Você está na página 1de 15

1

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Á DISTANCIA

Janete Joaquim Gonçalves


708211797

Os Contratos comerciais
Licenciatura em Administração Publica

Nampula
2023
2

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Á DISTANCIA

Os Contratos comerciais
Licenciatura em Administração Publica

Trabalho científico de carácter avaliativo a ser


entregue ao Centro do Ensino á Distancia, na
Universidade Católica de Moçambique,
recomendado na cadeira de Legislação
Empresarial

Nampula
2023
3

Índice

Introdução ......................................................................................................................... 4
1.Conceitos de Contratos comerciais................................................................................ 5
2.Princípios gerais dos Contractos comerciais ................................................................. 5
2.1 Princípio da autonomia da vontade ............................................................................ 5
2.2 O princípio do consensualismo .................................................................................. 6
2.3 Princípio da força obrigatória. .................................................................................... 6
2.4 O princípio da intangibilidade do conteúdo dos contractos ....................................... 7
2.5 Princípio da boa-fé...................................................................................................... 7
2.6 Princípio da relatividade dos efeitos dos contratos .................................................... 8
2.7 Princípio de Função social do contracto ..................................................................... 9
2.8 Princípio de Equilíbrio económico-financeiro do contracto ...................................... 9
3.Tipologia Geral dos Contractos comerciais .................................................................. 9
3.1 Tipologia principal dos Contratos comerciais .......................................................... 10
3.1.1 Contrato de compra e venda .................................................................................. 10
3.1.2 Contrato social ....................................................................................................... 10
3.1.3 Contrato de know-how .......................................................................................... 10
3.1.4 Contrato de representação comercial ..................................................................... 10
3.1.5 Contrato de franchising ......................................................................................... 11
3.1.6 Contrato comercial de transporte ........................................................................... 11
3.1.7 Contrato de comissão............................................................................................. 11
3.1.8 Contrato de gestão de negócio ............................................................................... 11
4.Contratos especiais de comércio.................................................................................. 12
4.1 A representação e o mandato comerciais ................................................................. 12
Conclusão ....................................................................................................................... 14
Referências bibliográficas .............................................................................................. 15
4

Introdução

O trabalho ilustrado com tema: Os Contratos comerciais. O desenvolvimento do


comércio internacional gerou reflexos na perspectiva macroeconómica e provocou ao
mesmo tempo um aumento considerável das operações transnacionais efetuas pelas
empresas. O desenvolvimento do comércio é acompanhado por um aumento do volume
das trocas comerciais tranfronteiriças, bem como na variedade, complexidade, rapidez e
diversidade do âmbito geográfico no qual se inserem as operações realizadas pelas
empresas. Esta intensificação das relações económicas internacionais gravita
necessariamente pela óbitra dos contratos comerciais. Isso porque estas relações se
estabelecem entre pontos de oferta e procura situados em locais submetidos a legislações
distintas e, portanto, os contratos celebrados muitas vezes fogem à tipicidade daqueles
que regulam relações estabelecidas e desenvolvidas entre pontos de oferta e procura
situados em um mesmo território e submetidos a uma mesma legislação. Nesta esteira, o
contrato comercial se traduz em um instrumento jurídico fundamental para o próprio
desenvolvimento do comércio internacional, assumindo o status de documento formal por
excelência dessa atividade humana.

E temos como objectivos:

Geral

✓ Compreender os Contratos comerciais.

Específicos

✓ Conceituar os Contratos comerciais.


✓ Identificar os Princípios Gerais Contratos comerciais, Tipologia Geral e Principal
Contratos comerciais.
✓ Descrever os Contractos especiais de Comércio.

A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a da consulta bibliográfica, que
consistiu na leitura e análise das informações de diversas obras que se debruçam sobre os
temas acima mencionado. Os autores das referidas obras estão devidamente citados
dentro do trabalho e também na bibliografia final. Quanto a estrutura o trabalho apresenta
introdução, de seguida encontra-se a capa a contracapa, índice, desenvolvimento,
conclusão e por fim a respectiva Referências Bibliográficas.
5

1.Conceitos de Contratos comerciais

Segundo Henri, (1987).“ O contrato comercial é um documento jurídico inserido no


ambiente empresarial e envolve a obrigação de mútuo acordo entre as pessoas jurídicas”.

Para Monteiro, (2004).“Os Contratos comercias são aqueles contratos, tipicos ou


atipicos, que disciplinam as relações judicais entre o produtor e o distribuidor com vista
a comercialização dos bens e serviços”.

2.Princípios gerais dos Contractos comerciais


2.1 Princípio da autonomia da vontade

Conforme Henri, (1987).

O princípio da autonomia da vontade particulariza-se no Direito Contratual na liberdade


de contratar. Significa o poder dos indivíduos de suscitar, mediante declaração de
vontade, efeitos reconhecidos e tutelados pela ordem jurídica. No exercício deste poder,
toda pessoa capaz tem aptidão para provocar o nascimento de um direito, ou para obrigar-
se. A produção de efeitos jurídicos pode ser determinada assim pela vontade unilateral,
como pelo concurso de vontades. Quando a atividade jurídica se exerce mediante
contrato, ganha grande extensão. Outros conceituam a autonomia da vontade como um
aspecto da liberdade de contratar, no qual o poder atribuído aos particulares é o de se
traçar determinada conduta para o futuro, relativamente às relações disciplinares da lei.
O conceito de liberdade de contratar abrange os poderes de autoregência de interesses, de
livre discussão das condições contratuais e, por fim, de escolha do tipo de contrato
conveniente à atuação da vontade (p.425).

Manifesta-se, por conseguinte, sob tríplice aspecto:

✓ Liberdade de contratar propriamente dita;


✓ Liberdade de estipular o contrato;
✓ Liberdade de determinar o conteúdo do contrato.

De acordo com Henri, (1987).

A Liberdade de contratar propriamente dita é o poder conferido às partes contratantes de


suscitar os efeitos que pretendem, sem que a lei imponha seus preceitos
indeclinavelmente. Em matéria contratual, as disposições legais têm, de regra, caráter
supletivo ou subsidiário, somente se aplicando em caso de silêncio ou carência das
vontades particulares. Prevalece, desse modo, a vontade dos contratantes. Permite-se que
regulem seus interesses por forma diversa e até oposta à prevista na lei. Não estão
adstritas, em suma, a aceitar as disposições peculiares a cada contrato, nem a obedecer às
linhas de sua estrutura legal. São livres, em conclusão, de determinar o conteúdo de
contrato, nos limites legais imperativos. O princípio da liberdade de contratar torna-se
mais inteligível à luz da distinção entre leis coativas e supletivas. As primeiras ordenam
ou proíbem algum ato, determinando o que se deve e o que não se deve fazer. Quando
ordenam, dizem-se imperativas. Quando proíbem, proibitivas. Destinam-se as leis
supletivas a suprir ou completar a vontade do indivíduo, aplicando-se quando ele não a
6

declara. Ora, o Direito Contratual constitui-se, predominantemente, de normas supletivas,


deixando, portanto, larga margem à vontade dos que agem em sua esfera. Nesse território,
a liberdade de contratar domina amplamente (p.425).

2.2 O princípio do consensualismo

No entender de Henri, (1987). A ideia de que o simples consentimento basta para formar
o contrato é conquista recente do pensamento jurídico. Nas civilizações anteriores,
dominavam o formalismo e o simbolismo. A formação dos contratos subordinava-se à
obediência de determinada forma ritual. A evolução do Direito Contratual em Roma
prova que o ritual tinha importância decisiva. Os contratos reais realizavam-se per aes et
libram, solenidade executada pelo libripens, que consistia no ato simbólico de pesar numa
balança. Os contratos verbais, pela stipulatio. Os contratos literais só se perfaziam com a
redação de um escrito - litteris -, o qual não servia apenas para a prova, mas para lhes dar
existência. Formavam se pelas nomina transcripticia e pelos chirographa e syngraphae.
Somente nos contratos consensuais chegaram a admitir a formação pelo simples
consentimento. Eram, porém, de número escasso (p.425).

Na compreensão de Henri, (1987).

O princípio do consensualismo é considerado, por alguns, manifestação


do liberalismo, mas foi conservado nas legislações que se libertaram
dessa influência, posto se note sua inclinação para o formalismo em
novas bases. Orlando Gomes não se exige forma especial. O
consentimento solo consensu forma os contratos, o que não significa
sejam todos simplesmente consensuais, alguns tendo sua validade
condicionada à realização de solenidades estabelecidas na lei e outros só
se perfazendo se determinada exigência for cumprida. Tais são,
respectivamente, os contratos solenes e os contratos reais. As exceções
não infirmam, porém, a regra, segundo a qual a simples operação
intelectual do concurso de vontades pode gerar o contrato (p425).

2.3 Princípio da força obrigatória


Na óptica de Henri, (1987). O princípio da força obrigatória consubstancia-se na regra de
que o contrato é lei entre as partes. Celebrado que seja, com observância de todos
pressupostos e requisitos necessários à sua validade, deve ser executado pelas partes como
se suas cláusulas fossem preceitos legais imperativos. O contrato obriga os contratantes,
sejam quais forem as circunstâncias em que tenha de ser cumprido. Estipulado
validamente seu conteúdo, vale dizer, definidos os direitos e obrigações de cada parte, as
respectivas cláusulas têm, para os contratantes, força obrigatória. Diz-se que é intangível,
para significar-se a irretratabilidade do acordo de vontades. Nenhuma consideração de
7

equidade justificaria arevogação unilateral do contrato ou a alteração de suas cláusulas,


que somente se permitem mediante novo concurso de vontades. O contrato importa
restrição voluntária da liberdade; cria vínculo do qual nenhuma das partes pode desligar-
se sob o fundamento de que a execução a arruinará ou de que não o teria estabelecido se
houvesse previsto a alteração radical das circunstâncias. Essa força obrigatória atribuída
pela lei aos contratos é a pedra angular da segurança do comércio jurídico (p.426).

2.4 O princípio da intangibilidade do conteúdo dos contractos

Na visão de Henri, (1987).

O princípio da intangibilidade do conteúdo dos contratos significa impossibilidade de


revisão pelo juiz, ou de libertação por ato seu. As cláusulas contratuais não podem ser
alteradas judicialmente, seja qual for a razão invocada por uma das partes. Se ocorrem
motivos que justificam a intervenção judicial em lei permitida, há de realizar-se para
decretação da nulidade ou da resolução do contrato, nunca para a modificação do seu
conteúdo. Dada ao princípio da força obrigatória dos contratos, essa inteligência larga
não se apresenta como corolário exclusivo da regra moral de que todo homem deve honrar
a palavra empenhada. Justifica-se, ademais, como decorrência do próprio princípio da
autonomia da vontade, uma vez que a possibilidade de intervenção do juiz na economia
do contrato atingiria o poder de obrigar-se, ferindo a liberdade de contratar (p.426).

No entendimento de Henri, (1987). A necessidade lógica de preservar de estranhas


interferências a esfera da autonomia privada conduziu necessariamente ao
robustecimento do princípio da intangibilidade do conteúdo dos contratos. No contexto
normal desse princípio, não seria possível admitir que a superveniência de
acontecimentos determinantes da ruptura do equilíbrio das prestações pudesse autorizar
a intervenção do Estado, pelo órgão da sua magistratura, para restaurá-lo ou liberar a parte
sacrificada. Cada qual que suporte os prejuízos provenientes do contrato. Se aceitou
condições contratuais extremamente desvantajosas, a presunção de que foram estipuladas
livremente impede se socorra da autoridade judicial para obter a suavização, ou a
libertação (p.426).

2.5 Princípio da boa-fé

Na perspectiva de Henri, (1987).

O princípio da boa-fé entende mais com a interpretação do contrato do que com a


estrutura. Por ele se significa que o literal da linguagem não deve prevalecer sobre a
intenção manifestada na declaração de vontade, ou dela inferível. Ademais,
subentendem-se, no conteúdo do contrato, proposições que decorrem da natureza das
obrigações contraídas, ou se impõem por força de uso regular e da própria equidade. Fala-
se na existência de condições subentendidas. Admitem-se, enfim, que as partes aceitaram
essas consequências, que realmente rejeitariam se as tivessem previsto. No caso, pois, a
interpretação não se resume a simples apuração da intenção das partes. O Direito moderno
8

não admite os contratos que os romanos chamavam de direito estrito, cuja interpretação
deveria ser feita literalmente. Tais contratos somente poderiam existir num sistema
dominado pelo princípio do formalismo. Uma vez que hodiernamente vigora o princípio
do consensualismo, são inadmissíveis. Ao princípio da boa-fé empresta-se ainda outro
significado (p.427).

No pensar de Henri, (1987). Para traduzir o interesse social de segurança das relações
jurídicas, diz-se, como está expresso no Código Civil alemão, que as partes devem agir
com lealdade e confiança recíprocas. Numa palavra, devem proceder com boa-fé. Indo
mais adiante, aventa-se a ideia de que entre o credor e o devedor é necessária a
colaboração, um ajudando o outro na execução do contrato. A tanto, evidentemente, não
se pode chegar, dada a contraposição de interesses, mas é certo que a conduta, tanto de
um como de outro, subordina-se a regras que visam a impedir dificulte uma parte a ação
da outra.Modernamente distingue-se a boa-fé subjetiva, que se refere a um estado
subjetivo ou psicológico do indivíduo, aplicável notadamente no campo do Direito das
Coisas (fala-se em "possuidor de boa-fé", por exemplo), da boa-fé objetiva,
correspondente a uma regra de conduta, um modelo de comportamento social, algo,
portanto, externo em relação ao sujeito. A boa-fé aqui referida é a boa-fé objetiva (p.427).

2.6 Princípio da relatividade dos efeitos dos contratos

Como diz Henri, (1987).

O princípio da relatividade dos contratos diz respeito à sua eficácia. Sua formulação fez-
se em termos claros e concisos ao dizer-se que o contrato é res inter alios acta, aliis neque
nocet neque prodest, o que significa que seus efeitos se produzem exclusivamente entre
as partes, não aproveitando nem prejudicando a terceiros. Para tomá-lo compreensível, é
indispensável distinguir da existência do contrato os efeitos internos. A existência de um
contrato é um fato que não pode ser indiferente a outras pessoas, às quais se toma
oponível. Os efeitos internos, isto é, os direitos e obrigações dos contratantes, a eles se
limitam, reduzem-se, circunscrevem-se. Em regra, não é possível criar, mediante
contrato, direitos e obrigações para outrem. Sua eficácia interna é relativa; seu campo de
aplicação comporta, somente, as partes. Em síntese, ninguém pode tomar-se credor ou
devedor contra a vontade (p.427).

Como entende Henri, (1987). O princípio da relatividade dos contratos não é absoluto.
Sofre importantes exceções. Para defini-las, cumpre fixar a noção de terceiro. Como tal
se considera quem quer que seja totalmente estranho ao contrato ou à relação sobre a qual
ele estende os seus efeitos. Assim, o sucessor, a título universal de um contratante, embora
não tenha participado da formação do contrato, terceiro não é, porque a sua posição
jurídica deriva das partes, como tal devendo ser tido. Há contratos que, fugindo à regra
geral, estendem efeitos a outras pessoas, quer criando, para estas, direitos, quer impondo
obrigações. Tais são, dentre outros, a estipulação em favor de terceiro, o contrato coletivo
9

de trabalho, a locação em certos casos e o fideicomisso "inter . " vzvos . O princípio da


relatividade dos contratos não se aplica somente em relação aos sujeitos. Incide,
igualmente, no objeto, enunciando-se do seguinte modo: o contrato tem efeito apenas a
respeito das coisas que caracterizam a prestação. Se o objeto da prestação, recebido pelo
credor em virtude de contrato comutativo, tem defeito oculto que o toma impróprio ao
uso a que é destinado ou lhe diminui o valor, ou se dele vem a ser privado em virtude de
sentença que reconheça o direito de outrem, a eficácia do contrato estará comprometida
(p.427).

Como defende Henri, (1987). Consideradas as pessoas em cuja esferas jurídicas podem
incidir efeitos finais de contrato, é de ressaltar a noção de oponibilidade, distinguindo três
categorias de terceiros:

✓ Os que são estranhos ao contrato, mas participantes do interesse, cuja posição


jurídica é subordinada à da parte, como os subcontratantes e os mandatários.
✓ Os que são interessados, mas têm posição independente e incompatível com os
efeitos do contrato.
✓ Os que são normalmente indiferentes ao contrato, mas podem ser legitimados a
reagir quando sofram particular prejuízo dos efeitos do mesmo contrato, como os
credores (p.427).

2.7 Princípio de Função social do contracto

No perceber de Henri, (1987). Princípio de Função social do contrato: garante a função


social do contrato, limitando a individualidade das partes (p.427).

2.8 Princípio de Equilíbrio económico-financeiro do contracto

Como defende Henri, (1987). Equilíbrio económico-financeiro do contrato: o equilíbrio


económico-financeiro do contrato deve ser mantido enquanto estiver vigente (p.427).

3.Tipologia Geral dos Contractos comerciais


Maia (2003).“ Os Contractos comerciais formais são aqueles que são feitos respeitando
todas as leis de um país assim como todos os procedimentos necessários que constam nos
contractos comerciais”.
10

Ao passo que Maia (2003). “Os Contractos comerciais informais são aqueles que são
feitos clandestinamente todas as leis assim como procedimentos administrativos de um
país são violadas nestes tipos de contractos comerciais”.

3.1 Tipologia principal dos Contratos comerciais


3.1.1 Contrato de compra e venda

No compreender de Maia (2003).

O contrato de compra e venda aplicado à atividade empresarial envolve a aquisição ou a


transferência de algum produto ou serviço.Não existe uma formalidade especial, mas é
desejável que a elaboração de contratos comerciais se dê por escrito.Portanto, se você
pretende firmar um contrato de compra e venda de instalações comerciais para ampliar
sua atividade, peça auxílio ao seu advogado.

3.1.2 Contrato social

Na ideia de Maia (2003).O contrato social é uma espécie de certidão de nascimento da


pessoa jurídica, pois cria a empresa e fixa suas regras e suas condições de funcionamento,
orientando-a quanto à divisão de lucros e à tomada de decisão.Neste documento, é preciso
estabelecer também os direitos e as obrigações de cada sócio que compõe a sociedade,

3.1.3 Contrato de know-how

No pensar de Maia (2003).

O contrato de know-how, ou contrato de transferência de tecnologia, é firmado entre duas


empresas: uma que detém o conhecimento técnico (transmitente) e outra que o recebe de
forma exclusiva (licenciada).A troca de informações ocorre mediante o pagamento de
royalties à sociedade transmitente, e o valor é variável conforme o estipulado pelas partes
em contrato.

3.1.4 Contrato de representação comercial

Como salienta Maia (2003).O contrato de representação comercial é aquele em que a


empresa estabelece uma relação com pessoa física ou jurídica para que esta se torne sua
representante e realize negócios em seu nome, mas sem caracterização de relação de
emprego.O representante comercial poderá agenciar propostas ou pedidos, que serão
transmitidos ao representado.
11

3.1.5 Contrato de franchising

Já para Maia (2003).

Os exemplos de contrato comercial são inúmeros, como vimos até agora. E um dos mais
conhecidos é o contrato de franquia. Nele, a empresa (franqueador) cede ao franqueado
os direitos de uso de marca ou patente de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de
produto ou serviço. O contrato pode envolver, eventualmente, o uso de tecnologia de
implantação e administração de negócio. Em contrapartida, o franqueado deverá
remunerar o franqueador nos modos do contrato.

3.1.6 Contrato comercial de transporte

Consoante a ideia de Maia (2003).

O contrato comercial de transporte é aquele pelo qual uma pessoa física ou jurídica se
compromete a transportar pessoas ou coisas de um local para outro, mediante
remuneração. Para que se seja caracterizado como contrato para fins comerciais, o
transporte de pessoas ou coisas deve ser a essência do acordo, e não uma ação acessória
a outro contrato, como no caso da contratação de frete na compra de um bem móvel.

3.1.7 Contrato de comissão

Na percepção de Maia (2003).Continuando com os contratos comerciais, os tipos são


inúmeros, como você pode ver. E um acordo presente no dia a dia de muitas empresas é
o contrato de comissão.

Neste instrumento, o comissário adquire ou vende bens, em seu próprio nome e


responsabilidade, por ordem e por conta de uma empresa (comitente), em troca de certa
remuneração.

Ele deve seguir as instruções dadas pela empresa e, em contrapartida, receberá a comissão
e a remuneração acordadas.

3.1.8 Contrato de gestão de negócio

Na luz de Maia (2003).

O contrato de gestão de negócios aparece quando uma pessoa intervém na administração


de negócio alheio sem autorização do interessado, mas presumindo seu interesse e
vontade.

Na prática, é comum vermos a aparição deste contrato em atos de altruísmo, como quando
uma pessoa invade propriedade privada para combater um incêndio.
12

4.Contratos especiais de comércio

Como entende Menezes, (1979). Os Contractos Comerciais e a sua Ordenação Contratos


extravagantes, (p.719).

Fora do com, temos essencialmente cinco grupos de contratos:

✓ Contrato de associação em participação e o contrato de consórcio, introduzidos pelos DL


231/81 de 28 de julho, revogando a conta em participação.
✓ Contratos de mediação, com especial focagem no contrato de mediação imobiliária, hoje
tratado pelo DL 211/2004 de 20 de agosto, alterado e republicado pelo DL 69/2011 de
15 de junho e a mediação dos seguros, regulada pelo DL 144/2006 de 31 de julho,
alterado pelo DL 359/2007 de 2 de novembro e pela Lei 46/2011 de 24 de julho.
✓ Contrato de agência, regulado pelo DL 178/86 de 3 de julho, com alterações
introduzidas pelo DL 118/93 de 13 de abril.
✓ Contrato de locação financeira, regulado pelo DL 149/95 de 24 de julho, com alterações
introduzidas pelo DL 265/97 de 2 de outubro, pelo DL 285/2001 de 3 de novembro e
pelo DL 30/2008 de 25 de fevereiro.
✓ Contrato de cessão financeira, regulado pelo DL 171/95 de 18 de julho, alterado pelo DL
186/2002 de 21 de agosto. Sem regulação legal expressa, podemos ainda apontar certas
figuras normalmente usadas por comerciantes no uso da sua profissão:
✓ Contratos de promoção: patrocínio, publicidade e certas modalidades de mediação.
✓ Contratos de distribuição: concessão comercial e franquia.
✓ Contratos de organização: o lojista em centro comercial, a engenharia e certas
modalidades de empreitada (Menezes, 1979, p.719).

4.1 A representação e o mandato comerciais


Para Menezes, (1979).

A Representação em Geral No Direito comercial, a representação assume um papel de


relevo. O comerciante, designadamente quando atinja e ultrapasse a média dimensão, não
pode praticar por si todos os atos comerciais próprios do seu giro: terá de ser representado
(p.719).

Requisitos, distinções e regime comum na representação impõem-se, fundamentalmente,


três requisitos:

✓ Uma atuação em nome de outrem – o representante deve agir esclarecendo a


contraparte e os demais interessados que o faz para que os efeitos da sua atuação
13

surjam na esfera do representado. Se o representante não invocar expressamente


essa qualidade, já não haverá representação.
✓ Por conta dele – o representante, além de invocar agir em nome de outrem, deve
fazê-lo no âmbito da autonomia privada daquele: atua como o próprio
representado poderia, licitamente, fazê-lo. Não há representação, por exemplo,
quando o tribunal executa especificamente, nos termos do art. 830º CC, um
contrato-promessa.
✓ Dispondo o representante de poderes para o fazer – tais poderes podem ser legais
ou voluntariamente concedidos pelo representado, mas têm de existir. Esta
representação distingue-se de outras “representações”:
✓ Da representação legal – trata-se do conjunto de esquemas destinados a suprir a
incapacidade dos menores – arts. 139º, 144º, 1878º/1 e 1881º/1 CC.
✓ Da representação orgânica – as pessoas coletivas são representadas, em princípio,
pela administração – art. 163º CC.
✓ Da representação voluntária ou em sentido próprio – a que tenha, na sua base, a
concessão pelo representado e ao representante, de poderes de representação. O
negócio jurídico celebrado pelo representante em nome do representado, nos
limites dos poderes que lhe competem, produz os seus efeitos na esfera jurídica
do representado – art. 258º CC. Este é o aspeto básico da representação.

A repercussão dos negócios na esfera do representado tem duas características:

✓ É imediata – independentemente de quaisquer circunstâncias, ela opera no


preciso momento em que o negócio funcione;
✓ É automática – não exige qualquer outro evento para que ela ocorra. Na
representação, temos duas figuras – o representante e o representado. Coloca-
se a questão de saber em qual das duas e respetivas (Menezes, 1979, p.719).
14

Conclusão

O contrato ou convenção comercial é o acordo de vontades que tem por fim criar,
modificar ou extinguir um direito, e que exige para que possua validade, agente capaz,
objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei. Os princípios dos Contractos comerciais
como o da autonomia da vontade, o do consensualismo, o da força obrigatória são chamados de
princípios dos Contractos comerciais tradicionais ou clássicos. E apareceram princípios dos
Contractos comerciais novos como o da boa-fé, função social, e equilíbrio económico. Salientar
que, toda a quebra do Contractos comerciais o visado tem o direito de recebimento de pagamento
de indemnização.
15

Referências bibliográficas

Henri, de Page. (1987). Traité Élémentaire de Droit Civil Belge, 1 ed.Editoire Prentice
Haille, Paris.t. II, pp. 425-427.

Menezes, Cordeiro. (1979). A boa fé no direito civil, reimpressão, Almedina, 1a ed.


Editora Signus, Coimbra.p. 719

Maia, M. (2003). Ética y Progresso Económico, 3a ed. Editorial Ariel, Barcelona.

Monteiro, A. Pinto. (2004). Contratos de Distribuiecio Comerciol, Almedina, Coimbra.

Você também pode gostar