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Identificação de Características e Propriedades Morfológicas em Texturas Táteis - Estudo Sobre Gráficos Educativos e Cartografias para Crianças Com Deficiência Visual
Identificação de Características e Propriedades Morfológicas em Texturas Táteis - Estudo Sobre Gráficos Educativos e Cartografias para Crianças Com Deficiência Visual
RESUMO: Este artigo explora as texturas táteis que têm sido utilizadas na confecção de mapas e imagens temáticas para crianças
com deficiência visual no Chile nos últimos 20 anos. De um grupo representativo composto por mais de 300 lâminas de conteúdo
educacional inclusivo, foram selecionadas 14 texturas para identificar sua natureza, propriedades psicofísicas e características
morfológicas a partir de sua composição geométrica. O objetivo foi gerar as bases teóricas e tecnológicas relacionadas ao design e
à produção digital de mapas, imagens e gráficos táteis. O trabalho buscou tipificar as formas de relevo e suas possíveis aplicações
pelo uso de padrões de repetição que permitam melhorar a linguagem e o reconhecimento das texturas envolvidas com o intuito de
expandir e diversificar seu uso em material educativo inclusivo no ensino e na disseminação do conhecimento por meio do toque.
PALAVRAS-CHAVE: Educação inclusiva. Textura tátil. Deficiência visual. Imagens. Percepção háptica.
ABSTRACT: This article explores the textures that have been used in the development of thematic maps and images for children
with visual impairment in Chile over the last 20 years. From a representative group of more than 300 sheets of inclusive educational
content, 14 textures were selected to identify their nature, psychophysical properties and morphological characteristics based on
their geometric composition. The aim was to generate the theoretical and technological grounds related to the design and digital
production of tactile maps, images, and graphics. The work sought to typify the embossed shapes and their possible applications by
using repetition patterns that allow to improve the language and recognition of the textures involved, with the intention of expanding
and diversifying their use in inclusive educational material in the teaching and dissemination of knowledge through tact.
KEYWORDS: Inclusive education. Tactile texture. Visual impairment. Images. Haptic perception.
1 Introdução
A textura tem sido uma variável fundamental no desenvolvimento de material grá-
fico para fins educacionais para pessoas com cegueira (Heller, 1989; Holmes et al., 1998). No
entanto, suas características táteis não foram investigadas, como tem sido feito em relação às
texturas visuais (Elkharraz et al., 2014; Kolar et al., 2017; López et al., 2008), ou mais espe-
cificamente, as propriedades comunicativas das texturas táteis a serem aplicadas no design de
produtos (Karlsson & Velasco, 2007; Picard et al., 2003), bem como medidas de rugosidade/
1
https://doi.org/10.1590/1980-54702023v29e0196
2
Diseño. Centro de Cartografía Táctil. Programa Institucional de Fomento a la Investigación, Desarrollo e Innovación, Univer-
sidad Tecnológica Metropolitana. Santiago/Chile. E-mail: pcorrea@utem.cl. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4074-5472
3
Diseño. Universidad Tecnológica Metropolitana. Santiago/Chile. E-mail: mguerrero@utem.cl. ORCID: https://orcid.org/0000-
0002-0595-9849
4
Departamento de Artes Visuales. Facultad de Artes. Universidad de Chile. Santiago/Chile. E-mail: ggonzalezquiroz@uchile.cl.
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4122-4564
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imagem visual como sistema de significação, na qual propuseram um modelo a partir do qual
cor e textura podem contribuir para o nascimento da forma na decodificação visual, assim a
figura pode aparecer graças a um contraste de texturas criando, ao mesmo tempo, um contraste
de contorno (Groupe μ, 2010) Nesse sentido, o que nos interessa agora é especificar quais são
os elementos e as suas propriedades hápticas para a decodificação da textura tátil.
Como pano de fundo histórico, é pertinente rever a obra do artista e professor
Bauhaus Moholy-Nagy que, há um século, em seu livro A nova visão e revisão de um artista,
(1963), reconhece a importância da formação sensorial, com ênfase especial no toque. Em seu
texto, ele destaca os experimentos que podem ser realizados a fim de aprimorar o trabalho com
esse sentido, poder capturar uma diversidade de impressões sensoriais e perceptíveis, definidas
por ele como pressão, punção, fricção, dor, temperatura e vibração. Quanto à sua experiência
com diferentes tipos de materiais percebidos pelo sentido do tato, para a qual os beneficiários
cegos foram convidados, os resultados obtidos sugeriram que seria uma possibilidade de usar
esse tipo de exercício em sua educação e na geração de algo como uma “imagen”. É importante
destacar essa afirmação de há 100 anos, que relaciona a textura com a imagem a ser percebida
pelo toque, ressaltando que este trabalho é voltado para todos aqueles que se interessam por
arte, pesquisa, design e educação, áreas em que o estudo, aqui apresentado, é focado.
Especificamente, Moholy-Nagy (1963) afirmou que ainda não havia uma terminolo-
gia para nomear os diferentes aspectos dos materiais, mas ele vem para definir quatro elementos
fundamentais: a estrutura, o aspecto superficial, o tratamento da superfície, o agrupamento
(a organização), que poderia ser interpretado como um padrão (repetição de conteúdo) e,
finalmente, a textura, definida como a superfície externa (visível), a “epiderme” das coisas. É
interessante a proposta desse autor, que, ao definir uma terminologia para o material, incorpora
dois elementos fundamentais, como o “aspecto superficial” e “a textura” em relação à superfície.
Por outro lado, o efeito que produziria nas pessoas estaria diretamente relacionado à percepção
e aos aspectos sensoriais envolvidos, em que a essência superficial pode ser devido a causas na-
turais ou mecânicas determinadas pelo homem.
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como bom, especialmente por ter conseguido especificar um produto extremamente útil para o
aprendizado, e por apoiar a mobilidade diária de pessoas cegas ou de baixa visão (Brunsteinn,
2008). Foram utilizadas 302 maquetes em relevo, produzidas de forma artesanal, que repre-
sentavam mapas e legendas, juntamente a isso, e dada a complexidade das informações, foram
utilizadas diversas texturas, previamente produzidas ou geradas com diferentes materiais, com
o objetivo de grafar as variáveis associadas à representação de diferentes fenômenos. Um estágio
importante foi a busca pelo material texturizado, uma vez que ao termoformar5 os símbolos e
elementos representados neste material, ricos em texturas, todos eles são impressos no mesmo
material plástico (Coll & Pino, 2005a, 2005b).
Os mapas são elaborados em diferentes escalas de informação, como o relevo dos
territórios (mapas físicos), mapas políticos, clima e vegetação, dos países, América e da mundo
(Coll & Pino, 2005b) em um tamanho de 43cm x 43cm. Os modelos foram feitos em matrizes
analógicas com diferentes materiais a serem termoformadas em PVC plástico, tendo uma base
feita por meio do uso de um scanner e posterior digitalização e representação no programa grá-
fico de dados espaciais ARCVIEW (Coll & Pino, 2005a). As avaliações desses materiais foram
realizadas em 54 escolas e organizações de cegos da América Latina, distribuídos em 18 países
que, por sua vez, se tornaram beneficiários dos produtos desenvolvidos (Coll & Pino, 2005b).
O objetivo foi saber como as crianças, com cegueira e surdez (usuários finais), distinguem os
diversos elementos que compõem mapas táteis, como o norte, sua orientação e temática.
Além disso, foi analisado como eles descobrem os diferentes fenômenos geográficos,
como rios, lagos, cadeias de montanhas etc., e a forma como eles discriminam e localizam
diferentes áreas ou símbolos, entre outros dados. A consulta, no geral, buscou responder a se-
guinte questão: Como a cartografia contribui para os processos cognitivos e quais habilidades
os usuários utilizam para sua exploração? Os resultados obtidos foram muito gerais, tornando
essa etapa a mais fraca do projeto, devido ao seu tamanho e principalmente porque a cobertura
é muito ampla e variada. Apesar disso, o design e a preparação dos modelos tridimensionais car-
tográficos e didáticos foram “um estágio de considerável trabalho de tentativa e erro de mate-
riais para alcançar texturas adequadas que permitiam às pessoas cegas perceberem os diferentes
tipos de símbolos” (Coll & Pino, 2005a). Esse material permitiu distinguir a forma como as
propriedades comunicativas da textura tátil têm sido utilizadas e, por sua vez, categorizam seu
uso como uma variável gráfica.
O segundo projeto a considerar são os produtos feitos na tese de doutorado Imagem
táctil: una representación del mundo, publicado como Imágenes que podemos tocar (Correa Silva,
2011). Nessa pesquisa, foram projetadas e avaliadas 20 lâminas de 21,5cm x 43cm com 27
imagens táteis de diferentes animais, aves, peixes e plantas. Essas lâminas foram produzidas por
meio de um sistema de design e produção auxiliado por computador, desde seus desenhos até
a preparação das matrizes em negativo para, em seguida, termoformar seus desníveis de modo
direto. Nessa proposta, foi realizado um trabalho em relação às texturas táteis, mas apenas o
uso de três tipos de texturas foi proposto, que se justificam no quadro ambiental da teoria
ecológica da percepção de James Gibson (1974). Os três tipos de texturas utilizadas para a
representação do ambiente foram feitos de diferentes formas: o ar pela não representação de
5
Processo de reprodução de mapas e imagens em PVC que consiste em aquecer uma folha de plástico e moldá-la utilizando uma matriz.
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um motivo repetitivo, a terra por aplicação de areia na matriz, e o mar elaborado em formato
digital. Dessa forma, as texturas geraram um significado, uma vez que permitiram distinguir
os diferentes estados físicos do ambiente. Os resultados demostraram que a textura é uma pro-
priedade visual/tátil, que encontra na representação háptica sua existência sensorial primária.
Concluiu-se também que, no caso da textura, apesar de ser amplamente utilizado como ele-
mento de configuração de formas táteis, suas propriedades comunicativas não foram estudadas
em profundidade (Correa Silva, 2011).
O último grupo de materiais selecionados para este estudo de caso é de 27 lâminas
táteis, que fez parte da exposição museográfica do Museu do Palácio do Cousiño, espaço inclu-
sivo na cidade de Santiago, realizado graças aos recursos para a melhoria integral dos museus
no Chile em 2019. Eles representam objetos de cada um dos salões do museu, em um formato
de 25,4cm x 35,2cm. Seu objetivo é gerar novos elos entre o museu, seu acervo e visitantes com
deficiência visual, para que possam reconhecer os objetos expostos por meio de uma experiên-
cia sensorial e interativa. Nessa proposta, buscou-se dar variedade às imagens feitas e contextu-
alizar não só os objetos, mas também seus materiais, acrescentando com isso a individualização
dos diferentes elementos representados, como tapeçarias, cortinas, figurinos, ornamentos etc.
As imagens e matrizes foram feitas em formato digital, e as texturas, exceto uma, foram obtidas
por intermédio da incorporação de diversos materiais, como areia e têxteis. Nos Quadros 1, 2 e
3, encontram-se algumas das imagens táteis dos projetos aqui descritos, elaboradas em matrizes
digitais e analógicas, além da seleção de amostras de textura.
Quadro 1
Estudo de Caso 1: “Design e produção de cartografia tridimensional para cegos na América Latina”,
com apoio da Organização dos Estados Americanos CIDI-OEA
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Imagem 3: Seleção de oito amostras de textura representativas utilizadas. Essas texturas foram feitas com diferen-
tes materiais, como: papel ondulado, macarrão, miçangas de plástico etc.
Fonte: Elaborada pelos autores
Quadro 2
Estudo de caso 3: “Imagem tátil: uma representação do mundo”
Imagem 6: Matriz digital feita em madeira Imagem 7: Seleção de três amostras de textura de
aglomerada com imagens de peixes e textura materiais e textura digital.
representando a água.
Fonte: Elaborada pelos autores
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Quadro 3
Estudo de caso 3: Placas museográficas táteis do Museu do Palácio de Cousiño, Santiago do Chile
Imagem 8: Matriz digital feita em madeira aglomera- Imagem 9: Lâmina termoformada um candeeiro em
da de uma imagem de flores. forma de cesto com flores.
Imagem 10: Seleção de três amostras de textura, uma digital e duas de material têxtil.
Fonte: Elaborada pelos autores
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acordo com os métodos definidos por Tuceryan e Jain (1998), que dependem das propriedades
geométricas desses elementos texturais e, dessa forma, extrair suas regras de posicionamento.
As texturas que, em geral, foram feitas para produzir material tátil inclusivo, tiveram na sua
produção a incorporação de elementos como: miçangas, cordões, macarrão ou uso de texturas
feitas com padrões repetitivos regulares, como papelão ondulado de diferentes formas. Neles, é
possível identificar e medir o elemento constituinte ou primitivo e a grade de repetição que foi
utilizada. Somam-se aos obtidos pela geração de padrões digitais, como é o caso das amostras
de números 11 e 14 (Quadro 4, mais adiante). Ao retornar aos estudos de caso, foram iden-
tificadas três texturas (21% das amostras utilizadas) correspondentes ao tipo irregular, que,
devido às suas características, respondem a uma análise diferente baseada em métodos estatís-
ticos. A esse respeito, Van Gool et al. (1983) argumentaram que técnicas estruturais são mais
adequadas a texturas que têm uma macroestrutura regular, enquanto técnicas estatísticas são
mais adequadas para microtexturas. Isso permite distinguir dois grandes grupos de texturas no
uso de material inclusivo: aqueles que correspondem ao tipo de macroestrutura e os do tipo
de microtextura. A amostra remanescente de uma textura (nº 14 do Quadro 4, mais adiante)
é relativa a do material utilizado como fundo ou partes do gráfico representado, que apenas
reproduz as características micro topográficas do material base (matriz analógica ou digital),
mais macio de todo o gráfico utilizado e é representado como uma textura lisa ou que deixa os
traços do sistema de produção.
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Quadro 4
Amostras de texturas analisadas
AMOSTRAS DE TEXTURA ESTA-
AMOSTRAS DE TEXTURA GEOMÉTRICA
TÍSTICA
Macroestruturas, 72% da amostra
Microtexturas, 21% da amostra
Materiais cotidia-
Materiais cotidianos Material de base
Formato digital nos
Formato analógico matricial (7%)
Formato analógico
1 2 9 11 14
3 4 10 12
5 6 13
7 8
Fonte: Elaborada pelos autores
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Quadro 5
Características texturais geométricas identificadas
Modelar as características formais e espaciais das amostras de textura tátil é uma pri-
meira aproximação que traça a distribuição superficial de seus componentes, uma vez que essas
são as qualidades essenciais percebidas de cada uma das texturas analizadas – isso se torna ne-
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cessário para além de descrever uma série de parâmetros sensoriais como dimensão, localização,
posição, entre outros. Também foi observado que gerar texturas táteis nas formas geométricas
dos volumes primitivos, ou elementos fundamentais, possui certas propriedades particulares. O
reconhecimento da textura por meio do toque é diferenciado por dar importância aos parâmetros
quantitativos, como a distância entre primitivos que se configuram em uma determinada região
textural e a relação espacial entre eles. Essa propriedade, por exemplo, determina o grau de vizi-
nhança (proximidade); no entanto, não há estudos em torno dessas qualidades táteis, como há em
relação às texturas da imagem visual, que, como Tuceryan e Jain (1998) dizem, têm uma série de
qualidades percebidas que desempenham um papel importante na descrição da textura.
Dessa forma, as propriedades elementares que integrariam a textura tátil seriam aque-
las que permitem determinar os aspectos quantitativos da configuração espacial. Elementos
fundamentais são considerados aqueles associados à definição de primitivos (volumes), que,
por meio da organização e da repetição em uma determinada região textural configurada espa-
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cialmente de acordo com a forma, altura, densidade, direcionalidade e ordem, tomam forma
para permitir a percepção da terceira dimensão (Quadro 7).
Quadro 7
Propriedades texturais táteis identificadas
Elementos fundamentais da textura tátil
Característica tátil Definição e contexto.
Forma (volume) Está relacionado à aparência e à morfologia geométrica do primitivo.
Determina o grau atribuído à magnitude do relevo do primitivo na textura. É exibido
Altura
pelo perfil (visão lateral) do primitivo básico ou composto.
A distância entre cada um dos primitivos configurada em um padrão de repetição na
Densidade
superfície textural.
Posição e orientação hierárquica ou simples do agrupamento de primitivos, a partir de
Direcionalidade
um padrão de repetição. Pode ser para cima, para baixo – esquerda ou direita.
Está relacionado à sensação de localização do agrupamento dos primitivos, padrão de
Ordem
repetição em relação à aplicação de diferentes regiões texturais próximas.
Como no alfabeto Braile que é baseado em pontos de relevo em uma superfície lisa,
características táteis pela presença ou ausência de primitivos geométricos devem permitir codi-
ficação e interpretação por meio do toque.
5 Considerações finais
O desenvolvimento desta pesquisa foi baseado em um trabalho realizado por 20 anos
em um centro de pesquisa e desenvolvimento (CECAT, UTEM, Santiago do Chile), único na
América Latina, que trabalhou de forma colaborativa com mais três países da região (Argentina,
Brasil e Peru). Nesses lugares, a necessidade de ter um corpo teórico relacionado à investigação
da textura tátil tem aumentado e, de forma especial, com a descrição de seus atributos e par-
ticularidades. O objetivo é que ele possa ser reproduzido em material inclusivo em que o tato
tenha relevância e seja reconhecido como um sentido que permita o acesso ao conhecimento.
O presente estudo tem focado em examinar e selecionar as texturas utilizadas nesses
produtos já avaliados e permitir, em tempos de pandemia e distanciamento social, abordar essa
variável, identificar suas características para propor uma primeira classificação. As propriedades
extraídas em relação aos seus componentes e suas relações espaciais dão sinais sobre as formas e
as possibilidades que devem ser consideradas, gerando, assim, as amostras táteis digitais e, em
seguida, avaliar sua discriminação e interpretação com diversos parâmetros hápticos. Em tra-
balhos futuros, seria benéfico levar em conta as preferências do usuário (pessoa com deficiência
visual) na percepção háptica desse tipo de textura como parte dos sinais táteis, a fim de servirem
como parâmetros para a criação de gráficos em formato digital.
Nas amostras analisadas, podemos resumir que 71% se referem a macroestruturas
geométricas, permitindo um método de análise correspondente, e seu design e reprodução por
intermédio de técnicas de produção digital, além da possibilidade de serem utilizados para pro-
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jetar novas texturas táteis. Vale ressaltar que o estudo aponta a existência de três texturas (21%
da amostra) nas quais o método geométrico não permite reconhecer seus padrões complexos,
correspondendo mais a parâmetros condizentes a uma análise estatística. Conclui-se também
que, ao elaborar estas últimas, temos de considerar o que foi proposto por Tan et al. (2006), em
que o processo de fabricação de texturas de alta definição e resolução fina é muito caro, além
de exigir muito tempo.
A pesquisa identifica claramente a possibilidade de uso de volumes geométricos pri-
mitivos em que a terceira dimensão, altura, permite projetar elementos táteis de acordo com
aplicações necessárias para a compreensão de texturas superficiais significativas para pessoas
com cegueira. Por sua vez, a adjetivação comumente utilizada em texturas visuais gráficas pode
ser aplicada em texturas táteis com características reconhecíveis na forma tridimensional. Nesse
sentido, a pesquisa tentou identificar e descrever morfologicamente uma série de atributos, que
poderiam ser agrupados e classificados com a intenção de que, posteriormente, permitissem
propor tipologias claras de aparência e forma para aplicações de texturas táteis.
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