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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
DEFICIÊNCIA FÍSICA............................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
CONCEITO E DEFINIÇÃO.......................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E ADEQUAÇÕES CURRICULARES E ESPACIAIS......................... 27
UNIDADE II
ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS........................................................................................ 34
CAPÍTULO 1
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO........................................................................ 34
CAPÍTULO 2
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA................................................................................................. 45
CAPÍTULO 3
TECNOLOGIA ASSISTIVA........................................................................................................... 58
CAPÍTULO 4
MATERIAIS PEDAGÓGICOS ESPECÍFICOS PARA CADA DEFICIÊNCIA FÍSICA............................... 67
CAPÍTULO 5
RECURSOS PEDAGÓGICOS ADAPTADOS................................................................................. 73
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 100
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
A convivência com pessoas com necessidades especiais é marcada, em cada época da
história, por ações discriminatórias que geram representações preconceituosas. Na
antiguidade, as crianças eram mortas quando nasciam com má-formação ou doentes.
As que sobreviviam, eram abandonadas e ficavam à deriva da sorte ou eram utilizadas
por pessoas pobres para pedir esmola. Em outros locais, eram vistas como “possuídas
pelo demônio” e que precisavam ser purificadas. Esse fato mascarava flagelos e
humilhações.
Essa visão foi alterada com o Cristianismo, que considerava que todos os homens são
filhos de Deus e, portanto, possuidores de alma. Os cristãos acreditavam que somente
Deus podia dar ou tirar a vida, tornando-se pecado qualquer ação contra a vida do
homem. Sendo assim, os deficientes não podiam mais ser mortos, maltratados ou
abandonados. Apesar disso, o confinamento e a segregação eram permitidos, visto que
era suficiente, como ato caridoso ao deficiente, o alimento e o teto.
Sendo assim, para avançarmos nas discussões sobre o atendimento escolar com
deficientes físicos, deveremos privilegiar os aspectos positivos, as vantagens, as
possibilidades de aprendizagem que esses alunos possuem desde que o ambiente esteja
preparado para recebê-los e as atitudes, frente ao seu problema, estejam contornadas.
O evento que Kerolly vai participar selecionou jovens entre 14 e 16 anos para
passar por uma formação e participar de uma festa com direito a um vestido de
gala, padrinhos e valsa, neste sábado (28), na capital.
7
Das 100 meninas escolhidas, cinco possuem algum tipo de deficiência física. Uma
delas, Kerolly, encara o momento como um desafio vencido. “Não me imaginava
onde estou hoje. É como um sonho e uma vitória”, revelou.
A debutante estuda na 7a série, mora com os pais e duas irmãs mais velhas,
no bairro Jardim Fortaleza, em Cuiabá. “Mas não tem nada de coitadinha, pois
da mesma forma que eu criei as minhas outras duas filhas, também criei
ela. As mesmas responsabilidades que as outras têm ela também tem”,
ressaltou Lucinéia.
Objetivos
»» Conhecer as diferentes concepções de deficiente físico.
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DEFICIÊNCIA FÍSICA UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Conceito e definição
9
UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
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DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
Art. 4o (...)
Tipos
»» Lesão cerebral (paralisia cerebral, hemiplegias).
»» Amputações.
»» Sequelas de politraumatismos.
»» Malformações congênitas.
»» Artropatias.
»» Sequelas de queimaduras.
Causas
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DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
Fatores de risco
»» Violência urbana.
»» Uso de drogas.
»» Acidentes desportivos.
»» Sedentarismo.
»» Acidentes do trabalho.
»» Epidemias/endemias.
»» Tabagismo.
»» Agentes tóxicos.
Identificação
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UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
»» Ergoespirometria.
»» Baropodometria.
»» Avaliação isocinética.
»» Eletroneuromiografia.
»» Potencial evocado.
»» Urodinâmica.
Quadro neuromuscular
Poliomielite
Conhecida também como paralisia infantil, embora possa ocorrer também em adultos.
É uma doença causada por vírus, transmitida de pessoa a pessoa por meio de contato
fecal-oral, por isso mesmo acontece, em grande maioria, em locais onde as condições
de saneamento básico e higiene são inadequadas, estando as crianças de baixa idade,
sem hábitos de higiene, propensas ao grande risco de desenvolver essa doença.
14
DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
Paralisia cerebral
»» infecção;
»» traumas;
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UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
Fonte: <http://www.crda.com.br/tccdoc/56.pdf>
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DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
Na escola encontramos, também, alunos com outros transtornos, veja o quadro a seguir.
Traumatismos craniencefálicos
São lesões no encéfalo produzidas por acidentes de trânsito ou domésticos, quedas em
esportes de risco, agressões etc. As sequelas variam em função da gravidade da lesão,
da duração e da profundidade da perda da consciência e podem incluir problemas
motores, cognitivos, de linguagem e de personalidade. Em alguns casos, produz-se uma
recuperação progressiva das diferentes habilidades. Podem ocorrer ao longo de toda a
vida e têm maior incidência durante a idade adulta. (BASIL 2004, p. 218)
Espinha bífida
Trata-se de uma anomalia congênita da coluna vertebral que pode produzir diversos
graus de paralisia, perda de sensibilidade cutânea e problemas de circulação do líquido
cefalorraquidiano. Em geral, a inteligência não é afetada, mas ocorre hidrocefalia, há
risco de se produzirem afecções cognitivas e de linguagem associadas. As diferentes
formas de Espinha Bífida constituem, junto com a Paralisia Cerebral, um dos tipos de
deficiência motora mais frequentes na infância. (BASIL, 2004, p. 218)
Lesões medulares
É o comprometimento da medula espinhal por lesão traumática direta ou indireta.
As lesões podem ser completas ou incompletas.
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UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
Duchenne e Becker
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DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
Sintomas
Normalmente, a Distrofia Muscular de Duchenne manifesta-se pela primeira vez em
meninos com idade entre três e sete anos, sob a forma de uma fraqueza muscular na
região pélvica ou em torno dessa região. Comumente, o indivíduo apresenta a seguir
fraqueza da musculatura dos ombros, a qual torna-se progressivamente pior. À medida
que os músculos enfraquecem, eles também aumentam de volume, mas o tecido
muscular anormal não é forte.
Diagnóstico
O médico suspeita de uma Distrofia Muscular quando um menino apresenta fraqueza
e esta é progressiva. Uma enzima (creatinina cinase) sai das células musculares,
aumentando acentuadamente a sua concentração no sangue. No entanto, concentrações
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UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
Tratamento
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DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
Quadro clínico
A herança da síndrome
Várias formas de Distrofia Muscular do tipo Cinturas já foram identificadas, sendo que
cada uma delas é causada por uma mutação genética específica.
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UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
O quadro clínico tende a ficar estável, mas alguns pacientes apresentam uma evolução
clínica lenta e progressiva. Pode ocorrer também comprometimento respiratório e da
deglutição.
Nas últimas duas décadas, as diferentes variantes de distrofia muscular congênita foram
organizadas em categorias específicas, com base nas principais características clínicas
e, mais atualmente, também em função dos defeitos genéticos e bioquímicos primários.
Foram identificados dez genes que causam formas específicas de distrofias congênitas,
mas se acredita em uma heterogeneidade ainda maior.
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DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
Uma das formas conhecidas é a Distrofia Muscular Congênita do tipo Fukuyama, mais
comumente encontrada no Japão. Essa doença provoca intensa fraqueza dos músculos
faciais e dos membros, hipotonia muscular generalizada, contraturas articulares,
e, geralmente, se manifesta antes dos nove meses de idade. A maioria das crianças
apresenta retardo mental, distúrbios de fala e convulsões. O gene responsável por essa
forma foi localizado no cromossomo 9.
A maioria dos pacientes com Distrofia Muscular Congênita causada pela deficiência de
merosina (distrofia congênita merosina-negativa) nunca chega a andar. O diagnóstico
da distrofia muscular congênita merosina-negativa é estabelecido por biópsia muscular.
A etiologia dos outros 50% de casos de Distrofia Muscular Congênita, não causados pela
ausência de merosina (distrofia congênita merosina-positiva) ainda é desconhecida. Na
distrofia merosina-positiva o quadro clínico é em geral mais benigno, com evolução
mais branda. Muitas pesquisas têm sido desenvolvidas com o objetivo de identificar o
defeito primário (a mutação) responsável por esse tipo de distrofia.
O exame de DNA para a pesquisa de deleção no gene SMN possibilita essa diferenciação,
poupando a criança da realização de uma biópsia muscular desnecessária. Caso não
se encontre deleção no gene SMN, é importante excluir o diagnóstico de síndrome
de Prader-Willi (também por análise de DNA), doença em que ocorre hipotonia nos
primeiros meses de vida.
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UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, ou seja, deve ser feito por meio da história e exame físico da
criança realizado por médico habilitado. Os exames complementares, como tomografia
computadorizada, podem não ter correlação com a gravidade do quadro (não irão
determinar se o quadro é grave ou não, mas apenas constatar a presença da lesão),
portanto não são importantes para determinar a etiologia. O diagnóstico precoce é
fundamental para que o tratamento seja estabelecido de forma rápida.
Quadro clínico
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DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
Fonte: <http://www.unifesp.br/dneuro/neurociencias/vol12_1/paralisia_cerebral.htm>
Todos esses distúrbios se dão devido a alterações nas áreas motoras cerebrais específicas
durante a infância.
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CAPÍTULO 2
Desenvolvimento cognitivo e
adequações curriculares e espaciais
Basil (2004) assinala alguns aspectos que limitam o desenvolvimento normal das
crianças com paralisia celebral.
Desenvolvimento da motricidade e da
linguagem
»» A interferência na maturação normal do cérebro acarreta um atraso no
desenvolvimento motor.
Desenvolvimento cognitivo
Não havendo outros transtornos associados, como atrasos mentais, anomalias ou
atrasos que se observam, o desenvolivmento cognitivo é uma consequência do atraso
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UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
Basil (2004) afirma, ainda, que, apesar dessas crianças apresentarem, muitas vezes,
capacidade extraordinária de compensação e de substituição com relação ao que se
considera como mecanismos essenciais para o desenvolvimento cognitivo, necessitam
de suportes técnicos adequados para que consigam, efetivamente, demonstrar e
alcançar suas potencialidades intelectuais.
Interação social
O défice de comunicação, a falta de controle sobre seu próprio corpo e sobre os objetos
dificultam a interação com seus pares na escola e na própria família.
Suas relações ficam, muitas vezes, prejudicadas por aqueles que lhe rodeiam ou os que
ignoram, ou os que superprotegem, produzindo nessas crianças sentimentos de pouca
eficiência prejudicando sua disposição para a aprendizagem de estratégias cognitivas.
Destaca-se que a educação desse aluno deverá ser processada por uma equipe, na qual
o professor atue em estreita ligação com outros profissionais e com a família.
É preciso não perder de vista o objetivo maior que é garantir à criança especial o
desenvolvimento máximo de suas capacidades para poder ter uma vida saudável e o
mais normal possível.
Segundo Basil (2004, p. 225), é preciso um bom trabalho de equipe, em que diversos
profissionais envolvidos comentem e discutam seus objetivos e seus planos, conseguindo,
dessa maneira, o equilíbrio necessário entre os aspectos específicos de aquisição e de
reabilitação de atividades concretas e os aspectos de mais globais de independência,
integração e vida social.
A escola que possui alunos com alguma deficiência física deve ser acessível,
com espaços físicos adequados, preferencialmente colocar os alunos no andar
térreo ou então providenciar rampas e/ou elevador, permitindo ao aluno com
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DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
Segundo Wilson (1971), grande parte das crianças que têm deficiências físicas é
beneficiada com somente algumas modificações no ambiente físico, nos materiais e
equipamentos utilizados para a atividade escolar.
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UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
6. Portas largas.
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DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
Como qualquer outro aluno, o professor deverá estar atento ao processo de ensino-
aprendizagem, para identificar as necessidades peculiares do aluno com Deficiência
Física.
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UNIDADE I │ DEFICIÊNCIA FÍSICA
Assim, pode ser útil favorecer ao máximo o enriquecimento de sua experiência de vida,
mediante a:
A criança que tem grandes dificuldades de desenvolver uma comunicação oral funcional
pode ser bastante beneficiada por formas alternativas de comunicação social, tais como:
»» por escrito;
»» pedir a um colega que empreste as anotações para que ele tire xerox ou
faça anotações com cópia, usando papel carbono;
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DEFICIÊNCIA FÍSICA │ UNIDADE I
»» fixar seus trabalhos com percevejo ou fita crepe para não amassar;
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ATENDIMENTO
E RECURSOS UNIDADE II
ESPECIALIZADOS
CAPÍTULO 1
Atendimento educacional
especializado
A atuação das equipes de apoio deve ser direcionada para possibilitar as transformações
sociais, enxergando os alunos especiais como sujeitos em processo de construção
histórico-cultural e que necessitam do espaço escolar para se constituírem e se
desenvolverem.
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Na mesma Declaração, salienta-se que aos alunos com necessidades especiais deverá
ser dispensado apoio contínuo, desde ajuda mínima nas classes comuns até a aplicação
de programas suplementares, quando necessário, para receber a ajuda de professores
especializados e de apoio externo.
Dessa forma, todos os profissionais da escola devem mudar o seu olhar frente ao
deficiente, não mais o percebendo como um desvio do padrão normal. A visão
homogeneizada e estandardizada da deficiência faz com que se perca a oportunidade
de relação com um indivíduo cheio de possibilidades e de caminhos singulares de
desenvolvimento.
»» espaço físico;
»» mobiliário;
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
»» materiais didáticos;
»» equipamentos específicos.
O programa atende a demanda das escolas públicas que possuem alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou superdotação/altas habilidades,
disponibilizando as SRM do tipo 1 e do tipo 2. Cabe ao gestor garantir professor para
AEE e espaço físico para a implantação das salas. As Salas de Recursos Tipo 1 são
constituídas de:
»» computadores;
»» monitores;
»» scanner;
»» impressora laser;
»» laptop;
»» impressora Braille;
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
»» reglete de mesa;
»» punção;
»» soroban;
»» guia de assinatura;
»» calculadora sonora;
Escutando professores
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
que cada profissional se responsabilize por suas produções discursivas, o que, segundo
Kupfer (2000), se constitui na condição para a eficiência de qualquer trabalho.
Ouvir o professor, discutir com ele suas concepções, angústias e insatisfações, propicia
aos profissionais da equipe tratar esses professores de maneira singularizada, não mais
como uma categoria imaginária – o professor.
Segundo Araújo (2003), as ações que servirão de suporte aos professores devem ser:
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Conselhos de classe
Mattos (2005) realizou um trabalho sobre os Conselhos de Classe, nele ela evidencia
a importância dos Conselhos de Classe como instância consolidada nas instituições
escolares se constituindo um espaço importante para a atuação das equipes.
Esse espaço pode proporcionar uma discussão livre entre colegas, com a finalidade de
buscar soluções para os problemas diagnosticados.
Vimos, então, que as equipes lidam de perto com a questão do fracasso escolar, pois
vivenciam não só os alunos como seus pais e seus professores.
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Nesse sentido, o atendimento educacional especializado não pode ser confundido com
atividades de mera repetição de conteúdos programáticos desenvolvidos na sala de
aula, mas, devem constituir um conjunto de procedimentos específicos mediadores do
processo de apropriação e produção de conhecimentos.
Sobre a Deficiência Física esse documento estabelece os diversos elementos, que vão
desde as condições de acesso, como o transporte adaptado e a arquitetura dos prédios
escolares, até as barreiras discriminatórias que limitam a permanência com sucesso na
escola, precisam ser consideradas.
Um dos avanços recentes com relação à garantia de acessibilidade aos ambientes foi
a publicação do Decreto no 5.296/2004 (em anexo) que estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou
com mobilidade reduzida, definindo condições para acesso, movimento, circulação
e utilização, com segurança e autonomia, dos mobiliários, dos equipamentos, dos
espaços, das edificações, dos serviços de transporte, bem como acesso à comunicação e
à informação.
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
A escola, no atendimento aos alunos com deficiência física, deverá promover condições
de acessibilidade por meio da adequação do mobiliário escolar, da eliminação de
barreiras arquitetônicas, da disponibilidade de recursos, de materiais escolares e
pedagógicos adaptados e de equipamentos de informática acessíveis que os habilite
para o uso independente do computador, que lhes garanta formas alternativas de acesso
à produção do conhecimento.
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
DECRETA:
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Fernando Haddad
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CAPÍTULO 2
Comunicação alternativa
Vários podem ser os sistemas alternativos para comunicação e devem ser caracterizados
por dois elementos principais, segundo Basil (2004):
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Para que realmente facilitem a autonomia pessoal, segundo Basil (2004), os suportes
técnicos devem ter três características principais:
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Alguns autores discutem a adequação do termo “comunicação alternativa”, pois ele traz
a ideia de que a fala vai ser substituída. Segundo esses autores, seria melhor adotar
o termo “comunicação suplementar”, ou ainda “comunicação ampliada”. Esse termo
designaria uma comunicação de suporte, ou seja, um apoio suplementar à fala.
Nesse sentido, é sempre bom lembrar que, ao utilizarmos outra forma para
a comunicação, não queremos substituir a fala, mas contribuir para que a
comunicação ocorra.
»» comunicação apoiada;
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
É o caso dos alunos que necessitam de outra pessoa para realizar o manuseio do
material confeccionado, apontando as figuras ou as fotos necessárias para estabelecer
uma comunicação.
A pessoa que auxilia vai indicando uma figura após a outra até que a escolha seja feita
(sistema de varredura na linha e/ou na coluna). Após a seleção da figura pelo usuário,
há necessidade de retomar novas seleções.
Há alunos que conseguem selecionar os estímulos pelo olhar ou pelo apontar com a
língua, mas não conseguem virar uma página ou pegar uma prancha temática. Nessas
situações, também, esses alunos necessitam de auxílio do professor.
Cabe salientar que o uso da escrita, assim como o da língua de sinais, é um recurso
importante quando o aluno não tem a possibilidade de falar, pois estabelece uma
comunicação face a face. (VON TETZCHNER, 1997)
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Para fazer esse delineamento, será necessária uma avaliação do aluno (DELIBERATO;
MANZINI, 1997), e também da participação do professor, da família, do fonoaudiólogo
e, se possível, de uma equipe para avaliar as possibilidades do aluno e da situação.
Em linhas gerais, para avaliar o aluno e a situação na qual o sistema será utilizado,
deveremos verificar:
Tendo em mãos os dados dessa avaliação, é possível preparar o recurso a ser utilizado, ou
seja, qual será a forma desse recurso, por exemplo, se ele deverá conter um vocabulário
específico para a sala de aula ou para outra situação, se haverá um vocabulário básico
com figuras acoplado com letras, ou mesmo com objetos.
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Figura 1. Escolha de atividades a partir de fotos com apoio dos objetos concretos.
50
ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Há vários tipos de símbolos que são usados para representar mensagens. Eles podem
ser divididos em:
Tipos de símbolos
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
›› Rebus Symbols
›› Picsyms
›› COMPIC
›› Self Talk
›› Pick ‘N Stick
Figura 4.
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
É importante determinar a técnica de seleção mais eficiente para cada indivíduo. Deve
ser determinado o posicionamento ideal da prancha e do usuário, a precisão do acesso,
a taxa de fadiga e a velocidade. O terapeuta ocupacional é o profissional que realiza essa
avaliação.
55
UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Figura 14.
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Figura 15.
Figura 16.
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CAPÍTULO 3
Tecnologia assistiva
O Brasil tem hoje, segundo o Censo Escolar de 2005 (MEC, 2006), 640.317 alunos com
necessidades educacionais especiais matriculados nas escolas do país, portanto esse
não é um problema que possa ser ignorado.
Ao longo da história, a tecnologia vem sendo utilizada para facilitar a vida dos homens.
Para as pessoas com deficiência, a tecnologia é a diferença entre o “poder” e o “não
poder” realizar ações.
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Figura 20. Construção de escrita a partir de letras móveis através do sistema de varredura
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Teclado comunique
Teclado Comunique
O que é
O Teclado Comunique foi desenvolvido pela terapeuta ocupacional Dra. Miryam Pelosi
para auxiliar a escrita de pessoas com dificuldades motoras. Suas teclas reproduzem as
teclas do teclado convencional com recursos auxiliares, como a abreviatura associada a
letras do teclado e um dicionário que auxilia a predição de palavras.
Como acessar
Formas de acesso
Movimento do joystick para cima, para baixo, para a direita ou para a esquerda, com a
seleção por meio dos botões do joystick.
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
O que é
»» comunicação alternativa
»» estimulação visual
Como acessar
»» tecla ENTER
»» tecla ESPAÇO
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
O que é Boardmaker
O software foi desenvolvido pela empresa Mayer Johnson e vem sendo vendido no
Brasil pela empresa Clik.
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
»» A história da menina
»» A história da porquinha
»» Jogo de dados
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Como acessar
Figura 30. Jogo de dados construído com o software escrevendo com símbolos
Atividades adaptadas com o software InVento para facilitar a alfabetização dos alunos
com necessidades educacionais especiais.
»» Completar sílabas
»» Completar frases
»» Escrever palavras
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
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CAPÍTULO 4
Materiais pedagógicos específicos para
cada deficiência física
Ou seja, as Ajudas Técnicas são materiais, equipamentos, sistemas que servem para
compensar a deficiência ou atenuar-lhe as consequências, impedir o agravamento
da situação clínica da pessoa e permitir o exercício das atividades quotidianas e a
participação na sua vida escolar, profissional, cultural e social.
»» cadeiras de rodas;
»» andarilhos;
»» canadianas;
»» almofadas antiescaras;
»» colchões ortopédicos;
»» camas articuladas;
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
»» elevadores de transferência;
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Essa classificação ainda se divide, por sua vez, em subclasses e divisões. Essa nomenclatura
é utilizada para permitir que as pessoas utilizem uma mesma terminologia e possam ser
realizados estudos e investigação. Desse modo, todos os intervenientes nesse processo
(consumidores, autoridades governamentais, produtores e fornecedores, técnicos,
associações etc.) sabem do que se fala e utilizam os mesmos termos.
A quem se destinam
69
UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Escolher uma Ajuda Técnica/Tecnologia de Apoio é um processo que deve ser feito
de uma forma cuidada, refletida e rigorosa. Deve-se ouvir a opinião dos técnicos
especialistas na Ajuda Técnica em questão, dos familiares e do próprio utilizador.
A Ajuda Técnica é um recurso, algo pessoal, que deve ser o mais adequado possível à
situação clínica da pessoa e que exige cuidados de manutenção.
Por exemplo, se uma pessoa é internada num hospital e necessita de Ajudas Técnicas é
o próprio hospital que fornece esse material e equipamento. A equipe técnica prescreve
a Ajuda Técnica e é realizado o ensino para que a pessoa se adapte e aprenda a utilizá-la
da melhor forma.
Blissymbolics
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Figura 39.
+ =
Figura 40.
São de fácil reconhecimento e, por isso, muito utilizados por crianças ou indivíduos
que apresentam dificuldades em compreender representações mais abstratas. Ele é
basicamente pictográfico e beneficia indivíduos de qualquer idade. Podemos encontrar
os PCS em livro (Combination Book) e em programas de computador (Boardmaker e
Escrevendo com Símbolos), disponíveis comercialmente no Brasil.
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Figura 41.
72
CAPÍTULO 5
Recursos pedagógicos adaptados
Entendem que o fato de a pessoa ter deficiência física, não significa que o “outro” detenha
o “poder” de lhe “completar ou assistir” na limitação que apresenta. Significa que o
aluno com deficiência física deve participar na escolha daquilo que lhe for “assistir”.
Fundamentação legal
73
UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Tomam como definição de Ajudas Técnicas o que está exposto no Decreto no 3.298, de
20 de dezembro de 1999, no art. 19, parágrafo único:
Entendem-se que essa definição, no âmbito pedagógico, relaciona-se com a ajuda que
pode ser proporcionada a alunos e a professores e está contemplada no Parecer CNE/
CEB no 17/2001:
74
ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Para o auxílio a esses alunos, algumas ações estarão relacionadas ao trabalho realizado
por profissionais da educação, que necessitam estar preparados para atuar em classes
comuns com alunos que apresentam alguma deficiência. Nesse sentido, o artigo 18 da
Resolução no 2/2001 aponta algumas competências necessárias ao professor:
O Parecer CNE/CEB no 17/2001 deixa claro que “cabe a todos”, principalmente aos
setores de pesquisa e às universidades, o desenvolvimento de estudos na busca de
melhores recursos para auxiliar/ampliar a capacidade das pessoas com necessidades
educacionais especiais de se comunicar, de se locomover e de participar de maneira,
cada vez mais autônoma, do meio educacional, da vida produtiva e da vida social,
exercendo, assim, de maneira plena, a sua cidadania.
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Cada necessidade é única e, portanto, cada caso deve ser estudado com muita atenção.
A experimentação deve ser muito utilizada, pois permite observar como a ajuda técnica
desenvolvida está contemplando as necessidades percebidas.
1 Entender
a situação
7 Acompanhar 2 Gerar
o uso ideias
6 Avaliar 3 Escolher
o uso alternativa
5 Construir 4 Representar
o objeto ideia
2. Gerar ideias
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
›› Definir materiais.
7. Acompanhar o uso
Educação infantil
77
UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Descrição
Figura 43.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP.
Auxilia na discriminação visual das quantidades. Sua espessura foi aumentada para que
as crianças que possuem preensão prejudicada possam manuseá-lo. A identificação da
quantidade, em feltro, permite utilizar a sensibilidade tátil-sinestésica. A cor vermelha
sobre o marrom permite um bom contraste visual.
Descrição
Figura 44.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: elaine cristina de moraes
Permite a discriminação visual e tátil das figuras geométricas. O jogo pode ser manuseado
sob a carteira ou na posição “em pé”, permitindo movimentos de flexão e extensão de
braços. As peças com ímãs facilitam a fixação sobre o tabuleiro, principalmente, aos
alunos com dificuldade no manuseio.
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Descrição
Figura 45.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: mônica gerdullo e marilãine
Bonaldo
Dominó de texturas
Descrição
Confeccionado em madeira com aplicação de diferentes tecidos: lã, veludo, malha, brim
e seda.
Figura 46.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: alessandra cristina gazeta de
frança
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Descrição
Figura 47.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: cláudia cristina da silva.
Dominó temático
Descrição
Figura 48.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP.
Adaptação: eduardo José manzini e elaine cristina de morais
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Quebra-cabeça de cubos
Descrição
Figura 49.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: elizabete monteiro da silva
Caixa de estímulos
Auxilia no ensino de cores, na aquisição de conceitos como dentro e fora, abrir e
fechar, tirar e colocar. Auxilia, também, no treino da coordenação visomotora. Pode ser
utilizado na posição sobre a carteira ou na posição “em pé”.
Descrição
Esse recurso é composto por uma caixa, dividida em quatro compartimentos e cada
um com uma porta. Cada porta é pintada de uma cor e cada uma possui uma fechadura
diferente. Dentro dos compartimentos é possível colocar objetos.
Figura 50.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: mônica gerdullo e marilãine
Bonaldo
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Jogo de adivinhação
Descrição
Recurso composto por uma caixa de madeira, com uma abertura na lateral, em forma
de círculo, que é fixado um pé de meia de jogador de futebol. No fundo da caixa é colada
uma tira de câmara de ar de bicicleta, que serve como antiderrapante e que ajuda a fixar
a caixa sobre a mesa.
Figura 51.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: elaine cristina de moraes
Jogo da memória I
Descrição
Jogo feito com tampas de maionese e com pares de figuras coladas sobre a tampa.
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Figura 52.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: míris cordeiro Brantes
Jogo da memória II
Descrição
Jogo feito com tampas de frascos de embalagens para bolinhas de tênis e com pares de
figuras coladas sobre a tampa.
Figura 53.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: ariane cibele evangelista de
carvalho
Descrição
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Figura 54.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: adriana rocetao garcia
Quebra-cabeça imantado
Descrição
Figura 55.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: elaina Bernadete de almeida
Bispo
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Descrição
Figura 56.
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Confecção: mônica gerdullo e marilãine Bonaldo. Material pedagógico:
manual de utilização. Rio de Janeiro: MEC/Cenesp/Fename/Apae de São Paulo, 1980. Laboratório de Educação Especial
“Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília
Descrição
Figura 57.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Criação, adaptação e confecção: márcia
Borba, eduardo José manzini, edson luis manzini
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Tangram imantado
Descrição
O jogo é utilizado sobre uma placa imantada revestida com papel contact. As peças
possuem ímãs na parte posterior e são feitas em madeira com espessura de 1,5 cm e
pintadas com tinta lavável. As peças foram ampliadas permitindo a preensão em pinça
com dois ou mais dedos.
Figura 58.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: marilãine Bonaldo e mônica
gerdullo
Descrição
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Figura 59.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: rosemeire francisco tabanez
Ábaco de argolas
Descrição
Figura 60.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: marilãine Bonaldo e mônica
gerdullo
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Correspondência um a um
Descrição
Jogo de encaixe, confeccionado em madeira, composto por duas caixas com uma
abertura lateral para facilitar a retirada das fichas de madeira. As fichas do lado
direito apresentam figuras e as fichas do lado esquerdo apresentam os numerais, que
correspondem à quantidade exibida nas fichas da direita.
Figura 61.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp,Marília, SP. Criação: eduardo José manzini e elaine cristina
de moraes
Descrição
O recurso é composto por uma régua de madeira comum com um suporte, também de
madeira, colado bem ao meio para facilitar à preensão da criança.
Figura 62.
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Material pedagógico: manual de utilização. Rio de Janeiro: MEC/Cenesp/
Fename/Apae de São Paulo, 1980. Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília. Adaptação: Denise
amoroso de lima
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Multiplicação em pizza
Descrição
Figura 63.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Criação: regina lázara salim moraes Bernardo
Descrição
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Figura 64.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Criação: satiko shimojo
Correspondência
Facilita trabalhar conteúdos de Matemática, principalmente conceitos como
mais/menos, igual/maior/ menor que são base para a aquisição de outros conhecimentos.
É uma didática utilizada com alunos que têm paralisia cerebral do tipo atetoide ou
misto e em alguns casos espástico.
Descrição
1. O aluno com deficiência física precisa de mais espaço. O chão é uma grande
página que aceita e possibilita um “cem número” de aprendizagens.
Figura 65.
Fonte: Sala de Estudo, Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências Obras Sociais Irmã Dulce, Salvador, Bahia.
Leitura e escrita
Pescaria
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
“pesca” por meio de ganchos e, dessa forma, cria a oportunidade para participação em
brincadeiras, em gincanas ou em festas juninas. Auxilia em movimentos de extensão e
flexão de membros superiores. As ilustrações e os nomes escritos nos peixes podem ser
utilizados para a leitura.
Descrição
O recurso é constituído de uma caixa de madeira com canaletas, onde os peixes são
colocados na posição “em pé”. Cada peixe possui um nome com ilustração. A vara de
pescar pode ser feita de madeira ou bambu e revestida em veludo ou lixa. Para pescar,
a criança deverá grudar o ímã (que fica na ponta da vara) no peixe.
Figura 66.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: regina ayako ohno
Livro de texturas
Descrição
Esse livro apresenta ilustrações que fornecem estímulos com diferentes texturas, feitas
em alto relevo, com lã, papéis lisos, bolinhas de papel e palitos de fósforo. A parte
inferior de cada folha possui um palito colado de forma que facilite ao aluno, virar a
página.
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Figura 67.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: Denise amoroso de lima
Caderno de madeira
Descrição
Figura 68.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: material advindo da cenp – sp
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Caderno de elástico
Descrição
Caderno confeccionado em madeira, possuindo furos nas duas laterais por onde é
passado um elástico de um lado a outro, formando as linhas.
Figura 69.
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Material pedagógico: manual de utilização. Rio de Janeiro: MEC/Cenesp/
Fename/Apae de São Paulo, 1980. Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília- SP. Adaptação:
eduardo José manzini e elaine cristina de moraes
Abecedário lavável
Descrição
Figura 70.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação: elizabete monteiro da silva
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Descrição
O material compreende um tabuleiro com letras, que é usado pelo professor, para saber
quais as letras foram sorteadas.
Possui, também, um conjunto de cartelas, destinadas aos alunos, com palavras de fácil
vocabulário. Sob cada letra das palavras escritas na cartela são desenhados quadros
para sinalizar aos alunos o local para marcar as letras sorteadas.
Figura 71.
Fonte: Laboratório Rio de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon, Unicamp, Marilía, S.P. Adaptação: míris cordeiro Brantes.
Facilita a discriminação de relações espaciais. O jogo foi elaborado para alunos que
faziam inversão de letras, tais como “p” por “q” ou “b” por “d”. Também pode ser
utilizado para alunos que fazem a rotação de letras como, por exemplo, “b” por “q” ou
“d” por “p”. O jogo apresenta uma grande variedade de figuras passíveis de inversão ou
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
rotação, tais como, um bule com o bico do lado esquerdo, um bule com o bico do lado
direito e um bule com o bico no centro. Também foram utilizadas figuras de animais,
como passarinho, galo, cachorro, sempre em três posições diferentes.
Descrição
Figura 72.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação e confecção: eduardo José
manzini, mônica gerdullo e marilãine Bonaldo
Descrição
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UNIDADE II │ ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS
Figura 73.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP. Adaptação e confecção: silvia regina neves
da silva
Quadro agarradinho
Descrição
Figura 74.
Fonte: Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiência. Obras Sociais Irmã Dulce, Salvador, Bahia. Adaptação: miralva
santos Barreto e maria carmen fidalgo santos
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ATENDIMENTO E RECURSOS ESPECIALIZADOS │ UNIDADE II
Possibilita uma melhor preensão, caso o aluno demande vontade e/ou possibilidade para
usar o lápis. O tamanho da haste do tubo foi confeccionado para atender a necessidade
do aluno. Esse recurso facilita a escrita do aluno com paralisia cerebral.
Descrição
O recurso foi confeccionado com um tubo de PVC, uma rolha de cortiça e lápis comum
ou de cera.
Figura 75.
Fonte: Sala de Estudo, Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiência. Obras Sociais Irmã Dulce, Salvador, Bahia.
Adaptação: maria carmen fidalgo santos.
97
Para (não) Finalizar
João Guilherme dos Santos, 7 anos, demorou para nascer. O atraso no parto causou-lhe
paralisia cerebral, comprometendo a parte motora do corpo. Com 8 meses, ele começou
a ser atendido em hospital especializado e fez terapia na Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais (Apae) de São Luís, onde mora. Mas, ao atingir a idade para iniciar
a Educação Infantil, a família colocou-o em escola regular. A diretora da primeira
creche que visitou não queria aceitá-lo, alegando não ter estrutura. “Conheço as leis
que garantem os direitos do meu filho”, disse o pai, Manuel Carlos Soares dos Santos.
Com esse argumento, a matrícula foi efetuada.
Aplicação para isso não falta ao menino. “Ele é muito inteligente”, atesta a professora
Sandra Helena Nascimento Sousa. Sim, ela teve muito medo de aceitá-lo em sua turma.
“Uma criança que não anda é um trabalho a mais: tem que dar lanche, levar ao banheiro...
Tenho alunos pequenos e não queria me ausentar por muito tempo da classe”, conta.
O pai se prontificou a ajudar e, mesmo insegura por não se sentir capacitada para lidar
com a deficiência, Sandra aceitou o desafio.
“O professor regular precisa saber se a criança tem alguma restrição médica que a
impeça de fazer atividades dentro ou fora da sala, acompanhar seu estado de saúde e
conhecer os efeitos dos medicamentos que ela está tomando”, explica Eliane Mauerberg
de Castro, coordenadora do Programa de Educação Física Adaptada da Universidade
Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro, interior de São Paulo. “E a escola deve garantir
o acesso físico à sala.” Para isso, Sandra teve o apoio do grupo de atendimento especial
da Secretaria de Educação do município, que a colocou a par da história de João e
levou material específico para ele, como a prancheta magnética para formar palavras,
acoplada à mesa de estudos.
Alguns alunos perguntavam se João era doente. Nas rodas de conversa, a professora
falou sobre diferenças: “Expliquei que ele era inteligente, mas aprenderia de outra
forma, já que as pessoas não são iguais e têm capacidades e limitações próprias”. Todos
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PARA (NÃO) FINALIZAR
se esforçam para ajudar João Guilherme e ficam em silêncio para ouvi-lo falar, pois ele
ainda tem dificuldade para se expressar.
<http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/obstaculos-saber-424567.
shtml>. Acesso em: 26/4/2012
99
Referências
BASIL, Carmen. Almirrall Emili Soro-Camats Carme Rosll Bulto. Sistemas de sinais
e ajudas técnicas para comunicação alternativa escrita. Livraria Editora
Santos, 2003.
100
REFERÊNCIAS
CUNHA, José Ronaldo Alves da; ESTEVES, Ricardo Grisolia. Manual prático do
mobiliário escolar. São Paulo, Brasil: ABIME – Associação Brasileira das Indústrias
de Móveis Escolares, 2001.
101
REFERÊNCIAS
WILSON, M. Crianças com deficiências físicas e neurológicas, in: Dunn, L.M. Crianças
excepcionais - seus problemas, sua educação. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico
S.A., pp. 346-361, 1971.
102