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Ação Popular Lierbeth
Ação Popular Lierbeth
AÇÃO POPULAR
I- DOS FATOS
O prefeito municipal João, como parte das iniciativas de modernização que vêm sendo
adotadas no plano urbanístico do Município Beta, bem sintetizadas no slogan "Beta
rumo ao século XXII", determinou que sua assessoria realizasse estudos para a
promoção de uma ampla reforma dos prédios em que estão instaladas as repartições
públicas municipais. Esses prédios, localizados na região central do Município, formam
um belo e importante conjunto arquitetônico do século XVIII, tendo sua importância no
processo evolutivo da humanidade reconhecida por diversas organizações nacionais e
internacionais, tanto que tombados.
A partir desses estudos, foi escolhido o projeto apresentado por um renomado arquiteto
modernista, que substituiria as fachadas originais de todos os prédios, as quais
passariam a ser compostas por estruturas mesclando vidro e alumínio. Concluída a
licitação, o Município Beta, representado pelo prefeito municipal, celebrou contrato
administrativo com a sociedade empresária WW, que seria responsável pela realização
das obras de reforma, o que foi divulgado em concorrida cerimônia.
No dia seguinte à referida divulgação, Joana, cidada brasileira, atuante líder comunitária
e com seus direitos políticos em dia, formulou requerimento administrativo solicitando
a anulação do contrato, o qual foi indeferido pelo prefeito municipal João, no mesmo
dia em que apresentado, sob o argumento de que a modernização dos prédios indicados
fora expressamente prevista na Lei municipal n° XX/2019, que determinara o
rompimento com uma tradição que, ao ver da maioria dos munícipes, era responsável
pelo atraso civilizatório do Município Beta.
Com o objetivo de preservar o patrimônio histórico e cultural descrito acima, para evitar
lesão a este importante conjunto arquitetônico, a autora vem em ajuizar a presente Ação
Popular.
Do cabimento:
A Ação Popular visa a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, nos termos do art. 5°, LXXIII, da CRFB/88 e art. 1° da Lei 4717/65.
Como o ato praticado pelo prefeito é lesivo ao patrimônio histórico, é cabível a
declaração de sua nulidade via ação popular
A justiça de 1° grau a competente para processar e julgar, por se tratar de ação cível,
não tendo espaço para as hipóteses de prerrogativas de foro estabelecidas na CRFB/88,
a ação será demandada no Juízo Cível (ou da Fazenda Pública) do local que ocorreu o
ato lesivo, nos termos do art. 5° da Lei 4717/65.
A legitimidade ativa de Joana decorre do fato de ser cidadã, conforme dispõe o Art. 5°,
inciso LXXIII, da CRFB e o Art. 1°, caput, da Lei n° 4.717/65.
A legitimidade passiva do prefeito municipal João decorre do fato de ter firmado o
contrato administrativo, nos termos do Art. 6°, caput, da Lei n° 4.717/65; a da sociedade
empresária WW pelo fato de ter celebrado e ser beneficiária do contrato administrativo,
nos termos do art. 6°, caput, da Lei n° 4.717/65; e a do Município Beta, por se almejar
anular o contrato administrativo celebrado, nos termos do Art. 6°, $ 3°, da Lei n°
4.717/65.
A tutela de urgência na Ação Popular está presente no art. 5°, $ 4°, da Lei 4717165 e
também no art. 300 do CPC/15.
O fumus boni iuris decorre da flagrante ofensa à ordem constitucional, o que acarreta a
nulidade do ato, e o periculum in mora se configura na iminência de serem causados
danos ao patrimônio-histórico.
IV - DOS PEDIDOS
V - DAS PROVAS
VI - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC/15, o autor opta pela realização da audiência
de conciliação ou de mediação.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado.
OAB/UF