 3º, da CF é uma norma constitucional autoaplicável. Logo, mesmo
antes da edição da Lei 8.935/94 ela já tinha plena eficácia e o concurso público era obrigatório como
condição para o ingresso na atividade notarial e de registro. STF. Plenário. MS 26860/DF, Rel. Min. Luiz
Fux, j. 2/4/14 (Info 741).

Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses
fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.

Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis de petróleo, álcool carburante e outros
combustíveis derivados de matérias-primas renováveis, respeitados os princípios desta Constituição.

Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela
Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta
Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego, outras ações da
previdência social e o abono de que trata o § 3º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

§ 1º Dos recursos mencionados no caput, no mínimo 28% (vinte e oito por cento) serão destinados para
o financiamento de programas de desenvolvimento econômico, por meio do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, com critérios de remuneração que preservem o seu
valor. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do


Patrimônio do Servidor Público são preservados, mantendo-se os critérios de saque nas situações previstas
nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de casamento, ficando vedada a distribuição da
arrecadação de que trata o "caput" deste artigo, para depósito nas contas individuais dos participantes.

§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de Integração
Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de
remuneração mensal, é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual, computado neste valor o
rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos referidos programas, até a data
da promulgação desta Constituição.

§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição adicional da empresa cujo


índice de rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na forma
estabelecida por lei.

§ 5º Os programas de desenvolvimento econômico financiados na forma do § 1º e seus resultados serão


anualmente avaliados e divulgados em meio de comunicação social eletrônico e apresentados em reunião da
comissão mista permanente de que trata o § 1º do art. 166. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos
empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação
profissional vinculadas ao sistema sindical. (MPF-2012)

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios DISCIPLINARÃO por meio de lei
os CONSÓRCIOS PÚBLICOS e os CONVÊNIOS DE COOPERAÇÃO entre os entes federados,
AUTORIZANDO a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (PGETO-2018) (TJAL-2019)

422
(TJPR-2019-CESPE): Após autorização legislativa, foi firmado um acordo de vontades entre entes públicos,
criando-se um novo sujeito de direito, dotado de uma estrutura de bens e pessoal com permanência e
estabilidade. Nessa situação hipotética, o pacto firmado consiste em um contrato de consórcio público, que
deve ser firmado exclusivamente por entes da administração direta. BL: art. 1º, caput e §1º da Lei 11.10780
e art. 241 da CF.

##Atenção: A Lei 11.107/05 permite que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
contratem entre si consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum (art. 1º). Os
consórcios públicos são previstos pelo art. 241 da CF/88 e foram regulamentados pela Lei 11.107/05. Dito
de outro modo, o consórcio público é como se fosse uma "parceria" firmada por dois ou mais entes da
federação para que estes, juntos, tenham mais força para realizar objetivos de interesse comum. Ex.: três
municípios decidem fazer um consórcio público entre si para construção de um hospital que atenda à
população das três localidades. A partir de informações trazidas no enunciado da questão de que através
do acordo de vontades cria-se uma nova pessoa jurídica, é possível concluir que estamos diante de um
consórcio público, que consiste na gestão associada de entes federativos para a prestação de serviços de
interesse comum a todos eles. Dessa forma, os entes federativos podem se associar para a formação do
consórcio público, criando uma nova entidade com personalidade jurídica. Por fim, cumpre registrar que
somente se admite a participação de entes políticos no ajuste.

##Atenção: Cumpre destacar que entidades privadas não podem participar de consórcios públicos.

(Anal. Legisl.-Câmara de Deputados-2014-CESPE): No que diz respeito a convênio, a consórcio público e


a parceria público-privada (PPP), julgue o item que se segue. Duas entidades federativas podem instituir
uma pessoa jurídica autônoma, que materializará a criação de um consórcio. BL: art. 241, CF e art. 1º, §1º
da Lei 11.107 (administ.)

Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais criadas por lei
estadual ou municipal e existentes na data da promulgação desta Constituição, que não sejam total ou
preponderantemente mantidas com recursos públicos.

§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias
para a formação do povo brasileiro.

§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas
ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei SERÃO
EXPROPRIADAS e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e SEM PREJUÍZO de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014) (MPRS-2014)
(TJDFT-2015) (TJPR-2019)

(TJGO-2015-FCC): Como medida sancionatória do exercício do direito de propriedade em situação de


desconformidade com sua função social, a Constituição da República prevê a possibilidade de
expropriação, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei,
de propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas. BL: art. 243, CF.

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e REVERTERÁ a
FUNDO ESPECIAL com destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 81, de 2014) (MPRS-2014) (TJGO-2015) (TJPR-2019)

80Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem
consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências. § 1º O consórcio
público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado. (...)
423
Art. 244. A lei DISPORÁ sobre a ADAPTAÇÃO dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos
veículos de transporte coletivo atualmente existentes a fim de GARANTIR acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência, conforme o disposto no art. 227, § 2º. (TJRS-2018)

OBS: Da leitura dos artigos 227, §2º, e 244, da Constituição, a responsabilidade do Estado recai sobre
logradouros, edifícios e veículos de transporte públicos.

Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o Poder Público dará assistência aos
herdeiros e dependentes carentes de pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da responsabilidade
civil do autor do ilícito.

Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja
redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação
desta emenda, inclusive. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no § 7º do art. 169 estabelecerão critérios e
garantias especiais para a perda do cargo pelo servidor público estável que, em decorrência das atribuições
de seu cargo efetivo, desenvolva atividades exclusivas de Estado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)

Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do cargo somente ocorrerá


mediante processo administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão responsável pelo regime geral de
previdência social, ainda que à conta do Tesouro Nacional, e os não sujeitos ao limite máximo de valor fixado
para os benefícios concedidos por esse regime observarão os limites fixados no art. 37, XI. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de proventos de aposentadoria e
pensões concedidas aos respectivos servidores e seus dependentes, em adição aos recursos dos respectivos
tesouros, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão constituir fundos integrados pelos
recursos provenientes de contribuições e por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que
disporá sobre a natureza e administração desses fundos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento dos benefícios concedidos pelo
regime geral de previdência social, em adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir
fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza
e administração desse fundo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Brasília, 5 de outubro de 1988.

Ulysses Guimarães , Presidente - Mauro Benevides , 1.º Vice-Presidente - Jorge Arbage , 2.º Vice-Presidente -
Marcelo Cordeiro , 1.º Secretário - Mário Maia , 2.º Secretário - Arnaldo Faria de Sá , 3.º Secretário - Benedita da
Silva , 1.º Suplente de Secretário - Luiz Soyer , 2.º Suplente de Secretário - Sotero Cunha , 3.º Suplente de
Secretário - Bernardo Cabral , Relator Geral - Adolfo Oliveira , Relator Adjunto - Antônio Carlos Konder Reis ,
Relator Adjunto - José Fogaça , Relator Adjunto - Abigail Feitosa - Acival Gomes - Adauto Pereira - Ademir Andrade
- Adhemar de Barros Filho - Adroaldo Streck - Adylson Motta - Aécio de Borba - Aécio Neves - Affonso Camargo - Afif
Domingos - Afonso Arinos - Afonso Sancho - Agassiz Almeida - Agripino de Oliveira Lima - Airton Cordeiro - Airton
Sandoval - Alarico Abib - Albano Franco - Albérico Cordeiro - Albérico Filho - Alceni Guerra - Alcides Saldanha - Aldo
Arantes - Alércio Dias - Alexandre Costa - Alexandre Puzyna - Alfredo Campos - Almir Gabriel - Aloisio Vasconcelos
- Aloysio Chaves - Aloysio Teixeira - Aluizio Bezerra - Aluízio Campos - Álvaro Antônio - Álvaro Pacheco - Álvaro
Valle - Alysson Paulinelli - Amaral Netto - Amaury Müller - Amilcar Moreira - Ângelo Magalhães - Anna Maria
Rattes - Annibal Barcellos - Antero de Barros - Antônio Câmara - Antônio Carlos Franco - Antonio Carlos Mendes
Thame - Antônio de Jesus - Antonio Ferreira - Antonio Gaspar - Antonio Mariz - Antonio Perosa - Antônio Salim
Curiati - Antonio Ueno - Arnaldo Martins - Arnaldo Moraes - Arnaldo Prieto - Arnold Fioravante - Arolde de Oliveira
- Artenir Werner - Artur da Távola - Asdrubal Bentes - Assis Canuto - Átila Lira - Augusto Carvalho - Áureo Mello -
Basílio Villani - Benedicto Monteiro - Benito Gama - Beth Azize - Bezerra de Melo - Bocayuva Cunha - Bonifácio de
Andrada - Bosco França - Brandão Monteiro - Caio Pompeu - Carlos Alberto - Carlos Alberto Caó - Carlos Benevides -
Carlos Cardinal - Carlos Chiarelli - Carlos Cotta - Carlos De’Carli - Carlos Mosconi - Carlos Sant’Anna - Carlos
424
Vinagre - Carlos Virgílio - Carrel Benevides - Cássio Cunha Lima - Célio de Castro - Celso Dourado - César Cals Neto
- César Maia - Chagas Duarte - Chagas Neto - Chagas Rodrigues - Chico Humberto - Christóvam Chiaradia - Cid
Carvalho - Cid Sabóia de Carvalho - Cláudio Ávila - Cleonâncio Fonseca - Costa Ferreira - Cristina Tavares - Cunha
Bueno - Dálton Canabrava - Darcy Deitos - Darcy Pozza - Daso Coimbra - Davi Alves Silva - Del Bosco Amaral -
Delfim Netto - Délio Braz - Denisar Arneiro - Dionisio Dal Prá - Dionísio Hage - Dirce Tutu Quadros - Dirceu Carneiro
- Divaldo Suruagy - Djenal Gonçalves - Domingos Juvenil - Domingos Leonelli - Doreto Campanari - Edésio Frias -
Edison Lobão - Edivaldo Motta - Edme Tavares - Edmilson Valentim - Eduardo Bonfim - Eduardo Jorge - Eduardo
Moreira - Egídio Ferreira Lima - Elias Murad - Eliel Rodrigues - Eliézer Moreira - Enoc Vieira - Eraldo Tinoco - Eraldo
Trindade - Erico Pegoraro - Ervin Bonkoski - Etevaldo Nogueira - Euclides Scalco - Eunice Michiles - Evaldo Gonçalves
- Expedito Machado - Ézio Ferreira - Fábio Feldmann - Fábio Raunheitti - Farabulini Júnior - Fausto Fernandes - Fausto
Rocha - Felipe Mendes - Feres Nader - Fernando Bezerra Coelho - Fernando Cunha - Fernando Gasparian - Fernando
Gomes - Fernando Henrique Cardoso - Fernando Lyra - Fernando Santana - Fernando Velasco - Firmo de Castro - Flavio
Palmier da Veiga - Flávio Rocha - Florestan Fernandes - Floriceno Paixão - França Teixeira - Francisco Amaral -
Francisco Benjamim - Francisco Carneiro - Francisco Coelho - Francisco Diógenes - Francisco Dornelles - Francisco
Küster - Francisco Pinto - Francisco Rollemberg - Francisco Rossi - Francisco Sales - Furtado Leite - Gabriel Guerreiro
- Gandi Jamil - Gastone Righi - Genebaldo Correia - Genésio Bernardino - Geovani Borges - Geraldo Alckmin Filho -
Geraldo Bulhões - Geraldo Campos - Geraldo Fleming - Geraldo Melo - Gerson Camata - Gerson Marcondes - Gerson
Peres - Gidel Dantas - Gil César - Gilson Machado - Gonzaga Patriota - Guilherme Palmeira - Gumercindo Milhomem
- Gustavo de Faria - Harlan Gadelha - Haroldo Lima - Haroldo Sabóia - Hélio Costa - Hélio Duque - Hélio Manhães -
Hélio Rosas - Henrique Córdova - Henrique Eduardo Alves - Heráclito Fortes - Hermes Zaneti - Hilário Braun - Homero
Santos - Humberto Lucena - Humberto Souto - Iberê Ferreira - Ibsen Pinheiro - Inocêncio Oliveira - Irajá Rodrigues -
Iram Saraiva - Irapuan Costa Júnior - Irma Passoni - Ismael Wanderley - Israel Pinheiro - Itamar Franco - Ivo Cersósimo
- Ivo Lech - Ivo Mainardi - Ivo Vanderlinde - Jacy Scanagatta - Jairo Azi - Jairo Carneiro - Jalles Fontoura - Jamil
Haddad - Jarbas Passarinho - Jayme Paliarin - Jayme Santana - Jesualdo Cavalcanti - Jesus Tajra - Joaci Góes - João
Agripino - João Alves - João Calmon - João Carlos Bacelar - João Castelo - João Cunha - João da Mata - João de Deus
Antunes - João Herrmann Neto - João Lobo - João Machado Rollemberg - João Menezes - João Natal - João Paulo - João
Rezek - Joaquim Bevilácqua - Joaquim Francisco - Joaquim Hayckel - Joaquim Sucena - Jofran Frejat - Jonas Pinheiro -
Jonival Lucas - Jorge Bornhausen - Jorge Hage - Jorge Leite - Jorge Uequed - Jorge Vianna - José Agripino - José Camargo
- José Carlos Coutinho - José Carlos Grecco - José Carlos Martinez - José Carlos Sabóia - José Carlos Vasconcelos - José
Costa - José da Conceição - José Dutra - José Egreja - José Elias - José Fernandes - José Freire - José Genoíno - José Geraldo
- José Guedes - José Ignácio Ferreira - José Jorge - José Lins - José Lourenço - José Luiz de Sá - José Luiz Maia - José
Maranhão - José Maria Eymael - José Maurício - José Melo - José Mendonça Bezerra - José Moura - José Paulo Bisol -
José Queiroz - José Richa - José Santana de Vasconcellos - José Serra - José Tavares - José Teixeira - José Thomaz Nonô
- José Tinoco - José Ulísses de Oliveira - José Viana - José Yunes - Jovanni Masini - Juarez Antunes - Júlio Campos -
Júlio Costamilan - Jutahy Júnior - Jutahy Magalhães - Koyu Iha - Lael Varella - Lavoisier Maia - Leite Chaves - Lélio
Souza - Leopoldo Peres - Leur Lomanto - Levy Dias - Lézio Sathler - Lídice da Mata - Louremberg Nunes Rocha -
Lourival Baptista - Lúcia Braga - Lúcia Vânia - Lúcio Alcântara - Luís Eduardo - Luís Roberto Ponte - Luiz Alberto
Rodrigues - Luiz Freire - Luiz Gushiken - Luiz Henrique - Luiz Inácio Lula da Silva - Luiz Leal - Luiz Marques - Luiz
Salomão - Luiz Viana - Luiz Viana Neto - Lysâneas Maciel - Maguito Vilela - Maluly Neto - Manoel Castro - Manoel
Moreira - Manoel Ribeiro - Mansueto de Lavor - Manuel Viana - Márcia Kubitschek - Márcio Braga - Márcio Lacerda
- Marco Maciel - Marcondes Gadelha - Marcos Lima - Marcos Queiroz - Maria de Lourdes Abadia - Maria Lúcia -
Mário Assad - Mário Covas - Mário de Oliveira - Mário Lima - Marluce Pinto - Matheus Iensen - Mattos Leão -
Maurício Campos - Maurício Correa - Maurício Fruet - Maurício Nasser - Maurício Pádua - Maurílio Ferreira Lima -
Mauro Borges - Mauro Campos - Mauro Miranda - Mauro Sampaio - Max Rosenmann - Meira Filho - Melo Freire -
Mello Reis - Mendes Botelho - Mendes Canale - Mendes Ribeiro - Messias Góis - Messias Soares - Michel Temer -
Milton Barbosa - Milton Lima - Milton Reis - Miraldo Gomes - Miro Teixeira - Moema São Thiago - Moysés Pimentel
- Mozarildo Cavalcanti - Mussa Demes - Myrian Portella - Nabor Júnior - Naphtali Alves de Souza - Narciso Mendes
- Nelson Aguiar - Nelson Carneiro - Nelson Jobim - Nelson Sabrá - Nelson Seixas - Nelson Wedekin - Nelton Friedrich
- Nestor Duarte - Ney Maranhão - Nilso Sguarezi - Nilson Gibson - Nion Albernaz - Noel de Carvalho - Nyder Barbosa
- Octávio Elísio - Odacir Soares - Olavo Pires - Olívio Dutra - Onofre Corrêa - Orlando Bezerra - Orlando Pacheco -
Oscar Corrêa - Osmar Leitão - Osmir Lima - Osmundo Rebouças - Osvaldo Bender - Osvaldo Coelho - Osvaldo Macedo
- Osvaldo Sobrinho - Oswaldo Almeida - Oswaldo Trevisan - Ottomar Pinto - Paes de Andrade - Paes Landim - Paulo
Delgado - Paulo Macarini - Paulo Marques - Paulo Mincarone - Paulo Paim - Paulo Pimentel - Paulo Ramos - Paulo
Roberto - Paulo Roberto Cunha - Paulo Silva - Paulo Zarzur - Pedro Canedo - Pedro Ceolin - Percival Muniz - Pimenta
da Veiga - Plínio Arruda Sampaio - Plínio Martins - Pompeu de Sousa - Rachid Saldanha Derzi - Raimundo Bezerra -
Raimundo Lira - Raimundo Rezende - Raquel Cândido - Raquel Capiberibe - Raul Belém - Raul Ferraz - Renan Calheiros
- Renato Bernardi - Renato Johnsson - Renato Vianna - Ricardo Fiuza - Ricardo Izar - Rita Camata - Rita Furtado -
Roberto Augusto - Roberto Balestra - Roberto Brant - Roberto Campos - Roberto D’Ávila - Roberto Freire - Roberto
Jefferson - Roberto Rollemberg - Roberto Torres - Roberto Vital - Robson Marinho - Rodrigues Palma - Ronaldo Aragão
- Ronaldo Carvalho - Ronaldo Cezar Coelho - Ronan Tito - Ronaro Corrêa - Rosa Prata - Rose de Freitas - Rospide Netto
- Rubem Branquinho - Rubem Medina - Ruben Figueiró - Ruberval Pilotto - Ruy Bacelar - Ruy Nedel - Sadie Hauache
- Salatiel Carvalho - Samir Achôa - Sandra Cavalcanti - Santinho Furtado - Sarney Filho - Saulo Queiroz - Sérgio Brito
- Sérgio Spada - Sérgio Werneck - Severo Gomes - Sigmaringa Seixas - Sílvio Abreu - Simão Sessim - Siqueira Campos

425
- Sólon Borges dos Reis - Stélio Dias - Tadeu França - Telmo Kirst - Teotonio Vilela Filho - Theodoro Mendes - Tito
Costa - Ubiratan Aguiar - Ubiratan Spinelli - Uldurico Pinto - Valmir Campelo - Valter Pereira - Vasco Alves - Vicente
Bogo - Victor Faccioni - Victor Fontana - Victor Trovão - Vieira da Silva - Vilson Souza - Vingt Rosado - Vinicius
Cansanção - Virgildásio de Senna - Virgílio Galassi - Virgílio Guimarães - Vitor Buaiz - Vivaldo Barbosa - Vladimir
Palmeira - Wagner Lago - Waldec Ornélas - Waldyr Pugliesi - Walmor de Luca - Wilma Maia - Wilson Campos -
Wilson Martins - Ziza Valadares.

Participantes: Álvaro Dias - Antônio Britto - Bete Mendes - Borges da Silveira - Cardoso Alves - Edivaldo Holanda -
Expedito Júnior - Fadah Gattass - Francisco Dias - Geovah Amarante - Hélio Gueiros - Horácio Ferraz - Hugo Napoleão
- Iturival Nascimento - Ivan Bonato - Jorge Medauar - José Mendonça de Morais - Leopoldo Bessone - Marcelo Miranda
- Mauro Fecury - Neuto de Conto - Nivaldo Machado - Oswaldo Lima Filho - Paulo Almada - Prisco Viana - Ralph
Biasi - Rosário Congro Neto - Sérgio Naya - Tidei de Lima.

In Memoriam: Alair Ferreira - Antônio Farias - Fábio Lucena - Norberto Schwantes - Virgílio Távora.

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.10.1988

TÍTULO X
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

Art. 1º. O Presidente da República, o Presidente do Supremo Tribunal Federal e os membros do


Congresso Nacional prestarão o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, no ato e na data
de sua promulgação.

Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou
monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar
no País. (Vide emenda Constitucional nº 2, de 1992) (TJRS-2016)

§ 1º - Será assegurada gratuidade na livre divulgação dessas formas e sistemas, através dos meios de
comunicação de massa cessionários de serviço público.

§ 2º - O Tribunal Superior Eleitoral, promulgada a Constituição, expedirá as normas regulamentadoras


deste artigo.

Art. 3º. A REVISÃO CONSTITUCIONAL SERÁ REALIZADA após cinco anos, CONTADOS da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, EM
SESSÃO UNICAMERAL. (MPSE-2010)

Art. 4º. O mandato do atual Presidente da República terminará em 15 de março de 1990.

§ 1º A primeira eleição para Presidente da República após a promulgação da Constituição será realizada
no dia 15 de novembro de 1989, não se lhe aplicando o disposto no art. 16 da Constituição.

§ 2º É assegurada a irredutibilidade da atual representação dos Estados e do Distrito Federal na Câmara


dos Deputados.

§ 3º - Os mandatos dos Governadores e dos Vice-Governadores eleitos em 15 de novembro de 1986


terminarão em 15 de março de 1991.

§ 4º - Os mandatos dos atuais Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores terminarão no dia 1º de janeiro de


1989, com a posse dos eleitos.

Art. 5º. Não se aplicam às eleições previstas para 15 de novembro de 1988 o disposto no art. 16 e as regras
do art. 77 da Constituição.

§ 1º Para as eleições de 15 de novembro de 1988 será exigido domicílio eleitoral na circunscrição pelo
menos durante os quatro meses anteriores ao pleito, podendo os candidatos que preencham este requisito,
atendidas as demais exigências da lei, ter seu registro efetivado pela Justiça Eleitoral após a promulgação da
Constituição.
426
§ 2º Na ausência de norma legal específica, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral editar as normas
necessárias à realização das eleições de 1988, respeitada a legislação vigente.

§ 3º Os atuais parlamentares federais e estaduais eleitos Vice-Prefeitos, se convocados a exercer a função


de Prefeito, não perderão o mandato parlamentar.

§ 4º O número de vereadores por município será fixado, para a representação a ser eleita em 1988, pelo
respectivo Tribunal Regional Eleitoral, respeitados os limites estipulados no art. 29, IV, da Constituição.

§ 5º Para as eleições de 15 de novembro de 1988, ressalvados os que já exercem mandato eletivo, são
inelegíveis para qualquer cargo, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes por
consangüinidade ou afinidade, até o segundo grau, ou por adoção, do Presidente da República, do
Governador de Estado, do Governador do Distrito Federal e do Prefeito que tenham exercido mais da metade
do mandato.

Art. 6º. Nos seis meses posteriores à promulgação da Constituição, parlamentares federais, reunidos em
número não inferior a trinta, poderão requerer ao Tribunal Superior Eleitoral o registro de novo partido
político, juntando ao requerimento o manifesto, o estatuto e o programa devidamente assinados pelos
requerentes.

§ 1º O registro provisório, que será concedido de plano pelo Tribunal Superior Eleitoral, nos termos deste
artigo, defere ao novo partido todos os direitos, deveres e prerrogativas dos atuais, entre eles o de participar,
sob legenda própria, das eleições que vierem a ser realizadas nos doze meses seguintes a sua formação.

§ 2º O novo partido perderá automaticamente seu registro provisório se, no prazo de vinte e quatro
meses, contados de sua formação, não obtiver registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral, na forma que
a lei dispuser.

Art. 7º. O Brasil propugnará pela formação de um tribunal internacional dos direitos humanos.

Art. 8º. É concedida anistia aos que, no período de 18 de setembro de 1946 até a data da promulgação da
Constituição, foram atingidos, em decorrência de motivação exclusivamente política, por atos de exceção,
institucionais ou complementares, aos que foram abrangidos pelo Decreto Legislativo nº 18, de 15 de
dezembro de 1961, e aos atingidos pelo Decreto-Lei nº 864, de 12 de setembro de 1969, asseguradas as
promoções, na inatividade, ao cargo, emprego, posto ou graduação a que teriam direito se estivessem em
serviço ativo, obedecidos os prazos de permanência em atividade previstos nas leis e regulamentos vigentes,
respeitadas as características e peculiaridades das carreiras dos servidores públicos civis e militares e
observados os respectivos regimes jurídicos. (Regulamento) (TJAM-2016)

OBS: A Lei nº 10.599/2002 que regulamentou este dispositivo constitucional. Vejamos o teor do art. 1º do
referido diploma legal (em especial, leia o inciso V):
Art. 1o O Regime do Anistiado Político compreende os seguintes direitos:
I - declaração da condição de anistiado político;
II - reparação econômica, de caráter indenizatório, em prestação única ou em prestação mensal,
permanente e continuada, asseguradas a readmissão ou a promoção na inatividade, nas condições
estabelecidas no caput e nos §§ 1o e 5o do art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias;
III - contagem, para todos os efeitos, do tempo em que o anistiado político esteve compelido ao
afastamento de suas atividades profissionais, em virtude de punição ou de fundada ameaça de
punição, por motivo exclusivamente político, vedada a exigência de recolhimento de quaisquer
contribuições previdenciárias;
IV - conclusão do curso, em escola pública, ou, na falta, com prioridade para bolsa de estudo, a
partir do período letivo interrompido, para o punido na condição de estudante, em escola pública,
ou registro do respectivo diploma para os que concluíram curso em instituições de ensino no
exterior, mesmo que este não tenha correspondente no Brasil, exigindo-se para isso o diploma ou
certificado de conclusão do curso em instituição de reconhecido prestígio internacional; e
V - reintegração dos servidores públicos civis e dos empregados públicos punidos, por
interrupção de atividade profissional em decorrência de decisão dos trabalhadores, por adesão à
greve em serviço público e em atividades essenciais de interesse da segurança nacional por
motivo político.
427
Parágrafo único. Aqueles que foram afastados em processos administrativos, instalados com base
na legislação de exceção, sem direito ao contraditório e à própria defesa, e impedidos de conhecer
os motivos e fundamentos da decisão, serão reintegrados em seus cargos.

##Atenção: ##STF: ##DOD: São imprescritíveis as ações de reintegração em cargo público quando o
afastamento se deu em razão de atos de exceção praticados durante o regime militar. STJ. 1ª Turma. REsp
1.565.166-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, j. 26/6/18 (Info 630).

(TJRS-2016-Faurgs): Tendo em vista o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, considere a


seguinte afirmação: O artigo 8º concedeu anistia aos que, no período de 18 de setembro de 1946 até a data
da promulgação da Constituição de 1988, foram atingidos, em decorrência de motivação exclusivamente
política, por atos de exceção, institucionais ou complementares. BL: art. 8º, ADCT.

§ 1º O disposto neste artigo somente gerará efeitos financeiros a partir da promulgação da Constituição,
vedada a remuneração de qualquer espécie em caráter retroativo.

§ 2º Ficam assegurados os benefícios estabelecidos neste artigo aos trabalhadores do setor privado,
dirigentes e representantes sindicais que, por motivos exclusivamente políticos, tenham sido punidos,
demitidos ou compelidos ao afastamento das atividades remuneradas que exerciam, bem como aos que
foram impedidos de exercer atividades profissionais em virtude de pressões ostensivas ou expedientes
oficiais sigilosos.

§ 3º Aos cidadãos que foram impedidos de exercer, na vida civil, atividade profissional específica, em
decorrência das Portarias Reservadas do Ministério da Aeronáutica nº S-50-GM5, de 19 de junho de 1964, e
nº S-285-GM5 será concedida reparação de natureza econômica, na forma que dispuser lei de iniciativa do
Congresso Nacional e a entrar em vigor no prazo de doze meses a contar da promulgação da Constituição.

§ 4º Aos que, por força de atos institucionais, tenham exercido gratuitamente mandato eletivo de
vereador serão computados, para efeito de aposentadoria no serviço público e previdência social, os
respectivos períodos.

§ 5º A anistia concedida nos termos deste artigo aplica-se aos servidores públicos civis e aos empregados
em todos os níveis de governo ou em suas fundações, empresas públicas ou empresas mistas sob controle
estatal, exceto nos Ministérios militares, que tenham sido punidos ou demitidos por atividades profissionais
interrompidas em virtude de decisão de seus trabalhadores, bem como em decorrência do Decreto-Lei nº
1.632, de 4 de agosto de 1978, ou por motivos exclusivamente políticos, assegurada a readmissão dos que
foram atingidos a partir de 1979, observado o disposto no § 1º.

Art. 9º. Os que, por motivos exclusivamente políticos, foram cassados ou tiveram seus direitos políticos
suspensos no período de 15 de julho a 31 de dezembro de 1969, por ato do então Presidente da República,
poderão requerer ao Supremo Tribunal Federal o reconhecimento dos direitos e vantagens interrompidos
pelos atos punitivos, desde que comprovem terem sido estes eivados de vício grave.

Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal proferirá a decisão no prazo de cento e vinte dias, a contar
do pedido do interessado.

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:

I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcentagem prevista no art.
6º, "caput" e § 1º, da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966; (MPCE-2009)

II - FICA VEDADA a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato; (DPEMS-2008)

b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. (Vide Lei
Complementar nº 146, de 2014) (DPEMS-2008) (TJSP-2011)

428
##Atenção: ##STF: ##DOD: A incidência da estabilidade prevista no art. 10, II, do ADCT somente exige
a anterioridade da gravidez à dispensa sem justa causa. O único requisito exigido é de natureza
biológica. Exige-se apenas a comprovação de que a gravidez tenha ocorrido antes da dispensa arbitrária,
não sendo necessários quaisquer outros requisitos, como o prévio conhecimento do empregador ou da
própria gestante. Assim, é possível assegurar a estabilidade à gestante mesmo que no momento em que
ela tenha sido demitida pelo empregador ele não soubesse de sua gravidez. STF. Plenário. RE 629053/SP,
Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 10/10/18 (repercussão geral) (Info 919).

##Atenção: ##STF: ##TJAM-2016: ##CESPE: As servidoras públicas e empregadas gestantes,


independentemente do regime jurídico de trabalho, têm direito à licença-maternidade de cento e vinte dias
e à estabilidade provisória desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, conforme o art.
7º, XVIII, da Constituição e o art. 10, II, b, do ADCT. Demonstrada a proteção constitucional às
trabalhadoras em geral, prestigiando-se o princípio da isonomia, não há falar em diferenciação entre
servidora pública civil e militar. (STF. 1ª T., RE 597989 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 09/11/10).
A estabilidade provisória advinda de licença-maternidade decorre de proteção constitucional às
trabalhadoras em geral. O direito amparado pelo art. 7º, XVIII, da CF, nos termos do art. 142, VIII, da
CF/88, alcança as militares. (STF. 2ª T., RE 523.572-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 6/10/09).

§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, o prazo da licença-
paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias.

§ 2º Até ulterior disposição legal, a cobrança das contribuições para o custeio das atividades dos
sindicatos rurais será feita juntamente com a do imposto territorial rural, pelo mesmo órgão arrecadador.

§ 3º Na primeira comprovação do cumprimento das obrigações trabalhistas pelo empregador rural, na


forma do art. 233, após a promulgação da Constituição, será certificada perante a Justiça do Trabalho a
regularidade do contrato e das atualizações das obrigações trabalhistas de todo o período.

Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no
prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.

Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de seis
meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na
Constituição Federal e na Constituição Estadual.

##Atenção: ##STF: ##TRF1-2009: ##CESPE: I. Poder Constituinte Estadual: autonomia (ADCT, art. 11):
restrições jurisprudenciais inaplicáveis ao caso. 1. É da jurisprudência assente do STF que afronta o
princípio fundamental da separação a independência dos Poderes o trato em constituições estaduais de
matéria, sem caráter essencialmente constitucional - assim, por exemplo, a relativa à fixação de
vencimentos ou a concessão de vantagens específicas a servidores públicos -, que caracterize fraude à
iniciativa reservada ao Poder Executivo de leis ordinárias a respeito: precedentes. 2. A jurisprudência
restritiva dos poderes da Assembleia Constituinte do Estado-membro não alcança matérias às quais,
delas cuidando, a Constituição da República emprestou alçada constitucional. II - Anistia de infrações
disciplinares de servidores estaduais: competência do Estado-membro respectivo. 1. Só quando se
cuidar de anistia de crimes - que se caracteriza como abolitio criminis de efeito temporário e só
retroativo - a competência exclusiva da União se harmoniza com a competência federal privativa para
legislar sobre Direito Penal; ao contrário, conferir à União - e somente a ela - o poder de anistiar
infrações administrativas de servidores locais constituiria exceção radical e inexplicável ao dogma
fundamental do princípio federativo - qual seja, a autonomia administrativa de Estados e Municípios -
que não é de presumir, mas, ao contrário, reclamaria norma inequívoca da Constituição da República
(precedente: Rp 696, 06.10.66, red. Baleeiro). 2. Compreende-se na esfera de autonomia dos Estados a
anistia (ou o cancelamento) de infrações disciplinares de seus respectivos servidores, podendo concedê-
la a Assembléia Constituinte local, mormente quando circunscrita - a exemplo da concedida pela
Constituição da República - às punições impostas no regime decaído por motivos políticos. STF.
Plenário. ADI 104, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 04/06/07 (Info 958)

(TJPA-2014-FCC): A Assembleia Legislativa do Amapá, ao discutir e promulgar a Constituição do Estado,


estava no exercício do poder constituinte decorrente, sendo que a Constituição do Estado do Amapá
expressamente prevê que poderá ser emendada mediante proposta de mais da metade das Câmaras
Municipais do Estado, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. BL: art.
11, ADCT e art. 60, III da CF.

429
Art. 12. Será criada, dentro de noventa dias da promulgação da Constituição, Comissão de Estudos
Territoriais, com dez membros indicados pelo Congresso Nacional e cinco pelo Poder Executivo, com a
finalidade de apresentar estudos sobre o território nacional e anteprojetos relativos a novas unidades
territoriais, notadamente na Amazônia Legal e em áreas pendentes de solução.

§ 1º No prazo de um ano, a Comissão submeterá ao Congresso Nacional os resultados de seus estudos


para, nos termos da Constituição, serem apreciados nos doze meses subseqüentes, extinguindo-se logo após.

§ 2º Os Estados e os Municípios deverão, no prazo de três anos, a contar da promulgação da Constituição,


promover, mediante acordo ou arbitramento, a demarcação de suas linhas divisórias atualmente litigiosas,
podendo para isso fazer alterações e compensações de área que atendam aos acidentes naturais, critérios
históricos, conveniências administrativas e comodidade das populações limítrofes.

§ 3º Havendo solicitação dos Estados e Municípios interessados, a União poderá encarregar-se dos
trabalhos demarcatórios.

§ 4º Se, decorrido o prazo de três anos, a contar da promulgação da Constituição, os trabalhos


demarcatórios não tiverem sido concluídos, caberá à União determinar os limites das áreas litigiosas.

§ 5º Ficam reconhecidos e homologados os atuais limites do Estado do Acre com os Estados do Amazonas
e de Rondônia, conforme levantamentos cartográficos e geodésicos realizados pela Comissão Tripartite
integrada por representantes dos Estados e dos serviços técnico-especializados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística.

Art. 13. É criado o Estado do Tocantins, pelo desmembramento da área descrita neste artigo, dando-se
sua instalação no quadragésimo sexto dia após a eleição prevista no § 3º, mas não antes de 1º de janeiro de
1989.

§ 1º - O Estado do Tocantins integra a Região Norte e limita-se com o Estado de Goiás pelas divisas norte
dos Municípios de São Miguel do Araguaia, Porangatu, Formoso, Minaçu, Cavalcante, Monte Alegre de
Goiás e Campos Belos, conservando a leste, norte e oeste as divisas atuais de Goiás com os Estados da Bahia,
Piauí, Maranhão, Pará e Mato Grosso.

§ 2º O Poder Executivo designará uma das cidades do Estado para sua Capital provisória até a aprovação
da sede definitiva do governo pela Assembléia Constituinte.

§ 3º O Governador, o Vice-Governador, os Senadores, os Deputados Federais e os Deputados Estaduais


serão eleitos, em um único turno, até setenta e cinco dias após a promulgação da Constituição, mas não antes
de 15 de novembro de 1988, a critério do Tribunal Superior Eleitoral, obedecidas, entre outras, as seguintes
normas:

I - o prazo de filiação partidária dos candidatos será encerrado setenta e cinco dias antes da data das
eleições;

II - as datas das convenções regionais partidárias destinadas a deliberar sobre coligações e escolha de
candidatos, de apresentação de requerimento de registro dos candidatos escolhidos e dos demais
procedimentos legais serão fixadas, em calendário especial, pela Justiça Eleitoral;

III - são inelegíveis os ocupantes de cargos estaduais ou municipais que não se tenham deles afastado,
em caráter definitivo, setenta e cinco dias antes da data das eleições previstas neste parágrafo;

IV - ficam mantidos os atuais diretórios regionais dos partidos políticos do Estado de Goiás, cabendo às
comissões executivas nacionais designar comissões provisórias no Estado do Tocantins, nos termos e para os
fins previstos na lei.

§ 4º Os mandatos do Governador, do Vice-Governador, dos Deputados Federais e Estaduais eleitos na


forma do parágrafo anterior extinguir-se-ão concomitantemente aos das demais unidades da Federação; o
mandato do Senador eleito menos votado extinguir-se-á nessa mesma oportunidade, e os dos outros dois,
juntamente com os dos Senadores eleitos em 1986 nos demais Estados.
430
§ 5º A Assembléia Estadual Constituinte será instalada no quadragésimo sexto dia da eleição de seus
integrantes, mas não antes de 1º de janeiro de 1989, sob a presidência do Presidente do Tribunal Regional
Eleitoral do Estado de Goiás, e dará posse, na mesma data, ao Governador e ao Vice-Governador eleitos.

§ 6º Aplicam-se à criação e instalação do Estado do Tocantins, no que couber, as normas legais


disciplinadoras da divisão do Estado de Mato Grosso, observado o disposto no art. 234 da Constituição.

§ 7º Fica o Estado de Goiás liberado dos débitos e encargos decorrentes de empreendimentos no território
do novo Estado, e autorizada a União, a seu critério, a assumir os referidos débitos.

Art. 14. Os Territórios Federais de Roraima e do Amapá são transformados em Estados Federados,
mantidos seus atuais limites geográficos.

§ 1º A instalação dos Estados dar-se-á com a posse dos governadores eleitos em 1990.

§ 2º Aplicam-se à transformação e instalação dos Estados de Roraima e Amapá as normas e critérios


seguidos na criação do Estado de Rondônia, respeitado o disposto na Constituição e neste Ato.

§ 3º O Presidente da República, até quarenta e cinco dias após a promulgação da Constituição,


encaminhará à apreciação do Senado Federal os nomes dos governadores dos Estados de Roraima e do
Amapá que exercerão o Poder Executivo até a instalação dos novos Estados com a posse dos governadores
eleitos.

§ 4º Enquanto não concretizada a transformação em Estados, nos termos deste artigo, os Territórios
Federais de Roraima e do Amapá serão beneficiados pela transferência de recursos prevista nos arts. 159, I,
"a", da Constituição, e 34, § 2º, II, deste Ato.

Art. 15. Fica extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, sendo sua área reincorporada ao
Estado de Pernambuco.

Art. 16. Até que se efetive o disposto no art. 32, § 2º, da Constituição, caberá ao Presidente da República,
com a aprovação do Senado Federal, indicar o Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal.

§ 1º A competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, até que se instale, será exercida pelo
Senado Federal.

§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Distrito Federal,


enquanto não for instalada a Câmara Legislativa, será exercida pelo Senado Federal, mediante controle
externo, com o auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, observado o disposto no art. 72 da
Constituição.

§ 3º Incluem-se entre os bens do Distrito Federal aqueles que lhe vierem a ser atribuídos pela União na
forma da lei.

Art. 17. Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os adicionais, bem como os proventos de


aposentadoria que estejam sendo percebidos em desacordo com a Constituição serão imediatamente
reduzidos aos limites dela decorrentes, não se admitindo, neste caso, invocação de direito adquirido ou
percepção de excesso a qualquer título. (Vide Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

(TJPI-2007-CESPE): Segundo entendimento do STF, pode ser alterada administrativamente, com base na
nova ordem constitucional, decisão judicial, com trânsito em julgado antes do advento da CF, mas com
essa materialmente incompatível, que estabeleça a cumulação de parcelas remuneratórias.. BL: art. 17,
caput, ADCT.

##Atenção: ##STF: ##MPF-2013: Após alguma divergência, o STF consolidou o entendimento de que o
art. 17 do ADCT atinge inclusive decisões transitadas em julgado antes da CF/88 e que a própria
Administração Pública poderia desconsiderar a coisa julgada, por força expressa deste dispositivo.
Lembrando que por se tratar de uma nova ordem constitucional, manifestada pelo Poder Constituinte

431
originário, é possível haver a retroatividade máxima ou média (sobre este tema, cf. ADI 493). Neste
sentido, confiram o seguinte julgado: “SERVIDOR PÚBLICO. Vencimentos. Vantagens pecuniárias. Adicionais
por Tempo de Serviço e Sexta-Parte. Cálculo. Influência recíproca. Cumulação. Excesso. Inadmissibilidade. Redução
por ato da administração. Coisa julgada material anterior ao início de vigência da atual Constituição da República.
Direito adquirido. Não oponibilidade. Ação julgada improcedente. Embargos de divergência conhecidos e acolhidos
para esse fim. Interpretação do art. 37, XIV, da CF, e do art. 17, caput, do ADCT. Voto vencido. Não pode ser
oposta à administração pública, para efeito de impedir redução de excesso na percepção de adicionais e
sexta-parte, calculados com influência recíproca, coisa julgada material formada antes do início de
vigência da atual Constituição da República. (RE 146.331-EDv, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 23-11-06, Plenário,
DJ de 20-4-07.)”

§ 1º É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de médico que estejam
sendo exercidos por médico militar na administração pública direta ou indireta.

§ 2º É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de


saúde que estejam sendo exercidos na administração pública direta ou indireta.

Art. 18. Ficam extintos os efeitos jurídicos de qualquer ato legislativo ou administrativo, lavrado a partir
da instalação da Assembléia Nacional Constituinte, que tenha por objeto a concessão de estabilidade a
servidor admitido sem concurso público, da administração direta ou indireta, inclusive das fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público.

Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da
administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da
Constituição, HÁ pelo menos cinco anos continuados, e que NÃO TENHAM SIDO ADMITIDOS na forma
regulada no art. 37, da Constituição, SÃO CONSIDERADOS ESTÁVEIS no serviço público. [obs.:
estabilidade EXTRAORDINÁRIA.] (MPSC-2016)

##Atenção: ##STF: ##DOD: A estabilidade especial do art. 19 do ADCT não se estende aos empregados
das fundações públicas de direito privado, aplicando-se tão somente aos servidores das pessoas
jurídicas de direito público. O termo “fundações públicas”, utilizado pelo art. 19 do ADCT, deve ser
compreendido como fundações autárquicas, sujeitas ao regime jurídico de direito público. Ex:
empregados da Fundação Padre Anchieta não gozam dessa estabilidade do art. 19 do ADCT em razão
de se tratar de uma fundação pública de direito privado. STF. Plenário. RE 716378/SP, Rel. Min. Dias
Toffoli, j. 1º e 7/8/19 (repercussão geral) (Info 946).

##Comentário sobre o julgado acima: ##DOD: Art. 19 do ADCT: O ADCT da CF/88 previu que os
servidores públicos que estavam em exercício há pelo menos 5 anos quando a CF/88 foi promulgada
deveriam ser considerados estáveis, mesmo que não tivessem sido admitidos por meio de concurso
público. Desse modo, quem ingressou no serviço público, sem concurso, até 05/10/83 (5 anos antes da
CF/88) e assim permaneceu, de forma continuada, tornou-se estável com a edição da CF/88. Trata-se,
contudo, de regra excepcional e que somente vigorou para esses casos.

##Comentário sobre o julgado acima: ##DOD: Art. 19 do ADCT não se aplica para empregados de
pessoas jurídicas de direito privado: A estabilidade do art. 19 do ADCT possui abrangência limitada aos
servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta,
autárquica e das fundações públicas. Logo, esse dispositivo não abrange:
• empregados de fundações públicas de direito privado;
• empregados de empresas públicas; e
• empregados de sociedades de economia mista.

##Comentário sobre o julgado acima: ##DOD: A estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT não se
harmoniza com os direitos e deveres previstos na legislação trabalhista, notadamente o regime de
proteção definido pelo FGTS, consagrado no art. 7º, III, da CF/88. Assim, o art. 19 do ADCT só se aplica
aos servidores de pessoas jurídicas de direito público.

§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será contado como título quando se
submeterem a concurso para fins de efetivação, na forma da lei.

432
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança ou
em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não será computado para
os fins do "caput" deste artigo, exceto se se tratar de servidor.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos professores de nível superior, nos termos da lei.

Art. 20. Dentro de cento e oitenta dias, proceder-se-á à revisão dos direitos dos servidores públicos
inativos e pensionistas e à atualização dos proventos e pensões a eles devidos, a fim de ajustá-los ao disposto
na Constituição.

Art. 21. Os juízes togados de investidura limitada no tempo, admitidos mediante concurso público de
provas e títulos e que estejam em exercício na data da promulgação da Constituição, adquirem estabilidade,
observado o estágio probatório, e passam a compor quadro em extinção, mantidas as competências,
prerrogativas e restrições da legislação a que se achavam submetidos, salvo as inerentes à transitoriedade da
investidura.

Parágrafo único. A aposentadoria dos juízes de que trata este artigo regular-se-á pelas normas fixadas
para os demais juízes estaduais.

Art. 22. É assegurado aos defensores públicos investidos na função até a data de instalação da Assembléia
Nacional Constituinte o direito de opção pela carreira, com a observância das garantias e vedações previstas
no art. 134, parágrafo único, da Constituição.

Art. 23. Até que se edite a regulamentação do art. 21, XVI, da Constituição, os atuais ocupantes do cargo
de censor federal continuarão exercendo funções com este compatíveis, no Departamento de Polícia Federal,
observadas as disposições constitucionais.

Parágrafo único. A lei referida disporá sobre o aproveitamento dos Censores Federais, nos termos deste
artigo.

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios editarão leis que estabeleçam critérios
para a compatibilização de seus quadros de pessoal ao disposto no art. 39 da Constituição e à reforma
administrativa dela decorrente, no prazo de dezoito meses, contados da sua promulgação.

Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, sujeito este
prazo a prorrogação por lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do Poder
Executivo competência assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional, especialmente no que tange a:

I - ação normativa;

II - alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie.

§ 1º Os decretos-lei em tramitação no Congresso Nacional e por este não apreciados até a promulgação
da Constituição terão seus efeitos regulados da seguinte forma:

I - se editados até 2 de setembro de 1988, serão apreciados pelo Congresso Nacional no prazo de até cento
e oitenta dias a contar da promulgação da Constituição, não computado o recesso parlamentar;

II - decorrido o prazo definido no inciso anterior, e não havendo apreciação, os decretos-lei alí
mencionados serão considerados rejeitados;

III - nas hipóteses definidas nos incisos I e II, terão plena validade os atos praticados na vigência dos
respectivos decretos-lei, podendo o Congresso Nacional, se necessário, legislar sobre os efeitos deles
remanescentes.

§ 2º Os decretos-lei editados entre 3 de setembro de 1988 e a promulgação da Constituição serão


convertidos, nesta data, em medidas provisórias, aplicando-se-lhes as regras estabelecidas no art. 62,
parágrafo único.

433
Art. 26. No prazo de um ano a contar da promulgação da Constituição, o Congresso Nacional promoverá,
através de Comissão mista, exame analítico e pericial dos atos e fatos geradores do endividamento externo
brasileiro.

§ 1º A Comissão terá a força legal de Comissão parlamentar de inquérito para os fins de requisição e
convocação, e atuará com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

§ 2º Apurada irregularidade, o Congresso Nacional proporá ao Poder Executivo a declaração de nulidade


do ato e encaminhará o processo ao Ministério Público Federal, que formalizará, no prazo de sessenta dias, a
ação cabível.

Art. 27. O Superior Tribunal de Justiça será instalado sob a Presidência do Supremo Tribunal Federal.

§ 1º Até que se instale o Superior Tribunal de Justiça, o Supremo Tribunal Federal exercerá as atribuições
e competências definidas na ordem constitucional precedente.

§ 2º A composição inicial do Superior Tribunal de Justiça far-se-á:

I - pelo aproveitamento dos Ministros do Tribunal Federal de Recursos;

II - pela nomeação dos Ministros que sejam necessários para completar o número estabelecido na
Constituição.

§ 3º Para os efeitos do disposto na Constituição, os atuais Ministros do Tribunal Federal de Recursos


serão considerados pertencentes à classe de que provieram, quando de sua nomeação.

§ 4º Instalado o Tribunal, os Ministros aposentados do Tribunal Federal de Recursos tornar-se-ão,


automaticamente, Ministros aposentados do Superior Tribunal de Justiça.

§ 5º Os Ministros a que se refere o § 2º, II, serão indicados em lista tríplice pelo Tribunal Federal de
Recursos, observado o disposto no art. 104, parágrafo único, da Constituição.

§ 6º Ficam criados cinco Tribunais Regionais Federais, a serem instalados no prazo de seis meses a contar
da promulgação da Constituição, com a jurisdição e sede que lhes fixar o Tribunal Federal de Recursos, tendo
em conta o número de processos e sua localização geográfica.

§ 7º Até que se instalem os Tribunais Regionais Federais, o Tribunal Federal de Recursos exercerá a
competência a eles atribuída em todo o território nacional, cabendo-lhe promover sua instalação e indicar os
candidatos a todos os cargos da composição inicial, mediante lista tríplice, podendo desta constar juízes
federais de qualquer região, observado o disposto no § 9º.

§ 8º É vedado, a partir da promulgação da Constituição, o provimento de vagas de Ministros do Tribunal


Federal de Recursos.

§ 9º Quando não houver juiz federal que conte o tempo mínimo previsto no art. 107, II, da Constituição,
a promoção poderá contemplar juiz com menos de cinco anos no exercício do cargo.

§ 10. Compete à Justiça Federal julgar as ações nela propostas até a data da promulgação da Constituição,
e aos Tribunais Regionais Federais bem como ao Superior Tribunal de Justiça julgar as ações rescisórias das
decisões até então proferidas pela Justiça Federal, inclusive daquelas cuja matéria tenha passado à
competência de outro ramo do Judiciário.

§ 11. São criados, ainda, os seguintes Tribunais Regionais Federais: o da 6ª Região, com sede em Curitiba,
Estado do Paraná, e jurisdição nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul; o da 7ª Região,
com sede em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, e jurisdição no Estado de Minas Gerais; o da 8ª Região,
com sede em Salvador, Estado da Bahia, e jurisdição nos Estados da Bahia e Sergipe; e o da 9ª Região, com
sede em Manaus, Estado do Amazonas, e jurisdição nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e
Roraima. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 73, de 2013) (Vide ADIN nº 5017, de 2013)

434
Art. 28. Os juízes federais de que trata o art. 123, § 2º, da Constituição de 1967, com a redação dada pela
Emenda Constitucional nº 7, de 1977, ficam investidos na titularidade de varas na Seção Judiciária para a qual
tenham sido nomeados ou designados; na inexistência de vagas, proceder-se-á ao desdobramento das varas
existentes.

Parágrafo único. Para efeito de promoção por antigüidade, o tempo de serviço desses juízes será
computado a partir do dia de sua posse.

Art. 29. Enquanto não aprovadas as leis complementares relativas ao Ministério Público e à Advocacia-
Geral da União, o Ministério Público Federal, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, as Consultorias
Jurídicas dos Ministérios, as Procuradorias e Departamentos Jurídicos de autarquias federais com
representação própria e os membros das Procuradorias das Universidades fundacionais públicas continuarão
a exercer suas atividades na área das respectivas atribuições.

§ 1º O Presidente da República, no prazo de cento e vinte dias, encaminhará ao Congresso Nacional


projeto de lei complementar dispondo sobre a organização e o funcionamento da Advocacia-Geral da União.

§ 2º Aos atuais Procuradores da República, nos termos da lei complementar, será facultada a opção, de
forma irretratável, entre as carreiras do Ministério Público Federal e da Advocacia-Geral da União.

§ 3º Poderá optar pelo regime anterior, no que respeita às garantias e vantagens, o membro do Ministério
Público admitido antes da promulgação da Constituição, observando-se, quanto às vedações, a situação
jurídica na data desta. (MPF-2005)

§ 4º Os atuais integrantes do quadro suplementar dos Ministérios Públicos do Trabalho e Militar que
tenham adquirido estabilidade nessas funções passam a integrar o quadro da respectiva carreira.

§ 5º Cabe à atual Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, diretamente ou por delegação, que pode ser
ao Ministério Público Estadual, representar judicialmente a União nas causas de natureza fiscal, na área da
respectiva competência, até a promulgação das leis complementares previstas neste artigo.

Art. 30. A legislação que criar a justiça de paz manterá os atuais juízes de paz até a posse dos novos
titulares, assegurando-lhes os direitos e atribuições conferidos a estes, e designará o dia para a eleição prevista
no art. 98, II, da Constituição.

Art. 31. Serão estatizadas as serventias do foro judicial, assim definidas em lei, respeitados os direitos
dos atuais titulares.

Art. 32. O disposto no art. 236 não se aplica aos serviços notariais e de registro que já tenham sido
oficializados pelo Poder Público, respeitando-se o direito de seus servidores.

Art. 33. Ressalvados os créditos de natureza alimentar, o valor dos precatórios judiciais pendentes de
pagamento na data da promulgação da Constituição, incluído o remanescente de juros e correção monetária,
poderá ser pago em moeda corrente, com atualização, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo
máximo de oito anos, a partir de 1º de julho de 1989, por decisão editada pelo Poder Executivo até cento e
oitenta dias da promulgação da Constituição. (TRF2-2009)

Parágrafo único. Poderão as entidades devedoras, para o cumprimento do disposto neste artigo, emitir,
em cada ano, no exato montante do dispêndio, títulos de dívida pública não computáveis para efeito do limite
global de endividamento.

Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte
ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a redação dada pela
Emenda nº 1, de 1969, e pelas posteriores.

§ 1º Entrarão em vigor com a promulgação da Constituição os arts. 148, 149, 150, 154, I, 156, III, e 159, I,
"c", revogadas as disposições em contrário da Constituição de 1967 e das Emendas que a modificaram,
especialmente de seu art. 25, III.

435
§ 2º O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e o Fundo de Participação dos Municípios
obedecerão às seguintes determinações:

I - a partir da promulgação da Constituição, os percentuais serão, respectivamente, de dezoito por cento


e de vinte por cento, calculados sobre o produto da arrecadação dos impostos referidos no art. 153, III e IV,
mantidos os atuais critérios de rateio até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 161, II;

II - o percentual relativo ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal será acrescido de
um ponto percentual no exercício financeiro de 1989 e, a partir de 1990, inclusive, à razão de meio ponto por
exercício, até 1992, inclusive, atingindo em 1993 o percentual estabelecido no art. 159, I, "a";

III - o percentual relativo ao Fundo de Participação dos Municípios, a partir de 1989, inclusive, será
elevado à razão de meio ponto percentual por exercício financeiro, até atingir o estabelecido no art. 159, I, "b".

§ 3º Promulgada a Constituição, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão editar


as leis necessárias à aplicação do sistema tributário nacional nela previsto.

§ 4º As leis editadas nos termos do parágrafo anterior produzirão efeitos a partir da entrada em vigor do
sistema tributário nacional previsto na Constituição.

§ 5º Vigente o novo sistema tributário nacional, fica assegurada a aplicação da legislação anterior, no que
não seja incompatível com ele e com a legislação referida nos §3º e § 4º.

§ 6º Até 31 de dezembro de 1989, o disposto no art. 150, III, "b", não se aplica aos impostos de que tratam
os arts. 155, I, "a" e "b", e 156, II e III, que podem ser cobrados trinta dias após a publicação da lei que os tenha
instituído ou aumentado.

§ 7º Até que sejam fixadas em lei complementar, as alíquotas máximas do imposto municipal sobre
vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos não excederão a três por cento.

§ 8º Se, no prazo de sessenta dias contados da promulgação da Constituição, não for editada a lei
complementar necessária à instituição do imposto de que trata o art. 155, I, "b", os Estados e o Distrito Federal,
mediante convênio celebrado nos termos da Lei Complementar nº 24, de 7 de janeiro de 1975, fixarão normas
para regular provisoriamente a matéria.

§ 9º Até que lei complementar disponha sobre a matéria, as empresas distribuidoras de energia elétrica,
na condição de contribuintes ou de substitutos tributários, serão as responsáveis, por ocasião da saída do
produto de seus estabelecimentos, ainda que destinado a outra unidade da Federação, pelo pagamento do
imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias incidente sobre energia elétrica, desde a
produção ou importação até a última operação, calculado o imposto sobre o preço então praticado na
operação final e assegurado seu recolhimento ao Estado ou ao Distrito Federal, conforme o local onde deva
ocorrer essa operação.

§ 10. Enquanto não entrar em vigor a lei prevista no art. 159, I, "c", cuja promulgação se fará até 31 de
dezembro de 1989, é assegurada a aplicação dos recursos previstos naquele dispositivo da seguinte maneira:

I - seis décimos por cento na Região Norte, através do Banco da Amazônia S.A.;

II - um inteiro e oito décimos por cento na Região Nordeste, através do Banco do Nordeste do Brasil S.A.;

III - seis décimos por cento na Região Centro-Oeste, através do Banco do Brasil S.A.

§ 11. Fica criado, nos termos da lei, o Banco de Desenvolvimento do Centro-Oeste, para dar cumprimento,
na referida região, ao que determinam os arts. 159, I, "c", e 192, § 2º, da Constituição.

§ 12. A urgência prevista no art. 148, II, não prejudica a cobrança do empréstimo compulsório instituído,
em benefício das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás), pela Lei nº 4.156, de 28 de novembro de 1962,
com as alterações posteriores.

436
Art. 35. O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de forma progressiva, no prazo de até dez anos,
distribuindo-se os recursos entre as regiões macroeconômicas em razão proporcional à população, a partir
da situação verificada no biênio 1986-87.

§ 1º Para aplicação dos critérios de que trata este artigo, excluem-se das despesas totais as relativas:

I - aos projetos considerados prioritários no plano plurianual;

II - à segurança e defesa nacional;

III - à manutenção dos órgãos federais no Distrito Federal;

IV - ao Congresso Nacional, ao Tribunal de Contas da União e ao Poder Judiciário;

V - ao serviço da dívida da administração direta e indireta da União, inclusive fundações instituídas e


mantidas pelo Poder Público federal.

§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as
seguintes normas:

I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício
financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa;

III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

Art. 36. Os fundos existentes na data da promulgação da Constituição, excetuados os resultantes de


isenções fiscais que passem a integrar patrimônio privado e os que interessem à defesa nacional, extinguir-
se-ão, se não forem ratificados pelo Congresso Nacional no prazo de dois anos.

Art. 37. A adaptação ao que estabelece o art. 167, III, deverá processar-se no prazo de cinco anos,
reduzindo-se o excesso à base de, pelo menos, um quinto por ano.

Art. 38. Até a promulgação da lei complementar referida no art. 169, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios não poderão despender com pessoal mais do que sessenta e cinco por cento do valor
das respectivas receitas correntes.

Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, quando a respectiva despesa
de pessoal exceder o limite previsto neste artigo, deverão retornar àquele limite, reduzindo o percentual
excedente à razão de um quinto por ano.

Art. 39. Para efeito do cumprimento das disposições constitucionais que impliquem variações de
despesas e receitas da União, após a promulgação da Constituição, o Poder Executivo deverá elaborar e o
Poder Legislativo apreciar projeto de revisão da lei orçamentária referente ao exercício financeiro de 1989.

Parágrafo único. O Congresso Nacional deverá votar no prazo de doze meses a lei complementar prevista
no art. 161, II.

Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre de comércio, de
exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da
Constituição.

437
Parágrafo único. Somente por lei federal podem ser modificados os critérios que disciplinaram ou
venham a disciplinar a aprovação dos projetos na Zona Franca de Manaus.

Art. 41. Os Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios reavaliarão
todos os incentivos fiscais de natureza setorial ora em vigor, propondo aos Poderes Legislativos respectivos
as medidas cabíveis.

§ 1º Considerar-se-ão revogados após dois anos, a partir da data da promulgação da Constituição, os


incentivos que não forem confirmados por lei.

§ 2º A revogação não prejudicará os direitos que já tiverem sido adquiridos, àquela data, em relação a
incentivos concedidos sob condição e com prazo certo.

§ 3º Os incentivos concedidos por convênio entre Estados, celebrados nos termos do art. 23, § 6º, da
Constituição de 1967, com a redação da Emenda Constitucional nº 1, de 17 de outubro de 1969, também
deverão ser reavaliados e reconfirmados nos prazos deste artigo.

Art. 42. Durante 40 (quarenta) anos, a União aplicará dos recursos destinados à irrigação: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 89, de 2015)

I - 20% (vinte por cento) na Região Centro-Oeste; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 89,
de 2015)

II - 50% (cinquenta por cento) na Região Nordeste, preferencialmente no Semiárido. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 89, de 2015)

Parágrafo único. Dos percentuais previstos nos incisos I e II do caput, no mínimo 50% (cinquenta por
cento) serão destinados a projetos de irrigação que beneficiem agricultores familiares que atendam aos
requisitos previstos em legislação específica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 89, de 2015)

ADCT - CF/88
Redação anterior à EC 89/2015 Redação ATUAL

Art. 42. Durante 25 (vinte e cinco) anos, a União Art. 42. Durante 40 (quarenta) anos, a União
aplicará, dos recursos destinados à irrigação: aplicará dos recursos destinados à irrigação:
I - vinte por cento na Região Centro-Oeste; I - 20% (vinte por cento) na Região Centro-Oeste;
II - cinqüenta por cento na Região Nordeste, II - 50% (cinquenta por cento) na Região Nordeste,
preferencialmente no semi-árido. preferencialmente no Semiárido.

Não havia parágrafo único. Parágrafo único. Dos percentuais previstos nos
incisos I e II do caput, no mínimo 50% (cinquenta
por cento) serão destinados a projetos de irrigação
que beneficiem agricultores familiares que atendam
aos requisitos previstos em legislação específica.

Art. 43. Na data da promulgação da lei que disciplinar a pesquisa e a lavra de recursos e jazidas minerais,
ou no prazo de um ano, a contar da promulgação da Constituição, tornar-se-ão sem efeito as autorizações,
concessões e demais títulos atributivos de direitos minerários, caso os trabalhos de pesquisa ou de lavra não
hajam sido comprovadamente iniciados nos prazos legais ou estejam inativos. (Regulamento)

Art. 44. As atuais empresas brasileiras titulares de autorização de pesquisa, concessão de lavra de
recursos minerais e de aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica em vigor terão quatro anos, a
partir da promulgação da Constituição, para cumprir os requisitos do art. 176, § 1º.

§ 1º Ressalvadas as disposições de interesse nacional previstas no texto constitucional, as empresas


brasileiras ficarão dispensadas do cumprimento do disposto no art. 176, § 1º, desde que, no prazo de até
quatro anos da data da promulgação da Constituição, tenham o produto de sua lavra e beneficiamento
destinado a industrialização no território nacional, em seus próprios estabelecimentos ou em empresa
industrial controladora ou controlada.
438
§ 2º Ficarão também dispensadas do cumprimento do disposto no art. 176, § 1º, as empresas brasileiras
titulares de concessão de energia hidráulica para uso em seu processo de industrialização.

§ 3º As empresas brasileiras referidas no § 1º somente poderão ter autorizações de pesquisa e concessões


de lavra ou potenciais de energia hidráulica, desde que a energia e o produto da lavra sejam utilizados nos
respectivos processos industriais.

Art. 45. Ficam excluídas do monopólio estabelecido pelo art. 177, II, da Constituição as refinarias em
funcionamento no País amparadas pelo art. 43 e nas condições do art. 45 da Lei nº 2.004, de 3 de outubro de
1953.

Parágrafo único. Ficam ressalvados da vedação do art. 177, § 1º, os contratos de risco feitos com a Petróleo
Brasileiro S.A. (Petrobrás), para pesquisa de petróleo, que estejam em vigor na data da promulgação da
Constituição.

Art. 46. São sujeitos à correção monetária desde o vencimento, até seu efetivo pagamento, sem
interrupção ou suspensão, os créditos junto a entidades submetidas aos regimes de intervenção ou liquidação
extrajudicial, mesmo quando esses regimes sejam convertidos em falência.

(TRF1-2015-CESPE): Assinale a opção correta com base nas normas sobre liquidação extrajudicial das
instituições financeiras: Com a decretação da liquidação extrajudicial de determinada instituição
financeira, haverá incidência de correção monetária sobre a totalidade de suas obrigações, desde o
vencimento até o seu efetivo pagamento, sem qualquer interrupção ou suspensão. BL: art. 46, ADCT e art.
1º do DL 1.477/76.81 (emp.)

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se também:

I - às operações realizadas posteriormente à decretação dos regimes referidos no "caput" deste artigo;

II - às operações de empréstimo, financiamento, refinanciamento, assistência financeira de liquidez,


cessão ou sub-rogação de créditos ou cédulas hipotecárias, efetivação de garantia de depósitos do público ou
de compra de obrigações passivas, inclusive as realizadas com recursos de fundos que tenham essas
destinações;

III - aos créditos anteriores à promulgação da Constituição;

IV - aos créditos das entidades da administração pública anteriores à promulgação da Constituição, não
liquidados até 1 de janeiro de 1988.

Art. 47. Na liquidação dos débitos, inclusive suas renegociações e composições posteriores, ainda que
ajuizados, decorrentes de quaisquer empréstimos concedidos por bancos e por instituições financeiras, não
existirá correção monetária desde que o empréstimo tenha sido concedido:

I - aos micro e pequenos empresários ou seus estabelecimentos no período de 28 de fevereiro de 1986 a


28 de fevereiro de 1987;

II - ao mini, pequenos e médios produtores rurais no período de 28 de fevereiro de 1986 a 31 de dezembro


de 1987, desde que relativos a crédito rural.

81Art. 1º - Incide correção monetária sobre a totalidade das obrigações de responsabilidade das entidades a que se
aplica a Lei nº 6.024, de 13 de março de 1974, submetidas a regime de intervenção, liquidação extra-judicial ou
falência. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.278, de 1985) Parágrafo único - O disposto neste artigo, abrange
também as operações realizadas posteriormente à decretação da intervenção, liquidação extra-judicial ou falência,
referentes a qualquer tipo de obrigação passivas, contratual ou não, inclusive as penas pecuniárias por infração a
dispositivos legais. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.278, de 1985)
439
§ 1º Consideram-se, para efeito deste artigo, microempresas as pessoas jurídicas e as firmas individuais
com receitas anuais de até dez mil Obrigações do Tesouro Nacional, e pequenas empresas as pessoas jurídicas
e as firmas individuais com receita anual de até vinte e cinco mil Obrigações do Tesouro Nacional.

§ 2º A classificação de mini, pequeno e médio produtor rural será feita obedecendo-se às normas de
crédito rural vigentes à época do contrato.

§ 3º A isenção da correção monetária a que se refere este artigo só será concedida nos seguintes casos:

I - se a liquidação do débito inicial, acrescido de juros legais e taxas judiciais, vier a ser efetivada no prazo
de noventa dias, a contar da data da promulgação da Constituição;

II - se a aplicação dos recursos não contrariar a finalidade do financiamento, cabendo o ônus da prova à
instituição credora;

III - se não for demonstrado pela instituição credora que o mutuário dispõe de meios para o pagamento
de seu débito, excluído desta demonstração seu estabelecimento, a casa de moradia e os instrumentos de
trabalho e produção;

IV - se o financiamento inicial não ultrapassar o limite de cinco mil Obrigações do Tesouro Nacional;

V - se o beneficiário não for proprietário de mais de cinco módulos rurais.

§ 4º Os benefícios de que trata este artigo não se estendem aos débitos já quitados e aos devedores que
sejam constituintes.

§ 5º No caso de operações com prazos de vencimento posteriores à data- limite de liquidação da dívida,
havendo interesse do mutuário, os bancos e as instituições financeiras promoverão, por instrumento próprio,
alteração nas condições contratuais originais de forma a ajustá-las ao presente benefício.

§ 6º A concessão do presente benefício por bancos comerciais privados em nenhuma hipótese acarretará
ônus para o Poder Público, ainda que através de refinanciamento e repasse de recursos pelo banco central.

§ 7º No caso de repasse a agentes financeiros oficiais ou cooperativas de crédito, o ônus recairá sobre a
fonte de recursos originária.

Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição,
ELABORARÁ CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. (TJPR-2011)

Art. 49. A lei disporá sobre o instituto da ENFITEUSE em imóveis urbanos, sendo facultada aos foreiros,
no caso de sua extinção, a remição dos aforamentos mediante aquisição do domínio direto, na conformidade
do que dispuserem os respectivos contratos. (MPF-2012) (TRF1-2015)

§ 1º Quando não existir cláusula contratual, serão adotados os critérios e bases hoje vigentes na legislação
especial dos imóveis da União.

§ 2º Os direitos dos atuais ocupantes inscritos ficam assegurados pela aplicação de outra modalidade de
contrato.

§ 3º A enfiteuse continuará sendo aplicada aos terrenos de marinha e seus acrescidos, situados na faixa
de segurança, a partir da orla marítima. (MPF-2012) (TRF1-2015)

##Atenção: ##TRF1-2015: ##CESPE: Nada impede que os terrenos de marinha sejam ocupados por
particulares, por meio do instituto da enfiteuse (embora esteja em extinção), o que, inclusive, tem previsão
no art. 49, §3º, do ADCT.

§ 4º Remido o foro, o antigo titular do domínio direto deverá, no prazo de noventa dias, sob pena de
responsabilidade, confiar à guarda do registro de imóveis competente toda a documentação a ele relativa.
440
Art. 50. Lei agrícola a ser promulgada no prazo de um ano disporá, nos termos da Constituição, sobre os
objetivos e instrumentos de política agrícola, prioridades, planejamento de safras, comercialização,
abastecimento interno, mercado externo e instituição de crédito fundiário.

Art. 51. Serão revistos pelo Congresso Nacional, através de Comissão mista, nos três anos a contar da
data da promulgação da Constituição, todas as doações, vendas e concessões de terras públicas com área
superior a três mil hectares, realizadas no período de 1º de janeiro de 1962 a 31 de dezembro de 1987.

§ 1º No tocante às vendas, a revisão será feita com base exclusivamente no critério de legalidade da
operação.

§ 2º No caso de concessões e doações, a revisão obedecerá aos critérios de legalidade e de conveniência


do interesse público.

§ 3º Nas hipóteses previstas nos parágrafos anteriores, comprovada a ilegalidade, ou havendo interesse
público, as terras reverterão ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Art. 52. Até que sejam fixadas as condições do art. 192, são vedados: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 40, de 2003)

I - a instalação, no País, de novas agências de instituições financeiras domiciliadas no exterior;

II - o aumento do percentual de participação, no capital de instituições financeiras com sede no País, de


pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior.

Parágrafo único. A vedação a que se refere este artigo não se aplica às autorizações resultantes de acordos
internacionais, de reciprocidade, ou de interesse do Governo brasileiro.

Art. 53. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de operações bélicas durante a Segunda
Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, serão assegurados os seguintes
direitos:

I - aproveitamento no serviço público, sem a exigência de concurso, com estabilidade;

II - pensão especial correspondente à deixada por segundo-tenente das Forças Armadas, que poderá ser
requerida a qualquer tempo, sendo inacumulável com quaisquer rendimentos recebidos dos cofres públicos,
exceto os benefícios previdenciários, ressalvado o direito de opção;

III - em caso de morte, pensão à viúva ou companheira ou dependente, de forma proporcional, de valor
igual à do inciso anterior;

IV - assistência médica, hospitalar e educacional gratuita, extensiva aos dependentes;

V - aposentadoria com proventos integrais aos vinte e cinco anos de serviço efetivo, em qualquer regime
jurídico;

VI - prioridade na aquisição da casa própria, para os que não a possuam ou para suas viúvas ou
companheiras.

Parágrafo único. A concessão da pensão especial do inciso II substitui, para todos os efeitos legais,
qualquer outra pensão já concedida ao ex-combatente.

Art. 54. Os seringueiros recrutados nos termos do Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setembro de 1943, e
amparados pelo Decreto-Lei nº 9.882, de 16 de setembro de 1946, receberão, quando carentes, pensão mensal
vitalícia no valor de dois salários mínimos.

441
§ 1º - O benefício é estendido aos seringueiros que, atendendo a apelo do Governo brasileiro,
contribuíram para o esforço de guerra, trabalhando na produção de borracha, na Região Amazônica, durante
a Segunda Guerra Mundial.

§ 2º Os benefícios estabelecidos neste artigo são transferíveis aos dependentes reconhecidamente


carentes.

§ 3º A concessão do benefício far-se-á conforme lei a ser proposta pelo Poder Executivo dentro de cento
e cinqüenta dias da promulgação da Constituição.

Art. 54-A. Os seringueiros de que trata o art. 54 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
receberão indenização, em parcela única, no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 78, de 2014) (Vide Emenda Constitucional nº 78, de 2014)

Art. 55. Até que seja aprovada a lei de diretrizes orçamentárias, trinta por cento, no mínimo, do
orçamento da seguridade social, excluído o seguro-desemprego, serão destinados ao setor de saúde.

Art. 56. Até que a lei disponha sobre o art. 195, I, a arrecadação decorrente de, no mínimo, cinco dos seis
décimos percentuais correspondentes à alíquota da contribuição de que trata o Decreto-Lei nº 1.940, de 25 de
maio de 1982, alterada pelo Decreto-Lei nº 2.049, de 1º de agosto de 1983, pelo Decreto nº 91.236, de 8 de maio
de 1985, e pela Lei nº 7.611, de 8 de julho de 1987, passa a integrar a receita da seguridade social, ressalvados,
exclusivamente no exercício de 1988, os compromissos assumidos com programas e projetos em andamento.

Art. 57. Os débitos dos Estados e dos Municípios relativos às contribuições previdenciárias até 30 de
junho de 1988 serão liquidados, com correção monetária, em cento e vinte parcelas mensais, dispensados os
juros e multas sobre eles incidentes, desde que os devedores requeiram o parcelamento e iniciem seu
pagamento no prazo de cento e oitenta dias a contar da promulgação da Constituição.

§ 1º O montante a ser pago em cada um dos dois primeiros anos não será inferior a cinco por cento do
total do débito consolidado e atualizado, sendo o restante dividido em parcelas mensais de igual valor.

§ 2º A liquidação poderá incluir pagamentos na forma de cessão de bens e prestação de serviços, nos
termos da Lei nº 7.578, de 23 de dezembro de 1986.

§ 3º Em garantia do cumprimento do parcelamento, os Estados e os Municípios consignarão, anualmente,


nos respectivos orçamentos as dotações necessárias ao pagamento de seus débitos.

§ 4º Descumprida qualquer das condições estabelecidas para concessão do parcelamento, o débito será
considerado vencido em sua totalidade, sobre ele incidindo juros de mora; nesta hipótese, parcela dos
recursos correspondentes aos Fundos de Participação, destinada aos Estados e Municípios devedores, será
bloqueada e repassada à previdência social para pagamento de seus débitos.

Art. 58. Os benefícios de prestação continuada, mantidos pela previdência social na data da promulgação
da Constituição, terão seus valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em
número de salários mínimos, que tinham na data de sua concessão, obedecendo-se a esse critério de
atualização até a implantação do plano de custeio e benefícios referidos no artigo seguinte.

Parágrafo único. As prestações mensais dos benefícios atualizadas de acordo com este artigo serão
devidas e pagas a partir do sétimo mês a contar da promulgação da Constituição.

Art. 59. Os projetos de lei relativos à organização da seguridade social e aos planos de custeio e de
benefício serão apresentados no prazo máximo de seis meses da promulgação da Constituição ao Congresso
Nacional, que terá seis meses para apreciá-los.

Parágrafo único. Aprovados pelo Congresso Nacional, os planos serão implantados progressivamente
nos dezoito meses seguintes.

Art. 60. A complementação da União referida no inciso IV do caput do art. 212-A da Constituição
Federal será implementada progressivamente até alcançar a proporção estabelecida no inciso V do caput do
442
mesmo artigo, a partir de 1º de janeiro de 2021, nos seguintes valores mínimos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

I - 12% (doze por cento), no primeiro ano; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de
2020)

II - 15% (quinze por cento), no segundo ano; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de
2020)

III - 17% (dezessete por cento), no terceiro ano; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020)

IV - 19% (dezenove por cento), no quarto ano; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020)

V - 21% (vinte e um por cento), no quinto ano; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020)

VI - 23% (vinte e três por cento), no sexto ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020)

§ 1º A parcela da complementação de que trata a alínea "b" do inciso V do caput do art. 212-A da
Constituição Federal observará, no mínimo, os seguintes valores: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 108, de 2020)

I - 2 (dois) pontos percentuais, no primeiro ano; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020)

II - 5 (cinco) pontos percentuais, no segundo ano; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
108, de 2020)

III - 6,25 (seis inteiros e vinte e cinco centésimos) pontos percentuais, no terceiro ano; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

IV - 7,5 (sete inteiros e cinco décimos) pontos percentuais, no quarto ano; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

V - 9 (nove) pontos percentuais, no quinto ano; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020)

VI - 10,5 (dez inteiros e cinco décimos) pontos percentuais, no sexto ano. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

§ 2º A parcela da complementação de que trata a alínea "c" do inciso V do caput do art. 212-A da
Constituição Federal observará os seguintes valores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020)

I - 0,75 (setenta e cinco centésimos) ponto percentual, no terceiro ano; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 108, de 2020)

II - 1,5 (um inteiro e cinco décimos) ponto percentual, no quarto ano; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 108, de 2020)

III - 2 (dois) pontos percentuais, no quinto ano; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020)

IV - 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos percentuais, no sexto ano. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

443
Art. 60-A. Os critérios de distribuição da complementação da União e dos fundos a que se refere o
inciso I do caput do art. 212-A da Constituição Federal serão revistos em seu sexto ano de vigência e, a partir
dessa primeira revisão, periodicamente, a cada 10 (dez) anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
108, de 2020)

Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se
refere o caput do art. 212 desta Constituição à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação
básica e à remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
I - a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal, os Estados e seus
Municípios é assegurada mediante a instituição, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb), de natureza contábil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) (...)

Art. 61. As entidades educacionais a que se refere o art. 213, bem como as fundações de ensino e pesquisa
cuja criação tenha sido autorizada por lei, que preencham os requisitos dos incisos I e II do referido artigo e
que, nos últimos três anos, tenham recebido recursos públicos, poderão continuar a recebê-los, salvo
disposição legal em contrário.

Art. 62. A lei criará o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) nos moldes da legislação
relativa ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem
do Comércio (SENAC), sem prejuízo das atribuições dos órgãos públicos que atuam na área.

Art. 63. É criada uma Comissão composta de nove membros, sendo três do Poder Legislativo, três do
Poder Judiciário e três do Poder Executivo, para promover as comemorações do centenário da proclamação
da República e da promulgação da primeira Constituição republicana do País, podendo, a seu critério,
desdobrar-se em tantas subcomissões quantas forem necessárias.

Parágrafo único. No desenvolvimento de suas atribuições, a Comissão promoverá estudos, debates e


avaliações sobre a evolução política, social, econômica e cultural do País, podendo articular-se com os
governos estaduais e municipais e com instituições públicas e privadas que desejem participar dos eventos.

Art. 64. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, promoverão edição popular do texto integral da Constituição, que será posta à disposição das escolas
e dos cartórios, dos sindicatos, dos quartéis, das igrejas e de outras instituições representativas da
comunidade, gratuitamente, de modo que cada cidadão brasileiro possa receber do Estado um exemplar da
Constituição do Brasil.

Art. 65. O Poder Legislativo regulamentará, no prazo de doze meses, o art. 220, § 4º.

Art. 66. São mantidas as concessões de serviços públicos de telecomunicações atualmente em vigor, nos
termos da lei.

Art. 67. A União concluirá a demarcação das terras indígenas no prazo de cinco anos a partir da
promulgação da Constituição.

Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é
reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. (MPF-2008/2011)

Art. 69. Será permitido aos Estados manter consultorias jurídicas separadas de suas Procuradorias-Gerais
ou Advocacias-Gerais, desde que, na data da promulgação da Constituição, tenham órgãos distintos para as
respectivas funções.

Art. 70. Fica mantida atual competência dos tribunais estaduais até a mesma seja definida na Constituição
do Estado, nos termos do art. 125, § 1º, da Constituição.

Art. 71. É instituído, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, bem assim nos períodos de 01/01/1996 a
30/06/97 e 01/07/97 a 31/12/1999, o Fundo Social de Emergência, com o objetivo de saneamento financeiro
444
da Fazenda Pública Federal e de estabilização econômica, cujos recursos serão aplicados prioritariamente no
custeio das ações dos sistemas de saúde e educação, incluindo a complementação de recursos de que trata o
§ 3º do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, benefícios previdenciários e auxílios
assistenciais de prestação continuada, inclusive liquidação de passivo previdenciário, e despesas
orçamentárias associadas a programas de relevante interesse econômico e social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 17, de 1997) (Vide Emenda Constitucional nº 17, de 1997)

§ 1º Ao Fundo criado por este artigo não se aplica o disposto na parte final do inciso II do § 9º do art. 165
da Constituição. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)

§ 2º O Fundo criado por este artigo passa a ser denominado Fundo de Estabilização Fiscal a partir do início
do exercício financeiro de 1996. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)

§ 3º O Poder Executivo publicará demonstrativo da execução orçamentária, de periodicidade bimestral,


no qual se discriminarão as fontes e usos do Fundo criado por este artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 10, de 1996)

Art. 72. Integram o Fundo Social de Emergência: (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1,
de 1994)

I - o produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza incidente na fonte
sobre pagamentos efetuados, a qualquer título, pela União, inclusive suas autarquias e fundações; (Incluído
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994) (Vide Emenda Constitucional nº 17, de 1997)

II - a parcela do produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza e do


imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos e valores mobiliários, decorrente
das alterações produzidas pela Lei nº 8.894, de 21 de junho de 1994, e pelas Leis nºs 8.849 e 8.848, ambas de
28 de janeiro de 1994, e modificações posteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)

III - a parcela do produto da arrecadação resultante da elevação da alíquota da contribuição social sobre
o lucro dos contribuintes a que se refere o § 1º do Art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, a qual, nos
exercícios financeiros de 1994 e 1995, bem assim no período de 1º de janeiro de 1996 a 30 de junho de 1997,
passa a ser de trinta por cento, sujeita a alteração por lei ordinária, mantidas as demais normas da Lei nº 7.689,
de 15 de dezembro de 1988; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)

IV - vinte por cento do produto da arrecadação de todos os impostos e contribuições da União, já


instituídos ou a serem criados, excetuado o previsto nos incisos I, II e III, observado o disposto nos §§ 3º e 4º;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)

V - a parcela do produto da arrecadação da contribuição de que trata a Lei Complementar nº 7, de 7 de


setembro de 1970, devida pelas pessoas jurídicas a que se refere o inciso III deste artigo, a qual será calculada,
nos exercícios financeiros de 1994 a 1995, bem assim nos períodos de 1ºde janeiro de 1996 a 30 de junho de
1997 e de 1º de julho de 1997 a 31 de dezembro de 1999, mediante a aplicação da alíquota de setenta e cinco
centésimos por cento, sujeita a alteração por lei ordinária posterior, sobre a receita bruta operacional, como
definida na legislação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 17, de 1997) (Vide Emenda Constitucional nº 17, de 1997)

VI - outras receitas previstas em lei específica. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de
1994)

§ 1º As alíquotas e a base de cálculo previstas nos incisos III e V aplicar-se-ão a partir do primeiro dia do
mês seguinte aos noventa dias posteriores à promulgação desta Emenda. (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)

§ 2º As parcelas de que tratam os incisos I, II, III e V serão previamente deduzidas da base de cálculo de
qualquer vinculação ou participação constitucional ou legal, não se lhes aplicando o disposto nos artigos, 159,
212 e 239 da Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)

445
§ 3º A parcela de que trata o inciso IV será previamente deduzida da base de cálculo das vinculações ou
participações constitucionais previstas nos artigos 153, § 5º, 157, II, 212 e 239 da Constituição. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)

§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos recursos previstos nos Artigos 158, II e 159 da
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)

§ 5º A parcela dos recursos provenientes do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza,
destinada ao Fundo Social de Emergência, nos termos do inciso II deste artigo, não poderá exceder a cinco
inteiros e seis décimos por cento do total do produto da sua arrecadação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 10, de 1996)

Art. 73. Na regulação do Fundo Social de Emergência não poderá ser utilizado o instrumento previsto
no inciso V do art. 59 da Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)

Art. 74. A União poderá instituir contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores
e de créditos e direitos de natureza financeira. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 1996)

§ 1º A alíquota da contribuição de que trata este artigo não excederá a vinte e cinco centésimos por cento,
facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou restabelecê-la, total ou parcialmente, nas condições e limites
fixados em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 1996)

§ 2º A contribuição de que trata este artigo não se aplica o disposto nos arts. 153, § 5º, e 154, I, da
Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 1996)

§ 3º O produto da arrecadação da contribuição de que trata este artigo [obs.: CPMF] SERÁ
DESTINADO INTEGRALMENTE ao FUNDO NACIONAL DE SAÚDE, para financiamento das ações e
serviços de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 1996)

(TJPI-2007-CESPE): Constitui tributo arrecadado pela União e que não é distribuído com as unidades da
Federação: a contribuição provisória sobre a movimentação financeira. BL: art. 74, §3º, ADCT.

§ 4º A contribuição de que trata este artigo terá sua exigibilidade subordinada ao disposto no art. 195, §
6º, da Constituição, e não poderá ser cobrada por prazo superior a dois anos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 12, de 1996)

Art. 75. É prorrogada, por trinta e seis meses, a cobrança da contribuição provisória sobre movimentação
ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira de que trata o art. 74, instituída pela
Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, modificada pela Lei nº 9.539, de 12 de dezembro de 1997, cuja vigência
é também prorrogada por idêntico prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 21, de 1999)

§ 1º Observado o disposto no § 6º do art. 195 da Constituição Federal, a alíquota da contribuição será de


trinta e oito centésimos por cento, nos primeiros doze meses, e de trinta centésimos, nos meses subseqüentes,
facultado ao Poder Executivo reduzi-la total ou parcialmente, nos limites aqui definidos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 21, de 1999)

§ 2º O resultado do aumento da arrecadação, decorrente da alteração da alíquota, nos exercícios


financeiros de 1999, 2000 e 2001, será destinado ao custeio da previdência social. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 21, de 1999)

§ 3º É a União autorizada a emitir títulos da dívida pública interna, cujos recursos serão destinados ao
custeio da saúde e da previdência social, em montante equivalente ao produto da arrecadação da
contribuição, prevista e não realizada em 1999. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 21, de 1999) (Vide
ADIN nº 2.031-5)

Art. 76. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, 30% (trinta por cento)
da arrecadação da União relativa às contribuições sociais, sem prejuízo do pagamento das despesas do
Regime Geral da Previdência Social, às contribuições de intervenção no domínio econômico e às taxas, já

446
instituídas ou que vierem a ser criadas até a referida data. (Redação dada pela Emenda constitucional nº 93)
(TJSP-2018)

§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

§ 2° Excetua-se da desvinculação de que trata o caput a arrecadação da contribuição social do salário-


educação a que se refere o § 5º do art. 212 da Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 68, de 2011).

§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Emenda constitucional nº 93)

§ 4º A desvinculação de que trata o caput não se aplica às receitas das contribuições sociais destinadas
ao custeio da seguridade social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

##Atenção: ##STF: ##TJSP-2018: ##VUNESP: A desvinculação de parte do produto da arrecadação das


contribuições sociais, de acordo com o entendimento do STF, não padece de inconstitucionalidade, desde
que seja feita através de emenda constitucional. Não pode por meio por lei. Nesse sentido é o entendimento
do STF.

##Atenção: ##STF: ##TJSP-2018: ##VUNESP: TRIBUTO. Contribuição social. Art. 76 do ADCT. Emenda
Constitucional nº 27/2000. Desvinculação de 20% do produto da arrecadação. Admissibilidade.
Inexistência de ofensa a cláusula pétrea. Negado seguimento ao recurso. Não é inconstitucional a
desvinculação de parte da arrecadação de contribuição social, levada a efeito por emenda constitucional.
(STF. 2ª T., RE 537610, Rel. Cezar Peluso, j. 01/12/09).

Art. 76-A. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, 30% (trinta por
cento) das receitas dos Estados e do Distrito Federal relativas a impostos, taxas e multas, já instituídos ou que
vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais, e outras receitas
correntes. (Incluído dada pela Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

Parágrafo único. Excetuam-se da desvinculação de que trata o caput: (Incluído dada pela Emenda
constitucional nº 93) Produção de efeitos

I - recursos destinados ao financiamento das ações e serviços públicos de saúde e à manutenção e


desenvolvimento do ensino de que tratam, respectivamente, os incisos II e III do § 2º do art. 198 e o art. 212
da Constituição Federal; (Incluído dada pela Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

II - receitas que pertencem aos Municípios decorrentes de transferências previstas na Constituição


Federal; (Incluído dada pela Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

III - receitas de contribuições previdenciárias e de assistência à saúde dos servidores; (Incluído dada
pela Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

IV - demais transferências obrigatórias e voluntárias entre entes da Federação com destinação


especificada em lei; (Incluído dada pela Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

V - fundos instituídos pelo Poder Judiciário, pelos Tribunais de Contas, pelo Ministério Público, pelas
Defensorias Públicas e pelas Procuradorias-Gerais dos Estados e do Distrito Federal. (Incluído dada pela
Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

Art. 76-B. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, 30% (trinta por
cento) das receitas dos Municípios relativas a impostos, taxas e multas, já instituídos ou que vierem a ser
criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais, e outras receitas correntes.
(Incluído dada pela Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

Parágrafo único. Excetuam-se da desvinculação de que trata o caput: (Incluído dada pela Emenda
constitucional nº 93) Produção de efeitos

447
I - recursos destinados ao financiamento das ações e serviços públicos de saúde e à manutenção e
desenvolvimento do ensino de que tratam, respectivamente, os incisos II e III do § 2º do art. 198 e o art. 212
da Constituição Federal; (Incluído dada pela Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

II - receitas de contribuições previdenciárias e de assistência à saúde dos servidores; (Incluído dada


pela Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

III - transferências obrigatórias e voluntárias entre entes da Federação com destinação especificada em
lei; (Incluído dada pela Emenda constitucional nº 93) Produção de efeitos

IV - fundos instituídos pelo Tribunal de Contas do Município. (Incluído dada pela Emenda
constitucional nº 93) Produção de efeitos

Art. 77. Até o exercício financeiro de 2004, os recursos mínimos aplicados nas ações e serviços públicos
de saúde serão equivalentes: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) (MPPR-2008)

I – no caso da União: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

a) no ano 2000, o montante empenhado em ações e serviços públicos de saúde no exercício financeiro de
1999 acrescido de, no mínimo, cinco por cento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

b) do ano 2001 ao ano 2004, o valor apurado no ano anterior, corrigido pela variação nominal do Produto
Interno Bruto – PIB; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, doze por cento do produto da arrecadação dos impostos a
que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas
as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)

III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, quinze por cento do produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que apliquem percentuais inferiores aos fixados nos
incisos II e III deverão elevá-los gradualmente, até o exercício financeiro de 2004, reduzida a diferença à razão
de, pelo menos, um quinto por ano, sendo que, a partir de 2000, a aplicação será de pelo menos sete por cento.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 2º Dos recursos da União apurados nos termos deste artigo, quinze por cento, no mínimo, serão
aplicados nos Municípios, segundo o critério populacional, em ações e serviços básicos de saúde, na forma
da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 3º Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinados às ações e serviços públicos
de saúde e os transferidos pela União para a mesma finalidade SERÃO APLICADOS por meio de FUNDO
DE SAÚDE que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de Saúde, sem prejuízo do disposto no art. 74
da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) (MPPR-2008)

##Atenção: ##MPPR-2008: ##Sanitário: Os recursos públicos destinados às ações e serviços de saúde, em


todos os casos, devem ser aplicados, obrigatoriamente, por intermédio dos fundos de saúde, já que é a
forma de aplicação e transferência de recursos (ADCT, art. 77, § 3º).

§ 4º Na ausência da lei complementar a que se refere o art. 198, § 3º, a partir do exercício financeiro de
2005, aplicar-se-á à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o disposto neste artigo. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Art. 78. Ressalvados os créditos definidos em lei como de pequeno valor, os de natureza alimentícia, os
de que trata o art. 33 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e suas complementações e os que
já tiverem os seus respectivos recursos liberados ou depositados em juízo, os precatórios pendentes na data

448
de promulgação desta Emenda e os que decorram de ações iniciais ajuizadas até 31 de dezembro de 1999
serão liquidados pelo seu valor real, em moeda corrente, acrescido de juros legais, em prestações anuais,
iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos, permitida a cessão dos créditos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 30, de 2000)

§ 1º É permitida a decomposição de parcelas, a critério do credor. (Incluído pela Emenda Constitucional


nº 30, de 2000)

§ 2º As prestações anuais a que se refere o caput deste artigo terão, se não liquidadas até o final do
exercício a que se referem, poder liberatório do pagamento de tributos da entidade devedora. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 30, de 2000) (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 3º O prazo referido no caput deste artigo fica reduzido para dois anos, nos casos de precatórios judiciais
originários de desapropriação de imóvel residencial do credor, desde que comprovadamente único à época
da imissão na posse. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000) (DPESP-2006)

§ 4º O Presidente do Tribunal competente DEVERÁ, vencido o prazo ou em caso de omissão no


orçamento, ou preterição ao direito de precedência, a requerimento do credor, REQUISITAR ou
DETERMINAR o SEQÜESTRO DE RECURSOS FINANCEIROS da entidade executada, suficientes à
satisfação da prestação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)

(PGESP-2012-FCC): O sequestro de verbas públicas, a pedido do credor, é possível em duas hipóteses:


preterição do direito de precedência na ordem cronológica de precatórios e falta de alocação no orçamento
do valor necessário à satisfação do crédito. BL: art. 78, §4º, ADCT.

Art. 79. É INSTITUÍDO, para vigorar até o ano de 2010, no âmbito do Poder Executivo Federal, o
FUNDO DE COMBATE E ERRADICAÇÃO DA POBREZA, a ser regulado por lei complementar com o
objetivo de viabilizar a todos os brasileiros acesso a níveis dignos de subsistência, cujos recursos serão
aplicados em ações suplementares de nutrição, habitação, educação, saúde, reforço de renda familiar e outros
programas de relevante interesse social voltados para melhoria da qualidade de vida. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 31, de 2000) (Vide Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Vide Emenda
Constitucional nº 67, de 2010) (TJSP-2009)

Parágrafo único. O Fundo previsto neste artigo terá Conselho Consultivo e de Acompanhamento que
conte com a participação de representantes da sociedade civil, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 31, de 2000)

Art. 80. COMPÕEM o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 31, de 2000) (Vide Emenda Constitucional nº 67, de 2010)

I – a parcela do produto da arrecadação correspondente a um adicional de oito centésimos por cento,


aplicável de 18 de junho de 2000 a 17 de junho de 2002, na alíquota da contribuição social de que trata o art.
75 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)

II – a parcela do produto da arrecadação correspondente a um adicional de cinco pontos percentuais na


alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, ou do imposto que vier a substituí-lo, incidente
sobre produtos supérfluos e aplicável até a extinção do Fundo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31,
de 2000) (TJSP-2009)

III – o produto da arrecadação do imposto de que trata o art. 153, inciso VII, da Constituição; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)

IV – dotações orçamentárias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)

V– doações, de qualquer natureza, de pessoas físicas ou jurídicas do País ou do exterior; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 31, de 2000)

VI – outras receitas, a serem definidas na regulamentação do referido Fundo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 31, de 2000)
449
§ 1º Aos recursos integrantes do Fundo de que trata este artigo não se aplica o disposto nos arts. 159 e
167, inciso IV, da Constituição, assim como qualquer desvinculação de recursos orçamentários. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 31, de 2000)

§ 2º A arrecadação decorrente do disposto no inciso I deste artigo, no período compreendido entre 18 de


junho de 2000 e o início da vigência da lei complementar a que se refere a art. 79, será integralmente repassada
ao Fundo, preservado o seu valor real, em títulos públicos federais, progressivamente resgatáveis após 18 de
junho de 2002, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)

Art. 81. É instituído Fundo constituído pelos recursos recebidos pela União em decorrência da
desestatização de sociedades de economia mista ou empresas públicas por ela controladas, direta ou
indiretamente, quando a operação envolver a alienação do respectivo controle acionário a pessoa ou entidade
não integrante da Administração Pública, ou de participação societária remanescente após a alienação, cujos
rendimentos, gerados a partir de 18 de junho de 2002, reverterão ao Fundo de Combate e Erradicação de
Pobreza. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000) (Vide Emenda Constitucional nº 67, de 2010)

§ 1º Caso o montante anual previsto nos rendimentos transferidos ao Fundo de Combate e Erradicação
da Pobreza, na forma deste artigo, não alcance o valor de quatro bilhões de reais. far-se-à complementação
na forma do art. 80, inciso IV, do Ato das disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 31, de 2000)

§ 2º Sem prejuízo do disposto no § 1º, o Poder Executivo poderá destinar ao Fundo a que se refere este
artigo outras receitas decorrentes da alienação de bens da União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
31, de 2000)

§ 3º A constituição do Fundo a que se refere o caput, a transferência de recursos ao Fundo de Combate


e Erradicação da Pobreza e as demais disposições referentes ao § 1º deste artigo serão disciplinadas em lei,
não se aplicando o disposto no art. 165, § 9º, inciso II, da Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 31, de 2000)

Art. 82. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem instituir Fundos de Combate á Pobreza,
com os recursos de que trata este artigo e outros que vierem a destinar, devendo os referidos Fundos ser
geridos por entidades que contem com a participação da sociedade civil. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 31, de 2000)

§ 1º Para o financiamento dos Fundos Estaduais e Distrital, poderá ser criado adicional de até dois pontos
percentuais na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, sobre os produtos e
serviços supérfluos e nas condições definidas na lei complementar de que trata o art. 155, § 2º, XII, da
Constituição, não se aplicando, sobre este percentual, o disposto no art. 158, IV, da Constituição. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 2º Para o financiamento dos Fundos Municipais, poderá ser criado adicional de até meio ponto
percentual na alíquota do Imposto sobre serviços ou do imposto que vier a substituí-lo, sobre serviços
supérfluos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)

Art. 83. Lei federal definirá os produtos e serviços supérfluos a que se referem os arts. 80, II, e 82, § 2º .
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 84. A contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos
de natureza financeira, prevista nos arts. 74, 75 e 80, I, deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
será cobrada até 31 de dezembro de 2004. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

§ 1º Fica prorrogada, até a data referida no caput deste artigo, a vigência da Lei nº 9.311, de 24 de
outubro de 1996, e suas alterações.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

§ 2º Do produto da arrecadação da contribuição social de que trata este artigo será destinada a parcela
correspondente à alíquota de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

450
I - vinte centésimos por cento ao Fundo Nacional de Saúde, para financiamento das ações e serviços de
saúde; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

II - dez centésimos por cento ao custeio da previdência social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
37, de 2002)

III - oito centésimos por cento ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, de que tratam os arts. 80
e 81 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de
2002)

§ 3º A alíquota da contribuição de que trata este artigo será de: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 37, de 2002)

I - trinta e oito centésimos por cento, nos exercícios financeiros de 2002 e 2003; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)

II - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 85. A contribuição a que se refere o art. 84 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
não incidirá, a partir do trigésimo dia da data de publicação desta Emenda Constitucional, nos lançamentos:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

I - em contas correntes de depósito especialmente abertas e exclusivamente utilizadas para operações de:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) (Vide Lei nº 10.982, de 2004)

a) câmaras e prestadoras de serviços de compensação e de liquidação de que trata o parágrafo único do


art. 2º da Lei nº 10.214, de 27 de março de 2001; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

b) companhias securitizadoras de que trata a Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

c) sociedades anônimas que tenham por objeto exclusivo a aquisição de créditos oriundos de operações
praticadas no mercado financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

II - em contas correntes de depósito, relativos a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

a) operações de compra e venda de ações, realizadas em recintos ou sistemas de negociação de bolsas de


valores e no mercado de balcão organizado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

b) contratos referenciados em ações ou índices de ações, em suas diversas modalidades, negociados em


bolsas de valores, de mercadorias e de futuros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

III - em contas de investidores estrangeiros, relativos a entradas no País e a remessas para o exterior de
recursos financeiros empregados, exclusivamente, em operações e contratos referidos no inciso II deste artigo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

§ 1º O Poder Executivo disciplinará o disposto neste artigo no prazo de trinta dias da data de publicação
desta Emenda Constitucional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

§ 2º O disposto no inciso I deste artigo aplica-se somente às operações relacionadas em ato do Poder
Executivo, dentre aquelas que constituam o objeto social das referidas entidades. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)

§ 3º O disposto no inciso II deste artigo aplica-se somente a operações e contratos efetuados por
intermédio de instituições financeiras, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades
distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de mercadorias. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)

451
Art. 86. Serão pagos conforme disposto no art. 100 da Constituição Federal, não se lhes aplicando a regra
de parcelamento estabelecida no caput do art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, os
débitos da Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal oriundos de sentenças transitadas em julgado,
que preencham, cumulativamente, as seguintes condições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de
2002)

I - ter sido objeto de emissão de precatórios judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37,
de 2002)

II - ter sido definidos como de pequeno valor pela lei de que trata o § 3º do art. 100 da Constituição
Federal ou pelo art. 87 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)

III - estar, total ou parcialmente, pendentes de pagamento na data da publicação desta Emenda
Constitucional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

§ 1º Os débitos a que se refere o caput deste artigo, ou os respectivos saldos, serão pagos na ordem
cronológica de apresentação dos respectivos precatórios, com precedência sobre os de maior valor. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

§ 2º Os débitos a que se refere o caput deste artigo, se ainda não tiverem sido objeto de pagamento parcial,
nos termos do art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, poderão ser pagos em duas
parcelas anuais, se assim dispuser a lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

§ 3º Observada a ordem cronológica de sua apresentação, os débitos de natureza alimentícia previstos


neste artigo terão precedência para pagamento sobre todos os demais. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 37, de 2002)

Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a publicação
oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto no § 4º do art. 100 da
Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório judiciário, que tenham valor
igual ou inferior a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) (TRT8-2013)

I - quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

II - trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 37, de 2002)

Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o pagamento far-se-á,
sempre, por meio de precatório, SENDO FACULTADA à parte exeqüente a renúncia ao crédito do valor
excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista no § 3º do art.
100. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) (TRT8-2013)

(DPERN-2015-CESPE): Os pagamentos devidos pela fazenda pública em virtude de sentença judicial far-
se-ão mediante precatório, salvo quando forem pertinentes a obrigações definidas em lei como de pequeno
valor. Caso não haja lei específica do ente da Federação, considerar-se-ão como de pequeno valor os débitos
ou obrigações da fazenda pública estadual que tenham valor igual ou inferior a quarenta salários mínimos.
BL: art. 84, ADCT e art. 60, III da CF.

Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da
Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002) (TJPE-2015)

I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da
Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)

452
II – não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou
indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no inciso I. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002) (TJPE-2015)

Art. 89. Os integrantes da carreira policial militar e os servidores municipais do ex-Território Federal de
Rondônia que, comprovadamente, se encontravam no exercício regular de suas funções prestando serviço
àquele ex-Território na data em que foi transformado em Estado, bem como os servidores e os policiais
militares alcançados pelo disposto no art. 36 da Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981, e aqueles
admitidos regularmente nos quadros do Estado de Rondônia até a data de posse do primeiro Governador
eleito, em 15 de março de 1987, constituirão, mediante opção, quadro em extinção da administração federal,
assegurados os direitos e as vantagens a eles inerentes, vedado o pagamento, a qualquer título, de diferenças
remuneratórias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 60, de 2009)

§ 1º Os membros da Polícia Militar continuarão prestando serviços ao Estado de Rondônia, na condição


de cedidos, submetidos às corporações da Polícia Militar, observadas as atribuições de função compatíveis
com o grau hierárquico. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 60, de 2009)

§ 2º Os servidores a que se refere o caput continuarão prestando serviços ao Estado de Rondônia na


condição de cedidos, até seu aproveitamento em órgão ou entidade da administração federal direta,
autárquica ou fundacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 60, de 2009)

Art. 90. O prazo previsto no caput do art. 84 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias fica
prorrogado até 31 de dezembro de 2007. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 1º Fica prorrogada, até a data referida no caput deste artigo, a vigência da Lei nº 9.311, de 24 de outubro
de 1996, e suas alterações. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 2º Até a data referida no caput deste artigo, a alíquota da contribuição de que trata o art. 84 deste Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias será de trinta e oito centésimos por cento. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 91. A União entregará aos Estados e ao Distrito Federal o montante definido em lei complementar,
de acordo com critérios, prazos e condições nela determinados, podendo considerar as exportações para o
exterior de produtos primários e semi-elaborados, a relação entre as exportações e as importações, os créditos
decorrentes de aquisições destinadas ao ativo permanente e a efetiva manutenção e aproveitamento do
crédito do imposto a que se refere o art. 155, § 2º, X, a. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

§ 1º Do montante de recursos que cabe a cada Es-tado, setenta e cinco por cento pertencem ao próprio
Estado, e vinte e cinco por cento, aos seus Municípios, distribuídos segundo os critérios a que se refere o art.
158, parágrafo único, da Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 2º A entrega de recursos prevista neste artigo perdurará, conforme definido em lei complementar, até
que o imposto a que se refere o art. 155, II, tenha o produto de sua arrecadação destinado predominantemente,
em proporção não inferior a oitenta por cento, ao Estado onde ocorrer o consumo das mercadorias, bens ou
serviços. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 3º Enquanto não for editada a lei complementar de que trata o caput, em substituição ao sistema de
entrega de recursos nele previsto, permanecerá vigente o sistema de entrega de recursos previsto no art. 31 e
Anexo da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996, com a redação dada pela Lei Complementar
nº 115, de 26 de de-zembro de 2002. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O ICMS é um imposto estadual. A CF/88 e a LC 87/96 determinaram que
não deveria incidir ICMS nas operações e prestações destinadas ao exterior. Como isso causou uma
perda de arrecadação, foi prevista uma forma de compensação por meio da qual a União deveria
transferir recursos aos Estados. Os critérios para compensar os Estados por conta das desonerações de
ICMS sobre as exportações estão previstos no art. 91 do ADCT. O caput do art. 91 exige que seja editada
uma nova lei complementar para regulamentar os critérios de compensação dos Estados. No entanto, o
§ 3º prevê que, até a edição da nova lei complementar, devem ser adotados para o repasse os critérios
estabelecidos no Anexo da LC 87/96, com a redação da LC 115/2002. Portanto, o próprio texto
453
constitucional transitório já previu a solução a ser adotada até a vinda da nova lei complementar. Dessa
forma, o Poder Judiciário não pode alterar os índices de repasse da União aos Estados previstos no art.
91 do ADCT e na LC 87/96, criando novos critérios. Tal atitude equivaleria a uma inovação no
ordenamento jurídico contra o direito posto, violando a cláusula da separação dos Poderes. STF.
Plenário. ACO 1044/MT, Rel. Min. Luiz Fux, j. 30/11/16 (Info 849).

##Atenção: ##STF: ##DOD: O caput do art. 91 exige que seja editada uma nova lei complementar para
regulamentar os critérios de compensação dos Estados. No entanto, o § 3º prevê que, até a edição da
nova lei complementar, devem ser adotados para o repasse os critérios estabelecidos no Anexo da LC
87/96, com a redação da LC 115/02. Como já se passaram muitos anos sem que o Congresso Nacional
tenha editado a lei complementar de que trata o art. 91 do ADCT, foi proposta uma ADI por omissão
por conta desta lacuna. O STF julgou procedente a ação e declarou haver mora, por parte do Congresso
Nacional, em editar a aludida lei complementar. Diante disso, o STF fixou um prazo de 12 meses para
que o Legislativo faça a lei. Na decisão, o STF consignou que, se for ultrapassado o prazo de 12 meses
sem que a lei seja editada, o Tribunal de Contas da União (TCU) deverá: a) fixar o valor total a ser
transferido anualmente aos Estados-Membros e ao Distrito Federal, considerando os critérios dispostos
no art. 91 do ADCT, a saber, as exportações para o exterior de produtos primários e semielaborados, a
relação entre as exportações e as importações, os créditos decorrentes de aquisições destinadas ao ativo
permanente e a efetiva manutenção e aproveitamento do crédito do imposto a que se refere o art. 155, §
2º, X, “a”, do texto constitucional; b) calcular o valor das quotas a que cada um fará jus, levando em
conta os entendimentos entre os Estados-Membros e o Distrito Federal realizados no âmbito do
Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). STF. Plenário. ADO 25/DF, Rel. Min. Gilmar
Mendes, j. 30/11/16 (Info 849).

§ 4º Os Estados e o Distrito Federal deverão apresentar à União, nos termos das instruções baixadas pelo
Ministério da Fazenda, as informações relativas ao imposto de que trata o art. 155, II, declaradas pelos
contribuintes que realizarem operações ou prestações com destino ao exterior. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 92. São acrescidos dez anos ao prazo fixado no art. 40 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 92-A. São acrescidos 50 (cinquenta) anos ao prazo fixado pelo art. 92 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 83, de 2014)

Art. 93. A vigência do disposto no art. 159, III, e § 4º, iniciará somente após a edição da lei de que trata o
referido inciso III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 94. Os regimes especiais de tributação para microempresas e empresas de pequeno porte próprios
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cessarão a partir da entrada em vigor do regime
previsto no art. 146, III, d, da Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta Emenda
Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática
ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República Federativa do
Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)

Art. 96. FICAM CONVALIDADOS os atos de CRIAÇÃO, FUSÃO, INCORPORAÇÃO e


DESMEMBRAMENTO de Municípios, cuja lei TENHA SIDO PUBLICADA até 31 de dezembro de 2006,
ATENDIDOS os REQUISITOS estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 57, de 2008). (MPPB-2010) (MPGO-2016)

##Atenção: ##STF: ##MPGO-2016: Conforme o STF, com o advento da EC 57/08, foram convalidados os
atos de criação de Municípios cuja lei tenha sido publicada até 31-12-06, atendidos os requisitos na
legislação do respectivo Estado à época de sua criação. A Lei 11.375/99 foi publicada nos termos do art.
9º da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, alterado pela EC 20/97, pelo que a criação do
Município de Pinto Bandeira foi convalidada. STF. ADI 2.381 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-3-2011.

(TJRS-2016-Faurgs): Tendo em vista o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, considere a


seguinte afirmação: O art. 96 convalidou os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de

454
Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos
na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. BL: art. 96, ADCT.

Art. 97. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da Constituição Federal,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de publicação desta Emenda Constitucional,
estejam em mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às suas administrações direta e indireta,
inclusive os emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído por este artigo, farão esses
pagamentos de acordo com as normas a seguir estabelecidas, sendo inaplicável o disposto no art. 100 desta
Constituição Federal, exceto em seus §§ 2º, 3º, 9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos
conciliatórios já formalizados na data de promulgação desta Emenda Constitucional. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009) [Obs.: Declarado integralmente
INCONSTITUCIONAL pelo STF]

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios sujeitos ao regime especial de que trata este artigo
optarão, por meio de ato do Poder Executivo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

I - pelo depósito em conta especial do valor referido pelo § 2º deste artigo; ou (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)

II - pela adoção do regime especial pelo prazo de até 15 (quinze) anos, caso em que o percentual a ser
depositado na conta especial a que se refere o § 2º deste artigo corresponderá, anualmente, ao saldo total dos
precatórios devidos, acrescido do índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança e de juros
simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança para fins de compensação
da mora, excluída a incidência de juros compensatórios, diminuído das amortizações e dividido pelo número
de anos restantes no regime especial de pagamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 2º Para saldar os precatórios, vencidos e a vencer, pelo regime especial, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios devedores depositarão mensalmente, em conta especial criada para tal fim, 1/12 (um doze
avos) do valor calculado percentualmente sobre as respectivas receitas correntes líquidas, apuradas no
segundo mês anterior ao mês de pagamento, sendo que esse percentual, calculado no momento de opção
pelo regime e mantido fixo até o final do prazo a que se refere o § 14 deste artigo, será: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)

I - para os Estados e para o Distrito Federal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

a) de, no mínimo, 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), para os Estados das regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, ou cujo estoque de precatórios pendentes das suas
administrações direta e indireta corresponder a até 35% (trinta e cinco por cento) do total da receita corrente
líquida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

b) de, no mínimo, 2% (dois por cento), para os Estados das regiões Sul e Sudeste, cujo estoque de
precatórios pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a mais de 35% (trinta e cinco
por cento) da receita corrente líquida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

II - para Municípios: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

a) de, no mínimo, 1% (um por cento), para Municípios das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ou
cujo estoque de precatórios pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a até 35% (trinta
e cinco por cento) da receita corrente líquida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

b) de, no mínimo, 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), para Municípios das regiões Sul e Sudeste,
cujo estoque de precatórios pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a mais de 35 %
(trinta e cinco por cento) da receita corrente líquida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 3º Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata este artigo, o somatório das receitas
tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, transferências correntes
e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no
período compreendido pelo mês de referência e os 11 (onze) meses anteriores, excluídas as duplicidades, e
deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

455
I - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

II - nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio do seu
sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no
§ 9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 4º As contas especiais de que tratam os §§ 1º e 2º serão administradas pelo Tribunal de Justiça local,
para pagamento de precatórios expedidos pelos tribunais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009)

§ 5º Os recursos depositados nas contas especiais de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo não poderão
retornar para Estados, Distrito Federal e Municípios devedores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62,
de 2009)

§ 6º Pelo menos 50% (cinquenta por cento) dos recursos de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo serão
utilizados para pagamento de precatórios em ordem cronológica de apresentação, respeitadas as preferências
definidas no § 1º, para os requisitórios do mesmo ano e no § 2º do art. 100, para requisitórios de todos os anos.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 7º Nos casos em que não se possa estabelecer a precedência cronológica entre 2 (dois) precatórios,
pagar-se-á primeiramente o precatório de menor valor. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 8º A aplicação dos recursos restantes dependerá de opção a ser exercida por Estados, Distrito Federal
e Municípios devedores, por ato do Poder Executivo, obedecendo à seguinte forma, que poderá ser aplicada
isoladamente ou simultaneamente: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

I - destinados ao pagamento dos precatórios por meio do leilão; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 62, de 2009)

II - destinados a pagamento a vista de precatórios não quitados na forma do § 6° e do inciso I, em ordem


única e crescente de valor por precatório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

III - destinados a pagamento por acordo direto com os credores, na forma estabelecida por lei própria da
entidade devedora, que poderá prever criação e forma de funcionamento de câmara de conciliação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 9º Os leilões de que trata o inciso I do § 8º deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009)

I - serão realizados por meio de sistema eletrônico administrado por entidade autorizada pela Comissão
de Valores Mobiliários ou pelo Banco Central do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

II - admitirão a habilitação de precatórios, ou parcela de cada precatório indicada pelo seu detentor, em
relação aos quais não esteja pendente, no âmbito do Poder Judiciário, recurso ou impugnação de qualquer
natureza, permitida por iniciativa do Poder Executivo a compensação com débitos líquidos e certos, inscritos
ou não em dívida ativa e constituídos contra devedor originário pela Fazenda Pública devedora até a data da
expedição do precatório, ressalvados aqueles cuja exigibilidade esteja suspensa nos termos da legislação, ou
que já tenham sido objeto de abatimento nos termos do § 9º do art. 100 da Constituição Federal; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

III - ocorrerão por meio de oferta pública a todos os credores habilitados pelo respectivo ente federativo
devedor; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

IV - considerarão automaticamente habilitado o credor que satisfaça o que consta no inciso II; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

V - serão realizados tantas vezes quanto necessário em função do valor disponível; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
456
VI - a competição por parcela do valor total ocorrerá a critério do credor, com deságio sobre o valor desta;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

VII - ocorrerão na modalidade deságio, associado ao maior volume ofertado cumulado ou não com o
maior percentual de deságio, pelo maior percentual de deságio, podendo ser fixado valor máximo por credor,
ou por outro critério a ser definido em edital; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

VIII - o mecanismo de formação de preço constará nos editais publicados para cada leilão; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

IX - a quitação parcial dos precatórios será homologada pelo respectivo Tribunal que o expediu. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 10. No caso de não liberação tempestiva dos recursos de que tratam o inciso II do § 1º e os §§ 2º e 6º
deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

I - haverá o sequestro de quantia nas contas de Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, por
ordem do Presidente do Tribunal referido no § 4º, até o limite do valor não liberado; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)

II - constituir-se-á, alternativamente, por ordem do Presidente do Tribunal requerido, em favor dos


credores de precatórios, contra Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, direito líquido e certo,
autoaplicável e independentemente de regulamentação, à compensação automática com débitos líquidos
lançados por esta contra aqueles, e, havendo saldo em favor do credor, o valor terá automaticamente poder
liberatório do pagamento de tributos de Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, até onde se
compensarem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

III - o chefe do Poder Executivo responderá na forma da legislação de responsabilidade fiscal e de


improbidade administrativa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

IV - enquanto perdurar a omissão, a entidade devedora: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009)

a) não poderá contrair empréstimo externo ou interno; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009)

b) ficará impedida de receber transferências voluntárias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009)

V - a União reterá os repasses relativos ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e ao
Fundo de Participação dos Municípios, e os depositará nas contas especiais referidas no § 1º, devendo sua
utilização obedecer ao que prescreve o § 5º, ambos deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62,
de 2009)

§ 11. No caso de precatórios relativos a diversos credores, em litisconsórcio, admite-se o


desmembramento do valor, realizado pelo Tribunal de origem do precatório, por credor, e, por este, a
habilitação do valor total a que tem direito, não se aplicando, neste caso, a regra do § 3º do art. 100 da
Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 12. Se a lei a que se refere o § 4º do art. 100 não estiver publicada em até 180 (cento e oitenta) dias,
contados da data de publicação desta Emenda Constitucional, será considerado, para os fins referidos, em
relação a Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, omissos na regulamentação, o valor de: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

I - 40 (quarenta) salários mínimos para Estados e para o Distrito Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)

II - 30 (trinta) salários mínimos para Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

457
§ 13. Enquanto Estados, Distrito Federal e Municípios devedores estiverem realizando pagamentos de
precatórios pelo regime especial, não poderão sofrer sequestro de valores, exceto no caso de não liberação
tempestiva dos recursos de que tratam o inciso II do § 1º e o § 2º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)

§ 14. O regime especial de pagamento de precatório previsto no inciso I do § 1º vigorará enquanto o valor
dos precatórios devidos for superior ao valor dos recursos vinculados, nos termos do § 2º, ambos deste artigo,
ou pelo prazo fixo de até 15 (quinze) anos, no caso da opção prevista no inciso II do § 1º. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 15. Os precatórios parcelados na forma do art. 33 ou do art. 78 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias e ainda pendentes de pagamento ingressarão no regime especial com o valor
atualizado das parcelas não pagas relativas a cada precatório, bem como o saldo dos acordos judiciais e
extrajudiciais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 16. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios,


até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração
básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo
percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros
compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 17. O valor que exceder o limite previsto no § 2º do art. 100 da Constituição Federal será pago, durante
a vigência do regime especial, na forma prevista nos §§ 6º e 7º ou nos incisos I, II e III do § 8° deste artigo,
devendo os valores dispendidos para o atendimento do disposto no § 2º do art. 100 da Constituição Federal
serem computados para efeito do § 6º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 18. Durante a vigência do regime especial a que se refere este artigo, gozarão também da preferência a
que se refere o § 6º os titulares originais de precatórios que tenham completado 60 (sessenta) anos de idade
até a data da promulgação desta Emenda Constitucional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009)

##Atenção: ##STF: ##DOD: O Supremo declarou inconstitucionais o § 15 do art. 100 da CF/88 e todo o
art. 97 do ADCT. STF. Plenário. ADI 4357/DF, ADI 4425/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, rel. Min. Ayres
Britto, 6 e 7/3/13.

Art. 98. O número de defensores públicos na unidade jurisdicional SERÁ PROPORCIONAL à efetiva
demanda pelo serviço da Defensoria Pública e à respectiva população. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 80, de 2014) (DPERN-2015)

§ 1º No prazo de 8 (oito) anos, a União, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com defensores
públicos em todas as unidades jurisdicionais, observado o disposto no caput deste artigo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

§ 2º Durante o decurso do prazo previsto no § 1º deste artigo, a lotação dos defensores públicos ocorrerá,
prioritariamente, atendendo as regiões com maiores índices de exclusão social e adensamento
populacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

(DPEMA-2018-FCC): A lotação de Defensores Públicos, de forma proporcional para atender a efetiva


demanda, ocorrerá prioritariamente atendendo as regiões com maiores índices de exclusão social e de
adensamento populacional, por previsão contida na EC n° 80/14. BL: art. 98, §2º, ADCT.

Art. 99. Para efeito do disposto no inciso VII do § 2º do art. 155, no caso de operações e prestações que
destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte localizado em outro Estado, o imposto
correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual será partilhado entre os Estados de
origem e de destino, na seguinte proporção: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)

I - para o ano de 2015: 20% (vinte por cento) para o Estado de destino e 80% (oitenta por cento) para o
Estado de origem;

458
II - para o ano de 2016: 40% (quarenta por cento) para o Estado de destino e 60% (sessenta por cento)
para o Estado de origem;

III - para o ano de 2017: 60% (sessenta por cento) para o Estado de destino e 40% (quarenta por cento)
para o Estado de origem;

IV - para o ano de 2018: 80% (oitenta por cento) para o Estado de destino e 20% (vinte por cento) para
o Estado de origem;

V - a partir do ano de 2019: 100% (cem por cento) para o Estado de destino.

Art. 100. Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da
Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de
Contas da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições
do art. 52 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)

Art. 101. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, em 25 de março de 2015, se encontravam
em mora no pagamento de seus precatórios quitarão, até 31 de dezembro de 2024, seus débitos vencidos e os
que vencerão dentro desse período, atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
Especial (IPCA-E), ou por outro índice que venha a substituí-lo, depositando mensalmente em conta especial
do Tribunal de Justiça local, sob única e exclusiva administração deste, 1/12 (um doze avos) do valor
calculado percentualmente sobre suas receitas correntes líquidas apuradas no segundo mês anterior ao mês
de pagamento, em percentual suficiente para a quitação de seus débitos e, ainda que variável, nunca inferior,
em cada exercício, ao percentual praticado na data da entrada em vigor do regime especial a que se refere
este artigo, em conformidade com plano de pagamento a ser anualmente apresentado ao Tribunal de Justiça
local. (Redação dada pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

§ 1º Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata este artigo, o somatório das
receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de transferências
correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal,
verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência e os 11 (onze)
meses precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016)

I - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

II - nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de
seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira referida
no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

§ 2º O débito de precatórios será pago com recursos orçamentários próprios provenientes das fontes
de receita corrente líquida referidas no § 1º deste artigo e, adicionalmente, poderão ser utilizados recursos
dos seguintes instrumentos: (Redação dada pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

I - até 75% (setenta e cinco por cento) dos depósitos judiciais e dos depósitos administrativos em
dinheiro referentes a processos judiciais ou administrativos, tributários ou não tributários, nos quais sejam
parte os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios, e as respectivas autarquias, fundações e empresas
estatais dependentes, mediante a instituição de fundo garantidor em montante equivalente a 1/3 (um terço)
dos recursos levantados, constituído pela parcela restante dos depósitos judiciais e remunerado pela taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, nunca inferior aos
índices e critérios aplicados aos depósitos levantados; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 99, de
2017)

II - até 30% (trinta por cento) dos demais depósitos judiciais da localidade sob jurisdição do respectivo
Tribunal de Justiça, mediante a instituição de fundo garantidor em montante equivalente aos recursos
levantados, constituído pela parcela restante dos depósitos judiciais e remunerado pela taxa referencial do
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, nunca inferior aos índices e critérios
aplicados aos depósitos levantados, destinando-se: (Redação dada pela Emenda constitucional nº 99, de
2017)

459
a) no caso do Distrito Federal, 100% (cem por cento) desses recursos ao próprio Distrito
Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

b) no caso dos Estados, 50% (cinquenta por cento) desses recursos ao próprio Estado e 50% (cinquenta
por cento) aos respectivos Municípios, conforme a circunscrição judiciária onde estão depositados os
recursos, e, se houver mais de um Município na mesma circunscrição judiciária, os recursos serão rateados
entre os Municípios concorrentes, proporcionalmente às respectivas populações, utilizado como referência o
último levantamento censitário ou a mais recente estimativa populacional da Fundação Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE); (Redação dada pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

III - empréstimos, excetuados para esse fim os limites de endividamento de que tratam os incisos VI e
VII do caput do art. 52 da Constituição Federal e quaisquer outros limites de endividamento previstos em lei,
não se aplicando a esses empréstimos a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do caput do
art. 167 da Constituição Federal; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

IV - a totalidade dos depósitos em precatórios e requisições diretas de pagamento de obrigações de


pequeno valor efetuados até 31 de dezembro de 2009 e ainda não levantados, com o cancelamento dos
respectivos requisitórios e a baixa das obrigações, assegurada a revalidação dos requisitórios pelos juízos dos
processos perante os Tribunais, a requerimento dos credores e após a oitiva da entidade devedora, mantidas
a posição de ordem cronológica original e a remuneração de todo o período. (Incluído pela Emenda
constitucional nº 99, de 2017)

§ 3º Os recursos adicionais previstos nos incisos I, II e IV do § 2º deste artigo serão transferidos


diretamente pela instituição financeira depositária para a conta especial referida no caput deste artigo, sob
única e exclusiva administração do Tribunal de Justiça local, e essa transferência deverá ser realizada em até
sessenta dias contados a partir da entrada em vigor deste parágrafo, sob pena de responsabilização pessoal
do dirigente da instituição financeira por improbidade. (Incluído pela Emenda constitucional nº 99, de
2017)

§ 4º No prazo de até seis meses contados da entrada em vigor do regime especial a que se refere este
artigo, a União, diretamente, ou por intermédio das instituições financeiras oficiais sob seu controle,
disponibilizará aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como às respectivas autarquias,
fundações e empresas estatais dependentes, linha de crédito especial para pagamento dos precatórios
submetidos ao regime especial de pagamento de que trata este artigo, observadas as seguintes
condições: (Incluído pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

I - no financiamento dos saldos remanescentes de precatórios a pagar a que se refere este parágrafo
serão adotados os índices e critérios de atualização que incidem sobre o pagamento de precatórios, nos termos
do § 12 do art. 100 da Constituição Federal; (Incluído pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

II - o financiamento dos saldos remanescentes de precatórios a pagar a que se refere este parágrafo
será feito em parcelas mensais suficientes à satisfação da dívida assim constituída; (Incluído pela Emenda
constitucional nº 99, de 2017)

III - o valor de cada parcela a que se refere o inciso II deste parágrafo será calculado percentualmente
sobre a receita corrente líquida, respectivamente, do Estado, do Distrito Federal e do Município, no segundo
mês anterior ao pagamento, em percentual equivalente à média do comprometimento percentual mensal de
2012 até o final do período referido no caput deste artigo, considerados para esse fim somente os recursos
próprios de cada ente da Federação aplicados no pagamento de precatórios; (Incluído pela Emenda
constitucional nº 99, de 2017)

IV - nos empréstimos a que se refere este parágrafo não se aplicam os limites de endividamento de que
tratam os incisos VI e VII do caput do art. 52 da Constituição Federal e quaisquer outros limites de
endividamento previstos em lei. (Incluído pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

Art. 102. Enquanto viger o regime especial previsto nesta Emenda Constitucional, pelo menos 50%
(cinquenta por cento) dos recursos que, nos termos do art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, forem destinados ao pagamento dos precatórios em mora serão utilizados no pagamento
segundo a ordem cronológica de apresentação, respeitadas as preferências dos créditos alimentares, e, nessas,
460
as relativas à idade, ao estado de saúde e à deficiência, nos termos do § 2º do art. 100 da Constituição Federal,
sobre todos os demais créditos de todos os anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

§ 1º A aplicação dos recursos remanescentes, por opção a ser exercida por Estados, Distrito Federal e
Municípios, por ato do respectivo Poder Executivo, observada a ordem de preferência dos credores, poderá
ser destinada ao pagamento mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de
Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em
relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na
regulamentação editada pelo ente federado. (Numerado do parágrafo único pela Emenda constitucional
nº 99, de 2017)

§ 2º Na vigência do regime especial previsto no art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, as preferências relativas à idade, ao estado de saúde e à deficiência serão atendidas até o valor
equivalente ao quíntuplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º do art. 100 da Constituição Federal,
admitido o fracionamento para essa finalidade, e o restante será pago em ordem cronológica de apresentação
do precatório. (Incluído pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

Art. 103. Enquanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estiverem efetuando o pagamento
da parcela mensal devida como previsto no caput do art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, nem eles, nem as respectivas autarquias, fundações e empresas estatais dependentes poderão
sofrer sequestro de valores, exceto no caso de não liberação tempestiva dos recursos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016)

Parágrafo único. Na vigência do regime especial previsto no art. 101 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, ficam vedadas desapropriações pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos
Municípios, cujos estoques de precatórios ainda pendentes de pagamento, incluídos os precatórios a pagar
de suas entidades da administração indireta, sejam superiores a 70% (setenta por cento) das respectivas
receitas correntes líquidas, excetuadas as desapropriações para fins de necessidade pública nas áreas de
saúde, educação, segurança pública, transporte público, saneamento básico e habitação de interesse
social. (Incluído pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

Art. 104. Se os recursos referidos no art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
para o pagamento de precatórios não forem tempestivamente liberados, no todo ou em parte: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

I - o Presidente do Tribunal de Justiça local determinará o sequestro, até o limite do valor não liberado,
das contas do ente federado inadimplente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

II - o chefe do Poder Executivo do ente federado inadimplente responderá, na forma da legislação de


responsabilidade fiscal e de improbidade administrativa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de
2016)

III - a União reterá os recursos referentes aos repasses ao Fundo de Participação dos Estados e do
Distrito Federal e ao Fundo de Participação dos Municípios e os depositará na conta especial referida no art.
101 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para utilização como nele previsto; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

IV - os Estados reterão os repasses previstos no parágrafo único do art. 158 da Constituição Federal e
os depositarão na conta especial referida no art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
para utilização como nele previsto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

Parágrafo único. Enquanto perdurar a omissão, o ente federado não poderá contrair empréstimo
externo ou interno, exceto para os fins previstos no § 2º do art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, e ficará impedido de receber transferências voluntárias. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 94, de 2016)

Art. 105. Enquanto viger o regime de pagamento de precatórios previsto no art. 101 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, é facultada aos credores de precatórios, próprios ou de terceiros, a
compensação com débitos de natureza tributária ou de outra natureza que até 25 de março de 2015 tenham

461
sido inscritos na dívida ativa dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observados os requisitos
definidos em lei própria do ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

§ 1º Não se aplica às compensações referidas no caput deste artigo qualquer tipo de vinculação, como
as transferências a outros entes e as destinadas à educação, à saúde e a outras finalidades. (Numerado do
parágrafo único pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios regulamentarão nas respectivas leis o disposto no


caput deste artigo em até cento e vinte dias a partir de 1º de janeiro de 2018. (Incluído pela Emenda
constitucional nº 99, de 2017)

§ 3º Decorrido o prazo estabelecido no § 2º deste artigo sem a regulamentação nele prevista, ficam os
credores de precatórios autorizados a exercer a faculdade a que se refere o caput deste artigo. (Incluído
pela Emenda constitucional nº 99, de 2017)

Art. 106. Fica instituído o Novo Regime Fiscal no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade
Social da União, que vigorará por vinte exercícios financeiros, nos termos dos arts. 107 a 114 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

Art. 107. Ficam estabelecidos, para cada exercício, limites individualizados para as despesas
primárias: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016) (ABIN-2018)

I - do Poder Executivo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

II - do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça,


da Justiça do Trabalho, da Justiça Federal, da Justiça Militar da União, da Justiça Eleitoral e da Justiça do
Distrito Federal e Territórios, no âmbito do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95,
de 2016)

III - do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União, no âmbito do
Poder Legislativo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

IV - do Ministério Público da União e do Conselho Nacional do Ministério Público; e (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

V - da Defensoria Pública da União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

§ 1º Cada um dos limites a que se refere o caput deste artigo equivalerá: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 95, de 2016)

I - para o exercício de 2017, à despesa primária paga no exercício de 2016, incluídos os restos a pagar
pagos e demais operações que afetam o resultado primário, corrigida em 7,2% (sete inteiros e dois décimos
por cento); e

II - para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente ao exercício imediatamente anterior,


corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, publicado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ou de outro índice que vier a substituí-lo, para o período de
doze meses encerrado em junho do exercício anterior a que se refere a lei orçamentária. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 95, de 2016) (ABIN-2018)

§ 2º Os limites estabelecidos na forma do inciso IV do caput do art. 51, do inciso XIII do caput do art.
52, do § 1º do art. 99, do § 3º do art. 127 e do § 3º do art. 134 da Constituição Federal não poderão ser
superiores aos estabelecidos nos termos deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

§ 3º A mensagem que encaminhar o projeto de lei orçamentária demonstrará os valores máximos de


programação compatíveis com os limites individualizados calculados na forma do § 1º deste artigo,
observados os §§ 7º a 9º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

462
§ 4º As despesas primárias autorizadas na lei orçamentária anual sujeitas aos limites de que trata este
artigo não poderão exceder os valores máximos demonstrados nos termos do § 3º deste artigo. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

§ 5º É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial que amplie o montante total autorizado
de despesa primária sujeita aos limites de que trata este artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
95, de 2016)

§ 6º Não se incluem na base de cálculo e nos limites estabelecidos neste artigo: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 95, de 2016)

I - transferências constitucionais estabelecidas no § 1º do art. 20, no inciso III do parágrafo único do


art. 146, no § 5º do art. 153, no art. 157, nos incisos I e II do caput do art. 158, no art. 159 e no § 6º do art.
212, as despesas referentes ao inciso XIV do caput do art. 21 e as complementações de que tratam os incisos
IV e V do caput do art. 212-A, todos da Constituição Federal; (Redação dada pela Emenda constitucional nº
108, de 2020)

II - créditos extraordinários a que se refere o § 3º do art. 167 da Constituição Federal; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

III - despesas não recorrentes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições; e (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

IV - despesas com aumento de capital de empresas estatais não dependentes. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 95, de 2016)

V - transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios de parte dos valores arrecadados com os
leilões dos volumes excedentes ao limite a que se refere o § 2º do art. 1º da Lei nº 12.276, de 30 de junho de
2010, e a despesa decorrente da revisão do contrato de cessão onerosa de que trata a mesma Lei. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

§ 7º Nos três primeiros exercícios financeiros da vigência do Novo Regime Fiscal, o Poder Executivo
poderá compensar com redução equivalente na sua despesa primária, consoante os valores estabelecidos
no projeto de lei orçamentária encaminhado pelo Poder Executivo no respectivo exercício, o excesso de
despesas primárias em relação aos limites de que tratam os incisos II a V do caput deste artigo. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

§ 8º A compensação de que trata o § 7º deste artigo não excederá a 0,25% (vinte e cinco centésimos
por cento) do limite do Poder Executivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

§ 9º Respeitado o somatório em cada um dos incisos de II a IV do caput deste artigo, a lei de diretrizes
orçamentárias poderá dispor sobre a compensação entre os limites individualizados dos órgãos elencados
em cada inciso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

§ 10. Para fins de verificação do cumprimento dos limites de que trata este artigo, serão consideradas
as despesas primárias pagas, incluídos os restos a pagar pagos e demais operações que afetam o resultado
primário no exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

§ 11. O pagamento de restos a pagar inscritos até 31 de dezembro de 2015 poderá ser excluído da
verificação do cumprimento dos limites de que trata este artigo, até o excesso de resultado primário dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do exercício em relação à meta fixada na lei de diretrizes
orçamentárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

Art. 108. O Presidente da República poderá propor, a partir do décimo exercício da vigência do Novo
Regime Fiscal, projeto de lei complementar para alteração do método de correção dos limites a que se refere
o inciso II do § 1º do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 95, de 2016)

463
Parágrafo único. Será admitida apenas uma alteração do método de correção dos limites por
mandato presidencial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

Art. 109. No caso de descumprimento de limite individualizado, aplicam-se, até o final do exercício
de retorno das despesas aos respectivos limites, ao Poder Executivo ou a órgão elencado nos incisos II a V
do caput do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias que o descumpriu, sem prejuízo
de outras medidas, as seguintes vedações: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

I - concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de


membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e militares, exceto dos derivados de
sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal decorrente de atos anteriores à entrada
em vigor desta Emenda Constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

II - criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 95, de 2016)

III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 95, de 2016)

IV - admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas as reposições de cargos de


chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa e aquelas decorrentes de vacâncias de cargos
efetivos ou vitalícios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

V - realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias previstas no inciso IV;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

VI - criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou


benefícios de qualquer natureza em favor de membros de Poder, do Ministério Público ou da Defensoria
Pública e de servidores e empregados públicos e militares; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de
2016)

VII - criação de despesa obrigatória; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação,
observada a preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º da Constituição
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

§ 1º As vedações previstas nos incisos I, III e VI do caput, quando descumprido qualquer dos limites
individualizados dos órgãos elencados nos incisos II, III e IV do caput do art. 107 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, aplicamse ao conjunto dos órgãos referidos em cada inciso. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

§ 2º Adicionalmente ao disposto no caput, no caso de descumprimento do limite de que trata o inciso


I do caput do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, ficam vedadas: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

I - a criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como a remissão,


renegociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e
subvenções; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

II - a concessão ou a ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

§ 3º No caso de descumprimento de qualquer dos limites individualizados de que trata o caput do


art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, fica vedada a concessão da revisão geral
prevista no inciso X do caput do art. 37 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
95, de 2016)

464
§ 4º As vedações previstas neste artigo aplicam-se também a proposições legislativas. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

Art. 110. Na vigência do Novo Regime Fiscal, as aplicações mínimas em ações e serviços públicos de
saúde e em manutenção e desenvolvimento do ensino equivalerão: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 95, de 2016)

I - no exercício de 2017, às aplicações mínimas calculadas nos termos do inciso I do § 2º do art. 198 e
do caput do art. 212, da Constituição Federal; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

II - nos exercícios posteriores, aos valores calculados para as aplicações mínimas do exercício
imediatamente anterior, corrigidos na forma estabelecida pelo inciso II do § 1º do art. 107 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

Art. 111. A partir do exercício financeiro de 2018, até o último exercício de vigência do Novo Regime
Fiscal, a aprovação e a execução previstas nos §§ 9º e 11 do art. 166 da Constituição Federal corresponderão
ao montante de execução obrigatória para o exercício de 2017, corrigido na forma estabelecida pelo inciso
II do § 1º do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 95, de 2016)

Art. 112. As disposições introduzidas pelo Novo Regime Fiscal: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 95, de 2016)

I - não constituirão obrigação de pagamento futuro pela União ou direitos de outrem sobre o erário;
e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

II - não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de dispositivos constitucionais e legais


que disponham sobre metas fiscais ou limites máximos de despesas. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 95, de 2016)

Art. 113. A proposição legislativa que crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de receita deverá
ser acompanhada da estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 95, de 2016)

Art. 114. A tramitação de proposição elencada no caput do art. 59 da Constituição Federal, ressalvada
a referida no seu inciso V, quando acarretar aumento de despesa ou renúncia de receita, será suspensa por
até vinte dias, a requerimento de um quinto dos membros da Casa, nos termos regimentais, para análise de
sua compatibilidade com o Novo Regime Fiscal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016)

Brasília, 5 de outubro de 1988.

Ulysses Guimarães , Presidente - Mauro Benevides , 1.º Vice-Presidente - Jorge Arbage , 2.º Vice-Presidente -
Marcelo Cordeiro , 1.º Secretário - Mário Maia , 2.º Secretário - Arnaldo Faria de Sá , 3.º Secretário - Benedita da
Silva , 1.º Suplente de Secretário - Luiz Soyer , 2.º Suplente de Secretário - Sotero Cunha , 3.º Suplente de
Secretário - Bernardo Cabral , Relator Geral - Adolfo Oliveira , Relator Adjunto - Antônio Carlos Konder Reis ,
Relator Adjunto - José Fogaça , Relator Adjunto - Abigail Feitosa - Acival Gomes - Adauto Pereira - Ademir Andrade
- Adhemar de Barros Filho - Adroaldo Streck - Adylson Motta - Aécio de Borba - Aécio Neves - Affonso Camargo - Afif
Domingos - Afonso Arinos - Afonso Sancho - Agassiz Almeida - Agripino de Oliveira Lima - Airton Cordeiro - Airton
Sandoval - Alarico Abib - Albano Franco - Albérico Cordeiro - Albérico Filho - Alceni Guerra - Alcides Saldanha - Aldo
Arantes - Alércio Dias - Alexandre Costa - Alexandre Puzyna - Alfredo Campos - Almir Gabriel - Aloisio Vasconcelos
- Aloysio Chaves - Aloysio Teixeira - Aluizio Bezerra - Aluízio Campos - Álvaro Antônio - Álvaro Pacheco - Álvaro
Valle - Alysson Paulinelli - Amaral Netto - Amaury Müller - Amilcar Moreira - Ângelo Magalhães - Anna Maria
Rattes - Annibal Barcellos - Antero de Barros - Antônio Câmara - Antônio Carlos Franco - Antonio Carlos Mendes
Thame - Antônio de Jesus - Antonio Ferreira - Antonio Gaspar - Antonio Mariz - Antonio Perosa - Antônio Salim
Curiati - Antonio Ueno - Arnaldo Martins - Arnaldo Moraes - Arnaldo Prieto - Arnold Fioravante - Arolde de Oliveira
- Artenir Werner - Artur da Távola - Asdrubal Bentes - Assis Canuto - Átila Lira - Augusto Carvalho - Áureo Mello -
Basílio Villani - Benedicto Monteiro - Benito Gama - Beth Azize - Bezerra de Melo - Bocayuva Cunha - Bonifácio de
Andrada - Bosco França - Brandão Monteiro - Caio Pompeu - Carlos Alberto - Carlos Alberto Caó - Carlos Benevides -
Carlos Cardinal - Carlos Chiarelli - Carlos Cotta - Carlos De’Carli - Carlos Mosconi - Carlos Sant’Anna - Carlos
Vinagre - Carlos Virgílio - Carrel Benevides - Cássio Cunha Lima - Célio de Castro - Celso Dourado - César Cals Neto
465
- César Maia - Chagas Duarte - Chagas Neto - Chagas Rodrigues - Chico Humberto - Christóvam Chiaradia - Cid
Carvalho - Cid Sabóia de Carvalho - Cláudio Ávila - Cleonâncio Fonseca - Costa Ferreira - Cristina Tavares - Cunha
Bueno - Dálton Canabrava - Darcy Deitos - Darcy Pozza - Daso Coimbra - Davi Alves Silva - Del Bosco Amaral -
Delfim Netto - Délio Braz - Denisar Arneiro - Dionisio Dal Prá - Dionísio Hage - Dirce Tutu Quadros - Dirceu Carneiro
- Divaldo Suruagy - Djenal Gonçalves - Domingos Juvenil - Domingos Leonelli - Doreto Campanari - Edésio Frias -
Edison Lobão - Edivaldo Motta - Edme Tavares - Edmilson Valentim - Eduardo Bonfim - Eduardo Jorge - Eduardo
Moreira - Egídio Ferreira Lima - Elias Murad - Eliel Rodrigues - Eliézer Moreira - Enoc Vieira - Eraldo Tinoco - Eraldo
Trindade - Erico Pegoraro - Ervin Bonkoski - Etevaldo Nogueira - Euclides Scalco - Eunice Michiles - Evaldo Gonçalves
- Expedito Machado - Ézio Ferreira - Fábio Feldmann - Fábio Raunheitti - Farabulini Júnior - Fausto Fernandes - Fausto
Rocha - Felipe Mendes - Feres Nader - Fernando Bezerra Coelho - Fernando Cunha - Fernando Gasparian - Fernando
Gomes - Fernando Henrique Cardoso - Fernando Lyra - Fernando Santana - Fernando Velasco - Firmo de Castro - Flavio
Palmier da Veiga - Flávio Rocha - Florestan Fernandes - Floriceno Paixão - França Teixeira - Francisco Amaral -
Francisco Benjamim - Francisco Carneiro - Francisco Coelho - Francisco Diógenes - Francisco Dornelles - Francisco
Küster - Francisco Pinto - Francisco Rollemberg - Francisco Rossi - Francisco Sales - Furtado Leite - Gabriel Guerreiro
- Gandi Jamil - Gastone Righi - Genebaldo Correia - Genésio Bernardino - Geovani Borges - Geraldo Alckmin Filho -
Geraldo Bulhões - Geraldo Campos - Geraldo Fleming - Geraldo Melo - Gerson Camata - Gerson Marcondes - Gerson
Peres - Gidel Dantas - Gil César - Gilson Machado - Gonzaga Patriota - Guilherme Palmeira - Gumercindo Milhomem
- Gustavo de Faria - Harlan Gadelha - Haroldo Lima - Haroldo Sabóia - Hélio Costa - Hélio Duque - Hélio Manhães -
Hélio Rosas - Henrique Córdova - Henrique Eduardo Alves - Heráclito Fortes - Hermes Zaneti - Hilário Braun - Homero
Santos - Humberto Lucena - Humberto Souto - Iberê Ferreira - Ibsen Pinheiro - Inocêncio Oliveira - Irajá Rodrigues -
Iram Saraiva - Irapuan Costa Júnior - Irma Passoni - Ismael Wanderley - Israel Pinheiro - Itamar Franco - Ivo Cersósimo
- Ivo Lech - Ivo Mainardi - Ivo Vanderlinde - Jacy Scanagatta - Jairo Azi - Jairo Carneiro - Jalles Fontoura - Jamil
Haddad - Jarbas Passarinho - Jayme Paliarin - Jayme Santana - Jesualdo Cavalcanti - Jesus Tajra - Joaci Góes - João
Agripino - João Alves - João Calmon - João Carlos Bacelar - João Castelo - João Cunha - João da Mata - João de Deus
Antunes - João Herrmann Neto - João Lobo - João Machado Rollemberg - João Menezes - João Natal - João Paulo - João
Rezek - Joaquim Bevilácqua - Joaquim Francisco - Joaquim Hayckel - Joaquim Sucena - Jofran Frejat - Jonas Pinheiro -
Jonival Lucas - Jorge Bornhausen - Jorge Hage - Jorge Leite - Jorge Uequed - Jorge Vianna - José Agripino - José Camargo
- José Carlos Coutinho - José Carlos Grecco - José Carlos Martinez - José Carlos Sabóia - José Carlos Vasconcelos - José
Costa - José da Conceição - José Dutra - José Egreja - José Elias - José Fernandes - José Freire - José Genoíno - José Geraldo
- José Guedes - José Ignácio Ferreira - José Jorge - José Lins - José Lourenço - José Luiz de Sá - José Luiz Maia - José
Maranhão - José Maria Eymael - José Maurício - José Melo - José Mendonça Bezerra - José Moura - José Paulo Bisol -
José Queiroz - José Richa - José Santana de Vasconcellos - José Serra - José Tavares - José Teixeira - José Thomaz Nonô
- José Tinoco - José Ulísses de Oliveira - José Viana - José Yunes - Jovanni Masini - Juarez Antunes - Júlio Campos -
Júlio Costamilan - Jutahy Júnior - Jutahy Magalhães - Koyu Iha - Lael Varella - Lavoisier Maia - Leite Chaves - Lélio
Souza - Leopoldo Peres - Leur Lomanto - Levy Dias - Lézio Sathler - Lídice da Mata - Louremberg Nunes Rocha -
Lourival Baptista - Lúcia Braga - Lúcia Vânia - Lúcio Alcântara - Luís Eduardo - Luís Roberto Ponte - Luiz Alberto
Rodrigues - Luiz Freire - Luiz Gushiken - Luiz Henrique - Luiz Inácio Lula da Silva - Luiz Leal - Luiz Marques - Luiz
Salomão - Luiz Viana - Luiz Viana Neto - Lysâneas Maciel - Maguito Vilela - Maluly Neto - Manoel Castro - Manoel
Moreira - Manoel Ribeiro - Mansueto de Lavor - Manuel Viana - Márcia Kubitschek - Márcio Braga - Márcio Lacerda
- Marco Maciel - Marcondes Gadelha - Marcos Lima - Marcos Queiroz - Maria de Lourdes Abadia - Maria Lúcia -
Mário Assad - Mário Covas - Mário de Oliveira - Mário Lima - Marluce Pinto - Matheus Iensen - Mattos Leão -
Maurício Campos - Maurício Correa - Maurício Fruet - Maurício Nasser - Maurício Pádua - Maurílio Ferreira Lima -
Mauro Borges - Mauro Campos - Mauro Miranda - Mauro Sampaio - Max Rosenmann - Meira Filho - Melo Freire -
Mello Reis - Mendes Botelho - Mendes Canale - Mendes Ribeiro - Messias Góis - Messias Soares - Michel Temer -
Milton Barbosa - Milton Lima - Milton Reis - Miraldo Gomes - Miro Teixeira - Moema São Thiago - Moysés Pimentel
- Mozarildo Cavalcanti - Mussa Demes - Myrian Portella - Nabor Júnior - Naphtali Alves de Souza - Narciso Mendes
- Nelson Aguiar - Nelson Carneiro - Nelson Jobim - Nelson Sabrá - Nelson Seixas - Nelson Wedekin - Nelton Friedrich
- Nestor Duarte - Ney Maranhão - Nilso Sguarezi - Nilson Gibson - Nion Albernaz - Noel de Carvalho - Nyder Barbosa
- Octávio Elísio - Odacir Soares - Olavo Pires - Olívio Dutra - Onofre Corrêa - Orlando Bezerra - Orlando Pacheco -
Oscar Corrêa - Osmar Leitão - Osmir Lima - Osmundo Rebouças - Osvaldo Bender - Osvaldo Coelho - Osvaldo Macedo
- Osvaldo Sobrinho - Oswaldo Almeida - Oswaldo Trevisan - Ottomar Pinto - Paes de Andrade - Paes Landim - Paulo
Delgado - Paulo Macarini - Paulo Marques - Paulo Mincarone - Paulo Paim - Paulo Pimentel - Paulo Ramos - Paulo
Roberto - Paulo Roberto Cunha - Paulo Silva - Paulo Zarzur - Pedro Canedo - Pedro Ceolin - Percival Muniz - Pimenta
da Veiga - Plínio Arruda Sampaio - Plínio Martins - Pompeu de Sousa - Rachid Saldanha Derzi - Raimundo Bezerra -
Raimundo Lira - Raimundo Rezende - Raquel Cândido - Raquel Capiberibe - Raul Belém - Raul Ferraz - Renan Calheiros
- Renato Bernardi - Renato Johnsson - Renato Vianna - Ricardo Fiuza - Ricardo Izar - Rita Camata - Rita Furtado -
Roberto Augusto - Roberto Balestra - Roberto Brant - Roberto Campos - Roberto D’Ávila - Roberto Freire - Roberto
Jefferson - Roberto Rollemberg - Roberto Torres - Roberto Vital - Robson Marinho - Rodrigues Palma - Ronaldo Aragão
- Ronaldo Carvalho - Ronaldo Cezar Coelho - Ronan Tito - Ronaro Corrêa - Rosa Prata - Rose de Freitas - Rospide Netto
- Rubem Branquinho - Rubem Medina - Ruben Figueiró - Ruberval Pilotto - Ruy Bacelar - Ruy Nedel - Sadie Hauache
- Salatiel Carvalho - Samir Achôa - Sandra Cavalcanti - Santinho Furtado - Sarney Filho - Saulo Queiroz - Sérgio Brito
- Sérgio Spada - Sérgio Werneck - Severo Gomes - Sigmaringa Seixas - Sílvio Abreu - Simão Sessim - Siqueira Campos
- Sólon Borges dos Reis - Stélio Dias - Tadeu França - Telmo Kirst - Teotonio Vilela Filho - Theodoro Mendes - Tito

466
Costa - Ubiratan Aguiar - Ubiratan Spinelli - Uldurico Pinto - Valmir Campelo - Valter Pereira - Vasco Alves - Vicente
Bogo - Victor Faccioni - Victor Fontana - Victor Trovão - Vieira da Silva - Vilson Souza - Vingt Rosado - Vinicius
Cansanção - Virgildásio de Senna - Virgílio Galassi - Virgílio Guimarães - Vitor Buaiz - Vivaldo Barbosa - Vladimir
Palmeira - Wagner Lago - Waldec Ornélas - Waldyr Pugliesi - Walmor de Luca - Wilma Maia - Wilson Campos -
Wilson Martins - Ziza Valadares.

Participantes: Álvaro Dias - Antônio Britto - Bete Mendes - Borges da Silveira - Cardoso Alves - Edivaldo Holanda -
Expedito Júnior - Fadah Gattass - Francisco Dias - Geovah Amarante - Hélio Gueiros - Horácio Ferraz - Hugo Napoleão
- Iturival Nascimento - Ivan Bonato - Jorge Medauar - José Mendonça de Morais - Leopoldo Bessone - Marcelo Miranda
- Mauro Fecury - Neuto de Conto - Nivaldo Machado - Oswaldo Lima Filho - Paulo Almada - Prisco Viana - Ralph
Biasi - Rosário Congro Neto - Sérgio Naya - Tidei de Lima.

In Memoriam: Alair Ferreira - Antônio Farias - Fábio Lucena - Norberto Schwantes - Virgílio Távora.

467

Você também pode gostar