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ESTUDOS SOBRE OS DONS ESPIRITUAIS

@angelo.jonatan

BATISMO COM O
ESPÍRITO SANTO
Visão reformada
ARRASTE PRO LADO
Dentro do protestantismo histórico, basicamente o batismo com o Espírito

Santo sempre foi entendido como pertencendo à própria bênção da

salvação. O termo “batismo” implica na ideia de “inicialização”, isto é, um

“rito de passagem”.

Dessa forma, ao ser batizado com o Espírito Santo, o cristão é iniciado na

Fé Cristã. Isso significa que ele é introduzido à comunidade dos fiéis e

passa a pertencer ao Corpo de Cristo, a Igreja. Assim como ocorre entre

os pentecostais, dentro da visão Reformada também existem diferenças

entre seus defensores.

Há vários estudiosos dessa linha, por exemplo, que defendem que é errado

considerar o batismo com o Espírito Santo como algo limitado

exclusivamente ao novo nascimento. Eles dizem que é necessário enfatizar

a ação do Espírito Santo trabalhando no regenerado além do novo

nascimento, concedendo-lhe um revestimento que pode ser percebido no

aspecto experimental. Todas as vezes que Espírito Santo foi derramado no

livro de Atos dos Apóstolos, os cristãos experimentaram um poder

extraordinário que capacita o povo de Deus para cumprir o ministério que

Cristo confiou à Igreja.

Com base nessa verdade inegável, muitos têm proposto que talvez a

terminologia “batismo” não seja a mais adequada para se referir a essa

questão. Palavras como “revestimento”, “capacitação” ou “enchimento”

seriam termos mais indicados para isto. Esses termos podem tanto

enfatizar a doutrina de que todos os cristãos genuínos possuem o Espírito

Santo, quanto preservar a realidade de que a experiência prometida acerca

do derramamento do Espírito Santo não se limita unicamente ao ato da

regeneração, mas que se estende além desse ponto inicial. Desse modo,

os cristãos devem buscar encher-se do Espírito Santo mais e mais durante

suas vidas cristãs.


Pontos principais sobre o batismo com o Espírito Santo na visão Reformada

De forma bem resumida, os principais pontos defendidos por quem adota a

posição Reformada acerca do batismo com o Espírito Santo são:

1) O livro de Atos narra um momento único na história da Igreja: a transição

entre Antiga Aliança e a Nova Aliança. Portanto, nesse momento histórico

específico existiam pessoas já regeneradas e convertidas nas quais o Espírito

Santo habitava, mas que ainda precisavam receber o derramamento do Espírito

Santo como cumprimento das promessas e capacitação para cumprir o

ministério cristão.

2) As profecias sempre falam a respeito de que o Espírito Santo seria

derramado sobre todo o povo de Deus, e não apenas sobre alguns (Números

11:29; Joel 2:28). De fato existem pessoas que experimentam um revestimento

maior do Espírito Santo do que outras. Isto ocorre devido à forma com que elas

trabalham sua vida cristã. Elas buscam mais diligentemente a direção do Espírito

Santo em suas vidas. Em outras palavras, uns são mais guiados pelo Espírito do

que outros. Mas isto não significa que existem duas classes de cristãos: os que

recebem o batismo com o Espírito como uma segunda benção; e os que não

recebem, sendo então crentes mais fracos, menos espirituais, e privados de uma

experiência mais intima com Deus.

4) O apóstolo Paulo falou explicitamente que todos aqueles que fazem parte da

Igreja foram “batizados em um mesmo Espírito”. Curiosamente ele diz isto

exatamente num texto em que trata da experiência dos crentes com relação aos

dons espirituais (1 Coríntios 12:13). Obviamente isso implica na ideia de que não

é preciso que os cristãos recebam uma segunda benção que os qualifique a um

novo nível espiritual. Eles apenas devem buscar com zelo os dons espirituais!

Esses dons já estão disponíveis a todos aqueles que são habitados pelo Espírito

Santo (1 Coríntios 12:31).


5) É estranho que em nenhum lugar nas epístolas do Novo Testamento haja uma

ordem para que os cristãos busquem um batismo com o Espírito Santo com a

evidência inicial de falar em línguas estranhas. Por outro lado, há várias referências

que aconselham os cristãos a viverem sob o controle do Espírito Santo; se

submetendo a sua vontade; sendo revestidos do seu poder e capacitados mais e

mais para testemunhar Cristo ao mundo.

6) Se por “batismo com o Espírito Santo” entende-se “capacitação”, “revestimento”

ou “enchimento” do Espírito Santo; não como uma segunda bênção que separa os

super crentes, mas como algo que todo cristão experimenta ao ser “imerso” no

Espírito Santo; então este é um conceito bíblico. No entanto, os cristãos são

aconselhados a buscar esse “enchimento” do Espírito Santo repetidas vezes

durante suas vidas, e não apenas numa única experiência que tem o valor de uma

“bênção complementar” e posterior a obra da salvação (Efésios 5:18).

7) Há apenas três relatos no Novo Testamento de cristãos que após o Espírito

Santo ter sido derramado falaram outras línguas (Atos 2; 10; 19). Isso aconteceu

porque o falar em línguas constituía um sinal que atestava que aquelas pessoas

verdadeiramente foram inseridas na Igreja. O propósito especial dessa

comprovação era afirmar que não havia mais distinção entre judeus e gentios. O

Evangelho deveria ser pregado a todos os povos, línguas e nações! Pessoas de

todos os lugares do mundo poderiam ser batizadas com o Espírito Santo passando

a pertencer ao corpo de Cristo. Em todas as outras conversões, apesar do “dom do

Espírito” ter sido derramado sobre os convertidos, não há qualquer informação de

que estes imediatamente falaram em línguas (Atos 2:41; 8:38,29; 9:18; 16:15).

8) Em nenhum lugar os escritores bíblicos falam que as línguas servem de evidencia

do batismo com o Espírito Santo. Ao contrário disto, o apóstolo Paulo coloca as

línguas como mais um dom ao lado de outros. Esses dons são distribuídos pelo

Espírito Santo soberanamente a quem Ele quiser. Nunca na Bíblia o falar em outras

línguas é visto como um tipo de suprassumo dos dons. Na verdade as línguas são

vistas em posição de importância inferior a outros dons.

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