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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI


CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS - PICOS
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
DOCENTE: PROF. DOUGLAS MORAES BEZERRA

ANTONIO HIGOR DE SOUSA1


FRANCISCO STENIO MOTA SILVA2
JOSÉ DENILSON DA SILVA VELOSO3
KELLY ARAÚJO MARTINS4
MARIA GESIELLY DE CARVALHO FONTES5

RESENHA:
As conexões entre a Administração, a Razão, a Liberdade e a
Política

PICOS
2023
1
A filosofia política tem explorado a relação entre a razão e a administração de
várias maneiras, desde a Antiguidade clássica até os dias atuais. Uma das visões mais
influentes sobre a relação entre a razão e a administração é a teoria da administração
científica, proposta por Frederick Winslow Taylor no início do século XX. De acordo
com essa teoria, a administração é uma ciência que deve ser baseada em princípios
objetivos e racionais. Taylor argumentou que a eficiência no trabalho poderia ser
maximizada por meio da divisão do trabalho e da aplicação de técnicas científicas.
Outra visão importante sobre a relação entre a razão e a administração é a teoria da
burocracia, proposta por Max Weber. Weber argumentou que a burocracia era uma
forma eficiente de administração, baseada em regras e procedimentos racionais. Ele
acreditava que a burocracia era uma forma de organização capaz de lidar com a
complexidade da sociedade moderna. No entanto, a visão de Weber sobre a burocracia
não é isenta de críticas. Muitos argumentam que a burocracia é inflexível e incapaz de
lidar com a mudança e a inovação. Além disso, a burocracia pode levar à alienação e
desmotivação dos trabalhadores, uma vez que sua ênfase em procedimentos e regras
pode desconsiderar a criatividade e a iniciativa dos indivíduos. Em contraste com a
abordagem burocrática, a teoria da administração participativa enfatiza a importância da
participação e do envolvimento dos trabalhadores na tomada de decisões. Essa
abordagem é baseada na ideia de que os trabalhadores são os especialistas em seu
próprio trabalho e, portanto, devem ter voz na administração. Em resumo, a relação
entre a razão e a administração tem sido objeto de debate na política e na filosofia há
muito tempo. Enquanto algumas abordagens, como a teoria da administração científica,
enfatizam a eficiência e a objetividade, outras, como a teoria da administração
participativa, valorizam a participação e o envolvimento dos trabalhadores.
A ligação entre liberdade, razão e administração tem sido um tópico de interesse
em várias áreas, como filosofia política, sociologia e administração. A questão central é
como a administração pode ser estruturada para garantir a liberdade individual dos
trabalhadores.
Uma visão influente sobre a liberdade individual é a teoria liberal clássica, que
enfatiza a importância da autonomia e do livre arbítrio. De acordo com essa visão, os
indivíduos têm o direito de escolher seu próprio caminho na vida, sem interferência
externa. Isso implica que as políticas de administração devem respeitar a liberdade dos
trabalhadores e garantir que suas escolhas sejam respeitadas. No entanto, alguns
teóricos argumentam que a liberdade individual não é suficiente por si só, e que ela deve
ser equilibrada com outras considerações, como a igualdade e a justiça. Nesse sentido, a
teoria da justiça social de John Rawls (1998) argumenta que a liberdade individual deve
ser equilibrada com a responsabilidade social, a fim de garantir a justiça para todos os
membros da sociedade. Em relação à administração, a questão da liberdade individual
tem sido discutida em relação à estrutura organizacional e às práticas de gestão. Alguns
argumentam que a estrutura hierárquica da organização pode restringir a liberdade dos
trabalhadores e impedir sua criatividade e iniciativa. Nesse sentido, a administração
participativa, que valoriza a participação dos trabalhadores na tomada de decisões, pode
ser uma forma de garantir a liberdade individual. Dessa forma, a liberdade se faz
presente na forma de autonomia, no contexto do ambiente de trabalho, em que os
indivíduos têm a oportunidade de demonstrar exultação e vontade de participar em
diversas atividades ou ter determinados comportamentos, caso estejam alinhados com

11
Graduando (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. Picos, Piauí. higorsousa@ufpi.edu.br.
2
Graduando (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. Picos, Piauí. steniomota@ufpi.edu.br.
3
Graduando (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. Picos, Piauí. denilsonveloso@ufpi.edu.br.
4
Graduanda (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. Picos, Piauí. kellymartins01@ufpi.edu.br.
5
Graduanda (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. Picos, Piauí. gfmc@ufpi.edu.br.
os interesses e valores reais do indivíduo. Percebe-se ainda que a autonomia e
motivação andam de mãos dadas. Se você pode escolher para chegar a determinado
ponto, você se sente motivado, pois ter poder de decisão se torna um grande fator para a
motivação. Sabemos também que Constituição Federal nos concede o direito à liberdade
e somos livres para expressarmos nossas ideias e opiniões, mas um fato importante que
não pode ser deixado de lado é que esta mesma liberdade exige responsabilidade de
nossa parte. Relacionando com o seminário apresentado, entendemos que, a liberdade
requer responsabilidade e a partir do momento que os indivíduos têm autonomia em
suas determinadas funções dentro de uma organização também lhes é entregue a
responsabilidade, afinal, se são capazes de decidir fazendo uso da razão subjetiva no
sentido moral e intelectual, também serão responsáveis pelas suas ações. O oposto é
verdadeiro também. Se você limitar a autonomia, os indivíduos não se sentirão
convidados a contribuir dentro da organização. Tirando a liberdade deles fazerem o que
sabem e/ou até mesmo se expressarem, estariam diminuindo pela metade, ou menos, o
esforço que eles poderiam exercer. Assim, Peter Drucker (1990), afirmou que o gerente
eficaz é aquele que consegue fazer as pessoas trabalharem juntas pelo bem comum. Isso
implica que a administração deve ser orientada para o bem comum, mas também deve
respeitar a liberdade individual dos trabalhadores.
Resumidamente, a relação entre liberdade, razão e administração é complexa e
multifacetada. A liberdade individual é um valor importante, mas deve ser equilibrada
com outras considerações, como a igualdade e a justiça. Na administração, a estrutura
organizacional e as práticas de gestão devem ser orientadas para garantir a liberdade
individual dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que promovem o bem comum.
A vida e a morte são dois conceitos que, embora opostos, estão intrinsecamente
ligados. A razão, por sua vez, é uma ferramenta humana capaz de trazer clareza e
compreensão para essa relação complexa. São dois temas que acompanham a
humanidade desde os primórdios da existência. Enquanto a vida é celebrada como uma
dádiva preciosa, a morte é vista como o fim inevitável de todas as coisas vivas. A razão,
por sua vez, é uma capacidade humana que permite a compreensão do mundo e de si
mesmo, e pode ser utilizada para refletir sobre o significado da vida e da morte.
Na filosofia, a vida e a morte são frequentemente abordadas em conjunto, como
partes de um mesmo processo. Para os estoicos, por exemplo, a morte não é um mal em
si mesmo, mas sim parte da natureza. Segundo Sêneca (1997), a morte é a libertação
total, pois a vida e uma prisão. Essa visão é reforçada por Epicuro (1991), que acredita
que devemos viver sem medo da morte, já que ela não é um mal em si mesma.
Segundo Aristóteles, a razão é a característica distintiva do ser humano, que o
torna capaz de refletir sobre sua existência e sobre a natureza do mundo. Nesse sentido,
a razão pode ser vista como uma ferramenta para compreender o significado da vida e
da morte. O filósofo alemão Immanuel Kant, traz a ideia que a razão é a fonte da
moralidade e da dignidade humana (KANT, 1785).
No entanto, a relação entre a razão e a morte nem sempre é pacífica. Em sua
obra "O mito de Sísifo", o filósofo francês Albert Camus afirma que a morte é o único
problema filosófico realmente sério, pois é a única certeza que temos na vida. Camus
argumenta que a razão não pode resolver o problema da morte, e que a única resposta
possível é a aceitação da condição humana. Dessa maneira ele desenvolve a
possibilidade do homem está condenado a ser livre e a aceitar sua própria morte
(CAMUS, 1942).
Outros filósofos, no entanto, argumentam que a razão pode nos ajudar a
encontrar um significado para a vida e a morte. Para o filósofo alemão Friedrich
Nietzsche, a vida só tem sentido se for vivida de maneira intensa e autêntica, sem se
preocupar com as convenções sociais ou as expectativas dos outros. (NIETZSCHE,
1888) dá a entender que o que não mata fortalece. Segundo Nietzsche, a morte é uma
parte natural da vida, e deve ser aceita como tal.
Já o filósofo francês Jean-Paul Sartre argumenta que a morte é um elemento
essencial para a vida, pois nos lembra da finitude de nossa existência. Em sua obra "O
ser e o nada", ele propõe a ideia que a morte é a negação da liberdade, mas é também
sua condição de possibilidade (SARTRE, 1943). Para Sartre, a razão pode nos ajudar a
compreender a importância da morte como parte da vida dessa maneira a razão é uma
ferramenta que pode ser usada para entender e aceitar a relação entre vida e morte.
Immanuel Kant (1785), por exemplo, defende que a razão é capaz de nos guiar em
direção a uma vida moralmente correta, que é o que realmente importa. Ele afirma que
devemos agir sempre de acordo com a razão, independentemente das consequências.
Já na psicologia, a relação entre vida e morte pode ser vista de maneira mais
individualizada, como parte do desenvolvimento humano. Para Erik Erikson (1987), a
morte é uma das crises de desenvolvimento que devem ser superadas ao longo da vida.
Ele acredita que a aceitação da finitude é um aspecto fundamental do amadurecimento
emocional.
Para Martin Heidegger (1962), a consciência da morte é o que dá sentido à vida.
Ele argumenta que a morte nos lembra da finitude de nossa existência e nos faz refletir
sobre nossas escolhas e prioridades. Essa ideia é reforçada por Jean-Paul Sartre (1946),
que acredita que a consciência da morte é o que nos permite ser livres e autênticos.
No campo da psicologia, a razão também pode ser uma ferramenta útil para lidar
com a morte. Para Sigmund Freud (1915), a morte é um dos grandes tabus de nossa
sociedade, que tenta negar sua existência e evitar falar sobre ela. No entanto, ele
argumenta que a aceitação da finitude é essencial para a saúde mental e emocional.
Em resumo, a vida e a morte são temas complexos que estão presentes em
diversas áreas do conhecimento. A razão é uma ferramenta que pode ajudar a
compreender e aceitar a relação entre esses conceitos, permitindo que vivamos de
maneira mais consciente e virtuosa. Consoante as ideias propostas pelo filósofo
Friedrich Nietzsche (1885), a morte não é o fim absoluto, mas sim uma transição para
um novo estado de existência.
Um paradoxo é o oposto de uma ideia aceita ou uma ideia que se acredita ser
válida. Na filosofia, um paradoxo refere-se a algo que é aparentemente contraditório,
mas significativo. Em matemática, fala-se frequentemente de paradoxos lógicos,
contradições derivadas de sistemas lógicos e teorias matemáticas. No entanto, o
conceito de paradoxo não está bem definido. A ideia de conflito ou dificuldade
intransponível parece andar de mãos dadas com a ideia de paradoxo. Um paradoxo
lógico consiste em duas proposições opostas ou mutuamente contraditórias que juntas
surgem de argumentos que não foram provados incorretos fora do contexto específico
em que o paradoxo surge, ou são baseados em premissas geralmente aceitas e usadas, e
é claramente uma condição possível, pelo menos em alguns casos específicos,
específicos, inferir duas proposições que afirmam o exato oposto uma da outra ou que
não podem ser ambas verdadeiras.
A política é uma atividade na qual os cidadãos se envolvem no exercício de
seus direitos nos assuntos públicos e, por meio de suas opiniões, os significados da
política são diversos, assim como muitas outras palavras com significados culturais
estabelecidos. Ou a sociologia, a antropologia ou mesmo a filosofia do pensamento
político pelo olhar de sua moral e ética, ou seja, como construção essencial da
humanidade.
Segundo Hobbes, a natureza fez os homens tão iguais em suas forças físicas e
mentais que, embora um homem às vezes seja nitidamente mais ou mais vigoroso do
que outro, quando todas essas coisas são colocadas juntas, a diferença entre um homem
e outro não é muito considerável. Para alguém quando ele reivindica uma vantagem que
outro não pode reivindicar como ele. Investigar as razões aparentemente paradoxais
pelas quais uma pessoa nascida livre obedece aos outros e escraviza a si mesma em vez
de a si mesma, e paradoxalmente que, neste caso, tal escravidão é voluntária e não
coercitiva. Descobrir que existe é o problema que o autor está tentando resolver. A
resposta a esta questão paradoxal reside na origem do poder político e na sua relação
com o estado natural de liberdade e igualdade humana.
Assim, ao contrário do argumento de Hobbes, segundo o qual direito e dever
são palavras opostas porque designam liberdade e dever respectivamente, Rousseau,
como Locke, sugere conciliar os dois. Obviamente, é uma razão paradoxal estudar
porque um homem nascido livre se escravizaria e obedeceria aos outros em vez de a si
mesmo, que é a tarefa proposta pelos autores para resolver. A resposta a esta questão
paradoxal deve ser encontrada na origem do poder político e sua relação com as
condições naturais de liberdade e igualdade humanas.
Segundo Rousseau, encontrar uma associação que proteja e defenda a pessoa e
os interesses de cada sócio com todo o poder comum, e pela qual cada um que se una a
todos, mas obedeça apenas a si mesmo, e permaneça o mais livre possível. Um Estado é
toda a sociedade política, incluindo o governo. O governo é em grande parte
determinado pelos grupos políticos responsáveis pelo país. O Estado tem funções
executivas, legislativas e judiciais. O governo gere os interesses sociais e económicos da
sociedade no âmbito das suas funções administrativas e, consoante a sua orientação
ideológica, estabelece níveis de intervenção mais ou menos elevados.
Pela complementaridade, apresenta uma visão integrada Política e
administração, considerando fundamentalmente a prática administrativa fenômeno
político. É afirmar diretamente que a administração é política. A administração é
Política, mas o faz em seu próprio “espaço de ser”. Então, adivinhando de quanto ao
estilo de vida, o poder executivo encontra-se num estilo de vida que lhe convém, ou
seja, um modo de vida prático ou um modo de vida produtivo. É neste espaço do ser que
A administração é política, portanto, a relação acima deve ser considerada não apenas
esse espaço deve ser preservado, mas também o caráter de preeminência política.
O vocabulário da política está repleto de termos que são usados para descrever
diferentes formas de poder e autoridade. Entre esses termos, o poder despótico é
frequentemente associado à tirania e à opressão, caracterizando uma forma extrema de
autoritarismo. A relação entre o poder despótico e a razão tem sido um tema
controverso ao longo da história, com alguns filósofos argumentando que a razão é
essencial para limitar o poder despótico e outros argumentando que a razão pode ser
usada para justificar o poder despótico. Por um lado, a razão é frequentemente vista
como uma ferramenta para limitar o poder despótico, uma vez que permite que as
pessoas avaliem e critiquem o poder estabelecido. John Locke (1689) afirma que a razão
é a lei natural do homem, e, portanto, a lei positiva é derivada da razão, implicando que
as leis devem ser fundamentadas na razão e na justiça, e não no poder arbitrário de um
líder despótico. Por outro lado, alguns teóricos argumentam que a razão pode ser usada
para justificar o poder despótico, uma vez que ela pode ser usada para justificar decisões
autoritárias e antidemocráticas. Por exemplo, o filósofo alemão Hegel argumentou que o
Estado despótico era necessário para criar uma sociedade racional e moralmente justa.
Em relação à administração, a questão do poder despótico é relevante para o debate
sobre a gestão autoritária. Algumas abordagens de gestão defendem a autoridade
centralizada e a tomada de decisão autocrática, enquanto outras enfatizam a participação
e a colaboração dos trabalhadores. Mary Parker Follett (1924) argumentou que a
administração deve ser baseada em um princípio de cooperação, em que as pessoas
trabalham com, não para, o gerente. Isso implica que a administração deve ser baseada
na participação e na colaboração dos trabalhadores, em vez de uma autoridade
centralizada e autocrática. Em resumo, a relação entre o vocabulário da política e o
poder despótico é complexa e multifacetada, e tem sido objeto de debate ao longo da
história. Na administração, a questão do poder despótico é relevante para o debate sobre
as práticas de gestão autoritárias versus colaborativas. A razão é frequentemente vista
como uma ferramenta para limitar o poder despótico, mas também pode ser usada para
justificá-lo.
O surgimento da política aconteceu na Grécia antiga, depois da formação das
cidades gregas, que eram chamadas de cidade-Estado. A forma de governo parecida
com o que hoje se conhece como política surgiu através da necessidade da criação de
um sistema organizacional do funcionamento das cidades-estado. À medida que as
sociedades se desenvolviam, surgiu a necessidade de tomar decisões coletivas sobre
como lidar com questões importantes, como a distribuição de recursos e a resolução de
conflitos.
A razão desempenhou um papel fundamental no criado da política, pois permitiu
que os seres humanos chegassem a tentar em evidência e argumentos lógicos. Através
da razão, os seres humanos foram capazes de questionar as tradições e práticas
existentes e buscar novas soluções para os problemas que enfrentariam. A política e a
razão estão diretamente ligadas, pois, política é a atividade que lida com a governança
de uma sociedade, enquanto a razão é a capacidade humana de pensar logicamente e
chegar a elaborar em evidência.
Na Grécia antiga, por exemplo, filósofos como Platão e Aristóteles usaram a
razão para refletir sobre questões políticas e desenvolver teorias sobre a melhor forma
de governar uma sociedade. Eles argumentavam que a política deveria ser baseada na
razão e na justiça, em vez de ser governada por caprichos individuais ou interesses
egoístas. A política e a razão estão restritas, pois a razão concedida que os seres
humanos refletiram sobre as questões políticas e desenvolveram teorias e sistemas
políticos mais justos e eficientes. A política, por sua vez, forneceu uma estrutura para a
aplicação prática das ideias e teorias desenvolvidas pela razão.
Segundo Clastres, a administração seria uma forma de poder que se concentra
nas mãos de uma elite política ou econômica, que exerce o controle sobre a sociedade a
partir de instituições e aparatos burocráticos. Nesse sentido, a administração seria uma
expressão da estrutura hierárquica e vertical do estado, que se baseia na coerção e na
imposição de normas e leis (Clastres, 1974). Por outro lado, a sociedade seria uma
instância autônoma, composta por relações horizontais e igualitárias, que se baseiam na
solidariedade e no consenso. Segundo Clastres, as sociedades primitivas eram capazes
de se autogerir sem a presença do estado, pois sua organização social se baseava em
valores como a reciprocidade, a ajuda mútua e a distribuição equitativa de recursos.
Nesse sentido, a relação entre a sociedade contra o estado e a administração seria de
conflito e oposição, uma vez que a administração representa a imposição do poder
estatal sobre a sociedade, enquanto a sociedade busca formas de resistência e de auto-
organização.
Autores como Max Weber entendem a administração como um aparato
necessário para o funcionamento da sociedade, que se baseia em princípios racionais e
objetivos de eficiência e eficácia. Assim, para Weber, a administração seria um meio
para alcançar objetivos coletivos de forma mais racional e organizada, permitindo uma
melhor distribuição de recursos e serviços públicos.
Em resumo, a relação entre a sociedade contra o estado e a administração pode
ser vista de diferentes perspectivas, dependendo da abordagem teórica adotada.
Enquanto para Clastres a administração seria uma forma de poder que se impõe sobre a
sociedade, para Weber ela seria uma forma racional de organizar a sociedade.

REFERÊNCIAS
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