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CORE TRAINING

Conceito de core
• O corpo do cavalo é dividido em segmentos axiais – cabeça,
pescoço, tronco e 4 membros que suportam e movem a massa.

• O core consiste no esqueleto axial juntamente com os tecidos moles


envolventes: ligamentos espinhais, musculatura epaxial e
hipaxial, juntamente com o a musculatura extrinsica dos membros
torácicos e da cintura pélvica que transferem as forças locomotoras
dos membros para os segmentos axiais.
• Segmentos funcionais com base na orientação das facetas articulares
 T1-T2; T2-T16; T16-L6 e L6-S1.
Movimentos do Movimentos de protração e
pescoço retração dos posteriores
Músculos Epaxiais
Os músculos estabilizadores profundos
Os músculos epaxiais localizam-se
atravessam apenas uma ou poucas
dorsalmente às costelas ou processos
articulações intervertebrais o que lhes
transversos de cada um dos lados dos
confere uma ação mais dirigida.
processos espinhosos.
Localizam-se juntos aos corpos vertebrais
Os mobilizadores longos são mais
pelo que têm um potencial de ação limitado.
superficiais aumentando o seu
O seu papel consiste na estabilização
potencial de ação sobre as articulações
articular durante a fase de carga promovidas
intervertebrais.
pelas forças ativas da locomoção.
Atravessam uma série de regiões
O seu treshold de ativação é baixo
vertebrais e têm um efeito global sobre
(< que os dos mm. mobilizadores)
essas regiões.
pelo que são pre-ativados antes do
Não exercem funções sobre
início da locomoção.
áreas muito específicas ou
articulações localizadas.

Na ausência de um bom desenvolvimento dos músculos estabilizadores, as articulações sofrem


micromovimentações que predispõem para o desenvolvimentos de processos de OA
Músculo multifidus
• Principal músculo estabilizador epaxial.

• Tem uma componente fibrosa na sua estrutura


que permite limitá-lo ecograficamente e medir a
sua área seccional.
Músculos hipaxiais
• Circundam o abdómen em camadas.
• Funções: flexão dorsoventral,
lateralização e estabilização do
dorso, respiração, suporte e
proteção das vísceras.

• As camadas mais profundas – mm. transverso do abdómen e mm. oblíquo


interno- atuam como estabilizadores e são ativados em antecipação ao
movimento para promover estabilidade do dorso.
• Os músculos mais superficiais – mm. reto do abdómen e mm. oblíquo externo –
são mobilizadores e contribuem para a flexão e lateralização do dorso.
Músculos sublombares
• Os mm. Sublombares – mm. iliopsoas e mm. psoas
menor.
• O mm. psoas menor possui elevada % de fibras tipo I
que contribuem para o suporte postural.
• O mm. iliopsoas é constituído predominantemente por
fibras do tipo IIX que contribuem para a flexão ativa da
articulação lombosagrada e articulação da anca.
• Ambos promovem a protração dos posteriores e
contribuem para a capacidade para a realização de
exercícios de concentração.
Biomecânica
• O dorso funciona como uma mola
flexível.
• Os músculos abdominais e
sublombares sob tensão mantém
a estrutura arredondada. A sua
contração promove a flexão das
articulações intervertebrais.
• A falta de tónus da musculatura
hipaxial permite que o peso das
vísceras atuem sobre as
articulações traduzindo-se numa
postura lordótica.
Biomecânica
• O trabalho de equitação deve ser
desenvolvido segunda uma postura
arredondanda com recrutamento
da musculatura epaxial e hipaxial
para que os processos espinhosos
se mantenham afastados e o dorso
subido.
Alterações patológicas do dorso
• Causas diversas  Mecanismo semelhante

• Alterações do controlo neuromotor levam a atrofia neurogénica do


mm. multifidus do lado ipsilateral.

• A atrofia tende a ser marcada no mm. multifidus mas não nos


restantes músculos epaxiais.

• Após a resolução do causa primária, o mm. multifidus pode


permanecer disfuncional e atrofiado, predispondo a re-incidências.
Alterações patológicas do dorso
• Para compensar a falta de estabilidade aumenta a contração do mm.
longissimus dorsi causando espasmos musculares e rigidez.
Princípios da reabilitação do core
• Reativação o mm. multifidus : variando entre o recrutamento da
atividade muscular estática e dinâmica.

• Os exercícios de treino do core estimulam não só a ativação do


multifidus como também dos músculos abdominais que contribuem
para a correção da postura.

• Monitorização ecográfica - os DME’s aumentam a CSA do multifidus.


Exercícios de mobilização dinâmica
• Requerem um movimento controlado que implica a ativação dos músculos
mobilizadores e dos músculos estabilizadores profundos de forma a fletir a
cabeça, o pescoço e o dorso em direção a um target, em simultâneo com a
necessidade de manter a estabilidade do dorso e dos membros para garantir o
equilíbrio.

• Antes do trabalho diário para


pré-ativar os músculos posturais.

• 3-5 repetições por exercício/dia.


Dados
• A execução dos DME’s envolvem a manipulação principalmente das
articulações da base do pescoço (C5-T1) e da nuca (occipital-C2) em
simultâneo com a necessidade de estabilizar o dorso e os membros
com recurso à utilização dos mm. estabilizadores.

Hipertrofia do músculo multifidus


Dados
• Stubbs et al., 2011.

• 8 cavalos de aulas.
• 3 exercícios de arredondamento, 3 de flexão lateral e 1 de extensão do
pescoço. 5 repetições/exercício, 5d / semana durante 12 semanas.
• Estabulados durante a noite e em paddock
pequeno durante o dia sem mais nenhum
exercício adicional.

• Medição da CSA do mm. Multifidus no


início e no fim do estudo.
Dados
• Oliveira et al., 2015:

• 9 cavalos de aulas distribuídos em 3 grupos mantendo o exercício


regular.

Grupo 1: S/ exercício adicional


Grupo 2: DME’s como no estudo de Stubbs et al. 2011 mas apenas
3d/semana durante 6 semanas.
Grupo 3: =G2 + exercícios de ginástica dirigidos ao fortalecimento dos
mm. Abdominais e pélvicos, 3d/semana durante 6 semanas.
Dados
• Aumento da CSA do mm.
Multifidus em ambos os grupos
que realizaram DME’s.

• Obtiveram-se resultados
equivalentes mesmo com um
protocolo mais ligeiro
comparativamente ao primeiro
estudo.
Dados
• Mediram também a espessura do
mm. longissimus dorsi junto às 2
últimas costelas que aumentou em
ambos os grupos que fizeram
exercícios adicionais.
Dados
• 12 PSI, em treino de corrida.
• Grupo 1: Manteve o programa de
treino regular.
• Grupo 2: Treino regular + DME’s (10
repetições, 5d/semana, durante 12
semanas).

• Medição do multifidus na T16 no


início, às 6 e às 12 semanas.
Recomendações
• 5 repetições por exercício.
• 3x por semana, durante pelo menos 6 semanas.

Indicações: Cavalos jovens como preparação e ativação para o treino.


Ao longo da carreira desportiva.
Cavalos em repouso, ou recuperação de lesões ou cirurgias.

• Contra-indicações: Ataxia e doenças neurológicas.


Fortalecimento do core
• Exercícios baseados na resposta à pressão aplicada em determinados
pontos anatómicos que é recebida como um estimulo nociceptivo ao qual
o cavalo responde com uma flexão ou lateralização.

• A resposta obriga ao recrutamento dos


músculos mobilizadores.

• O estimulo pode ser mantido alguns segundos.


• 3-5 repetições, alguns dias por semana,
imediatamente antes do trabalho diário.
Outros exercícios
• Exercícios de equilíbrio.
• Exercícios em diferentes
andamentos e velocidades.
• Exercícios em círculo.
• Gradientes.
• Jumping.
• Cavaletes.
• Superfícies instáveis.
OBRIGADA!

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