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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

PORTO ALEGRE

Autos nº: xxxxxxxxxxxx

ÁLVARO, brasileiro, solteiro, estudante, primário, portador do RG nº Xxxxxxxxxx e CPF nº


xxxxxx, residente e domiciliado na xxxxxxx , por intermédio de seu advogado, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a sua manifestação em face do
recurso interposto pelo Ministério Público, nos termos do art. 600 do Código de Processo
Penal, expondo as seguintes teses pertinentes ao caso:

1. Da ausência de justa causa para a ação penal:

1.1. O princípio da insignificância deve ser aplicado ao caso em questão, uma vez que a
conduta do acusado não possui relevância penal, tendo em vista a mínima ofensividade, a
inexistência de periculosidade social, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e
a inexpressividade da lesão jurídica provocada.

1.2. A conduta de Álvaro consistiu em uma tentativa de furto de itens avaliados em apenas
R$20,00 (vinte reais), demonstrando a ausência de relevância econômica do delito, o que
afasta a tipicidade material.

1.3. A aplicação do princípio da insignificância é fundamental para garantir a eficiência do


sistema penal, evitando a sobrecarga do Poder Judiciário com ações de baixa relevância, além
de resguardar o princípio da intervenção mínima no direito penal.

2. Do afastamento do princípio da insignificância:

2.1. A rejeição da denúncia pelo juiz de primeira instância, com base no art. 395, III, do Código
de Processo Penal, foi correta e deve ser mantida, uma vez que a conduta de Álvaro se
enquadra nos requisitos para aplicação do princípio da insignificância.

2.2. A ausência de prejuízo à vítima, bem como a inexistência de qualquer perigo social na
conduta do acusado, evidenciam a desnecessidade de persecução penal no presente caso.

2.3. A jurisprudência pátria tem acolhido o princípio da insignificância em casos semelhantes,


reconhecendo a sua aplicabilidade como forma de evitar a criminalização de condutas de baixa
gravidade.

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência que seja negado provimento ao recurso
interposto pelo Ministério Público, uma vez que a conduta de Álvaro se enquadra nos
requisitos para aplicação do princípio da insignificância.

Termos em que,
Pede deferimento.

Porto Alegre , 23/09/2023

Advogado
Nelson do Nascimento de Almeida Junior
OAB- xxxxxxxxxx

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