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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Educação e Comunicação

Tema: Analise e avaliação do Plano Curricular do Ensino Básico

Discente: Ancha Jacinto Frace Docente: Tomás Samuel Liomba

Todas as sociedades preparam os seus membros de modo a assegurar a continuidade e o


desenvolvimento, por meio de um processo denominado Educação.
Nesta fase da globalização, a Educação deve ter em conta não somente a situação da
construção da aldeia global, mas também as identidades nacionais, de modo que os
cidadãos não possam perder a sua identidade pessoal, comunitária e nacional. Por esta
razão, em cada momento, desenvolvem-se estratégias educativas que respondam os
desafios que se colocam.

O documento em análise, denominado Plano Curricular do Ensino Básico (PCEB), é o


pilar do Currículo do Ensino Básico no nosso País que apresenta linhas gerais do novo
Currículo e torna o ensino mais relevante, isto é, capaz de formar os cidadãos de forma
a contribuir para a melhoria da sua vida, vida da sua família, da sua comunidade e do
seu País em geral.

A construção de um currículo é um processo dinâmico que deve ser reajustado em


função das transformações que se operam em cada momento, Na verdade assistimos no
nosso país a mudança de currículos desde a independência nacional até a fase de
introdução do sistema multipartidário em Moçambique. Esta mudança de currículo foi
muito pertinente com vista a ajustar a matéria de ensino com a nova realidade sócio-
política do momento.

Quanto às mudanças curriculares, em 1983, Moçambique introduziu o Sistema Nacional


de Educação, através da Lei n°4/83, de 23 de Março, revisto pela Lei n°6/92, de 6 de
Maio. Esta mudança foi necessária para abarcar a nova realidade sócio-política.

No ensino primário do 1° Grau um único professor lecciona todas as disciplinas


curriculares o que parece um pouco cansativo, pois pelo menos devia existir dois
professores para facilitar a preparação e ministração das lições com mais precisão. No
entanto, no Ensino Primário do 2° Grau cada disciplina é ocupada por um só professor.
Este procedimento parece permitir um desperdício de recursos humanos, pois devia-se
agrupar as disciplinas por áreas, de modo que poucos professores passem por cada
turma.
O Plano curricular prevê a Educação para as práticas ocupacionais tais como
desenvolver na criança, no jovem e no adulto o interesse pelos exercícios físicos,
desporto e recreação. Porém, na formação de professores não houve o cuidado de
especializar recursos humanos capazes de responder a esta necessidade em todos os
graus do Ensino Primário.

Um dos objectivos do Ensino Básico é desenvolver conhecimentos sobre práticas


relevantes na área de agricultura, pesca e criação de animais. No entanto nem sempre
foram criadas condições para que todos os alunos entrassem em contacto directo com as
tarefas referidas, em função da sua localização geográfica.

No que concerne aos ciclos de aprendizagem, o 1° Ciclo responsabiliza-se pela criação


de habilidades e competências de leitura e escrita, na prática, muitos alunos transitam
para o 2° ciclo com dificuldades sérias de leitura e escrita, contagem e outras
habilidades, o que pressupõe uma preparação de professores que não corresponde aos
anseios do programa.

Quanto ao Ensino Básico Integrado, que pressupõe o desenvolvimento de habilidades,


conhecimentos e valores de forma integrada e conjugada com actividades extra
curriculares, enfrenta dificuldades por falta de compreensão por parte de alguns pais ou
encarregados de educação que encaram as actividades extra curriculares como
actividades não prevista no Plano Curricular do Ensino Básico. O Ensino Básico
Integrado apoia-se num sistema de avaliação que integra a componente Sumativa e
formativa, sem perder de vista a influência do currículo oculto, nesta matéria, questiona-
se se todos os professores compreendem o significado de currículo oculto que influencia
o Ensino Básico Integrado.
O Plano Curricular do Ensino Básico prevê, também, a inserção do currículo local a
contar com a colaboração das próprias comunidades locais. Esta inclusão foi mal
entendida pelas comunidades, pois, exigiam uma remuneração para fornecer os
conteúdos locais que comporiam o currículo local, parecendo que não houvesse uma
explicação antecipada para as respectivas comunidades.

A progressão por ciclos de aprendizagem é uma das inovações constantes do Plano


Curricular do Ensino Básico que pressupõe a criação de condições de modo que todos
os alunos atinjam objectivos mínimos de um certo ciclo de aprendizagem. Mas constata-
se que muitos professores percebem mal este conceito, deixando transitar todo o aluno
que chega no final do ano, mesmo sem atingir os objectivos mínimos referidos.

As línguas moçambicanas foram introduzidas neste Plano Curricular do Ensino Básico,


não obstante, as dificuldades surgem pelo facto de que nem todos os professores que
leccionam num determinado espaço geográfico dominam a língua local. Materializar na
íntegra, poria em causa a Unidade Nacional ou seria necessário ensinar aos professores
que não são daquela região a língua local.

A Educação Musical foi introduzida no Ensino Básico, num momento que não havia
muitos professores especializados nesta matéria, por consequência disso, muitos alunos
ficaram sem receber aulas desta disciplina.

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