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Mestrado em Exercício e Saúde

Fisiologia  do  Exercício

Pedro Miguel Queirós Pimenta de Magalhães


E-mail: pmaga@ipb.pt
Web: www.desporto.ese.ipb.pt
Mestrado em Exercício e Saúde

Tópicos
1. Bioenergética do exercício
Exercício e a homeostasia
Interacções entre as produções aeróbia e anaeróbia de ATP
Metabolismo do exercício
Transição repouso/exercício
Respostas metabólicas ao exercício
Respostas metabólicas ao treino
Recuperação do exercício
Estimativas da utilização de substrato energético durante o exercício
Factores que controlam a utilização do substrato energético

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Mestrado em Exercício e Saúde

Bibliografia

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Mestrado em Exercício e Saúde

Bibliografia

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Mestrado em Exercício e Saúde

Bibliografia

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Bibliografia
Mestrado em Exercício e Saúde

Homeostasia
Manutenção de um meio ambiente interno “normal”
(constante ou inalterado), em situações de ausência de
stress, resultante de muitas respostas reguladoras de
compensação.

Estado  estável
Ambiente fisiológico constante, mas que não implica que
tal ambiente esteja completamente normal.
Foi atingido um equilíbrio entre as exigências impostas ao
organismo e as respostas a esses mesmos estímulos.

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Mestrado em Exercício e Saúde

Alterações  da  temperatura  central  do  organismo  durante  60’  


de  exercício  sub-­‐máximo  em  ambiente  térmico  neutro.

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Exercício  e  proteínas  de  stress


O exercício físico induz stress no organismo, nomeadamente
motivando alterações da homeostasia celular.

Algumas dessas alterações incluem:

↑ da temperatura;
↓ do oxigénio celular;
↓ do pH;
↑ da produção de radicais livres de oxigénio;
↓ dos níveis de energia celular.

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Exercício  e  proteínas  de  stress


A lesão das proteínas celulares em consequência do stress
motivado pelo exercício físico pode conduzir à perda da
homeostasia da célula.

Para combater esta rotura da homeostasia, as células


reagem produzindo rapidamente proteínas protectoras,
denominadas proteínas de stress.

Estas proteínas actuam no sentido de proteger a célula


contra o stress, nomeadamente reparando as proteínas
lesadas e restaurando a homeostasia.

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Resposta  ao  stress  celular

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Sistemas  energéGcos
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Sistemas  energéGcos

Metabolismo Vias metabólicas Substratos

Anaeróbio Sistema ATP-CP ATP; CP


(fosfatos de alta energia)

Glicólise Glicose

Aeróbio Beta-Oxidação Ácidos gordos; glicose;


Ciclo de Krebs proteínas
Cadeia respiratória

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Sistema  ATP-­‐CP
Pi

CP ADP

CK

Creatina ATP
Pi

Calor
Exemplo de uma reacção acoplada
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Membrana interna da mitocôndria

ATP C C ATP

CK CK

ADP CP CP ADP

Matriz
Sarcoplasma
mitocôndrial

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Shu(le  da  creaGna  fosfato  (CP)


As proteínas contrácteis dos
filamentos de actina e de miosina
promovem a hidrólise do ATP.

O ADP resultante sofre novamente


fosforilação pela creatina quinase
citoplasmática, com a CP a funcionar
como doador do grupo fosfato.

A creatina citoplasmática resultante


é refosforilada pela CK mitocondrial.

A hidrólise citoplasmática do ATP


conduz a um aumento de ADP na
mitocôndria, motivando uma resposta
das várias vias bioquímicas do
metabolismo aeróbio no aumento da
fosforilação do ADP para ATP.

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1.  Sistema  ATP-­‐CP  (Anaeróbio  alác9co)  

É o principal sistema energético para esforços máximos com


duração até 30”;

É o sistema energético mais potente, mas com menor


capacidade;

A fadiga ocorre pela diminuição da CP intramuscular;

É o principal sistema energético para actividades como saltos,


arremesso de engenhos, provas de velocidade, etc.

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ATP-­‐CP

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Glicogénio

As moléculas de glicogénio são geralmente grandes, e podem


consistir em centenas a milhares de moléculas de glicose.
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Glicogénio

➊ Glicogenólise Formação  de  


ATP
Glicose Glicose 6-fosfato
(sangue)
Membrana da célula

NADH+H+
ATP
➋ Glicólise
Piruvato

Membrana interna da mitocôndria

➍ β-Oxidação Acetil-CoA ➎ Transaminação


➌ Ciclo Krebs NADH+H+
Cadeia
NADH+H+
NADH+H+ ➏ Respiratória
FADH2
GTP ATP
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➊ Glicogenólise

Glicogénio

Fosforilase (PHOSP)

Glicose 1-fosfato

Fosfoglicomutase

Glicose 6-fosfato

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Glicogénio

➊ Glicogenólise Formação  de  


ATP
Glicose Glicose 6-fosfato
(sangue)
Membrana da célula

NADH+H+
ATP
➋ Glicólise

Piruvato

Membrana interna da mitocôndria

➍ β-Oxidação Acetil-CoA ➎ Transaminação

➌ Ciclo Krebs NADH+H+


Cadeia
NADH+H+
NADH+H+ ➏ Respiratória
FADH2
GTP ATP
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Glicose Mestrado em Exercício e Saúde
ATP
Hexoquinase Membrana da célula
ADP + Pi
Glicogenólise
Glicose 6-fosfato
➋ Glicólise
Fosfoexoisomerase

Frutose 6-fosfato
ATP
Fosfofrutoquinase (PFK)
ADP + Pi
Frutose 1,6-difosfato
Aldoase

Gliceraldeído 3-fosfato Gliceraldeído 3-fosfato


NAD+ Gliceraldeído 3-fosfato NAD+ Gliceraldeído 3-fosfato
NADH+H+ desidrogenase NADH+H+ desidrogenase
1,3-Difosfoglicerato 1,3-Difosfoglicerato
ADP + Pi ADP + Pi
3-Fosfogliceratoquinase 3-Fosfogliceratoquinase
ATP ATP
3-Fosfoglicerato 3-Fosfoglicerato
Fosfogliceromutase Fosfogliceromutase
2-Fosfoglicerato 2-Fosfoglicerato
Enolase Enolase
Fosfoenolpiruvato Fosfoenolpiruvato
ADP + Pi ADP + Pi
ATP Piruvatoquinase ATP Piruvatoquinase
Piruvato Lactato Piruvato Lactato
NADH+H+ (LDH) NAD+ NADH+H+ (LDH) NAD+
Lactado desidrogenase Lactado desidrogenase 25
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➋ Glicólise

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➋ Glicólise

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➋ Glicólise

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2.  Glicólise  (sistema  anaeróbio  lác9co) ➋ Glicólise

É o principal sistema energético para esforços de intensidade


elevada com uma duração entre 30” e 1’00”

É o sistema energético com potência e capacidade


intermédias, produzindo energia apenas a partir da Glicose

Instala fadiga ao nível muscular pela acumulação de lactato e


pela degradação do glicogénio

É o principal sistema energético para actividades como corrida


de 400m, 800m e 1500m, natação nas distâncias de 100 e 200
metros, etc.

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Glicogénio

➊ Glicogenólise Formação  de  


ATP
Glicose Glicose 6-fosfato
(sangue)
Membrana da célula

NADH+H+
ATP
➋ Glicólise

Piruvato

Membrana interna da mitocôndria

➍ β-Oxidação Acetil-CoA ➎ Transaminação


➌ Ciclo Krebs NADH+H+
Cadeia
NADH+H+
NADH+H+ ➏ Respiratória
FADH2
GTP ATP
30
Piruvato Mestrado em Exercício e Saúde

Membrana interna da mitocôndria NAD+


Piruvato desidrogenase
CoA-SH
CO2 NADH+H+
➌ Ciclo Krebs
Acetil-CoA
CoA-SH Citrato sintetase

Oxaloacetato Citrato
Malato NAD+ Aconitase
desidrogenase
NADH+H+
Malato Cis-Aconitato

Fumarase Aconitase

Fumarato Isocitrato
Isocitrato desidrogenase
FAD+ CO2
NAD+
Succinato
FADH2
desidrogenase
NADH+H+
Succinato GTP α-Cetoglutarato
α-Cetoglutarato desidrogenase
CO2
CoA-SH GDP NAD+
Succinil-CoA sintetase Succinil-CoA NADH+H+
CoA-SH
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Reacções de oxidação-redução

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Glicogénio

➊ Glicogenólise Formação  de  


ATP
Glicose Glicose 6-fosfato
(sangue)
Membrana da célula

NADH+H+
ATP
➋ Glicólise

Piruvato

Membrana interna da

➍ β-Oxidação Acetil-CoA ➎ Transaminação

➌ Ciclo Krebs NADH+H+


Cadeia
NADH+H+
NADH+H+ ➏ Respiratória
FADH2
GTP ATP
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➍ β-Oxidação
AG
A

Sarcolema

AGL
ATP
AMP + 2Pi Acil-CoA sintetase
CoA-SH
Acil-CoA

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➍ β-Oxidação

Carnitina -
Acil - transferase
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Acil-CoA (ácido gordo saturado)

Membrana interna da mitocôndria


➍ β-Oxidação
Acil-CoA (ácido gordo saturado)

Acetil-CoA
Acil-CoA FAD+
desidrogenase Acil-CoA acetiltransferase
FADH2 (tiolase)

CoA-SH
Passos  da  β-­‐Oxidação
Acil-CoA β-cetoacil-CoA
insaturado
1. Desidrogenação (FADH2)

2. Hidratação
NADH+H+
Enoil-CoA 3. Desidrogenação (NADH)
β-Hidroxiacil-CoA
hidratase
NAD+ desidrogenase
4. Remoção de fragmento
(Acetil-CoA)
β-hidroxiaxil-CoA

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Ácido Palmítico Mestrado em Exercício e Saúde

➍ β-Oxidação

16 C = 8 Acetil-CoA 37
Ácido Palmítico Mestrado em Exercício e Saúde

➍ β-

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Degradação  
do  glicerol

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Glicogénio

➊ Glicogenólise Formação  de  


ATP
Glicose Glicose 6-fosfato
(sangue)
Membrana da célula

NADH+H+
ATP
➋ Glicólise

Piruvato

Membrana interna da mitocôndria

➍ β-Oxidação Acetil-CoA ➎ Transaminação


➌ Ciclo Krebs NADH+H+
Cadeia
NADH+H+
NADH+H+ ➏ Respiratória
FADH2
GTP ATP
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Mestrado em Exercício e Saúde

➎ Transaminação

Para que as proteínas sejam utilizadas como substratos


energéticos na formação de compostos de alta energia,
têm primeiro que ser decompostas nos seus aminoácidos
constituintes.

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➎ Transaminação
Os aminoácidos podem contribuir para a formação de
energia através de duas formas:

1. O aminoácido alanina pode ser convertido em glicose nas


células hepáticas, e ser utilizado em seguida para a síntese
de glicogénio. Este pode posteriormente ser convertido em
glicose e transportado para o músculo através da circulação;

2. Muitos aminoácidos (isoleucina, alanina, leucina, valina,


etc.) podem ser convertidos em intermediários metabólicos,
nomeadamente das vias da glicólise e do ciclo de Krebs,
como substratos ou produtos.

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➎ Transaminação
Para que alguns dos aminoácidos possam ser convertidos
em intermediários das vias energéticas, é primeiro
necessário retirar-lhes o grupo amina (NH2).

O NH2 pode ser retirado através de dois mecanismos:


1. Desaminação
(saída do grupo amina (NH2) em forma de amónia (NH3);
ocorre nas mitocôndrias das células hepáticas)

1. Transaminação
(ocorre nas mitocôndrias (TGO) e no citoplasma (TGP) de
várias células; tem a vitamina B6 como co-factor)

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➎ Transaminação
Duas das transaminações mais frequentes:

TGP
1. Alanina + α-cetoglutarato Piruvato + Glutamato

TGO
2. Aspartato + α-cetoglutarato Oxaloacetato + Glutamato

Nota - O cetoácido (piruvato ou oxaloacetato) resultante da transaminação vai para oxidação.


O glutamato sofre reacção de desaminação oxidativa (glutamato desidrogenase), produzindo amónia
(NH3) e formando novamente α-cetoglutarato. A amónia entra depois no ciclo da ureia e é excretada.

TGP - Transaminase glutâmico-pirúvica


TGO - Transaminase glutâmico-oxaloacética
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➎ Transaminação

Alguns aminoácidos não sofrem reacções de


transaminação, podendo ser degradados através de vias
metabólicas complexas no sentido de formar outros
intermediários metabólicos.

No entanto, é mais fácil para o organismo realizar


reacções de transaminação do que processar essas vias
metabólicas.

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➎ Transaminação

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Glicogénio

➊ Glicogenólise Formação  de  


ATP
Glicose Glicose 6-fosfato
(sangue)
Membrana da célula

NADH+H+
ATP
➋ Glicólise

Piruvato

Membrana interna da mitocôndria

➍ β-Oxidação Acetil-CoA ➎ Transaminação


➌ Ciclo Krebs NADH+H+
Cadeia
NADH+H+
NADH+H+ ➏ Respiratória
FADH2
GTP ATP
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Cadeia
➏ Respiratória

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Cadeia
➏ Respiratória

Produção  aeróbia  
de  energia

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Sistemas Aeróbio

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3.  Oxidação  (Aeróbio)

É o principal sistema energético para esforços de intensidade


média e baixa com uma duração superior a 1’00”;

É o sistema energético com menor potência, mas com maior


capacidade;

É muito menos sensível à fadiga;

É o principal sistema energético para actividades de maior


duração.

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Glicogénio

Captação  da  glicose  


➊ Glicogenólise
pela  célula  muscular
Glicose Glicose 6-fosfato
(sangue)
Membrana da célula

NADH+H+
ATP
➋ Glicólise

Piruvato

Membrana interna da mitocôndria

➍ β-Oxidação Acetil-CoA ➎ Transaminação


➌ Ciclo Krebs NADH+H+
Cadeia
NADH+H+
NADH+H+ ➏ Respiratória
FADH2
GTP ATP
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Mestrado em Exercício e Saúde

Captação  da  glicose  pela  célula  muscular

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Captação  da  glicose  pela  célula  muscular Mestrado em Exercício e Saúde

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Captação  da  glicose  pela  célula  muscular Mestrado em Exercício e Saúde

Mecanismo dependente Mecanismo dependente


do cálcio do metabolismo

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Captação  da  glicose  pela  célula  muscular Mestrado em Exercício e Saúde

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Mestrado em Exercício e Saúde
Glicogénio

➊ Glicogenólise Formação  de  


ATP
Glicose Glicose 6-fosfato
(sangue)
Membrana da célula

NADH+H+
ATP
➋ Glicólise
Piruvato

Membrana interna da mitocôndria

➍ β-Oxidação Acetil-CoA ➎ Transaminação


➌ Ciclo Krebs NADH+H+
Cadeia
NADH+H+
NADH+H+ ➏ Respiratória
FADH2
GTP ATP
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Mestrado em Exercício e Saúde

Sistema
Malato-­‐Aspartato

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Sistema
Glicerol-­‐fosfato

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Sistema  
intracelular

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Transição  repouso  /  
exercício
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Transição  repouso  —  exercício

– O consumo de oxigénio aumenta rapidamente


Estabiliza entre 1 e 4 minutos

– Défice de oxigénio
Diferença entre as necessidades e o consumo
de oxigénio no início do exercício
Maior contribuição das vias anaeróbias para a
produção total de ATP

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Mestrado em Exercício e Saúde

Défice  de  oxigénio

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Mestrado em Exercício e Saúde

VO2  durante  o  exercício  prolongado


(a)  num  ambiente  quente  e  húmido;  
(b)  com  intensidade  moderada  a  elevada;  

Exercícios prolongados, em
ambientes quentes e/ou
húmidos ou efectuados com
elevada intensidade, não se
atinge o “steady state” do
consumo de oxigénio, e este
aumenta progressivamente.

‣ ↑ temperatura corporal

‣ ↑ adrenalina e
noradrenalina
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Respostas  metabólicas  ao  
exercício  e  ao  treino
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Respostas  metabólicas  ao  exercício


Exercício  intenso
curta  duração
Produção Produção
anaeróbia aeróbia
Energia Energia

EXERCÍCIO
(alta intensidade, curta duração)

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Respostas  metabólicas  ao  exercício


Exercício  de  baixa  
intensidade
longa  duração Produção Produção
anaeróbia aeróbia
Energia
Energia

EXERCÍCIO
(baixa intensidade, duradouro)

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Mestrado em Exercício e Saúde

Contributo  dos  vários  sistemas  energéGcos  em  função  da  duração  


do  exercício

aeróbio
láctico
aláctico
Energia (%)

tempo (s)
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Mestrado em Exercício e Saúde

Contributo  dos  vários  sistemas  energéGcos  em  função  da  duração  


do  exercício
100 m aeróbio
80% láctico
aláctico

1500 m
200 m
67%

57%
800 m
Energia (%)

400 m 48%

40%

34%
30%
28% 30%

23%

18%
15% 15%
10%
5%

tempo (s)
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Mestrado em Exercício e Saúde

Vias  metabólicas  fornecedoras  de  energia

Potência metabólica

Med Sport Sci 34:54-68, 1992 70


Mestrado em Exercício e Saúde

Resposta aguda ao exercício


Intensidade progressiva

Consumo de oxigénio
aumenta linearmente até
se atingir o VO2máx
Quando se atinge o
VO2máx, apesar de poder
acorrer momentaneamente
um aumento da taxa de
trabalho, não vão ocorrer
aumentos adicionais de VO2

Factores condicionantes do VO2máx


Capacidade cardiovascular de transporte e cedência de oxigénio aos músculos

Capacidade dos músculos activos em utilizar o oxigénio e sintetizar ATP


aerobiamente

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Mestrado em Exercício e Saúde

Resposta aguda ao exercício


VO2máx

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Mestrado em Exercício e Saúde

Défice  e  débito  de  oxigénio


Treinados  vs  destreinados

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Mestrado em Exercício e Saúde

Respostas metabólicas ao treino


Exercício de força
Fosfato inorgânico (Pi)

Pi (mmol/g p.h.)

Tempo

Favier et al. 1986 74


Mestrado em Exercício e Saúde

Exercício de força
Adenosina trifosfato (ATP)

ATP (mmol/g p.h.)

Contracção Máxima Voluntária


Favier et al. 1986 75
Mestrado em Exercício e Saúde

Exercício de força
Creatina fosfato (CP)

CP (mmol/g p.h.)

Contracção Máxima Voluntária

Favier et al. 1986 76


Mestrado em Exercício e Saúde

Exercício de resistência
Glicogénio muscular

Glicogénio (mmol/g p.h.)

Tempo

Janssen e Kaijser, 1987 77


Mestrado em Exercício e Saúde

Treino  de  resistência


Alterações  enzimáGcas  musculares

40
% variação ao pré-treino

30 ±32%
±27%
20 ±21%

10
CS IDH COx LDH
0
±2%

CS - Citrato sintetase
IDH - Isocitrato desidrogenase
COx - Citocromo-c oxidase
LDH - Lactato desidrogenase 78
Mestrado em Exercício e Saúde

Treino  de  velocidade


Alterações  enzimáGcas  musculares

40
% variação ao pré-treino

30
±27%
±25%
20
±18%

10
CK MyK PFK LDH
0
±2%

CK - Creatina quinase
MyK - Mioquinase
PFK - Fosfofrutoquinase
LDH - Lactato desidrogenase 79
Mestrado em Exercício e Saúde

Variações  na  ac9vidade  enzimá9ca  de  acordo  


com  o  9po  de  modalidade  pra9cada
(Vastus  lateralis)

SDH - Succinato desidrogenase


LDH - Lactato desidrogenase
PHOSP - Fosforilase Taylor et al., 1985 80
Mestrado em Exercício e Saúde

Alterações  crónicas  com  o  treino

Enzimas Resistência Velocidade


CS ↑ ═↓
IDH ↑ ═↓
HADH ↑ ═↓
PFK ═↓ ↑
LDH ═↓ ↑
CK ↑ ↑
CS - Citrato sintetase PFK - Fosfofrutoquinase
IDH - Isocitrato desidrogenase LDH - Lactato desidrogenase
HADH - β-hydroxyacyl-CoA-dehydrogenase CK - Creatina quinase 81
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Enzimas  anG-­‐oxidantes  musculares


em  cães  treinados  e  destreinados

GPX - Glutationa peroxidase


GRD - Glutationa redutase
GST - Glutationa S-transferase J Appl Physiol 73:1265-1272, 1992 82
Mestrado em Exercício e Saúde

UGlização  de  substratos  metabólicos

 Quociente Respiratório (QR)


– VCO2 / VO2
– Indicador de substrato utilizado
• 0.70 ≈ 100% ácidos gordos
• 0.85 ≈ 50% ácidos gordos, 50% glicose
• 1.00 ≈ 100% glicose

 Durante o exercício em “steady state” o


VCO2 e o VO2 reflectem o consumo de
O2 e a produção de CO2 a nível celular.
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UGlização  de  substratos  metabólicos


Quociente  Respiratório  (QR)  —  Gorduras

Gordura (ácido palmítico) C16H32O2

Oxidação:

C16H32O2 + 23 O2 16 CO2 + 16 H2O

Portanto, o QR =
= VCO2 ÷ VO2
= 16 CO2 ÷ 23 O2
= 0,70

Nota: Para que o QR possa ser utilizado como estimativa da utilização do substrato durante o
exercício, o indivíduo deve ter atingido um estado estável. 84
Mestrado em Exercício e Saúde

UGlização  de  substratos  metabólicos


Quociente  Respiratório  (QR)  —  Hidratos  de  Carbono

Glicose C6H12O6

Oxidação:

C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O

Portanto, o QR =
= VCO2 ÷ VO2
= 6 CO2 ÷ 6 O2
=1

85
Mestrado em Exercício e Saúde

UGlização  de  substratos  metabólicos

A oxidação das gorduras (ex: ácido palmítico — C16H32O2) exige


mais O2 do que a de hidratos de carbono (glicose — C6H12O6).

Isto deve-se ao facto dos HC conterem


mais O2 do que as gorduras.

86
Mestrado em Exercício e Saúde

UGlização  de  substratos  metabólicos

87
Mestrado em Exercício e Saúde

UGlização  de  substratos  metabólicos


O QR pode ser superior a 1,0 se o CO2 for produzido pelo
bicarbonato durante o tamponamento dos hidrogeniões:

H+ + HCO3- H2CO3 CO2 + H2O

H+ H+ H+

Nestas situações (intensidades elevadas), o QR reflecte os


substratos oxidados mais os distúrbios ácido-base presentes

88
Recuperação  após  o  
exercício
Mestrado em Exercício e Saúde

Recuperação  após  o  exercício


Consumo de oxigénio excessivo após o exercício (EPOC)
- VO2 elevado entre alguns minutos a algumas horas após o
exercício

Fase rápida
- Re-síntese de CP
- Restabelecimento da oxi-mioglobina

Fase lenta
- Elevação do metabolismo (temperatura corporal e
catecolaminas circulantes)
- Gliconeogénese hepática (ácido láctico, alanina, glicerol)
- Restabelecimento homeostático celular

90
Mestrado em Exercício e Saúde

Défice  e  débito  de  oxigénio

EPOC - Excess post-exercise oxygen consumption (Excesso de consumo de oxigénio pós-exercício) 91


Mestrado em Exercício e Saúde

Débito  de  
oxigénio

92
Mestrado em Exercício e Saúde

Défice  e  débito  de  


oxigénio
O débito de oxigénio (EPOC) é
mais elevado após o exercício de
alta intensidade, comparativamente
ao exercício com intensidade leve
ou moderada. Isso deve-se a:

Quantidade de calor produzida;

Níveis de depleção da CP;

Níveis circulantes de adrenalina


e noradrenalina;

Actividade do músculo cardíaco


e dos músculos ventilatórios.
93
Mestrado em Exercício e Saúde

Resposta aguda ao exercício


Intensidade progressiva
Concentração  sanguínea  em  função  da  intensidade  do  exercício

94
Mestrado em Exercício e Saúde

Relação  entre  produção  e  remoção  do  lactato

95
Mestrado em Exercício e Saúde

Variação  do  pH  durante  e  após  o  exercício

96
Mestrado em Exercício e Saúde

Tempo  de  recuperação  e  remoção  do  


lactato  após  o  exercício

97
Mestrado em Exercício e Saúde

Remoção  do  lactato  após  o  exercício

98
Mestrado em Exercício e Saúde

Intensidade  e  remoção  do  lactato


após  o  exercício

99
Substratos  energéGcos  
durante  o  exercício
Mestrado em Exercício e Saúde

Contributo  relaGvo  dos  lípidos  e  dos  hidratos  de  carbono  em  função  
da  intensidade  do  exercício  (indivíduos  treinados)

Romijn et al. (1993) 101


Mestrado em Exercício e Saúde

Proveniência  dos  lípidos  e  dos  hidratos  de  carbono  em  função  da  
intensidade  do  exercício  (indivíduos  treinados)

Romijn et al. (1993) 102


Mestrado em Exercício e Saúde

Alterações  metabólicas  musculares  (mmol/kg/ph)


após  30’  de  exercício  de  força  (4x6-­‐12  reps;  4  exerc.)

Pré-exercício Pós-exercício
ATP 24.8 19.7

CP 89.5 45.8

G-6-P 1.8 16.7

Lactato 22.7 79.5

Glicogénio 690 495

Triglicerídeos 23.9 16.7


Tesch, 1993 103
Mestrado em Exercício e Saúde

Resposta  aguda  ao  exercício


Substratos  metabólicos  musculares
desvio do metabolismo das gorduras
para o dos hidratos de carbono

Ponto de

104
Mestrado em Exercício e Saúde

Resposta  aguda  ao  exercício


Substratos  metabólicos  musculares

Baixa intensidade (<30% VO2máx)


Ácidos gordos são o principal substrato

Alta intensidade (>70% VO2máx)


Os hidratos de carbono (CHO) são o principal substrato

A troca de substratos com a intensidade


do exercício é explicada por:
1. Recrutamento de fibras glicolíticas
2. Aumento das catecolaminas circulantes

105
Mestrado em Exercício e Saúde

Resposta aguda
ao exercício
Substratos
energéticos orgânicos

Em função da Intensidade

106
Mestrado em Exercício e Saúde

Taxa  de  oxidação  das  gorduras  em  função  da  


intensidade  do  exercício
(indivíduo  masculino  não  treinado)

≠33%

107
Mestrado em Exercício e Saúde

Resposta  aguda  ao  exercício


Substratos  metabólicos  musculares

108
Mestrado em Exercício e Saúde

Resposta aguda ao exercício


Substratos energéticos orgânicos

Em função da duração

109
Mestrado em Exercício e Saúde
Adrenalina e
glucagon

Necessidade
de energia
metabólica

Mobilização  dos  
TG  dos  adipócitos

110
Mestrado em Exercício e Saúde

Suporte  energéGco  para  a  contracção  


muscular
E/t

Glicólise

Ox. Piruvato

β-Oxidação

Intensidade
111
Factores  de  controlo  dos  
sistemas  energéGcos
Mestrado em Exercício e Saúde
Regulação  hormonal  
nas  células  hepáGca  
e  adiposa

113
Mestrado em Exercício e Saúde
Fígado  e  músculo  
esqueléGco

Inibição Estimulação

Glicogénese Glicogenólise
114
Mestrado em Exercício e Saúde

Tecido  adiposo

Lipase adiposa

115
Mestrado em Exercício e Saúde

Controlo  das  vias  metabólicas

Gastos (E/t) Fornecimento (E/t)

Actividade enzimática

ATP / ADP+AMP

ADP AMP
Pi
C Ca++
ATP CP 116
Mestrado em Exercício e Saúde

Controlo  bioenergéGco

Enzimas  limitadoras  de  velocidade


Níveis de ATP, CP e ADP+Pi
Níveis elevados de ATP e de CP inibem a produção de ATP
Níveis baixos de ATP e de CP e níveis elevados de ADP+Pi
estimulam a produção de ATP

Concentração de substratos ou produtos finais

Fosforilação
Condicionada pelo meio ambiente neuro-endócrino
extra-celular

117
Mestrado em Exercício e Saúde

Controlo  das  vias  metabólicas

Vias Enzimas
Estimuladores Inibidores
Metabólicas Limitadoras

ATP-CP CK ADP ATP

AMP; ADP; Pi; ATP; CP; Citrato;


Glicólise PFK
↑pH ↓pH

Ciclo de Krebs IDH ADP; Ca2+; NAD ATP; NADH

Cadeia respiratória COx ADP; Pi ATP

118
Mestrado em Exercício e Saúde

Obrigado  pela  vossa  


atenção!

Pedro Miguel Queirós Pimenta de Magalhães


E-mail: pmaga@ipb.pt
Web: www.desporto.ese.ipb.pt

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