1. As formas de regulação do comportamento humano incluem: ética, moral, costumes,
direito e deontologia. 2. As formas de regulação do comportamento humano: Moral: a moral, derivada da palavra latina "mores", refere-se a um conjunto de regras, valores e proibições impostos externamente ao homem por diferentes fontes, como política, religião e costumes sociais. Ao contrário da ética, a moral impõe um dever fundado em um valor moral imposto por uma autoridade externa, sendo aplicada através da disciplina e da motivação baseada na convicção e na sanção. Costumes: são formas de pensar e viver compartilhadas por um grupo, estabelecendo regras informais que regem as práticas desse grupo. Eles são uma forma de regulação implícita que existe desde que os indivíduos vivem em sociedade, transmitidos oralmente ou por mimetismo através da socialização e da pressão social para conformidade. Direito: é um modo de regulação dos comportamentos que impõe obrigações e estabelece relações claras de autoridade e poder através das leis estabelecidas pelo Estado. Ao contrário da ética, o direito é externo e coercivo, aplicando-se através de instituições e estruturas de poder que sancionam a transgressão à lei. Deontologia: a deontologia, derivada do grego "deon" ou "deontos/logos", é o estudo dos deveres e emerge da necessidade de autoregulação de um grupo profissional, sendo aplicada através de códigos que regulam o comportamento dos membros dessa profissão. Ela busca garantir a excelência no trabalho, reconhecimento pelos pares e confiança do público, com base em princípios éticos adaptados às particularidades de cada profissão. 3. A ética e a moral são frequentemente usadas de forma intercambiável, mas têm significados distintos. A ética refere-se aos princípios morais que orientam o comportamento humano de forma racional e universal, enquanto a moral refere-se aos padrões de comportamento específicos de uma sociedade ou grupo. 4. O carácter normativo da ética implica que ela estabelece padrões ideais de comportamento que devem ser seguidos pelos indivíduos. A ética não apenas descreve como as pessoas devem agir, mas também prescreve o que é considerado correto ou errado com base em princípios como a justiça, a benevolência e o respeito pelos direitos humanos. 5. A função identitária da moral refere-se ao papel da moralidade na formação da identidade individual e coletiva. As normas morais de uma sociedade ou grupo ajudam a definir sua identidade cultural e social, influenciando como as pessoas se veem e são vistas pelos outros. 6. O idealismo platônico, associado ao filósofo grego Platão, sustenta que a realidade material é apenas uma sombra ou reflexo imperfeito de formas ideais ou universais. Platão acreditava que o mundo das ideias, ou formas, era mais real e perfeito do que o mundo físico, e que o conhecimento verdadeiro só poderia ser alcançado através da razão e da contemplação das formas. 7. O realismo aristotélico, associado ao filósofo grego Aristóteles, defende que a realidade existe independentemente da mente humana e pode ser compreendida através da observação e da experiência sensorial. Aristóteles acreditava que as formas e essências das coisas estão presentes nos próprios objetos materiais, e que o conhecimento verdadeiro surge da análise sistemática da natureza. 8. O contratualismo é uma teoria ética e política que sustenta que a autoridade política e as obrigações morais surgem de um contrato social entre os membros de uma sociedade. De acordo com o contratualismo, as pessoas concordam em obedecer às leis e às autoridades governamentais em troca de proteção e segurança. 9. O universalismo de Kant, associado ao filósofo alemão Immanuel Kant, argumenta que os princípios éticos devem ser universais e aplicáveis a todos os seres racionais, independentemente de circunstâncias específicas. Kant sustentava que a moralidade é baseada na razão prática e na obrigação moral de agir de acordo com princípios éticos que poderiam ser universalizados sem contradição. 10. Os princípios universais advogados por Kant incluem: Imperativo Categórico: a acção deve ser realizada com base em princípios que possam ser universalizados sem contradição. Respeito pela Dignidade Humana: as pessoas devem ser tratadas como fins em si mesmas e não como meros meios para alcançar outros fins. Autonomia da Vontade: os indivíduos devem agir de acordo com sua própria razão prática, seguindo suas próprias leis morais. 11. A Ética tem uma relação intrínseca com outras ciências, como a psicologia, a sociologia, a economia e até mesmo a biologia. Ela se inter-relaciona com essas disciplinas ao examinar como as normas morais e os valores influenciam o comportamento humano individual e coletivo, bem como as estruturas sociais e institucionais. 12. A Ética é fundamental para o exercício profissional, pois orienta os profissionais a agirem de maneira moralmente responsável e a tomarem decisões éticas em suas práticas. Ela promove a integridade, a transparência, o respeito pelos direitos humanos e o bem-estar dos clientes, colegas e comunidade em geral. 13. Os códigos deontológicos são fundamentados em fundamentos sociais e profissionais que visam orientar o comportamento ético dos profissionais em suas respectivas áreas. Esses códigos geralmente são desenvolvidos com base em valores éticos universais, normas profissionais específicas e considerações sociais e legais relevantes. 14. Os deveres profissionais dos engenheiros podem incluir: Agir com integridade e honestidade em todas as actividades profissionais. Garantir a segurança e o bem-estar do público em geral. Respeitar os direitos de propriedade intelectual e as leis de patentes. Actuar de acordo com os princípios éticos estabelecidos pelos códigos deontológicos da profissão. 15. A natureza do trabalho humano abrange uma variedade de dimensões, incluindo aspectos físicos, intelectuais, emocionais e sociais. O trabalho não é apenas uma actividade económica, mas também uma expressão da identidade e uma fonte de significado e realização pessoal. Ele reflecte as relações sociais e económicas de uma sociedade e desempenha um papel crucial na estruturação da vida individual e colectiva. 16. A dicotomia entre subjectividade e objectividade no trabalho humano refere-se à interação complexa entre as experiências e percepções individuais dos trabalhadores (subjectividade) e as características e demandas objetivas das tarefas e ambientes de trabalho (objectividade). Enquanto a subjectividade diz respeito aos sentimentos, motivações e interpretações pessoais dos trabalhadores em relação ao trabalho, a objectividade se relaciona com as condições físicas, técnicas e organizacionais do trabalho que podem ser mensuradas de forma objetiva. Essa dicotomia destaca a importância de considerar tanto os aspectos subjetivos quanto objetivos do trabalho para uma compreensão completa de sua natureza. 17. A organização social do trabalho humano refere-se à maneira como as atividades laborais são estruturadas e coordenadas em uma sociedade. Isso inclui aspectos como divisão do trabalho, hierarquia, relações de poder, sistemas de produção e distribuição de recursos. A organização social do trabalho pode variar amplamente entre diferentes contextos culturais, econômicos e políticos, influenciando profundamente as condições de trabalho, as relações entre os trabalhadores e o impacto do trabalho na sociedade como um todo. 18. O pensamento filosófico de Hegel sobre o trabalho humano está profundamente ligado à sua concepção de história e desenvolvimento humano. Hegel via o trabalho não apenas como uma actividade prática, mas como um processo fundamental de auto-realização e desenvolvimento espiritual. Para Hegel, o trabalho é uma forma através da qual os indivíduos se relacionam com o mundo material e constroem sua identidade, contribuindo para o progresso da história e para a realização do Espírito Absoluto. 19. O pensamento filosófico de Marx sobre o trabalho humano é central para sua teoria crítica do capitalismo. Marx via o trabalho como a fonte de toda riqueza e valor na sociedade, mas também como uma fonte de exploração e alienação sob o capitalismo. Ele argumentava que, no sistema capitalista, os trabalhadores são alienados de seu trabalho, do produto de seu trabalho e até mesmo de si mesmos, devido à sua condição de serem tratados como mercadorias. Marx defendia a emancipação dos trabalhadores e a criação de uma sociedade sem classes, na qual o trabalho seria livre e autodeterminado. 20. Ergonomia é o estudo científico da interacção entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, com o objectivo de optimizar o desempenho humano e o bem-estar, além de garantir a segurança e eficiência no trabalho. 21. Os fundamentos da Ergonomia incluem o entendimento das capacidades e limitações humanas, a adaptação do trabalho ao trabalhador, o projecto de sistemas e ambientes de trabalho seguros e eficientes, a prevenção de lesões relacionadas ao trabalho e a promoção da saúde e do conforto dos trabalhadores. 22. Quanto à Ergonomia: a. Ao objecto: a) A Ergonomia da Produção está vocacionada para a procura das condições de trabalho adequadas, em termos organizacionais, de posto e ambiente de trabalho, adaptados às características e capacidades dos trabalhadores. b) A Ergonomia do Produto, centra-se na área de estudos e pesquisas, colaborando com o sector comercial, em estudos de mercado; com o sector de produção, na avaliação dos custos da produção e na definição da sua finalidade; e com outros sectores da concepção do produto, desde o "design" ao controlo da qualidade. b. Ao objectivo: otimizar o desempenho humano e o bem-estar. a) A Ergonomia de Concepção permite agir desde a fase Inicial, sobre um produto ou posto de trabalho, criando condições de trabalho adaptadas e perspectivadas no sentido da eficácia, da segurança e do conforto. b) A Ergonomia de Correcção dá resposta às inadaptações, que se traduzem por problemas na segurança e no conforto dos trabalhadores, ou na qualidade e quantidade da produção. c. Ao contexto: diversos sectores, como indústria, saúde, transporte, entre outros. a) Ergonomia Ocupacional: Aplicada em ambientes de trabalho, com foco na saúde e segurança dos trabalhadores. b) Ergonomia Educacional: Adapta o ambiente de aprendizagem às necessidades dos alunos, promovendo a saúde e o bem-estar. c) Ergonomia Doméstica: Abrange a ergonomia em ambientes residenciais, com foco na segurança e conforto dos usuários.
d. À dimensão de intervenção: ergonomia física, cognitiva e organizacional.
a) A macro ergonomia considera o sistema integral Homem-Máquina, ou seja, uma organização cujas componentes são os Homens e as Máquinas, trabalhando em conjunto para alcançar um fim comum, estando ligadas por uma rede de comunicações; b) A meso-ergonomia centra-se sobre um utensílio ou uma máquina, estudando a interdependência entre os dispositivos metrológicos e os indicadores, as alavancas de comando e de regulação, assm como, a sua dlsposição em função da velocidade e da sucessão das operações; c) A micro-ergonomia estuda os diversos elementos específicos de uma situação de trabalho, tais como, a insonorização de uma máquina, a iluminação de uma sala de trabalho informatizado, etc. 23. Os três domínios ergonômicos são: físico, cognitivo e organizacional. O domínio físico diz respeito às características físicas do trabalho, como postura, movimentos repetitivos e carga física. O domínio cognitivo envolve aspectos mentais do trabalho, como atenção, memória, tomada de decisão e carga mental. O domínio organizacional aborda a organização do trabalho, incluindo aspectos como horários, sistemas de recompensa, comunicação e cultura organizacional. 24. Os riscos ergonômicos no trabalho agropecuário podem incluir posturas inadequadas durante atividades como colheita e ordenha, movimentos repetitivos que levam a lesões musculoesqueléticas, uso de equipamentos inadequados, jornadas de trabalho prolongadas e falta de pausas adequadas. Esses riscos podem levar a problemas de saúde ocupacional, como dores musculares, lesões por esforço repetitivo e fadiga, afetando negativamente o bem-estar e a produtividade dos trabalhadores.