Direito Comercial

Exercícios II

I
Carlos é agricultor em Serpa, e vendeu uma parcela do terreno onde exercia a sua
atividade agrícola a Sofia, empresária de sucesso no ramo da exploração mineira. Sofia
pretende utilizar o terreno comprado como local onde vai estacionar as suas máquinas
de extração de minérios.

1. Carlos é comerciante?
2. Sofia é comerciante?
3. Como podemos classificar o negócio jurídico descrito no caso prático?

II
A família de Josefina sempre esteve ligada à produção do chá. No entanto, com as
alterações climáticas que se avizinham, Josefina decide apostar na decoração de
interiores, dedicando a sua vida à sua arte. Como não tinha dinheiro para investir,
decidiu constituir a empresa Flores e Chá Decoração, Unipessoal, Lda., que se financiou
no Banco BAC no valor de 5.000€. Josefina garantiu o pagamento deste empréstimo
com uma fiança.

1. Josefina é comerciante?
2. Josefina deve 5.000€ ao banco?
3. Caso não seja pago o empréstimo, que pode o Banco BAC fazer?

III
Diga se são verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações, justificando a sua resposta:

1. O contrato de franquia é um contrato atípico.

2. Apenas existe compra e venda comercial caso o contato sirva para adquirir bens
com o propósito da sua revenda.
3. Os contatos celebrados pelos comissários produzem efeitos nas esferas jurídicas
dos mesmos.
4. O comodatário é sempre um comerciante.
5. O mútuo comercial em que a quantia mutuada seja superior a 50.000,00€ está
sujeito a forma escrita.

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 IV

O caso do trespasse:

Artigo 1112.º do Código civil

Transmissão da posição do arrendatário
1 - É permitida a transmissão por acto entre vivos da posição do arrendatário, sem
dependência da autorização do senhorio:
a) No caso de trespasse de estabelecimento comercial ou industrial;
b) A pessoa que no prédio arrendado continue a exercer a mesma profissão liberal, ou a
sociedade profissional de objecto equivalente.
2 - Não há trespasse:
a) Quando a transmissão não seja acompanhada de transferência, em conjunto, das
instalações, utensílios, mercadorias ou outros elementos que integram o
estabelecimento;
b) Quando a transmissão vise o exercício, no prédio, de outro ramo de comércio ou
indústria ou, de um modo geral, a sua afectação a outro destino.
3 - A transmissão deve ser celebrada por escrito e comunicada ao senhorio.
4 - O senhorio tem direito de preferência no trespasse por venda ou dação em
cumprimento, salvo convenção em contrário.
5 - Quando, após a transmissão, seja dado outro destino ao prédio, ou o transmissário
não continue o exercício da mesma profissão liberal, o senhorio pode resolver o
contrato.

A Flores e Chá, Unipessoal, Lda. recebeu um mútuo bancário no valor de 200.000,00€

do Banco Posh. Para facilitar o pagamento, a Sra. Josefina, gerente única da Flores e
Chá, Unipessoal, Lda. subscreveu em nome da sua empresa, uma livrança no mesmo
valor, com vencimento a 30 de setembro de 2019.
1. Quando é o responsável pelo pagamento da livrança?
2. Quando pode o Banco Posh cobrar o valor da livrança?
3. Pode o Banco Posh transmitir o direito a receber os 200.000,00€ mencionados na
livrança? Como?
4. Caso o mútuo bancário seja declarado nulo, a livrança caduca automaticamente?