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Lista de Figuras 5
Lista de Tabelas 16
1.2 Referenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 Cinemática da partícula 21
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
referencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1
SUMÁRIO 2
de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182
5.4 Relação entre IC/O e IC/G Teorema dos eixos paralelos . . . . . . . . 240
um referencial R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 290
A Curvatura 369
SUMÁRIO 3
D Tensores 382
D.1 Aplicação linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 382
plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 404
1.12 Vetor u que liga o centro de dois satélites sendo observado do Sol e
da Terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.9 Garfo escocês conduzindo dois pinos por uma trajetória elíptica. . . . 29
5
LISTA DE FIGURAS 6
2.52 Guindaste girante com lança que se ergue movimentando uma carga. 73
o
2.53 Guia girante na forma de um setor circular de 90 . . . . . . . . . . . . 74
dulo constante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
3.45 Tambor girando com velocidade angular constante sem deslizar sobre
plana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
3.47 Tambor concêntrico com uma polia sobre uma superfície plana. . . . 131
3.48 Tambor concêntrico com uma polia sobre uma superfície plana. . . . 131
3.49 Polia concêntrica com um tambor sobre uma superfície plana. . . . . 132
3.50 Polia concêntrica com um tambor sobre uma superfície plana. . . . . 133
4.12 Forças atuantes em um veículo que faz uma curva horizontal. . . . . . 151
4.16 Cilindro oco girante com um bloco em sua superfície interna. . . . . . 153
4.19 Dinâmica de um sistema composto por uma roldana e duas cargas. . 155
gravitacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
4.24 Trabalho de uma força atuante sobre uma partícula que se move em
4.25 Trabalho realizado sobre uma partícula em duas trajetórias distintas. 163
4.26 Trabalho de uma força atuante sobre uma partícula que se move em
4.27 Trabalho de uma força para mover um caixote em um plano inclinado. 165
4.43 Impacto de um caixote com uma haste dotada de uma mola. . . . . . 190
4.44 Impacto de um colar com uma plataforma com duas molas. . . . . . . 191
4.50 Movimento de uma partícula sob a ação de seu próprio peso de módulo
P. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
6.6 O vetor ρ é xo no corpo rígido C, que tem velocidade angular ω. . . 261
6.8 Barra que gira em torno de uma linha que passa por uma de suas
extremidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264
6.9 Placa que gira em torno de uma linha que passa por sua base menor. 265
6.11 Giro em torno do eixo central de um corpo formado por placas em cruz.266
6.12 Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por uma de suas
extremidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 266
6.14 Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por um dos seus
extremos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268
6.21 Cilindro que gira em torno de seu próprio eixo, apoiado em dois mancais.277
6.22 Cargas em um cilindro que gira em torno de seu próprio eixo. . . . . 278
6.23 Barra que gira em torno de uma linha que passa por uma de suas
extremidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 280
6.24 Placa que gira em torno de uma linha que passa por sua base menor. 281
6.25 Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por um dos seus
extremos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
6.27 Uma base de vetores que translada mas não gira. . . . . . . . . . . . 282
em G. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 286
ponto O. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 290
6.33 Barra que gira em torno de uma linha que passa por uma de suas
extremidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 292
6.34 Placa que gira em torno de uma linha que passa por sua base menor. 292
6.36 Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por um dos seus
extremos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293
6.43 Barra que gira em torno de uma linha que passa por uma de suas
extremidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 301
6.46 Barra que gira em torno de uma linha que passa por uma de suas
extremidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 306
6.47 Placa que gira em torno de uma linha que passa por sua base menor. 306
6.49 Giro em torno do eixo central de um corpo formado por placas em cruz.307
LISTA DE FIGURAS 13
6.50 Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por um dos seus
extremos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
6.51 Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por um dos seus
extremos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
6.61 Polia se movendo juntamente com duas massas dsistintas presas por
cabos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322
6.62 Polia se movendo juntamente com duas massas dsistintas presas por
cabos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 323
6.69 Base de vetores para a barra com uma placa quadrada na extremidade.330
vertical. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 338
zontal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 340
mola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 350
16
Capítulo 1
Conceitos iniciais para a análise do
movimento dos sistemas
1.1 Introdução
Neste capítulo, é apresentada uma denição de referencial, é mostrada a diferença
1
1.2 Referenciais
Segundo TENENBAUM [1], quando se fala em movimento (mudança de posição),
relação a alguma coisa. Essa alguma coisa é uma entidade que chamamos referencial.
ciais. Por essa denição, três retas ortogonais X , Y e Z podem ser tomadas como
Figura 1.2: Corpo rígido como um referencial, associado a uma base de vetores.
2
Por uma questão de simplicidade, muitas vezes os referenciais são representados
aparecer nem o corpo rígido, nem as retas X, Y e Z, como mostra a Fig.1.3 (a).
3
1.3 Translação e rotação de um referencial
Diz-se que o movimento de um referencial R é de translação quando não há mu-
Note que, nos três exemplos mostrados na Fig.1.4, não há mudança de orientação,
pontos da trajetória.
4
A Fig.1.5 apresenta dois exemplos de movimento onde a rotação está presente: Em
(b) é apresentado um movimento rotação pura (quando pelo menos um ponto está
xo).
Observação:
Na Cinemática e na Dinâmica é importante que os referenciais envolvidos na aná-
Mas, uma terceira pessoa que esteja na rua vê ambos se movimentarem. Quando
é, depende do observador.
Esse problema da relatividade vai sempre ocorrer quando se quer analisar a variação
Portanto, é fundamental informar o referencial que essa derivada vai ser calculada.
Pois, dependendo do referencial escolhido, ela pode ser nula ou ter um valor muito
5
1.4 Teorema para a derivação temporal de um vetor
O leitor, mesmo sem se dar conta, já fez uso desse teorema, quando determinou a
v = ωu
v =ω×u
u
0 R 0
R seja a Terra, seja um vetor que liga os cumes de duas montanhas e ωR , a
6
Figura 1.7: Vetor u xo na Terral (R0 ), que se move em relação ao Sol (R).
R
du
No teorema enunciado a seguir o termo representa a derivada do vetor u, em
dt
relação ao tempo, com respeito ao referencial R.
R
du R 0
= ωR × u (1.1)
dt
velocidade angular de R0
R 0
Convém reiterar que ωR representa a em relação a R
0
e u representa um vetor xo em R.
Exemplo:
Suponha que R0 represente uma Polia de raio r xa no eixo de um Motor. Suponha
também que R represente o Motor, que é xo no solo, conforme mostrada na Fig.1.9.
M otor P olia
Neste caso, a velocidade angular da Polia em relação ao Motor, ω , poderá
R R 0
ser representada por ω .
7
Dado que, {E1 , E2 , E3 } é uma base de vetores ortonormais xa na Polia; P é um
Solução:
R
d OP
dt
OP = r (cos φ E1 + sen φ E2 )
Sabe-se que:
R 0
ω R = ω E3
e
R
du R 0
= ωR × u
dt
Sendo u substituído por OP, escreve-se:
R
d OP R 0
= ω R × OP
dt
R
d OP
= ω E3 × r (cos φ E1 + sen φ E2 )
dt
8
Efetuando o produto vetorial, encontra-se:
R
d OP
= ω r (−sen φ E1 + cos φ E2 )
dt
R
d OP √
= (−0, 45 E1 + 0, 45 3 E2 ) m/s
dt
disso, o vetor
R
ω R0
pode ser pensado como um operador diferencial temporal
de qualquer vetor u xo em R . 0
Observação:
Salvo em casos especiais, como no movimento plano de um corpo rígido, a veloci-
R 0
dade angular ωR não é a derivada de nenhum ângulo.
Exercício:
R 0
1. Mostre que a velocidade angular ωR é única.
Nota:
Em todo o texto desse livro, considere a seguinte notação para as derivadas temporais
R
d( )
(˙) = (1.2)
dt
e
R
d 2( )
(¨) = (1.3)
dt2
Por exemplo, para uma função θ(t),
R
dθ
θ̇ =
dt
e
R
d 2θ
θ̈ =
dt2
9
Movimento de um corpo rígido em um plano
Na Fig.1.10, está representado o movimento de um referencial R0 em relação ao
0
referencial R em um plano. O referencial R é um corpo rígido, onde está xada
R 0
ω R = θ̇ e3 (1.4)
R 0
Na Seção 1.5, é denida a aceleração angular, αR , como a derivada temporal da
R R0
velocidade angular ω , portanto:
R 0
αR = θ̈ e3 (1.5)
Exemplo:
A Fig.1.11 apresenta um corpo rígido R0 que se move em relação a um referencial
θ(t) = 8 t 1/2
10
determine, para t=4 s:
R 0
(a) O vetor velocidade angular, ωR ;
solução:
a)
R 0
ω R = θ̇ e3
θ̇(t) = 4 t −1/2
0
R
ω R = 4 t −1/2 e3
θ̇(4) = 2 rad/s
R 0
ω R = 2 rad/s e3
b)
R
d OQ R 0
= ω R × OQ
dt
11
OQ = 80 e1
R
d OQ
= 2 e3 × 80 e1
dt
R
d OQ
= 160 mm/s e2
dt
c)
R
d e1 R 0
= ω R × e1
dt
R
d e1
= 2 e3 × e1
dt
R
d e1
= 2 e2
dt
d) Com raciocínio análogo, encotra-se:
R
d e2
= −2 e1
dt
e)
R 0
αR = θ̈ e3
θ̈(t) = −2 t −3/2
12
Para um melhor entendimento do corolário a seguir, pense que R seja o Sol, R0 a
Terra e u, um vetor que une os centros de dois satélites que orbitam a Terra.
Figura 1.12: Vetor u que liga o centro de dois satélites sendo observado do Sol e da
Terra
R R 0
du d u R R0
= + ω ×u ∀u (1.6)
dt dt
Exemplo:
A barra OQ (referencial R0 ), mostrada na Fig.1.14, gira, em relação ao solo (refe-
rencial R), com velocidade angular constante, de módulo 1,5 rad/s (sentido anti-
a 30 ×10 −3
m do ponto O e está se afastando deste a uma taxa de 20 ×10−3 m/s,
13
isto é:
R0
d OP
= 20 ×10−3 m/s e1
dt
Determine a derivada temporal do vetor OP, com respeito ao referencial R (solo).
Solução:
R R0
d OP d OP R R0
= + ω × OP
dt dt
R0
d OP
= 20 ×10−3 m e1
dt
R 0
ω R = 1, 5 rad/s e3
OP = 30 ×10−3 m e1
14
Portanto,
R
d OP
= 20 ×10−3 e1 + 1, 5 e3 × (30 ×10−3 ) e1
dt
R
d OP
= (20 e1 + 45 e2 ) ×10−3 m/s
dt
15
O corolário que se segue ca melhor explicado se pensarmos que, para quem está
na Terra, o Sol gira com velocidade angular ω, para quem está no Sol, a Terra gira
R0 0
ω R = −R ω R (1.7)
Com base no próximo corolário, pode-se armar que a velocidade angular da Lua
00
(R ) em relação ao Sol (R) é igual a velocidade angular da Lua em relação à Terra
0
(R ) somada com a velocidade angular da Terra em relação ao Sol.
R 00 R0 00 0
ωR = ωR + RωR (1.8)
16
Exemplos:
1. Na Fig.1.15, o referencial R é xo no solo, R0 é xo no garfo e R00 é xo no disco.
0
A base de vetores {e1 , e2 , e3 } é xa em R . O garfo gira, em relação a R, com uma
R 0 R0 00
ω R = ω2 e2 e ω R = ω3 e3
00
Determine a velocidade angular do disco (R ), em relação ao solo (R).
Solução:
R 00 R0 00 0
ωR = ω R +R ω R
mas
R0 00
ω R = ω3 e3
e
R 0
ω R = ω2 e2
logo,
R 00
ω R = ω2 e2 + ω3 e3
disco de raio r gira, com velocidade angular de módulo constante φ̇, em relação à
17
Figura 1.16: Rotação plana de um disco e de uma barra.
Solução:
Note que o vetor QP é xo no disco (referencial R00 ). Logo, baseado no Teorema
1.1
R
d QP R 00
= ω R × QP
dt
e no Corolário 1.8
R 00 R0 00 0
ωR = ω R +R ω R
R 00
ω R = φ̇ e3 + θ̇ e3
R 00
ω R = (φ̇ + θ̇) e3
QP = r (cos φ e1 + sen φ e2 )
R
d QP
= (φ̇ + θ̇) e3 × r (cos φ e1 + sen φ e2 )
dt
R
d QP
= r (φ̇ + θ̇)(−sen φ e1 + cos φ e2 )
dt
R 0
R 0 d RωR
αR = (1.9)
dt
Ou seja, a aceleração angular de R0 em relação a R é a derivada, em relação ao
18
O Apêndice E.7 mostra um resultado importante que advém da denição anterior:
R0 0
R R0 d RωR
α = (1.10)
dt
O próximo corolário pode ser usado, por exemplo, para determinar a aceleração
00
angular da Lua (R ) em relação ao Sol (R).
R 00 R0 00 0 0 0 00
αR = αR +R αR +R ω R ×R ω R (1.11)
Exemplo:
Determine a aceleração angular do disco da Fig,1.15, em relação ao solo, sabendo
Solução:
ω3 da velocidade angular são constantes. Mas, como será visto a seguir, não é bem
R 00 R0 00 0 0 0 00
αR = αR +R αR +R ω R ×R ω R
Por denição:
R0 0 00
R0 R00 d R ωR
α =
dt
mas
R0 00
ω R = ω3 e3
logo
R0 R0
R0 R00 d ω3 d e3
α = e3 + ω3
dt dt
19
Como ω3 é constante então,
R0
d ω3
=0
dt
O vetor e3 é xo em R0 , neste caso,
R0
d e3
=0
dt
Portanto,
R0 00
αR = 0
Sabe-se que:
R 0
R R0 d RωR
α =
dt
mas
R 0
ω R = ω 2 e2
logo,
R R
R R0 d ω2 d e2
α = e2 + ω 2
dt dt
Como ω2 é constante então,
R
d ω2
=0
dt
0
O vetor e2 é xo em ambos referenciais (R e R), logo,
R
d e2
=0
dt
Neste caso,
R 0
αR = 0
Então,
R 00 0 0 00
αR = R
ω R ×R ω R
R 00
αR = ω2 e2 × ω3 e3
R 00
αR = ω2 ω3 e1
Donde se conclui que a aceleração do disco em relação ao solo não é nula, apesar
R 0 R0 00
de serem constantes os módulos das velocidades angulares ωR e ωR .
20
Capítulo 2
Cinemática da partícula
2.1 Introdução
A Cinemática é a parte da Mecânica que se ocupa em estudar o movimento dos sis-
Por exmplo:
• Corpos cujas dimensões não tenham grande inuência na análise do seu mo-
• Qualquer referencial que translade sem girar, caso em que todas partes do
prédio).
Ou seja, partícula não é necessariamente algo muito pequeno, com dimensões in-
corpo se mova com a mesma velocidade, para que seja considerado partícula.
21
2.2 Posição, velocidade e a aceleração de uma par-
tícula em relação a um referencial
Dene-se posição de uma partícula P, relativa a um ponto O, como o vetor que
liga o ponto O à partícula P. Este vetor pode ser representado por p
P/O
, portanto,
pP/O = OP (2.1)
rencial R. R
R P d OP
v = (2.2)
dt
22
Exemplo:
A Fig.2.3 mostra uma barra de comprimento r, que gira com velocidade angular de
Solução:
OP = r (cos θ i + sen θ j)
R
R P d OP
v =
dt
R
R P d
v = [r (cos θ i + sen θ j)]
dt
Os vetores , i j e k são xos no referencial R (solo), por isso suas derivadas tempo-
rais, com respeito a esse referencial são nulas. Como a distância de r é constante e
R P
v = θ̇ r (−sen θ i + cos θ j)
Note que, sendo O0 e O dois pontos distintos xos em R, como mostrado na Fig.2.4,
então vale a seguinte igualdade:
R
dOP R
d (OO0 + O0 P)
=
dt dt
R
dOP R
d OO0 R d O0 P
= +
dt dt dt
Como O e O0 são xos em R então,
23
R
d OO0
=0
dt
Neste caso,
R R 0
d OP OP
=
dt dt
Em face da Eq.2.2, pode-se concluir que também é válida a seguinte expressão para
R P
determinar a velocidade v :
R P
R
d O0 P
v = (2.3)
dt
Ou seja, não importa qual ponto xo em R seja escolhido para encontrar a derivada
24
Exemplo:
Os pontos O e O da Fig.2.5 estão xos em um referencial R (solo) e estão separados
0
por uma distância L . A barra OP, de comprimento r , gira com velocidade angular
(a) o vetor OP
(b) o vetor O0 P
Solução:
R P
v = θ̇ r (−sen θ i + cos θ j)
O0 P = OO0 + OP
neste caso,
R P
R
d OP R
d O0 P R P
v = = = v = θ̇ r (−sen θ i + cos θ j)
dt dt
25
A aceleração R aP da partícula P, em relação ao referencial R, é, por denição, a
R P
derivada temporal da velocidade v , com respeito a R:
R R P
R P d v
a = (2.4)
dt
Substituindo a Eq.2.2 na Eq.2.4, encontra-se:
R 2
R P d OP
a = (2.5)
dt2
Isto é, a aceleração de uma partícula pode ser encontrada pela derivada segunda,
Assim como ocorreu com a velocidade, não importa qual seja o ponto O ou O0 esco-
26
Dicas para resolver os primeiros exercícios propostos nesta seção:
O principal objetivo dos próximos exercícios é encontrar os vetores posição, velo-
• Encontre
R P
v derivando OP em relação ao tempo;
R P R P
• Encontre a aceleração a derivando v em relação ao tempo.
i, j e k são xos em R (solo), portanto, suas derivadas temporais são todas nulas.
Exercícios propostos:
27
Resposta:
(a) OP = (r cos θ + L) i
R P
(b) v = (−r θ̇ sen θ) i
R P
(c) a = −r(θ̈ sen θ + θ̇ 2 cos θ) i
3. A Fig.2.9 mostra um garfo escocês, que conduz dois pinos ao longo de uma
aceleração do pino P.
28
Figura 2.9: Garfo escocês conduzindo dois pinos por uma trajetória elíptica.
Resposta:
√ !
4 2
OP = i + j cm
3
R P 2
v = 2 i − √ j cm/s
3 2
√
a = (1, 5 i − 2 j) cm/s2
R P
OP = [9t i + (12t − 4, 9 t2 ) j] m
R P
(a) A velocidade v da partícula em relação ao referencial R;
R P
(b) A respectiva aceleração a .
29
Resposta:
R P
(a) v = (9 i − 7, 6 j) m/s
(b) a = −9, 8 j m/s2
R P
30
Dicas para resolver os próximos exercícios:
O objetivo desses exercícios é encontrar a posição x e a velocidade v de uma
ração.
dv = a dt
Z v Z t
dv = a dt
v0 t0
Onde:
31
Quando se conhece o módulo da aceleração a, a expressão anterior pode ser
do tipo: v = f (t).
De forma semelhante, a velocidade de P pode encontrada da seguinte maneira:
dx
v= (2.8)
dt
dx = v dt
Z x Z t
dx = v dt
x0 t0
Onde:
Outra expressão que pode ser útil é obtida isolando dt das Eqs.2.6 e 2.8.
dv dx
=
a v
v dv = a dx (2.10)
Logo, Z v Z x
v dv = a dx
v0 x0
Portanto,
x
v 2 v02
Z
− = a dx
2 2 x0
Z x
2
v = v02 +2 a dx (2.11)
x0
partícula: v = f (x).
Essa expressão também é util na obtenção da relação entre v e x quando o
32
uniforme, isto é:
R P
a =0
Resposta:
(a)
v = v0 (2.12)
(b)
x = x0 + v 0 t (2.13)
R P
a = ki
33
(c) Utlilize a Eq.2.11 para determinar a expressão v em funçao de x
(d) Plote um gráco de v × t;
(e) Plote um gráco de x × t;
(f ) Plote um gráco de v × x;
Resposta:
(a)
v = v0 + a t (2.14)
(b)
1
x = x0 + v0 t + a t2 (2.15)
2
(c) Equação de Torricelli
v 2 = v02 + 2a (x − xo ) (2.16)
q
v= v02 + 2a (x − xo ) (2.17)
R P
a = −k v 2 i
34
Figura 2.14: Corpo sujeito a um arrasto aerodinâmico.
Resposta:
(a)
1
v=
k t + 1/v0
(b)
(c)
v = v0 e−k x
35
8. A aceleração da haste de um amortecedor é proporcional à sua velocidade:
R P
a = −k v i
É dado que x0 = 0.
Resposta:
(a)
v = v0 e−k t
(b)
v0
x= (1 − e−k t )
k
(c)
v = v0 − k x
36
Figura 2.17: Cinemática da haste de um amortecedor a = −k v .
37
2.3 Posição, velocidade e aceleração relativa
Dentre outras aplicações, o conhecimento da posição, da velocidade e da aceleração
veículos são considerados pontos que se movem em um espaço, que pode ser bi ou
tridimensional.
Como visto na Seção 2.2, a posição relativa entre dois pontos P e Q é dada, pela a
Eq.2.1, repetida a seguir:
pP/Q = QP
QP = OP − OQ (2.18)
R
R P/Q dQP
v = (2.19)
dt
Logo
R
R P/Q dOP R dOQ
v = −
dt dt
Com base na denição de velocidade (Eq.2.2), e sendo O um ponto xo em R, pode
se concluir que a velocidade relativa entre P e Q, com respeito ao referencial R, é
38
dada por:
R P/Q
v =R vP −R vQ (2.20)
R P/Q R P
a = a −R aQ (2.22)
Note que a velocidade relativa entre P e O' com respeito a R, para os pontos da
R P/O0 R P 0
v = v −R v O
anterior se reduz a:
R P/O0 R P
v = v (2.23)
R P/O0
A aceleração relativa é obtida pela derivada temporal de v , com respeito a R,
39
logo:
R P/O0 R P
a = a (2.24)
R P/O0
Portanto, se o ponto O0 for xo em R, a velocidade relativa v é igual a ve-
absoluta e
R P
a , uma aceleração absoluta de P com respeito ao referencial R.
40
Passos para resolver um exercício completo onde, se pede a posição, a
velocidade e a aceleração relativa no plano.
(f ) Encontre a velocidade de Q: R v Q ;
Exercícios propostos:
constante de 80 km/h.
Determine:
41
(b) a velocidade relativa entre PeQ
Resposta:
Resposta:
R P/Q
√
v = (1250 i + 500 3 j) km/h;
OP = xi + yj
Onde :
x = v0x t
e
1 2
y = v0y t − gt
2
Onde g representa a aceleração da gravidade e v0x e v0y são constantes.
42
Figura 2.22: Posição, velocidade e aceleração relativa entre os pontos P e Q.
Resposta:
QP = v0x t − 12 a t2 i + v0y t − 21 g t2 j;
(a)
R P/Q
(b) v = −t(a i + g j);
R P/Q
(c) a = −(a i + g j).
43
2.4 Coordenadas polares
Nos problemas que envolvem movimento plano, as vezes é conveniente que adotar
uma base móvel para escrever os vetores posição, velocidade e aceleração de uma
partícula P.
Não é uma regra geral, mas as coordenadas polares podem ser úteis na solução de
problemas que envolvem corpos que se move em torno de um ponto xo, como nos
que k = er × eθ .
Antes de denir a posição, a velocidade e a aceleração da partícula P nessas coor-
por:
R
der R 0
= ω R × er
dt
44
R 0
ωR é dada , segundo a Eq.1.5, por:
R 0
ω R = θ̇ k
Neste caso,
R
der
= θ̇ k × er
dt
R
der
= θ̇ eθ
dt
Em uma forma mais compacta, a expressão anterior pode ser escrita da seguinte
forma:
ėr = θ̇ eθ (2.25)
OP = r er (2.27)
R P
v = ṙ er + r θ̇ eθ (2.28)
R P
a = (r̈ − r θ̇2 ) er + (r θ̈ + 2ṙ θ̇) eθ (2.29)
45
Exemplo:
Para o instante t = 1 s, determine a posição, a velocidade e a aceleração de um
r = (0, 50 + 0, 25 t2 ) m
θ = (0, 10 t3 + 0, 20 t2 ) rad
Solução:
OP = r er
r = 0, 50 + 0, 25 t2
r = 0, 75 m
OP = 0, 75 er m
R P
v = ṙ er + r θ̇ eθ
ṙ = 0, 50 t
ṙ = 0, 50 m/s
θ̇ = 0, 30 t2 + 0, 40 t
θ̇ = 0, 70 rad/s
R P
v = (0, 50 er + 0, 525 eθ ) m/s
R P
a = (r̈ − r θ̇2 ) er + (r θ̈ + 2ṙ θ̇) eθ
r̈ = 0, 5
r̈ = 1 m/s2
46
θ̈ = 0, 60 t + 0, 40
θ̈ = 0, 5 rad/s2
Fig.2.25. Algumas trajetórias clássicas podem ser encontras nas diversas publicações
Por exemplo:
Exercício resolvido:
1. A placa metálica da Fig.2.26 possui uma ranhura que descreve uma curva de
Arquimedes da forma:
r = bθ
de θ, θ̇ e θ̈.
47
Figura 2.26: Placa ranhurada segundo uma curva de Arquimedes.
Solução:
OP = r er
r = bθ
OP = b θ er
R P
v = ṙ er + r θ̇ eθ
R P
v = b θ̇ (er + θ eθ )
R P
a = (r̈ − r θ̇2 ) er + (r θ̈ + 2ṙ θ̇) eθ
R P
a = b [(θ̈ − θ θ̇2 ) er + (θ θ̈ + 2 θ̇2 ) eθ ]
48
Exercícios propostos:
2. Determine a posição a velocidade e a aceleração de um pino que se desloca
r = b (1 + cos θ)
Resposta:
OP = b (1 + cos θ) er
v = −b θ̇ [sen θ er + (1 + cos θ) eθ ]
a = −b [θ̈ sen θ + θ̇ 2 cos θ + (1 + cos θ)] er + b [θ̈ (1 + cos θ) − 2 b θ̇ 2 sen θ] eθ
49
Dica:
v0 2 v02
Resposta : θ̇ = sen 2 θ θ̈ = sen 3 θ cos θ
h h2
4. O cursor esquematizado na Fig.2.29 se desloca verticalmente com velocidade
v0 2 v02
Resposta : θ̇ = cos2 θ θ̈ = − sen θ cos3 θ
b b2
5. A Fig.2.30 descreve um cursor que se desloca com velocidade constante v0 = 1,2 m/s,
o
ao longo de uma guia inclinada de φ = 60 , em relação à horizontal. A dis-
50
Figura 2.30: Movimento inclinado de um cursor.
51
7. O braço ranhurado mostrado na Fig.2.32, gira, no sentido antihorário, com
Resposta:
c
OP = 2 b sen (θ + α) er onde α = arctan
h
vP = 2 b θ̇[cos(θ + α) er + sen (θ + α) eθ ]
52
Os próximos exercícios são aplicações das coordenadas polares nos cames. Nes-
p = b (1 + cos φ)
53
Figura 2.34: Came com o formato de uma cardióide.
Solução:
OP = p j
OP = b (1 + cos φ) j
φ + θ = 90o
cos φ = sen θ
OP = b (1 + sen θ) j
A velocidade pode ser encontrada derivando a expressão anterior em relação
ao tempo.
vP = b θ̇ cos θ j
A derivada temporal da expressão anterior fornece a aceleração.
54
9. A distância p, da origem O a um ponto P, localizado na superfície de uma
p = bφ
Resposta : OP = (2 π − θ) b i vP = −b θ̇ i aP = −b θ̈ i
55
2.5 Coordenadas normal e tangencial
Outra forma de estudar a cinemática de uma partícula, que se move ao longo uma
Essas coordenadas são muito úteis na solução de problemas que envolvem o movi-
plano. Para exemplicar, pode-se pensar essa trajetória como uma estrada sinuosa,
por onde um automóvel trafega. Na gura, P e P' representam dois pontos distin-
tos, porém muito próximos, dessa trajetória.
tesimal, pode-se admitir que PP' seja um arco de círculo com centro em C e raio ρ.
O ponto C é denominado centro de curvatura instantêneo e ρ, raio de curva-
tura instantâneo. O centro e o raio de curvatura não são xos, eles podem mudar,
É calro que P e P' são pontos da trajetória por onde a partícula passa. Porém,
56
posição de P), é dada por:
p = OP (2.30)
R
R P dOP
v =
dt
Substituindo na expressão anterior a Eq.2.30, vem:
R
R P dp
v = (2.31)
dt
dp = ds et
R
R P ds
v = et
dt
Como ds é um escalar, é dispensável o superíndice R da expressão anterior. Neste
R P ds
v = et (2.32)
dt
R P
Donde se conclui que a velocidade v é tangente à trajetória.
R P
É comum representar o módulo de v por v, nesse caso,
ds
v= (2.33)
dt
Portanto,
R P
v = v et (2.34)
ds = ρ dφ (2.35)
57
dφ
v=ρ
dt
Em uma forma mais compacta, escreve-se:
v = ρ φ̇ (2.36)
ou
v
φ̇ = (2.37)
ρ
A velocidade angular do referencial R0 em relação a R é dada, de acordo com a
Eq.1.5, por:
R 0
ω R = φ̇ k (2.38)
Por denição, a aceleração da partícula que passa por P (ou simplesmente acelera-
ção de P), em relação a R é dada por:
R R P
R P d v
a =
dt
R
R P d(v et )
a =
dt
R
R P dv d et
a = et + v
dt dt
R P dv
a = et + v φ̇ k × et
dt
R P dv
a = et + v φ̇ en
dt
R P dv v2
a = et + en (2.39)
dt ρ
dv
Para encontrar , pode-se recorrer a derivada em relação ao tempo da Eq.2.36.
dt
Essa derivada dá como resultado a seguinte igualdade:
dv
= ρ̇ φ̇ + ρ φ̈ (2.40)
dt
58
Em problemas onde a trajetória da partícula é expressa por uma função y = f (x),
o raio de curvatura ρ é dado, de acordo com a Eq.A.8 (Apêndice A), por:
h i3/2
dy 2
1+ dx
ρ= d2 y
(2.41)
dx2
Z x2
" 2 #1/2
dy
s= 1+ dx (2.42)
x1 dx
Nota-se que, assim como nas coordenadas polares, as equações que descrevem o
tempo.
59
Resumo...
• Vetor velocidade
v = v et
dφ
v=ρ
dt
v = ρ φ̇
v = ρ φ̇ et
• Vetor aceleração
dv v2
a= et + en
dt ρ
v = ρ φ̇
dv
= ρ̇ φ̇ + ρ φ̈
dt
v2
= ρ φ̇ 2
ρ
a = (ρ̇ φ̇ + ρ φ̈) et + ρ φ̇ 2 en
• Raio de curvatura
h i3/2
dy 2
1+ dx
ρ= d2 y
dx2
60
• Distância percorrida
Z x2
" 2 #1/2
dy
s= 1+ dx
x1 dx
61
2.6 Movimento de duas ou mais partículas interco-
nectadas
Nesta seção é estudada a cinemática dos corpos que apresentam movimentos que
são vínculados por cabos ou por os inextensíveis. É um assunto fundamental para
máquinas que são acionados por cabos e roldanas, como nos elevadores e nas pontes
rolantes.
Exercício resolvido:
1. Os blocos A e B estão presos por um cabo inextensível que passa por uma rol-
dana xa no teto. Sabe-se que, no instante mostrado, o bloco A está descendo
Solução:
Comprimento do cabo
L = sA + sB + c
62
Onde "c"representa o comprimento do cabo em torno da roldana.
ṡA + ṡB = 0
A expressão anterior mostra que o módulo da velocidade dos blocos são iguais
s̈A + s̈B = 0
A expressão anterior informa que o módulo das acelerações dos blocos são
iguais.
Exercícios propostos:
2. A Fig.2.41 apresenta dois blocos suspensos por um cabo que passa por três
L = s 1 + 2 s 2 + c1 + c2 + c3 + c4
das três roldanas e c4 , o comprimento de cabo que vai do solo até a roldana à
63
direita.
Resposta: v2 = v1 /2 e a2 = a1 /2.
inextensível liga este bloco a outro designado por B. Se A sobe o plano incli-
nado com velocidade vA e aceleração aA , determine a velocidade e aceleração
de B.
L = s A + 2 s B + c1 + c2
Resposta: vB = vA /2 e aB = aA /2
bloco 2.
64
Figura 2.43: Movimento vinculado de dois corpos.
Resposta: v2 = v1 /3 e a2 = a1 /3.
tante. Isso faz com que o ponto A desça com velocidade constante de 0,8 m/s.
Determinea velocidade de subida do bloco.
A 2
se mova com velocidade de 1,8 m/s e aceleração 0,24 m/s . Determine a
65
Figura 2.45: Movimento horizontal de um bloco impulsionado por um motor, por
na Fig.2.47.
Note que, neste exercício aparecem dois cabos. Para o cabo à mais a esquerda,
66
sA + 2 s2 = constante 1
Para o cabo mais à direita, tem-se:
sB + sB − s2 = constante 2
ou seja:
s2 = 2 sB − constante 2
Figura 2.47: Movimento vinculado de dois corpos vinculados por dois cabos.
Resposta: vA = −4 vB .
Fig.2.48.
67
Figura 2.48: Movimento vinculado de dois corpos vinculados por dois cabos.
Resposta: v1 = −4 v2 .
68
Figura 2.49: Talha para elevação de uma massa.
Resposta: v = 1/4 vP .
69
2.7 Teoremas cinemáticos para velocidades e acele-
rações
No caso geral, como ocorre no movimento em três dimensões, pode-se recorrer aos
uma partícula.
expressas por:
R P R0 0
v = vP +R vQ +R ω R × QP (2.43)
R P R0 P 0 0 0 0 0
a = a +R aQ +R ω R × (R ω R × QP) +R αR × QP + 2R ω R ×R vP (2.44)
Demonstração:
Por denição, vide Eq.2.2,
R
R P dOP
v =
dt
Mas
OP = OQ + QP
70
Logo,
R
R P dOQ R dQP
v = +
dt dt
O primeiro termo do segundo membro da equação anterior é, por denição a velo-
R
R P dQP
v =R vQ +
dt
Aplicando a Eq.1.6 ao vetor QP, vem:
R0
R P R Q dQP R R0
v = v + + ω × QP
dt
Por denição, o segundo termo do segundo membro da equação anterior é a veloci-
R P R Q 0 0
v = v +R vP +R ω R × QP
Ou
R P R0 0
v = vP +R vQ +R ω R × QP
R R P
R P d v
a =
dt
Substituindo na equação anterior a Eq.2.43, vem:
R R0 0
d vP R R Q
R
dR ω R R
R P d v 0 dQP
a = + + × QP +R ω R ×
dt dt dt dt
R0 R0
R0
d v P R R0 R0 P R Q R R0
R P 0 dQP R R0
a = + ω × v + a + α ×QP+R ω R × + ω × QP
dt dt
R P R0 P R R0 R0 P R Q R R0 R R0 R0 P R R0
a = a + ω × v + a + α × QP + ω × v + ω × QP
Portanto,
R P R0 P 0 0 0 0 0
a = a +R aQ +R ω R × (R ω R × QP) +R αR × QP + 2 R ω R ×R vP
71
Exercício resolvido:
1. Na Fig.2.51, o suporte R1 é xo no solo, ao passo que a peça R2 gira, em re-
lação ao suporte, com velocidade angular de módulo constante ω . A peça R2
Solução:
R1
vP = R2 P
v +R1 vQ +R1 ω R2 × QP
R2 P
v = u e1
R1 Q
v = v e2
R1
ω R2 = ω e2
QP = r e1
R1
ω R2 × QP = −ω r e3
Portanto,
R1
vP = u e1 + v e2 − ω r e3
R1 P R2 P
a = a +R1 aQ +R1 ω R2 × (R1 ω R2 × QP) +R1 αR2 × QP + 2R1 ω R2 ×R2 vP
R2 P
a =R1 aQ =R1 αR2 = 0
R1
ω R2 × (R1 ω R2 × QP) = ω e2 × (−ω r e3 ) = −ω 2 r e1
72
2R1 ω R2 ×R2 vP = 2 ω e2 × u e1 = −2ω u e3
Então,
R1 P
a = −(ω 2 r e1 + 2ω u e3 )
Exercícios propostos:
2. A lança R3 do guindaste esquematizado na Fig.2.52, gira com velocidade e
R1
√
ω R3 = [0, 25 e1 + 0, 25 3 e2 + 0, 40 e3 ] rad/s
√
R1
αR3 = [0, 10 3 e1 − 0, 10 e2 ] rad/s2
R1
√
vQ = [16 e1 − 10 3 e3 ] m/s
a = [−13, 9 e1 + 4, 33 e2 + 8 e3 ] m/s2
R1 Q
Figura 2.52: Guindaste girante com lança que se ergue movimentando uma carga.
Resposta:
R1
vP = [10, 365 e1 − 19, 881 e2 − 16, 281 e3 ] m/s
a = [−13, 291 e1 + 7, 304 e2 + 0, 8 e3 ] m/s2
R1 P
73
da guia de raio r, de tal forma que θ̇ seja constante. Sendo {e1 , e2 , e3 } uma
o
Figura 2.53: Guia girante na forma de um setor circular de 90 .
Resposta:
R2 P
(a) v = θ̇ r e2
R1
(b) ω R2 = ω(sen θ e1 + cos θ e2 )
R1 P
(c) v = r (θ̇ e2 − ω cos θ e3 )
R2 P
(d) a = −θ̈ r e1
R1 P
(e) a = −r (ω 2 cos2 θ + θ̇2 ) e1 + ω 2 r sen θ cos θ e2 + 2 ω θ̇ r sen θ e3
74
(d) A aceleração da esfera P em relação a R1 .
Resposta:
R1
(a) ω R3 = ω sen θ e1 + ω cos θ e2 + θ̇ e3
R P
(b) 1 v = v e1 + θ̇ r e2 − ω r e3
R R3
(c) 1 α = ω θ̇ (cos θ e1 − sen θ e2 )
R P 2 2 2 2
(d) 1 a = −r (ω̇ cos θ + θ̇ ) e1 + (ω r sen θ cos θ + 2 θ̇ v) e2 + 2 ω (θ̇ r sen θ −
v cos θ) e3
r = r0 sen Ω t
75
(g) A aceleração angular de R3 em relação a R1 ;
(h) A aceleração de P em relação a R1 .
Resposta:
R3
(a) vP = r0 Ω cos Ω t e1
R P 2
(b) 3 a = −r0 Ω sen Ω t e1
R P
(c) 2 v = r0 (Ω cos Ω t e1 + θ̇ sen Ω t e2 )
R P 2 2
(d) 2 a = −r0 [sen Ω t (Ω + θ̇ ) e1 + 2 θ̇ Ω cos Ω t e2 ]
R R
(e) 1 ω 3 = ω sen θ e1 + ω cos θ e2 + θ̇ e3
R P
(f ) 1 v = r0 (Ω cos Ω t e1 + θ̇ sen Ω t e2 − ω cos θ sen Ω t e3 )
R R
(g) 1 α 3 = ω θ̇ (cos θ e1 − sen θ e2 )
R P 2 2 2 2 2
(h) 1 a = −r0 sen Ω t (Ω +θ̇ +ω cos θ) e1 +r0 (2 θ̇ cos Ω t+ω sen θ cos θ sen Ω t) e2 +
76
Capítulo 3
Cinemática do corpo rígido
3.1 Introdução
Corpo rígido é qualquer sistema cujas variações das distâncias entre suas partículas
Deve car claro que um mesmo corpo pode ser considerado rígido em um fenômeno
77
3.2 Relações entre as Cinemáticas de duas partícu-
las de um corpo rígido que se move no espaço
Sejam dois pontos quaisquer P e Q de um corpo rígido que se move no espaço, como
esquematicamente mostrado na Fig.3.1. As velocidade de P e de Q se relacionam
R P R0 0
v = vP +R vQ +R ω R × QP
Onde R0 representa um referencial xo no corpo rígido (pode-se pensar que R0 seja
se move no espaço, vale a seguinte relação entre as velocidades de dois de seus pontos:
R P 0
v =R vQ +R ω R × QP (3.1)
R P R0 P 0 0 0 0 0
a = a +R aQ +R ω R × (R ω R × QP) +R αR × QP + 2R ω R ×R vP
R P R Q 0 0 0
a = a +R ω R × (R ω R × QP) +R αR × QP (3.2)
Convém que reiterar que, de acordo com as Eqs.1.8 e E.17, se dois referenciais
78
distintos R0 e R00 se movem, de forma independente, em relação a um referencial R,
então suas velocidades e acelerações angulares e se relacionam, respectivamente por:
R 00 R0 00 0
ωR = ω R +R ω R (3.3)
R 00 R0 00 0 0 0 00
αR = αR +R αR +R ω R ×R ω R (3.4)
79
Recomendações para resolver os exercícios a seguir:
O objetivo nal da maioria dos exercícios desta seção é determinar a velocidade e a
Basicamente, apenas as quatro equações vetoriais a seguir são necessárias para re-
solver os problemas:
R 00 R0 00 0
ωR = ω R +R ω R
R 00 R0 00 0 0 0 00
αR = αR +R αR +R ω R ×R ω R
R P 0
v =R vQ +R ω R × QP
R P R Q 0 0 0
a = a +R ω R × (R ω R × QP) +R αR × QP
relação ao solo.
80
Exercício resolvido:
1. O suporte R1 R2 , de comprimento
mostrado na Fig.3.3 é xo no solo e a barra
São dados:
π
θ= θ̇ = 0, 5 rad/s θ̈ = 0, 25 rad/s2
6
π
φ= φ̇ = 1, 2 rad/s φ̈ = 0, 4 rad/s2
3
L = 70 mm r = 25 mm.
Solução:
(a)
R1
ω R3 =R1 ω R2 +R2 ω R3
R1
ω R2 = θ̇ e3
81
R2
ω R3 = φ̇ e3
R1
ω R3 = 1, 7 rad/s e3
(b)
R1
vQ =R1 ω R2 × OQ
OQ = L e1
R1
vQ = 35 × 10−3 m/s e2 (c)
R1
vP =R1 vQ +R1 ω R3 × QP
QP = r (cos φ e1 + sen φ) e2
√
QP = (12, 5 e1 + 12, 5 3 e2 ) × 10−3 m
√
ω × QP = (−21, 25 3 e1 + 21, 25 e2 ) × 10−3 m/s
R1 R3
√
v = (−21, 25 3 e1 + 56, 25 e2 ) × 10−3 m/s
R1 P
(d)
R1
αR3 =R1 αR2 +R2 αR3 +R1 ω R2 ×R2 ω R3
R1
αR2 = θ̈ e3
R1
αR2 = 0, 25 rad/s2 e3
R2
αR3 = φ̈ e3
R2
αR3 = 0, 40 rad/s2 e3
R1
ω R2 ×R2 ω R3 = 0
R1
αR3 = 0, 65 rad/s2 e3
(e)
R1 P
a =R1 aQ +R1 ω R3 × (R1 ω R3 × QP) +R1 αR3 × QP
R1 Q
a = −L θ̇2 e1 + L θ̈ e2
√
ω × (R1 ω R3 × QP) = −36, 125 (e1 + 3 e2 ) × 10−3 m/s2
R1 R3
√
α × QP == −8, 125 ( 3e1 − e2 ) × 10−3 m/s2
R1 R3
R1 P
a = −(67, 698 e1 + 36, 945 e2 + 0 e3 ) m/s2
82
Exercícios propostos;
2. O conjunto eixo-hélice R3 esquematizado na Fig.3.4 gira, com velocidade e
no solo R1 .
São dados:
π
θ= θ̇ = 0, 4 rad/s θ̈ = 0, 1 rad/s2
6
ψ=0 ψ̇ = 0, 8 rad/s ψ̈ = 0, 2 rad/s2
L = 50 mm r = 20 mm
Considerando que a base {e1 , e2 , e3 } seja xa na carcaça do motor (R2 ), de-
termine:
motor R2 ;
(d) A aceleração angular do conjunto eixo-hélice R3 em relação à carcaça do
motor R2 ;
83
(e) A velocidade angular do conjunto eixo-hélice R3 em relação à base xa
R1 ;
(f ) A aceleração angular do conjunto eixo-hélice R3 em relação à base xa R1 ;
(g) O vetor OQ;
(h) A velocidade do ponto Q em relação à base xa;
(i) A aceleração do ponto Q em relação à base xa;
(j) O vetor QP;
(k) A velocidade do ponto P em relação à base xa;
(l) A aceleração do ponto P em relação à base xa.
Resposta:
R1
(a) ω R2 = 0, 40 rad/s e3 ;
R R 2
(b) 1 α 2 = 0, 10 rad/s e3 ;
R R
(c) 2 ω 3 = 0, 80 rad/s e1 ;
R R 2
(d) 2 α 3 = 0, 20 rad/s e1 ;
R R
(e) 1 ω 3 = (0, 80 e1 + 0, 40 e3 ) rad/s ;
R R 2
(f ) 1 α 3 = (0, 20 e1 + 0, 32 e2 + 0, 10 e3 ) rad/s ;
(g) OQ = 50 mm e1 ;
R Q
(h) 1 v = 20 mm/s e2 ;
R Q 2
(i) 1 a = (−8 e1 + 5 e2 ) mm/s ;
(j) QP = 20 mm e2 ;
R P
(k) 1 v = (−8 e1 + 20 e2 + 16 e3 ) mm/s;
R P 2
(l) 1 a = (−10 e1 − 11 e2 + 4 e3 ) mm/s .
84
3. O guindaste esquematizado na Fig.3.5 possui uma lança, de comprimento L,
inclinada de θ, em relação à horizontal. A lança se eleva a uma taxa constante
Figura 3.5: Guindaste elevando uma carga verticalmente com velocidade de módulo
constante.
São dados:
β=0 β̇ = 0, 50 rad/s
π
θ= θ̇ = 0, 40 rad/s
6
L = 40 m v = 1, 2 m/s
Resposta:
R1
√
(a) ω R2 = 0, 25 (e1 + 3 e2 ) rad/s;
R R
(b) 2 ω 3 = 0, 40 rad/s e3 ;
R R
√
(c) 1 ω 3 = (0, 25 e1 + 0, 25 3 e2 + 0, 40 e3 ) rad/s ;
R R
√ 2
(d) 1 α 3 = 0, 10 ( 3 e1 − e2 ) rad/s ;
R Q
√
(e) 1 v = (16 e2 − 10 3 e3 ) m/s;
R Q 2
(f ) 1 a = (−13, 90 e1 + 4, 33 e2 + 8 e3 ) m/s .
85
4. Na análise da Dinâmica dos corpos rígidos, muitas vezes há a necessidade
São dados:
• B= (0,15 0,10) m
• C= (0,40 0,15) m
• Lg = 0, 060 m
• vB = (−0, 44 i + 0, 76 j) m/s
• aB = −(4, 66 i + 0, 67 j) m/s
2
• ω BC = −3, 00 k rad/s
Resposta:
vG = (−0.57 i + 0, 63 j) m/s
aG = −(5, 27 i + 0, 52 j) m/s2 .
86
Os próximos exercícios dizem respeito à análise da cinemática e um conjunto
determinar vB .
vB = vA + ω AB × AB
dade:
vC = vB + ω BC × BC
87
Use a equação a seguir para encontrar ω DC
vC = vD + ω DC × DC
aB = aA + ω AB × ω AB × AB + αAB × AB
(
aC = aD + ω DC × ω DC × DC + αDC × DC
aC = aB + ω BC × ω BC × BC + αBC × BC
(f ) A aceleração do ponto C;
de C
aG = aB + ω BC × ω BC × BG + αBC × BG
Resposta:
88
(c) ω DC = 1.1250 k rad/s;
(f ) aC = −(365.625 i + 101.250 j) 2
mm/s .
Resposta:
(c) ω DC = −2 k rad/s;
(d) aB = (0 i − 240 j) 2
mm/s ;
89
(f ) aC = −(384 i − 1968 j) 2
mm/s ;
90
7. Idem para o mecanismo esquematizado na Fig.3.9
Resposta:
(a) vB = (0 i − 80 j) mm/s;
(d) aB = (−320 i + 0 j) 2
mm/s ;
(f ) aC = (−460.288 i + 20.48 j) 2
mm/s ;
91
8. Idem para o mecanismo esquematizado na Fig.3.10
Resposta:
(f ) aC = (70 i + 187.50 j) 2
mm/s ;
92
9. Idem para o mecanismo da Fig.3.11
Resposta:
(d) aB = (0 i + 312.50 j) 2
mm/s ;
(f ) aC = −(173.611 i + 555.556 j) 2
mm/s ;
93
10. Idem para o mecanismo da Fig.3.12
Resposta:
(f ) aC = (−2928.64 i + 5437.44 j) 2
mm/s ;
94
11. Idem para o mecanismo da Fig.3.13
Resposta:
(f ) aC = (1870 i + 2830 j) 2
mm/s ;
95
12. Idem para o mecanismo da Fig.3.14
Resposta:
(f ) aC = (1767.86 i + 53.57 j) 2
mm/s ;
96
13. Idem para o mecanismo da Fig.3.15
Resposta:
(f ) aC = (662.857 i − 502.857 j) 2
mm/s ;
97
14. A Fig.3.16 mostra esquematicamente uma montagem denominada mecanismo
200 mm, gira com velocidade angular de módulo constante 10 rad/s, no sentido
horário (θ̇ negativo). Dado que a distância AC mede 200 mm, determine a
Resposta:
ω CD = −5 rad/s; αCD = 0.
construídos de tal forma que AC seja maior do que AB. Dado que na Fig.3.16
Resposta:
aceleração angular da barra com rasgo CD, quando a manivela AB está na po-
no sentido anti-horário. São dados: b = 400 mm, h = 200 mm, r = 200 mm.
98
Figura 3.17: Mecanismo de retorno rápido.
Resposta:
Resposta:
99
3.3 Barras com movimentos restritos nas extremi-
dades
O objetivo desta seção é analisar a cinemática de um mecanismo formado por uma
barra rígida e dois cursores, como esquematizado na Fig.3.19. Note que o movimento
instantânea e a trajetória de B.
Sendo R um referencial qualquer e R0 xo na barra, pode-se armar, com base nas
seguinte forma:
R B 0
v =R vA +R ω R × AB (3.5)
R B R A 0 0 0
a = a +R ω R × (R ω R × AB) +R αR × AB (3.6)
res da Eq.3.6. Portanto, é necessário fornecer mais duas equações, para solucionar
o problema.
Em certas situações, pode-se impor que não haja rotação, nem aceleração angular,
da barra em torno do seu próprio eixo. Ou seja, supõem-se que, tanto a velocidade
100
problema pode ser resolvido.
R 0
ω R · AB = 0 (3.7)
R 0
αR · AB = 0 (3.8)
Nota:
Neste tipo de problema, pode-se considerar que os componentes de rotação em torno
(1) Resolver o sistema de equações lineares formado pelas duas equações vetorias a
seguir: (
R B 0
v =R vA +R ω R × AB
R R0
ω · AB = 0
A solução do sistema anterior é formada pelo o módulo vB , da velocidade de B,
R R0 0
e os componentes ωi , da velocidade angular ω da barra AB (R ).
equações vetoriais:
( 0 0 0
R B
a = R aA +R ω R × (R ω R × AB) +R αR × AB
R R0
α · AB = 0
O exercício resolvido a seguir mostra como obter e aplicar esses sistemas, para des-
crever a cinemática de um mecanismo que apresenta uma barra com rotação restrita.
101
Exercício resolvido:
1. O colar A, da Fig.3.20, se desloca, ao longo do eixo X, com velocidade de
2
módulo 4 mm/s e aceleração de módulo 2 mm/s . O colar B se liga a A por
Solução:
(a)
AB = B − A
A = (25, 0, 0) mm
AB = (−25 i + 30 j + 30 k) mm
(b) e (c)
R B 0
v =R vA +R ω R × AB
R B
v = vB j
R A
v = 4 mm/s i
102
04 i j k i j
vB = 0 + ω1 ω2 ω3 ω1 ω2
0 0 −25 30 30 −25 30
0 4 30 ω2 − 30 ω3
vB = 0 + −25 ω3 − 30 ω1
0 0 30 ω1 + 25 ω2
As três equações anteriores, juntamente com a restrição dada pela Eq.3.7, da
30 ω2 − 30 ω3 + 4 = 0
−25 ω3 − 30 ω1 = vB
30 ω1 + 25 ω2 = 0
−25 ω1 + 30 ω2 + 30 ω3 = 0
(d) e (e)
R B R A 0 0 0
a = a +R ω R × (R ω R × AB) +R αR × AB
R B
a = aB j
R A
a = 2i
AB
R 0
Nesse estágio, ωR e já são conhecidos, logo,
0 0
R
ω R × (R ω R × AB) = (0, 279 i − 0, 335 j − 0, 335 k) mm/s2
0
2 0, 279 i j k i j
aB = 0 + −0, 335 + α1 α2 α3 α1 α2
0 0 −0, 335 −25 30 30 −25 30
0 2, 279 30 α2 − 30 α3
aB = −0, 335 + −25 α3 − 30 α1
0 −0, 335 30 α1 + 25 α2
As três equações anteriores, juntamente com a restrição dada pela Eq.3.8, da
103
origem ao seguinte sistema linear de 4 equações e 4 incógnitas:
30 α2 − 30 α3 + 2, 279 = 0
−25 α − 30 α − 0, 335
3 1 = aB
30 α1 + 25 α2 − 0, 335 = 0
−25 α + 30 α + 30 α
1 2 3 = 0
Exercícios propostos:
104
Resposta:
Resposta:
√
(a)AB = (−50 i + 40 3 j + 40 k) mm;
R B
(b) v = −(1, 624 j + 0, 937 k) mm/s;
R R0
(c) ω = (−0, 019 j + 0, 032 k) rad/s ;
R B 2
(d) a = −(1, 218 j + 0, 703 k) mm/s ;
R R0
(e) α = (−0, 013 j + 0, 022 k) rad/s 2
105
4. Um disco de raio 20 mm gira, em torno do eixo Z , com velocidade e aceleração
2
angular de módulo 1,2 rad/s e 0,8 rad/s , respectivamente, como mostrado na
Fig.3.23.
Figura 3.23: Movimento de uma barra com movimento restrito em uma extremidade
Resposta:
R A
(a) v = −24 mm/s j;
R A 2
(b) a = −(28, 8 i + 16 j) mm/s ;
106
Figura 3.24: Movimento de uma barra com movimento restrito em uma extremidade
Resposta:
R A
(a) v = 51, 492 mm/s k;
R A 2
(b) a = −(30 i + 80 j) mm/s ;
107
3.4 Introdução à análise do rolamento entre duas
superfícies sólidas
Antes de denir o signicado de rolamento entre superfícies sólidas, convém que
seja feita uma introdução, para facilitar o entendimento dos conceitos envolvidos no
assunto.
Suponha que o disco não toque o chão e que seu centro se desloque para à direita
R Q
com velocidade v (de módulo vQ ) , onde R representa um referencial xo no chão.
Simultaneamente ao deslocamento horizontal, suponha que o disco também gire com
0
velocidade angular
R
ωR (de módulo ω ), no sentido horário, onde R0 representa um
anule?
Segundo a Eq.3.1,
R P 0
v =R vQ +R ω R × QP
Assim,
R P
v = vQ i + ω k × r j
R P
v = vQ i − ω r i
108
Portanto, a velocidade de P, em função de vQ , ω e r, é:
R P
v = (vQ − ω r)i
Neste caso, o disco gira, com velocidade angular de módulo ω, seu centro se desloca
chão. Ou seja, o ponto P vai ter a mesma velocidade do ponto de contato, veloci-
109
3.5 Rolamento
Este é um assunto que é básico na análise e no projeto de engrenagens planetárias,
superfícies podem rolar uma sobre a outra, sem haver, contudo, deslizamento entre
R P 0
v =R vP (3.9)
demais referenciais.
ponto P, tem-se
R0 0 0
vP =R vP +R vO +R ω R × OP (3.10)
R0 0 0 0 0
vP =R vP +R vO +R ω R × OP0
110
Uma vez que OP = OP0 , então, a expressão anterior poderá ser reescrita da se-
guinte forma:
R0 0 0 0 0
vP =R vP +R vO +R ω R × OP (3.11)
R0 0 0 0
vP −R vP =R vP −R vP (3.12)
R0 0 0
vP =R vP (3.13)
B0
vP = 0
B0 0
vP =B vP = 0 (3.14)
111
Dica para solucionar os problemas apresentados nos exercícios (1) a (5)
a seguir:
Em todos eles, utilize a seguinte igualdade para resolvê-los:
R P 0
v =R vP
Exercício resolvido:
Solução:
R P 0
v =R vP
R P
v =R ω R1 × OP
R
ω R1 = ω1 j
d1
OP = i
2
112
R P d1
v = −ω1 k
2
Para a engrenagem , tem-se:
R P0
v =R ω R2 × OP0
por hora não se sabe o sentido de giro da segunda engrenagem, por isso, adota-
se:
R
ω R2 = ω2 i
d2
OP0 = j
2
R P0 d2
v = ω2 k
2
como
R P 0
v =R vP
então,
d1 d2
−ω1 k = ω2 k
2 2
logo,
d1
ω2 = − ω1
d2
Exercícios propostos:
Resposta:
d1
ω2 = − ω1
d2
113
3. Um automóvel trafega em uma rodovia com velocidade constante de de 72 km/h,
de tal forma que as rodas giram, sem deslizar, sobre o asfalto. Sabendo que
angular.
Resposta:
Resposta:
R P0 d
v = −ω i.
2
114
5. Um par de engrenagem cônicas, R1 e R2 , de eixos oblíquos, estão acopladas,
Resposta:
d1
ω2 = − ω1
d2
115
Dica:
O segredo para resolver os exercícios a seguir é escolher sempre um corpo em
seus pontos.
Exercício resolvido:
Determine:
engrenagem R3 ;
(c) A velocidade do ponto comum Q, de contato entre as engrenagens R1 e
R3 ;
(d) O módulo e o sentido da velocidade angular da engrenagem R3 ;
(e) A velocidade do ponto central C da engrenagem satélite R3 ;
(f ) O módulo e o sentido da velocidade angular do suporte S.
116
Solução:
(a)
d1 d2
OQ = = + d3
2 2
(b) Seja R um referencial xo no solo
R P
v =R vO +R ω R2 × OP
R O
v =0
R
ω R2 = ω2 k
d2
OP = j
2
R P d2
v = −ω2 i
2
(c)
R Q
v =R vO +R ω R1 × OQ
R O
v =0
R
ω R1 = ω1 k
d1
OQ = j
2
R Q d1
v = −ω1 i
2
(d)
R Q
v =R vP +R ω R3 × PQ
R Q d1
v = −ω1 i
2
R P d2
v = −ω2 i
2
R
ω R3 = ω3 k
PQ = d3 j
(e)
117
R C
v =R vP +R ω R3 × PC
R P d2
v = −ω2 i
2
R R3 ω1 d1 − ω2 d2
ω = k
d1 − d2
d3
PC = j
2
R C 1
v = − (ω2 d2 + ω1 d1 ) i
4
(e)
R C
v =R vO +R ω S × OC
R O
v =0
R
ω S = ωS k
d2 d3
OC = + j
2 2
ω1 d1 + ω2 d2
ωS = sentido anti-horário
d1 + d2
Exercícios propostos:
Resposta:
d1
(a) ω2 = ω1 ;
d2
d1
(b) ω2 = −ω1
d2
8. O mecanismo e aberura e de fechamento de um portão, mostrado na Fig.3.33 é
118
Figura 3.33: Mecanismo de abertura e de fechamento de um portão.
Determine:
Resposta:
a 12000 rpm no sentido horário, ao passo que o seu anel externo permanece
xo.
119
Resposta:
engrenagem R3 , em função de ω1 , ωS , d1 e d2 .
Resposta:
(ω1 − ωs ) d1 + ωS d3
ω3 =
d3
11. O braço OG, de comprimento L, gira,com velocidade angular constante, de
120
Determine, em relação ao solo:
(f ) A aceleração do ponto Q;
Resposta:
R G
(a) v = ω3 L e2 ;
R R00 ω3 L
(b) ω =− e1 + ω3 e3 ;
R
R Q
(c) v = ω3 (R e1 + L e2 + L e3 );
R G 2
(d) a = −ω3 L e1 ;
R R00 L
(e) α = −ω32 e2 ;
R 2
R Q 2 L
(f ) a = ω3 −L e1 + + R e2 .
R
12. A base {e1 , e2 , e3 } é xa em um referencial intermediário R0 que gira com
R 0
(a) ωR ;
121
R 0
(b) αR ;
(c) OQ;
R Q
(d) v ;
R Q
(e) a ;
R0 00
(f ) ωR
R 00
(g) ωR ;
R0 00
(h) αR
R 00
(i) αR ;
R A
(j) v ;
R A
(k) a ;
R P
(l) a .
122
3.6 Relação ente as acelerações dos pontos em con-
tato das superfícies de dois corpos que rolam no
plano sem deslizar
Na denição de rolamento, nenhuma menção é feita a respeito das acelerações dos
lerações diferentes.
matematicamente por:
R P R P0
a · et = a · et (3.15)
Para demonstrar a igualdade anterior, deve-se notar que, se houver rolamento entre
as superfícies dos corpos, a velocidade dos pontos de contato são iguais. Portanto,
é lícito escrever:
R P 0
v =R vP = v et (3.16)
R P dv v2
a = et + en
dt ρ
123
Da mesma forma, para P0 , tem-se:
R P0 dv v2
a = et + 0 e0n
dt ρ
Solução:
R P0
a = ω22 r2 j + α2 r2 k
R P0
a · k = α 2 r2
124
A aceleração do ponto P da engrenagem R1 é dada por:
R P
a = −ω12 r1 i − α1 r1 k
Então,
R P
a · k = −α1 r1
α2 r2 = −α1 r1
r1
α2 = −α1
r2
R r1
αR2 = −α1 k
r2
E como
r1
ω2 = −ω1
r2
Então a aceleração de P0 será:
2
R P0 2 r1
a = − ω1 j + α1 r1 k
r2
Exercícios propostos:
Determine:
maior;
menor.
125
Figura 3.40: Duas engrenagens acopladas girando em movimento acelerado.
Resposta:
R P
(a) a = −ω12 r1 i + α1 r1 j;
R R r1
(b) α 2 = −α1 k;
r2 2
R P0 2 r1
(c) a = − ω1 i + α1 r1 j
r2
3. O centro do pneu mostrado na Fig.3.41 se desloca com velocidade e aceleração
2
de módulo 3,0 m/s e 6,0 m/s , respectivamente, no sentido indicado. Supondo
que haja rolamento sem deslizamento e o que diâmetro do pneu meça 600 mm,
Resposta:
R
α = −20 rad/s2 k
a = 30 m/s2 j
R P
126
Figura 3.42: Engrenagem em movimento acelerado movendo uma cremalheira.
Resposta:
R P0
a = −α r i
2
R P0 2 r1
Resposta: a = − ω1 e2 + α1 r1 k
r2
6. A cremalheira inferior mostrada na Fig.3.44é xa e a superior, móvel. O cen-
127
e o da maior, 70 mm.
Determine:
da cremalheira.
Resposta:
(a)40 rad/s2 k;
R P 2
(b) a = −3, 5 m/s j;
R Q 2
(c) a = (2, 2 i + 2 j) m/s ;
R Q0
(d) a = 2, 2 m/s2 i.
128
7. Na Fig.3.45 o ponto D do cabo se desloca para à esquerda com velocidade
Figura 3.45: Tambor girando com velocidade angular constante sem deslizar sobre
(a) A velocidade de B;
(b) A velocidade angular do tambor ;
(c) A velocidade de C;
(d) A aceleração de A;
(e) A aceleração de B;
(f ) O cabo se enrola ou desenrola? Com que taxa?
Resposta:
129
Figura 3.46: Tambor girando aceleradamente, sem deslizar sobre uma superfície
plana.
(a) A velocidade de B;
(b) A velocidade angular do tambor ;
(c) A velocidade de C;
(d) A aceleração angular do tambor;
(e) A aceleração de B;
(f ) A aceleração de A;
(g) A aceleração de C;
Resposta:
B 2
(e) a = − (0, 25 i + 2, 8125 j) m/s
(f ) a = 2, 8125 m/s j
A 2
a uma polia de raio r2 = 200 mm. A polia gira, sem deslizar, sobre uma
superfície horizontal..
130
Figura 3.47: Tambor concêntrico com uma polia sobre uma superfície plana.
Dado que O ponto D do cabo se desloca para no sentido indicado com veloci-
dade constante v0 = 3 m/s, determine, para um referencial xo no solo:
Resposta:
(a) vB = 3 m/s i
(b) ω = −10 rad/s k
(c) v = 2 m/s i
C
(d) a = 20 m/s j
A 2
10. Idem para o conjunto mostrado na Fig.3.48 e que possui as mesmas medidas
Figura 3.48: Tambor concêntrico com uma polia sobre uma superfície plana.
131
Resposta:
(a) vB = −3 m/s i
(b) ω = 30 rad/s k
(c) v = −6 m/s i
C
(e) a = 90 m/s j
B 2
Figura 3.49: Polia concêntrica com um tambor sobre uma superfície plana.
Sabendo que o tambor gira, sem deslizar, sobre superfície horizontal, deter-
(a) A velocidade de B;
(b) A velocidade angular do conjunto solidário polia-tambor ;
Resposta:
(a) vB = 1, 5 m/s i
(b) ω = − 6,25 rad/s k
132
(f ) Neste problema, ω negativo faz o cabo se desenrolar. Logo, o cabo se
12. Idem para o conjunto esquematizado na Fig.3.50 que possui as mesmas medi-
Figura 3.50: Polia concêntrica com um tambor sobre uma superfície plana.
Resposta:
(c) v = 1, 50 m/s i
C
133
Figura 3.51: Tambor xo a um bloco que pode se mover horizontalmente.
Resposta:
134
Figura 3.52: Tambor xo a um bloco que pode deslizar horizontalmente.
Resposta:
(e) Para o tambor menor, ω negativo faz o cabo se enrolar. Portanto, o cabo
135
Capítulo 4
Dinâmica de uma partícula
4.1 Introdução
A Dinâmica é a parte da Mecânica que se ocupa em descrever, analisar e predizer o
bém as forças que causaram o movimento. Como será visto, determinadas grandezas
des foram batizadas com nomes especiais, tais como, quantidade de movimento,
momento angular, trabalho, energia cinética, energia potencial, etc. Nas próximas
seções, cada uma dessas grandezas serão estudadas, am de facilitar a descrição e a
dentre outros.
136
4.2 Movimento genérico de uma partícula no espaço
Neste capítulo as partículas P e Q podem ser pensadas informalmente, a título de
exemplo, como dois aviões no céu sendo observados por uma pessoa representada
pelo referencial R.
137
A resultante, F, de todas as forças que atuam na partícula é dada por:
n
X
F = F1 + F2 + . . . + Fn = Fi (4.1)
i=1
n
X
MO = OP × Fi
i=1
n
X
MO = OP × Fi
i=1
MO = OP × F (4.2)
138
O momento resultante em relação ao ponto Q pode ser encontrado trocando
O por Q na Eq.4.2. Portanto:
MQ = QP × F (4.3)
Exercícios propostos:
ponto O.
Resposta:
ação passando pelos pontos A(12,4) e B(4,14). Dado C(−6, 6), determine:
139
Figura 4.6: O momento de um vetor deslizante V em relação a um ponto C.
Resposta:
(a) AB = (−8 i + 10 j) m;
1
(b) uAB = √ (−4 i + 5 j);
41
1
(c) F = √ (−60 i + 75 j) N;
41
(d) CA = (18 i − 2 j) m;
(e) CB = (10 i + 8 j) m;
1230
(f ) MO = √ kNm k ;
41
3. Uma força F, de módulo 20 kN, tem linha de ação passando pelos pontos
A(4,2,1) e B(2,3,4), no sentido AB, como mostra a Fig.4.7. Dado C(1,0,4),
determine:
140
Figura 4.7: O momento de um vetor deslizante V em relação a um ponto C, no
espaço tridimensional.
Resposta:
1
(a) uAB = √ (−2 i + j + 3 k);
14
1
(b) F = √ (−40 i + 20 j + 60 k) kN;
14
(c) CA = (3 i + 2 j − 3 k) m;
(d) CB = (1 i + 3 j) m;
1
(e) MC = CA × F = CB × F = √ (180 i − 60 j + 140 k) kNm;
14
4. Uma partícula se move no espaço sob a ação de duas forças:F1 = (3i + 2j + 1k) kN,
e F2 = (−5i+4j−2k) kN. A linha de ação de F1 passa pelo ponto A(−1, 2, −3) m
de forças.
Resposta::
coordenadas (2,5,4) m.
141
Esse teorema estabelece que:
MO = MQ + OQ × F
Ou, se preferir:
MQ = MO + QO × F
Resposta:
6. (Do livro [2]) Uma torre de 50 m de altura é sustentada por três cabos
como mostra a Fig.4.8. É dado que os módulos das forças são F1 = 30 kN,
F2 = 40 kN e F3 = 25 kN.
Determine:
Resposta:
142
j) R = (19,03i + 30 j - 78, 9k) kN; k) |R| = 85,97 kN;
l) M1 = 671 k kNm; m); M2 = (-1164 i + 727,5 j) kNm; n) M3 = (-335 i + 447,25 j) kNm.
143
4.3 Quantidade de movimento
Grosso modo, a quantidade de movimento de uma partícula é denida como o pro-
duto de sua massa por sua velocidade. Portanto, mesmo que duas partículas viagem
L = m vP (4.5)
L̇ = ṁ vP + m v̇P
Supondo que a partícula não ganhe nem perca massa no movimento, então ṁ = 0.
144
Neste caso,
L̇ = m v̇P
L̇ = m aP (4.6)
Denição:
Diz-se que R é um referencial inercial, se a resultante F, de todas as forças que
F = L̇ (4.7)
Um referencial inercial pode se mover, mas não pode apresentar aceleração. Mesmo
que o corpo esteja girando com velocidade angular constante, há aceleração no mo-
vimento e, por isso, não pode ser considerado inercial. Por girar, o planeta Terra
não pode ser considerado como um referencial inercial. Porém, para maioria dos
muito grande ( pêndulo de Foucault), etc, não é recomendável utilizar a Terra como
um referencial inercial. Nestes casos, pode-se tomar o sol como uma referencia para
escrever, com mais precisão, as derivadas temporais dos vetores posição e velocidade.
Observação:
A Eq.4.7 mostra que, se R for inercial e se a resultante F for nula, a quantidade de
movimento, L, se conserva.
F = m aP (4.8)
n
X
Fi = m aP (4.9)
i=1
145
Ou, se preferir:
F1 + F2 + . . . + Fn = m aP (4.10)
a
As Eqs.4.7 e 4.8 são as expressões matemáticas do segundo princípio (2 Lei de
Newton). Existem várias formas equivalentes de enunciar esse princípio, duas delas
são:
Exercícios propostos:
1. Uma partícula P se move no espaço, sob a ação de três forças: F1 = (10i + 8j − 7k) N,
F2 = (12i − 5j + 9k) N e F3 = (5i + 6j + 13k) N. Em determinado instante, o
Resposta:
R
(a) LP = (6 i − 12 j + 18 k) kg m/s;
R P
(b) a = (9 i + 3 j + 5 k) m/s2 ;
146
(e) O momento resultante de todas as forças que atuam em P em relação ao
ponto O;
(f ) A quantidade de movimento da partícula em relação a R.
Resposta:
(a) OP = (0,
50 i + 1, 50 j) m;
R P π
(b) v = 2, 0 i + j m/s;
4 √ !
R P π2 3
(c) a = 1, 0 i − j m/s2 ;
24
√ !
π2 3
(d) F = 0, 200 i − j N;
120
√ 2
3 π
(e) MO = − + 3 k Nm;
10 6
π
R P
(f ) L = 0, 400 i + j kg m/s
20
3. Uma partícula P, de massa m = 120 g, descreve um movimento no espaço
2 πt
OP = i − 0, 25 t2 j − 3 sen k m
t 6
Resposta:
147
Para resolver os próximos exercícios, pode-se seguir os seguintes
passos:
1. Estabeleça uma base vetorial no R3 , mesmo que o problema seja bidimen-
sional;
a aceleração do corpo;
passo 2;
F1 , F2 , · · · Fn e escreva a expressão:
F = F1 + F2 + · · · + Fn
5. Resolva a equação:
m a = F1 + F2 + · · · + Fn
Exercícios resolvidos:
Solução:
x = x1 + x2
Onde:
veículo;
x1 = v0 t
148
x1 = 30, 56 m
v 2 = vo2 + 2a x2
30, 562
x2 = −
2a
a
A aceleraçãoa pode ser encontrada a partir da 2 lei de Newton:
X
F = ma
a = ai + 0j
Portanto,
X
F = mai
X
F = −fa i + (N − P ) j
N = P = mg
Neste problema,
fa = µ N
fa = µ mg
149
Portanto, a resultante é dada simplesmente por:
X
F = −µ mg i
X
F = −7, 848 m i
Como,
X
F = mai
então,
−7, 848 m i = m a i
Neste caso,
x2 = 59, 50 m
x = 30, 56 + 59, 50
x = 90, 060 m.
150
Solução:
a
A 2 lei de Newton estabelece que:
X
F = ma
v2
a= en
ρ
X v2
F=m en
ρ
As forças que atuam no veículo são o peso, a normal e a força de atrito.
X
F = fa en + (P − N ) e3
Figura 4.12: Forças atuantes em um veículo que faz uma curva horizontal.
P = N = mg
Neste caso,
X
F = fa en
Já que:
X
F = ma
então
X v2
F=m
ρ
logo,
v2
fa = m
ρ
151
Particularmente, neste problema,
fa = µ N
fa = µ m g
assim,
v2
µmg = m
ρ
v2 = µ g ρ
Portanto,
v = 26, 20 m/s ou
v = 94, 33 km/h.
Exercícios propostos:
Dica: Note que as forças atuantes no veículo são aquelas mostradas na Fig.4.14.
Resposta:
v = 34, 19 m/s ou
v = 123, 07 km/h.
152
7. Com os dados do problema anterior, determine qual deverá ser a velocidade
do veículo para que a força de atrito entre os pneus e o asfalto seja nula.
Resposta:
8. Um pequeno bloco repousa sobre um disco que gira, com velocidade angular
Resposta:
ω = 2, 859 rad/s
mostrado na Fig.4.16, para que um pequeno bloco não deslize em sua superfície
Figura 4.16: Cilindro oco girante com um bloco em sua superfície interna.
Resposta:
153
10. Um pequeno bloco repousa sobre a superfície interna de um cone que gira, com
Resposta:
Resposta:
(a) T = 226,55 N; (b) T = 169,9 N; (c) a= 4,905 m/s2 (na direção perpendi-
154
Exercício resolvido:
Figura 4.19: Dinâmica de um sistema composto por uma roldana e duas cargas.
Resultante = m a
155
Como a massa m1 tem movimento acelerado para cima, então, a Resultante
e a aceleração apontam para cima.
T − P1 = m1 a
T = m1 a + m1 g (∗)
Assim,
P2 − T = m2 a
T = m2 g − m2 a (∗∗)
m1 a + m1 g = m2 g − m2 a
156
4.4 Energia cinética
Energia cinética é um tipo de energia que só depende da velocidade da partícula.
Por denição, a energia cinética de uma partícula é dada pele metade do produto
de sua massa pelo quadrado de sua velocidade. Por isso é que, em uma notação
R 1
T P = mR vP ·R vP (4.11)
2
1
T = mv · v (4.12)
2
Ou
1
T = m v2 (4.13)
2
Uma vez que (v) é igual ao quadrado do módulo da velocidade, a expressão anterior
pode, opcionalmente, ser reescrita da seguinte maneira:
1
T = m v2 (4.14)
2
157
Exercícios propostos:
da superfície da Terra uma massa de 1600 kg deve estar, para ter uma energia
gravitacional.
Resposta:
T = 746914 J;
h = 47, 59 m Aproximadamente igual à altura de um prédio de 16 andares
(independente da massa)
Dado que:
θ = 0, 50 t1,4 rad
r = 0, 80 t1,5 m
158
Figura 4.22: Coordenadas polares.
Resposta:
T = 1, 812 J.
a Eq.2.28, por:
R P
v = ṙ er + r θ̇ eθ
Resposta
1
T = m (ṙ2 + r2 θ̇2 ) (4.15)
2
159
4.5 Trabalho de uma força
Suponha que uma partícula P, de massa m, percorra uma trajetória descrita pelo
dW = F · dp (4.16)
F = F1 i + F2 j + F3 k (4.18)
dp = dx i + dy j + dz k (4.19)
trabalho realizado por F é nulo, pois, o produto escalar de vetores ortogonais é zero.
Também é nulo o trabalho de uma força que atua em um ponto xo, pois, neste
160
Nota:
Observe que, por ser dado por uma integral de linha, geralmente o trabalho depende
dW = F · dp;
161
Exercícios resolvidos:
por:
π
F= −t i
2
Determine o trabalho realizado pela força F, quando a partícula se move do
Figura 4.24: Trabalho de uma força atuante sobre uma partícula que se move em
Solução:
dW = F · dp;
π
F= −t i
2
p = r (cos t i + sen t j)
dp = r (−sen t i + cos t j) dt
π
dW = − − t r sen t dt
2
Z π/2
π
W =− − t r sen t dt
0 2
π
W =r 1− .
2
2. Determine o trabalho realizado por uma força F = −yi + xj para mover uma
a) y = x;
b) y = x2
162
Figura 4.25: Trabalho realizado sobre uma partícula em duas trajetórias distintas.
Solução:
dW = F · dp
F = −yi + xj
p = xi + yj
dp = dxi + dyj
dW = −ydx + xdy
a)
y=x
dy = dx
dW = −xdx + xdx
dW = 0
Portanto, W =0
b)
y = x2
dy = 2xdx
dW = −x2 dx + 2x2 dx
dW = x2 dx
163
Z 1
W = x2 dx
0
1
W =
3
Exercícios propostos:
a) y = x;
b) y = x2
Resposta
W =1 em ambas as trajetórias
x = a cos(t)
y = b sen(t)
π
F= −t j
2
164
Figura 4.26: Trabalho de uma força atuante sobre uma partícula que se move em
Resposta:
W =b
Figura 4.27: Trabalho de uma força para mover um caixote em um plano inclinado.
Resposta:
W = 240 J
165
(b) O trabalho realizado pela força de atrito;
(d) O trabalho realizado pela força normal à rampa que atua no caixote;
Figura 4.28: Trabalho realizado por diversas forças, para mover um caixote em um
plano inclinado.
Resposta:
√
(a) WF = 120 3 J;
(b) Wf = −64, 76 J;
(c) WP = −101, 56 J;
(d) WN = 0;
(e) WT = 41, 53 J
166
4.5.1 Trabalho e energia cinética
Sendo R um referencial inercial, é mostrado nessa seção que o trabalho realizado so-
bre uma partícula, entre dois pontos de sua trajetória, é igual a variação da energia
cinética (W = ∆T ).
1
WA→B = m vP · vP |BA
2
1
WA→B = m (vP )2 |B
A
2
1 1
WA→B = m (vP )2B − m (vP )2A
2 2
Em face da Eq.4.13, escreve-se:
WA→B = TB − TA = ∆T (4.21)
cinética em A.
A expressão anterior mostra que o trabalho realizado sobre a partícula, entre dois
167
Exercício resolvido:
WA→B = 41, 53 J
WA→B = TB − TA
TA = 0
TA = WA→B
1
m vB2 = 41, 53
2
vB = 2, 04 m/s
Exercício proposto:
m = 1600 kg, determine o trabalho realizado pela força de atrito para pa-
rar o carro.
Resposta:
W = −747 kJ.
168
4.5.2 Potência de uma força
para mover um veículo com determinado peso, com velocidade e aceleração prescri-
dentre outras.
dp
P ot = F ·
dt
Portanto,
P ot = F · vP (4.22)
169
Exercício resolvido:
1. Determine potência desenvolvida pelo motor da Fig.4.29, quando o elevador, de
massa M = 600 kg, sobe com velocidade v = 2 m/s e aceleração a = 0,50 m/s2 .
Sabe-se que a massa do contrapeso é m = 800 kg. Despreze as massas das
roldanas e o atrito entre as superfícies móveis.
Solução:
Motor:
P ot = T1 · v (∗)
Elevador:
lei de Newton:
T1 + T2 − PE = M aE
170
Onde PE e aE representam, respectivamente, o peso e a aceleração do elevador.
T1 = PE + M aE − T2
T1 = 6186 − T2 (∗∗)
Contrapeso:
Newton,
PC − 2 T2 = m aC
peso.
PC − m aC
T2 =
2
800 (g − aC )
T2 =
2
T2 = 400 (g − aC ) (∗ ∗ ∗)
sE + 2 sC = constante
1
aC = aE
2
aC = 0, 25 m/s2
T2 = 3824 N
T1 = 2362N
171
Exercícios propostos:
Resposta:
P ot = 335720 W
ou P ot = 450 HP 3,75 vezes a potência do motor.
na Fig.4.31 eleve uma carga de massa M = 600 kg, com velocidade constante
v = 2 m/s.
Resposta:
P ot = 11772 W
ou P ot = 15, 78 HP.
de massa M = 600 kg, sobe com velocidade constante v = 2 m/s. Sabe-se que
172
Figura 4.32: Elevador e contrapeso acionados por um motor.
173
Resposta:
P ot = 3924 W
ou P ot = 5, 26 HP.
na Fig.4.31 eleve uma carga de massa M = 600 kg, com velocidade v = 2 m/s
2
e aceleração a = 0,50 m/s .
Resposta:
P ot = 12372 W
ou P ot = 16, 58 HP.
Resposta:
P ot = 3, 20 kW
ou P ot = 4, 29 HP.
7. Um automóvel de massa 1200 kg está trafegando por uma rodovia a 180 km/h
total do veículo;
174
(e) A variação da energia cinética;
Resposta:
175
4.6 Energia potencial de uma partícula e campos
conservativos
Energia potencial é um tipo de energia que só depende da posição ocupada pela
mais difundida, pois todos no planeta podem experimentá-la no instante que desejar.
Vg = m g y
referência.
P = −m g j
Não foi coincidência o fato da força P ser igual ao oposto da derivada do campo
escalar mgy . Na verdade, toda vez que uma força puder ser escrita como o oposto
da derivada de um campo escalar, diz-se que essa força é conservativa. Por isso, é
escalar V , independente o tempo, tal que seu gradiente seja igual ao oposto do
176
campo F.
Em termos matemático, o conceito de campo conservativo pode ser expresso da
seguinte forma:
F = −∇ V (4.23)
∂V ∂V ∂V
∇V = i+ j+ k (4.24)
∂x ∂y ∂z
e {i, j, k} é uma base ortonormal xa em um dado referencial R.
∂V ∂V ∂V
F=− i+ j+ k (4.25)
∂x ∂y ∂z
Como V só depende da posição ocupada pelos pontos do espaço, então, o campo de
∂F3 ∂F2 ∂F1 ∂F3 ∂F2 ∂F1
rot F = − i+ − j+ − k (4.26)
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
177
Onde:
F = F1 i + F2 j + F3 k
É possível demonstrar que se um campo de forças F for conservativo, então seu rota-
cional será nulo. Ou seja, em termos matemáticos, se F = −∇ V , então rot F = 0.
Convém ressaltar que nem sempre o inverso é verdadeiro, ou seja, o fato de um
Exercícios resolvidos:
Solução:
∂V ∂V
F=− i+ j
∂x ∂y
∂V
= −y
∂x
V = −xy + f (y)
∂V
= −x + f 0 (y) = −x
∂y
Para satisfazer a igualdade anterior é necessário que f 0 (y) = 0, ou seja,
V = −xy
F = −k x i
178
Figura 4.36: Força exercida por uma mola em um corpo.
Solução:
∂V ∂V ∂V
F=− i+ j+ k
∂x ∂y ∂z
Já que F só depende da variável x, então a expressão anterior se reduz a:
dVE
−k x i = − i
dx
dVE
−k x = −
dx
dVE = k x dx
Mm
F = −G 3 (x i + y j + z k)
(x2 + y 2 + z 2 ) 2
179
Sabe-se que G, M e n são constantes. Solução:
∂V ∂V ∂V
F=− i+ j+ k
∂x ∂y ∂z
∂V Mm
i = −G 3 xi
∂x (x2 + y 2 + z 2 ) 2
∂V Mm
dx = −G 3 x dx
∂x (x + y 2 + z 2 ) 2
2
Mm
dV = −G 3 x dx
(x2 + y 2 + z 2 ) 2
Integrando a expressão anterior, obtém-se:
Mm
V = −G 1 + f (y, z)
(x2 + y 2 + z 2 ) 2
Mm ∂f ∂f
∇V = G 3 (x i + y j + z k) + j+ k
(x2 + y 2 + z 2 ) 2 ∂y ∂z
Mas
∇ V = −F
Logo,
Mm ∂f ∂f Mm
G 3 (x i+y j+z k)+ j+ k=G 3 (x i+y j+z k)
(x2 + y 2 + z 2 ) 2 ∂y ∂z (x2 + y 2 + z 2 ) 2
f (y, z) = 0
Mm
V = −G 1
(x2 + y2 + z2) 2
180
Exercícios propostos:
P = −m g j
Vg = m g y
Resposta:
181
4.6.1 Trabalho de um campo de forças conservativo e conser-
vação de energia
Nesta seção é demonstrado que se as forças atuantes em uma partícula forem con-
dW = F · dp (4.28)
p(t) = x i + y j + z k
Então
dp = dx i + dy j + dz k (4.29)
∂V ∂V ∂V
dW = − i+ j+ k · (dx i + dy j + dz k)
∂x ∂y ∂z
∂V ∂V ∂V
dW = − dx + dy + dz
∂x ∂y ∂z
Neste caso,
dW = −dV (4.30)
Z B Z B
dW = − dV
A A
WA→B = −(VB − VA )
Donde se conclui que o trabalho realizado por forças conservativas, entre dois pontos
de sua trajetória, é igual ao simétrico da variação do campo escalar entre esses dois
pontos.
Como V só depende da posição ocupada pela partícula, então, não importa o cami-
nho seguido por P para sair do ponto A e chegar no ponto B. Todos resultarão no
mesmo ∆V .
Portanto, se o campo de forças for conservativo, o trabalho WA→B será o mesmo
182
para qualquer trajetória de P.
É importante reiterar que a armação anterior só é válida para campos conservati-
vos.
Note que, de acordo com a Eq.4.31, se o campo for conservativo, o trabalho realizado
WA→B = VA − VB
WA→B = TB − TA
Logo,
TB − TA = VA − VB
Ou
TB + VB = TA + VA
T + V = constante (4.32)
E. Portanto:
E = T + V = constante (4.33)
por isso:
dE = dT + dV = 0 (4.34)
183
Dicas para resolver os próximos exercícios:
Nos exercícios a seguir, a energia mecânica E se conserva. Essa energia é dada pela
E =T +V
V = VE + Vg
Logo
E = T + VE + Vg
1
VE = k x2
2
Vg = m g h
1 1
E= m v 2 + k x2 + m g h
2 2
184
Exercício resolvido:
1. Um colar de massam = 5 kg pode deslizar ao longo de uma guia vertical lubri-
cada, como mostrado na Fig.4.39. A constante elástica da mola é k = 480 N/m
Solução:
EA = EB
No ponto A, tem-se:
EA = TA + VEA + VgA
EA = VEA
1
VEA = 480 (0, 320 − 0, 200)2 = 3, 456 J
2
Então, a energia mecânica no ponto A é dada por:
EA = 3, 456 J
Em B, tem-se:
185
A distância OB pode ser obtida por Pitágoras. Essa distância mede 0,40 m.
1
VEB = 480 (0, 400 − 0, 200)2 = 9, 6 J
2
VgB = m g h
A energia cinética em B é:
1
TB = m vB2
2
1
TB = 5 vB2
2
TB = 2, 5 vB2
Logo,
vB = 1, 5 m/s
Exercício resolvido:
y = 0, 1875 x2
186
Figura 4.40: Bloco descendo uma rampa parabólica, sem atrito.
Solução:
(a)
EA = EB
EA = VgA
EA = 44, 145 J
1
EB = TB = m vB2
2
EB = 0, 75 vB2
Portanto,
vB = 7, 67 m/s
187
(b)
X
F = ma
dv v2
aB = et + B en
dt ρ
h i3/2
dy 2
1+ dx
ρ= d2 y
dx2
Como,
y = 0, 1875 x2
então,
dy
= 0, 375 x
dx
d2 y
= 0, 375
dx2
Como em B, x = 0, então,
dy
=0
dx
Portanto, o raio de curvatura em B mede:,
ρ = 22, 0725 m
188
Logo, a aceleração do bloco em B será:
dv
aB = et + 22, 0725 m/s2 en
dt
por:
X dv
et + 1, 5 × 22, 0725 en
F = 1, 5
dt
X dv
F = 1, 5 et + 33, 10875 en (∗)
dt
As únicas forças que atuam no bloco são o seu peso e a normal. Essas forças
X
F = (N − m g) en
X
F = (N − 14, 715) en (∗∗)
dv
=0
dt
N = 47, 82 N
189
Figura 4.42: Pêndulo de comprimento L e massa m.
Resposta:
v = 2, 29 m/s
sejam lisas.
Figura 4.43: Impacto de um caixote com uma haste dotada de uma mola.
Resposta:
x = 0, 194 m
(a) A máxima altura h, que pode ser largado o colar, tal que a mola maior
190
Figura 4.44: Impacto de um colar com uma plataforma com duas molas.
Resposta:
h = 0, 1524 m
Resposta:
N = 10, 4 N
Exercícios resolvidos:
7. Determine a que altura h deve partir o pequeno bloco da Fig.4.46, de tal forma
que consiga fazer o looping , em uma trajetória circular de raio r. Suponha
que as superfícies sejam lisas e a resitência do ar seja desprezível.
191
Figura 4.46: Altura necessária para o bloco efetuar um looping .
Solução:
Para que o bloco nunca descole da superfície, é necessário que aute sempre
vB2
aB = en
ρ
192
Assim,
X vB2
F=m en (∗)
ρ
As únicas forças que atuam no bloco são o peso mg e a normal N. Então,
X
F = (N + mg) en (∗∗)
vB2
m en = (N + m g) en
ρ
descole da superfície.
vB2 r = g
√
vB = g r
√
Qualquer valor de vB acima de gr permite o bloco completar o looping sem
descolar da superfície.
Para encontrar a altura h que faça o bloco chegar ao ponto B, com uma ve-
√
locidade de menos igual a g r, recorre-se ao princípio da conservação da
energia:
EA = EB
EA = m g h
1
EB = mgr + mg2r
2
5
EB = mgr
2
Igualando EA com EB , vem:
5
mgh = mgr
2
193
tem velocidade de módulo vo no ponto A. Calcule:
Solução:
(a)
EA = EB
1
EA = m v02 − m g L cos θ
2
1
EB = m vB2 − m g h
2
Poratnto,
1 1
m vB2 − m g h = m v02 − m g L cos θ
2 2
Baseado na expressão anterior, pode-se concluir que e o módulo da velocidade
em B é dado por:
p
vB = v02 − 2 g (L cosθ − h)
(b)
Portanto, para atingir o ponto C, a velocidade deve ser tal que ainda exista
194
Figura 4.49: Pêndulo com movimento restrito.
X
F = m aC
dada por:
vC2
aC = en
L−h
Ou seja, o componente de aceleração tangencial em C é nulo. Neste caso,
X vC2
F=m en
L−h
As forças atuantes na esfera são o peso e a tração T exercida pelo o, logo.
X
F = (T + mg) en
Portanto,
vC2
m en = (T + m g) en
L−h
Se a tração no cabo se anula, então,
vC2
=g
L−h
vC2 = g (L − h)
195
Para encontrar a altura h, pode-se recorrer ao princípio da conservação da
energia:
EC = EA
1
EC = m g (L − h) − m g (2 h − L)
2
1
EA = m v02 − m g L cos θ
2
Logo,
1 1
m g (L − h) − m g (2 h − L) = m v02 − m g L cos θ
2 2
Resolvendo a equação anterior, econtra-se:
v02
1
h= L (3 + 2 cos θ) −
5 g
196
4.7 Equação diferencial do movimento de uma par-
tícula
A equação diferencial do movimento de uma partícula, como o nove sugere, é uma
equação diferencial de segunda ordem que, ao ser resolvida, fornece a posição ocu-
F = m aP
Figura 4.50: Movimento de uma partícula sob a ação de seu próprio peso de módulo
P.
−P = m ẍ
m ẍ = −m g
ẍ = −g (4.35)
move sob a ação de seu próprio peso. A solução da equação diferencial anterior é:
1
x(t) = − g t2 + B t + C
2
com
ẋ(t) = v(t) = −g t + B
197
Onde B e C são constantes que podem ser encontradas a partir das condições iniciais.
A primeira condição inicial é: x(0) = x0 , portanto,
C = x0
B = v0
1
x(t) = − g t2 + v0 t + x0
2
A equação diferencial do movimento dessa partícula também poderia ter sido en-
dE dT dV
= + =0
dt dt dt
Sendo,
1
T = mẋ2
2
Então,
dT
= mẋ ẍ
dt
A energia potencial gravitacional é dada por:
V = mgx
Logo,
dV
= m g ẋ
dt
Portanto,
mẋ ẍ + m g ẋ = 0
ẍ = −g
198
Exercícios resolvidos:
a
1. Aplicando 2 lei de Newton, encontre a equação diferencial do movimento do
Solução;
a
De acordo com a 2 lei de Newton:
X
F = ma
a = −L θ̇2 er + L θ̈ eθ
Portanto,
X
F = −m L θ̇2 er + m L θ̈ eθ (∗)
As únicas forças que atuam na massa é o seu peso e a tração exercida pelo
X
F = (m g cos θ − T ) er − m g sen θ eθ (∗∗)
(
m g cos θ − T = −m L θ̇2
−m g sen θ = m L θ̈
199
A segunda equação do sitema estabelece que:
m L θ̈ + m g sen θ = 0
ou
g
θ̈ + sen θ = 0
L
A expressão anterior é denominada equação diferencial do movimento do
pêndulo simples.
sen θ ∼
=θ
g
θ̈ + θ=0
L
Denindo
r
g
ωn =
L
a equação diferencial do movimento pode ser reescrita da seguinta forma:
θ̈ + ωn2 θ = 0
2π
τ= (4.36)
ωn
200
Figura 4.52: Pêndulo simples.
E = T + V = constante
1
T = m v2
2
Eq.2.28, então,
v = L θ̇ eθ
Note que o módulo da velocidade é L θ̇. Portanto a energia cinética pode ser
expressa por:
1
T = m L2 θ̇2
2
A única energia potencial que a massa possui é a gravitacional, logo,
V = −m g L cos θ
1
E= m L2 θ̇2 − m g L cos θ = constante
2
dE
= m L2 θ̇ θ̈ + mg L sen θθ̇ = 0
dt
g
θ̈ + sen θ = 0
L
201
Como visto no exercício anterior, para pequenas oscilações, a expressão ante-
rior se torna:
g
θ̈ + θ=0
L
Além disso,
r
g
ωn =
L
Logo, a equação diferencial do movimento para pêndulo simples se torna:
θ̈ + ωn2 θ = 0
Onde A e φ são constantes que podem ser determinadas a partir das condições
por:
θ̇(t) = A ωn cos(ωn t + φ)
Solução:
θ(0) = θ0
202
Portanto,
θ0 = A sen φ
Ou
θ0
A=
sen φ
A segunda condição inicial é:
θ̇(0) = 0
θ̇(t) = A ωn cos(ωn t + φ)
Portanto,
0 = A ωn cos φ
sen φ = 1
A = θ0
π
θ(t) = θ0 sen rad
ωn t +
2
π
θ̇(t) = θ0 ωn cos ωn t + rad/s
2
2
π
θ̈(t) = −θ0 ωn sen ωn t + rad/s2
2
4. Idem ao exercício anterior, porém, supondo que em t = 0, θ=0 e v = vo .
Dica:
Note que as condições iniciais são:
θ(0) = 0 v(0) = v0
v0 = θ̇(0) L
203
Ou seja,
v0
θ̇(0) =
L
Lembre também que:
r
g
ωn =
L
Resposta:
s
v0 L
θ(t) = sen ωn t
L g
v0
θ̇(t) = cos ωn t
L
r
v0 g
θ̈(t) = − sen ωn t
L L
a
5. A partir da 2 lei de Newton, encontre a equação do movimento de um sistema
sejam lisas.
Solução:
a
Pela 2 lei de Newton,
X
F = ma
mas
a = ẍ i
Nesse caso,
X
F = m ẍ i (∗)
204
Figura 4.54: Forças atuantes na massa de um sistema massa-mola.
X
F = −Fe i + (N − mg) j
X
F = −k x i + (N − mg) j (∗∗)
N = mg
m ẍ = −k x
m ẍ + k x = 0
k
ẍ + x = 0
m
Fazendo r
k
ωn =
m
vem:
ẍ + ωn2 x = 0
205
por:
ẋ(t) = A ωn cos(ωn t + φ)
Onde A e φ são constantes que podem ser determinadas a partir das condições
iniciais do problema.
conservação da energia.
x0
φ = arctan ωn
v0
x0
x(t) = sen (ωn t + φ)
sen φ
8. Encontre a equação diferencial do movimento de um sistema massa-mola-
Solução:
a
Pela 2 lei de Newton,
X
F = ma
mas
a = ẍ i
206
Nesse caso,
X
F = m ẍ i (∗)
seu módulo é dado por k x. De forma semelhante, a força exercida pelo amor-
expresso por c v.
A força exercida pela mola é contrária ao deslocamento x e a força exercida
X
F = −(k x + c v) i + (N − mg) j
Note que:
v = ẋ
Portanto,
X
F = −(k x + c ẋ) i + (N − mg) j (∗∗)
N = mg
m ẍ = −(c ẋ + k x)
207
m ẍ + c ẋ + k x = 0
c k
ẍ + ẋ + x = 0
m m
A expressão anterior é a equação diferencial do movimento de um sistema
massa-mola-amortecedor.
208
4.8 Momento angular
Por denição, o momento angular de uma partícula é dado pelo momento da quanti-
R
dade de movimento dessa partícula (OP × LP ). Ou seja, é o resultado do produto
Portanto, três dados são necessários para especicar claramente o momento angular:
HO = OP × L (4.39)
HO = OP × m vP (4.40)
˙ × m vP + OP × m v̇P
ḢO = OP
ḢO = vP × m vP + OP × m aP
209
ḢO = OP × m aP
ḢO = OP × F
ḢO = MO (4.41)
Observação:
Caso R seja inercial, a Eq.4.41 estabelece que se o momento MO for nulo, então o
210
Os exercícios 1 ao 3 foram iniciados na Seção 4.3. Aqui eles serão complementados,
HO = OP × L
Exercícios propostos:
Resposta:
1 √ 2
HO = − (6 3 − π) kg m /s k
10
3. Uma partícula P, de massa m = 120 g, descreve um movimento no espaço
2 πt
OP = i − 0, 25 t2 j − 3 sen k
t 6
211
Exercícios resolvidos:
expresso por:
HO = m r2 θ̇ k (4.42)
Solução:
HO = OP × L
é dado por:
OP = r er
L = mv
v = ṙ er + r θ̇ eθ
Portanto,
L = m (ṙ er + r θ̇ eθ )
HO = m r2 θ̇ k
212
que ḢO pode ser dado pela seguinte expressão:
Solução:
Dado que:
HO = m r2 θ̇ k
então,
ḢO = (2 m r ṙ θ̇ + m r2 θ̈) k
ḢO = m r (r θ̈ + 2 ṙ θ̇) k
6. Mostre que força exercida sobre uma partícula de massa m pode ser expressa,
Dica:
Essa expressão é uma consequencia imediatda da Eq.2.29.
p = r er
MO = m r (r θ̈ + 2 ṙ θ̇) k (4.45)
expressão:
R
HP/Q = QP ×R LP (4.46)
213
Figura 4.59: O vetor posição, em relação a Q e quantidade de movimento de uma
partícula.
HQ = QP × L (4.47)
HQ = QP × m vP (4.48)
˙ × mR vP + QP × mR v̇P
ḢQ = QP
Portanto,
214
˙ × m vP − OQ
ḢQ = OP ˙ × m vP + QP × m aP
ḢQ = vP × m vP − vQ × m vP + QP × m aP
ḢQ = −vQ × m vP + QP × m aP
ḢQ = −vQ × m vP + QP × F
ḢQ = MQ − vQ × m vP (4.49)
215
Capítulo 5
Tensor de inércia
5.1 Introdução
A inércia pode ser denida como a resistência que um corpo oferece à mudança de
Nota:
Em um estudo mais supercial, ou caso o leitor não esteja familiarizado com os
seguinte (Dinâmica dos corpos rígidos). Caso tenha sido essa a decisão, o leitor
deve car ciente que deverá aceitar, sem demonstração, as armações estabelecidas
na análise do movimento dos corpos rígidos no espaço, que serão feitas no próximo
capítulo.
e p.
216
Figura 5.1: Posição de uma massa dm em relação a um ponto genérico O.
Se o ponto em estudo for o baricentro, então, a Eq.5.1 permite concluir que o tensor
de inércia em relação ao baricentro G é dado por:
Z
C/G
I = (ρ2 I − ρ ⊗ ρ) dm (5.2)
C
corpo, ou seja, é uma propriedade aditiva. Portanto, se o corpo é formado por di-
versas partes, o tensor de inércia pode ser calculado somando os tensores de inércia
de cada uma delas. A mesma armação pode ser feita com respeito a quaisquer
Por exemplo, as propriedades de inércia do corpo formado pelas três partes mostra-
3.
217
Figura 5.3: Um corpo rígido formado por três partes.
Nos exercícios a seguir é demonstrado que todo tensor de inércia é simétrico positivo
semi-denido. Portanto, por ser simétrico, possui três autovetores mutuamente per-
pendiculares e por ser positivo semi-denido, seus autovalores são maiores ou iguais
a zero.
218
Exercício resolvido:
1
IC/O = m L2 [I − e3 ⊗ e3 ] (5.3)
3
Solução:
Sabe-se que: Z
C/O
I = (p2 I − p ⊗ p) dm
C
p = z e3
Neste caso,
p2 = z 2
p ⊗ p = z 2 (e3 ⊗ e3 )
dm = % dz
219
Portanto, a massa da barra é dada por:
Z L
m= % dz
0
Ou seja,
m = %L
Z L
C/O
I = [z 2 I − z 2 (e3 ⊗ e3 )] % dz
0
Z L Z L
C/O 2
I = I% z dz − % (e3 ⊗ e3 ) z 2 dz
0 0
1 1
IC/O = I % L3 − % L3 (e3 ⊗ e3 )
3 3
1 1
IC/O = I % L L2 − % L L2 (e3 ⊗ e3 )
3 3
Lembrando que m = % L, escreve-se:
1 1
IC/O = I m L2 − m L2 (e3 ⊗ e3 )
3 3
1
IC/O = m L2 [I − e3 ⊗ e3 ].
3
Exercícios propostos:
1
IC/G = m L2 [I − e3 ⊗ e3 ] (5.4)
12
220
Figura 5.5: Barra delgada com origem em seu baricentro.
Dica:
L L
Parta da Eq.5.2, tome ρ = z e3 e integre de − até .
2 2
221
3. Mostre que o tensor de inércia de um disco delgado de massa m e raio R, em
relação ao seu baricentro, pode ser encontrado com base na seguinte expressão:
1
IC/G = m R2 [2I − e1 ⊗ e1 − e2 ⊗ e2 ] (5.5)
4
Dica:
Parta da Eq.5.2 e tome ρ = r cos θ e1 + r sen θ e2 .
1
IC/G = m [(b2 + h2 ) I − b2 (e1 ⊗ e1 ) − h2 (e2 ⊗ e2 )] (5.6)
12
222
5. A Fig.5.8 mostra um corpo que pode ser pensado como sendo formado por 3
Dica:
O tensor de inércia IC/O do corpo formado pelas três barras pode ser encon-
Resposta:
L21
C/O 2 1 2 1 2
I = m1 L2 + + m2 L2 + m3 L3 I
3 3 12
2 1 2 1
− m1 L + m2 L e2 ⊗ e2 − m1 L1 L2 (e2 ⊗ e3 + e3 ⊗ e2 )
3 2
1 2 1 2
− m1 L + m3 L3 e3 ⊗ e3
3 12
(S + T)T = ST + TT
Exercícios resolvidos:
Solução:
223
Por denição: Z
C/O
I = (p2 I − p ⊗ p) dm
C
Z Z
C/O 2
I = p I dm − (p ⊗ p) dm
C C
p2 I u · v = p2 u · IT v
p2 I u · v = p2 u · I v
u · (p ⊗ p) v = u · (p · v) p ∀ u, v
= (p · v) · (p · u)
= v · (p · u) p
= v · (p ⊗ p) u
= (p ⊗ p) u · v
Portanto,
u · (p ⊗ p) v = (p ⊗ p) u · v
simétrico.
denido.
Solução:
224
semidenido se:
v · Tv ≥ 0 ∀v 6= 0
Z
C/O 2
v·I v=v· (p I − p ⊗ p) dm v
C
Z
v · p2 I v − v · (p ⊗ p) v dm
=
C
Z
p2 v · v − v · (p · v) p dm
=
C
Z
p2 v2 − (v · p) (p · v) dm
=
C
Z
p2 v2 − (v · p)2 dm
=
C
Z
2 2
|p| |v| − |p|2 |v|2 cos2 α dm
=
C
Z
C/O
2 2
|p| |v| (1 − cos2 α) dm
v·I v=
C
v · IC/O v ≥ 0
tensor IC/O , com respeito a uma base de vetores {e1 , e2 , e3 }, são dados por:
C/O
I i j = ei · IC/O ej
225
Figura 5.9: Vetor posição de uma massa dm em relação a um ponto genérico O.
Z
C/O 2
Iij = ei · (p I − p ⊗ p) dm ej
C
Z Z
C/O 2
Iij = ei · p I ej dm − (p ⊗ p) ej dm
C C
Z Z
C/O 2
Iij = ei · p ej dm − (p · ej )p dm
C C
Por isso,
p · ej = pj
Portanto, Z
Z
C/O 2
Iij = ei · p dm ej − pj p dm
C C
Z Z
C/O 2
Iij = p dm ej · ei − pj (p · ei ) dm
C C
Z Z
C/O 2
Iij = p dm δji − pj pi dm
C C
(
1 se i = j
δji =
0 se i 6= j
Os subíndices i e j podem ser livremente permutados, portanto,
Z Z
C/O 2
Iij = δij p dm − pi pj dm (5.7)
C C
226
Mas
Logo, Z Z
C/O
Iij = δij (p21 + p22 + p23 ) dm − pi pj dm (5.9)
C C
C/O C/O
Iij = Ij i (5.10)
Z
C/O
Ii = (p21 + p22 + p23 − p2i ) dm (5.11)
C
Quando i 6= j , o componente
C/O
Iij produto
do tensor de inércia recebe o nome de
Z
C/O
Iij =− pi pj dm (5.12)
C
Z
C/O
I1 = (p22 + p23 ) dm (5.13)
C
Z
C/O
I2 = (p21 + p23 ) dm (5.14)
C
Z
C/O
I3 = (p21 + p22 ) dm (5.15)
C
Z
C/O
I12 =− p1 p2 dm (5.16)
C
Z
C/O
I13 =− p1 p3 dm (5.17)
C
Z
C/O
I23 =− p2 p3 dm (5.18)
C
227
Portanto, a representação matricial do tensor IC/O na base {e1 , e2 , e3 } pode ser
I1 I12 I13
C/O
= I21 I2 I23 (5.19)
I
I31 I32 I3
Onde os elementos Iij = Iji são obtidos a partir das Eqs.5.13 ··· 5.18.
Iij = 0 ∀ i 6= j (5.20)
Sendo
3
X
ρ= ρ j ej
j=1
Z Z
C/G
Iij = δij (ρ21 + ρ22 + ρ23 ) dm − ρi ρj dm (5.21)
C C
E
C/G C/G
Iij = Ij i (5.22)
Z
C/G
Ii = (ρ21 + ρ22 + ρ23 − ρ2i ) dm (5.23)
C
228
Quanto aos produtos de inércia, tem-se:
Z
C/G
Iij =− ρi ρj dm (5.24)
C
Assim, Z
C/G
I1 = (ρ22 + ρ23 ) dm (5.25)
C
Z
C/G
I2 = (ρ21 + ρ23 ) dm (5.26)
C
Z
C/G
I3 = (ρ21 + ρ22 ) dm (5.27)
C
Z
C/G
I12 =− ρ1 ρ2 dm (5.28)
C
Z
C/G
I13 =− ρ1 ρ3 dm (5.29)
C
Z
C/G
I23 =− ρ2 ρ3 dm (5.30)
C
respeito à base {e1 , e2 , e3 }, poderá ser expresso, em uma notação mais compacta,
da seguinte maneira:
∗
I1∗ I12 ∗
I13
C/G ∗
I = I21 I2∗ I23
∗
(5.31)
∗ ∗ ∗
I31 I32 I3
Onde os elementos Iij∗ = Iji∗ são obtidos a partir das Eqs.5.25, ··· 5.30.
Como visto na Seção 5.2, se o corpo é formado por diversas partes, as propriedades
dessas partes.
Convém reiterar que o tensor de inércia é simétrico, portanto possui três autovetores
Com base na Eq.D.37 tdo ApêndiceD, pode- se armar que os momentos principais
n
de inércia (I ) e as direções principais de inércia ( ) são tais que:
(IC/O − I I) n = 0 (5.32)
229
De acordo com a Eq.D.39, os momentos principais de inércia podem ser encontrados
o
resolvendo a seguinte equação polinomial do 3 grau em I (momento principal de
inércia):
det(IC/O − I I) = 0 (5.33)
Que é equivalente a:
I1 − I I12 I13
det I21 I2 − I I23 = 0 (5.34)
I31 I32 I3 − I
igual a 1.
seus autovalores.
I1 0 0
C/O
= 0 I2 0 (5.35)
I
0 0 I3
230
Exercício resolvido:
1. Determine o momento de inércia de uma barra delgada de massa m e com-
perpendicular a ela.
Solução:
Z
C/O
I1 = (p22 + p23 ) dm
C
dm = % dz
Z L
m= % dz
0
m = %L
p = z e3
Ou seja, p2 = 0 e p3 = z
Então,
Z L
C/O
I1 = z 2 % dz
0
C/O 1
I1 = % L3
3
C/O 1
I1 = % L L2
3
231
Lembrando que m = % L, então,
C/O 1
I1 = m L2
3
C/O
Pode-se adotar uma notação simplicada, substituindo I1 por I1 , neste caso,
escreve-se:
1
I1 = m L2 .
3
Exercícos propostos:
a ela.
Resposta:
1
I1∗ = m L2
12
C/O C/O C/O
3. Mostre que o componente I12 = I13 = I23 = 0 para a barra delgada
232
Figura 5.13: Barra delgada com origem descentralizada.
233
Figura 5.15: Placa com origem em seu baricentro.
Resposta:
1
I3∗ = m (b2 + h2 )
12
6. Encontre o momento de inércia da placa retangular do exercício anterior, em
1
I1∗ = m h2
12
7. Determine o momento de inércia de uma disco delgado, de raio R e massa m,
em relação ao seu centro, com respeito a um eixo perpendicular à sua face.
Resposta:
234
1
I3∗ = m R2
2
8. Determine o momento de inércia de um disco delgado de raio R e massa m,
em relação ao seu baricentro, com respeito ao seu diâmetro.
Resposta:
1
I1∗ = m R2
4
9. Encontre a representação matricial do tensor de inércia de uma barra delgada,
{e1 , e2 , e3 }.
Dica:
Note que:
p = 0i + yj + zk
Resposta:
1 0 0
C/O 1
= m L2 0 sen 2 θ − sen θ cos θ
I
3
0 − sen θ cos θ cos2 θ
235
Exercício resolvido:
1
IC/O = m L2 [I − e3 ⊗ e3 ]
3
Solução:
I11 = e1 · IC/O e1
1
I11 = m L2 [e1 · I e1 − e1 · (e3 ⊗ e3 ) e1 ]
3
1
I11 = m L2 [e1 · e1 − e1 · (e3 · e1 )e3 ]
3
Uma vez que
e1 · e1 = 1 e (e3 · e1 ) = 0
Então,
1
I11 = m L2
3
I12 = e1 · IC/O e2
1
I12 = m L2 [e1 · I e2 − e1 · (e3 ⊗ e3 ) e2 ]
3
1
I12 = m L2 [e1 · e2 − e1 · (e3 · e2 )e3 ]
3
236
Logo
I12 = 0
1
I22 = m L2 I13 = 0 I23 = 0 I33 = 0
3
1 0 0
C/O 1
= m L2 0 1 0
I
3
0 0 0
Exercícios propostos:
1
IC/G = m R2 [2I − e1 ⊗ e1 − e2 ⊗ e2 ]
4
237
de massa m, é dado por:
1
IC/G = m [(b2 + h2 ) I − b2 (e1 ⊗ e1 ) − h2 (e2 ⊗ e2 )]
12
Resposta:
h2 0 0
C/G 1
= m 0 b2 0
I
12
2 2
0 0 b +h
13. Explique por que, se um eixo i for de simetria, então todos os produtos de
238
Dica:
R
Observe que a integral pi pj dm de um lado se anula com a respectiva integral
R
pi (−pj ) dm do outro.
base {e1 , e2 , e3 }.
6 0 −2
C/O
= 0 8 0
I
−2 0 9
Encontre também a representação matricial do tensor em uma base de auto-
vetores.
Resposta:
1 1
n1 = √ (e1 + 2 e3 ) n2 = e2 n3 = √ (−e1 + 2 e3 )
5 5
5 0 0
C/O
= 0 8 0
I
0 0 10
239
5.4 Relação entre IC/O e IC/G Teorema dos eixos
paralelos
A Eq.5.1 estabelece que o tensor de inércia de um corpo C, em relação a um ponto
Mas
p = pG + ρ
Portanto
p2 = p2G + ρ2 + 2 pG · ρ
Então,
Z Z Z Z Z
C/O
I = p2G I dm + 2
ρ I dm + 2 pG · I ρ dm − (pG ⊗ pG ) dm − (ρ ⊗ ρ) dm
C C C C C
Z Z
− pG ⊗ ρ dm − ρ dm ⊗ pG
C C
R P
A integral
C
ρ dm é nula, assim como é nulo o somatório ρi mi que aparece na
Z
C/O
I = (ρ2 I − ρ ⊗ ρ) dm + m p2G I − m (pG ⊗ pG )
C
A Eq.5.2 permite conclui que os tensores IC/O e IC/G estão relacionados segundo a
seguinte expressão:
240
O termo m [p2G I − (pG ⊗ pG )] pode ser pensado como o tensor de inércia, em relação
ao ponto O, de uma partícula que tem uma massa concentrada m igual a do corpo C .
seguinte maneira:
C/O C/G
+ m p2G I − (pG ⊗ pG ) ij
Iij = Iij
C/O C/G
Iij = Iij + m p2G Iij − m (pG ⊗ pG )ij
Sendo
3
X
pG = pGj ej
i=j
Então,
por:
C/O C/G
Iij = Iij + δij m (p2G1 + p2G2 + p2G3 ) − m pGi pGj (5.37)
C/O
No caso particular de i = 1 e j = 1, o momento de inércia I1 do corpo em relação
C/O C/G
I1 = I1 + m (p2G1 + p2G2 + p2G3 ) − m p2G1
Ou seja:
C/O C/G
I1 = I1 + m (p2G2 + p2G3 ) (5.38)
C/O C/G
I2 = I2 + m (p2G1 + p2G3 ) (5.39)
C/O C/G
I3 = I3 + m (p2G1 + p2G2 ) (5.40)
C/O C/G
I12 = I12 − m pG1 pG2 (5.41)
C/O C/G
I13 = I13 − m pG1 pG3 (5.42)
C/O C/G
I23 = I23 − m pG2 pG3 (5.43)
241
Figura 5.24: Distância d entre eixos paralelos.
Note que, particularmente para a direção e3 , o teorema dos eixos paralelos esta-
belece que:
C/O C/G
I3 = I3 + m (p2G1 + p2G2 )
C/O C/G
I3 = I3 + m d23
Por indução, pode-se concluir que, para qualquer direção i, o momentos de inércia
C/O
Ii se relaciona com o momento de inércia baricentrico da seguinte maneira:
C/O C/G
Ii = Ii + m d2i (5.44)
A expressão anterior pode ser estendida a sua forma clássica de apresentação que é:
IO = I ∗ + m d2 (5.45)
242
Uma grandeza que pode ser muito útil nos problemas de Dinâmica é o raio de
giração. Representado por k, é denido como a raiz quadrada da razão entre o
243
Exercícios propostos:
por:
C/O 1
I1 = m L2
3
Encontre o momento de inércia baricêntrico, com respeito à mesma direção.
Dica:
L
Utilize a Eq.5.44 para encontrar I C/G ,com d = . Em seguida, aplique a
2
Eq.5.47 para encontrar k C/G .
Resposta:
C/G 1 C/G 1
I1 = m L2 k1 = √ L
12 2 3
2. Dado que o momento de inércia de uma placa retangular b × h, de massa m,
em relação ao seu baricentro, com respeito a um eixo baricêntrico paralelo à
244
Figura 5.27: Placa retangular b×h de massa m.
C/O
Encontre I1 e o respectivo raio de giração.
Resposta:
C/O 1 C/O 1
I1 = m h2 k1 =√ h
3 3
3. Sabendo que o momento de inércia de um disco de raio R e massa m, em
relação a um eixo que passa pelo seu diâmetro, seja dado por
C/G 1
I1 = m R2
4
C/O
determine o momento de inércia I1 e o respectivo raio de giração.
Resposta:
245
√
C/O 5 C/O 5
I1 = m R2 k1 = R.
4 2
Exercícios resolvidos:
Solução:
p = 0 e1 + 0 e2 + z e3
dI3 = dI3∗
relação ao seu centro, com respeito a um eixo perpendicular à sua face. Logo,
1
dI3∗ = dm r2
2
dm = % dV
dV = π r2 dz
246
Por semelhança de triângulos, tem-se:
z r
=
H R
H
z= r
R
H
dz = dr
R
H
dV = π r2 dr
R
H
dm = % π r2 dr
R
1
m = % π H R2 (∗)
3
1 %πH 4
dI3∗ = r dr
2 R
1 %πH 5
I3∗ = R
10 R
1
I3∗ = % π H R2 R2
10
Baseado na expressão (∗), escreve-se:
1
I3∗ = m R2
10
1
I3 = m R2
10
5. O corpo rígido mostrado na Fig.5.30 é formado por um braço delgado OD, de
comprimento L e massa mB e por um disco de raio R de massa mD . Determine
247
Figura 5.30: Roda de raio R com eixo de comprimento L.
Solução:
Sendo:
então,
1
IB/O = mB L2 [I − e1 ⊗ e1 ] (∗)
3
1
ID/centro do disco = mD R2 [2I − e2 ⊗ e2 − e3 ⊗ e3 ]
4
pD = L e1
248
Logo,
p2D = L2
pD ⊗ pD = L2 (e1 ⊗ e1 )
1
ID/O = mD R2 [2 I − e2 ⊗ e2 − e3 ⊗ e3 ] + mD [L2 I − L2 (e1 ⊗ e1 )] (∗∗)
4
se o tensor IC/O
do corpo em relação ao ponto O.
C/O 1 1 1
I = mB L2 + mD R2 + mD L2 I− mB L2 + mD L2 (e1 ⊗ e1 )
3 2 3
1 1
− mD R2 (e2 ⊗ e2 ) − mD R2 (e3 ⊗ e3 )
4 4
Exercícios propostos
249
7. Escreva a expressão matemática do momento de inércia do cone mostrado na
Resposta:
3 3
I1 = m R2 + m H 2
20 5
250
5.5 Um tensor de inércia aplicado a um vetor
Seja ω um vetor qualquer e IC/O o tensor de inércia de um corpo rígido C em relação
a um ponto genérico O.
Sendo Z
C/O
I = (p2 I − p ⊗ p) dm
C
Então, Z
C/O
I ω= [p2 I ω − (p ⊗ p) ω] dm
C
Z
IC/O ω = [p2 I ω − (p ⊗ p) ω] dm
C
Z
IC/O ω = [p2 ω − (p · ω) p] dm
C
Z
IC/O ω = [(p · p) ω − (p · ω) p] dm
C
seguinte forma: Z
C/O
I ω= p × (ω × p) dm (5.48)
C
Z
C/G
I ω= ρ × (ω × ρ) dm (5.49)
C
251
5.6 Considerações nais
A inércia pode ser denida como a resistência que um corpo oferece à mudança de
sua massa. Na rotação, a inércia é dada por uma grandeza denominada momento
de inércia.
expresso por: Z
C/O
I = (p2 I − p ⊗ p) dm
C
Z
C/O
I1 = (p22 + p23 ) dm
C
Z
C/O
I2 = (p21 + p23 ) dm
C
Z
C/O
I3 = (p21 + p22 ) dm
C
Z
C/O
I12 =− p1 p2 dm
C
Z
C/O
I13 =− p1 p3 dm
C
Z
C/O
I23 =− p2 p3 dm
C
252
a representação matricial do tensor IC/O na base {e1 , e2 , e3 } pode ser escrita da
seguinte maneira:
I1 I12 I13
C/O
= I21 I2 I23
I
I31 I32 I3
Quando i = j, momento de
o componente do tensor de inércia recebe o nome de
tanto, é uma propriedade aditiva. Logo, se o corpo é formado por diversas partes,
o tensor de inércia pode ser calculado somando os tensores de inércia de cada uma
delas. A mesma armação pode ser feita com respeito à quaisquer outras proprie-
mais comuns, que se encontram nos problemas de Dinâmica, juntamente com a po-
253
Capítulo 6
Dinâmica de um corpo rígido
6.1 Introdução
A Dinâmica é a parte da Mecânica que se ocupa em estudar o movimento, levando
que envolvem o movimento dos elementos que compõem os robôs, as máquinas au-
254
6.2 A posição, a velocidade, e a aceleração do bari-
centro de um corpo rígido
Seja um corpo rígido C, que se movimenta no espaço, com respeito a um referencial
Z
m= dm (6.1)
C
P = mg (6.2)
Ou ainda Z
m pG = pdm (6.4)
C
255
encontra-se a velocidade do baricentro:
Z
R G 1 R
v = vdm (6.5)
m C
Ou Z
R G R
m v = vdm (6.6)
C
Quanto a aceleração do baricentro, esta pode ser obtida derivando a expressão an-
Ou Z
R G R
m a = adm (6.8)
C
R
Uma integral que frequentemente aparece na Dinâmica é
C
ρ d m. Essa integral,
assim como suas derivadas temporais, são nulas. Para provar essa armação, pode-
Portanto, Z Z Z
ρdm = ρ̇ d m = ρ̈ d m = 0 (6.9)
C C C
256
6.3 Resultante das forças que atuam em um corpo
rígido
A resultante de todas as forças que atuam em um elemento de massa dm é dada,
d F = d Fe + d fi
Por denição, a resultante de todas as forças que atuam em um corpo rígido é dada
Z
F= dF
C
Z
F= (dFe + dfi )
C
Z Z
F= dFe + dfi
C C
R
De acordo com o terceiro princípio de Newton, a resultante das forças internas
C
d fi
é nula, logo, a resultante de todas as forças que atuam no corpo é igual à resultante
Z
F= dFe
C
257
6.4 Quantidade de movimento de um corpo rígido
Representado por d R LC , a quantidade de movimento de um elemento de massa dm,
em relação a um referencial R, é dada matematicamente por:
d R LC =R v dm
d L = v dm
L = m vG (6.10)
se:
L̇ = m v̇G
L̇ = m aG
258
Se R for inercial, então,
F = m aG (6.11)
259
6.5 Momento angular de um corpo rígido em rela-
ção ao seu baricentro
O momento angular de um corpo rígido C, em relação ao seu baricentro G, com
R
respeito a um referencial R, pode ser representado por HC/G .
R
Contudo, se uma notação simplicada for adotada, HC/G pode ser substituido por
HG .
d HG = ρ × d L
d HG = ρ × v dm (6.12)
Z
HG = ρ × v dm (6.13)
C
Z
HG = ρ × ρ̇ dm (6.14)
C
Note que o vetor ρ é xo no corpo rígido C (Fig.6.6). Assim, sua derivada temporal,
ρ̇ =R ω C × ρ
R
Onde ωC representa a velocidade angular do corpo rígido C, em realação ao refe-
rencial R.
260
Figura 6.6: O vetor ρ é xo no corpo rígido C, que tem velocidade angular ω.
ρ̇ = ω × ρ (6.15)
Z
HG = ρ × (ω × ρ) dm (6.16)
C
Com base na Eq.5.49, a expressão anterior pode ser escrita da seguinte maneira:
HG = IG ω (6.17)
IG ω = [IG ] ω
Portanto, a Eq.6.17 pode ser substituída pela sua forma equivalente a seguir:
HG = [IG ] ω (6.19)
261
Escrevendo ω na base {e1 , e2 , e3 }, vem:
ω = ω1 e1 + ω2 e2 + ω3 e3
Portanto,
ρ = ρ1 e1 + ρ2 e2 + ρ3 e3
Z
I1∗ = (ρ22 + ρ23 ) dm
C
Z
I2∗ = (ρ21 + ρ23 ) dm
C
Z
I3∗ = (ρ21 + ρ22 ) dm
C
Z
∗
I12 =− ρ1 ρ2 dm
C
Z
∗
I13 =− ρ1 ρ3 dm
C
Z
∗
I23 =− ρ2 ρ3 dm
C
Observação:
Note que nenhuma menção é feita a respeito do local onde a base {e1 , e2 , e3 } é
xa. Isso quer dizer que, nas expressões aqui desenvolvidas, não importa se a base
262
adotada é xa no referencial R ou xa no corpo rígido C, que é móvel. Portanto,
pode-se adotar, arbitrariamente, uma base móvel para escrever o vetor HG e a sua
derivada.
Dica:
Nos exercícios 1 a 6 a seguir, determine o momento angular HG , em relação ao
Note que
HG = [IG ] ω
então,
∗
I1∗ I12 ∗
I13 0
∗ ∗ ∗
HG = I21 I2 I23 0
∗ ∗
I31 I32 I3∗ ω
momento angular HG .
∗ ∗
HG = (I13 e1 + I23 e2 + I3∗ e3 ) ω
Exercício resolvido:
Solução:
263
O momento de inércia I3∗ é dado por:
1
I3∗ = m R2
2
Portanto,
1
HG = m R 2 ω e3
2
Exercícios propostos:
2. Uma barra delgada, de comprimento L, que gira em torno de uma linha per-
Figura 6.8: Barra que gira em torno de uma linha que passa por uma de suas
extremidades.
Resposta:
1
HG = m L2 ω e3
12
3. Uma placa de dimensão b × h, que gira em torno de um eixo que passa por
264
Figura 6.9: Placa que gira em torno de uma linha que passa por sua base menor.
Resposta:
1
HG = m h2 ω e3
12
4. Um disco delgado, de raio R, que gira em torno de um eixo tangente a sua
circunferência.
Resposta:
1
HG = m R 2 ω e3
4
5. Placas em cruz girando em torno de seu eixo central.
265
Figura 6.11: Giro em torno do eixo central de um corpo formado por placas em
cruz.
Resposta:
1
HG = m b2 ω e3
3
Exercício resolvido:
6. Uma barra delgada, de comprimento L, que gira em torno de um eixo oblíquo,
que passa por uma de suas extremidades.
Figura 6.12: Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por uma de suas
extremidades.
Solução:
∗ ∗
I12 = I13 =0
266
Nesse caso,
∗
HG = (I23 e2 + I3∗ e3 ) ω
Z
∗
I23 = − y z dm
C
p = y e2 + z e3
|p| = p
y = p sen θ z = p cos θ
dm = % dp
unidade de comprimento).
Z L/2
m= % dp
−L/2
m = %L
Z L/2
∗
I23 =− p2 sen θ cos θ % dp
−L/2
Z L/2
∗
I23 = −% sen θ cos θ p2 dp
−L/2
∗ L3
I23 = −% sen θ cos θ
12
∗ L2
I23 = − sen θ cos θ % L
12
Lembrando que m = % L, então,
∗ 1
I23 =− m L2 sen θ cos θ
12
267
Z
I3∗ = y 2 dm
C
Z L/2
I3∗ = p2 sen 2 θ % dp
−L/2
Z L/2
I3∗ = % sen θ 2
p2 dp
−L/2
L3
I3∗ = sen 2 θ %
12
L2
I3∗ = sen 2 θ % L
12
Uma vez que m = % L, então,
1
I3∗ = m L2 sen 2 θ
12
Finalmente,
1
HG = m L2 ω sen θ (− cos θ e2 + sen θ e3 )
12
Exercícios propostos:
Figura 6.14: Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por um dos seus
extremos.
268
Dica:
A diferença agora é que a base de vetores é diferente e todas as linhas paralelas
Resposta:
1
HG = − m L2 ω sen θ e2
12
8. Uma placa retangular, de dimensão b × h e massa m, gira, em torno de uma de
sua maior diagonal, com velocidade de módulo ω , como mostrado na Fig.6.15.
Resposta:
1 b
HG = m ω (b2 sen θ e1 + h2 cos θ e2 ) θ = arctan
12 h
269
Figura 6.16: Um disco de raio R que gira, simultaneamente, em torno de uma linha
Dica:
Como visto em um dos exercícios da Seção 3.5,a velocidade angular do disco
é dada por:
R 00 ω3 L
ωR = − e1 + ω3 e3
R
Os momentos de inércia do disco são:
1 1
I1∗ = m R2 I2∗ = I3∗ = m R2
2 4
Resposta:
1 1
HG = − m R L ω3 e1 + m R2 ω3 e3
2 4
10. Baseado na Eq.6.13, mostre que o momento angular de um corpo C, em re-
lação ao seu baricentro, com respeito a um referencial R, pode ser expresso por:
Z
HG = ρ × ρ̇ dm
C
Dica:
Note que ρ̇ = ṗ − ṗG
270
Figura 6.17: Vetores p, ρ e pG .
271
6.6 Momento resultante em relação ao baricentro
de um corpo rígido
O momento resultante d MG , de todas as forças que atuam em um elemento de
d MG = ρ × (dFe + dfi )
Z
MG = ρ × a dm
C
Z
MG = ρ dm × aG + ρ × ρ̈ dm
C
Z Z
MG = ρ dm × aG + ρ × ρ̈ dm
C C
De acordo com a Eq.6.9, primeira integral da expressão anterior é nula. Neste caso,
Z
MG = ρ × ρ̈ dm (6.21)
C
272
com respeito a R.
Z
HG = ρ × ρ̇ dm
C
Z Z
ḢG = ρ̇ × ρ̇ dm + ρ × ρ̈ dm
C C
Z
ḢG = ρ × ρ̈ dm
C
MG = ḢG (6.22)
Ou ainda:
R
dHG
MG =
dt
Note que, de acordo com o Corolário 1.6
R C
dHG dHG R C
= + ω × HG
dt dt
Ou seja
C
dHG R C
ḢG = + ω × HG
dt
Substituindo a Eq.6.17 na expressão anterior, encontra-se:
C
d (IG R ω C ) R C
ḢG = + ω × (IG R ω C )
dt
C C
d RωC
d IG R C
ḢG = ω + IG +R ω C × (IG R ω C )
dt dt
R
Com base na Eq.1.10, pode-se armar que a aceleração angular αC do corpo rígido
C
R d RωC
αC =
dt
273
Logo,
C
d IG R
ḢG = ω C + IG R αC +R ω C × (IG R ω C )
dt
Utilizando uma base de vetores xa no corpo rígido C, as derivadas temporais de
∗
todos os Iij serão nulas. Logo,
C
d IG
=0
dt
Portanto, para uma base de vetores xa no corpo rígido, vale a seguinte relação:
ḢG = IG R αC +R ω C × (IG R ω C )
MG = IG α + ω × (IG ω) (6.24)
Observação: Convém reiterar que as Eqs.6.23 e 6.24 só são válidas para uma base
274
Para resolver os exercícios a seguir, pode-se seguir o seguinte procedi-
mento:
F = m aG
peso);
n
X
F= Fi
i=1
MG = IG α + ω × (IG ω)
275
(e) Escreva o somatório dos momentos de todas as forças que atuma no corpo
dos Mj ;
n
X m
X
MG = ri × Fi + Mj
i=1 j=1
(f ) Iguale as expressões de MG ;
n
X m
X
ri × Fi + Mj = IG α + ω × (IG ω)
i=1 j=1
276
Exercícios:
Nos exercícios 12 a 15 a seguir, determine os esforços exercidos pelos mancais lubri-
cados e o momento M, que deve ser aplicado ao eixo, para que gire com velocidade
angular constante ω. Suponha que um dos mancais não exerça força axial (escolha
Os mancais estão a meia distância do baricentro, exceto no exercício 15, onde eles
Exercício resolvido:
Figura 6.21: Cilindro que gira em torno de seu próprio eixo, apoiado em dois man-
cais.
Solução:
Passo 2: Cinemática.
pG = 0 vG = 0 aG = 0
Passo 3: Dinâmica.
F = m aG
F=0 (∗)
Mas
No cabeçalho desses exercícios é pedido que se arbitre que um dos mancais não exerça
esforço axial. Supondo que esse mancal seja o localizado em B, então FB3 = 0, neste
caso,
277
Igualando as expressões (∗) e (∗∗), pode-se concluir que:
FA1 + FB1 = m g (∗ ∗ ∗)
FA3 = 0
Figura 6.22: Cargas em um cilindro que gira em torno de seu próprio eixo.
MG = IG α + ω × (IG ω)
MG = ω × (IG ω)
Como o movimento é plano, o tensor de inércia pode ser substituido pelo momento
MG = ω × I3∗ ω
1
M G = ω e3 × m R2 ω e3
2
MG = 0
Sendo M = M e3 , então,
278
Da direção e1 , vem
d FA2 − d FB2 = 0
FA2 = FB2
FA2 = FB2 = 0
Da direção e2 , vem
d FB1 − d FA1 = 0
FB1 = FA1
1
FA1 = FB1 = mg
2
Da direção e3 , vem
M =0
respectivamente, por:
1
FA = m g e1
2
1
FB = m g e 1
2
M = 0.
279
Exercícios propostos:
13. Uma barra delgada, de comprimento L, que gira em torno de uma linha per-
pendicular ao seu eixo e que passa por uma de suas extremidades. Faça os cálculos
Figura 6.23: Barra que gira em torno de uma linha que passa por uma de suas
extremidades.
Dica:
Note que, neste problema:
L L L
pG = e2 vG = −ω e1 aG = −ω 2 e2
2 2 2
Resposta:
1 m ω2L
FA = m g e1 − e2
2 4
1 m ω2L
FB = m g e 1 − e2
2 4
L
M = − m g e3
2
280
14. Uma placa de dimensão b×h que gira em torno de um eixo que passa por sua
base menor. Faça os cálculos para o instante que a placa está na posição horizontal.
Figura 6.24: Placa que gira em torno de uma linha que passa por sua base menor.
Resposta:
1 m ω2h
FA = m g e 1 − e2
2 4
2
1 mω h
FB = m g e 1 − e2
2 4
h
M = − m g e3
2
15. Uma barra delgada, de comprimento L, que gira em torno de um eixo oblíquo
Figura 6.25: Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por um dos seus
extremos.
281
São dados:
Resposta:
Exercício resolvido:
Determine:
(a) O coeciente de atrito necessário para que o cilindro role, sem deslizar, sobre o
plano;
Solução:
Passo 1: Referencia.
Atenção!
A base de vetores escolhida não está xa no cilindro. Na verdade, ela translada
Figura 6.27: Uma base de vetores que translada mas não gira.
282
Passo 2: Cinemática.
ω = ω e3
α = α e3
pG = OG
vG = vB + ω × BG
vG = ω × BG
aG = aB + ω × (ω × BG) + α × BG
por:
vG = 0
aG = α × BG
aG = α e3 × (−R) e2
por:
aG = α R e1
Passo 3: Dinâmica.
F = m aG
F = m α R e1 (∗)
As forças que atuam no cilindro são: o peso,a normal e a força de atrito. Assim,
F = (m g sen θ − f ) e1 + (m g cos θ − N ) e2
283
Na iminência de deslizamento, f = µ N, neste caso,
αR
µ = tan θ − (∗ ∗ ∗)
g cos θ
Note que a base não é xa no cilindro, portanto, não é permitido usar a Eq.6.19
MG = ḢG
HG = IG ω
Uma vez que o movimento é plano, então o tensor de inércia pode ser substituído
HG = I3∗ ω
MG = I3∗ α
Dado que
1
I3∗ = m R2
2
então,
1
MG = m R 2 α e3
2
A única força que apresenta momento não nulo em relação ao baricentro é a força
de atrito f. Portanto,
MG = R f e3
2 µ g cos θ
α= (∗ ∗ ∗∗)
R
atrito mínimo necessário para que o cilindro desça o plano sem deslizamento:
284
1
µ= tan θ
3
2 g
α= sen θ e3
3R
285
Exercício proposto:
G.
São dados:
• B= (0,15 0,10) m
• C= (0,40 0,15) m
• L= 0,180 m
• Lg = 0, 060 m
• aB = −(4, 66 i + 0, 67 j) m/s
2
• ω BC = −3, 00 k rad/s
Resposta:
286
6.7 Relações entre os momentos MG e MQ
Em certas situações, é mais fácil resolver um problema de Dinâmica, analisando o
d MQ = d MG + QG × d F
d MQ = d MG + rG × d F
MQ = MG + rG × F (6.26)
Caso o referencial R seja inercial, a expressão anterior poderá ser reescrita da se-
guinte forma:
MQ = MG + rG × m aG (6.27)
287
Se R for inercial e se a base de vetores usada for xa no corpo rígido, então a
MQ = IG α + ω × (IG ω) + rG × m aG (6.28)
reiterar que o referencial R deverá ser inercial e a base de vetores xa no próprio
corpo rígido.
Exercício resolvido:
Determine a força exercida sobre os pinos C e B da biela mostrada na Fig.6.31.
A biela apresenta:
• Massa m= 18 kg;
Para efeito de cálculo do momento de inércia, suponha que a biela possa ser consi-
288
289
6.8 Momento angular de um corpo rígido em rela-
ção a um ponto xo em um referencial R
Sendo O um ponto xo em um referencial R, o momento angular de um corpo rígido
C , em relação a O, com respeito a R, pode ser representado por R HC/O . Contudo,
R
para uma notação simplicada, pode-se adotar HO no lugar de HC/O .
ponto O.
d HO = p × d L (6.29)
d HO = (pG + ρ) × d L
d HO = ρ × d L + pG × d L
d HO = d HG + pG × d L
HO = HG + pG × L
290
A Eq.6.6 permite escrever:
HO = HG + pG × m vG (6.30)
Demonstra-se que, se R for inercial, então o momento resultante MO pode ser ex-
MO = ḢO (6.32)
291
Exercícios propostos:
Nos quatro primeiros exercícios a seguir, determine o momento angular HO do corpo
em relação ao ponto O. É recomendável utilizar a seguinte expressão:
HO = HG + pG × m vG
1. Uma barra delgada, de comprimento L, que gira em torno de uma linha per-
Figura 6.33: Barra que gira em torno de uma linha que passa por uma de suas
extremidades.
Resposta:
1
HO = m L2 ω e3
3
2. Uma placa de dimensão b × h que gira em torno de um eixo que passa por sua
base menor.
Figura 6.34: Placa que gira em torno de uma linha que passa por sua base menor.
292
Resposta:
1
HO = m h2 ω e3
3
circunferência.
Resposta:
5
HO = m R2 ω e3
4
Figura 6.36: Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por um dos seus
extremos.
293
Resposta:
1
HO = m L2 ω (−sen θ cos θ e2 + sen2 θ e3 )
3
HO = HG + pG × m vG
6. Demonstre a Eq.6.31.
Dica:
Derive a Eq.6.30
Exercício resolvido:
7. Considere que o corpo rígido mostrado na Fig.6.37 seja formado por um eixo
relação ao ponto O.
São dados:
Solução:
HO = HOBraco + HODisco
294
Onde HOBraco e HODisco representam, respectivamente, o momento angular do
L
pB = e1
2
pB = 0, 275 m e1
L
vB = ω e2
2
vB = 1, 375 m/s e2
HOBraco = HB + OB × m vB
vem
HB = IBraco
B ω
Neste problema,
ω = ω e3
Então,
0 0 0 0
∗
HB = 0 I2 0 0
0 0 I3∗ ω
295
HB = I3∗ ω e3
1
HB = mb L2 ω e3
12
HB = 0, 630 kg m2 /s e3
HOBraco = 2, 521 kg m2 /s e3
OD = L e1
OD = 0, 550 m e1
vD = ω × OD
vD = 2, 75 m/s e2
respeito a R, então,
HODisco = HD + OD × m vD
1 1
HD = − m R L ω e1 + m R2 ω e3
2 4
HD = (−5, 5 e1 + e3 ) kg m2 /s
296
6.9 Energia cinética de um corpo rígido
R
A energia cinética de um corpo rígido C é um escalar representado por T C. Con-
simplesmente por T.
1
dT = v2 dm
2
1
dT = (vG + ρ̇)2 dm
2
1 2 1 1
dT = vG dm + ρ̇2 dm + 2 vG · ρ̇ dm
2 2 2
A energia cinética T do corpo rígido C , em relação ao referencial R, é dada, por
Z Z
1 2 1 2
T = m vG + ρ̇ dm + vG · ρ̇ dm
2 2 C C
Z
1 2 1
T = m vG + ρ̇2 dm
2 2 C
Ou ainda, Z
1 2 1
T = m vG + ρ̇ · ρ̇ dm
2 2 C
R
Convém que se faça uma análise mais detalhada a respeito da integral
C
ρ̇ · ρ̇ dm.
297
Note que: Z Z
ρ̇ · ρ̇ dm = (ω × ρ) · (ω × ρ) dm
C C
(a × b) · c = a · (b × c)
Fazendo
a=ω
b=ρ
c = (ω × ρ)
vem:
(ω × ρ) · (ω × ρ) = ω · [ρ × (ω × ρ)]
Portanto, Z Z
ρ̇ · ρ̇ dm = ω · ρ × (ω × ρ) dm
C C
igual a HG , portanto, Z
ρ̇ · ρ̇ dm = ω · HG
C
Z
ρ̇ · ρ̇ dm = ω · IG ω
C
rotação em torno de G.
298
Exercício resolvido:
mine a energia cinética do cilindro, 1 segundo após ele ter partido do repouso.
Solução:
Para uma base de vetores xa em um corpo rígido, a energia cinética pode ser
1 2 1
T = m vG + ω · IG ω
2 2
Particularmente, tem-se
ω = ω e3
I1∗ 0 0 0
∗
IG ω = 0 I2 0 0
0 0 I3∗ ω
IG ω = I3∗ ω e3
299
Portanto,:
1 1
T = 2
m vG + ω e3 · I3∗ ω e3
2 2
Donde se conclui que
1 1
T = 2
m vG + I3∗ ω 2 (∗)
2 2
vG = ω × BG
ω =α·t
2 g
α= sen θ e3
3R
Portanto, para t = 1segundo,
2 g
ω= sen θ e3
3R
2
vG = g sen θ e1
3
300
Elevando ao quadrado as expressões de vG e de ω e substituindo na Eq.(*),
vem:
1 4 2 1 1 4 g2
T = m g sen2 θ + · m R2 · sen2 θ
2 9 2 2 9 R2
Simplicando a igualdade anterior, obtém-se:
1
T = m g 2 sen 2 θ
3
Exercício proposto:
mostrado na Fig.6.43.
Figura 6.43: Barra que gira em torno de uma linha que passa por uma de suas
extremidades.
Resposta:
1
T = m L2 ω 2
6
301
6.10 Movimento de um corpo rígido que possui um
ponto xo
Muitos mecanismos encontrados em problemas de Engenharia são formados por
corpos rígidos que possuem um ponto xo. Como exemplo, pode-se citar os eixos
Com base a Eq.6.29, pode-se concluir que o momento angular do corpo, em relação
ao ponto O (que é xo tanto em R, quanto no corpo) pode ser expresso por:
Z
HO = p × dL
C
Z
HO = p × v dm
C
ṗ = ω × p
Neste caso, Z
HO = p × (ω × p) dm (6.34)
C
De acordo com a Eq.5.48, a igualdade anterior poderá ser expressa da seguinte forma:
HO = IO ω (6.35)
302
simultaneamente em R e em C ).
Nunca é demais reiterar que a Eq.6.35 só é válida se o corpo rígido tiver um ponto
xo O.
Observação:
Não se impõe que os vetores sejam escritos em relação a uma base xa no corpo C.
Porém, xando a base no corpo, a operação de derivação em relação ao tempo, ca
facilitada.
R
d HO
MO =
dt
R
d (IO ω)
MO =
dt
Aplicando o Corolário 1.6 na expressão anterior, vem:
C
d (IO ω)
MO = + ω × (IO ω)
dt
C C
d IO dω
MO = ω + IO + ω × (IO ω)
dt dt
A expressão anterior se torna mais simples de ser manipulada se for adotada uma
C
d IO
=0
dt
Portanto,
C
dω
MO = IO + ω × (IO ω)
dt
Ou ainda
MO = IO α + ω × (IO ω) (6.36)
Deve car claro que a Eq.6.36 só é válida se a base de vetores for xa no corpo
referencial inercial R .
A energia cinética de um corpo rígido, que possui um ponto xo, é dada por:
Z
1
T = v2 dm
2 C
303
ou Z
1
T = ṗ2 dm
2 C
Z
1
T = ṗ · ṗ dm
2 C
Como p é xo no corpo rígido, então, sua derivada temporal, com respeito a R, é
dada por:
ṗ = ω × p
Portanto, Z
1
T = (ω × p) × (ω × p) dm
2 C
Como visto na Seção 6.9 a expressão anterior pode ser escrita da seguinte forma:
Z
1
T = ω· p × (ω × p) dm
2 C
Ou seja,
1
T = ω · (IO ω) (6.37)
2
Note que, de acordo com a Eq.6.35, se o corpo rígido possuir um ponto xo O, então:
HO = IO ω
Logo, a energia cinética de um corpo rígido, que possui um ponto xo O, poderá
1
T = ω · HO (6.38)
2
304
Nos exercícios 1 a 8, determine a energia cinética do corpo rígido que possui um
ponto xo O.
Deve ser observado que, em todos eles, o momento angular HO ja foi obtido em
seções anteriores, logo, a melhor estratégia para resolvê-los é pela aplicação direta
Resposta:
1
T = m R2 ω 2
4
módulo ω, em torno de uma linha perpendicular ao seu eixo e que passa por
305
Figura 6.46: Barra que gira em torno de uma linha que passa por uma de suas
extremidades.
Resposta:
1
T = m L2 ω 2
6
3. Uma placa de dimensão b×h que gira, com velocidade angular de módulo ω,
em torno de um eixo que passa por sua base menor.
Figura 6.47: Placa que gira em torno de uma linha que passa por sua base menor.
Resposta:
1
T = m h2 ω 2
6
306
4. Um disco delgado de raio R, que gira em torno de um eixo tangente a sua
Resposta:
5
T = m R2 ω 2
8
5. Placas em cruz girando em torno de seu eixo central, com velocidade angular
de módulo ω.
Figura 6.49: Giro em torno do eixo central de um corpo formado por placas em
cruz.
Resposta:
1
T = m b2 ω 2
6
que passa por uma das extremidades, com velocidade angular de módulo ω.
307
Figura 6.50: Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por um dos seus
extremos.
Resposta:
1
T = m L2 ω 2 sen2 θ
6
Figura 6.51: Barra que gira obliquamente a um eixo que passa por um dos seus
extremos.
308
Resposta:
1
T = m L2 ω 2 sen2 θ
6
Resposta:
1 b
T = m ω 2 (b2 sen 2 θ + h2 cos2 θ) θ = arctan
24 h
309
Resposta:
T = 84, 428 J
310
Um método para resolver um problema de Dinâmica
de ante mão, quais expressões são as mais adequadas para solucioná-lo. Por isso,
F = m aG
MG dado por:
MG = IG α + ω × (IG ω)
MO = IO α + ω × (IO ω)
Q do espaço.
MQ = MG + rG × m aG
ou
MQ = IG α + ω × (IG ω) + rG × m aG
Outras expressões da Dinâmica podem ser úteis, mas isso vai depender do
1 2 1
T = m vG + ω · IG ω
2 2
311
Energia cinética (corpo com ponto xo O)
1
T = ω · (IO ω)
2
Ea = Eb
Ta + Va = Tb + Vb
Caso o campo de força não seja conservativo, pode-se tentar resolver o pro-
E = T + V + Ef = Constante
utilizada:
dE
=0
dt
No Movimento plano, com um ponto xo O, o tensor de inércia IO se reduz
a um escalar, IO denominado momento de inércia do corpo em relação ao
MO = IO α (6.39)
1
T = IO ω 2 (6.40)
2
Caso o corpo não apresente um ponto xo, o momento MG será dado por:
MG = IG α (6.41)
guinte expressão:
MQ = IG α + rG × m aG (6.42)
312
E a energia cinética dada por:
1 2 1
T = m vG + IG ω 2 (6.43)
2 2
ponto xo.
Exercícios resolvidos:
(d) Compare o valor da força exercida pelo pino calculada no intem anterior,
com o correspondente esforço, quando o cabo ainda não tinha sido partido;
Solução:
L
pG = er
2
313
L
vG = θ̇ eθ
2
L 2 L
aG = − θ̇ er + θ̈ eθ
2 2
Passo 3: Dinâmica.
A energia de conserva pois a única força que realiza trabalho é o peso, que é
E1 = E2
E1 = Vg1 + T1
E = E1 = E2 = 0
E2 = Vg2 + T2
L
Vg2 = −m g sen θ
2
1
T2 = ω · (IB ω)
2
ω = θ̇ e3
Para a barra em questão, que gira com velocidade angular com componente
1
T2 = IB θ̇2
2
314
Onde IB representa o momento de inércia em relação a B, com respeito a
direção e3 .
Já que,
1
IB = m L2
3
então a energia cinética poderá ser expressa por:
1
T2 = m L2 θ̇2
6
L 1
E2 = −m g sen θ + m L2 θ̇2 = 0
2 6
Assim,
1 L
m L2 θ̇2 = m g sen θ
6 2
Donde se conclui que o módulo da velocidade angular é dado por:
r
3g
θ̇ = sen θ
L
3g
θ̈ = cos θ
2L
r !
3g
ω= sen θ e3
L
α = θ̈ e3
Logo,
3g
α= cos θ e3
2L
expressão:
315
dE d L 1
= −m g sen θ + m L2 θ̇2 =0
dt dt 2 6
Particularmente, para θ = π/2, tem-se:
θ̇ = 3, 836 rad/s
θ̈ = 0
F = m aG
L 2 L
F = −m θ̇ er + m θ̈ eθ
2 2
As forças que atuam na barra são o peso e as forças exercidas pelo pino em
B. Neste caso,
L
Br = −m g sen θ + θ̇2
2
e
L
Bθ = m θ̈ − g cos θ
2
Para θ = π/2,
Br = −981 N
Bθ = 0
Portanto quando θ = π/2 a força exercida pelo pino tem módulo de 981 N.
Note que, antes do rompimento do cabo, a força exercida pelo pino era igual
à metade do peso da barra, ou seja 196,2 N. Conclui-se com isso que a força
316
No instante imediatamente após o rompimento do cabo,
θ̇ = 0 e θ̈ = 7, 3575 rad/s2
Br = 0
Bθ = −98, 1 N
Note que, antes do rompimento do cabo, a força exercida pelo pino era a metade
do peso da barra. Imediatamente após o rompimento, essa força cai para 1/4
do peso.
Solução:
L
pG = er
2
L
vG = θ̇ eθ
2
L 2 L
aG = − θ̇ er + θ̈ eθ
2 2
317
Figura 6.57: Forças em uma barra pivotada em uma das extremidades.
Passo 3: Dinâmica.
E = T + V + Ef = Constante
E=0
L
Vg2 = −m g sen θ
2
1
T2 = m L2 θ̇2
6
A energia perdida por atrito é dada por:
Ef = Mf θ
Portanto,
1 L
E= m L2 θ̇2 − m g sen θ + Mf θ = 0
6 2
Resolvendo a equação anterior, encontra-se:
12
3g 6 Mf θ
θ̇ = sen θ −
L m L2
318
Assim procedendo, encontra-se:
3g 3 Mf
θ̈ = cos θ −
2L m L2
F = m aG
L 2 L
m aG = −m θ̇ er + m θ̈ eθ
2 2
As forças que atuam na barra são o peso e as forças exercidas pelo pino em
B. Neste caso,
Donde se concliui que os componentes da força exercida pelo pino podem ser
expressas por:
L 2
Br = −m g sen θ + θ̇ (∗)
2
e
L
Bθ = m θ̈ − g cos θ (∗∗)
2
Portanto, como agora já se conhece θ̇ e θ̇2 , os componentes da força exercida
pelo pino em B podem ser encontradas a partir das expressões (∗) e (∗∗).
319
Exercícios propostos:
Resposta:
320
Figura 6.59: Disco com rotação excêntrica.
Resposta:
1 1
A1 = m ω2 e → B1 = m ω2 e → A2 = m g ↑
2 2
anterior, supondo que o disco possua uma massa de 10 kg e gire a 4800 rpm.
Compare com a carga no mesmo mancal, porém, para uma excentricidade nula
(e = 0).
Resposta:
(b) As reações em O.
321
Resposta:
2 (r + e) S 2 (r + e)
α= k O1 = −1 S
3 m r2 3 r
Exercícios resolvidos:
Figura 6.61: Polia se movendo juntamente com duas massas dsistintas presas por
cabos.
Solução:
Passo 1: Referência.
m1 R = 2, 4 m2 r = 2, 25
322
Figura 6.62: Polia se movendo juntamente com duas massas dsistintas presas por
cabos.
Passo 2: Cinemática.
Massa m:
pG = 0 vG = 0 aG = 0
Massa m1 :
pG = y1 j vG = ẏ1 j aG = ÿ1 j
mas
ẏ1 = ω R ÿ1 = α R
Assim,
pG = y1 j vG = ω R j aG = α R j
Massa m2 :
pG = y2 j vG = ẏ2 j aG = ÿ2 j
ẏ2 = ω r ÿ2 = α r
pG = y2 j vG = ω r j aG = α r j
Passo 3: Dinâmica.
Massa m:
F = m aG
F=0
As forças que atuam na massa m são o seu peso e a tração exercida pelos
cabos. Logo,
F = O1 i + (m g + T2 + T1 + O2 ) j
323
Donde se conclui que:
O1 = 0 O2 = −(m g + T2 + T1 ) (∗)
MO = IO α
IO = m k 2
Sendo
α = αk
MO = m k 2 α k
MO = (R T1 − r T2 ) k
R T1 − r T2 = m k 2 α
0, 20 T 1 − 0, 15 T 2 − 0, 64 α = 0 (∗∗)
324
Massa m1 :
F = m1 aG
F = m1 ÿ1 j
F = m1 α R j
F = (m1 g − T1 ) j
m1 g − T1 = m1 α R
T1 + 2, 4 α = 117, 72 (∗ ∗ ∗)
Massa m2 :
F = m2 aG
F = m2 ÿ2 j
F = m2 α r j
F = (T2 − m2 g) j
Logo,:
T2 − m2 g = m2 α r
T2 − 2, 25 α = 147, 15 (∗ ∗ ∗∗)
O1 = 0 O2 = −509, 99 N
325
8. O eixo vertical mostrado na Fig.6.64 gira, com velocidade angular constante
Solução:
Passo 2: Cinemática
ω = ω e3
α=0
L L
pG = 0 e1 + sen θ e2 − cos θ e3
2 2
326
L
vG = −ω sen θ e1
2
L
aG = −ω 2 sen θ e2
2
Passo 3: Dinâmica
F = m aG
L
F = −m ω 2 sen θ e2
2
As forças que atuam na barra são o peso e as reações do pino em O. Logo,
F = O1 e1 + O2 e2 + (O3 − m g) e3
L
O1 = 0 O2 = m ω 2 sen θ O3 = m g
2
MO = IO α + ω × (IO ω)
A barra gira com velocidade angular constante, logo a sua aceleração angular
MO = ω × (IO ω)
I1 I12 I13 0
IO ω = I21 I2 I23 0
I31 I32 I3 ω
327
IO ω = (I13 e1 + I23 e2 + I3 , e3 ) ω
como ω = ω e3 , então,
ω × (IO ω) = −I23 ω 2 e1
p = 0 e1 + l sen θ e2 − l cos θ e3
Z
I23 = p2 p3 dm
C
dm = ρ dL
m = ρL
L3
I23 = ρ sen θ cos θ
3
L2
I23 = ρ L sen θ cos θ
3
1
I23 = m L2 sen θ cos θ
3
328
Logo,
1
ω × (IO ω) = − m L2 ω 2 sen θ cos θ e1
3
Baseado na Fig.6.66 pode-se concluir que:
L
MO = − sen θ m g e1
2
3g
cos θ = (∗)
2 ω2 L
3g
θ = arccos
2 ω2 L
se incline é:
r
3g
ωmin =
2L
9. Uma placa quadrada, de lado b= 0,250 m e massa m1 = 7 kg, está presa a
uma barra, de massa m2 = 3 kg e comprimento L = 0, 550 m, como mostra
a Fig.6.68. Os pinos em A e em O têm momentos de atrito desprezíveis e o
329
Figura 6.68: Uma barra ligada a um placa quadrada em sua extremidade.
Solução:
Passo 1 Referência:
Figura 6.69: Base de vetores para a barra com uma placa quadrada na extremidade.
Passo 2 Cinemática:
ω = ω e3
α = α e3
330
Posição do baricentro do conjunto formado pelos dois corpos:
2
1 X
pG = mi pi
m i=1
m = m1 + m2 = 10 kg
L
p1 = L e1 p2 =
e1
2
L m2
pG = m1 + e1
m 2
Velocidade do baricentro:
Sendo:
pG = | pG | = 0, 4675 m
então
vG = ω pG e2
Aceleração do baricentro:
aG = −ω 2 pG e1 + α pG e2
Passo 3 Dinâmica:
Como mostra a Fig.6.70, as cargas externas que atuam no conjunto são o peso
331
Figura 6.70: Cargas na barra com a placa quadrada na extremidade.
F = m aG
(
F = (m g cos θ − A1 ) e1 + (A2 − m g sen θ) e2
m aG = −m ω 2 pG e1 + m α pG e2
m g cos θ − A1 = −m ω 2 pG
A1 = m (ω 2 pG + g cos θ)
A1 = 55, 782 N
E, da direção e2 , escreve-se:
A2 − m g sen θ = m α pG
A2 = m(α pG + g sen θ)
A2 = 88, 697 N
q
FA = A21 + A22
FA = 104, 789 N
332
Quanto ao momento resultante em relação ao ponto A, tem-se:
MA = IA α e3
IA = I1 + I2
1
I1 = m1 (b2 + b2 ) + m1 L2
12
1
I1 = m1 b2 + m1 L2
6
I1 = 2, 190 kg m2
1
I2 = m L2
3
I2 = 0, 3025 kg m2
IA = 2, 4929 kg m2
MA = (M − pG sen θ m g) e3
Neste caso, (
IA α e3 = 1, 994 N m e3
MA = (M − pG sen θ m g) e3
M = IA α + pG sen θ m g
Logo,
M = 41, 712 Nm
Passo 1 Referência:
333
Figura 6.71: Cargas na placa quadrada.
Passo 2 Cinemática:
ω = ω e3
α = α e3
pO = L e1
Velocidade do baricentro:
v O = ω L e2
Aceleração do baricentro:
aG = −ω 2 L e1 + α L e2
Passo 3 Dinâmica
F = m1 aO
(
F = (m1 g cos θ − O1 ) e1 + (B2 + O2 − m1 g sen θ) e2
m aO = −m1 ω 2 L e1 + m1 α L e2
334
Da direção e1 , escreve-se:
m1 g cos θ − O1 = −m1 ω 2 L
O1 = m1 (g cos θ + ω 2 L)
O1 = 39, 879 N
Da direção e2 , vem:
B2 + O2 − m1 g sen θ = m1 α L (∗)
Com respeito ao momento resultante das forças que atuam na placa, tem-se:
MO = IO α e3
1
IO = m1 (b2 + b2 )
12
1
IO = m1 b2
6
(
IO α e3 = 16 m1 b2 α e3
MO = −(L − h) B2 e3
Donde se conclui que:
1
−(L − h) B2 = m1 b2 α
6
1
B2 = − m1 b2 α
6 (L − h)
B2 = −0, 5833 N
FB = 0, 58333 N
Da Eq.(∗), vem:
O2 = m1 (α L + g sen θ) − B2
O2 = 63, 133 N
335
q
FO = O12 + O22
FO = 74, 673 N
corpo rígido em torno de um eixo vertical. O eixo é suportado por dois mancais
das força exercidas por esses mancais no eixo de rotação. Nesses problemas o
336
Resposta: M = 4,8 e3 Nm; A1 = 184,5 N; A2 = 6,00 N; B1 = 306 N;
B2 = 6,00 N; A3 + B3 = 196,2 N.
B2 = 0,16 N; A3 + B3 = 7,848 N.
337
Figura 6.74: Rotação de uma placa vertical em torno de um eixo vertical.
vertical.
338
Diferentemente do grupo de exercícios anteriores onde o eixo de rotação era
desprezado.
B2 = 3,1184 N; A3 + B3 = 0.
e largura b = 300 mm. Ela gira com velocidade e aceleração angular de módulo
2
9 rad/s e 8 rad/s , respectivamente. Dado que a placa tem massa de 20 kg
θ= o
45 , o momento M e os componentes das força exercidas pelos mancais A
eB no eixo. Despreze o atrito nos mancais.
Resposta: M = 5,60508 e3 Nm; A1 = 130,1172 N; A2 = 63,3671 N;
339
B1 = 130,1172 N; B2 = 63,3671 N; A3 + B3 = 0.
Figura 6.77: Rotação de uma placa retangular vertical em torno de um eixo hori-
zontal.
16. A Fig. 6.78 mostra esquematicamente uma placa retangular de massa 0,800 kg
2
que gira com velocidade e aceleração angular de módulo 12 rad/s e 8 rad/s ,
340
Figura 6.78: Rotação de uma placa retangular em torno de um eixo horizontal.
B1 = 199,037 N; B2 = 1,4715 N; A3 + B3 = 0.
341
18. Um o inextensível de peso desprezível está enrolado na superfície de um disco
a) A aceleração angular;
b) A tração no cabo;
rígido que possui um ponto xo (o ponto de contato do disco com o o).
Resposta:
2g 1 2
a) α= ; b) Fc = mg; c) aG = g
3r 3 3
342
6.11 Equação diferencial do movimento de um corpo
rígido - Aplicações na análise de vibrações me-
cânicas
O conceito e as aplicações da equação diferencial do movimento de uma partícula
foram introduzidos na Seção 4.7. Agora, esse estudo é estendido, por intermédio de
muito semelhante ao que foi descrito na seção anterior. Apenas que, em certos casos,
O exercício a seguir mostra um procedimento que pode ser seguido para a resolver
Exercícios resolvidos:
343
Solução:
vetores.
X X
F=0 e MA = 0
Ar = 0
Aθ + m g − Fe = 0
L
L Fe − mg = 0
2
344
O módulo da força elástica no equilíbrio do sitema é dado por:
Fe = k δ
Portanto, no equilíbrio,
L
Lkδ − mg = 0
2
ou ainda
1
kδ− mg = 0 (∗)
2
Passo 3: Escreva as equações cinemáticas para uma posição genérica do corpo.
L L L 2 L
pG = er vG = θ̇ eθ aG = − θ̇ er + θ̈ eθ
2 2 2 2
dE
=0
dt
E =T +V
1
T = IA ω 2
2
Mas
1
IA = m L2 e ω = θ̇
3
Logo,
1
T = m L2 θ̇2
6
V = Vg + Ve
345
Vg = −m g yG
L
Vg = −m g sen θ
2
1
Ve = k (y + δ)2
2
1
Ve = k (L sen θ + δ)2
2
Portanto,
1 1 L
E=m L2 θ̇2 + k (L sen θ + δ)2 − m g sen θ
6 2 2
dE 1 1 L
= m L2 2 θ̇ θ̈ + 2 k (L sen θ + δ) L θ̇ cos θ − m g θ̇ cos θ = 0
dt 6 2 2
Dividindo toda a equação por θ̇, encontra-se:
1 2 2 1
m L θ̈ + k L sen θ cos θ + k δ − m g cos θ = 0
3 2
é nulo. Assim,
1
m L2 θ̈ + k L2 sen θ cos θ = 0
3
2
Dividindo a igualdade anterior por L ,encontra-se:
1
m θ̈ + k sen θ cos θ = 0
3
346
Neste caso, é lícito escrever:
1
m θ̈ + k θ = 0
3
ou ainda
3k
θ̈ + θ=0
m
Fazendo,
3k
ωn2 =
m
vem:
θ̈ + ωn2 θ = 0
inicial: (
θ(0) = θ0
θ̇(0) = 0
é dada por:
347
2. No exercício anterior, a barra tem comprimento L = 1,2 m e massa m = 6 kg
Solução:
(a)
r
3k
ωn = = 15 rad/s
m
(b)
30 × 10−3
θ0 = arctan ' 0, 025 rad
1, 2
(c)
(d)
(e)
(f )
MB = IB α
348
Figura 6.86: Forças atuantes na barra.
mas
1
IB = m L2
3
α = θ̈ k
então,
1
MB = m L2 θ̈ k
3
As forças que apresentam momento não nulo em relação a B são o peso da
L
MB = − L Aθ + m g k
2
Portanto,
L 1
L Aθ + m g = m L2 θ̈
2 3
Isolando Aθ e substituindo os valores numéricos, obtém-se:
Aθ = [−2, 88 θ̈ (t) + 29, 43] N onde θ̈ (t) é dada pela expressão (∗).
349
3. Um bloco de massa m1 = 5 kg está preso a um o inextensível de massa
desprezível que passa por uma polia, de raio r = 0, 150 m, como mostra a
Solução:
Passo 1: Referência
mola.
Passo 2: Equilíbrio.
X
F=0
X
MO = 0
350
O somatório de forças na direção i leva a:
O1 = 0
j
Tomando o somatório de forças na direção , encontra-se:
O2 + m1 g + Fe = 0
Fe = k δ
Portanto,
O2 = (m1 g + k δ)
m1 g − k δ = 0 (∗)
Polia:
pO = 0 vO = 0 aO = 0
Bloco:
pB = yB j vB = ẏB j aB = ÿB j
yB = c + r θ
então,
pB = (c + r θ) j vB = r θ̇ aB = r θ̈
351
Passo 4: Dinâmica.
dE
=0
dt
E =T +V
1 1
T = IO ω 2 + m1 vB2
2 2
ω = θ̇
1 1
T = IO θ̇2 + m1 r2 θ̇2
2 2
V = Vg + Ve
Vg = −m1 g yB
Vg = −m1 g c − m1 g r θ
Então,
1 1
E= IO θ̇2 + m1 r2 θ̇2 − m1 g c − m1 g r θ
2 2
Derivando a expressão anterior em relação ao tempo, obtém-se
(IO + m1 r2 ) θ̈ − r (m1 g − k δ) + k r2 θ = 0
(IO + m1 r2 ) θ̈ + k r2 θ = 0
k r2
θ̈ + θ=0
IO + m1 r2
Fazendo,
k r2
ωn2 =
IO + m1 r2
Vem,
θ̈ + ωn2 θ = 0
(
θ(0) = θ0
θ̇(0) = 0
por:
352
θ̇(t) = ωn θ0 cos(ωn t + π/2)
π
θ(t) = sen (6, 45 t + π/2) rad
10
Solução:
FB = m1 aB
FB = m1 r θ̈ j
Mas
FB = (m1 g − T ) j
logo,
m1 g − T = m1 r θ̈
Portanto,
T = m1 [g − r θ̈ (t)]
353
T = [49, 05 + 0, 75 θ̈ (t)] N
F = m2 aO
F=0
Mas
F = O1 i + [O2 + T + k (δ + r θ)] j
Logo,
O1 = 0
O2 + T + k (δ + r θ) = 0
O2 + m1 (g − r θ̈) + k δ + k r θ = 0
O2 + m1 g − m1 r θ̈ + k δ + k r θ = 0
O2 = m1 r θ̈ − k r θ − (m1 g + k δ)
Como
π
θ0 =
10
então,
π
δ= r
10
Nesse caso,
π
O2 = m1 r θ̈ − k r θ − m1 g + k r
10
Donde se conclui que:
π
O2 = m1 r θ̈ + k r − θ − m1 g
10
354
Exercícios propostos:
5. Escreva a equação diferencial do movimento vibratório e uma barra, de com-
primento L, no plano vertical, presa por um pino sem atrito, que foi deslocada
de θO e, em seguida, liberada. Considere que as oscilações sejam pequenas.
Resposta:
3g
θ̈ + ωn2 θ = 0 ωn2 =
2L
6. Quando a biela mostrada na Fig.6.92 é posta para oscilar apoiada em A, o
Resposta:
h = 0, 221 m kG = 0, 1458 m
355
7. O eixo mostrado na Fig.6.93 é esbelto, apresenta rigidez torcional c = 628 Nm/rad
pelo disco-eixo.
Dica:
Nos problemas que envolvem molas de torção ou rigidezes torcionais, o mo-
tuído por Me = c θ. Com isso, a energia potencial elática passa a ser dada
por: Ve = 1/2 c θ2 .
Resposta:
τ = 0, 336 s
disco é trocado por uma engrenagem, que também é posta a vibrar livremente.
356
Resposta:
(a)
c = 5, 264 N m/rad
(b)
IO = 1, 365 kg m2
(c)
π
θ(t) = sen (1, 963 t + π/2) rad
3
Fc = −c v
Resposta:
2
c L2c k L2k
1 L
θ̈ + θ̇ + θ=0 IO = m L2 + m − LO
IO IO 12 2
357
6.12 Giroscópios
Giroscópios são instrumentos bastante interessantes utlizados em dispositivos de
mancais que dão apoio a eixos robustos, que sustentam rotores de grande massa.
De uma forma geral, são os seguintes os referenciais que são utilizados na análise do
movimento de um giroscópio:
• R Fixo no solo;
• RO Fixo no rotor;
358
R
• ω RE (φ̇) velocidade angular do anel externo em relação ao solo (precessão);
RE
• ω RI (θ̇) velocidade angular do anel inteno em relação ao externo (nutação);
RI
• ω RO (ψ̇ ) velocidade angular do rotor em relação ao anel intermo (rotação
própria);
R
ω RO = R
ω RE + RE
ω RI + RI
ω RO
Mas
R
ω RE = φ̇ k
RE
ω RI = θ̇ e2
RI
ω RO = ψ̇ e3
359
Com base na Fig.6.98, pode-se concluir que:
k = − sen θ e1 + cos θ e3
seguinte forma:
R
ω RO = −φ̇ sen θ e1 + θ̇ e2 + (ψ̇ + φ̇ cos θ) e3 (6.44)
Note que, as linhas que passam pelo centro do rotor e que são perpendiculares ao
0 0 I3
Note que I1 = I2 = I , então
360
I 0 0
[IO ] = 0 I 0
0 0 I3
Como
H O = I O R ω RO
então,
I 0 0 −φ̇ sen θ
HO = 0 I 0 θ̇
0 0 I3 ψ̇ + φ̇ cos θ
logo,
Deve car claro que a base {e1 , e2 , e3 } é móvel, mas não é xa no rotor. Mesmo
assim, os momentos de inércia I e I3 são constantes, pois o rotor é um sólido de
revolução.
Como a base {e1 , e2 , e3 } não é xa no rotor, algumas expressões que até agora vi-
nham sendo utilizadas em outras seções para encontrar o momento resultante, não
Contudo, a Eq.6.31 continua válida para qualquer sistema de partículas. Esta ex-
R
d
MO = [−I φ̇ sen θ e1 + I θ̇ e2 + I3 (ψ̇ + φ̇ cos θ) e3 ] (6.46)
dt
poral dos vetores ei da base xa no anel interno. Portato, de acordo com o Teorema
1.8:
R
ėi = ω RI × ei (6.47)
R
Onde ω RI representa a velocidade angular do anel interno (onde a base de vetores
é xa), em relação ao solo. Essa velocidade pode ser obtida da Eq.6.44, retirando da
R
ω RI = −φ̇ sen θ e1 + θ̇ e2 + φ̇ cos θ e3 (6.48)
361
Utilizando as Eqs.6.47 e 6.48, na derivada que aparece na Eq.6.46, é possível de-
de um pião.
θ̇ = 0 θ̈ = 0 φ̈ = 0 ψ̈ = 0
R
ω RO = −φ̇ sen θ e1 + (ψ̇ + φ̇ cos θ) e3 (6.52)
R
ω RI = −φ̇ sen θ e1 + φ̇ cos θ e3 (6.53)
362
a seguir:
M1 = 0 (6.55)
M3 = 0 (6.57)
R
ω RO = −φ̇ e1 + ψ̇ e3 (6.58)
R
ω RI = −φ̇ e1 (6.59)
HO = −I φ̇ e1 + I3 ψ̇ e3 (6.60)
M1 = 0 (6.61)
M2 = I3 ψ̇ φ̇ (6.62)
M3 = 0 (6.63)
363
Recomendação para a resolução dos exercícios a seguir:
Escolha a base {e1 , e2 , e3 } e o vetor k de tal forma que a rotação própria ψ̇ e
a precessão φ̇ tenham sentido positivo. Note que precessão positiva é aquela que
Exercício resolvido:
Solução;
M2 = L sen θ m g
1 1
I3 = m R2 e I= m R2
2 4
Logo,
364
φ̇ = 43,21 rad/s e φ̇ = -363,21 rad/s.
Exercícios propostos:
2. Qual deverá ser o valor de ψ̇ (rotação própria) para que o disco mostrado na
Resposta:
ψ̇ = 981 rad/s e a extremidade do eixo se deete para cima, pois M2 , que atua
3. Qual deverá ser o valor de ψ̇ (rotação própria), para que um cone execute a
365
Resposta:
ψ̇ = 146,25 rad/s
Resposta:
M2 = 5890 Nm.
Resposta:
(a) φ̇ = 0;
(b) ψ̇ = 0.
Resposta:
366
Nos dois casos, tem-e:
c deverá car o contrapeso, de tal forma que seja realizada uma precessão
estacionária de 0,30 rad/s, juntamente com uma rotação própria de 1800 rpm?
Resposta:
c = 0,285 m.
Resposta:
c = 0,515 m.
9. Qual deverá ser a distância b do conjunto mostrado na Fig.6.105, para que não
seja necessário um contrapeso?
Resposta:
b = 0, 058 m.
367
10. Mostre que os componentes do momenemto resultante MO podem ser encon-
Dica:
Utilize a expressão:
R
d HO
MO =
dt
Onde HO é dado pela Eq.6.45, repetida a seguir:
R
ω RI = −φ̇ sen θ e1 + θ̇ e2 + φ̇ cos θ e3
368
Apêndice A
Curvatura
Com base na Fig.A.1, o comprimento elementar ds de uma curva plana é dado por:
1/2
ds = dx2 + dy 2
(A.1)
Portanto,
" 2 #1/2
ds dy
= 1+ (A.2)
dx dx
E o comprimento s de uma curva plana entre dois pontos x1 e x2 poderá ser encon-
Z x2
" 2 #1/2
dy
s= 1+ dx (A.3)
x1 dx
369
por:
ds = ρ dφ
mas
dφ dφ dx
= (A.5)
ds dx ds
dy
Note que, por denição, a derivada no ponto P é dada por:
dx
dy
= tan φ
dx
portanto,
dy
φ = arctan
dx
Então,
d y 2
dφ dx2
= (A.6)
dx dy 2
1 + dx
Invertendo a Eq.A.2, vem
dx 1
=h i1/2
ds dy 2
1+ dx
d2 y
dφ dx2
=h i3/2
ds dy 2
1+ dx
370
do raio de curvatura ρ:
d2 y
1 dx2
=h i3/2 (A.7)
ρ dy 2
1+ dx
371
Apêndice B
Vetores no espaço tridimensional
Fazendo
w1 = u1 + v1
w2 = u2 + v2 (B.2)
w3 = u3 + v3
então,
w = w1 i + w2 j + w3 k
372
B.2 Módulo ou norma de um vetor
O módulo ou a norma de um vetor v é um escalar dado pela raiz quadrada dos qua-
drados dos componentes de v. A norma ou o módulo de v geralmente é representada
por |v|.
q
|v| = v12 + v22 + v32 (B.3)
Onde α representa o ângulo entre as direções dos vetores u e v, como mostra Fig.B.2.
É importante observar que, com base na Eq.B.4, pode-se concluir que o produto
u·v =v·u
Além disso, a Eq.B.4 mostra que:
2
u · u = |u| (B.5)
Fig.(B.3),;
373
(c) O sentido de w segue a regra da mão direita.
Deve-se notar que, se dois vetores forem iguais ou paralelos, o ângulo α entre
eles é zero. Como sen 0 = 0, o produto vetorial nesses casos será nulo. Portanto,
i×i=0
j×j=0
k×k=0
Pode-se demonstrar que os componentes produto vetorial w =u×v são:
seguinte determinante:
i j k
w = u1 u2 u3 (B.8)
v1 v2 v3
a = a1 i + a2 j + a3 k
b = b1 i + b2 j + b3 k
c = c1 i + c2 j + c3 k
374
Pode-se demonstrar que
a1 a2 a3
a · (b × c) = b1 b2 b3 (B.9)
c1 c2 c3
Também é possível monstrar que
(a × b) · c = a · (b × c) (B.10)
375
Apêndice C
Vetores livres, vetores deslizantes e
momentos
mente três escalares, isto é, três componentes em uma base vetorial. Como exemplo
sistema de forças, etc. Os vetores livres nunca estão associados a pontos de aplica-
Diferentemente dos livres, os vetores deslizantes requerem, para sua completa ca-
racterização, não só três escalares em uma base vetorial, como também uma linha de
Note que, aplicar uma força F no ponto A faz o corpo da Fig.C.1 se mover de uma
376
maneira. Caso F seja apliacada em B, o movimento será completamente diferente.
Portanto, especicar somente os componentes de uma força não faz com que ela
dado pelo produto vetorial do vetor posição de um ponto qualquer na linha de ação
MV /O = p1 × V = p2 × V = . . . = pn × V (C.1)
depende do ponto sobre a linha de ação de V. Como mostra a Fig.C.3, dados dois
377
Figura C.3: Momento de um vetor deslizante V em relação a um ponto O não
MV /O = OA × V = OB × V (C.2)
Nota:
A igualdade fornecida pela Eq.C.2 pode ser demonstrada a partir das propriedades
Observação:
Como o produto vetorial de dois vetores só apresenta como resultado apenas três
mento de um vetor deslizante será sempre vetor livre. Isto é, não está associado a
378
C.3 Resultante e momento resultante de um sis-
tema de vetores deslizantes
Por denição, a Resultante R, de um sistema de n vetores livres ou deslizantes
n
X
R= Vi (C.3)
i=1
n
X
MO = pi × Vi (C.4)
i=1
379
C.4 Teorema do transporte de momentos
Teorema: O momento de um sistema de vetores deslizantes Vi , em relação a um
ponto O, é igual ao momento resultante dos vetores Vi , em relação a um ponto Q,
MO = MQ + OQ × R (C.5)
Demonstração:
De acordo com a Eq.C.4, o momento resultante de um sistema formado por n veto-
n
X
MO = pi × Vi
i=1
Portanto,
n
X
MO = (OQ + ri ) × Vi
i=1
n
X n
X
MO = OQ × Vi + ri × Vi
i=1 i=1
380
Portanto,
MO = MQ + OQ × R
Observação:
Deve car claro que, o produto vetorial de OQ por R não é o momento da resul-
tante. A resultante de um sistema é um vetor livre, por isso, não está associado a
nicado físico.
381
Apêndice D
Tensores
forem vericadas:
(a)
(b)
Exemplos:
L(x) = 5x
d2 x dx
L(x) = 2
+ c + kx
dt dt
Z
L(x) = xdt
Denição:
Diz-se que L1 (x) e L2 (x), em um domínio Ω, são iguais se
Note que, a denição anterior, não obriga que as aplicações L1 e L2 sejam lineares.
382
D.2 Denição de tensor
Tensor é uma aplicação linear que transforma um vetor u, do espaço tridimensional,
em outro vetor v, do mesmo espaço.
Sendo T um tensor, então é lícito escrever:
Tu = v (D.4)
Exemplo:
Seja u um vetor do espaço tridimensional e {ei } uma base ortonormal desse espaço,
então:
u = u1 e1 + u2 e2 + u3 e3
Iu = u ∀u (D.5)
383
D.4 Tensor transposto
Diz-se que TT é o transposto de um tensor T se:
Tu · v = u · TT v ∀ u, v (D.6)
priedade:
Demonstra-se que:
3
X
(ei ⊗ ei ) = I (D.9)
i=1
Neste caso, a representação matricial [T] do tensor T, na base {ei }, é dada por:
T11 T12 T13
[T] = T21 T22 T23 (D.11)
Demonstra-se que:
Tu = [T] u (D.12)
384
D.8 Determinante de um tensor
Por denição, o determinante de um tensor é dado pelo determinante de sua repre-
sentação matricial.
Portanto,
TT−1 = I (D.15)
Su · v = u · Sv ∀ u, v (D.16)
S = ST (D.17)
Ωu · v = −u · Ωv ∀ u, v (D.19)
Ωii = 0 (D.21)
385
Portanto, são nulos os elementos da diagonal principal da representação matricial
0 Ω12 Ω13
[Ω] = Ω21 0 Ω23 (D.22)
Ω31 Ω32 0
det Ω = 0 (D.23)
Ω = −ΩT (D.24)
0 Ω12 Ω13 u1
[Ω] u = Ω21 0 Ω23 u2 (D.25)
Ω31 Ω32 0 u3
Seja {Ei } uma base de vetores ortonormais, que pode ser diferente da base {ei }.
Suponha que, tanto o vetor u, quanto o tensor antissimétrico, Ω tenham sido escritos
na base {Ei }.
Neste caso,
Ωu = (Ω12 u2 + Ω13 u3 )E1 + (−Ω12 u1 + Ω23 u3 )E2 + (−Ω13 u1 − Ω23 u2 )E3 (D.26)
Tomando
Então,
Ωu = ω × u (D.29)
386
Opcionalmente, o vetor ω pode ser escrito da seguinte maneira:
QQT = I (D.31)
det Q = ±1 (D.33)
Denição:
Todo tensor ortogonal que tem determinante positivo é denominado rotação.
Q−1 = QT (D.34)
387
D.14 Tensores positivos semi-denidos
Um tensor T é dito positivo semi-denido se
v · Tv ≥ 0 ∀v 6= 0 (D.35)
que:
Te = ωe (D.36)
pode-se escrever:
(T − ωI)e = 0 (D.37)
T11 − ω T12 T13
det T21 T22 − ω T23 = 0 (D.39)
(v · u) ˙ = v̇ · u + v · u̇ (D.42)
388
Segundo GURTIN [4], vale a seguinte relação:
Onde:
d( )
(˙) =
dt
389
Apêndice E
Derivadas temporais de vetores e de
escalares
E.1 Referenciais
Segundo TENENBAUM [1], quando se fala em movimento, implicitamente está se
colineares. Um único ponto também não pode ser considerado referencial, porque
390
Figura E.1: Base de vetores associados a um referencial.
Neste livro, os referenciais são designados por R, R0 , C , etc. E, por uma questão
eles associados. Ou seja, não há necessidade de aparecer nem o corpo rígido e nem
dispensa-se até mesmo a designação dos vetores da base, como mostra a Fig.E.2 (b).
Em suma, (a), (b), (c) e (d) da Fig.E.3 podem usadas representar o corpo rígido C.
Naturalmente a mais simples de todas é a esquematizada pela letra (a). Contudo,
neste livro, ambos os esquemas (a) e (b) são utilizados para representar um corpo
rígido.
391
Figura E.3: Quatro formas de representar o referencial corpo rígido C.
392
E.2 Translação e rotação
Diz-se que o movimento de um referencial R é de translação quando não há mu-
Note que, nos três exemplos mostrados na Fig.E.4, não há mudança de orientação,
pontos da trajetória.
393
A Fig.E.5 apresenta dois exemplos de movimento onde a rotação está presente: Em
Note que, em cada instante, os vetores da base estão apontadas para um sentido
diferente.
Observação:
A importância da especicação clara de um referencial ca patente quando se ne-
vetor posição da partícula. Diferentemente das derivadas temporais das funções es-
tinta as derivadas temporais dos vetores que dependem de t. Por isso é que ao se
u · u = Constante
(u · u) ˙ = u̇ · u + u · u̇ = 0
2u̇ · u = 0
u̇ · u = 0
394
Figura E.6: Se u tem módulo constante, então u e u̇ são ortogonais.
Observação:
Deve car claro que a derivada temporal de um escalar não depende de referencial.
referencial.
existe um tensor rotação Q, tal que Ei esteja relacionado com ei da seguinte forma:
395
Figura E.8: Rotação do sistema de referência através de um tensor rotação Q
Ei = Q e i (E.1)
Ou
ei = Q−1 Ei (E.2)
Observação:
Deve-se notar que o tensor rotação Q fornece a nova orientação do referencial R0 .
Ou seja, em linguagem coloquial, Q informa os sentidos para aonde apontam as
setas da base {Ei } após a transformação.
uma função vetorial depende do referencial onde a operação é realizada. Isso porque,
dos vetores. Por isso é que, doravante, ao se mencionar a derivada temporal de uma
função vetorial, deverá car explícito em relação a que referencial essa derivada está
sendo efetuada.
R
d( )
(˙) = (E.3)
dt
Sendo Q = Q(t), então, com base nas Eqs.E.1 e D.44, escreve-se:
Ėi = Q̇ ei + Q ėi
Ėi = Q̇ ei
396
Ėi = Q̇Q−1 Ei
Denição:
0
O tensor Q̇QT , doravante, será representado por R ΩR . Este tensor recebe o nome es-
pecial de tensor velocidade angular do referencial R em relação ao referencial R.
0
R 0
ΩR = Q̇QT (E.5)
Logo,
R 0
Ėi = ΩR Ei
Ou
R
d Ei R 0
= ΩR Ei (E.6)
dt
Observação:
R 0
O tensor ΩR transforma Ei em sua derivada temporal no referencial R. Isto é,
0
tranforma Ei em Ėi . O que é equivalente a dizer que R ΩR deriva, em relação ao
0
tempo, no referencial R, o vetor Ei da base {Ei } que é xa em R .
R 0
Com base na Eq.D.46, pode-se demonstrar que ΩR = Q̇QT é antissimétrico. Por-
Nota:
Observe que o tensor velocidade angular é antissimétrico, portanto apresenta deter-
minante nulo. Por isso, esse tensor não pode ser uma rotação, uma vez que toda
397
Onde:
R 0
ω R = Ω32 E1 + Ω13 E2 + Ω21 E3 (E.8)
R
d Ei R R 0
= ω × Ei (E.9)
dt
R 0
Donde se conclui que ω R deriva, em relação ao tempo, no referencial R, o vetor
0
Ei da base {Ei } xa em R .
Nota:
R 0
A velocidade angular ωR mede a taxa de variação da orientação (setas) de uma
Observação:
R 0
Salvo em casos especiais, a velocidade angular ωR não é a derivada de nenhum
ângulo.
R 0
Lembrando que Tij = Ei · T Ej e ΩR Ej = Ėj , é possível demonstrar que:
R 0
ω R = (E3 · Ė2 )E1 + (E1 · Ė3 )E2 + (E2 · Ė1 )E3
u = u 1 E1 + u 2 E2 + u 3 E3
398
Figura E.9: Vetor u xo em um referencial R0 que se move em relação a R.
Então:
Neste caso,
0 0 0
u̇ = u1 (R ω R × E1 ) + u2 (R ω R × E2 ) + u3 (R ω R × E3 )
R 0
u̇ = ω R × (u1 E1 + u2 E2 + u3 E3 )
R 0
u̇ = ωR × u
Isto é:
R
du R 0
= ωR × u
dt
Observação:
Além de medir a taxa de variação da orientação (das setas) de R0 em R, a veloci-
dade angular
R
ω R0
pode ser pensada como um operador diferencial temporal
de qualquer vetor u xo em R . 0
399
R R 0
du d u R R0
= + ω ×u ∀u (E.11)
dt dt
Demonstração:
Sendo
u = u 1 E1 + u 2 E2 + u 3 E3
Então,
Onde:
R
d( )
(˙) =
dt
Lembrando que a derivada temporal de um escalar não depende de referencial,
escreve-se:
R R 0
ui ui
= = u̇i
dt dt
0
Assim, como a base {Ei } é xa em R , então:
R0
u
u̇1 E1 + u̇2 E2 + u̇3 E3 =
dt
R 0
Ėi = ω R × Ei
Neste caso,
R0
u 0 0 0
u̇ = + u1 R ω R × E1 + u2 R ω R × E2 + u3 R ω R × E3
dt
400
R0
u R R0
u̇ = + ω × (u1 E1 + u2 E2 + u3 E3 )
dt
Donde se conclui que:
R R 0
du d u R R0
= + ω ×u
dt dt
R0 0
ω R = −R ω R (E.12)
Demonstração:
De acordo com o Corolário E.11,
R R 0
du d u R R0
= + ω ×u ∀u
dt dt
Portanto:
R0 R
du d u R R0
= − ω ×u ∀u
dt dt
Mas, ainda de acordo com o Corolário E.11,
R0 R
du d u R0 R
= + ω ×u ∀u
dt dt
Logo,
R0 0
ω R × u +R ω R × u = 0 ∀u
0 0
(R ω R +R ω R ) × u = 0 ∀u
ou
0 0
u kR ω R +R ω R
ou
R0 0
ω R = −R ω R ∀u
Como as relações devem ser válidas para todo u, então somente a igualdade anterior
401
será valida, e isso conclui a demonstração.
R 00 0 00 0
ω R =R ω R +R ω R (E.13)
Demonstração:
O Corolário E.11 estabelece que:
R R 0
du d u R R0
= + ω ×u ∀u
dt dt
0 00
Aplicando o mesmo corolário, porém entre R e R , vem:
R0 R00
du d u R0 R00
= + ω ×u ∀u
dt dt
Substituindo a segunda na primeira expressão, vem:
R R00
du d u R0 R00 0
= + ω × u +R ω R × u ∀u
dt dt
R R00
du du 0 00 0
= + (R ω R +R ω R ) × u ∀u
dt dt
00
Agora aplicando o corolário entre R e R , encontra-se:
R R 0
du d u R R00
= + ω ×u ∀u
dt dt
Comparando as duas expressões anteriores, pode-se concluir que:
R 00 0 00 0
ω R =R ω R +R ω R
R
ω Rn =R ω R1 +R1 ω R2 +R2 ω R3 + . . . +Rn−1 ω Rn (E.14)
402
R 0
R R0 d RωR
α = (E.15)
dt
Um resultado importante que advém da denição anterior é que a derivada temporal
R0 0
R R0 d RωR
α = (E.16)
dt
Demonstração:
Substituindo u por ω
R R0
no Corolário E.11, vem:
R 0 R0 0
d RωR d R ω R R R0 R R0
= + ω × ω
dt dt
R 0 0
Uma vez que o produto vetorial ω R ×R ω R é nulo, então:
R 0 R0 0
d RωR d RωR
=
dt dt
R0 0
R R0 d RωR
α =
dt
R 00 0 00 0 0 0 00
αR =R αR +R αR +R ω R ×R ω R (E.17)
Demonstração:
De acordo com a Eq.E.15, a aceleração angular de um referencial R00 em relação a
R 00
R R00 d RωR
α =
dt
Mas, a Eq.E.13 estabelece que:
R 00 0 00 0
ω R =R ω R +R ω R
Portanto,
R 0 00 0
R R00 d R ωR R R R
d ω
α = +
dt dt
403
Lembarando que o segundo membro do lado direito da igualdade anterior é, por
R 0
denição, αR , escreve-se:
R 0 00
R R00 d R ωR 0
α = +R αR (E.18)
dt
O primeiro termo do segundo membro da igualdade anterior pode ser desmembrado,
u por R ω R
0 00
ao se aplicar o Corolário E.11,trocandose . Com isso, obtem-se:
R 0 00 R0 0 00
d R ωR d R ωR 0 0 00
= +R ω R ×R ω R
dt dt
O primeiro termo do segundo membro da igualdade anterior é, por denição, a a
R0 00
celeração angula αR . Portanto,
R 0 00
d R ωR R0 00 0 0 00
= αR +R ω R ×R ω R
dt
R 00 0 00 0 0 0 00
αR =R αR +R αR +R ω R ×R ω R
R 0
ω R = θ̇ e3 (E.19)
R 0
Consequentemente, a aceleração angular αR será dada por:
R 0
αR = θ̈ e3 (E.20)
404
Demonstração:
Sejam R e R0 dois referenciais distintos que apresentam um movimento relativo de
R
du R 0
= ωR × u (E.23)
dt
Sendo:
R 0
ω R = ω1 e1 + ω2 e2 + ω3 e3 (E.24)
R
du
= −u2 ω3 e1 + u1 ω3 e2 + (u2 ω1 − u1 ω2 )e3 (E.25)
dt
Rd u
Comparando as Eqs.E.25 e E.22, pode-se concluir que o componente do vetor
dt
na direção e3 é nulo. Assim,
u2 ω1 − u1 ω2 = 0
405
Como a igualdade anterior deve ser válida para todo u xo em R0 , então ela só será
satisfeita se:
ω1 = ω2 = 0
R 0
ω R = ω3 e3 (E.26)
R
du
= ω3 e3 × u (cos θ e1 + sen θ e2 + 0 e3 )
dt
Ou seja,
R
du
= ω3 u (−sen θ e1 + cos θ e2 + 0 e3 ) (E.27)
dt
Comparando as Eqs.E.27 e E.22, pode-se concluir que:
ω3 = θ̇
R 0
ω R = θ̇ e3
406
Apêndice F
Baricentro e centro de massa de um
sistema
mente distintas. Porém, essas denições levam ao mesmo ponto como será mostrado
407
Figura F.1: Sistemas equivalentes.
n
X
P= Pi
i=1
n
X
P= mi g
i=1
n
!
X
P= mi g
i=1
P = mg
O momento resultante em relção ao ponto genérico O das forças peso Pi é dado por:
n
X
MO = pi × Pi
i=1
n
X
MO = pi × mi g
i=1
O ponto G, onde se pode aplicar P e obter o mesmo momento MO , deve ser tal que:
pG × P = MO
n
X
pG × mg = pi × mi g
i=1
408
n
!
X
mpG − mi pi ×g =0
i=1
Para que a expressão vetorial anterior seja nula, duas situações podem ocorrer:
n
X
mpG = mi pi
i=1
ou
n
X
mpG − mi pi paralelo a g
i=1
Em ambos os casos, para que o baricentro seja um ponto único e não uma linha de
n
1 X
pG = mi pi (F.1)
m i=1
n
X
I= mi ρ2i (F.2)
i=1
409
Figura F.2: Centro de massa de um sistema de partículas.
por pi − pB :
n n
! n
!
X X X
I= mi p2i − 2 mi pi · pB + mi p2B
i=1 i=1 i=1
n n
!
X X
I= mi p2i − 2 mi pi · pB + m p2B (F.3)
i=1 i=1
dI
=0
dpB
Portanto, derivando a Eq.F.3 em relação a pB , vem:
n
!
X
−2 mi pi + 2m pB = 0
i=1
n
1 X
pB = mi pi (F.4)
m i=1
pB = pG (F.5)
410
Um resultado bastante importante para a solução de problemas de Mecânica é que:
n
X
mi ρi = 0 (F.6)
i=1
Para provar a igualdade anterior, deve-se lembra que Eq.F.4 pode ser reescrita da
P
seguinte maneira mpB = mi pi e que, de acordo com a Fig.F.2, ρi = pi − pB .
411
Apêndice G
Momentos de inércia de massa
412
Figura G.2: Momentos de inércia de massa.
413
Figura G.3: Momentos de inércia de massa.
414
Referências Bibliográcas
2017.
1981.
415