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No início do século XX desenvolveu-se uma tecnologia que revolucionou completamente o nosso mundo,

quer em termos bélicos, quer em termos de conhecimento científico. Era o advento dos submarinos, que foram
amplamente utilizados durante a 2ª Guerra Mundial.
Contudo, para os submarinos poderem navegar em segurança, era necessário um conhecimento mais
pormenorizado sobre o fundo dos oceanos. A partir de 1920 começaram a utilizar-se sondas eletroacústicas
para a investigação submarina. Estas sondas (sonares) utilizam ondas ultrassónicas que se refletem no fundo
do mar e permitem registar a chegada da onda refletida. Registando o tempo que as ondas demoram a atingir
o fundo do mar é possível calcular as profundidades oceânicas. Quando maior a profundidade, maior será o
tempo que as ondas ultrassónicas demoram a regressar ao navio.
Com base na informação obtida pelos diversos aparelhos é possível organizar mapas e cartas detalhadas
mostrando a topografia dos fundos oceânicos, tal como acontece com os mapas e cartas dos continentes. Eis
então algumas estruturas que se podem encontrar no fundo dos oceanos:

Figura 1: Morfologia do fundo dos oceanos


A plataforma continental é parte do continente que se encontra por baixo do oceano. A sua
profundidade não é muito grande (150-500m), e também não é muito inclinada. Está coberta por areias e
outros sedimentos que são transportados por exemplo pelos rios desde o interior dos continentes.

O talude continental já tem um declive muito acentuado. Prolonga-se desde a plataforma


continental até ao fundo do oceano (pode ir até 1000m de profundidade). Tem o aspeto de um muro
(muro=talude), e é aqui que geologicamente termina o continente.

Planície abissal. É o fundo do oceano propriamente dito. Corresponde à zona do fundo do oceano
com aspeto mais plano (daí o termo “planície”). Pode ir até 6000 metros de profundidade e está coberto
por sedimentos muito finos ou então rocha nua.

Dorsal médio-oceânica. É uma gigantesca cordilheira de montanhas submarinas no centro das


quais se encontra o vale de Rifte.

Rifte. Localiza-se no centro da dorsal. Corresponde a uma fissura através da qual há extrusão de
magma a partir do interior da Terra.
As fossas oceânicas, como o seu nome indica, são grandes depressões estreitas e profundas, de
paredes escarpadas, e com uma profundidade que geralmente varia entre os 3000 e os 5000 metros.

Tectónica de placas | Texto informativo Página 1 de 4


Após a Segunda Guerra Mundial, oceanógrafos equipados com novas ferramentas marinhas
embarcaram num período sem precedentes de exploração oceanográfica.
Como resultado destes estudos surgiu uma imagem muito melhor das grandes extensões do
fundo dos oceanos, tendo sido descoberto de um sistema global de dorsais oceânicas que
atravessam todos os principais oceanos.
Outros estudos concluíram que ocorriam sismos com origem a grandes profundidades, por
debaixo das fossas oceânicas.
A perfuração do fundo dos oceanos não revelou a existência de crusta oceânica com mais de
180 milhões de anos, além disso a camada de sedimentos acumulada era muito mais fina do que o
previsto.
Estes e outros avanços no conhecimento científico levaram ao aparecimento de uma nova
teoria, a Teoria da Tectónica de Placas.
De acordo com esta teoria a crusta e a parte superior do manto (ambos rígidos) formam a
camada exterior a Terra (LITOSFERA) que se encontra no estado sólido.

Figura 2: Litosfera sobre a astenosfera


A litosfera encontra-se dividida em cerca de duas dezenas de segmentos de tamanho e formato
irregular chamados de placas litosféricas, ou simplesmente placas, que estão em constante
movimento umas em relação a outras.

Deriva dos continentes | Texto informativo Página 2 de 4


Figura 3: Maiores placas litosféricas da terra

Devido ao constante movimento das placas litosféricas umas relativamente às outras, existem
interações entre elas, principalmente nos seus limites.
Assim, podem ser definidos 3 tipos distintos de placas litosféricas:
A- Limites divergentes: Ocorre quando 2 placas se afastam uma da outra. (normalmente nos
riftes).
B- Limites Convergentes: Ocorre quando 2 placas se aproximam uma da outra.
C- Limite transformante: Ocorre quando 2 placas deslizam paralelamente uma relativamente
à outra.

Figura 4: Principais tipos de limites de placas litosféricas.


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Nos limites divergentes ocorre normalmente formação de placa oceânica, motivo pelo qual
eles são também conhecidos como limites construtivos.
Nos limites convergentes ocorre normalmente destruição de placa oceânica, motivo pelo qual
eles são também conhecidos como limites destrutivos.
Nos limites transformantes não ocorre normalmente nem construção nem destruição de
placa, motivo pelo qual eles são também conhecidos como limites conservativos.

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