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Aluno: Samuel Pessoa da Silva Filho

Disciplina: Batismo no Espírito Santo, Dons e Fruto do Espírito

Antes de pontuar sobre o tema proposto – que é a relação entre o Batismo no


Espírito Santo e os Dons e Fruto do Espírito – é necessário deixar claro para que, para
os pentecostais clássicos, o Batismo no Espírito é uma experiência distinta da
salvação e da regeneração. Sendo assim não há qualquer relação condicional entre
a salvação e a regeneração de crente em Jesus e o Batismo no Espírito, de maneira
que um crente pode ser salvo e nunca passar pela experiência do revestimento de
poder. Outro ponto que é culminante nesta discussão trata-se de o movimento
pentecostal ser tratado como algo relativamente recente ou invenção teológica. De
fato, a fundamentação doutrinária do pentecostalismo é recente, porém as
experiências e mensagens sobre o tema estão presentes em toda a história da igreja
desde os tempos apostólicos, de modo que tratar um crente como cristão pentecostal
é uma redundância, pois o Cristianismo como movimento surgiu no dia de pentecostes
a quase 2 mil anos atrás e permanece vivo e pujante desde então.

Dito isso, e antes de tratarmos sobre a relação entre Batismo no Espírito, dons e
Fruto do Espírito, precisamos entender: o que é o Batismo no Espírito Santo? A
Teologia Lucana define de diversas maneiras como: “promessa do pai”, “revestimento
de poder”, “dom do Espírito Santo”, dentre outras. De Maneira prática, o Batismo no
Espírito é identificado como receber poder do alto para exercer atividades especais
por meio da Igreja de Cristo, sendo a evidência física inicial deste “enchimento” de
poder o falar em outras línguas sejam elas idiomáticas ou não. Definidas tal questão,
é completamente aceitável afirmar que os dons e o batismo no Espírito são assuntos
intimamente ligados. Embora os primeiros pentecostais afirmassem que o Batismo era
a “porta de entrada” para os demais dons, já é ponto comum entre os teólogos
pentecostais que há manifestações dos dons descritos no Novo Testamento ainda
antes de Jesus vir a terra, de modo que fica evidente que tal afirmação não se
sustenta. No entanto, eruditos pentecostais como William e Robert Menzies afirmam
que as “evidências bíblicas indicam que o batismo Espírito é a “porta de entrada” para
um grupo de dons especiais de elocução associados aos dons proféticos e ao discurso
inspirado”, de tal maneira que, inevitavelmente, teólogos pentecostais são
essencialmente contraponto ao cessacionismo porque acreditam na atualidade da
atuação dos dons do Espírito Santo.

Ao passo que os dons são uma capacitação do Espírito Santo na vida do crente
para o serviço do ministério e adoração a Deus, o fruto do Espírito são o caráter de
Cristo impressos na vida do cristão. Enquanto os dons demonstram o poder de Deus
através de expressões ordinárias e extraordinárias, o fruto do Espírito demonstra o
poder de transformação de Deus através do Santo Evangelho. O apóstolo Paulo põe
o amor como eixo central de onde partem as outras 8 características do fruto do
Espírito, de modo que é estabelecida uma relação óbvia entre o fruto e os dons do
Espírito: não há crente que seja “cheio” de dons do Espírito, mas que não carregue o
fruto do Espírito! O próprio apóstolo se encarrega de dizer que “mesmo que tivesse
todos os dons, sem amor não seria nada”, estabelecendo, assim, a necessidade não
apenas de uma demonstração de poder de Deus através de atividades miraculosas,
mas, sobretudo, na vida cotidiana e nas relações interpessoais. É inegável: o fruto do
Espírito é a expressão do Espírito na vida do crente e é ele que aponta a regenração
operada pela salvação em Cristo Jesus!

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