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Caso Clínico Placa Lábio At iva: versat ilidade e simplicidade no t rat ament o ort odônt ico
Vict or Alfonso Pilco Cerezo

Avaliação da inclinação dent oalveolar e dimensões do arco superior em mordidas cruzadas post erior…
Ary dos Sant os-Pint o

Expansor colado simplificado: relat o de caso clínico


Mariana Fernandes
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Tratamento compensatório da mordida cruzada dentoalveolar em adultos


utilizando o arco auxiliar de expansão

Article · March 2015

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1 2,793

4 authors, including:

Fabrício Valarelli Mayara Paim Patel


Faculdade Ingá University of São Paulo
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Julio Gurgel
São Paulo State University
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12
COLUNA COMO SE FAZ Orthod. Sci. Pract. 2015; 8(29):16­24.

Tratamento compensatório da mordida cruzada dentoalveolar


em adultos utilizando o arco auxiliar de expansão
Compensatory treatment in the maxillary dentoalveolar crossbite in the
adults using the auxiliary expansion arch
Mayara Paim Patel1
Isabel Marcon Nunes2
Júlio de Araújo Gurgel3
Fabrício Pinelli Valarelli4

Resumo
Nos indivíduos adultos e adolescentes com maturação óssea avançada, a correção da
deficiência transversal da maxila torna-se um desafio para o ortodontista. O tratamento dessa
má oclusão, cuja característica dentária predominante é a mordida cruzada posterior, é con-
troverso e suscita muitas dúvidas. O objetivo deste trabalho é apresentar uma alternativa de
tratamento para expansão dentoalveolar, no qual a expansão cirúrgica não é a opção mais
indicada, ou o paciente recusa submeter-se a procedimentos cirúrgicos. O arco auxiliar de
expansão, também conhecido como arco de cavalgada (Jockey Arch), é um método auxiliar
para a expansão dentoalveolar nos casos onde a mordida cruzada é diagnosticada somente
como dentária ou nos casos em que há envolvimento esquelético com grau leve promovendo
uma compensação por meio de inclinações dentárias para vestibular. Este trabalho observou a
efetividade do aparelho em quatro casos clínicos, demonstrando a correção da atresia dento-
alveolar superior por meio de uma mecânica simplificada e eficiente. Contudo, faz-se neces-
sária a realização de mais estudos para avaliar a efetividade do aparelho e, principalmente, a
estabilidade da expansão dentária realizada por meio do arco auxiliar de expansão.
Descritores: Má oclusão, técnica de expansão palatina, Ortodontia.

Abstract
In adults and adolescents with advanced bone maturation the transverse maxillary defi-
ciency treatment becomes a challenge for orthodontist. The treatment of this dental maloc-
clusion, whose predominant feature is the posterior crossbite, is controversial and raises many
questions. The objective of this paper is to present an alternative treatment for dentoalveolar
expansion in which the surgical expansion is not the first option and the patient refuses the
surgical procedures. The auxiliary expansion arch, also known Jockey Arch, is a helper for
Patel MP, Nunes IM, Gurgel JA, Valarelli FP.

1
Mestre e Doutora em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru FOB-USP, Bauru/SP. Coordenadora do curso de Especialização em
Ortodontia no Instituto Catarinense de Odontologia e Saúde, Joinville. Professora do Mestrado em Ortodontia no Instituto Vellini, São Paulo.
2
Especialista em Ortodontia pela FACSETE-ICOS, Joinville.
3
Mestre e Doutor em Ortodontia e Saúde Coletiva pela Universidade de São Paulo. Professor titular da Universidade UNICEUMA e Professor Assis-
tente Doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
4
Mestre e Doutor em Ortodontia pela FOB-USP, Bauru/SP. Professor do Mestrado em Ortodontia pela Faculdade Ingá – Maringá/PR. Coordenador
do Curso de Especialização em Ortodontia no Instituto Catarinense em Odontologia e Saúde, Joinville.

E-mail do autor: mayarapatel@gmail.com


Recebido para publicação: 28/11/2014
Aprovado para publicação: 23/03/2015

Como citar este artigo:


Patel MP, Nunes IM, Gurgel JA, Valarelli FP. Tratamento compensatório da mordida cruzada dentoalveolar em adultos utilizando o arco auxiliar de
expansão. Orthod. Sci. Pract. 2015; 8(30):.
13
Orthod. Sci. Pract. 2015; 8(29):16­24.

dentoalveolar expansion in cases where the crossbite is diagnosed only as dental or where
there is mild skeletal involvement, promoting compensation through dental inclinations buc-
cal method. This study looked at the effectiveness of the device in four cases, showing the
correction of maxillary dentoalveolar constriction through a simple mechanics. However, it is
necessary to conduct further studies to evaluate the effectiveness of the device and mainly the
stability of dental expansion conducted at the Jockey arch.
Descriptors: Malocclusion, palatal expansion technique, Orthodontics.

Introdução e revisão bibliográfica pois, nessa fase, o procedimento apresenta limitações


como a resistência à expansão por parte das estruturas
Na oclusão normal o arco dentário superior apre-
faciais, excessiva inclinação vestibular e extrusão dos
senta dimensões transversais maiores do que o arco
dentes posterossuperiores, absorção da cortical óssea
inferior, sendo que essa característica permite um en-
vestibular, recessão gengival, dor, edema, ulcerações
caixe dos arcos dentários em uma relação de tampa-
e isquemia da mucosa palatal9,10,18,23. Nestes indivíduos
-caixa16.
o ganho transversal da base óssea maxilar promovido
A deficiência transversal dos ossos maxilares pode
pela expansão rápida da maxila (ERM) é pobre, com
ou não se manifestar pela mordida cruzada uni ou bila-
ausência ou pequena abertura da sutura palatina me-
teral, parcial ou total18. A incapacidade dos arcos supe-
diana1,12,13, sendo predominantemente dentoalveolar.
rior e inferior em ocluir normalmente em uma relação
Já em idades precoces, durante o período das den-
transversal define a mordida cruzada posterior, poden-
taduras decíduas, mista e permanente jovem, a ERM
do ser decorrente de problemas de posicionamento
possui grande efeito ortopédico, quando comparado à
dentário, de crescimento alveolar ou de uma signifi-
dentadura permanente adulta, pois a resposta sutural
cante desarmonia entre a maxila e a mandíbula, quan-
e esquelética é mais favorável durante o período de
do em oclusão cêntrica17. Traumatismos, perda precoce
crescimento1.
de dentes decíduos, hábitos de sucção não nutritiva e
O fator mais importante a ser considerado no pla-
postural são alguns fatores etiológicos da mordida cru-
zada posterior. no de tratamento para expansão diz respeito à idade
A mordida cruzada posterior mostra-se muito fre- óssea, o grau da discrepância transversal entre a maxila
quente nas fases de dentadura mista e permanente, e a mandíbula e a natureza da atresia, podendo ser
sua incidência corresponde à aproximadamente 18% dentoalveolar ou esquelética12,13. Publicações referen-
de todas as crianças brasileiras com más oclusões, in- tes à atresia do arco dentário superior expressam, de
ferior apenas à mordida aberta anterior16,33. Essa má modo claro e convincente, uma filosofia de tratamento
oclusão é classificada como esquelética - causada pela a qual defende a expansão rápida da maxila para as
discrepância da largura da base dos maxilares, a qual atresias esqueléticas3,16 e expansão lenta para as atre-
está entre os mais danosos problemas esqueléticos da sias dentoalveolares30. A Ortodontia dispõe variados
região craniofacial21, ou pode ser dentária - causada tipos de aparelhos expansores29 que proporcionam o
pela má posição dos dentes, onde a redução na largu- almejado aumento na largura transversal do arco den-
ra do arco dentário superior é a causa mais frequen- tário superior4.
te2,25,28. Diversas modalidades de expansores lentos para
A não intervenção precoce da mordida cruzada correção de mordida cruzada posterior dentoalveolar já
posterior pode ocasionar alterações das bases ósseas, foram expostas na literatura, sendo que sem exceção,
musculares e dentárias32. Seu estabelecimento e a sua todos eles exercem força na face palatina dos dentes
manutenção até a idade adulta produzem um quadro superiores. Os aparelhos indicados para expansão lenta
anatomofuncional que torna o tratamento em adul- podem ser removíveis ou fixos. Dentre os removíveis
tos mais complexo. Sua correção, seja por alterações está a placa removível com parafuso expansor16, sen-
dentoalveolares ou deslocamento transversal dos ossos do que a ativação em pacientes adultos deve obedecer
maxilares auxiliado por reposicionamento cirúrgico, um maior intervalo de tempo, ou seja, seria importante
deve compensar ou restabelecer a relação transversal alternar os dias das ativações20. Já os aparelhos fixos
normal entre maxila e mandíbula15,19. inclui o grupo dos arcos palatinos, como o quadri-hé-
A escolha por um tratamento ortopédico ou or- lice6,16,31, o bi-hélice16, o arco em W16,24, o Hyrax e o
todôntico dependente da idade e da maturação es- Haas27.
quelética do indivíduo9,11,18,19,23. Sabe-se que a idade O arco auxiliar de expansão, também conhecido
e a maturação esquelética avançada tornam desfa- como Arco de Cavalgada (Jockey Arch)6, está entre os
vorável o prognóstico da expansão rápida da maxila, aparelhos fixos na abordagem terapêutica que resulta
14

no aumento das dimensões transversais do arco dentá- sultório. Além disso, transmite maior conforto ao pa-
rio superior no tratamento da mordida cruzada poste- ciente por ser fixo na vestibular dos dentes superiores,
rior em indivíduos com maturação óssea, diferencian- o que facilita sua higienização.
do-se por ser utilizado na face vestibular dos dentes
superiores. Este aparelho, como o próprio nome já diz, Confecção do arco auxiliar de expansão
é um método auxiliar para a expansão dentoalveolar Para demonstrar como é confeccionado este dis-
nos casos onde a mordida cruzada é diagnosticada so- positivo, contornou-se um arco auxiliar de expansão
mente como dentária, ou nos casos em que há envol- em Typodont. Está indicado utilizar o fio 0,6 mm, em
vimento esquelético com grau leve promovendo uma liga de aço inoxidável ou 0,8 mm de Beta-Titânio. Esses
compensação por meio de angulações dentárias para fios calibrosos deverão exercer força de expansão na
a vestibular6. face vestibular dos dentes, por isso devem ser sempre
Pode ser considerado um aparelho versátil, pois ele introduzidos sem contorno prévio.
possibilita o uso simultâneo de elásticos intermaxilares O arco auxiliar de expansão é utilizado simultane-
para correção da Classe II e da Classe III e dependendo amente ao aparelho fixo convencional e será instalado
do grau de expansão que se deseja atingir é possível no final do alinhamento e nivelamento dentário. So-
associar a ele mecânica de elásticos cruzados. O uso brepõe-se o arco auxiliar de expansão ao arco retan-
deste aparelho também está indicado como contenção gular de aço 0,019 x 0,025” que será utilizado com
ativa após a expansão rápida da maxila6 nos casos em torque lingual resistente nos dentes posteriores e que
que o expansor palatino já foi removido e o paciente deve ser contornado com ligeira expansão. Para evitar
encontra-se com o aparelho fixo instalado6. a abertura de diastemas em virtude da expansão den-
Sua ativação deve ser realizada até que ocorra so- tária, recomenda-se inserir um amarrilho conjugado ou
brecorreção da mordida cruzada posterior, já que fre- elástico corrente em todo o arco superior.
quentemente há uma recidiva de até vinte por cento A fim de estabilizar o arco auxiliar de expansão,
da expansão alcançada14. A partir dessa relação, o arco faz-se necessário realizar uma dobra no sentido vertical
auxiliar de expansão deve ser mantido associado ao na mesial dos molares utilizando o alicate ortodôntico
arco ortodôntico expandido com torque lingual pro- nº 139 (Figura 1).
gressivo bilateral, a fim de obter a inclinação radicular O próximo passo é contornar o arco auxiliar de ex-
para vestibular, mantendo os dentes posteriores em pansão sobre o fio 0,019 x 0,025” de aço até envolver
adequada posição vestibulolingual, promovendo satis- todos os dentes. Com o auxílio de uma caneta hidro-
fatória intercuspidação e favorecendo a estabilidade da gráfica marca-se a mesial do molar oposto para realizar
expansão6. a segunda dobra (Figura 2). A extremidade do arco au-
Por se tratar de um aparelho fixo exige menos co- xiliar de expansão deve finalizar na distal do tubo dos
laboração por parte do paciente. Dispensa fases labo- primeiros molares superiores. Com o fio reto e com as
ratoriais, tornando-se um dispositivo de baixo custo e devidas dobras, o arco está pronto para a instalação
sem necessidade de várias visitas do paciente ao con- (Figura 3).

A B

Figura 1 (A­B) –'REUDPHVLDOHPÀRPPGHDoRFRPDOLFDWHRUWRG{QWLFRQžFRPLQVHUomRQRWXERDX[LOLDUGDEDQGDGRV


molares.
15

A B

C
Figura 2 (A­C) –0DUFDo}HVHGREUDVQDPHVLDOGRVPRODUHV

A B
Figura 3 (A­B) –$UFRDX[LOLDUGHH[SDQVmRFRPGREUDVQDVPHVLDLVHLQVHULGRQRVWXERVGRVPRODUHV

Instalação do arco auxiliar de expansão lizadas essas etapas, o arco auxiliar de expansão estará
Com o intuito de transmitir integralmente sua for- finalizado e devidamente instalado (Figura 5).
ça de expansão aos dentes superiores é necessário fixá- Durante a mecânica ortodôntica, o arco auxiliar de
-lo no arco retangular 0,019 x 0,025” utilizando fio de expansão não precisa ser reativado, basta inseri-lo sem
amarrilho metálico 0,010” com comprimento médio contorno prévio; contudo, mensalmente é necessário
de 5cm e o alicate ortodôntico Mathieu (Figura 4). Rea- reavaliar o torque lingual resistente dos dentes poste-
16

rossuperiores, a fim de evitar a perda do controle ves- terior, que corresponde à cúspide palatina dos mola-
tibulolingual. A remoção do arco auxiliar de expansão res superiores tocando a vertente triturante da cúspide
deve ocorrer diante da sobrecorreção da oclusão pos- vestibular dos molares inferiores.

WDVGRÀRµFRPDOLFDWHGHFRUWHGHDPDUULOKRHSRVLFLRQDDDPDUUDVRERDUFRDÀPGHSURSRUFLRQDUPDLRUFRQIRUWRDRSDFLHQWH
Figura 4 –$VDPDUUDo}HVVmRUHDOL]DGDVHQWUHRVLQFLVLYRVFHQWUDLVHQWUHRVSUpPRODUHVRXQDPHVLDOGRVPRODUHV&RUWDVHDVSRQ

A B

C
Figura 5 (A­C) –9LVmRIURQWDOHRFOXVDOGRDUFRDX[LOLDUGHH[SDQVmRLQVWDODGR

Variação no desenho do arco auxiliar de ex- do tubo auxiliar para o AEB, uma variação no desenho
pansão: modelo sobre fio expansor de Beta-Titâ- do arco de expansão superior foi proposta para adap-
nio (SEBT) tá-lo ao fio de nivelamento7. Também confeccionado
Atualmente, para facilitar a higiene do aparelho or- com fio Beta-Titânio de 0,8 mm ou .032”, estende-
todôntico corretivo, substitui-se a bandagem dos mo- -se por todo o contorno vestibular do arco superior,
lares pela colagem de tubos. Sendo assim, na ausência de mesial de molar a mesial de molar do lado oposto.
17

Nas duas extremidades, confeccionam-se retenções res superiores em um período de 2 meses (Figuras 6 a 8).
em forma de gota utilizando a ponta cônica do alicate A quantidade de expansão e o tempo de uso po-
139. Além da nova proposta de arco auxiliar, sugere- dem ser variáveis dependendo de análise dos resulta-
-se uma combinação de fio nitinol termoativado 0.016” dos para obtenção da sobre-expansão recomendada
x 0,022” e fio Beta-Titânio 0,8 mm, sendo que essas para a correção da atresia maxilar. A área de encaixe
dimensões devem ser respeitadas a fim de favorecer a pode ser entre molares ou entre pré-molares e molares
inclinação dentária; ou seja, o fio auxiliar de expansão dependendo da necessidade de movimentação dentá-
deve ser encaixado no fio nitinol termoativado, previa- ria. Do mesmo modo, utilizam-se fios de amarrilho de
mente inserido na ranhura do aparelho fixo (convencio- .008” unindo o sobrefio ao fio de alinhamento estra-
nal ou autoligado – ranhura de .022”)8. Embora, não tegicamente entre os pré-molares e entre os incisivos
tenha sido realizada uma análise numérica detalhada centrais. Como o sobrefio fica encaixado e justaposto
dos casos tratados, em média esta combinação de fios ao fio NiTi termo em diferentes pontos, ocorre a distri-
promove a expansão de 7 mm entre os primeiros pré- buição homogênea da força de expansão ao longo de
-molares superiores e de 5 mm entre os primeiros mola- toda a extensão do arco dentário (Figura 9).

A B C
Figura 6 (A­C) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVLQLFLDLV

A B C
Figura 7 (A­C) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVÀQDLV

A B
Figura 8 (A­B) –9LVWDRFOXVDOSUpHSyVH[SDQVmR
18

Figura 9 –9LVWDRFOXVDOFRPR6(%7LQVWDODGR

Recomenda-se o controle mensal dos resultados O tratamento ortodôntico iniciou-se com a insta-
obtidos, uma vez que observam-se alterações transver- lação das bandas ortodônticas nos primeiros molares
sais expressivas no intervalo entre as consultas. Como superiores com tubos triplos e colagem de bráquetes
descrito para o arco auxiliar de expansão, também de prescrição Roth 0,022” x 0,030” na técnica do arco
após a expansão dentária com SEBT + 0,016 x 0,022” reto. A sequência de evolução dos arcos corresponde
NiTi termo realiza-se o refinamento do posicionamento a fios redondos de NiTi: 0,014”, 0,016” e 0,018”. A
dentário. Recomenda-se a continuação do alinhamen- instalação do aparelho ortodôntico no arco superior foi
to e nivelamento com fios retangulares 0,019 x 0,025” finalizada com a inclusão dos segundos molares e a
de aço que são imprescindíveis para incorporação de partir dos arcos retangulares 0,019x 0,025” de aço, o
torques, quando necessários para o ajuste da inclina- arco auxiliar de expansão foi instalado (Figura 11).
ção dos dentes posteriores. Após 3 meses de ativação do arco auxiliar de ex-
pansão foi realizada a colagem de botões na face lin-
gual do primeiro e segundo pré-molar superior esquer-
Relato de caso do para utilização de elásticos cruzados 3/16” médio,
Aplicabilidade clínica do arco auxiliar de ex- a fim de adicionar a mecânica de vestibularização aos
pansão dentes de maior inclinação lingual (Figura 12).
Em 7 meses de ativação do arco auxiliar de expan-
Caso clínico I são, observa-se a expansão dentoalveolar do lado es-
Paciente com 17 anos de idade, gênero masculi- querdo, o que mostra a efetividade da expansão den-
no, apresenta má oclusão de mordida cruzada poste- toalveolar. Nesta etapa do tratamento são realizados
rior unilateral esquerda, a qual se estende de canino a os torques linguais progressivos bilaterais posteriores
primeiro molar superior. Apresenta, também no lado para que ocorra a inclinação das raízes para a vestibu-
esquerdo, uma relação molar de 1/2 Classe II e suave lar e para neutralizar o efeito de vestibularização na
desvio da linha média superior para direita e inferior coroa dos dentes posterossuperiores causada pelo arco
para esquerda (Figura 10). auxiliar da expansão. Neste caso foi recomendado o
19

uso de elásticos de linha média 5/16” médio e elásticos nos incisivos laterais superiores instalou-se mola aberta de
de Classe II 3/16” médio esquerdo juntamente com a NiTi para restabelecer os espaços mésio-distais e a propor-
manutenção do arco auxiliar de expansão (Figura 13). ção entre os arcos dentários, sendo que a mola fechada
A fim de eliminar a discrepância de Bolton presente foi mantida até o tratamento restaurador (Figura 14).

A B C
Figura 10 (A­C) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVLQLFLDLV

A B C
Figura 11 (A­C) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVGRDUFRDX[LOLDUGHH[SDQVmRLQVWDODGR

A B C

D
Figura 12 (A­D) –$UFRDX[LOLDUGHH[SDQVmRHDXWLOL]DomRGHHOiVWLFRVFUX]DGRV
20
Orthod. Sci. Pract. 2015; 8(29):16­24.

A B C

H&ODVVH,,HVTXHUGRMXQWDPHQWHFRPRDUFRDX[LOLDUGHH[SDQVmR
Figura 13 (A­C) –$UFRDX[LOLDUGHH[SDQVmRDSyVPHVHVGHDWLYDomR7RUTXHSURJUHVVLYROLQJXDOSRVWHULRUHHOiVWLFRGHOLQKDPpGLD

A B C

D E

WR1DVIRWRJUDÀDVRFOXVDLVREVHUYDVHDLQFOLQDomROLQJXDOGRVGHQWHVVXSHULRUHVHVTXHUGRVHDREWHQomRGDH[SDQVmRGHQWRDOYHRODUH
Figura 14 (A­E) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVODWHUDOGLUHLWDIURQWDOODWHUDOHVTXHUGDHRFOXVDLVGRÀQDOGDH[SDQVmRHLQLFLDOGRWUDWDPHQ

HVSDoRVLQWHUGHQWDLVQRVLQFLVLYRVODWHUDLVPDQWLGRVFRPPRODVIHFKDGDVGH1L7LSDUDSRVWHULRUSURFHGLPHQWRHVWpWLFR

Caso clínico II mordida cruzada posterior (Figura 17).


Paciente do gênero masculino, 34 anos de idade, Alcançada a expansão do arco superior (6 meses
apresentava mordida cruzada posterior bilateral, rela- de uso do arco auxiliar de expansão) realizaram-se os
ção molar de Classe II, sendo ½ lado direito e ¼ lado torques progressivos linguais bilaterais posteriores para
esquerdo (Figura 15). correto posicionamento radicular no rebordo alveolar
Após o alinhamento e nivelamento foi instalado o e posteriormente houve a remoção do arco auxiliar de
arco retangular de aço 0,019 x 0,025” e o arco auxiliar expansão.
de expansão (0,8 mm TMA) devidamente posicionado Ao final do tratamento observou-se significativa
no arco superior (Figura 16). melhora oclusal funcional e estética. A mordida cru-
A relação de Classe I foi sendo alcançada por meio zada posterior foi satisfatoriamente corrigida, assim
da mecânica de elásticos de Classe II, enquanto que como a relação sagital de Classe I foi restabelecida (Fi-
o arco auxiliar de expansão promoveu a correção da gura 18).
21

A B C
Figura 15 (A­C) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVLQLFLDLV

A B C
Figura 16 (A­C) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVGRDUFRDX[LOLDUGHH[SDQVmRLQVWDODGRDSyVRDOLQKDPHQWRHQLYHODPHQWRGHQWiULR

A B C

D
Figura 17 (A­D) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVODWHUDOGLUHLWDIURQWDOODWHUDOHVTXHUGDHRFOXVDOGRÀQDOGDH[SDQVmR
22

A B C

D E

REWHQomRGDH[SDQVmRGHQWRDOYHRODU
Figura 18 (A­E) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVÀQDLV1DVIRWRJUDÀDVRFOXVDLVREVHUYDVHDLQFOLQDomROLQJXDOGRVGHQWHVVXSHULRUHVHD

Caso clínico III incisivos superiores e desgastes incisais, em virtude da


Paciente do gênero masculino, 30 anos de idade, mordida em topo, foram instaladas molas abertas de
apresentava mordida cruzada posterior de canino a molar NiTi para obtenção de espaços necessários e restabe-
bilateral e incisivos superiores em topo, relação de molares lecer a proporção entre os arcos para realização de
e caninos em Classe III para o qual foi indicada a prescrição Dentística restauradora com aumento nas proximais e
biofuncional de bráquetes pré-ajustados (Figura 19). incisais dos incisivos superiores (Figura 22).
Instalou-se o arco auxiliar de expansão (0,8 mm Nesta fase em que já houve a expansão desejada
TMA) no arco superior, com o intuito de alcançar uma foram realizados os torques linguais progressivos pos-
expansão dentoalveolar e elástico em cadeia para fe- teriores bilaterais para verticalizar os dentes posteros-
chamento de espaços inferiores (Figura 20). superiores e a partir de adequada coordenação entre
Somente com o arco auxiliar de expansão e após os arcos superior e inferior, foi realizada a remoção do
7 meses da sua ativação evidenciou-se significativa ex- aparelho fixo corretivo e uma estética restauradora a
pansão dentoalveolar (Figura 21). fim de restabelecer a coroa clínica dos dentes anteros-
Devido à discrepância de tamanho dentário nos superiores (Figura 23).

A B C
23

D
Figura 19 (A­D) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVLQLFLDLV

A B C
Figura 20 (A­C) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVFRPRDUFRDX[LOLDUGHH[SDQVmR

A B C

H[SDQVmR
Figura 21 (A­C) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVPRVWUDQGRDREWHQomRGDH[SDQVmRGHQWRDOYHRODUFRPDXWLOL]DomRGRDUFRDX[LOLDUGH

A B C
Figura 22 (A­C) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVGRVGHQWHVFRPDFUpVFLPRGHUHVLQDHRDUFRDX[LOLDUGHH[SDQVmR
24

A B C

D E

ÀQDOFRPSURYDPDHÀFLHQWHH[SDQVmRGHQWRDOYHRODUREWLGDFRPDXWLOL]DomRGRDUFRDX[LOLDUGHH[SDQVmR
Figura 23 (A­E) –)RWRJUDÀDVLQWUDEXFDLVÀQDLVFRPDHVWpWLFDGRVLQFLVLYRVVXSHULRUHV$VIRWRJUDÀDVRFOXVDLVVXSHULRUHVLQLFLDOH

Discussão e considerações clínicas e esqueléticos envolvidos ajuda o profissional a definir


melhor o problema26. Uma má oclusão de maior seve-
A maxila atrésica possui várias características asso-
ridade não aceita uma compensação dentoalveolar em
ciadas que lhe são peculiares. Por isso, o clínico deve
virtude da limitação da tabua óssea vestibular, portan-
observar minuciosamente a condição transversal por
to, um método alternativo por meio do arco auxiliar
meio de exames clínicos, análise de modelos de gesso,
de expansão deve ter uma indicação precisa para evi-
exames radiográficos, o grau de compensação dentária
tar sequelas ao periodonto. Sabe-se que a inclinação
dos dentes posteriores no sentido transversal e o grau
descontrolada dos elementos dentários contra a tábua
de discrepância transversal esquelética e dentoalveo-
óssea vestibular pode provocar deiscência ou fenestra-
lar26. O aumento da dimensão transversal com incre-
ções que consequentemente pode resultar em resse-
mento da massa óssea é realmente muito importante
ções gengivais5.
diante de uma diminuição das medidas transversais do
A decisão em optar pelo uso do arco auxiliar de
arco superior, resultando em grandes vantagens para
expansão para o aumento da largura transversal do
o tratamento ortodôntico corretivo. Certamente a in-
arco superior torna-se efetiva na prática clínica. Porém,
tervenção em pacientes adultos traz menor resultados
estudos futuros são necessários para mostrar se as al-
esqueléticos associados a alterações dentárias, no en-
terações ocorridas após o tratamento desta má oclusão
tanto, ainda sim, há benefícios ao resultado final na
permitem uma estabilidade da oclusão, alterações radi-
correção da má oclusão20.
culares e periodontais.
A decisão de qual protocolo seguir para obtenção
do aumento do arco dentário superior está na depen-
dência de alguns fatores, sendo que a idade e a matu-
Conclusão
ração esquelética são os principais fatores a serem con- Os efeitos clínicos expressos por este protocolo
siderados. Pacientes adultos apresentam uma maior produziram resultados satisfatórios no tratamento dos
limitação quanto à expansão esquelética em virtude da pacientes. O arco auxiliar de expansão torna-se uma
ossificação da sutura palatina, sendo assim, um méto- alternativa eficaz no tratamento em adultos quando se
do alternativo é a compensação da mordida cruzada trata de expansão dentoalveolar, associada ou não a
posterior por meio da movimentação dentoalveolar22. uma atresia maxilar de grau leve, sendo esse um mé-
Reconhecer a severidade da deficiência transversal todo de custo baixo, fácil instalação e que favorece a
da maxila e identificar os componentes dentoalveolares higienização do paciente.
25

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