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Universidade Federal do Acre

Bacharelado em Medicina Veterinária


Disciplina: Patologia Geral
Docente: Prof. Dr. Francisco Glauco de Araújo Santos
Discente: Yasmin Wislly Guedes dos Santos

Relatório de aula Prática Nº 01 Data: 25 / 10 / 2023

INTRODUÇÃO

A primeira aula prática de Patologia Geral, realizada no dia 23 de outubro de 2023,


no laboratório de Patologia e Vida Silvestre no Bloco de Medicina Veterinária da
Universidade Federal do Acre, abordou sobre as confecções de lâminas histológicas. A
prática foi ministrada inicialmente pelo Professor de Patologia Geral, Doutor Francisco
Glauco de Araújo Santos, e posteriormente pela Médica Veterinária Irla Nariel, que
explicou e mostrou os processos para preparação de uma lâmina histológica, desde a sua
confecção até a sua visualização no microscópio.
A preparação de lâminas histológicas, são realizadas para análise de
microestrutura anatômicas dos tecidos dos animais. Para a realização do estudo
patológico desses tecidos, é essencial possuir uma amostra do material a ser observado,
que é geralmente obtida por meio de biópsias ou procedimentos cirúrgicos (TIMM, 2005).
A amostra patológica, geralmente é coletada em forma de pequenos fragmentos de um
órgão ou tecido do animal, que passará por processos de fixação, clivagem,
processamento, inclusão, microtomia e coloração, para que por fim, seja possível a
realização de um estudo patológico através do exame microscópico, onde a amostra será
observada e estudada em busca de modificações ou neoplasias, auxiliando em um
diagnóstico (MOLINARO et al., 2010).
MATERIAIS E MÉTODOS

Para a confecção das lâminas histológicas é necessário a utilização dos seguintes


materiais:
• Amostra de Linfonodo armazenada em formol a 10%
• Tábua
• Pinça
• Bisturi
• Lâminas de bisturi
• Cassetes histológicos
• Histotécnico - Máquina de desidratação
• Álcool 10%, 70%, 80%, 90% e 100%
• Xilol
• Máquina de inclusão de parafina e emblocagem
• Parafina
• Moldes
• Máquina de micrótomo
• Máquina de banho-maria
• Bálsamo-de-canadá
• Lâminas
• Lamínulas
• Bateria de coloração
• Microscópio
A aula prática iniciou-se com a escolha da amostra para confecção da lâmina
histológica, sendo um Linfonodo que estava armazenado em formol a 10%, a coleta do
material foi realizada com o auxílio de uma pinça, tábua e bisturi. A veterinária Irla
realizou o processo de corte e coleta, mostrando o tamanho ideal que a amostra precisa
ser cortada, para que seja armazenada dentro do cassete histológico, sem que sofra
nenhum dano que dificulte a análise posterior do material, evitando que o dano causado
pelo tamanho da amostra não seja confundido com as alterações anormais que o tecido
apresenta.
O cassete histológico é utilizado para armazenar e identificar a amostra coletada,
auxiliando também nos processos posteriores de confecção da lâmina (Figura 1). Após a
coleta e armazenamento da amostra no cassete, inicia-se a etapa Over Night, o cassete
com a amostra é armazenado por 24 horas em uma solução fixadora composta por formol.
O formol é o fixador mais utilizado nas técnicas histológicas, por ser acessível e fácil de
se utilizar (TIMM, 2005).
Após as 24 horas de armazenamento em formol, o cassete é levado para o
histotécnico, o histotécnico é uma forma automatizada dividida em 3 etapas: etapa de
desidratação, etapa de clarificação e etapa de inclusão de parafina (Figura 2). Dentre
essas etapas, a amostra passa por 9 soluções sendo elas álcool 70, álcool 80, álcool 90,
álcool 100, álcool total, xilol 1, xilol 2, parafina 1 e parafina 2. A etapa de desidratação
da amostra, é a etapa composta pelos álcoois, o tecido vai ser passado automaticamente
por cada álcool sendo desidratado de forma gradual. A etapa de clarificação, é a etapa
composta por xilol, a amostra é submetida ao xilol 1 e 2 com o intuito de tirar toda sujeira
e gordura do tecido para que ocorra uma clarificação. A última etapa do histotécnico, é a
etapa de impregnação de parafina, onde o cassete vai ser mergulhado duas vezes em
parafina líquida. Quando a amostra termina todas as etapas do histotécnico, ela ainda
precisa ser emblocada e incluída em um molde de parafina para que seja possível realizar
a microtomia. A inclusão da parafina baseia-se em colocar parafina líquida em um molde
junto com o fragmento do tecido (MOLINARO et al., 2010).
A amostra coletada após passar pela etapa de inclusão da parafina, é colocada por
alguns minutos em um aparelho de resfriamento, para que a parafina endureça e seja
possível tirar o bloco de parafina do molde e por fim realizar os cortes na máquina de
micrótomo (Figura 3). A microtomia é a etapa de cortes histológicos do tecido emblocado
em parafina utilizando uma máquina de micrótomo para obter cortes, sucessivos,
delgados e uniformes (TIMM, 2005). Os cortes histológicos são feitos em duas etapas
denominadas desbaste, o primeiro desbaste é realizado cortes a 10 micrômetros que vai
remover o excesso de parafina até chegar no tecido, ao chegar no tecido, o segundo
desbaste é feito, realizando cortes a 4 micrômetros até formar uma fita de parafina, que é
levada a banho-maria a 50° graus (Figura 4). O banho-maria auxilia na exposição do
tecido, ocasionando uma abertura da fita ajudando em uma melhor visualização do
fragmento. A retirada do fragmento do banho-maria é feita por meio de uma pesca
utilizando uma lâmina, posicionando o material no meio da lâmina retira-se o fragmento
do banho-maria levando-o para uma estufa aquecida a 60° graus, que auxilia a remover
o excesso de parafina expondo ainda mais o tecido (Figura 5).
Ao final do processo para confecção das lâminas, a lâmina é armazenada em um
berço que vai ser levado para uma bateria de colorações denominada Hematoxilina e
Eosina, a bateria de colorações é composta por: xilol I, xilol II, álcool absoluto I, álcool
absoluto II, álcool 90%, água destilada, hematoxilina, água corrente, álcool 95% e eosina.
Por fim, após a passagem por todas as soluções da bateria de colorações, é realizada a
fixação da lamínula na lâmina, utilizando bálsamo-de-canadá para fixação de uma na
outra para que seja realizado a visualização no microscópio (Figura 6).
Concluindo a aula prática, foi mostrado a leitura da lâmina no microscópio,
utilizando uma lâmina com tecido hepático de uma paca positivo para hidatidose, foi
possível observar a forma larval do parasito que acomete o fígado de pacas e aprender
sobre a funcionalidade do microscópio que ajuda a mensurar e fotografar a imagem
visualizada, sendo um equipamento fundamental para o laboratório (Figura 7).
FINALIDADES DA TÉCNICA

Dessa forma, a confecção de lâminas histológicas é uma parte crucial da


investigação patológica e diagnóstico em Medicina Veterinária. Através deste processo
complexo e minucioso, os profissionais podem analisar a microestrutura de tecidos
animais e identificar alterações patológicas. Com o uso de equipamentos como
microscópios, essas lâminas permitem um estudo aprofundado de amostras, auxiliando
na identificação de doenças e contribuindo para a saúde e bem-estar dos animais
(SANTOS et al., 2021).
Portanto, o conhecimento das etapas envolvidas na confecção de lâminas
histológicas é essencial para os futuros profissionais da área veterinária, proporcionando
uma base sólida para o diagnóstico e tratamento de condições médicas em animais. Sendo
notório a compreensão sobre o processo de confecção de lâminas histológicas no contexto
da Patologia Geral, abordando desde a coleta da amostra até a visualização no
microscópio. Com o propósito de educar os alunos sobre as etapas envolvidas nesse
procedimento fundamental na área de Medicina Veterinária.

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