Você está na página 1de 2

Seminário de Clínica IV A – Parte do Carlos

1. Definição de cárie dentária:


Desmineralização irreversível dos tecidos mineralizados do dente provocada pelo
desequilíbrio frequente do fenômeno de DES-RE, por um período de tempo. Tal
desmineralização decorre da ação de ácidos provenientes do metabolismo de carboidratos
na placa bacteriana dentária. Biofilme é fator necessário, mas não determinante.
2. Etiologia
Causalidade – o conceito não exclui a presença de agentes etiológicos numa pessoa como
fator de aparecimento de doenças. Ele vai além e leva em consideração o psicológico do
paciente, seus conflitos familiares, seus recursos financeiros, nível de instrução, entre
outros. Esses fatores, inclusive, não são estáveis; podem variar com o passar dos anos, de
uma região para outra, de uma etnia para outra.
Tríade de Keyes (1960) – primeira explicação para etiologia da cárie. Serviu de base para
outros cientistas. Ela esquematiza que a cárie dental segue interações entre três essenciais
grupos de fatores: (I) substrato oral, (II) certos tipos de bactérias e (III) suscetibilidade
do hospedeiro.

Mais tarde, Ernest Newbrun (1978) acrescentou o


fator tempo. Uma vez que os outros fatores dispostos
acima precisam estar presentes por um determinado
período na cavidade oral do paciente para que o
ocorra o desenvolvimento da cárie dental. O motivo
para isso é que a desmineralização do esmalte não
ocorre imediatamente, se manifestando de maneira
progressiva.
Entretanto, tal modelo foi visto como essencialmente
ecológico. A doença cárie é muito mais complexa e
Figura 1. Diagrama de Newbrun, adaptado da
Tríade de Keyes, com adição do fator tempo para com um caráter comportamental, podendo ser
etiologia da Cárie. influenciada por fatores modificadores

Posteriormente, levando em consideração essa


perspectiva, Manji & Fejerskov (1990)
modificaram o diagrama (Figura 2) e
acrescentaram fatores externos e internos,
chamando-os de fatores modificadores e
determinantes, respectivamente.

Figura 2. Diagrama adaptado de Manji & Fejerskov


(1990) para explicar os fatores etiológicos
determinantes (círculo interno) e modificadores
(círculo externo) da doença cárie.
3. Estratégias de Prevenção
No nível primário:
 Educação em Saúde: instrução de escovação e exemplificar sobre fatores de risco de
proteção à saúde bucal, assim como possibilitar ao usuário mudar hábitos apoiando-
o na conquista de sua autonomia.
 Aplicação Tópica de Flúor: controle da cárie, através da utilização de produtos
fluorados (soluções para bochechos, gel-fluoretado e verniz fluoretado) em ações
coletivas. Entretanto, no âmbito clínico, esta alternativa aplica-se a indivíduos com
alto risco de cárie, ou seja, com a doença cárie ativa. Salienta-se que é importante as
aplicações ocorrerem de forma contínua em pequenas concentrações, do que de
forma esporádica, em altas concentrações.
 Controle da Dieta: orientar sobre alimentos cariogênicos que agravam o quadro da
doença cárie e promover mudança de hábitos alimentares para com alimentos
protetores (ou detergentes).
Referências
1. https://doi.org/10.1590/S1413-81232008000300031
2. https://simpatio.com.br/paul-keyes/
3. https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/1/unidades_casos_complexos/u
nidade27/unidade27_ft_etiologia.pdf
4. https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/5088.pdf

Você também pode gostar