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Conceitos gerais

EGAS MONIZ SCHOOL


OF HEALTH & SCIENCE

Conhecimentos necessários
• A farmacologia é uma área da ciência que requer o
conhecimento de várias disciplinas, entre as quais
a anatomia, a fisiologia, a química, a microbiologia
e a psicologia.
Conceitos gerais

Farmacologia Carlos Família Farmacologia Carlos Família

Conceitos gerais Conceitos gerais

Farmacologia Farmacologia
• A farmacologia pode ser definida como o estudo
dos medicamentos e das suas interacções com os
sistemas vivos.
• Engloba desta forma, o estudo das propriedades
físicas e químicas dos fármacos, dos seus efeitos
bioquímicos e fisiológicos, assim como da sua
absorção, distribuição, metabolismo e excreção
dos medicamentos.

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Conceitos gerais Conceitos gerais

Farmacoterapêutica Medicamento ideal


• A farmacoterapêutica é definida como a utilização de medicamentos
para diagnosticar, prevenir ou tratar doenças, ou evitar a gravidez.
• Embora não seja o objectivo da unidade curricular de farmacologia,
iremos abordá-la frequentemente nas nossas aulas, para facilitar a
Efectividade
compreensão dos:
• Efeitos terapêuticos e adversos (indesejáveis) dos
Propriedades Segurança
medicamentos.
• Racional para administração de um determinado medicamento
num determinado doente numa determinada dosagem, via e Selectividade
horário de administração.
• Estratégias utilizadas para promover os efeitos benéficos dos
medicamentos e minimizar os efeitos indesejáveis.

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Conceitos gerais Conceitos gerais

Eficácia Segurança
• Um medicamento eficaz é aquele que suscita a • Um medicamento seguro é definido como aquele
resposta esperada e pela qual foi administrado. que não produz efeitos nocivos, mesmo quando
• A eficaz é a propriedade mais importante que um administrado em doses elevadas e durante um
medicamento pode ter. Independentemente das período de tempo longo.
suas outras virtudes, se um medicamento não for • Os medicamentos têm sempre benefícios e riscos
eficaz (não faz o que é pretendido) não há associados à sua utilização. Este facto pode
justificação para a sua administração. explicar a razão pela qual os gregos utilizavam a
• Todos os fármacos antes de serem aprovados têm palavra pharmakon, que pode ser traduzida como
de demonstrar ser eficazes. remédio e veneno.

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Conceitos gerais Conceitos gerais

Segurança Selectividade
• No entanto, o risco de efeitos nocivos nunca pode ser • Um medicamento seletivo é definido como um
eliminado. Os exemplos seguintes ilustram este ponto: medicamento que provoca apenas a resposta para a
• Certos anticancerígenos (ex.: ciclofosfamida, qual é administrado.
metotrexato), em doses terapêuticas habituais, aumentam
sempre o risco de infeções graves.
• No entanto não existe um medicamento inteiramente
seletivo porque todos os medicamentos causam
• Os analgésicos opióides (ex.: morfina, meperidina), em efeitos secundários.
doses terapêuticas elevadas, podem causar depressão
respiratória potencialmente fatal. • Exemplos comuns incluem a sonolência que pode ser
• A aspirina e congéneres, quando tomados por um longo causada por muitos anti-histamínicos; o edema
prazo em doses terapêuticas elevadas, podem causar periférico que pode ser causado por bloqueadores
ulceração gástrica com risco perfuração e hemorragia e dos canais de cálcio; e a disfunção sexual
consequentemente risco de vida. normalmente causada por certos antidepressivos.
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Medicamento ideal Factores que determinam a resposta terapêutica

Propriedades principais Propriedades adicionais

Efectividade • Acção reversível


• Previsibilidade
Segurança
• Ausência de interacções
• Estabilidade química
Selectividade
• Facilidade de administração
• Baixo custo

Jacqueline R. Burchum, Laura D. Rosenthal (2021). Lehne’s Pharmacology for Nursing Care (10ª ed.). Elsevier.
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Farmacocinética Farmacodinâmica
• Os processos farmacocinéticos determinam a quantidade • Quando um medicamento atinge os seus locais de ação,
de uma dose administrada que chega aos seus locais de os processos farmacodinâmicos determinam a natureza e
ação. Existem quatro processos farmacocinéticos a intensidade da resposta.A farmacodinâmica pode ser
principais: considerada como o impacto dos fármacos no organismo.
1. Absorção do fármaco • Na maioria dos casos, o passo inicial que leva a uma
resposta é a ligação de um fármaco ao seu recetor. Esta
2. Distribuição do fármaco
interação fármaco-recetor é seguida de uma sequência
3. Metabolismo do fármaco de acontecimentos que, em última análise, resulta numa
4. Eliminação do fármaco resposta.
• Coletivamente, estes processos podem ser considerados • O estado funcional do doente pode influenciar os
como o impacto do organismo nos medicamentos. processos farmacodinâmicos.

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Fontes de variabilidade individual Importância da farmacologia em fisioterapia


• As fontes de variação individual incluem: Num sistema de saúde moderno o recurso à terapêutica medicamentosa para o
tratamento de doenças ou diminuir a sua progressão é cada vez maior, representando
• Variáveis fisiológicas (por exemplo, idade, sexo, peso) actualmente aproximadamente 80% de todos os tratamentos realizados. Saber como os
• Variáveis patológicas (especialmente a diminuição da vários fármacos afectam o doente, e o mecanismo pelo qual eles apresentam estes
efeitos, permite obter uma resposta óptima por parte do doente.
função dos rins e do fígado, os principais órgãos de
eliminação dos fármacos) Escolha da hora da terapia de de forma a que coincida ou não com o pico de acção de
• Variáveis genéticas. Os factores genéticos podem alterar alguns medicamentos:

o metabolismo dos medicamentos e predispor o doente a Analgésicos


Anti-parkinsónicos
reacções medicamentosas únicas.
Sedativos
• Não há dois doentes que respondam de forma idêntica ao Evitar ou controlar efeitos adversos que possam ocorrer como efeito directo da
mesmo regime terapêutico. Consequentemente, para atingir interacção com a terapia e certos medicamentos ou formas farmacêuticas:
o objetivo terapêutico, temos de adaptar a terapia Vasodilatadores periféricos / piscinas aquecidas
medicamentosa ao indivíduo Pensos de opióides / calor (exercício intenso, saunas, piscinas)

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Definições importantes Nomenclatura


Fármaco: Qualquer agente que pode modificar uma ou mais das funções de um
organismo vivo, estes podem ser de origem natural (vegetal, animal, mineral) ou
sintéticos, e incluem medicamentos, produtos tóxicos ou venenos, assim como meios Nome químico Denominação Comum
Nome de Marca
(IUPAC) Internacional (DCI)
químicos de diagnóstico.
Medicamento: Qualquer fármaco utilizado com fins terapêuticos, quer seja profilático
ou curativo. Ácido 2- Aspirina
Ácido acetilsalilico
Acetoxibenzóico
Efeito secundário ou colateral: é um efeito diferente do efeito principal do fármaco;
Cordilon Asacard
pode ser benéfico, indiferente ou indesejável.
Efeito adverso: efeito nocivo ou não desejado (toxicidade, efeito lateral, reacção Cartia Asagen
adversa) de uma substância farmacológica correctamente prescrita e correctamente ASP
administrada. Fetagol
AAS
Posologia: Dose/intervalo necessários para obter o efeito desejado.
Dose: é a quantidade a ser administrada de uma vez para produzir efeitos terapêuticos. Tromalyt Cetilace

Forma farmacêutica: é o estado em que o medicamento se apresenta para exercer


Migraspirina
seu efeito.

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Conceitos gerais Conceitos gerais

Medicamentos com nome ortográfico e/ou fonético e/ou aspeto semelhantes Medicamentos genéricos
• Nomes de marca: Um medicamento genérico é tipicamente um medicamento mais barato que a
sua contrapartida de marca, devendo ser tão seguro e eficaz como o original,
• Celebrex - celecoxib
partindo do principio que satisfaz os seguintes critérios:
• Cipralex - escitalopram
• Octaplex - factores de coagulação do sangue • Deve ter o mesmo principio activo e na mesma quantidade
• Zemalex - picetoprofeno • A mesma via de administração
• Melex - mexazolam • O mesmo perfil farmacocinético
• O mesmo efeito terapeutico
• Denominação comum internacional (DCI)
• Daunorrubicina Se estes critérios forem satisfeitos, diz-se que é o medicamento é bioequivalente,
no entanto esta bioequivalência não quer dizer que um determinado doente não
• Doxorrubicina
responda de maneira diferente, uma vez que podem existir diferenças ao nível
• Epirrubicina da absorção e metabolização, o que é particularmente importante para
• Idarrubicina medicamentos com uma margem terapêutica estreita.

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Conceitos gerais Conceitos gerais

Desenvolvimento e aprovação de medicamentos Farmacovigilância


• O desenvolvimento de novos medicamentos envolve ensaios pré-clínicos e Objectivos:
clínicos extensivos.
• Identificação precoce de possíveis efeitos adversos
• Ensaios pré-clínicos
• Monitorizar a segurança dos medicamentos na prática
• Administração dos medicamentos a animais, normalmente várias espécies
diferentes. clínica
• Fornecem informação sobre o dosagem e perfil farmacocinético e
farmacodinâmico e toxicológico dos compostos em estudo.
• Avaliar a relação risco-benefício e implicações para a
saúde pública
• Ensaios clínicos • Intervir para minimizar o risco e maximizar o benefício
• Administração dos medicamentos a humanos
• Fornece informação sobre dosagem, segurança e eficácia • Monitorizar o impacto das acções desenvolvidas
• Transmitir informação sobre dados de segurança
• Farmacovigilância

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Prescrição off-label Medicamentos não sujeitos a receita médica


• A prescrição off-label refere-se à utilização de Medicamentos que:
fármacos para o tratamento de patologias para as • Normalmente são utilizados para tratar problemas
quais o fármaco não foi originalmente aprovado. menores
Estas resultam de observações clínicas e estudo • São considerados seguros para utilização pelo
adicionas que determinam que o fármacos em consumidor sem supervisão médica

questão pode ser util no tratamento de outras • Apresentam um perfil de toxicidade bastante seguro
patologias.
Representam uma fonte importante de interacções,
reacções adversas e sobredosagem

Cabe aos profissionais de saude educar os doentes


relativamente ao uso correcto destes medicamentos

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Conceitos gerais
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Objectivos farmacoterapêuticos
• Todos os fármacos exercem as suas funções terapêuticas
ao chegar a uma célula ou tecido alvo especifico.

• O fármaco irá modificar a função da célula restaurando a


sua função fisiológica normal ou ao prevenir o Conceitos de farmacodinâmica
desenvolvimento de um processo de doença

• Em geral a dose dum um fármacos deve ser suficiente


para que uma concentração adequada do mesmo chegue
ao local de acção e consiga produzir efeito, no entanto
esta não deve ser tão elevada que produza efeitos tóxicos

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Conceitos de farmacodinâmica Conceitos de farmacodinâmica

Interacção fármaco-receptor Interacção fármaco-receptor


• A interacção entreos fármacos e os receptores
ocorre através de ligações químicas:
• Maioria das vezes os alvos receptores são moléculas especificas com as quais os
fármacos interagem para produzir alterações na função celular. • Covalentes (irreversíveis)
• Maioria dos receptores são proteínas
• A estrutura tridimensional do receptor torna-o selectivo para determinados ligandos • Electrostáticas (ligações fracas e reversíveis)
• Ligandos selectivos são moléculas que se ligam apenas a um grupo limitado de receptores
• Ligandos não selectivos são moléculas que se ligam a um grande número de receptores
• Hidrofóbicas (ligações muito fracas,
diferentes. extremamente comuns e reversíveis)

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Conceitos de farmacodinâmica Conceitos de farmacodinâmica

Interacção fármaco-receptor Agonistas

• Agonista total - fármaco que é capaz de activar


na totalidade o sistema efector após ligação ao
receptor
• Agonista parcial - fármaco que produz um efeito
menor que um agonista total
• Antagonista - fármaco que impede a ligação do
agonista e assim qualquer desvio ao nível de
actividade constitutivo
• Agonista inverso - fármaco com elevada
afinidade para o estado inactivo do receptor,
diminuindo ou abolindo a actividade constitutiva

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Conceitos de farmacodinâmica Conceitos de farmacodinâmica

Antagonistas Antagonistas
• Antagonistas competitivos
• São aqueles que competem com os agonistas ou mensageiro natural pelo
local de ligação.
• Ligam-se ao receptor sem alterar o rádio de receptor activo / receptor inactivo
• Se for dado agonista em concentrações suficientemente elevadas, este pode
impedir a ligação do antagonista ao receptor

• Antagonistas não-competitivos
• São aqueles que levam a uma diminuição da resposta máxima sem que haja
desvios na curva.
• Ligam-se no local de ligação do agonista ou mensageiro natural de forma que
se pode considerar irreversível (libertação muito lenta dos receptores ou
ligação permanente), normalmente através de ligações covalentes, ou
ligações electrostáticas e hidrófobas fortes.

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Conceitos de farmacodinâmica Conceitos de farmacodinâmica

Antagonismo Mecanismos de sinalização


O antagonismo não se encontra restrito à ligação de moléculas Após ligação dos ligandos ou agonistas ao receptor, um mecanismo ejector leva a
alterações celulares que no final levam a um efeito biológico.
antagonistas.

• Antagonismo fisiológico - quando um segundo fármaco se


liga a um receptor diferente produzindo uma resposta
contrária ao primeiro fármaco (estimuladores do sistema
nervoso parassimpático e do simpático).

• Antagonismo químico - não é dependente de receptores, e


acontece quando um antagonista interage com um segundo Maioria da interacção fármaco-receptor envolve proteínas de membrana, que depois
fármaco que o remove ou o impede de se ligar ao receptor activam o mecanismo ejector no interior da célula, iniciando uma série de mudanças
alvo (ex: protamina e heparina). intracelulares.

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Conceitos de farmacodinâmica Conceitos de farmacodinâmica

Regulação dos receptores Regulação dos receptores


O número de receptores num sistema biológico não é Downregulation - diminuição do número de receptores
constante, variando consoante a sua capacidade de disponíveis devido a uma estimulação frequente ou contínua
dos mesmos.
iniciar um sinal como resultado da sua ligação a
agonistas ou ligandos endógenos. Este número • Bloqueio do acesso à forma activada de proteínas G
depende das activações a curto- termo e a longo- • Internalização dos receptores por endocitose
termo dos receptores e de outras variações na • Perda de substractos essenciais para produzir os efeitos
homeostase das células. A farmacoterapia pode assim intracelulares necessários (apenas a curto-termo)
ter um impacto significativo neste número de Upregulation - aumento do número de receptores disponíveis
receptores. • Falta de estimulação prolongada ou bloqueio crónico dos
receptores pode levar a diminuição da degradação dos
mesmos (ex: bloqueadores β - receptores cardíacos)

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Conceitos de farmacodinâmica Conceitos de farmacodinâmica

Regulação dos receptores Curvas de dose-resposta

Curvas da intensidade da resposta


em função da dose
administrada, estas mostram:
• O intervalo de doses para o
qual o fármaco é eficaz
• A resposta expectável no
Pharmacology for the Physical Therapist (2nd Edition), Erin E
Jobst, Peter
C. Panus, Marieke Kruidering-Hall. McGraw Hill

A. Número de receptores pico de concentração


normal
B. Downregulation plasmática
C. Upregulation

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Conceitos de farmacodinâmica
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Potência

• Conceito utilizado muitas vezes para


comparar diferentes fármacos.
• A potência está relacionada com a dose
que conduz uma dada intensidade de
Conceitos de farmacocinética
resposta.
Pharmacology for the Physical Therapist (2nd Edition),
Erin E Jobst, Peter C. Panus, Marieke Kruidering-Hall.

• O fármaco mais potente é aquele para o


McGraw Hill

qual é necessária uma menor dose para A potência não é sinónimo


de máxima eficácia, nem
produzir o mesmo efeito que uma dose de efeito terapêutico geral.
mais alta de um segundo fármaco.

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Visão geral Vias de administração


Via de
Vantagens Desvantagens
administração
• Conveniente, indolor, fácil, segura • Pode apresentar uma absorção errática ou limitada
•Barata (sem necessidade de produtos estéreis, para alguns fármacos (afecta a biodisponibilidade)
compacta, embalagens multi-dose) • Efeito de primeira passagem hepática
• Permite uma grande variedade de formas • A presença de comida no tracto gastro-intestinal pode
farmacêuticas afectar a absorção de fármacos
• Pode haver efeito local (alteração da flora por
antibióticos)
Oral
• Doentes inconscientes

• Absorção rápida e rápido inicio de acção • Apenas permite a administração de pequenas doses
• pH aproximadamente neutro (estabilidade do • Apenas permite a utilização de fármacos que
fármaco) possam ser absorvidos facilmente na mucosa
• Não há efeito de primeira passagem hepática oral
• Pode ser difícil manter a dose na boca tempo
Entéric Sublingual
suficiente para absorção completa
a

• Alternativa à via oral (em crianças ou • Absorção incompleta e errática


pacientes incapazes de tomar • Pode levar a irritação local
medicamentos por via oral) • Geralmente não é muito bem aceite
Rectal • Efeito de primeira passagem reduzido
• Pode ser utilizada para provocar efeito local

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Vias de administração Vias de administração


Via de administração Vantagens Desvantagens Via de administração Vantagens
• Efeito local • Pode levar a efeitos sistémicos no caso de haver
• Pode ser utilizada para provocar efeito • Possibilidade de causar irritação local
absorção elevada pelas características dos fármacos
sistémico ou local • A compliance à terapêutica pode ser um Tópica
(lipofilicidade) ou por lesão da pele
• Apresenta uma grande área de superfície problema
para absorção de fármacos • Liquids e sólidos têm de ter dimensões
Inalatória • Absorção rápida e rápido inicio de acção inferiores a 20 µm e apenas 10% da dose é
• Não há efeito de primeira passagem hepática normalmente absorvida
• Extremamente eficiente para gases
• Resposta extremamente rápida • A rápida resposta pode levar a toxicidade
• A dose total administrada chega à circulação imediata
sistémica • Dispendiosa uma vez que todos os
• As veias são relativamente insensíveis à materiais e medicamento têm de estar estéreis
Intravenosa irritação por fármacos irritantes em e livres de pirogéneos
concentrações elevadas • A administração tem de ser feita por pessoal
qualificado
• Permite a administração de “Depot” com • Pode ser dolorosa
libertação prolongada • Necessidade de pessoal qualificado
Intramuscula • Permite administrar maiores volumes que por • Local de injecção influencia a absorção
r via sub- cutânea • A absorção pode ser errónea
Parentéric
• Pode ser administrada pelo próprio doente • Pode ser doloroso
a
• Absorção lenta mas normalmente completa • Eventual necrose dos tecidos para fármacos
Subcutânea mais irritantes
• Volume máximo de 2 ml
• Absorção através da pele, sem que seja • Os fármacos têm de ser capazes de atravessar a
perfurada barreira da pele (lipofilicidade)
Transdérmica • Permite a administração de formas de libertação • A absorção pode ser influenciada pela
prolongada temperatura e humidade corporal

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Novas formas de veiculação de fármacos Membranas biológicas


• Formas de libertação controlada
• Sistemas de implantes medicamentosos • As membranas biológicas existem por todo o organismo, e actuam como barreiras
que permitem reter ou dificultar a passagem de alguns tipos de molecular e permitir
• Veiculação dirigida por anticorpos a passagem de outros tipos de moléculas. Estas actuam como barreiras selectivas
devido à sua estrutura e função fisiológica normais.
• Nanoparticulas

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Membranas biológicas Difusão passiva

• A membrana celular é composta principalmente por fosfolípidos e por proteínas, sendo que os • Características das moléculas que influenciam a difusão passiva:
fosfolípidos estão dispostos numa dupla camada com as cabeças polares orientadas para o • Solubilidade – a solubilidade nos lípidos é importante para a maioria dos fármacos
exterior da membrana e as caudas polares para o interior. afectando directamente a sua capacidade de atravessar membranas biológicas
• As proteínas encontram-se dispersas na membrana, normalmente na porção extracelular, (bicamadas lipidicas).
intracelular ou mesmo atravessando a membrana e apresentando uma porção intra e extra celular • Peso molecular - quanto menor o tamanho e volume da molécula, mais facilmente
• Os lípidos actuam como uma barreira à água, sendo no entanto permeável a substâncias solúveis consegue atravessar barreiras lipídicas.
nos lípidos. No entanto a presença de poros pode permitir a passagem de água e de outras
substâncias com carácter polar, dependendo da seu tamanho, carga e conformação
tridimensional.

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Difusão passiva Equilíbrio ácido-base dos fármacos

• Características da barreira que influenciam a difusão passiva: • A fracção não ionizada de um


• Gradiente de Concentração – A difusão passiva ocorre apenas no sentido do I I
fármaco encontra-se em equilíbrio
gradiente de concentração (do mais concentrado para o menos concentrado). I
NI
NI NI
com a fracção ionizada, dependendo
Apenas as formas não ionizadas contribuem para este gradiente. I
do pH do meio onde se encontra.
• Área de superficie e vascularização – Quanto maior a área absorção e mais NI
I NI

vascularizada, maior vai ser a extensão da absorção do fármaco. I


NI
• A forma não ionizada dos fármacos
I
pKa
NI NI
pKa
I
(carácter apolar) atravessa mais
facilmente barreiras biológicas.
HA ⇔ A− + H + BH + ⇔ H + + • A forma ionizada é melhor excretada
B
Ácidos fracos na urina uma vez que é hidrossolúvel.
Bases fracas

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Junções celulares Outros tipos de transporte


Transporte activo

• Envolve a utilização de transportadores específicos para a substância que está a ser


transportada, normalmente são discriminadas com base na sua estrutura e carga.
• Normalmente as células encontram-se juntas para formar barreiras físicas que separam dois
compartimentos. • Necessita de dispender energia, normalmente na forma de ATP.
• Em alguns locais, as células formam junções apertadas, sem qualquer espaço entre células • Consegue transportar moléculas contra o gradiente de concentração.
adjacentes (camada epitelial do trato gastrointestinal ou endotélio capilar do cérebro), a passagem
de fármacos através da barreira envolve difusão para o interior celular e depois para o outro lado
da barreira.
Transporte facilitado
• Noutros tecidos como os capilares periféricos, existe um espaço considerável entre células
adjacentes e que permite a passagem de moléculas de grandes dimensões (até aproximadamente • Envolve a utilização de transportadores específicos para a substância que está a ser
30 KDa). transportada, normalmente são discriminadas com base na sua estrutura e carga.

• Não requer dispêndio de energia.


• Não consegue transportar moléculas contra o gradiente de concentração.

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Biodisponibilidade Distribuição
• A biodisponibilidade é o parâmetro que indica a A distribuição refere-se à extensão pela qual os
extensão do fármacos que atinge a circulação fármacos se distribuem uniformemente pelo
sistémica depois da absorção e efeito de primeira organismo ou são sequestrados num compartimento
passagem, é normalmente expresso em específico. Normalmente depende de vários factores:
percentagem da quantidade de fármacos • Permeabilidade tecidular
administrada.
• Fluxo sanguíneo
• Depende da via de administração e da capacidade
dos fármacos atravessarem barreiras biológicas ou
• Ligação às proteínas plasmáticas
membranas biológicas. • Ligação a componentes subcelulares

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Armazenamento Ligação às proteínas plasmáticas


• Após a administração e absorção, muitos fármacos
são em parte armazenados em alguns tecidos e
orgãos, previamente à eliminação.
• Adipócito
• Osso
• Musculo
• Orgãos

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Compartimentos principais na distribuição Volume de distribuição


• Utilizado para estimar a distribuição do fármaco no
organismo.

Homem saudável de
70 Kg
Vfluido corporal = 42
D
Vd =
Cp L
24.5 L de liquido
intracelular
12 L de liquido
extracelular

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Cinética de distribuição do tiopental Parâmetros cinéticos de alguns fármacos

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Metabolização Metabolização
• O principal orgão responsável pela metabolização
é o fígado. Normalmente as enzimas responsáveis
• A metabolização refere-se às alterações químicas que um pela metabolização, como as enzimas do
determinado fármacos sofre após administração. Estas normalmente
resultam na formação de uma versão alterada do composto original, complexo enzimático P450, encontram-se no
conhecido como metabolismo, e que pode ou não ser activo. retículo endoplasmático liso das células hepáticas.
• Estas modificações químicas normalmente destinam-se a aumentar a
carga das moléculas de fármacos, por oxidação, redução, hidrólise • A metabolização pode também ocorrer noutros
ou conjugação, de forma a serem mais facilmente eliminados pela orgãos, como pulmões, rins, epitélio gastro-
urina. intestinal e pele.
Nota: Por vezes o fármaco administrado é inactivo, conhecido como pró-fármaco, e a sua forma activa é apenas
conseguida após metabolização.

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Eliminação Eliminação

A eliminação de fármacos é normalmente Ultrafiltração no glomérulo Filtração, reuptake e


realizada pelos rins. Normalmente os secreção activa
metabólicos do fármaco chegam ao neurónio
e são filtrados no glomérulo, depois
atravessam o tubo contornado proximal, anda
de Henle e tubo contornado distal, antes de
chegar aos tubos colectores na medula renal.
Se o composto não for reabsorvido enquanto
se move pelo nefrónio vai ser eliminado pela
urina.

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Eliminação Eliminação
• Além do rim, existem outras vias de eliminação • A taxa de eliminação de um fármacos é importante
importantes, como os pulmões e tracto para determinar a dose e frequência das
gastrointestinal. administrações.
• Outras vias de eliminação menores incluem o suor, • Se um fármaco for administrado mais rapidamente
saliva e leite. do que é eliminado, irá acumular-se
excessivamente e poderá levar a efeitos tóxicos.
• Se um fármaco for eliminado mais rapidamente do
que é administrado, a concentração plasmática do
mesmo poderá nunca chegar a níveis terapêuticos.

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Conceitos de farmacocinética

Curvas de concentração plasmática Margem terapêutica

Intravenosa Oral
Perfusão contínua

Cp Cp Cp

t t t

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Conceitos de farmacocinética Conceitos de farmacocinética

Administrações múltiplas Visão geral da farmacocinética

Bólus
IV

Bólus
IV

Perfusão
contínua

Pharmacology for the Physical Therapist (2nd Edition), Erin E Jobst, Peter C.
Panus, Marieke Kruidering-Hall. McGraw Hill

Na maioria das vezes é desejável atingir uma


determinada concentração plasmática e
mantê-la estável ao longo do tempo.

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Neurofarmacologia Sistema nervoso periférico


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Sistema nervoso periférico Introdução

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Sistema nervoso periférico Sistema nervoso periférico

Divisões do sistema nervoso periférico Representação esquemática


• Sistema nervoso autónomo - regulam muitos
processos involuntários.
• Sistema nervoso parassimpático
• Sistema nervoso simpático

• Sistema nervoso somático - controla o


movimento voluntário dos músculos.

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Sistema nervoso periférico Sistema nervoso periférico

Sistema nervoso autónomo Representação esquemática do sistema nervoso autónomo


1. Regulação do coração.
2. R e g u l a ç ã o d a s g l â n d u l a s s e c r e t o r a s
(glândulas salivares, gástricas, sudoríparas e
brônquicas).
3. Regulação dos músculos lisos (músculos dos Detalhe das ramificações
das fibras adrenérgicas num
segmento da medula espinal
brônquios, vasos sanguíneos, sistema
urogenital e trato gastrointestinal). Vias colinérgicas pré-ganglionares

Vias colinérgicas pós-ganglionares

Vias adrenérgicas pré-ganglionares

Vias adrenérgicas pós-ganglionares

Vias viscerais aferentes

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Sistema nervoso periférico Sistema nervoso periférico

Fármacos que actuam no sistema nervoso parassimpático Sistema nervoso parasimpático


Regulação do que se pode denominar de tarefas "de
manutenção do organismo" (repouso, digestão dos
alimentos e eliminação dos resíduos).
• Diminuição do ritmo cardíaco
Os fármacos que afectam o sistema nervoso parassimpático
• Aumento da secreção gástrica
têm dois locais diferentes de ação:
• Esvaziamento da bexiga
1. Sinapses entre os neurónios pré-ganglionares e
pós-ganglionares • Esvaziamento intestinal

2. Junções entre os neurónios pós-ganglionares e os • Focagem do olho para visão ao perto


seus órgãos efectores. • Constrição da pupila
• Contração do músculo liso dos brônquios
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Sistema nervoso periférico Sistema nervoso periférico

Fármacos que actuam no sistema nervoso simpático Sistema nervoso simpático


• Regulação do sistema cardiovascular (por regulação da frequência
cardíaca, regulação do tónus vascular).
• Regulação da temperatura corporal (por regulação do fluxo sanguíneo
para a pele, regulação das glândulas sudoríparas, indução de piloerecção)
• Implementação da resposta aguda ao stress (normalmente designada por
reação de "luta ou fuga”):
• Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial
Os fármacos que afectam o sistema nervoso simpático têm • Desvio de sangue da pele e das vísceras para os músculos
também dois locais diferentes de ação: esqueléticos

1. Sinapses entre os neurónios pré-ganglionares e pós- • Dilatação dos brônquios


ganglionares (incluindo glândulas sudoríparas) • Dilatação das pupilas
2. Junções entre os neurónios pós-ganglionares e os seus
• Mobilização da energia armazenada, fornecendo assim glucose ao
cérebro e ácidos gordos aos músculos
órgãos efectores.
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Sistema nervoso periférico Sistema nervoso periférico
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Fármacos que actuam no sistema nervoso somático

Os fármacos que afectam o sistema nervoso somático Agentes colinérgicos


apresentam apenas um local de ação:
1. Junções entre os neurónios motores e o músculo
esquelético.

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{
Agentes colinérgicos Agentes colinérgicos

Neurotransmissão colinérgica Receptores colinérgicos


• A acetilcolina é sintetizada M1
Sistema Nervoso Central

pelo neurónio pré-sináptico e

{
Gânglios autonómicos
libertada na fenda sináptica M2
Terminais nervosos
após estímulo. autonómicos
Receptores
M3
• Na fenda sináptica interage Muscarínicos Glândulas

com os receptores colinérgicos M4 Coração


e dá origem a uma resposta. Receptores
Colinérgicos
• Subsequentemente é M5
Músculo liso

{
degradada a colina e acetato
N1 Junção Neuromuscular
pela enzima Acetilcolina- Receptores
Nicotínicos
esterase. Gânglios Autónomos, Sistema
N2 Nervoso Central e Medula
Adrenal

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Agentes colinérgicos Agentes colinérgicos
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Representação esquemática

Agonistas e antagonistas muscarínicos

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Agonistas e antagonistas muscarínicos

Transmissão colinérgica Resposta funcional


M1 M2

Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Central


• Aumento da função cognitiva • Neural inhibition
(aprendizagem e memória) • ↑ Tremors; hypothermia; analgesia
• Aumento da atividade convulsiva
• Diminuição da libertação de Coração
dopamina e da locomoção • Nó SA: despolarização espontânea
lenta; hiperpolarização, ↓ FC
Gânglios autonómicos • Nó AV: diminuição da velocidade de
• Aumento da despolarização dos condução
gânglios autonómicos • Átrio: ↓ período refratário,↓ contração
• Ventrículo: ligeira ↓ contração
Glândulas
• Aumento das secreções Músculo Liso
• ↑ Contracção
Terminais nervosos autonómicos
• Inibição neural via autoreceptores e
heterorreceptores
• ↓ Transmissão ganglionar.

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Agonistas e antagonistas muscarínicos Agonistas e antagonistas muscarínicos

Resposta funcional Resposta funcional


M3 M4 M5

Músculo liso Sistema Nervoso Central Sistema nervoso central


• ↑ Contração (predominante em • Inibição da libertação de • Mediador da dilatação das artérias e
alguns, por exemplo, bexiga) transmissores mediada por arteríolas cerebrais (?)
autoreceptores e • Facilita a libertação de DA
Glândulas heterorreceptores no SNC e na • Aumento do comportamento de
• ↑ Secreção (predominante na periferia procura de drogas e recompensa (por
glândula salivar) exemplo, opiáceos, cocaína)
• Aumenta a ingestão de alimentos,
• Analgesia; atividade cataléptica
peso corporal, depósitos de gordura
Facilitação da libertação de DA
• Inibição da libertação de DA Síntese
de NO

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Agonistas e antagonistas muscarínicos Agonistas muscarínicos


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Agonistas muscarínicos
Os agonistas muscarínicos são fármacos que imitam
a ação da Ach ao se ligarem aos receptores
colinérgicos muscarínicos. Potencializando assim os
efeitos do Sistema Nervoso Parassimpático.
Agonistas muscarínicos
Directos

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Agonistas muscarínicos Agonistas muscarínicos

Aplicações terapêuticas Aplicações terapêuticas


• Sistema urinário • Olhos
• (Betanecol) Perturbações da bexiga urinária • (Acetilcolina, Carbacol, Pilocarpina, Aceclidina)
• Sistema gastrointestinal Agentes mióticos e tratamento do glaucoma

• (Betanecol) Distensão gastrointestinal pós-


operatória, atonia ou parecia gástrica
• (Cevimelina) Xerostomia
• Sistema respiratório
• (Metacolina) Diagnóstico da hiperreactividade
brônquica

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Agonistas muscarínicos Agonistas muscarínicos

Efeitos adversos Interacções medicamentosas


Estimulação colinérgica generalizada (via sistémica):
• Atropina, anti-histamínicos.
• Gastrointestinal • Respiratório
• Náusea, vómitos, diarreia, • Broncoespasmo, sibilos.
• A atropina, outros agentes anticolinérgicos e a
cólicas abdominais. maioria dos anti-histamínicos antagonizam os
• Glandular
• Cardiovascular • Sialorreia, sudorese efeitos dos agentes colinérgicos.
• Bradicárdia (que induz • Bexiga
hipotensão, que por sua
vez induz taquicárdia
• Incontinência urinária
reflexa). • Ocular
• Hipotensão, tonturas. • Miose

Efeitos locais (via tópica):


• Ocular
• Miose
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Agonistas e antagonistas muscarínicos Agentes que actuam na acetilcolina-esterase
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Inibidores a acetilcolina-esterase
• Os efeitos farmacológicos
característicos dos agentes anti-
ChE devem-se principalmente à
prevenção da hidrólise da ACh pela
AChE nos locais de transmissão
Agonistas muscarínicos colinérgica.
Indirectos • O transmissor acumula-se assim,
aumentando a resposta à ACh que
é libertada
• Praticamente todos os efeitos
agudos de doses moderadas de
organofosforados são atribuíveis a
esta ação.

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Agentes que actuam na acetilcolina-esterase Agentes que actuam na acetilcolina-esterase

Inibidores da acetilcolina-esterase Aplicações terapêuticas


• As acções da acetilcolina libertada pelos nervos • (Neostigmina) Atonia do músculo liso do trato intestinal e
motores autonómicos e somáticos são terminadas da bexiga urinária
pela hidrólise enzimática da acetilcolina. • (Fisostigmina) Glaucoma
• A hidrólise é realizada pela ação da acetilcolina- • (Piridostigmina, neostigmina e ambenónio) Miastenia gravis
esterase, que está presente em concentrações • (Piridostigmina, Neostigmina, Fisostigmina) Reversão da
elevadas nas sinapses colinérgicas. paralisia provocada por fármacos bloqueadores
neuromusculares competitivos
• Os colinomiméticos de ação indireta têm o seu
• (Rivastigmina, Donepezil, Tacrina, Galantamina) Doença
principal efeito no local ativo desta enzima.
de Alzheimer
• (Carbamato, Piridostigmina) Profilaxia em ataques com gás
de nervos
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Agentes que actuam na acetilcolina-esterase Agentes que actuam na acetilcolina-esterase

Efeitos adversos Toxicidade


• Estimulação colinérgica generalizada: • Os efeitos tóxicos agudos dos inibidores da
• Sudorese colinesterase, tal como os dos agentes de ação
direta, são extensões directas das suas acções
• Rubor cutâneo
farmacológicas.
• Hipotensão
• A principal fonte de tais intoxicações é a utilização
• Salivação excessiva de pesticidas na agricultura e em casa.
• Náuseas • Os inibidores da colinesterase utilizados como
• Diarreia agentes de guerra química (soman, sarin, VX)
• Dor abdominal induzem efeitos rapidamente devido às grandes
concentrações presentes.
• Broncoespasmo
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Agentes que actuam na acetilcolina-esterase Agentes que actuam na acetilcolina-esterase

Toxicidade Toxicidade
• Os sinais iniciais dominantes são essencialmente • A terapêutica inclui sempre:
muscarínicos: • Manutenção dos sinais vitais - a respiração, em
• Miose, salivação, sudação, constrição particular, pode estar comprometida
brônquica, vómitos e diarreia. • Descontaminação para evitar mais absorção - isto
• Sistema nervoso central: pode exigir a remoção de todo o vestuário e a
lavagem da pele em casos de exposição a poeiras
• Distúrbios cognitivos, convulsões e coma
e sprays
• Efeitos nicotínicos periféricos:
• Atropina parentérica em grandes doses,
• Bloqueio neuromuscular despolarizante. administrada tantas vezes quantas as necessárias
para controlar os sinais de excesso muscarínico.

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Agentes que actuam na acetilcolina-esterase Agonistas e antagonistas muscarínicos
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Toxicidade
• A terapêutica pode incluir:
• (Pralidoxima) Oximas são utilizadas para
promover a reactivação da AchE (eficazes se
administradas nas primeiras 24h)
Antagonistas muscarínicos

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Antagonistas muscarínicos Antagonistas muscarínicos

Antagonistas muscarínicos Antagonistas muscarínicos


São fármacos que impedem o efeito da Ach, uma vez que Até à data, a seletividade é alcançada principalmente por
bloqueiam a ligação da Ach ao receptor colinérgico. administração local (ex.: inalação ou aplicação no olho).
Apresentam um papel predominantemente inibidor da
actividade parassimpática no tracto respiratório, urinário,
gastro-intestinal, olho e coração.

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Antagonistas muscarínicos Antagonistas muscarínicos

Aplicações terapêuticas Aplicações terapêuticas


• Tracto respiratório (Ipratropium, tiotropium, • Tracto gastro-intestinal
aclidinium, and umeclidinium) • (Pirenzepina, telenzepina (em desuso),
• Tratamento da doença pulmonar obstrutiva Glicopirrolato) Tratamento da úlcera péptica.
crónica • (Diciclomina, hiosciamina) Tratamento do síndrome
• Eficácia reduzida na maioria dos doentes com do intestino irritável.
asma. • Secreções salivares
• Trato geniturinário (Oxibutinina, trospium, • (Glicopirrolato) Redução da salivação excessiva.
darifenacina, solifenacina, tolterodina, • Olho
fesoterodina)
• (Homatropina, ciclopentolato, tropicamida) Indução
• Tratamento da bexiga urinária hiperactiva. de midríase e cicloplegia (aplicação tópica).
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Antagonistas muscarínicos Antagonistas muscarínicos

Aplicações terapêuticas Aplicações terapêuticas


• Sistema Cardiovascular (Atropina) • Sistema nervoso central
• Intervenções de curta duração ou em contextos • (Escopolamina) Prevenção do enjoo.
cirúrgicos. • (Trihexifenidilo, benztropina) Tratamento da doença de
Parkinson (diminuição da resposta colinergica no estriado).
• Adjuvante da prova de esforço para aumentar a • Anestesia
frequência cardíaca em caso de incompetência
• (Atropina) Bloquear as respostas aos reflexos vagais
cronotrópica. induzidos pela manipulação cirúrgica de órgãos viscerais.
• Tratamento inicial de doentes com enfarte • (Atropina, Glicopirrolato) Bloquear os efeitos
agudo do miocárdio (em que o tónus vagal parassimpaticomiméticos da neostigmina quando
excessivo provoca uma bradicárdia sinusal ou administrada para reverter o relaxamento do músculo
esquelético após a cirurgia.
bloqueio AV).
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Antagonistas muscarínicos Antagonistas muscarínicos

Aplicações terapêuticas Efeitos adversos


• Intoxicação por anticolinesterásicos • Cardiovascular • Sistema gastro-intestinal
• (Atropina) Tratamento de envenenamento por • Taquicárdia. • Obstipação.
insecticidas organofosforados • Sistema nervoso central • Glandular
anticolinesterásicos • Confusão, inquietação, • Xerostomia.
alucinações e delírio.
• Antagonizar os efeitos parassimpaticomiméticos • Bexiga
da piridostigmina ou de outros • Retenção urinária.
anticolinesterásicos administrados no • Ocular
tratamento da miastenia gravis. • Visão turva.

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Agentes colinérgicos Agonistas e antagonistas nicotínicos


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Agonistas nicotínicos
• Bloqueadores neuromusculares despolarizantes
(succinilcolina, dexametonium)
• Agonistas dos receptores nicotínicos que ao
provocar uma despolarização prolongada dos
Agonistas e antagonistas nicotínicos
receptores levam à inactivação dos canais de
sódio e consequente bloqueio neuromuscular
(paralisia flácida).

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Agonistas e antagonistas nicotínicos Agonistas e antagonistas nicotínicos

Antagonistas nicotínicos Aplicações terapêuticas


• Bloqueadores neuromusculares não • Relaxamento muscular
-despolarizantes (d-Tubocurarina, Mivacúrio, • Adjuvante na anestesia cirúrgica para obter o
Atracúrio, Pancurónio, Vecurónio, Rocurónio, relaxamento da musculatura esquelética.
Doxacurio )
• Medição do bloqueio neuromuscular em seres
• São antagonistas competitivos dos receptores humanos
nicotínicos, impedindo a ligação da acetilcolina e
consequentemente a despolarização da placa
• Prevenção de traumas durante a terapia de
eletrochoque
motora.
• Controlo dos espasmos e da rigidez muscular

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Antagonistas nicotínicos Antagonistas nicotínicos

Efeitos adversos Estratégias de intervenção para efeitos tóxicos


• Hipertermia maligna • (Neostigmina) Antagonização da ação de bloqueio
• Paralisia respiratória e apneia prolongada do musculo esquelético (pode agravar efeitos
secundários como a hipotensão ou induzir
• Bradicárdia, colapso cardiovascular
broncospasmo).
• Reacções resultantes da libertação de histamina
• (Sugammadex) Reversão de efeitos do rocurónio e
• Hipercaliémia (succinilcolina) vecurónio por terapia de quelação.
• Mialgia
• Raramente, anafilaxia

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Agonistas adrenérgicos
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• Agonistas adrenérgicos:
• Dopamina, epinefrina (ex. epipen ®), norepinefrina

• Agonistas β-2 adrenérgicos (selectivos):


Agonistas adrenérgicos • Ritodrina (restantes fármacos β-2 estudados no capítulo sobre tratamento da
Fármacos que actuam no sistema nervoso simpático asma)
• Agonistas α-1 adrenérgicos (selectivos)(efeito vasopressor):
• Fenilefrina (ex. visadron ®; neo-sinefrina ®), Oximetazolina (ex. nasex ®)
Xilometazolina (ex. otrovina ®), Etilefrina (ex. effortil ®), Midodrina

• Nota: os agonistas β-1 e α-2 selectivos foram estudados nos capítulos sobre
fármacos com acção cardiovascular
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Sinapses adrenérgicas
• Fibras pós-ganglionares do sistema nervoso simpático, utilizam a • O precursor das Catecolaminas é o amino ácido tirosina.

NorEpinefrina (NE) (NorAdrenalina como neurotransmissor. • Os neurónios adrenérgicos do simpático sintetizam


NorEpinefrina (NE);
• Na Medula Supra-Renal, a NE é ainda metabolizada a
• Outro tecido, que não sendo um neurónio, também liberta uma catecolamina é
Epinefrina (E). (No adulto, a E representa cerca de 80%
a medula da supra-renal.
das catecolaminas libertadas pela medula supra-renal).
• Tal como acontece com a Ach, a NE e a E também têm
• Medula supra-renal difere dos neurónios do sistema nervoso simpático pelo que ser degradadas após serem libertadas nas vesículas
facto do principal neurotransmissor libertado ser a epinefrina (E), (adrenalina). sinápticas (ou mesmo na circulação sistémica).
• Existem 2 enzimas para a degradação das
Catecolaminas: a Catecol-O-Metiltransferase (COM-T)
e a MonoaminoOxidase (MAO), (a principal).

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Receptores adrenérgicos Agonistas adrenérgicos


• Existem vários tipos de receptores adrenérgicos, sendo os seus efeitos também • Epinefrina (ex. Epipen ®) (fármaco “tipo” do grupo terapêutico)
diferentes. • Actua em todos os receptores adrenérgicos.

Adrenorreceptores • Em doses baixas predominam os efeitos β no sistema vascular


(vasodilatação).
α1 α2 β1 Β2 • Em doses elevadas predominam os efeitos α (vasoconstrição), mais potentes.
• Vasodilatação
• Pequena diminuição da
• Vasoconstricção
resistência vascular
• Aumento da resistência
periférica • Inibição da libertação de • Taquicardia
periférica • Fármaco de urgência com vários usos terapêuticos, por ex:
• Broncodilatação
• Aumento da pressão noradrenalina • Aumento da lipólise
• Aumento da glicogenólise
arterial
• Midríase
• Inibição do libertação de
insulina
• Aumento da contractilidade
do miocárdio
muscular e hepática • Broncoespasmo da asma aguda e do choque anafilático;
• Aumento da libertação de
• Estimulo da contracção do
esfíncter superior da bexiga
glucagon
• Relaxamento da • Restaurador do ritmo cardíaco em indivíduos com paragem cardíaca de
musculatura lisa uterina
múltiplas origem;
• Nota: A exposição prolongada às catecolaminas tem o efeito de reduzir a resposta desses receptores, ou seja, ocorre a • Associado a anestésicos locais (induz vasoconstrição local)
dessensibilização...

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Agonistas adrenérgicos Agonistas adrenérgicos


• Usos terapêuticos • Efeitos secundários
• Norepinefrina • Os efeitos secundários são “semelhantes” à activação do SN Simpático e dose-
• As acções cardiovasculares da NE são o principal interesse terapêutico dependentes:
deste fármaco, sendo usada i.v. em: • Distúrbios do SNC (ansiedade, pânico, tremores, tensão e cefaleias)
• Tratamento do choque hipovolémico (pois aumenta a RVP, e produz • Hemorragias (devido a uma possível elevação muito acentuada da pressão
vasoconstrição renal). arterial)
• Disrritmias cardíacas (especial/ se o doente está sob o efeito de digitálicos).
• Dopamina
• Efeito ionotrópico e cronotrópico positivo, e vasodilatação renal.
• Tratamento do choque sem comprometer a função renal (i.v.)

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Agonistas adrenérgicos β2 Agonistas adrenérgicos α1


• Salbutamol; Salmeterol; Terbutalina • Principais usos clínicos destes fármacos derivam da acção constritora do músculo liso
vascular aquando do estímulo dos receptores α-1.
• Úteis no tratamento da ASMA e em alguns estadios de DPOC pois o estímulo β-2 produz
Broncodilatação, não exercendo efeitos cardíacos (não actua em receptores β-1 existentes • Fenilefrina (ex. Visadron ®; Neo-Sinefrina ®) Vasoconstritores úteis como descongestionante
nasal e como midriáticos / descongestionantes
no coração). • Oximetazolina (Nasex ®)
oculares, geralmente o efeito é rápido mas de
• Xilometazolina (Otrovina ®) curta duração.

• Os principais efeitos adversos dos Agonistas β – adrenérgicos que se revelam no


tratamento da asma (induzidos pela estimulação dos receptores β1) deixam de existir se • Efeitos secundários:
aplicarmos fármacos β-2 selectivos. • Irritação local
• A utilização abusiva pode conduzir a uma absorção sistémica significativa que pode
• No tratamento da asma, devem preferir-se os agonistas β-2 selectivos, os quais vão relaxar induzir efeitos simpaticomiméticos dependentes da dose (taquicárdia, inquetação e
o músculo liso brônquico, diminuindo a resistência das vias respiratórias sem afectar o insónias)
músculo cardíaco. • Efeito rebound

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Agonistas adrenérgicos α1 Agonistas adrenérgicos α1


• Etilefrina (Effortil®); Midodrina • Efeitos secundários:
• H.T.A. (com bradicárdia compensatória);
• São fármacos estruturalmente relacionados com a Adrenalina, estimulam os
• Tremores, precordialgia, ansiedade, dores de cabeça (ou seja, algumas reacções
receptores adrenérgicos, e induzem o aumento da T.A. (efeito vasoconstritor)
semelhantes à activação do SN Simpático).
e o aumento da actividade do miocárdio (efeito cronotrópico + e ionotrópico
+). • Precauções:
• Hipertiroidismo, glaucoma, HBP

• Usos terapêuticos:
• Contra-indicações:
• Tratamento do choque e da Hipotensão arterial,
• Doença Coronária, Cardiomiopatias, HTA, Estenose Aórtica.
• Quadros hipovolémicos (ex. hemorragia);
• Hiponatrémia; • Curiosidades:

• Insuficiência suprarenal; • Os vasoconstritores são substâncias proibidas em atletas de alta competição, pois podem
induzir resultados positivos no controlo anti-doping.
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Antagonistas adrenérgicos Antagonistas adrenérgicos α1


• Antagonistas α-1 Adrenérgicos (Selectivos) • Terazosina (Ex. Hytrin ®) ; Doxazosina (Ex. Benastan ®); Alfuzosina (Ex.
• Alfuzosina (Ex. Benastan ®); Benastan ®); Tamsulosina (Ex. Pradif ®; Omnic ®);
• Tamsulosina (Ex. Pradif ®; Omnic ®);
• Terazosina (Ex. Hytrin ®); • O principal uso terapêutico destes fármacos é o tratamento da hipertrofia
• Doxazosina benigna da próstata (HBP), uma vez que o tecido prostático possui grande
quantidade de receptores α-1 adrenérgicos.
• Antagonistas β - Adrenérgicos • O bloqueio dos receptores α-1 adrenérgicos reduz o tónus da musculatura lisa
• Timolol (Ex. Timoptol ®) da próstata e da uretra
• Diminui a retenção urinária e aumentando o fluxo urinário, sem comprometer a
contractilidade da bexiga

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Antagonistas adrenérgicos β
• Efeitos secundários • Todos os fármacos β – bloqueantes são antagonistas competitivos, sendo que a
• Hipotensão ortostática; grande maioria destes fármacos actua ao nível cardiovascular ou
• Taquicárdia (reflexa à hipotensão); broncorespiratório, daí serem estudados noutros capítulos.
• Astenia;
• Disfunção sexual (devido ao bloqueio α-1); • Um dos principais efeitos farmacológicos resultante do bloqueio dos
• Tonturas, náuseas e vómitos; receptores β-1 é o efeito Ionotrópico e Cronotrópico negativo. Contudo, não
acontece a hipotensão postural, pois os receptores α- adrenérgicos mantém-se

• Precauções activos.

• Taquicárdia (reflexo baroreceptor); • A inibição dos receptores β-1 diminui igualmente a libertação de Renina.

• Angina pectoris • A inibição dos receptores β-2 não possui efeitos significativos nos indivíduos
saudáveis. Contudo, no asmático ou no DPOC a inibição do receptor β-2
• Pode existir potenciação de efeitos com fármacos anti-hipertensores.
pode induzir broncoconstrição grave
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• O bloqueio dos receptores β-2 pode ainda induzir alterações no metabolismo • O único fármaco em estudo, neste capítulo, será o Timolol (ex. Timoptol ®)
dos lípidos e dos hidratos de carbono.
• Bloqueadores β adrenérgicos NÃO selectivos podem afectar gravemente a • Colírio, β Bloqueante não selectivo, reduz a secreção de humor aquoso, Colírio
recuperação da hipoglicémia em diabéticos. Daí que não devam ser útil no tratamento do Glaucoma. Contudo, mesmo sob a forma de colírio, é
administrado a diabéticos... passível de extensa absorção sistémica.
• Todos os β Bloqueantes mascaram a taquicárdia observada na hipoglicémia,
pelo que impedem a manifestação de um importante sinal de alerta. • Efeitos secundários:

• Os β Bloqueantes impedem o tremor induzido pelas Catecolaminas • Bradicárdia;


• Crises asmáticas em indivíduos predispostos;

• Precauções
• Indivíduos com bradicárdia, insuficiência cardíaca ou asma.
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• Antagonistas β–adrenérgicos
• Avaliar os sintomas broncoconstrição → Pode diminuir a capacidade aeróbica do indivíduo.
• Não é correcto utilizar o batimento cardíaco como indicador da taxa de esforço do indivíduo.

• Soluções fisioterapêuticas
• Hipotensão ortostática - Para evitar quedas auxiliar o indivíduo nasmudanças de posição e em
ambientes quentes (ex. piscinas de água aquecida).
• Em caso de exercício aeróbico terminar o exercício com um período de recuperação mais
alargado.
• Dispneia – Para prevenir dispneia aumentar o tempo para executar exercícios aeróbicos (estar
atento à inibição da frequência cardíaca).
• Verificar a T.A e a F. C. antes, durante e após actividades aeróbicas.
• De modo geral, a maioria dos antagonistas adrenérgicos permitem ao indivíduo executar
exercícios aeróbicos minimizando o efeito de H.T.A., disrritmias ou de angor pectoris.
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Fármacos que actuam no sistema nervoso central IO

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Fármacos que actuam no sistema


nervoso central Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos

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Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos

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Ansiolíticos Sedativos
• Fármacos que diminuem a sensação de ansiedade podendo, ou não, diminuir as • Fármacos que diminuem a agitação psico-motora (ex: irritabilidade,
outras manifestações objectivas. Sendo que a sensação de ansiedade representa hiperactividade), actuando nas manifestações objectivas. No entanto podem
a vertente subjectiva da ansiedade, que é relativa ao indivíduo, e as não diminuir a sensação subjectiva de ansiedade.
manifestações objectivas objectiva (ex: roer as unhas, transpirar, etc.),
representam a vertente objectiva da ansiedade, vertente que pode ser
observada.

Nota: A sedação é um efeito secundário de muitos fármacos (ex: anti-


histamínicos, neurolépticos)

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Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos

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Hipnóticos Tranquilizantes
• Fármacos que induzem sono no indivíduo, mesmo que este não tenha sono ou • Definição que já não se usa (mas que ainda pode surgir em alguns manuais)
insónias. Destinam-se a facilitar o início e manutenção do sono natural e do
qual o indivíduo pode ser acordado de forma mais ou menos imediata • Tranquilizantes major - fármacos que reduzem a agressividade mesmo em
(dependendo do tipo de hipnótico). situações de grande agitação (anti-psicóticos).

• Tranquilizantes minor - fármacos ansiolíticos e/ou sedativos (benzodiazepinas


(bzd))

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Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos

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Benzodiazepinas Benzodiazepinas
• Alprozolam (Ex. Xanax ®; Unilan ®; Prazam ®; Pazolam ®) • As benzodiazepines ligam-se à sub-unidade α do receptor do GABA,
• Clonazepam (Ex. Rivotril ®) aumentando a sua afinidade para o GABA e assim que haja uma maior influxo
• Bromazepam (Ex. Lexotan ®; Bromalex ®) de Cl- para o neurónio, levando à hiperpolarização da membrana e
• Diazepam (Ex. Metamidol ®; Bialzepam ®; Valium ®) consequentemente a uma inibição da geração de novos potenciais de acção.
• Estazolam (Ex. Kainever ®)
• Flunitrazepam (Ex. Rohypnol ®)
• Lorazepam (Ex. Ansilor ®; Lorenin ®; Lorsedal ®)
• Midazolam (Ex. Dormicum ®)
• Oxazepam (Ex. Serenal ®)
• Triazolam (Ex. Halcion ®)
• Zolpidem (Ex. Cymerion ®; Stilnox ®) (Apesar de não ser uma BZD actua no
mesmo receptor que as benzodiazepinas).
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Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos

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Benzodiazepinas
• Efeitos terapêuticos:
• Ansiolítico
• Sedativo Cloxazolam Efeito essencialmente
Alprazolam
ansiolítico
• Hipnoindutor (alguns) Bromazepam
Clobazam
Medazepam
• Relaxante muscular - aumenta o efeito inibitório do GABA no arco reflexo a Camazepam

Efeito ansiolítico
Oxipertina Clordiazepóxido

nível medular (alguns) Oxazepam


Lorazepam
Clorazepato
• Anticonvulsivante - apresentam efeito anti-epilépticos (alguns) Diazepam
Desmetildiazepam
Halazepam
Nitrazepam
Hidroxizina
Flurazepam
Flunitrazepam
Estazolam Efeito essencialmente
Nota: Também são úteis como medicação adjuvante de muitos tratamentos do Meprobamato
Triazolam
Lormetazepam
sedativo e hipnótico

foro psiquiátrico e como medicação pré-anestésica Efeito sedativo e hipnótico

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• Alprozolam (ex. Xanax®; Unilan®; Prazam®; Pazolam®) • Triazolam (ex. Halcion®)


• Via de administração: oral • Via de administração: oral
• Usos terapêuticos: distúrbios de ansiedade, agorafobia (ataques de pânico). • Usos terapêuticos: Tratamento da insónia.
• Oxazepam (ex. Serenal®) • Estazolam (ex. Kainever®)
• Via de administração: oral • Via de administração: oral
• Usos terapêuticos: distúrbios de ansiedade. • Usos terapêuticos: Tratamento da insónia
• Bromazepam (ex. Lexotan ®; Bromalex ®) • Zolpidem (ex. Cymerion ®; Stilnox®)
• Usos terapêuticos: distúrbios de ansiedade • Não é uma benzodiazepina mas actua no mesmo receptor.
• Lorazepam (ex. Ansilor®; Lorenin®; Lorsedal®) • Usos terapêuticos: Tratamento da insónia, com curta duração de acção (sem
• Usos terapêuticos: distúrbios de ansiedade, medicação pré-anestésica. propriedades relaxantes muscular ou anticonvulsivantes, induz um síndrome
• Via de administração: oral, IM, IV de abstinência ligeiro e provoca baixa dependência ou tolerância)

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• Flunitrazepam (ex. Rohypnol ®) • Duração de acção

• Usos terapêuticos: insónia e/ou pré-anestésico • Curta duração de acção (3-8 horas):
• Oxazepam
• Midazolam (ex. Dormicum®)
• Triazolam
• Via de administração: IV, IM
• Média duração de acção (10-20 horas):
• Usos terapêuticos: medicação pré-anestésica e intra-operatória • Alprazolam
• Clonazepam (ex. Rivotril®) • Estazolam
• Via de administração: oral • Lorazepam
• Usos terapêuticos: distúrbios convulsivos, maníaco-depressivos, adjuvante na mania • Temazepam
• Longa duração de acção (24-72 horas):
aguda e em determinados distúrbios do movimento.
• Clorazepato
• Diazepam (ex. Metamidol®; Bialzepam®; Valium®).
• Clordiazepóxido
• Via de administração: oral, IM, IV, rectal.
• Diazepam
• Usos terapêuticos: distúrbios de ansiedade, distúrbios convulsivos, relaxamento da • Flurazepam
musculatura esquelética, pré-medicação anestésica. • Quazepam

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• Relações metabólicas principais entre algumas benzodiazepinas • Efeitos secundários:


• Amnésia anterógrada (doses elevadas), mas não afecta a retrógrada.
• Diminuição da coordenação motora
• Aumento do tempo de reacção
• Apatia, sonolência
• Disartria, fadiga
• Desorganização do pensamento, alterações visuais
• Cefaleias, náuseas, obstipação, vómitos, tonturas
• Astenia
• Xerostomia e sabor amargo na boca (especialmente ao acordar)
• Incontinência

Nota: As benzodiazepínas afectam mais as funções motoras que o conhecimento.

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• Precauções: • A utilização crónica e abusiva de benzodiazepinas está associado a risco de


• Idosos, insuficiência hepática, renal, cardíaca (ajuste nas doses) dependência e tolerância à benzodiazepina em questão.
• “Miastenia gravis”, DPOC grave e apneia do sono.
• O álcool e os fármacos depressores do sistema nervoso central podem • Os sintomas de abstinência surgem quando se interrompe a administração de
potenciar os efeitos sedativos das benzodiazepinas. benzodiazepinas, pelo que não se deve interromper abruptamente a
administração de benzodiazepinas em indivíduos a fazer terapia com
benzodiazepinas por períodos superiores a 30 dias, devendo-se optar por uma
descontinuação gradual.
Nota: na presença de álcool e/ou com interacções medicamentosas e
principalmente, se a um destes factores se adicionar a sobredosagem muito
elevada de bzd, pode existir depressão respiratória e/ou cardiovascular !!!

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• Sindrome de abstinência das benzodiazepinas: • Intoxicação por benzodiazepinas:


• Flumazenil: antagonista dos receptores das benzodiazepinas, que se liga
com elevada afinidade ao receptor das benzodiazepinas, onde antagoniza
competitivamente a ligação das benzodiazepinas e consequentemente o seu
efeito.

Nota: A dose de ataque é feita por via I.V. em 0,2 mg/30 segundos, podendo
• A ansiedade é o principal síndrome de privação da privação das benzodiazepinas a um existir administrações subsequentes até resposta positiva ao antídoto.
indivíduo submetido a tratamento prolongado.
• Este síndrome é menos intenso com as benzodiazepinas de acção longa e com o Zolpidem.

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• Considerações em fisioterapia: • Considerações em fisioterapia:


• A maioria dos utentes em programas de fisioterapia consome benzodiazepinas. • Os principais efeitos secundários que afectam as acções de fisioterapia são:
• Geralmente, apenas o diazepam é utilizado com o propósito de tratar perturbações • Diminuição do estado de vigília.
musculoesqueléticas. • Perturbações no controlo motor (aumento do tempo de resposta, fraqueza
• Deve-se alertar os mais idosos que as benzodiazepinas podem induzir sonolência muscular, fadiga).
diurna, o que agrava o risco de queda e fractura.
• Sobredosagem de bzd induzem um estado semelhante a intoxicação alcóolica.
• Soluções Fisioterapêuticas:
alertar os idosos, insuf. hepáticos e insuf. renais e insuf cardíacos para tais efeitos.
• Programar as sessões terapêuticas para o momento do dia em que os efeitos
• Benzodiazepinas podem agravar apneia do sono e a dificuldade respiratória no dpoc.
das benzodiazepinas são menos sentidos. Geralmente o pico de absorção e
• Muitos dos utentes podem sofrer de ansiedade durante os processos de fisioterapia,
efeitos das benzodiazepinas ocorre 2h-4h após a administração, mas os
pelo que nestes casos o uso de benzodiazepinas pode ser benéfico, contudo, poderá
efeitos secundários podem-se manter várias horas (variação individual).
afectar a compreensão e a mobilidade durante o treino.
• Adaptar o programa de treino aos efeitos das benzodiazepinas.
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Barbitúricos
• Os barbitúricos formavam no passado a base do tratamento usado para sedação ou indução
do sono, no entanto devido ao seu potencial para abuso e toxicidade, têm sido substituídos
por benzodiazepinas.

• Características gerais dos barbitúricos:


• Podem provocar todos os graus de depressão do sistema nervoso central, desde a leve
sedação (baixas doses) até à anestesia geral, coma e morte (doses elevadas);
• Em casos de intoxicação, especialmente se associados ao álcool e a outros depressores
do sistema nervoso central (ex. benzodiazepinas) pode ocorrer grave inibição da função
respiratória e cardiovascular.
• Reduzida margem de segurança
• Os barbitúricos são indutores hepáticos, ou seja, aumentam a metabolização dos
fármacos que são metabolizados pelo CYP-450.

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• Mecanismo de acção: • Utilização Terapêutica:


• Aumentam a actividade do GABA; • Alguns barbitúricos são utilizados para indução da sedação e anestesia, outros
• Diminuem a dissociação GABA/receptor; para tratamento de crises convulsivas de grande mal (Epilepsia Grave), mas
• Fixam-se aos receptores GABA α num local em que permitem a passagem têm vindo a ser substituídos pelos nos Anti-Epilépticos que têm muito menos
do Cl- sem necessitarem que o receptor GABA seja estimulado pela ligação efeitos secundários.
do GABA.
• Fenobarbital (ex. Luminaletas ®): tratamento da epilepsia e manifestações de
ausência. Indução de sedução diurna.
• Tiopental: indução de anestesia.
• Hidrato De Cloral: essencialmente utilizado para induzir sedação em
pediatria para, procedimentos de diagnóstico, dentários, etc.

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Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos

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• Efeitos Secundários: • Precauções


• Depressão e perturbação residual do sistema nervoso central • Idoso (as doses devem ser ajustadas);
• Sonolência • Insuficiência hepática, renal, cardíaca, “miastenia gravis”, insuficiência
• Náuseas, vómitos, vertigens respiratória grave e apneia do sono.
• Por vezes pode ocorrer uma excitação paradoxal no início da administração
• Reacções alérgicas (devido à libertação possível histamina). • Interacções Farmacológicas
• Provocam dependência e tolerância. • Álcool e outros depressores do snc podem potenciar os efeitos das dos
barbitúricos.
• Aumentam a velocidade de biodegradação da maioria dos fármacos (atenção
aos fármacos com reduzida margem terapêutica, ex. aco, anticonvulsivantes,
digitálicos, contraceptivos orais).

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Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos

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Antipsicóticos

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Sistema dopaminérgico
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• A dopamina é sintetizada a partir da tirosina (como a noradrenalina ou a


epinefrina).
• O neurónio dopaminérgico apenas possui as enzimas necessárias para a
conversão da tirosina a dopamina, não possuindo as restantes enzimas que
Antipsicóticos convertem a dopamina em noradrenalina ou epinefrina.

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Antipsicóticos Antipsicóticos

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Antipsicóticos
• Indicações terapêuticas • Mecanismo de acção
• Efeito depressor global sobre a maior parte das funções cerebrais. • Bloqueiam os receptores dopaminérgicos centrais e periféricos.
• Redução da agitação e a hiperactividade neuromuscular, proporcionando um • Consoante o fármaco, também bloqueiam outros receptores (α; H1; M; 5-
estado de tranquilidade e descontracção. HT, etc).
• Tratamento da Esquizofrenia, Mania, Agressividade súbita e ocasionalmente
na Depressão.

Nota: Possuem ainda efeitos anti-eméticos que serão estudados noutro capítulo.

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Antipsicóticos

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• Efeitos dos anti-psicóticos


• Efeitos anti-psicóticos (o indivíduo “fica mais lento” nos seus reflexos, mas o
seu pensamento torna-se claro).
• Redução das alucinações, agressividade;
• Estabilidade emocional
• Redução da actividade espontânea, lentidão na resposta aos estímulos
(atenção ao manuseamento de máquinas);
• Respostas precisa às questões que lhe são colocadas; → “normalização do
sono” e “despertar rápido”;
• Nota: diminui o limiar de convulsão (pode ser perigoso para o epiléptico...).

• Efeitos anti-eméticos
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Antipsicóticos Antipsicóticos

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Antipsicóticos clássicos
• Efeitos anti-muscarínicos • Os antipsicóticos clássicos foram os primeiros a ser comercializados. São o
• resultante da inibição dos receptores colinérgicos.
grupo mais antigo, sendo menos selectivos, logo possuem mais efeitos
secundários (inclusive extra-piramidais).
• Efeitos extra-piramidais
• Parkinsonismo, acatisia (agitação motora), discinésia tardia (posturas inapropriadas do
pescoço, membros e tronco)

• Efeitos anti-adrenérgicos
• Resultantes da inibição dos receptores α-adrenérgicos).

• Efeitos endócrinos
• A maioria dos anti- psicóticos aumenta a secreção de prolactina (prl), devido ao bloqueio
dos receptores d2 da hipófise (que impedem a “regulação negativa” do hipotálamo). A
libertação da prl pode induzir galactorreia e ginecomastia...
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Antipsicóticos Antipsicóticos

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Antipsicóticos atípicos
• São o grupo mais recente, possuindo menos efeitos 2os e menores efeitos • Indicações terapêuticas
extra-piramidais, em comparação com os clássicos, e maior eficácia na • Tratamento de distúrbios psicóticos agudos e crónicos. Embora não sendo
regulação dos sintomas negativos das psicoses. específicos para a psicose a ser tratada, são claramente eficazes nas psicoses
• São muito mais selectivos para o antagonismo dos receptores da Dopamina e como:
da Serotonina. • Esquizofrenia;
• Mania (e fase maníaca da doença bipolar);
• Psicoses agudas ideopáticas:
• Síndrome de “Gilles de la tourette”, autismo infantil; → Transtorno
delirante persistente;
• Alívio da psicopatologia da demência senil;
• Dor neurológica crónica;
• Tratamento coadjuvante do tétano (Cloropromazina)
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Antipsicóticos Antipsicóticos

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• Tratamento do síndrome de abstinência associado a alcoolismo (especialmente • Apesar do sucesso dos anti-psicóticos, o uso isolado não constitui o melhor
nas psicoses associadas ao alcoolismo crónico); acompanhamento para os doentes psicóticos.
• Tratamento de náuseas e vómitos (alguns anti-psicóticos têm efeitos anti- • Geralmente são necessárias 2 a 3 semanas para se comprovarem os efeitos
eméticos podendo ser úteis, em casos de, por ex: positivos no paciente esquizofrénico. Sendo, geralmente, associados
• Vertigens; ansiolíticos e sedativos (ex. Benzodiazepinas) durante o início do tratamento
• Cinetose; anti-psicótico, diminuindo as doses quando se verificar a melhoria dos
• Vómitos induzidos por Radioterapia e Quimioterapia. sintomas.
• Por vezes associam-se anti-psicóticos e anti-depressivos, em especial nos
pacientes psicóticos deprimidos ou nos casos de depressão com agitação e
manifestações psicóticas.

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Antipsicóticos Antipsicóticos

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• Os antipsicóticos podem comprometer a atenção ou as respostas motoras... • A maioria dos anti-psicóticos (especialmente os Atípicos) possui efeito
Atenção ao manuseamento de máquinas! terapêutico por 24h, o que leva à prática comum de se administrar a dose diária
• Geralmente, como os anti-psicóticos são utilizados de forma crónica e devido à 1x/dia (o que aumenta a “adesão” do doente ao tratamento). Contudo, a dose
hiperprolactinémia que produzem, existe a preocupação clínica sobre as suas deve ser individualizada para cada paciente.
possíveis contribuições para o cancro da mama. • No tratamento das crises psicóticas agudas, a dose de fármaco anti-psicótico é
• Embora não exista a confirmação de tal risco, os neurolépticos e outros agentes aumentada durante os 1os dias, até se obter o controlo dos sintomas.
que estimulem a secreção de PRL devem ser evitados em pacientes com Posteriormente a dose é ajustada durante as semanas seguintes, assim que as
carcinoma da mama, particularmente em caso de metástases. condições do paciente o permitam.
• A suspensão súbita de um tratamento anti-psicótico pode levar a mal-estar e /
ou dificuldade em conciliar o sono por vários dias e recidiva ou exacerbação
da Psicose.

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Antipsicóticos Antipsicóticos

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• Para o tratamento da mania podem ainda ser administrados fármacos • Efeitos secundários, mais frequentes, dos anti-psicóticos
estabilizadores do humor e o lítio. Contudo, no tratamento inicial da mania • Retenção urinária
aguda torna-se mesmo obrigatório o uso de anti-psicóticos, uma vez que nas • Confusão mental
primeiras semanas o Lítio não tem efeito terapêutico. • Disfunção sexual
• Tremores
• Anti-psicótico de urgência: haloperidol i.v. (ou equivalente); • Hipotensão postural
• Obstipação
• A agitação grave e não controlada pode ser tratada com uma benzodiazepina • Dependentes do antagonismo da dopamina:
sedativa (ex. Lorazepam); • Galactorreia e ginecomastia;
• Indução do apetite → provável aumento de peso!!
• Disfunção sexual

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Antipsicóticos Antipsicóticos

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• Reacções extra-piramidais • Antagonismo muscarínico:


• Uma das acções da dopamina no sistema nervoso central é regular (inibir) as • Cicloplegia
acções excitadoras (em excesso) da acetilcolina. O bloqueio dos receptores • Aumento da pressão intra-ocular
dopaminérgicos altera este balanço, passando a acetilcolina a “estar em • Secura das mucosas
excesso” no sistema nervoso central, o que resulta em efeitos motores • Obstipação e redução da motilidade gástrica e retenção urinária
involuntários (extra-piramidais). • Disrritmias
• Parkinsonismo (tremor, rigidez, hipocinésia), dose dependente, desenvolve- • Antagonismo α-adrenérgico

se rapidamente e é reversível. • Hipotensão ortostática

• Discinésia tardia (movimentos involuntários nos membros, boca, língua). • Disfunção sexual

surge anos após o início do tratamento (em cerca de 50% dos indivíduos). • Antagonismo histamínico H1
• Sedação
Mais frequente após 50 anos. Pode não ser reversível.
• Anti-emético (pode ser benéfico)
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Antipsicóticos Antipsicóticos

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• Precauções • Considerações em fisioterapia


• Os anti-psicóticos podem potenciar a acção de fármacos sedativos e • Monitorizar o utente relativamente a efeitos extrapiramidais e informar o
ansiolíticos, analgésicos e anti-histamínicos médico quando se verificarem.
• Interferem com as acções dos agonistas dopaminérgicos e da L-DOPA • Alertar para a redução do estado de alerta e resposta a estímulos, o que pode
(possível exacerbação dos sintomas psicóticos) reduzir a capacidade de condução de máquinas e mobilidade.
• Fármacos com efeitos cardiovasculares (mesmo que secundários) podem • Alertar o utente para os efeitos secundários e incentivar a toma da medicação
potenciar disrritmias quando associados a antipsicóticos. uma vez que é muito frequente o abandono da terapêutica.
• Os antipsicóticos podem aumentar e potenciar a adesão às sessões de
fisioterapia no doente estabilizado.

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Antipsicóticos Antipsicóticos

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• Considerações Em Fisioterapia
• Estar atento para os efeitos secundários que podem interferir com as sessões terapêuticas:
• Sedação
• Possível hipotensão ortostática
• Efeitos extra-piramidais (bradicinésia, tremor, rigidez).
• Discinésia tardia

• Soluções Fisioterapêuticas
• Hipotensão ortostática - Para evitar quedas, auxiliar o indivíduo nas mudanças de
posição e em ambientes quentes .
• Sedação acentuada - programar as sessões terapêuticas para o momento do dia em que
o efeito é menos sentido (variação individual).

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Antipsicóticos Antipsicóticos

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Antipsicóticos

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Análgésicos opióides

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Análgésicos opióides Análgésicos opióides

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• Estimulam os receptores opióides, simulam a acção de substâncias naturais do • Apesar de existirem algumas diferenças entre os diferentes analgésicos opióides
organismo conhecidas como endorfinas, os quais estão localizados em certas mais potentes, há um padrão mais ou menos comum nos seus efeitos.
células do sistema nervoso central, do sistema nervoso periférico e do tracto
gastro-intestinal. • Mecanismo de acção:
• Os opióides atravessam muito rapidamente a BHE.
• No SNC actuam nos receptores opióides, simulando a acção das ENDORFINAS
• Sistema opióide endógeno apresenta uma elevada complexidade e diversidade
de efeitos:
• Existem diversos tipos de receptores opióides:
• Inibição das respostas aos estímulos dolorosos;
• µ1 e µ2 - Cérebro
• Modulação / regulação da função gastro-intestinal, endócrina e autónoma;
• δ - Cérebro, Espinal Medula e
• Estímulo das propriedades gratificação e dependência;
• Tecidos Periféricos
• Modulação / regulação da função cognitiva, da aprendizagem e da memória.
• k - Cérebro e Espinal Medula

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Análgésicos opióides Análgésicos opióides

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• Analgésicos opióides que estimulam os receptores µ • Receptores opióides (de maior interesse)
• Morfina • Receptores µ - SNC, fármacos semelhantes à morfina (efeito analgésico)
• Heroína • Receptores µ1- ligados à analgesia
• Codeína • Receptores µ2- ligados à função respiratória
• Fentanil e derivados • Opióides não selectivos que estimulam o µ1 vão exercer efeitos sobre a
• Metadona e congéneres função respiratória (depressão respiratória).

• Analgésicos opióides que inibem os receptores µ


• Naloxona
• Naltrexona
• Pentazocina (antagonista parcial)

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Análgésicos opióides Análgésicos opióides

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• Morfina (ex. MST ®; Sevredol ®; Skenan ®) • Acções farmacológicas da morfina:


• A morfina é o fármaco tipo dos analgésicos opióides, é um forte agonista dos • Analgesia, a morfina e fármacos relacionados induzem analgesia sem perda de
receptores µ . consciência.
• É também o que possui maiores acções farmacológicas (úteis e indesejáveis), • Em pacientes com dor aliviam a dor.
sendo as acções dos restantes analgésicos opióides normalmente comparadas à • Em pessoas sem dor, ou em sobredosagem, ocorrem principal/, efeitos 2os.
acção da morfina.
• Alterações de humor e “efeitos recompensadores”:
• Euforia, tranquilidade e alteração de humor

• Miose: constrição da pupila.


• Convulsões: especialmente, em sobredosagem, podem provocar convulsões
(provavelmente pela inibição libertação do gaba).
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• Depressão respiratória: • Sistema cardiovascular:


• Quanto maior a dose administrada maior será a depressão respiratória. • Dilatação arterial: (+) face, cabeça e pescoço; possível hipotensão
• Mecanismo principal da depressão respiratória: diminuição da resposta dos ortostática ;
centros respiratórios do tronco cerebral ao CO2. • Tracto gastro-intestinal:
• Supressão da tosse: • Reduz a motilidade gástrica, prolongam o tempo de esvaziamento gástrico e
• Inibe o reflexo da tosse, por efeito directo no centro da tosse presente no diminuem as contracções peristálticas do cólon → obstipação;
bulbo cerebral. • Diminui todas as secreções do tracto GI (HCl, bílis, pancreática e intestinal).

• Naúseas e vómitos: • Tracto biliar:

• Efeitos eméticos e náuseas. • Contracção do esfíncter de oddi, → > pressão intra-vesical → cólica biliar.

• Pele sistema urinário:


• Inibição o reflexo urinário, e aumento da libertação da hormona adh, de modo
• Libertação de histamina → urticária e prurido.
que é provável a algaliação após doses mais elevadas de opióides.
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Análgésicos opióides Análgésicos opióides

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• Tolerância e dependência:
• A morfina e os seus análogos podem induzir síndrome de abstinência e
adição compulsiva.
• Sistema endócrino:
• Principalmente a morfina pode induzir maior libertação de LH, FSH e ADH.

• Outras considerações:
• A morfina e derivados opióides são facilmente absorvidos por via
transdérmica, subcutânea, intramuscular, intratecal e epidural;
• A biodisponibilidade da morfina por via oral é de apenas 25%;

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• Sintomas de abstinência: • Morfina (ex. MST ®; Sevredol ®; Skenan ®)


• Ansiedade, tremores Insónia,
• Hiperalgesia, • Principais indicações terapêuticas :

• Dores musculares /cãibras, Irritabilidade, • Tratamento dor grave e tumoral e indução da analgesia; → Sedação pré-operatória;
• Alívio da tosse (de origem tumoral);
• Tonturas, náuseas,
• Humor disfórico e desejo de usar a droga.
• Efeitos secundários
• Naúseas; Vómitos; Obstipação;
• Sinais de abstinência:
• Hipotensão ortostática;
• Dilatação da pupila (midriase);
• Cólica biliar;
• Sudorese, • Retenção urinária;
• Piloerecção, • Urticária e prurido;
• Taquicárdia, • Alterações no ciclo menstrual e no desejo sexual (devido às interferências nos eixos hipotálamo-
• Vómitos, Diarreia, HTA, hipófise-gónadas / supra-renal);
• Febre. • Sobredosagem → convulsões e depressão respiratória.

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Análgésicos opióides Análgésicos opióides

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• Efeitos adversos comuns: • Fentanilo e derivados: alfentanilo (ex. rapifen ®); fentanilo (ex. durogesic ®) e

• Retenção urinária sulfentanilo, também são fármacos agonistas dos receptores opióides µ, mas com potência
analgésica cerca de 100x superior à morfina.
• Dependência
• Uteis no controlo da dor no pré, durante e pós-operatório:
• Depressão respiratória
• Rápido início de acção analgésica (analgesia máxima em 5 min.)
• Sedação
• Estabilidade C.V.;
• Obstipação • Rápida reversão após administração de pequenas doses.
• Náusea e vómitos
• Indicações terapêuticas:
• Adjuvante anestésico via i.v., intratecal ou epidural;
• Controlo da dor no pré, durante e pós-operatório;

• Possíveis efeitos secundários iguais à morfina, mas menos intensos.

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Análgésicos opióides Análgésicos opióides

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• Outros fármacos com potência semelhante à morfina para tratamento da: • Pentazocina
• Dor crónica grave • Antagonista parcial - receptores µ
• Dor tumoral
• Agonista - receptores k
• Dor pós-operatória Buprnorfina (ex. subutex)
Petidina
• Nevralgia do trigémio
• Cólica renal
• Fármaco útil quando há contra-indicação para a estimulação dos receptores µ,
especialmente quando a morfina está contra-indicada:
• Tramadol (ex. tramal ®) • Administração simultânea de agonistas fortes com
• Fraco agonista dos receptores opióides µ. • Agonistas/antagonistas - receptores µ
• Tratamento do dor moderada, apresentando menos efeitos secundários que a morfina e eficácia
• Aumento pressão intracraniana
semelhante.
• Diminuição da função respiratória
• Hipovolémia
• Clonixina (ex. clonix ®; algimate ®)
• Analgésico (mas não tanto como o tramadol), sendo eficaz na dor moderada. • Cólica renal
• Apresenta menos efeitos secundários que o tramadol • Diminuição da função hepática e/ou função renal

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• Codeína (ex. Codipront ®) • Toxicidade opióide:


• Anti-tússico de acção central, pois tem boa actividade antitússica em doses • Coma, depressão respiratória, depressão sistema nervoso central
que não promovem analgesia. Indicado no tratamento da tosse seca e • O tratamento da intoxicação por opióides assenta em: → estabelecer a via
irritativa (via oral -> 10% da codeína é metabolizada a morfina, daí as suas respiratória e ventilar o indivíduo; → administrar um antagonista opióide
propriedades antitússicas). (ex. naloxona; naltrexona)
• Encontra-se em desuso devido aos seus efeitos secundários, que dependendo
da dose, podem ser semelhantes aos da Morfina.
• Nota: Por vezes é combinado com Paracetamol e/ou AAS.

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• Precauções dos analgésicos opióides: • Considerações em fisioterapia

• Asmático • O uso de opióides representa um dos métodos mais eficazes para tratar a dor crónica grave
ou dor aguda pós-cirúrgica.
• DPOC ou função respiratória diminuída,
• Apesar dos efeitos secundários (alguns podem ser controlados com outros fármacos) o
• Insuficiência renal ou hepática grave
alívio da dor potencia os exercícios terapêuticos.
• Perturbações no SNC;
• Atenção possível depressão respiratória que poderá resultar em hipóxia e hipercápnia
• Álcool, BZD, anti-psicóticos e outros fármacos depressores do SNC aquando de exercício aeróbicos mais intensos.
• Potenciam os efeitos analgésicos sedativos, inclusive a depressão C.V.; ADT, • Atenção à possível obstipação, principalmente nas condições que diminuem a motibilidade
Anticolinérgicos, potenciam a obstipação e retenção urinária. gastro-intestina (ex, Paraplegia/Tetraplegia, cirurgia abdominal) o que pode levar à
prescrição de laxantes.
• O uso crónico de opióides pode levar à dependência física e psíquica. Nestes casos a
redução de doses pode induzir síndrome de abstinência (entre os quais cãibras e dores
musculares)

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• Principais efeitos secundários que podem interferir com terapia física: • Controlo da dor - As sessões de terapia física devem ocorrer durante o período em que a

• Sedação / letargia analgesia é máxima.


• Obstipação – O uso de laxantes pode levar à interrupção frequente das sessões de
• Náuseas e vómitos
fisioterapia. Educar utente para toma racional desses fármacos.
• Obstipação
• Hipotensão ortostática - Para evitar quedas, auxiliar o indivíduo nas mudanças de posição,
• Depressão respiratória
principalmente nas 1aas tomas do fármaco.
• Hipotensão ortostática • Sedação - A sonolência inicial diminui com a continuação do tratamento;
• Tolerância e dependência psíquica e física • Redução do estado de vigília e às náuseas / tonturas, alertar o utente a evitar a condução de
• Síndrome de abstinência (entre os quais cãibras e dores musculares) máquinas ou outra actividade que exija concentração;
• A interrupção do fármaco, aquando do seu uso prolongado, deve ser gradual, de forma a
evitar o síndrome de privação;
• Cãibras / Dores musculares – Utilizar técnicas físicas (ex. electroterapia, calor) ou técnicas
manuais (ex. massagem), para aliviar sintomas.

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Neurotransmissores envolvidos na depressão

Humor
Humor

Antidepressivos Efeitos SNA Nocicepção


Comportamento
Sexual
Nocicepção

Função Apetite Vigília


Vigília
cognitiva

Temperatura Emese
Motivação corporal

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Estratégias terapêuticas
Tratamento farmacológico
Inibição da MAO-A
O tratamento farmacológico dos distúrbios depressivos tem por objectivo a reposição
Mono-amina oxidase – A
dos níveis normais dos mediadores químicos, de forma a restabelecer a
Responsável pela degradação
neurotransmissão normal.
biológica das mono-aminas
(serotonina e noradrenalina)

NA 5HT NA 5HT NA 5HT Inibição do reuptake de serotonina

Inibição do reuptake de noradrenalina

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Antidepressivos
Antidepressivos
ADT
Antidepressivos tricíclicos

Vários mecanismos de ação


ISRS
Inibidores selectivos da recaptação de
serotonina

ISRSN
Inibidores seletivos da recaptação da
serotonina e da noradrenalina Diferentes perfis de efeitos secundários
Antidepressivos
iMAO
Inibidores da MAO-A (monoamina oxidase A)

Os diferentes grupos de AD diferenciam-se sobretudo pelos seus efeitos adversos e perfil


Antagonistas dos receptores
farmacocinético.
α2

Antagonistas dos receptores 5HT2 e


inibidores da recaptação de 5HT
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Antidepressivos tricíclicos
Inibem o reuptake de serotonina
EFEITO EFEITOS SECUNDÁRIOS
ANTIDEPRESSIVO Inibem o reuptake de noradrenalina

NT Acção no receptor Tipo de efeitos secundários


NA Taquicárdia
Estimulação Tremor
Agitação Imipramina
Bloqueio
Hipotensão ortostática
Taquicardia (protótipo do grupo)
Tonturas

Estimulação 5HT1

Agitação Amitriptilina
5HT Estimulação 5HT2 Insónia
Disfunção sexual
Ansiedade
(metabolito da imipramina)


Náuseas
Estimulação 5HT3 Vómitos
Cefaleias

Clomipramina
Diarreia

Obstipação

NA Doxepina
Boca seca
Bloqueio Taquicardia
ACH Visão turva
Tonturas
Retenção urinária
Maprotilina
HT1 Nortriptilina
Confusão

Sedação
Bloqueio Tonturas
HIST
Aumento de peso

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Inibem recaptação Acumulação das


ADT
NA e 5HT monoaminas na sinapse

Alivío dos sintomas da


depressão Restaura os níveis de NA e
5HT
(2-4 semanas) Adaptado de Katja Grasmäder. (2003) Pharmacokinetics of Antidepressants and Lithium. Doktorgrade Dissertation - Universität Bonn, Germany (http://hss.ulb.uni-bonn.de/2003/0302/0302.pdf)

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Antidepressivos tricíclicos
Antidepressivos tricíclicos • EFEITOS ADVERSOS
• EFEITOS ADVERSOS Bloqueio Efeitos adversos
recetores
Bloqueio Efeitos adversos Bloqueio Sedação
recetores recetores > peso
Histamina
Bloqueio a Hipotensão H1
ortostática
(vasodilatação)
Tonturas

http://www.cnsforum.com/imagebank/section/Antidepressants/default.aspx

http://www.cnsforum.com/imagebank/section/Antidepressants/default.aspx

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Antidepressivos tricíclicos
Antidepressivos tricíclicos
• EFEITOS ADVERSOS
Bloqueio Efeitos adversos
recetores

Bloqueio Visão turva


recetores Xerostomia
M Retenção urinária
Obstipação
Hipertermia
Taquicardia

http://www.cnsforum.com/imagebank/section/Antidepressants/default.aspx

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Antidepressivos tricíclicos
Antidepressivos tricíclicos
• EFEITOS ADVERSOS
BLOQUEIO BLOQUEIO
H1BLOQUEIO H1 Bloq M ADT
alfa BLOQUEIO > NA
Absorção Bem absorvidos por via oral
M F=40-50% (metabolismo de primeira passagem hepática)
Distribuição Extensa ligação às proteínas plasmáticas
AD tricíclicos EFEITOS AGITAÇÃO CONVULSÕES SEDAÇÃO HIPOTENSÃO EFS GI > PESO EFS SEXUAIS EFS Extenso Vd (5-30L/kg)
ANTICOLIN CARDÍACOS
Metabolismo Cit P450:
Amitriptilina NA, 5HT 0 ++ +++ +++ +++ 0 ++ ++ +++ CYP 2C19, 1A2, 3A4, 2C9, 2D6 …
Eliminação Renal
Clomipramina NA, 5HT 0 +++ + ++ +++ + ++ +++ +++ < nos idosos
Doxepina NA, 5HT 0 ++ ++ ++ ++ 0/+ ++ ++ +++

Imipramina NA, 5HT 0/+ ++ ++ ++ ++ 0/+ ++ ++ +++

Maprotilina NA 0/+ +++ ++ ++ ++ 0/+ + ++ ++


Nortriptilina NA 0 + + + + 0/+ + ++ ++
XEROSTOMIA

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Antidepressivos tricíclicos
Antidepressivos tricíclicos Interações medicamentosas
• Metabolismo da imipramina (semelhante a outros ADT)

• A CYP2D6 está sujeita a polimorfismo genético, que pode ser


Antidepressivos tricíclicos
responsável pela variação individual em resposta a ADT Susceptíveis à Inibidores enzimáticos (cimetidina, ISRS, fluoxetina e paroxetina
inibição/indução do =ISRS)
CYP2D6 e outras enzimas à ↑conc. ADT
CYP450
Indutores enzimáticos (etanol, barbitúricos, CBZ,…)
à↓ conc. ADT
iMAO à risco de ↑ ↑ ↑ 5HT
em especial com a clomipramina e a imipramina.

à síndrome serotoninérgico (taquicardia, HTA, hiperatividade,


crises hiperpiréticas, convulsões)
Álcool , BZD, antiH1, à aumenta sedação e depressão SNC
antipsicóticos e outros
depressores SNC
Antiarrítmicos >> risco arritmias cardíacas

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Inibidores seletivos do reuptake da serotonina e NA (ISRSN)
Inibidores seletivos do reuptake da serotonina (ISRS)
Diminuem a recaptação da 5HT
Aumentam a sua concentração na sinapse + USADOS

Venlafaxina
Fluoxetina (Prozac®)
Fluvoxamina
Paroxetina
Sertralina
Escitalopram

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Inibidores seletivos do reuptake da serotonina e noradrenalina (ISRS, ISRSN)
Inibidores seletivos do reuptake da serotonina e noradrenalina (ISRS, ISRSN)
A serotonina inibe a libertação de
gonadotrofinas pelo hipotálamo,
podendo reduzir a atividade sexual.
EFEITOS ADVERSOS
A serotonina inibe o apetite e está
envolvida nos mov. perisálticos GI

ISRS Efeitos Agitação Convulsões Sedação Hipotensão Efs Gi > Peso Efs Efs
anticolin sexuais cardíacos
Fluoxetina 5HT + 0/+ 0/+ 0 0 +++ 0 +++ 0/+

Fluvoxamina 5HT 0 0 0/+ 0 0 +++ 0 +++ 0

Paroxetina 5HT + 0 0/+ 0 0/+ +++ 0 +++ 0

Sertralina 5HT + 0 0/+ 0 0 +++ 0 +++ 0

ISRSN
Venlafaxina 5HT, NA 0/+ 0 0 0 0 +++ 0 +++ 0/+

Adaptado de http://hss.ulb.uni-bonn.de/2003/0302/0302.pdf
Katja Grasmäder. (2003) Pharmacokinetics of Antidepressants and Lithium. Doktorgrade Dissertation - Universität Bonn, Germany

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Inibidores seletivos do reuptake da serotonina
Inibidores seletivos do reuptake da serotonina
FLUOXETINA
FLUOXETINA t1/2 4 -6 dias (fluoxetina)
4 -16 dias (norfluoxetina)
Absorção Rapidamente absorvida após adm oral Eliminação lenta à Interações!!
4-6 semanas pós-descontinuação
F ~ 60%

Distribuição Ampla distribuição no organismo Eliminação 80% excretada na urina (10% não conjugada)
Leite materno
Dose 20 mg /dia (depressão)
60 mg (bulimia nervosa)
Lig proteínas plasmáticas ~ 94.5%
Máx 80 mg/dia
Vd 27 L/kg Problemas renais/hepáticos à redução da dose

Metabolismo Extensa metabolização hepática (desmetilação)


Principal metabolito: norfluoxetina (ATIVO)
INIBIDOR CYP2D6 à eleva níveis de ADT e alguns
antiarrítmicos (flecainida, propafenona)

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Inibidores seletivos do reuptake da serotonina
Inibidores seletivos do reuptake da serotonina

São INIBIDORES enzimáticos

ISRS
iMAO à síndrome serotoninérgico (pode ser fatal)

Anticoagulantes *
Alcool e outros depressores à aumenta sedação e depressão SNC
SNC

AE à Podem < o limiar das convulsões

*sertraline and citalopram appear to be the safest


antidepressants to use in patients on warfarin, whereas
fluvoxamine and fluoxetine pose the highest potential
risks. Psychiatry (Edgmont). 2009 Jul; 6(7): 24–29.

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Inibidores da monoaminooxidase (iMAO)
Inibidores da monoaminooxidase (iMAO)
Handbook of Drug Interactions: A Clinical and Forensic Guide (2 nd ed) – Ch. 12
http://emedicine.medscape.com/article/815695-clinical#showall
• Moclobemida
• Eficazes no tratamento da depressão
• Graves efeitos adversos (apenas usados em doentes que não
respondem a outros antidepressivos) iMAOs mais antigos Mais recentes iMAOs
Moclobemida
• Inibem a MAO : ↓↓ degradação da NA, DA Fenelzina (Aurorix ®)
Isocarboxazida Pirlindol (Implementor®)

Ligação IRREVERSÍVEL
Ligação reversível
E FS A DV E RS O S à MAO

agitação convulsões sedação hipotensão efs GI > efs efs


anticolin peso sexuais cardíacos

0/+ 0 + + 0 0/+ + +++ 0

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Inibidores da monoaminooxidase (iMAO)
Inibidores da monoaminooxidase (iMAO)
Handbook of Drug Interactions: A Clinical and Forensic Guide (2 nd ed) – Ch. 12
http://emedicine.medscape.com/article/815695-clinical#showall

TIRAMINA: Causa vasoconstrição HTA


Taquicardia
Amina vasoativa Cefaleias severas

Estimula a libertação Se o metabolismo da E forem ingeridos Tiramina causa a


de NA e 5HT tiramina for alimentos muito libertação de
Metabolizada pela comprometido por ricos em tiramina grandes
MAOA iMAO quantidades de NA e
5HT, que não são
degradadas

CRISE HIPERTENSIVA

http://www.cnsforum.com/imagebank/section/Antidepressants/default.aspx
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Inibidores da monoaminooxidase (iMAO)

• Também se designa “cheese reaction”:


Handbook of Drug Interactions: A Clinical and Forensic Guide (2 nd ed) – Ch. 12
http://emedicine.medscape.com/article/815695-clinical#showall

alimentos ricos em >> síntese Exs de alimentos ricos em tiramina:


TIRAMINA e >>>> níveis DA, CRISE HIPERTENSIVA
+ <<degradação NA, AD , 5HT GRAVE Reação Tiramina
iMAO das monoaminas • Queijos
• Abacate
arritmias cardíacas • Ameixas
hemorragia intracraniana • Bananas
insuficiência cardíaca • Charcutaria
• Chocolate
• Início rápido (15-90 minutos após ingestão do alimento) • Ervilhas
• Favas
• Poder ser fatal • Feijão
• Fígado
• Figos
• Vinho, cerveja
• …

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Outros antidepressivos
Inibidores da monoaminooxidase (iMAO) Antagonista dos recetores α2 e 5HT2
Interacções medicamentosas

Receptores 5HT2 – envolvidos em


iMAO processos de ansiedade, alucinações,
Fármacos que > 5HT à síndrome serotoninérgico (pode ser fatal) agitação….
(ADT, ISRS, buspirona…)

Fármacos simpaticomiméticos e à crises hipertensivas graves


alimentos ricos em tiramina (queijo,
vinho, charcutaria… )
Mirtazapina

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Outros antidepressivos
Síndrome de Abstinência dos AD (descontinuação súbita)
Caraterizado por múltiplos sinais/sintomas psicológicos e fisiológicos Haddad and Anderson (2007) Advances in Psychiatric Treatment,13

• Antagonista recetores 5HT2 e inibidor da recaptação da 5HT (algum efeito Sintomas gerais Perturbações
Sintomas GI Movimento
antagonista a2) Letargia
Náuseas Acatisia
do sono
Cefaleias Insónia
Vómitos Espasmos
Sintomas gripais Pesadelos
Diarreia Tremor
Tremor
Dor abdominal
Diaforese
Trazodona, Nefazodona Anorexia

Sintomas afetivos Sensoriais


Desequilíbrio
Agressão/irritabilidade Visão turva
Tonturas
Ansiedade Sensação de choques
Vertigens
Agitação elétricos
Depressão Parestesias

Alterações sensoriais e problemas de equilíbrio,


são menos comuns com ADT (específicos dos ISRS)

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Antidepressivos tricíclicos

• Principais efeitos por sobredosagem de AD:


Kerr et al(2001) Emerg Med J,18

• Cardiotoxicidade
• Alterações SNC § Hipotensão
• Agitação, confusão § Prolongamento do intervalo QT
§ Distúrbios de condução, arritmias
• Sonolência ventriculares
• Delírio, alucinações § Morte súbita
• Convulsões
• Coma

Kerr et al(2001) Emerg Med J,18

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Inibidores selectivos da recaptação de serotonina-norepinefrina
Inibidores selectivos da recaptação de serotonina

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Outros antidepressivos

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Epilepsia
ANTIEPILÉTICOS • Patologia crónica caraterizada pela repetição de crises epiléticas
recorrentes devidas a uma descarga neuronal excessiva a nível cerebral

• Mecanismos fisiopatológicos das crises epiléticas:


(não estão totalmente definidos)
• Instabilidade elétrica das membranas celulares de neurónios cerebrais

• Pode apresentar múltipla sintomatologia:


• Alteração da consciência
• Alterações sensitivas
• Perturbações motoras
• Alterações no traçado EEG

15 16
perda de consciência, desmaio, Podem considerar-se 3 grandes categorias de mecanismos de
fase tónica (rigidez membros) (grande mal)
+fase clónica (convulsões) ação dos fármacos antiepiléticos

(pequeno mal)
infantil/juvenil, perda consciência (5-20seg) Modulação (inib) dos canais iónicos sensíveis à voltagem: Na+, K+, Ca++
Potenciação da inibição neuronal mediada pelo GABA
a) Estimulação da síntese do GABA
espasmos bruscos das extremidades b) Aumento da libertação do GABA
c) Agonismo dos recetores do GABA
d) Inibição da captação do GABA
perda consciência + rigidez e) Bloqueio do metabolismo do GABA

Redução da excitação mediada pelo Glu


perda tónus muscular

• muitos dos antiepiléticos possuem múltiplos mecanismos de ação


sem perda consciência, alterações visuais, cheiros,
etc

17 18

Até final da década de 80:

Fenitoína
Efeitos secundários
Fenobarbital
Primidona (principal
metabolito: fenobarbital)
Carbamazepina
Etosuximida
Apenas se utiliza em
epilepsias de ausências e foi Valproato de sódio
largamente substituído pelo
valproato

19 21
Década de 90:
novos fármacos

Gabapentina
Felbamato Se 2 agentes Evitar
Lamotrigina Início da de primeira Associação de sobreposição
terapêutica linha utilizados 2 p.a. (~15% de efeitos
Tiagabina sozinhos adversos e
com 1 p.a. doentes)
Topiramato falharem interações
Vigabatrina
Levetiracetam

Melhor perfil de
Efeitos secundários

22 23

24 25
Farmacocinética

Antiepiléticos
• Absorvidos por via oral
• Extensa metabolização hepática
INTERAÇÕES
EFEITOS ADVERSOS
• Ligam-se às proteínas plasmáticas (% variável) FARMACOCINÉTICAS
• t1/2 influenciado por idade e interações medicamentosas
Concentração dependentes
Com outros AE
(mais comuns)

Com outros fármacos


Idiossincráticos
e com dieta

26 27

Fenitoína
• Altera a condutância das membranas ao Na+.
• Também interfere com os níveis de Glu
Farmacocinética Efeitos adversos
•↑ Absorção GI Nistagmus
• Pico plasm = 3-12h
• t1/2=24h (12-36h) Diplopia e ataxia
• Via IV (por via IM pode pp)
• ↑ lig. proteínas plasmáticas (90%) à MTS Hiperplasia gengival
INTERAÇÕES Hirsutismo
• Acumulação no cérebro, fígado, músculo e tecido Reações cutâneas
adiposo (etc)
• Metabolização hepática (met. inativos); excreção
urinária
• INDUTOR ENZIMÁTICO

29

28
Carbamazepina
• Altera a condutância das membranas ao Na+ e Glu
• Elevada eficácia
Oxcarbazepina
Farmacocinética Efeitos adversos
• Absorção oral lenta; errática Diplopia e ataxia
• Pico plasmático = 6-8h Vertigens • ~ carbamazepina
• 70% lig. proteínas plasmáticas Efeitos GI • < potente
• Metabolismo hepático; met. ativo (Carbamazepina- Discrasias sanguíneas (anemia
10,11-epóxido) aplásica, agranulocitose) • t1/2=1-2h (metabolito com longa duração de ação e menos interações)
• Autoindução em adm. prolongada (↓t1/2) Alterações cutâneas • ↓ indução enzimática à ↓ interações
• t1/2=36h (dose inicial); 8-12h (terapêutica Retenção de fluidos (!idosos)
continuada)
• INDUTOR ENZIMÁTICO CYP2C, 3A4
• à MTS INTERAÇÕES (contracetivos orais, primidona,
fenitoína, etosuximida, ácido valpróico, clonazepam)

30 31

Lamotrigina Topiramato
• Altera a condutância das membranas ao Na+ e Ca2+ . Também interfere com • Altera a condutância das membranas ao Na+
os níveis de Glu • Também interfere com GABA
Farmacocinética Efeitos adversos Farmacocinética Efeitos adversos
• Boa absorção GI Náuseas e vómitos • Boa absorção via oral Litíase renal
• 55% lig proteínas plasmáticas Manifestações cutâneas • 40% excretado inalterado na
• t1/2=24h Febre, mal-estar, síndrome urina Mts efeitos adversos SNC (> outros AE)
• Metabolização hepática (glucuronidação) gripal • t1/2 20 h •Lentidão de raciocínio
• NÃO é indutor/inibidor enzimático Diplopia •Confusão
Cefaleias •Diminuição da capacidade de concentração e
Raramente disfunção memória
hepática, leucopenia e •Sonolência, fadiga
trombocitopenia •Perturbação do discurso
•Perturbações do humor e depressão
•Alterações do comportamento

32 33
Valproato de sódio Tiagabina
(ácido valpróico)
• Inibidor da recaptação do GABA
• Altera a condutância das membranas ao Na+
• Também interfere com os níveis de GABA e recetores de Glu

Farmacocinética Efeitos adversos Farmacocinética Efeitos adversos

• Boa absorção GI Efeitos GI (>10%) • Boa absorção oral (90–100%) Tonturas


• Pico plasm = 2h Sedação • Elevada lig proteínas plasmáticas Sonolência ou insónia
Tremor, ansiedade alteração
• Alimentos atrasam absorção e ↓ efeitos adversos Tremor • t1/2=5–8 h da cognição
• 90% lig proteínas plasmáticas à ↑ toxicidade fenitoína Aumento de peso • NÃO é indutor nem inibidor enzimático Confusão
(desloca-a das proteínas plasm) Alopécia
• Metabolização pela CYP3A Parestesias
• Metabolização hepática ↑ transaminases Náuseas e vómitos
• t1/2 = 9-18h Hepatotoxicidade (cr<2 • Eliminação fecal (60–65%) e urinária (25%)
• INIBIDOR ENZIMÁTICO CYP2C9 (fenobarbital, primidona, CBZ, anos)
fenitoína)
• Doses elevadas à autoinibição do seu metabolismo

34 35

Fenobarbital Primidona
• Altera a condutância das membranas ao Na+e Glu
• Canais Na+/Ca++ • (*) Também interfere com ação do GABA
• Modulação alostérica dos recetores GABAA Farmacocinética Efeitos adversos
• Boa absorção oral Diplopia, nistagmus
Farmacocinética Efeitos adversos • Fraca lig proteínas plasmáticas (30%) Sonolência
• Boa absorção • Sedação Alterações do humor
• t1/2= 6-8 h Psicose
• t1/2 =75 a 125 h • Confusão
• INDUTOR ENZIMÁTICO • Ataxia • Metabolização hepática à Metabolitos ativos: Fadiga
• Reações cutâneas fenobarbital (*) e feniletilmalonamida Impotência
• Nistagmus • INDUTOR ENZIMÁTICO Rash cutâneos

Reações paradoxais (> crianças):


hiperatividade
insónia
irritabilidade
Basic & Clinical Pharmacology by Katzung 11th

36 37
Interações Medicamentosas AE/AE

FENOBARBITAL > Metabolismo


CBZ
FENITOÍNA < efeito CBZ

> Conversão
FENITOÍNA PRIMIDONA primidona à
fenobarbital

< Metabolismo
ÁC VALPROICO FENOBARBITAL RISCO toxicidade
fenobarbital

RISCO toxicidade
ÁC VALPROICO FENITOÍNA fenitoína
(desloca-a local lig)

38 39

Interações Medicamentosas AE/outros p.a.


• > CONC de:
• Fenitoína
ANTIBIÓTICOS
• Fenobarbital
• CBZ

• Fenitoína e Fenobarbital à
ANTICOAGULANTES
• > metabolismo dos anticoagulantes orais

• > RISCO toxicidade fenitoína (INIBE O SEU


ISONIAZIDA
METABOLISMO)

CONTRACETIVOS
• >>metabolização CO
ORAIS

• Competem pela lig albumina (fenitoína, ác


SALICILATOS
valproico)
Farmacología Humana - J. Florez - 3ra Ed (1997)

40 41
Outras aplicações dos antiepiléticos
AE NA GRAVIDEZ – EFEITOS TERATOGÉNICOS
Risco cerca de 2x superior (malformações tubo neural e cardíacos) A dor pode surgir por dois mecanismos:

• 1 - estimulação física ou química dos nociceptores por lesão dos tecidos


Fenitoína – dor nociceptiva;
• síndrome de hidantoína fetal, lábio leporino, fenda palatina,
malformações cardíacas • 2 - lesão do SN (central ou periférico) – dor neuropática:
Gastrosquise (abertura na região abdominal, • redução dos mecanismos inibidores nociceptivos (desaferenciação)
com exposição do estômago e intestinos), ou hiperexcitabilidade central ou periférica
Valproato meningomielocele sacral (defeito no fecho do

• espinha bífida (1-2%) tubo neural, podendo levar a deficiências


motoras, incontinência vesical e intestinal, …),
escoliose, ausência de membros…
Carbamazepina AINEs ineficazes
AE
• malformações craniofaciais ADT
(Opióides)

• (...)
42 43

ANTICONVULSIVANTES (gabapentina, carbamazepina, EGAS MONIZ


lamotrigina)
• ↓ a atividade elétrica neuronal
• ou inibem a passagem da dor por determinadas vias
nervosas:
• Bloqueio canais Na
• Bloqueio canais Ca Fármacos utilizados no tratamento de doenças
• Estimulação ação GABA neurodegenerativas
• Inibição ação Glu

ANTIDEPRESSIVOS (amitriptilina e a imipramina)

• Modulação positiva das vias inibitórias da dor descendentes


(estimulam zonas do SN que vão inibir a passagem da dor)
• Atuam na depressão que geralmente acompanha a neuropatia

44
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Doença de Parkinson
Doença de Parkinson
• É uma doença degenerativa do SNC, lentamente progressiva, idiopática, rara
antes dos 50 anos, comprometendo ambos os sexos de igual modo. • A doença de Parkinson é caracterizada pelo distúrbio neurológico progressivo
do movimento muscular que origina a instabilidade postural (postura muito

• A etiologia base é a destruição dos neurónios dopaminérgicos do núcleo do característica com a cabeça em ligeira flexão, tronco ligeiramente inclinado
SNC denominado por “Substantia nigra”. A libertação da DOPAMINA é para a frente, flexão moderada da perna sobre a coxa e do antebraço sobre o
reduzida até à inibição completa (que acontece aquando da destruição completa braço e mãos flectidos ventralmente).
dos neurónios dopaminérgicos). Numa fase posterior da D.P. ocorre, inclusivé,
a destruição dos receptores dopaminérgicos.

• As causas ainda são desconhecidas mas as hipóteses passam pelos factores


genéticos (hereditariedade) ou por factores tóxicos (toxinas industriais,
pesticidas, metais pesados e outros tóxicos ambientais).
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Doença de Parkinson
Doença de Parkinson
• Sintomatologia:
• Doentes mais novos têm formas mais agressivas de doença.
• Tremor “de repouso”;
• Rigidez muscular;
• Inicio tardio normalmente está associado a um melhor prognóstico, mas com
• Bradicinésia / Hipocinésia;
mais efeitos secundários resultantes da medicação.
• Dificuldade de execução de movimentos finos (ex. abotoar botões, cortar
alimentos no prato, etc)
• Existem outras formas de Parkinsonismo (ditas secundárias) que podem ser
• Instabilidade postural e da marcha (“bloqueio da marcha”);
transitórias e que podem surgir derivado a doenças virais (ex. encefalite viral),
• Outros distúrbios mais ligeiros:
lesões vasculares (ex. AVC), medicamentos (ex. Antipsicóticos em doses
• Sialorreia, retenção urinária, obstipação, depressão
elevadas), etc...
• Alteração do sono, micrografia, alterações cognitivas
• Slteração da líbido, discurso monocórdico, etc.

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Doença de Parkinson
Doença de Parkinson
• Os sintomas da D.P. somente surgem quando cerca de 80% dos neurónios dopaminérgicos
estão destruídos. • As acções gerais no tratamento da D.P. passam também por acções NÃO
FARMACOLÓGICAS, nomeadamente encorajar o doente a efectuar acções
• A Dopamina possui efeitos inibitórios sobre o sistema gabaérgico, ou seja, quando é comuns do dia a dia, fazer fisioterapia, terapia da fala, etc...
necessário, a Dopamina inibe a libertação de GABA.

• Os medicamentos disponíveis alíviam temporariamente os sintomas da doença,


• Como no Parkinson existe a degeneração dos neurónios dopaminérgicos (e em fase
mas não interrompem nem revertem a degeneração neuronal.
posterior ocorre mesmo a destruição dos receptores dopaminérgicos), não há inibição do
GABA.

• Por outro lado, o sistema colinérgico mantém-se activo, ou seja, há uma estimulação mais
ou menos constante do neurónio gabaérgico por parte da Ach... (daí o tremor, rigidez
muscular, etc)

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Fármacos úteis no tratamento da doença de Parkinson


Fármacos úteis no tratamento da doença de Parkinson
• Antagonistas dos receptores colinérgicos muscarínicos: Benzotropina (Ex.
• As estratégias de “ combate” à D.P. estão muito relacionadas com a fase de doença em que
Cogentin ®); Biperideno (Ex. Akineton ®); Tri-Hexifenidilo (Ex. Artane ®)
o indivíduo se encontra:
• Restaurar a actividade neuronal dopaminérgica: Levodopa (Ex.Madopar ®;
Sinemet ®)
• Numa FASE INICIAL da D.P. é habitual o uso de ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES
• Libertar a dopamina e inibir a sua recaptação: Amantadina (Ex. Parkadina ®)
COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS (para diminuir o excesso de acção da Ach, ex.
• Inibir o metabolismo da dopamina: Selegilina (Ex. Contan ®) ; Entacapona (Ex. tremores, sialorreia, etc);
Jumex ®)
• Agonistas Dopaminérgicos: Bromocriptina (Ex.Pardolel®) ; Pergolida (Ex. • Em FASES MAIS ADIANTADAS da D.P. é habitual o uso de fármacos que
Permax®); Ropinirole (Ex. Requip ®); Piribedilo (Ex. Trivastal®) “POTENCIAM” o SISTEMA DOPAMINÉRGICO.

• Como na D.P. existe um Desiquilíbrio Dopaminérgico / Colinérgico, a “estratégia”


farmacológica é RESTABELECER O EQUILÍBRIO DOPAMINÉRGICO /
COLINÉRGICO:
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Tratamento da doença de Parkinson


A. Restaurar a actividade neuronal
• Primeiro - Reduzir a actividade colinérgica:
• Antagonistas dos receptores colinérgicos muscarínicos. por ex.: Benzotropina (ex. Levodopa (ex. Madopar ®; Sinemet ®)
cogentin ®); biperideno (ex. akineton ®); tri-hexifenidilo (ex. artane ®)
• Também denominado por L-DOPA, é o fármaco precursor de DOPAMINA, ou
• Segundo - Aumentar a actividade dopaminérgica seja, necessita de neurónios dopaminérgicos funcionais para ser convertida a
A. Restaurar a actividade neuronal: Dopamina.
• Levodopa
B. Libertar a dopamina e inibir a sua recaptação:
• É adequado em indivíduos no início da doença, onde os cerca de 20% de
• Amantadina
neurónios dopaminérgicos funcionais são suficientes para a conversão da L-
C. Inibir o metabolismo da dopamina:
DOPA a DOPAMINA.
• Selegilina; entacapona
D. Agonistas dos receptores da dopamina:
• bromocriptina ; pergolida; ropinirole; piribedilo • A L-DOPA diminui a rigidez muscular, os tremores , mas é ineficaz na

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hipocinésia...
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B. Libertar a dopamina e inibir a sua recaptação


C. Inibir o metabolismo da dopamina
Amantadina (ex. Parkadina ®)
Entacapone (ex. Comtan ®); Selegelina (ex. Jumex ®)

• Este fármaco é um anti-viral útil na profilaxia e tratamento do vírus Influenza


A, que curiosamente estimula a libertação de Dopamina e inibe a sua • São fármacos que inibem a conversão periférica da L-DOPA inibindo as

recaptação. Mas necessita de “alguns” neurónios dopaminérgicos funcionais enzimas que fazem essa degradação, aumentando assim o período de tempo

para que a Dopamina seja produzida... que a Dopamina pode actuar nos seus receptores.

• ENTACAPONE → Inibidor da enz COM-T; SELEGELINA → IMAO.

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D. Agonistas dos receptores da dopamina


Efeitos secundários dos anti-parkinsónicos
Bromocriptina (Ex.Pardolel®); Pergolide (Ex. Permax®); Ropinirole (Ex.
Requip ®); Piribedilo (Ex. Trivastal®) • Náuseas e vómitos (+ freq com ag. dopaminérgicos e LDOPA);
• A saliva e a urina adquirem cor escura (devido à melanina produzida a partir da
• Com o decorrer da D.P., o no de neurónios dopaminérgicos diminui e passa a oxidação da dopamina);
haver menos células capazes de captar a L-DOPA e converter em • Perturbações no SNC (ansiedade, discinésia, alucinações visuais/auditivas,
DOPAMINA… confusão, alteração humor, depressão);
• Hipotensão ortostática - Variações de T.A. com o levante, + freq no verão, com
• Nessas situações dão-se fármacos pertencentes ao grupo dos AGONISTAS dos agonistas dopaminérgicos e LDOPA);
RECEPTORES DOPAMINÉRGICOS (D2). • Hipertensão (“sobredosagem” de SELEGELINA (IMAO));

• Neste caso, não é essencial que os neurónios dopaminérgicos estejam


funcionais, podendo ser administrados em situações + avançadas de D.P.
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Efeitos secundários dos anti-parkinsónicos


Precauções dos anti-parkinsónicos
• Edemas periféricos – tratamento difícil (suspensão da terapêutica se
necessário). • A METOCLOPRAMIDA (anti-emético) inibe as acções dos Agonistas

• Perturbações do sono – Insónia vespertina / sonolência diurna Dopaminérgicos;

• Distonia matinal - cãibras, + freq membros inferiores.


• On-Off (perda súbita em minutos ou seg do efeito da LDOPA. O doente fica • Fármacos ANTIPSICÓTICOS podem aumentar os sintomas de Parkinson e

Off quando perde o efeito. Ocorre nas fases + avançadas da doença)). inibir a acção dos Anti-parkinsónicos, pois bloqueiam os receptores
dopaminérgicos;

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Doença de Huntington
Doença de Huntington
• A doença de Huntington é uma doença hereditária, autossómica dominante,
causada por uma mutação no cromossoma 4, o que induz a destruição dos • Os sintomas típicos são:

neurónios gabaérgicos. • Coreia (movimentos involuntários, rápidos, irregulares dos membros, da


face e/ou do tronco, geralmente associados à hipotonia e à diminuição da
força muscular)
• Perda progressiva de memória
• Depressão
• Disartria (perda gradativa dos músculos da fala, com voz pastosa) • Fala
incompreensível, hesitante, “explosiva” e desorganizada • Mastigação e
deglutição difíceis
• Perda da visão periférica
• Dificuldade em deglutir
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Fármacos úteis no tratamento da doença de Huntington


Síndrome Gilles de la Tourette
• Antagonistas receptores dopaminérgicos antipsicóticos (ex. haloperidol)
• Inibidores produção dopamina reserpina • Distúrbio neurológico caracterizada por tiques, movimentos bruscos, espasmos
musculares ou vocalizações que ocorre repetidamente, da mesma maneira, com

• Nota: os efeitos secundários são semelhantes entre si e já descritos na secção considerável frequência. De causa desconhecida.

dos antipsicóticos.
• Esses tiques motores e vocais mudam constantemente de intensidade e não
existem duas pessoas que apresentem os mesmos sintomas.

• A maioria das pessoas afectadas é do sexo masculino.

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Fármacos úteis no tratamento do síndrome Gilles de la Tourette


Doença de Wilson
• Antagonistas receptores dopaminérgicos antipsicóticos (ex. haloperidol)
• A doença de Wilson, ou degeneração hepatolenticular, é uma doença hereditária

• Se estes não forem eficazes pode-se tentar Carbamazepina (anti-convusivante) autossómica recessiva. A principal característica é a acumulação tóxica de cobre
nos tecidos, principalmente cérebro e fígado, o que leva o portador a manifestar
ou Clonazepam (benzodiazepina)
sintomas neuropsiquiátricos e de doença hepática.

• Nota: os efeitos secundários encontram-se descritos na secção das


• Os principais sintomas são:
benzodiazepínas e anti-convulsivantes.
• Tremor
• Coreia Ataxia

• É tratada com medicamentos que reduzem a absorção de cobre ou removem o


seu excesso do corpo, mas poderá ser também necessário o transplante

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hepático.
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Fármacos úteis no tratamento da doença de Wilson


Doença de Alzheimer
• Agentes quelantes:
• Penicilamina (remove o excesso de cobre) • A D.A. também é conhecida como Demência Senil tipo Alzheimer e é

• Para o tratamento da sintomatologia neuropsiquiátrica é frequente o uso: caracterizada por uma perda neuronal excessiva, sem retorno, como

• Carbamazepina (anticonvulsivante) consequência do défice de neurónios ocorre atrofia cerebral generalizada;

• Clonazepam (bzd)
• Esta demência determina um comprometimento da capacidade cognitiva, de
início gradual, mas de progressão inevitável, que abrange a totalidade das
funções neuronais;

• Inicio da sintomatologia pelos 60 anos de idade.

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Doença de Alzheimer
Doença de Alzheimer
• Geralmente, a 1a manifestação clínica consiste no comprometimento da
memória recente, enquanto que a memória retrógrada se mantém preservada; • Uma vez que a DA afecta a memória e a capacidade neurológica, é possível
que haja uma modificação das emoções e comportamentos do doente,

• À medida que o distúrbio progride, outras capacidades são afectadas, como a nomeadamente:

capacidade de fazer cálculos matemáticos, ou o uso de objectos comuns • Sonolência Agressividade Alucinações Psicose “Desnorte”

(apraxia ideomotora), distúrbios comportamentais e confusão mental, entre • Muitas vezes estes sintomas agravam-se ao final do dia ou durante

outras capacidades cognitivas / funcionais; actividades de rotina (ex. banho, alimentação)


• Podem ser utilizados vários fármacos para controlar estes sintomas mas que

• A morte do indivíduo é habitual entre 6 a 12 anos após o início das não regridem a D.A. (ex, antipsicóticos, antidepressivos,

manifestações da doença, sendo frequentemente provocada por complicações anticonvulsivantes).

da imobilidade (ex. embolia pulmonar, AVC, pneumonia, etc.).

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Causas da doença de Alzheimer


• História familiar de demência ou D.A.
Doença de Alzheimer
• Idade avançada
• História familiar de síndrome de Down
• Histologia:
• Depressão
• Placas senis ou neuríticas, constituídas por depósitos de células nervosas
• Traumatismo cranioencefálico
• Uso de solventes degeneradas com núcleo central de proteína β - amilóide ; Nota: Na
• Intoxicação por alumínio
• Nível escolaridade baixo
D.Parkinson ocorre uma degeneração dos neurónios dopaminérgicos,
• Campo electromagnético
ocorrendo défice de Dopamina.
• Sexo feminino
• Fractura de quadril
• Histerectomia
• hipertensão arterial • Na D.Alzheimer ocorre degeneração dos neurónios colinérgicos subcorticais
• Diabetes mellitus
• Enfarte do miocárdio
(que proporcionam inervação colinérgica a todo o córtex cerebral), ocorrendo
• Anestesia geral défice de Ach...
• Fibrilhação atrial
• Hipotiroidismo
• Etc.

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Fármacos úteis no tratamento da doença de Alzheimer

• Na DA. existe um défice de Ach, pelo que uma das “estratégias”


farmacológicas é restabelecer os níveis colinérgicos:

• Com inibidores das acetilcolinesterases (Ache):


• Donepezil (ex. aricept ®); rivastigmina (ex. exelon ®);
• Galantamina (ex. reminyl ®)
• Estes fármacos inibem selectivamente a Ache do SNC, mas possuem
pouco efeito sobre as ache dos tecidos periféricos, produzindo melhoria
“modesta” nos meios cognitivos nos D.A.

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EGAS MONIZ

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Esclerose Múltipla
• Inibidor dos receptores NMDA (para o glutamato):
• Doença inflamatória degenerativa do SNC (doença desmielinizante) que evolui
• Memantina (ex. ebixa ®, axura ®)
habitualmente por surtos de agravamento/exacerbação na fase inicial, e que induz
• A memantina é um antagonista não competitivo de receptores NMDA,
lesões neurológicas permanentes e invalidez. Início gradual e com a variedade de
sendo dos fármacos mais recentes para o combate à D.A, que diminui a
sintomas, que dificulta o diagnóstico. Comparativamente a outras doenças
progressão da doença quer do ponto de vista psíquico quer físico. Pode ser
neurodegenerativas, o início dos sintomas é precoce (entre os 20 e os 40 anos),
prescrito simultaneamente com os anticolinesterásicos. predominando na mulher (2:1).

• Nota: existem cada vez mais evidências da que as perturbações na • A sintomatologia da EM é caracterizada por períodos de disfunção neurológica
neurotransmissão glutâmica, especialmente nos receptores NMDA, interrompidos por períodos de recuperação parcial ou completa. Na maioria dos
contribuem para o agravamento dos sintomas e para a evolução da doença doentes existe um período de remissão dos sintomas após o diagnóstico inicial,

na demência neurodegenerativa. voltando a sintomatologia 10 a 15 anos após o diagnóstico. Contudo, cerca de 15% dos
doentes possui um agravamento do seu estado neurológico desde o início dos sintomas.
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Esclerose Múltipla
• Sintomas: Apresenta uma enorme variedade de sintomas, podendo ser qualquer sinal ou
sintoma neurológico. Contudo os sintomas mais frequentes são: • Evolução:
• Parestesias e perda de sensibilidade táctil • Primeira fase (inflamatória):
• Fadiga muscular
• Agressão imunológica maioritariamente celular (linfócitos T) aos
• Espasmos musculares
oligodendrócitos – mielina - formação de placas na mielina.
• Ataxia
• Disartria • Segunda fase (degenerativa):
• Disfagia • Gliose (processo cicatricial irreversível, comparável à cirrose no fígado)
• Nistagmo
• Obstipação
• Retenção /incontinência urinária
• Períodos de depressão e de ansiedade
• Fenómeno de Uhthoff (agravamento dos sintomas em exposição a temperaturas elevadas)
• Sinal de Lhermitte (sensação de corrente eléctrica que irradia pela coluna vertebral)
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Abordagem terapêutica
• Fármacos úteis nos surtos de agravamento da E.M.:
• Corticosteróides (ex. metilprednisolona) • Profilaxia do surto:

• Nota: quando a clínica é incomodativa, a corticoterapia é administrada para • Redução do número de surtos por ano

acelerar o restabelecimento da barreira hematoencefálica. A longo prazo • Redução da necessidade de internamento por surto

evita o agravamento da espasticidade. • Redução de uso de corticoterapia

• Fármacos úteis para profilaxia dos surtos da E.M.:


• Fármacos imunossupressores (metotrexato, mitoxantrona) • Interferão β: betaferon (1b), avonex (1a) e rebif (1a)

• Fármacos imunomodeladores (interferão β, glatirâmero)


• Glatirâmero: copaxone® (estimula a produção de mielina e diminui a agressão
imunitária dos linf. T à mielina)

• Imunossupressores: metotrexato, ciclofosfamida, azatioprina, mitoxantrona


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Doença de Parkinson
• Tratamento das complicações
• Espasticidade
• Antiespásticos: Baclofeno, Diazepam e Tizanidina
• Fadiga
• Fluoxetina, Amantadina
• Disestesias (enfraquecimento ou alteração na sensibilidade dos sentidos,
sobretudo do tacto)
• Carbamazepina, Gabapentina

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Doença de Parkinson EGAS MONIZ

Doença de Alzheimer

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Esclerose multipla EGAS MONIZ

Esclerose multipla

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